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Português
Raciocínio Lógico
Noções de Direito
Conhecimentos Específicos

CONCURSO
POLÍCIA PENAL MG - 2021
TEORIA + EXERCÍCIOS

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CURSO OPÇÃO
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LÍNGUA PORTUGUESA

ÍNDICE

Compreensão e interpretação de textos ..................................................................................................................................................... 2


Tipologia textual.................................................................................................................................................................................................... 9
Ortografia................................................................................................................................................................................................................. 10
Acentuação .............................................................................................................................................................................................................. 15
Morfologia ............................................................................................................................................................................................................... 18
Uso do sinal de crase........................................................................................................................................................................................... 20
Sintaxe ....................................................................................................................................................................................................................... 24
Pontuação ................................................................................................................................................................................................................ 34
Concordância nominal e verbal....................................................................................................................................................................... 37
Regência verbal e nominal ............................................................................................................................................................................... 44

Exercícios - 51 questões ...................................................................................................................................................................................... 48

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Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL O narrador afirma...

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e Erros de interpretação


relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
de codificar e decodificar). contexto, acrescentando ideias que não estão no
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. pela imaginação.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa um texto é um conjunto de ideias), o que pode
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento ser insuficiente para o entendimento do tema
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada desenvolvido.
de seu contexto original e analisada separadamente, • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
poderá ter um significado diferente daquele inicial. contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
conclusões equivocadas e, consequentemente,
Intertexto - comumente, os textos apresentam errar a questão.
referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação em uma prova de concurso, o que deve ser levado em
de um texto é a identificação de sua ideia principal. consideração é o que o autor diz e nada mais.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou
fundamentações), as argumentações (ou explicações), Os pronomes relativos são muito importantes na
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros
na prova. de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração
que existe um pronome relativo adequado a cada
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: circunstância, a saber:
• Identificar os elementos fundamentais de uma que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
argumentação, de um processo, de uma época mas depende das condições da frase.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, qual (neutro) idem ao anterior.
os quais definem o tempo). quem (pessoa)
• Comparar as relações de semelhança ou de cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
diferenças entre as situações do texto. o objeto possuído.
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com como (modo)
uma realidade. onde (lugar)
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. quando (tempo)
• Parafrasear = reescrever o texto com outras quanto (montante)
palavras. Exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Condições básicas para interpretar Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), Dicas para melhorar a interpretação de textos
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de • Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
observação e de síntese; capacidade de raciocínio. do assunto. Se ele for longo, não desista! Há
muitos candidatos na disputa, portanto, quanto
Interpretar/Compreender mais informação você absorver com a leitura, mais
chances terá de resolver as questões.
Interpretar significa: • Se encontrar palavras desconhecidas, não
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. interrompa a leitura.
Através do texto, infere-se que... • Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas
É possível deduzir que... forem necessárias.
O autor permite concluir que... • Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... conclusão).

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• Volte ao texto quantas vezes precisar. Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre parece, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato
as do autor. que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor inteiramente.
compreensão. Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de descoberta temporã.
cada questão. Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom
• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia
geralmente mantém com outro uma relação Brava, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente
de continuação, conclusão ou falsa oposição. consegui boiar.
Identifique muito bem essas relações. Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso
a ideia mais importante. e esforço, vocês que não mais se surpreendem com a
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na vocês se esqueceram de como tudo isso é bom.
hora da resposta – o que vale não somente para Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
Interpretação de Texto, mas para todas as demais ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
questões! montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
principal, leia com atenção a introdução e/ou a água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
conclusão. isso, curiosamente, não é fácil.
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos, Essa experiência me sugeriu algumas considerações
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, sobre a vida em geral.
etc., chamados vocábulos relatores, porque Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
remetem a outros vocábulos do texto. ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre
SITES incorporando novidades que nos transformam. Somos
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. geneticamente elaborados para lidar com o novo, mas
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> não só. Também somos profundamente modificados por
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo
dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de
provas> nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. pedras.
html> Suspeito que isso tenha importância também para os
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ relacionamentos.
cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação.
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar-
EXERCÍCIOS COMENTADOS se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria
frustração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro
1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso,
– AOCP-2015) sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e
insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não
O verão em que aprendi a boiar apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo
Quando achamos que tudo já aconteceu, novas na companhia do outro e de si mesmo, no mundo.
capacidades fazem de nós pessoas diferentes do que Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam
éramos ser aprendidas.
IVAN MARTINS Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você
Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode
em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tempo,
especial. relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se
Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou. combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a
De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade, relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada
minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia. apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos
Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada
diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção
as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de
a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
forma relaxada e consciente um grande amor.
insuspeitada.

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Na minha experiência, esse aprendizado não se fez 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
rapidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque Observe a charge a seguir:
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coisas
do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html

De acordo com o texto, quando o autor afirma que “Todos A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de destacando o fato de o cientista:
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar a) ter alcançado o céu após sua morte;
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais calma,
b) mostrar determinação no combate à doença;
com mais prazer, com mais intensidade e menos
c) ser comparado a cientistas famosos;
medo.
d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
b) ser necessário agir com mais cautela nos
e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
relacionamentos amorosos para que eles não se
desfaçam.
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais
criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles Resposta: Letra D
sejam vividos intensamente. Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
inclusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. = incorreto
e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;
acontecer. Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física.
= incorreto
Resposta: Letra A Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que
Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples estávamos esperando”.
que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e
relação existe, há chance de melhorar = sempre há 3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
tempo para boiar (aprender).
Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para tentar Lastro e o Sistema Bancário
relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com [...]
mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado
menos medo = correta. nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de
Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse
relacionamentos amorosos para que eles não metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro
se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se
intensamente. deram conta de que ninguém estava interessado em
Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a
criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do
sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises,
objetivo nos relacionamentos. como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar
Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos,
novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas
amorosas = incorreta – ser mais emoção. economias seguramente guardadas.
Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão-
porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e
pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando, principalmente de valores em contas bancárias, já não
não pensando em algo ruim. tendo nenhuma riqueza material para representar, é

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criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em A leitura do texto permite a compreensão de que
sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de
uma decisão administrativa, e assim entra na economia. a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
Essa explicação permaneceu controversa e escondida b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
Bank of England de 2014. d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
é criado assim, inventado em canetaços a partir da
concessão de empréstimos. O que torna tudo mais Resposta: Letra A
estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao bancos = correta
banco, ele inventa números em uma tabela com meu Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
nome e pede que eu devolva uma quantidade maior imaginário = nem todo
do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
“livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta clientes
de outras pessoas. Esse é o dinheiro que vai ser usado Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes
bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei. endividados = desde que não paguem a dívida
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
porque é gerada pela simples manipulação de bancos abaixo, publicada no momento da intervenção nas
de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio 2018.
de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde
o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.
[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-
dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema


bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de

a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.


b) proteger os bens dos clientes de bancos.
c) impedir que os bancos fossem à falência.
d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.

Resposta: Letra D
Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram
conta de que ninguém estava interessado em trocar
dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva
fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO
realmente tinham em ouro nos cofres. pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a
Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro = seguinte informação:
incorreta
Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos = a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes
incorreta cometidos no Rio;
Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência = b) a tarefa da investigação criminal não está sendo
incorreta bem-feita;
Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro = c) a linguagem do personagem mostra intimidade com o
correta interlocutor;
Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta d) a presença do orelhão indica o atraso do local da
charge;
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a
presença do Exército.

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Resposta: Letra D 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo


Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse
termo denota, além da agressão física, diversos tipos
de imposição sobre a vida civil, como a repressão
política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e
do pensamento de determinados indivíduos e, ainda,
o desgaste causado pelas condições de trabalho e
condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo
que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência
NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a citado nesse segmento é:
seguinte informação:
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos a) Presa por mensagem racista na internet;
crimes cometidos no Rio = inferência correta b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
sendo bem-feita = inferência correta d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimidade e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
com o interlocutor = inferência correta
Resposta: Letra C
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local
Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =
da charge = incorreta
como a repressão política, familiar ou de gênero
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam
Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura
a presença do Exército = inferência correta venezuelana = como a repressão política, familiar ou
de gênero
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe eletrônico = não consta na Manchete acima
a charge abaixo. Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
Rússia = como a repressão política, familiar ou de
gênero
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho
escravo = o desgaste causado pelas condições de
trabalho

8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –


ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à Esquerda


Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
No caso da charge, a crítica feita à internet é: devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.
a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
b) a falta de exercícios físicos nas crianças; caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo,
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados
c) o risco de contatos perigosos;
em se beneficiar do barateamento do combustível.
d) o abandono dos estudos regulares;
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
e) a falta de contato entre membros da família.
para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de
eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não
Resposta: Letra A faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para
Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder,
excessiva; por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que
Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; = está delimitado pelo estado democrático de direito,
incorreto defendido pelos diversos instrumentos institucionais de
Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público,
Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto Forças Armadas etc.
Em “e”: a falta de contato entre membros da família. = A greve atravessou vários sinais ao estrangular as
incorreto vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo
Através da fala do garoto chegamos à resposta: funcionando, do qual depende a sobrevivência física
dependência tecnológica - expressa em sua fala. da população. Isso não pode ser esquecido e serve de
alerta para que as autoridades desenvolvam planos de
contingência.
O Globo, 31/05/2018.

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“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso,
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é palavras e conceitos que anunciem os valores humanos
que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. violência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
c) lastrear leis e regras na Constituição. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
d) punirem-se os responsáveis por excessos. paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão
de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencialmente
violentos e reconstruir a paz e a confiança entre pessoas
Resposta: Letra D originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às
pensamento. = incorreto escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros
incorreto de comunicação e associações.
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. sustentado e o respeito pelos direitos humanos,
= incorreto reforçando as instituições democráticas, promovendo
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem a liberdade de expressão, preservando a diversidade
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, cultural e o ambiente.
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento
acontecer... = precisa acontecer a punição dos — direitos humanos — democracia” que podemos
excessos. vislumbrar a educação para a paz.
Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas:
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc.
CESPE-2018) Educ. (Impr.) v. 6, n.º 1. Campinas, jun./2002 (com
adaptações).
Texto CG1A1AAA
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser
independentemente de idade, sexo, estrato social, concebidos como
crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo
a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da
b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
paz.
c) irrelevantes na construção da cultura da paz.
Mas, o que significa “cultura da paz”?
d) etapas para a construção da cultura da paz.
Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças
e) consequências da construção da cultura da paz.
e os adultos da compreensão de princípios como
liberdade, justiça, democracia, direitos humanos,
Resposta: Letra D
tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma
rejeição, individual e coletiva, da violência que tem Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
sido percebida na sociedade, em seus mais variados = incorreto
contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da
advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam paz. = incorreto
impostas do exterior. Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz.
Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado = incorreto
em sentido negativo, quando se traduz em um estado Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
de não guerra, em ausência de conflito, em passividade Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese, = incorreto
condenada a um vazio, a uma não existência palpável, Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido
difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar
positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
da não violência para resolver conflitos, a prática do para construção da paz.
diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática
frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação
planejada e o movimento constante da instalação de
justiça.
Uma cultura de paz exige esforço para modificar o
pensamento e a ação das pessoas para que se promova
a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa

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10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE Com sua fala, a personagem revela que
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. =
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está
banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR


[INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

O humor da tira é conseguido através de uma quebra de


expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;


b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
(Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; É correto associar o humor da charge ao fato de que
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
a) os personagens têm uma autoestima elevada e são
Resposta: Letra B otimistas, mesmo vivendo em uma situação de
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = completo confinamento.
incorreto b) os dois personagens estão muito bem informados
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não sobre a economia, o que não condiz com a imagem
esportivos; de criminosos.
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos
incorreto personagens, pois eles demonstram preocupação
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não com a aparência.
pelo filho; = incorreto d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende
Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o os personagens, que estão acostumados a pagar caro
contrário. = incorreto por eles nos presídios.
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes
incomum: assuntos sociais. para os personagens, dada a condição em que se
encontram.
11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR –
VUNESP-2015) Leia a tira. Resposta: Letra E
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de
completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem
informados sobre a economia, o que não condiz com a
imagem de criminosos. = incorreto
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida
dos personagens, pois eles demonstram preocupação
com a aparência. = incorreto
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não
surpreende os personagens, que estão acostumados
(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado) a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto

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Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser


relevantes para os personagens, dada a condição em TIPOLOGIA TEXTUAL
que se encontram.
Pela condição em que as personagens se encontram, o
aumento no preço dos cosméticos não os afeta.
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) A todo o momento nos deparamos com vários textos,
sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
as figurinhas da Copa que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
em um texto escrito.
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo É de fundamental importância sabermos classificar
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais os textos com os quais travamos convivência no nosso
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos
jornaleiros estão levando seus estoques para casa textuais e gêneros textuais.
quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
espalhados por mensagens de celular. opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
adequada é: nessas situações corriqueiras que classificamos os
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração,
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do Descrição e Dissertação.
celular e da carteira nos roubos urbanos;
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à As tipologias textuais se caracterizam pelos
carteira como alvo de desejo dos assaltantes; aspectos de ordem linguística
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que Os tipos textuais designam uma sequência definida
vendem as figurinhas da Copa; pela natureza linguística de sua composição. São
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
nas bancas de jornais; relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo,
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e
principal dos ladrões. expositivo.
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
Resposta: Letra B ação demarcados no tempo do universo narrado,
Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o como também de advérbios, como é o caso de an-
lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
incorreto carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e sa, resolveram...
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes; B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros descrevem características tanto físicas quanto psi-
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
Copa nas bancas de jornais; = incorreto no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no cabelos mais negros como a asa da graúna...”
alvo principal dos ladrões. = incorreto C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular um assunto ou uma determinada situação que se
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
passaram a ser alvo dos assaltantes. zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
benefício.
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de
uma modalidade na qual as ações são prescritas de
forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente:
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador
até criar uma massa homogênea.
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar-
cam-se pelo predomínio de operadores argu-
mentativos, revelados por uma carga ideológica

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constituída de argumentos e contra-argumentos A natureza cobra o preço do desperdício.


que justificam a posição assumida acerca de um Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
determinado assunto: A mulher do mundo contem-
porâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- Há no texto elementos característicos das tipologias ex-
paço no mercado de trabalho, o que significa que os positiva e injuntiva.
gêneros estão em complementação, não em disputa.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
Gêneros Textuais
Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é
São os textos materializados que encontramos em aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima
nosso cotidiano; tais textos apresentam características apresenta tal característica.
sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função,
composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos:
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum,
blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo ORTOGRAFIA
depende, em grande parte, da situação de produção,
ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são
os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da
veicular o texto, etc.
correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, língua são grafados segundo acordos ortográficos.
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as
ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, palavras, familiarizando-se com elas. O conhecimento
conferência. das regras é necessário, mas não basta, pois há
inúmeras exceções e, em alguns casos, há necessidade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de conhecimento de etimologia (origem da palavra).
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co-
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. Regras ortográficas
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática –
A) O fonema S
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
São escritas com S e não C/Ç
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ • Palavras substantivadas derivadas de verbos com
redacao/tipologia-textual.htm> radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as-
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
submergir - submersão / divertir - diversão / im-
EXERCÍCIO COMENTADO pelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir
- repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNI- sentir - sensível / consentir – consensual.
CO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE
– 2015) São escritos com SS e não C e Ç
• Nomes derivados dos verbos cujos radicais ter-
Ouro em Fios minem em gred, ced, prim ou com verbos ter-
minados por tir ou -meter: agredir - agressivo /
A natureza é capaz de produzir materiais preciosos, imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder
como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA. - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão /
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. regredir - regressão / oprimir - opressão / compro-
Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de meter - compromisso / submeter – submissão.
energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT: • Quando o prefixo termina com vogal que se junta
• Desligue as luzes nos ambientes onde é possível usar a com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé-
iluminação natural.
trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
- Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado.
• No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
• Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do
Exemplos: ficasse, falasse.
ambiente.
• Utilize o computador no modo espera.
Fique ligado! Evite desperdícios.
Energia elétrica.

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São escritos com C ou Ç e não S e SS • Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. surgir.
• Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, • Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
Juçara, caçula, cachaça, cacique. minado com j: ágil, agente.
• Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,
uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, car- São escritas com J e não G
niça, caniço, esperança, carapuça, dentuço. • Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
• Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / • Palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. boia, manjerona.
• Após ditongos: foice, coice, traição. • Palavras terminadas com aje: ultraje.
• Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
to(r): marte - marciano / infrator - infração / absor- D) O fonema ch
to – absorção.
São escritas com X e não CH
B) O fonema z • Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
zz caxi, xucro.
São escritos com S e não Z • Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,
• Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é lagartixa.
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárqui- • Depois de ditongo: frouxo, feixe.
cos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, • Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
princesa. Exceção: quando a palavra de origem não derive de
• Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
metamorfose.
• Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, São escritas com CH e não X
quiseste.
• Nomes derivados de verbos com radicais termi- • Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chas-
nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / si, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
empreender - empresa / difundir – difusão.
• Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís E) As letras “e” e “i”
- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
• Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. • Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
• Verbos derivados de nomes cujo radical termina Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar • Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
– pesquisar. escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escreve-
mos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer
São escritos com Z e não S e -uir: trai, dói, possui, contribui.
• Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo Há palavras que mudam de sentido quando substituí-
– beleza. mos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (me-
• Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de lodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir
origem não termine com s): final - finalizar / con- (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que
creto – concretizar. anda a pé), pião (brinquedo).
• Consoante de ligação se o radical não terminar Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar
Exceção: lápis + inho – lapisinho. o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP),
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra
C) O fonema j de referência até mesmo para a criação de dicionários,
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o signifi-
São escritas com G e não J cado). Na Internet, o endereço é www.academia.org.br.
• Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
gesso. Informações importantes
• Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
gim. Formas variantes são as que admitem grafias ou pro-
• Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com núncias diferentes para palavras com a mesma signifi-
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, cação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quator-
bege, foge. ze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen,
Exceção: pajem. infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem,
relampejar/relampear/relampar/relampadar.
• Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, Os símbolos das unidades de medida são escritos
litígio, relógio, refúgio. sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar
• Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fu- plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg,
gir, mugir. 20km, 120km/h.

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Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. MAU / MAL

Na indicação de horas, minutos e segundos, não Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três mau elemento.
minutos e trinta e quatro segundos).
O símbolo do real antecede o número sem espaço: Mal = pode ser usado como
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma 1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”,
barra vertical ($). “logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
Alguns Usos Ortográficos Especiais al na prova?
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou
POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal
não compensa.
POR QUE (separado e sem acento)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
É usado em: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
1. interrogações diretas (longe do ponto de interro- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
gação) = Por que você não veio ontem? CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale Cochar - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform.
a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por – São Paulo: Saraiva, 2010.
que faltara à aula ontem. AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Ignoro o motivo por que ele se demitiu. CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
POR QUÊ (separado e com acento) Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
Saraiva, 2002.
Usos:
1. como pronome interrogativo, quando colocado no SITE
fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/aulas/
Você faltou. Por quê? portugues/ortografia>
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
quê? Hífen

PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico) O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-
Usos: presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos
1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente
a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escri- para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de
ta (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa;
final) = Compre agora, porque há poucas peças. compa-/nheiro).
2. como conjunção subordinativa causal, substituível
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por- A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
que se antecipou. Ortográfica:
1. Em palavras compostas por justaposição que
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico) formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos
que se unem para formam um novo significado:
Usos: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “ra- coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva,
zão” ou “motivo”, admitindo pluralização (por- arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
quês). Geralmente é precedido por artigo = Não 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
sei o porquê da discussão. É uma pessoa cheia de zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer,
porquês. abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.
3. Nos compostos com elementos além, aquém,
ONDE / AONDE recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-
número, recém-casado.
Onde = empregado com verbos que não expressam 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas
a ideia de movimento = Onde você está? algumas exceções continuam por já estarem
consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha,
Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia,
que expressam movimento = Aonde você vai? queima-roupa, deus-dará.

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5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”:
Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas benfeito, benquerer, benquerido, etc.
combinações históricas ou ocasionais: Áustria-
Hungria, Angola-Brasil, etc. Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento
super- quando associados com outro termo que é seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar,
iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super- predeterminado, pressuposto, propor.
racional, etc. Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex- auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
diretor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. humano, super-realista, alto-mar.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
10. Nas formações em que o prefixo tem como REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
segundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
hepático, geo-história, neo-helênico, extra-humano, Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
semi-hospitalar, super-homem.
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo SITE
termina com a mesma vogal do segundo elemento: Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/
micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto- aulas/portugues/ortografia>
observação, etc.

O hífen é suprimido quando para formar outros


termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
#FicaDica
1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
Ao separar palavras na translineação Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas
(mudança de linha), caso a última palavra a corretamente.
ser escrita seja formada por hífen, repita-o
na próxima linha. Exemplo: escreverei anti- a) Extrovertido – extroverção.
inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. b) Disponível – disponibilisar.
Na próxima linha escreverei: “-inflamatório” c) Determinado – determinassão.
(hífen em ambas as linhas). Devido à d) Existir – existência.
diagramação, pode ser que a repetição do e) Característica – caracterizasão.
hífen na translineação não ocorra em meus
conteúdos, mas saiba que a regra é esta! Resposta: Letra D
Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão
Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar
B) Não se emprega o hífen: Em “c”: Determinado / determinassão = determinação
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo Em “d”: Existir / existência = corretas
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização
“r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas
consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, 2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
microssistema, minissaia, microrradiografia, etc. I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com portuguesa em:
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, a) O estagiário foi mal treinado, por isso não
plurianual, autoescola, infraestrutura, etc. desempenhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos pelos seus superiores.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” b) O time não jogou mau no último campeonato,
inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. apesar de enfrentar alguns problemas com jogadores
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando descontrolados.
o segundo elemento começar com “o”: cooperação, c) O menino não era mal aluno, somente tinha
coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, dificuldade em assimilar conceitos mais complexos
coedição, coexistir, etc. sobre os temas expostos.
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de
noção de composição: pontapé, girassol, mal humor porque tinha sofrido um acidente de
paraquedas, paraquedista, etc. carro na véspera.

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e) Os participantes compreendiam mau o que estava e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim,
sendo discutido, por isso não conseguiam formular enfrentou a pena última.
perguntas.
Resposta: Letra A
Resposta: Letra A Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros
Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se
(antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de
ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a ânimo, chamando a si toda a culpa.
frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da
utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde profissão que lhe valera o apelido = correta
= Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente – Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a
embora errada em termos de saúde! Então, a maneira demonstrar fé, entusiasmo e coragem na aventura de
correta é “Cigarro faz mal à saúde”. 89 = correta
Vamos aos itens: Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da
Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados,
Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último a quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes
campeonato = mal sempre lutara pela subsistência = correta
Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim,
Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe enfrentou a pena última = correta
estava de mal (bom) humor = mau
Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o 5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA
que estava sendo discutido = mal INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017)
Estabeleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª
3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – considerando o emprego do por que / porque.
CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas (1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas
da língua portuguesa as palavras mulheres [...].”
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque
a) admissão, paralisação, impasse são mulheres.”
b) bambusal, autorização, inspiração ( ) Faltei _____________ você estava doente.
c) consessão, extresse, enxaqueca ( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente.
d) banalisação, reexame, desenlace ( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento.
e) desorganisação, abstração, cassação ( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de
outro pensamento.
Resposta: Letra A
Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas A sequência está correta em:
Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização / a) 1, 1, 1, 2
inspiração b) 1, 2, 1, 2
Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse / c) 2, 1, 1, 2
enxaqueca d) 2, 2, 2, 1
Em “d”: banalisação = banalização / reexame /
desenlace Resposta: Letra C
Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração Faltei porque você estava doente. = conjunção causal
/ cassação Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá
para substituir por “a causa pela qual”
4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – Não se sabe por que realizou tal procedimento. =
ESAF-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada substituir por “a causa”
em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que Este ponto de vista é porque não há manifestação de
não está isento de erros gramaticais e de ortografia, outro pensamento. = conjunção causal
considerando-se a ortodoxia gramatical. Teremos: 2, 1, 1, 2

a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não 6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV-
procuravam outra coisa se não salvar-se, ele revelou 2018) “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele
a mais heróica força de ânimo, chamando a si toda a só usava meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1
culpa. há um erro gramatical, que é:
b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão
que lhe valera o apelido. a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”;
c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé, b) haver vírgula após a expressão “Um dia”;
entusiasmo e coragem na aventura de 89. c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”;
d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, d) grafar-se “porque” em vez de “por que”;
Alvarenga eram homens requintados, letrados, a e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.
quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre
lutara pela subsistência.

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Resposta: Letra D D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi


“Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só totalmente abolido das palavras. Há uma exceção:
usava meias vermelhas” é utilizado em palavras derivadas de nomes
Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller)
cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam
objeto direto (sem preposição) vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; = está
correto, pois separa o advérbio no início do período Regras fundamentais
Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o
perguntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas
– perguntaram o que a quem) terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não
Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”; do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”. Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
= correto, pois se invertermos haverá mudança de Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
sentido (ele usava só meias, nenhuma outra peça de seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
roupa). Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
que”, já que se trata de uma pergunta indireta.
B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas
terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
ACENTUAÇÃO
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
fórceps
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
Quanto à acentuação, observamos que algumas ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a
outra. Por isso, vamos às regras!
#FicaDica
Regras básicas
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
A acentuação tônica está relacionada à intensida- esta palavra apresenta as terminações das
de com que são pronunciadas as sílabas das palavras. paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas Assim ficará mais fácil a memorização!
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
cadas como: C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a quando a sua antepenúltima sílaba é tônica
última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel (mais forte). Quanto à regra de acentuação:
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima síla- todas as proparoxítonas são acentuadas,
ba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível independentemente de sua terminação: árvore,
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúlti- paralelepípedo, cárcere.
ma sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Regras especiais
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
Os acentos de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas
FIQUE ATENTO!
letras representam as vogais tônicas de palavras
como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” Se os ditongos abertos estiverem em uma
indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói – palavra oxítona (herói) ou monossílaba
céu (ditongos abertos). (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu.
B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs .
C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles

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Antes Agora Antes Agora


assembléia assembleia bocaiúva bocaiuva
idéia ideia feiúra feiura
geléia geleia Sauípe Sauipe
jibóia jiboia
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
apóia (verbo apoiar) apoia abolido:
paranóico paranoico
Antes Agora
Acento Diferencial
crêem creem
Representam os acentos gráficos que, pelas regras lêem leem
de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados vôo voo
para diferenciar classes gramaticais entre determinadas
palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X enjôo enjoo
por (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do
verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo
#FicaDica
verbo).
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, que não recebem mais acento como antes:
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. CRER, DAR, LER e VER.
Os demais casos de acento diferencial não são Repare:
mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo O menino crê em você. / Os meninos creem
(substantivo), pelo (preposição). Seus significados e em você.
classes gramaticais são definidos pelo contexto. Elza lê bem! / Todas leem bem!
Polícia para o trânsito para que se realize a operação Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, que os garotos deem o recado!
conjunção (com relação de finalidade). Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! /
Eles vêm à tarde!
#FicaDica
Quando, na frase, der para substituir o “por” As formas verbais que possuíam o acento tônico na
por “colocar”, estaremos trabalhando com raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “e” ou “i” não serão mais acentuadas:
“por” é preposição: Faço isso por você. /
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Antes Agora
apazigúe (apaziguar) apazigue
Regra do Hiato averigúe (averiguar) averigue
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, argúi (arguir) argui
segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”,
haverá acento: saída – faísca – baú – país – Luís Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z: vêm (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha. – eles convêm.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
paroxítonas): CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/gramatica/
acentuacao.htm>

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4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –


CESGRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada
EXERCÍCIOS COMENTADOS graficamente para estar correta quanto às normas em
vigor está destacada na seguinte frase:
1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015)
Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um
mesma razão que “Bíblia”: personagem inesquecível.
b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho
a) íris. da realidade.
b) estórias. c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais
c) queríamos. com temas políticos.
d) aí. d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele
e) páginas. sua fala várias vezes.
e) Alguns atores de novela constroem seus personagens
Resposta: Letra B fazendo pesquisa.
“Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona
terminada em ditongo. Resposta: Letra D
Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s) Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não
Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo acentuado)
Em “c”, queríamos = proparoxítona Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural
Em “d”, aí = regra do hiato dobra o “e” (perdeu o acento com o Acordo)
Em “e”, páginas = proparoxítona Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor =
correta
2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018) Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator
A sequência de palavras cujos acentos são empregados rele = relê (oxítona)
pelo mesmo motivo é
Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta
a) público, função, dói.
5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E
b) burocráticos, próximo, século.
PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO –
c) será, aí, é, está.
VUNESP/2012) Seguem a mesma regra de acentuação
d) glória, exercício, publicação.
gráfica relativa às palavras paroxítonas:
e) hábito, bancário, poética.
a) probatório; condenatório; crédito.
Resposta: Letra B
b) máquina; denúncia; ilícita.
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem
c) denúncia; funcionário; improcedência.
função de nasalizar (indicar som fechado) / dói =
d) máquina; improcedência; probatório.
monossílabo formado por ditongo aberto
Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo = e) condenatório; funcionário; frágil.
proparoxítona / século = proparoxítona
Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do Resposta: Letra C
hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em Vamos a elas:
“e” / está = (verbo) oxítona terminada em “a” Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo
Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo / condenatório = paroxítona terminada em ditongo /
/ exercício = paroxítona terminada em ditongo / crédito = proparoxítona.
publicação = o til indica nasalização (som fechado) Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia
Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona / = paroxítona terminada em ditongo / ilícita =
bancário = paroxítona terminada em ditongo / poética proparoxítona.
= proparoxítona Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em ditongo
/ funcionário = paroxítona terminada em ditongo /
3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – improcedência = paroxítona terminada em ditongo
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O emprego Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência
do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acúmulo” = paroxítona terminada em ditongo / probatório =
e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra de paroxítona terminada em ditongo
acentuação. Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em
ditongo / funcionário = = paroxítona terminada em
( ) CERTO  ( ) ERRADO ditongo / Frágil = paroxítona terminada em “l”

Resposta: Errado 6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA


O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”, - CESPE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e
“acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma “injúria” são acentuadas de acordo com a mesma regra
regra de acentuação. de acentuação gráfica.
metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona /
imóveis = paroxítona terminada em ditongo ( ) CERTO  ( ) ERRADO

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Resposta: Errado pequeno, pequenininho, pequenez. O conjunto de


“Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona palavras que se agrupam em torno de um mesmo
terminada em ditongo / injúria = paroxítona terminada radical denomina-se família de palavras.
em ditongo.
B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes
7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre (os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo:
as frases que seguem, a única correta é: beleza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo).

a) Ele se esqueceu de que? C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar,


b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo obtêm-se formas como amava, amavas, amava,
entre os presentes. amávamos, amáveis, amavam. Estas modificações
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexio-
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos nado em número (singular e plural) e pessoa (pri-
funcionários. meira, segunda ou terceira). Também ocorrem se
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração. modificarmos o tempo e o modo do verbo (ama-
va, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
Resposta: Letra E concluir que existem morfemas que indicam as fle-
Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê? xões das palavras. Estes morfemas sempre surgem
Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu no fim das palavras variáveis e recebem o nome de
para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. desinências. Há desinências nominais e desinên-
Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos cias verbais.
excessivos nas críticas.
Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o
reivindicações dos funcionários. número dos nomes. Para a indicação de gênero, o
Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha português costuma opor as desinências -o/-a: ga-
consideração. roto/garota; menino/menina. Para a indicação de
número, costuma-se utilizar o morfema –s, que in-
dica o plural em oposição à ausência de morfema,
que indica o singular: garoto/garotos; garota/ga-
rotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso
MORFOLOGIA
dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de
plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/re-
vólveres; cruz/cruzes.
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desi-
As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista nências verbais pertencem a dois tipos distintos.
de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos Há desinências que indicam o modo e o tempo
em seus menores elementos (partes) possuidores (desinências modo-temporais) e outras que indi-
de sentido. A palavra inexplicável, por exemplo, é cam o número e a pessoa dos verbos (desinência
constituída por três elementos significativos: número-pessoais):
In = elemento indicador de negação
Explic – elemento que contém o significado básico da cant-á-va-mos:
palavra cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência modo-
Ável = elemento indicador de possibilidade temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicativo)
/ -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira
Estes elementos formadores da palavra recebem o pessoa do plural)
nome de morfemas. Através da união das informações
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode- cant-á-sse-is:
se entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
que não tem possibilidade de ser explicado, que não é modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
possível tornar claro”. subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza
Morfemas = são as menores unidades significativas a segunda pessoa do plural)
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
D) Vogal temática
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o
Classificação dos morfemas radical às desinências, é chamado de vogal temá-
tica. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo
A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temá-
portador de significado. É através do radical que tica) que se acrescentam as desinências. Tanto os
podemos formar outras palavras comuns a um verbos como os nomes apresentam vogais temá-
grupo de palavras da mesma família. Exemplo: ticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica

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as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida
(da 2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ª conjugação por acréscimo de sufixo.
= partir). Feliz mente / leal dade
Radical sufixo radical sufixo
D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o,
quando átonas finais, como em mesa, artista, per- C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
da, escola, base, combate. Nestes casos, não pode- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-se
ríamos pensar que essas terminações são desinên- principalmente verbos.
cias indicadoras de gênero, pois mesa e escola, por
exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a estas En trist ecer
vogais temáticas que se liga a desinência indica- Prefixo radical sufixo
dora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes
terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, ca- En tard ecer
qui, por exemplo) não apresentam vogal temática. prefixo radical sufixo

D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que Há dois casos em que a palavra derivada é formada
caracterizam três grupos de verbos a que se dá o sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal regressiva e a derivação imprópria.
temática é -a pertencem à primeira conjugação;
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à se- Derivação
gunda conjugação e os que têm vogal temática -i
pertencem à terceira conjugação. • Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo,
E) Interfixos na formação de substantivos derivados de verbos.
São os elementos (vogais ou consoantes) que se janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
intercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou (substantivo) – deriva de pescar (verbo)
mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
Por exemplo: • Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. obtida pela mudança de categoria gramatical da
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento. palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na
forma, mas somente na classe gramatical.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo
Formação das Palavras
“porquê” deriva da conjunção porque)
Há em Português palavras primitivas, palavras
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
derivadas, palavras simples, palavras compostas.
do verbo olhar).
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua portu-
guesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua por-
tuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro, #FicaDica
floricultura.
A derivação regressiva “mexe” na estrutura
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só ra-
da palavra, geralmente transforma verbos
dical: azeite, cavalo.
em substantivos: caça = deriva de caçar,
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais
saque = deriva de sacar
de um radical: couve-flor, planalto.

As palavras compostas podem ou não ter seus


A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
elementos ligados por hífen.
apenas faz com que ela pertença a uma classe
gramatical “imprópria” da qual ela realmente, ou melhor,
Processos de Formação de Palavras costumeiramente faz parte. A alteração acontece devido
Na Língua Portuguesa há muitos processos de à presença de outros termos, como artigos, por exemplo:
formação de palavras. Entre eles, os mais comuns são a O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a
derivação, a composição, a onomatopeia, a abreviação e funcionar como substantivo devido à presença do artigo
o hibridismo. “o”)
Derivação por Acréscimo de Afixos Composição
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
(derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética. composição: justaposição e aglutinação.

A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida A) Justaposição: ocorre quando os elementos que
por acréscimo de prefixo. formam o composto são postos lado a lado, ou
In feliz / des leal seja, justapostos: para-raios, corre-corre, guarda-
Prefixo radical prefixo radical roupa, segunda-feira, girassol.

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B) Composição por aglutinação: ocorre quando os


elementos que formam o composto aglutinam-se e USO DO SINAL DE CRASE
pelo menos um deles perde sua integridade sono-
ra: aguardente (água + ardente), planalto (plano +
alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre).
CRASE
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Abreviação – é a redução de palavras até o limite idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos
(pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras, e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar-
iniciais: p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor). cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo,
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual à qual, às quais.
se reduzem locuções substantivas próprias às suas O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
letras iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
(siglas impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
MEC (siglas puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
Petrobras (siglas impuras). que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
Hibridismo: é a palavra formada com elementos termo regido é aquele que completa o sentido do termo
oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego; regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego). contratada recentemente.
Após a junção da preposição com o artigo (destaca-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dos entre parênteses), temos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. da recentemente.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. O verbo referir, de acordo com sua transitividade,
– São Paulo: Saraiva, 2010. classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposi-
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. ção a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a +
o pronome demonstrativo aquela (àquela).
SITE
Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramatica/ Observações importantes:
estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:

• Substitui-se a palavra feminina por uma masculina


equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
crase está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor.

• No caso de nomes próprios geográficos, substitui-


-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resul-
te na expressão “voltar da”, há a confirmação da
crase.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)

Não me esqueço da viagem a Roma.


Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
mais vividos.

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• Não se efetiva o uso da crase diante da locução


FIQUE ATENTO! adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana,
Nas situações em que o nome geográfico observamos a queima de fogos a distância.
se apresentar modificado por um adjunto Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
adnominal, a crase está confirmada. uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades pedestre foi arremessado à distância de cem metros.
de suas praias.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; • De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: -, faz-se necessário o emprego da crase.
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. Ensino à distância.
(crase pra quê?) Ensino a distância.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
• Em locuções adverbiais formadas por palavras re-
petidas, não há ocorrência da crase.
Quando o nome de lugar estiver especificado, Ela ficou frente a frente com o agressor.
ocorrerá crase. Veja: Eu o seguirei passo a passo.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Casos em que não se admite o emprego da crase:
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Antes de vocábulos masculinos.
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo Esta caneta pertence a Pedro.
regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Entregamos a encomenda àquela menina. Antes de verbos no infinitivo.
(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Iremos àquela reunião.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de numeral.
O número de aprovados chegou a cem.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando Faremos uma visita a dez países.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
(preposição + pronome demonstrativo)
Observações:
• Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
A letra “a” que acompanha locuções femininas
cionando como uma locução adverbial feminina –
(adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento
grave: ocorrerá crase: Os passageiros partirão às dezenove
• locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às horas.
pressas, à vontade... • Diante de numerais ordinais femininos a crase está
• locuções prepositivas: à frente, à espera de, à confirmada, visto que estes não podem ser empre-
procura de... gados sem o artigo: As saudações foram direciona-
• locuções conjuntivas: à proporção que, à medida das à primeira aluna da classe.
que. • Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos to-
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem dos exaustos a casa.
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto
Eu adoro a noite! adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer exaustos à casa de Marcela.
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
preposição. • Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
Casos passíveis de nota: ram a terra, já era noite.
Contudo, se o termo estiver precedido por um
• A crase é facultativa diante de nomes próprios determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá
femininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. crase.
• Também é facultativa diante de pronomes Paulo viajou rumo à sua terra natal.
possessivos femininos: O diretor fez referência a O astronauta voltou à Terra.
(à) sua empresa.
• Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja • Não ocorre crase antes de pronomes que reque-
ficará aberta até as (às) dezoito horas. rem o uso do artigo.
• Constata-se o uso da crase se as locuções
Os livros foram entregues a mim.
prepositivas à moda de, à maneira de apresentarem-
Dei a ela a merecida recompensa.
se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
moda de Luís XV)

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• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos 2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o Assinale a alternativa que preenche, correta e
uso da crase está confirmado no “a” que os antece- respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
de, no caso de o termo regente exigir a preposição. Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São
Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de
em sentido genérico ou indeterminado: “Estação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
Estamos sujeitos a críticas. daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
Refiro-me a conversas paralelas. e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que
trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa também na capital paulista, onde cumprem pena mais de
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. duas mil mulheres.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza (https://oglobo.globo.com. Adaptado)
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010. a) à … às … a
b) a … as … a
SITE c) a … às … a
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/ d) à … às … à
gramatica/o-uso-crase-.html> e) a … as … à

Resposta: Letra B
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
EXERCÍCIOS COMENTADOS atendimento a (preposição – regência nominal de
“atendimento”, mas sem acento grave por estar diante
de palavra masculina) presos da Casa de Detenção,
1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -
em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento
chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”.
indicativo de crase está empregado corretamente em:
Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as
(objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela
a) O personagem evita considerar à internet responsável que foi a (artigo definido) maior prisão da América
por suas atitudes. Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários
b) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz
à jogar o tempo fora. um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da
c) O personagem tinha um comportamento indiferente à Capital, também na capital paulista, onde cumprem
qualquer influência da internet. pena mais de duas mil mulheres.
d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar Teremos: a / as / a.
com relação ao tempo.
e) O personagem revelou à pessoa com quem conversava
que jogava o tempo fora. 3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP
- OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO –
Resposta: Letra E VUNESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento
Aos itens: indicativo de crase está empregado corretamente.
Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto
direto) a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer
Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem com dores de cabeça.
acento grave indicativo de crase antes de verbo no b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à episó-
infinitivo) dios de nosso passado.
Em “c”, tinha um comportamento indiferente à c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito di-
qualquer influência = a qualquer (antes de pronome fícil à determinadas pessoas.
indefinido) d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente
Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de os momentos dolorosos.
artigo indefinido) e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, desconside-
Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem ramos o que ela traz de bom.
conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê?
que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa Resposta: Letra D
(objeto indireto, com preposição) = correta. Aos itens:
Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no
infinitivo não se usa acento grave)
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios
(palavra masculina e no plural)

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Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas c) a … à … à


= a determinadas (palavra no plural e presença só da d) à … à … a
preposição) e) a … a … à
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se
refere, refere-se a algo ou a alguém) Resposta: Letra E
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma Vamos aos trechos:
(antes de artigo indefinido) a rápida industrialização nos Estados Unidos deu ori-
gem a algumas das maiores fortunas = antes de pro-
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - nome indefinido
VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
acento indicativo da crase está corretamente empregado no infinitivo
em: e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
de “ligados” pede preposição
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de
talento: quem não tem, não vai nunca aprender. 6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão emprego do acento indicativo da crase.
ou tédio.
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
um tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor. chegam à um grande público devido à rapidez
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões se- da internet, é favorável à formação de ondas de
melhantes, no entanto elas seguem pelo lado oposto. credulidade.
e) Também não estamos falando só de correção gramati- b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
cal e ortográfica. Estamos nos referindo à pensamento. chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
favorece que se formem ondas de credulidade.
Resposta: Letra A c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet,
verbo “aludir” pede preposição) é favorável à formação de ondas de credulidade.
Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
uma (antes de artigo indefinido) chegam a um grande número de pessoas devido à
Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre pala- rapidez da internet, é favorável as ondas de credulidade
vras repetidas) que se formam.
Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à con- e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
clusões = a conclusões (antes de palavra no plural e chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet,
o “a” está “sozinho” = somente preposição) favorece à formação de ondas de credulidade.
Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a pen-
samento (palavra masculina) Resposta: Letra C
Acertos entre parênteses:
5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES-SP - Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público
AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO - VUNESP-2018) devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à
No começo do século 20, a rápida industrialização nos formação (ok)
Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas)
fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet
e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à
aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________ rapidez da internet, é favorável à formação = correta
ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet,
agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de é favorável as ondas (às ondas)
serviços financeiros, feito em parceria com a consultora Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok)
PwC. pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet,
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada favorece à formação (a formação)
aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual Observação: quanto à regência verbal de “favorecer”
começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10 = pede complemento verbal direto (favorece o quê?
a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da favorece quem?); já a regência nominal de “favorável”
Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia. pede preposição (favorável a quem? a quê?).
(IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do


texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:

a) a … a … a
b) à … à … à

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Período composto é aquele constituído por duas ou


mais orações:
SINTAXE Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.

Termos da Oração
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para para a formação das orações. No entanto, existem ora-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que
por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o ter-
obrigatoriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: mo que estabelece concordância com o verbo.
Trovejou muito ontem à noite. O candidato está preparado.
Os candidatos estão preparados.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação
em verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
nominais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
partir de seu sentido global:
estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem
no singular: candidato = está).
formula uma pergunta: Que dia é hoje?
A função do sujeito é basicamente desempenhada
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou
por substantivos, o que a torna uma função substantiva
faz um pedido: Dê-me uma luz!
da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quais-
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um
quer outras palavras substantivadas (derivação impró-
estado afetivo: Que dia abençoado!
pria) também podem exercer a função de sujeito.
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A
prova será amanhã. Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo,
substantivo)
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: plo: substantivo)
sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen-
verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo
do sujeito.
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é
a parte da frase que contém “a informação nova para
Um sujeito é determinado quando é facilmente
o ouvinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao
identificado pela concordância verbal. O sujeito determi-
tema, constituindo a declaração do que se atribui ao
nado pode ser simples ou composto.
sujeito.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que
possível identificar claramente a que se refere a concor-
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
núcleo estiver em um nome (geralmente um adjetivo), Estão gritando seu nome lá fora.
teremos um predicado nominal (os verbos deste tipo de Trabalha-se demais neste lugar.
predicado são os que indicam estado, conhecidos como
verbos de ligação): O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
(predicado verbal) plural; pode também ser um pronome indefinido. Abai-
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o xo, sublinhei os núcleos dos sujeitos:
núcleo é “fácil” (predicado nominal) Nós estudaremso juntos.
A humanidade é frágil.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída Ninguém se move.
por uma ou mais orações, formando um todo, com O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
sentido completo. O período pode ser simples ou derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
composto. As crianças precisam de alimentos saudáveis.

Período simples é aquele constituído por apenas O sujeito composto é o sujeito determinado que
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. apresenta mais de um núcleo.
Chove. Alimentos e roupas custam caro.
A existência é frágil. Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.

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Além desses dois sujeitos determinados, é comum a Está tarde.


referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o Já são dez horas.
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo Faz frio nesta época do ano.
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido Há muitos concursos com inscrições abertas.
pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós) Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
Falaste o recado à sala? = (tu) informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se- é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com
gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os exceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo
pronomes não estejam explícitos. o que difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci- Chove muito nesta época do ano.
to na desinência verbal “-mos” Houve problemas na reunião.
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de-
sinência verbal “-ais” Em ambas as orações não há sujeito, apenas
predicado. Na segunda oração, “problemas” funciona
Mas: como objeto direto.
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós As questões estavam fáceis!
Sujeito simples = as questões
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Predicado = estavam fáceis
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Sujeito = uma ideia estranha
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser
Predicado = passou-me pelo pensamento
indeterminado de duas maneiras:
Para o estudo do predicado, é necessário verificar
A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o
se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado
sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se
Bateram à porta;
considerar também se as palavras que formam o
Andam espalhando boatos a respeito da queda do
ministro. predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao
sujeito da oração.
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
ou composto: Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
Os meninos bateram à porta. (simples) de opinião.
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) Predicado

B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres- O predicado acima apresenta apenas uma palavra
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típi- que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se
ca dos verbos que não apresentam complemento ligam direta ou indiretamente ao verbo.
direto: A cidade está deserta.
Precisa-se de mentes criativas.
Vivia-se bem naqueles tempos. O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-
Trata-se de casos delicados. -se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
Sempre se está sujeito a erros. elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice predicativo do sujeito).
de indeterminação do sujeito.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo significativo um verbo:
predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. Chove muito nesta época do ano.
A mensagem está centrada no processo verbal. Os Estudei muito hoje!
principais casos de orações sem sujeito com: Compraste a apostila?

• os verbos que indicam fenômenos da natureza: Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
Amanheceu. apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
Está trovejando. processos.

• os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam O predicado nominal é aquele que tem como nú-
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade
tempo em geral: ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo

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do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou- B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
ligação). cansar a Vossa Senhoria.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado (sem preposição, o sentido seria outro: O povo pre-
do sujeito: Os dados parecem corretos. judica a crise)
O verbo parecer poderia ser substituído por estar,
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
relacionadas.
Gosto de música popular brasileira.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por Necessito de ajuda.
um adjetivo ou substantivo.
Objeto Pleonástico
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig- objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
nificativo, indicando processos. É também sempre por ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à repe-
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com tição que se dá o nome de objeto pleonástico.
o termo a que se refere.
O dia amanheceu ensolarado; “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves
As mulheres julgam os homens inconstantes. Dias)

No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta objeto pleonástico


duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
um verbal e outro nominal. Ao traidor, nada lhe devemos.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento nominal, que se liga ao nome que com-
complemento homens com o predicativo “inconstantes”. pleta por intermédio de preposição:
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a pala-
Termos integrantes da oração vra “necessária”
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
complemento nominal são chamados termos integrantes Termos acessórios da oração e vocativo
da oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos Os termos acessórios recebem este nome por serem
verbos transitivos, com eles formando unidades signifi- explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
cativas. Estes verbos podem se relacionar com seus com- junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o voca-
plementos diretamente, sem a presença de preposição, tivo – este, sem relação sintática com outros temos da
ou indiretamente, por intermédio de preposição. oração.

O objeto direto é o complemento que se liga direta- O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
mente ao verbo. ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
Houve muita confusão na partida final. sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
Queremos sua ajuda. adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: a pé àquela velha praça.

A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns O adjunto adnominal é o termo acessório que de-
referentes a pessoas: termina, especifica ou explica um substantivo. É uma fun-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. ção adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomina- que exercem o papel de adjunto adnominal na oração.
se: objeto direto preposicionado) Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os
numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

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O adjunto adnominal se liga diretamente ao subs- Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
tantivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o entre as orações de um período composto: uma relação
predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um de coordenação ou uma relação de subordinação.
verbo. Duas orações são coordenadas quando estão juntas
O poeta português deixou uma obra originalíssima. em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
O poeta deixou-a. de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
adjunto adnominal) Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto)
O poeta português deixou uma obra inacabada. Podemos dizer:
O poeta deixou-a inacabada. 1. Estou comprando um protetor solar.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo 2. Irei à praia.
do objeto)
Separando as duas, vemos que elas são independen-
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um tes. Tal período é classificado como Período Composto
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se por Coordenação.
relaciona apenas ao substantivo. Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, Sindéticas.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
A) Coordenadas Assindéticas
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se-
São orações coordenadas entre si e que não são
gunda-feira, passei o dia mal-humorado.
ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem- justapostas.
po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se-
gunda-feira passei o dia mal-humorado. B) Coordenadas Sindéticas
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu Ao contrário da anterior, são orações coordenadas
valor na oração, em: entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas coordenativa, que dará à oração uma classificação. As
humanas, permite-nos interpretar melhor nossa orações coordenadas sindéticas são classificadas em
relação com o mundo. cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas e explicativas.
coisas: amor, arte, ação.
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
sonho, tudo forma o carnaval.
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, • Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida. principais conjunções são: e, nem, não só... mas
também, não só... como, assim... como.
O vocativo é um termo que serve para chamar, in- Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não Comprei o protetor solar e fui à praia.
mantendo relação sintática com outro termo da oração.
• Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substan-
suas principais conjunções são: mas, contudo, to-
tivos, pronomes substantivos, numerais e palavras subs-
davia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim,
tantivadas esse papel na linguagem.
senão.
João, venha comigo!
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Traga-me doces, minha menina! Li tudo, porém não entendi!
Períodos Compostos • Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
Período Composto por Coordenação quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
O período composto se caracteriza por possuir mais
de uma oração em sua composição. Sendo assim: • Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma suas principais conjunções são: logo, portanto, por
oração) fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à posto ao verbo).
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas Passei no concurso, portanto comemorarei!
orações) A situação é delicada; devemos, pois, agir.
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três • Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
orações). suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a sa-
ber, na verdade, pois (anteposto ao verbo).

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Não fui à praia, pois queria descansar durante o Classificação das Orações Subordinadas
Domingo. Substantivas
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos. Conforme a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
Período Composto Por Subordinação
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
Quero que você seja aprovado! verbo da oração principal:
Oração principal oração subordinada
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Observe que na oração subordinada temos o verbo Sujeito
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por É fundamental que você compareça à reunião.
conjunção. As orações subordinadas que apresentam Oração Principal Oração Subordinada
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo Substantiva Subjetiva
do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas
por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou FIQUE ATENTO!
explícitas. Observe que a oração subordinada
substantiva pode ser substituída pelo
Podemos modificar o período acima. Veja: pronome “isso”. Assim, temos um período
simples:
Quero ser aprovado. É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Oração Principal Oração Subordinada
Desta forma, a oração correspondente a
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- “isso” exercerá a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
subordinada “ser aprovado”. Observe que a oração su-
bordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além
disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas ora- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na
ções, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo oração principal:
surge numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implí- • Verbos de ligação + predicativo, em construções
citas (como no exemplo acima). do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Pa-
rece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
Observação: É bom que você compareça à minha festa.
As orações reduzidas não são introduzidas por con-
junções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual- • Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Sou-
mente, introduzidas por preposição. be-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi
anunciado, Ficou provado.
A) Orações Subordinadas Substantivas Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção in- • Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar
tegrante (que, se). - importar - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
Não sei se sairemos hoje.
Oração Subordinada Substantiva Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva,
Temos medo de que não sejamos aprovados. o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do
Oração Subordinada Substantiva singular.

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) tam- 2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
bém introduzem as orações subordinadas substantivas, do verbo da oração principal:
bem como os advérbios interrogativos (por que, quando,
onde, como). Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto
O garoto perguntou qual seu nome.
Oração Subordinada Substantiva Todos querem que você seja aprovado. (Todos
querem isso)
Não sabemos quando ele virá. Oração Principal Oração Subordinada
Oração Subordinada Substantiva Substantiva Objetiva Direta

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As orações subordinadas substantivas objetivas dire- 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo
tas (desenvolvidas) são iniciadas por: da oração principal.
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
e “se”: A professora verificou se os alunos estavam Aposto
presentes.
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
vezes regidos de preposição), nas interrogações Oração subordinada
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono substantiva apositiva reduzida de infinitivo
do carro importado.
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às (Fernanda tinha um grande sonho: isso)
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso. Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto
B) Orações Subordinadas Adjetivas
do verbo da oração principal. Vem precedida de
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que pos-
preposição.
sui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equiva-
Meu pai insiste em meu estudo. le. As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
Objeto Indireto exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso) Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Objetiva Indireta
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
Observação: “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Subordinada Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Substantiva Objetiva Indireta
Perceba que a conexão entre a oração subordinada
4. Completiva Nominal = completa um nome que adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
pertence à oração principal e também vem marca- feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
da por preposição. relacionar) duas orações, o pronome relativo desempe-
nha uma função sintática na oração subordinada: ocupa
Sentimos orgulho de seu comportamento. o papel que seria exercido pelo termo que o antecede
Complemento Nominal (no caso, “redação” é sujeito, então o “que” também fun-
ciona como sujeito).
Sentimos orgulho de que você se comportou.
(= Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada FIQUE ATENTO!
Substantiva Completiva Nominal Vale lembrar um recurso didático para
reconhecer o pronome relativo “que”: ele
As orações subordinadas substantivas objetivas sempre pode ser substituído por: o qual -
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto a qual - os quais - as quais
que orações subordinadas substantivas completivas Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta
nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno
uma da outra, é necessário levar em conta o termo
o qual estuda.
complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto
e o complemento nominal: o primeiro complementa um
verbo; o segundo, um nome.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do Quando são introduzidas por um pronome relativo e
sujeito do verbo da oração principal e vem sempre apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
depois do verbo ser. orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvol-
Nosso desejo era sua desistência. vidas. Além delas, existem as orações subordinadas ad-
Predicativo do Sujeito jetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome
relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apre-
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso sentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo,
desejo era isso) gerúndio ou particípio).
Oração Subordinada Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Substantiva Predicativa Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

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No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Oração Subordinada Adverbial
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração su- A oração em destaque agrega uma circunstância de
bordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há prono- tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
me relativo e seu verbo está no infinitivo. adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
acessórios que indicam uma circunstância referente, via
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adver-
bial depende da exata compreensão da circunstância que
Na relação que estabelecem com o termo que carac- exprime.
terizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar Naquele momento, senti uma das maiores emoções
de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem de minha vida.
ou especificam o sentido do termo a que se referem, in- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
dividualizando-o. Nestas orações não há marcação de minha vida.
pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restriti-
vas. Existem também orações que realçam um detalhe ou No primeiro período, “naquele momento” é um ad-
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encon- junto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
tra suficientemente definido. Estas orações denominam- “senti”. No segundo período, este papel é exercido pela
-se subordinadas adjetivas explicativas. oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração
subordinada adverbial temporal. Esta oração é desenvol-
Exemplo 1: vida, pois é introduzida por uma conjunção subordina-
tiva (quando) e apresenta uma forma verbal do modo
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que
indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria
passava naquele momento.
possível reduzi-la, obtendo-se:
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
No período acima, observe que a oração em destaque nha vida.
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”:
trata-se de um homem específico, único. A oração limita A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
o universo de homens, isto é, não se refere a todos os das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
homens, mas sim àquele que estava passando naquele é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por
momento. uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação:
A classificação das orações subordinadas adverbiais
O homem, que se considera racional, muitas vezes é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun-
age animalescamente. tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa oração.

Agora, a oração em destaque não tem sentido restri- Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
tivo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no con- A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
ceito de “homem”. àquilo que provoca um determinado fato, ao moti-
vo do que se declara na oração principal. Principal
Saiba que: conjunção subordinativa causal: porque. Outras
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da conjunções e locuções causais: como (sempre in-
oração principal por uma pausa que, na escrita, é represen- troduzido na oração anteposta à oração principal),
tada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
indicada como forma de diferenciar as orações explicativas As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito
das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre isoladas forte.
por vírgulas; as restritivas, não. Já que você não vai, eu também não vou.

C) Orações Subordinadas Adverbiais A diferença entre a subordinada adverbial causal e a


Uma oração subordinada adverbial é aquela que sindética explicativa é que esta “explica” o fato que acon-
exerce a função de adjunto adverbial do verbo da ora- teceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apre-
ção principal. Assim, pode exprimir circunstância de tem- senta a “causa” do acontecimento expresso na oração à
po, modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando qual ela se subordina. Repare:
desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções 1. Faltei à aula porque estava doente.
subordinativas (com exclusão das integrantes, que intro- 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
duzem orações subordinadas substantivas). Classifica-se
de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que
a introduz (assim como acontece com as coordenadas
sindéticas).

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Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de Você age como criança. (age como uma criança age)
estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois, • geralmente há omissão do verbo.
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram
vermelhos. F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- para a execução do que se declara na oração prin-
cia, é efeito do que se declara na oração principal. cipal. Principal conjunção subordinativa conforma-
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, tiva: conforme. Outras conjunções conformativas:
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas como, consoante e segundo (todas com o mesmo
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. valor de conforme).
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que Fiz o bolo conforme ensina a receita.
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou têm direitos iguais.
concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Redu- G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
zida de Infinitivo) se declara na oração principal. Principal conjunção
subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe finais: que, porque (= para que) e a locução conjun-
como necessário para a realização ou não de um tiva para que.
fato. As orações subordinadas adverbiais condicio- Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso
na oração principal. H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
Principal conjunção subordinativa condicional: se. seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, des- principal. Principal locução conjuntiva subordinati-
de que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, va proporcional: à proporção que. Outras locuções
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior),
certamente o melhor time será campeão. quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
Caso você saia, convide-me. quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quan-
to mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto
D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo menos...(menos).
da oração principal, isto é, admitem uma contra- À proporção que estudávamos mais questões
dição ou um fato inesperado. A ideia de conces- acertávamos.
são está diretamente ligada ao contraste, à quebra À medida que lia mais culto ficava.
de expectativa. Principal conjunção subordinativa
concessiva: embora. Utiliza-se também a con- I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao
junção: conquanto e as locuções ainda que, ainda fato expresso na oração principal, podendo expri-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar mir noções de simultaneidade, anterioridade ou
de que. posterioridade. Principal conjunção subordinativa
Só irei se ele for. temporal: quando. Outras conjunções subordina-
A oração acima expressa uma condição: o fato de tivas temporais: enquanto, mal e locuções conjun-
“eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. tivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes
Compare agora com: que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Irei mesmo que ele não vá. Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando ter-
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: minou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial Orações Reduzidas
concessiva.
Observe outros exemplos: As orações subordinadas podem vir expressas como
Embora fizesse calor, levei agasalho. reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conec-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) tivo subordinativo que as introduza.
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
E) Comparativa= As orações subordinadas adver- É preciso que se estude = oração desenvolvida (pre-
biais comparativas estabelecem uma comparação sença do conectivo)
com a ação indicada pelo verbo da oração princi-
pal. Principal conjunção subordinativa comparati-
va: como.

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Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam d) para a criatividade de uma desigualdade social;
“desenvolvidas” – como no exemplo acima. e) para criarem uma desigualdade social.
É preciso estudar = oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo Resposta: Letra B
É preciso que se estude = oração subordinada subs- Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;
tantiva subjetiva Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A
Orações Intercaladas diferença é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi
usada para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse
São orações independentes encaixadas na sequên- uma desigualdade social.
cia do período, utilizadas para um esclarecimento, um
aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou 3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
– FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
travessões.
10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
Nós – continuava o relator – já abordamos este
matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
assunto.
orações desse período mantêm entre si a seguinte
relação lógica:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa a) causa e consequência;
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. b) informação e comprovação;
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, c) fato e exemplificação;
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira d) afirmação e explicação;
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – e) tese e argumentação.
São Paulo: Saraiva, 2002.
Resposta: Letra A
SITE Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país
Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/aulas/ decreta emergência = devido aos atentados (causa),
portugues/frase-periodo-e-oracao> o país decretou emergência (consequência).

4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO


– FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a
EXERCÍCIOS COMENTADOS abstenção, o governo espera uma economia vultosa no
Enem”. A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) ser adequadamente substituída pela seguinte oração
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A desenvolvida:
forma de oração desenvolvida adequada correspondente
à oração sublinhada acima é: a) para que se evitasse a abstenção;
b) a fim de que a abstenção fosse evitada;
a) relembrarmos este dia; c) para que se evite a abstenção;
b) a relembrança deste dia; d) a fim de evitar-se a abstenção;
e) evitando-se a abstenção.
c) que relembremos este dia;
d) que relembrássemos este dia;
Resposta: Letra C
e) uma nova lembrança deste dia.
Em “a”: para que se evitasse a abstenção;
Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada;
Resposta: Letra C Em “c”: para que se evite a abstenção;
Em “c”: que relembremos este dia; Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para
Em “d”: que relembrássemos este dia; evitar a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com
Em uma oração desenvolvida há a presença de as novas medidas para que se evite a abstenção”.
conjunção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer
a correlação verbal com o período da oração reduzida 5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
(o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que
relembrar). Portanto, a forma correta é: Talvez um dia o termo sublinhado funciona como sujeito.
seja bom que relembremos este dia.
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de
2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE excessos”.
LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja, b) “Sempre há, também, o oportunismo político-
foi usada para criar uma desigualdade social...”; se ideológico para se aproveitar da crise”.
modificarmos a oração reduzida de infinitivo por uma c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior,
oração desenvolvida, a forma adequada seria: melhor, ...”.
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as
a) para a criação de uma desigualdade social; vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo
b) para que se criasse uma desigualdade social; funcionando”.
c) para que se crie uma desigualdade social; e) “Numa democracia, é livre a expressão”.

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Resposta: Letra C c) ... que reduz as barreiras ao acesso.


Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto d) ... do que era nos anos 70.
Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político- e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma
-ideológico = objeto direto camisa.
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto
pior, melhor = sujeito Resposta: Letra C
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando “Ocupava uma sala” = transitivo direto
= objeto direto Em “a”: A capacidade de computação duplicou =
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito verbo intransitivo
Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO JUDICI- Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
ÁRIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que lhe Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
daria seria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para que Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo
aconteça sempre... ’” O pronome destacado cumpre papel intransitivo
coesivo, mas também sintático na oração. Assim, sintati-
camente, ele deve ser classificado como: 9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho
comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da
a) adjunto adnominal. internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação
b) objeto direto. específica que coíba não somente os usos mas os abusos
c) complemento nominal. deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre
d) objeto indireto. as ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do tex-
e) predicativo. to, é correto afirmar que:

Resposta: Letra D a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;


O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto): b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No c) mostram diferentes funções sintáticas;
caso: resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto = d) são da mesma classe gramatical e da mesma função
a ele[a]) sintática;
GABARITO OFICIAL: D e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada.

7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Resposta: Letra D


TRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota desde os “Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas,
18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, os usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da
sua terra natal...”, a expressão em destaque falta de uma legislação específica que (= a qual) coíba
não somente os usos mas os abusos deste importante
a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da e eficaz veículo de comunicação” = ambos podem
oração por tratar-se de um termo essencial. ser substituídos por “a qual”, portanto são pronomes
b) exerce função de aposto e pode ser excluída da ora- relativos (pertencem à mesma classe gramatical); o 1.º
ção por tratar-se de um termo acessório. inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o
c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da 2.º, adjetiva restritiva.
oração por tratar-se de um termo essencial.
d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um 10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
termo acessório. TRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as afirmações
e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um apresentadas a seguir.
termo acessório. I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a
oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
Resposta: Letra B explicativa.
A expressão destacada exerce a função de aposto II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o dimi-
– uma informação a mais sobre o termo citado nutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como
anteriormente (no caso, Minas Gerais). É um termo sujeito da locução verbal “ter surgido”.
acessório, podendo ser retirado do período sem III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada
prejudicar a coerência. é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é
8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – INFOR-
que você exploda.”, a oração destacada é uma oração
MÁTICA – FCC-2014)
subordinada adverbial causal.
Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava
uma sala...
Estão corretas apenas as afirmativas
O verbo que exige complemento tal como o sublinhado
acima está em:
a) I e II.
b) II e III.
a) A capacidade de computação duplicou a cada 18
c) III e IV.
meses nos últimos 20 anos ...
d) I, II e IV.
b) ... que deriva da informação.

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Resposta: Letra B • Separa partes de frases que já estão separadas


Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor;
a oração sublinhada é uma oração subordinada outros, montanhas, frio e cobertor.
adjetiva explicativa = substituindo “que” por “a qual”,
continua com sentido, então é pronome relativo – • Separa itens de uma enumeração, exposição de
presente nas adjetivas, mas no período em questão motivos, decreto de lei, etc.
temos uma restritiva = incorreta Ir ao supermercado;
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o Pegar as crianças na escola;
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada Caminhada na praia;
atua como sujeito da locução verbal “ter surgido” = Reunião com amigos.
correta
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração
C) Dois pontos (:)
sublinhada é uma oração subordinada substantiva
objetiva direta = correta
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração • Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio
destacada é uma oração subordinada adverbial causal Coutinho trata este assunto:
= adverbial condicional (“se”) = incorreta • Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es-
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
a rotina de sempre.
PONTUAÇÃO
• Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que • Por que você não toma uma decisão?
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. D) Ponto de Exclamação (!)
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação • Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
depende, em certos momentos, da intenção do autor do susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me ca-
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente sar com você!
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
• Depois de interjeições ou vocativos
Principais funções dos sinais de pontuação Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo!
A) Ponto (.)
E) Ponto de Interrogação (?)
• Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
cerrando o período. • Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur
• Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- Azevedo)
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
de período, este não receberá outro ponto; neste F) Reticências (...)
caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim
de período. Exemplo: Estudei português, matemári-
• Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá-
ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
pis, canetas, cadernos...
• Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do pon- • Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero
to, assim como após o nome do autor de uma citação: dizer... é verdad... Ah!”
Haverá eleições em outubro • Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão mal... pega doutor?
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) • Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
xa, depois, o coração falar...
• Os números que identificam o ano não utilizam pon-
to nem devem ter espaço a separá-los, bem como G) Vírgula (,)
os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
Não se usa vírgula
B) Ponto e Vírgula (;) Separando termos que, do ponto de vista sintático,
ligam-se diretamente entre si:
• Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os 1. Entre sujeito e predicado:
ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos genero- Todos os alunos da sala foram advertidos.
sos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão Sujeito predicado
pelo pão a alma...” (VIEIRA)

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2. Entre o verbo e seus objetos: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


O trabalho custou sacrifício aos realizadores. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
V.T.D.I. O.D. O.I. Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Usa-se a vírgula: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Para marcar intercalação:
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua SITE
abundância, vem caindo de preço. Disponível em: <http://www.infoescola.com/portugues/
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. pontuacao/>
Estão produzindo, todavia, altas quantidades de Disponível em: <http://www.brasilescola.com/gramatica/
alimentos. uso-da-virgula.htm>
C) das expressões explicativas ou corretivas: As
indústrias não querem abrir mão de suas vantagens,
isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
2. Para marcar inversão:
A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora- 1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
ção): Depois das sete horas, todo o comércio está O enunciado em que a vírgula foi empregada em desa-
de portas fechadas. cordo com as regras de pontuação é
B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de produção de dinheiro fosse também limitada.
maio de 1982. b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
padrão-ouro.
3. Para separar entre si elementos coordenados c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo
(dispostos em enumeração): é criado assim, inventado em canetaços a partir da
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. concessão de empréstimos.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma
animais. moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante.
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e
abundante porque é gerada pela simples manipulação
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós
de bancos de dados.
queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Resposta: Letra E
5. Para isolar: O enunciado pede a alternativa em desacordo:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia
brasileira, possui um trânsito caótico. que a produção de dinheiro fosse também limitada
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. = correta
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o
Observações: padrão-ouro = correta
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”, mundo é criado assim, inventado em canetaços a
seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. partir da concessão de empréstimos = correta
Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona
que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
política, futebol, lazer, etc. abundante = correta
As perguntas que denotam surpresa podem ter Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá-
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação: la, (X) e abundante porque é gerada pela simples
Você falou isso para ela?! manipulação de bancos de dados = incorreta - a
vírgula pode ser utilizada antes da conjunção “e”,
Temos, ainda, sinais distintivos: desde que haja mudança de sujeito, por exemplo (o
• a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- que não acontece na questão)
ração de siglas (IOF/UPC); GABARITO OFICIAL: E
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições fei-
tas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como pri- 2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
meira opção aos parênteses, principalmente na GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018)
matemática;
Texto 1
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018,
um nome que não se quer mencionar.
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo Gue-
des escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e pre-
videnciário brasileiros são politicamente anacrônicos,

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economicamente desastrosos e socialmente perversos. Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário ,
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados embora competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos pro- avançando, o sentimento geral, às vezes, era de
gramas socialdemocratas, são hoje armas de destruição frustração.= correta
em massa de empregos locais em meio à competição Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
global. Reduzem a competitividade das empresas, fabri- letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
cam desigualdades sociais, dissipam em consumo cor- Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
rente a poupança compulsória dos encargos recolhidos, são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
derrubam o crescimento da economia e solapam o valor que é evidente.
futuro das aposentadorias”. (adaptado)
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na Ale- RIO-2018) De acordo com a norma-padrão da língua
manha imperial de Bismarck e na Itália fascista de Musso- portuguesa, a pontuação está corretamente empregada
lini – têm a finalidade textual de: em:
a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado; a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando
b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes atendem, de forma voluntária, aos funcionários e
trabalhista e previdenciário; à comunidade em geral, pode ser definido como
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História; responsabilidade social.
d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário b) As empresas que optam por encampar a prática da
por serem muito antigos; responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir
e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado. uma melhor imagem no mercado.
c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada
Resposta: Letra B em campanhas publicitárias: por isso, as empresas
Arquitetados de início em sistemas políticos fecha- precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
dos (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália d) A responsabilidade social explora um leque abrangente
fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de
servem para se referir aos sistemas políticos fechados, vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de
exemplificando-os. impactos negativos, no meio ambiente.
Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem
passado = incorreta a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e
Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os a geração de empregos não a preocupação com a
regimes trabalhista e previdenciário = correta sociedade como um todo.
Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da
História = incorreta Resposta: Letra A
Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e previ- Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
denciário por serem muito antigos = incorreta inclusões:
Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do pas- Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas,
sado = incorreta quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários
e à comunidade em geral, pode ser definido como
3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE
responsabilidade social = correta
DADOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a
Em “b”: As empresas que optam por encampar a
vírgula está corretamente empregada.
prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se
de conseguir uma melhor imagem no mercado.
a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito
ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as
b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
competente, nem sempre conseguia resolvê-los. empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a
c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançan- sociedade.
do, o sentimento geral, às vezes, era de frustração. Em “d”: A responsabilidade social explora um leque
d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, mui- abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) ,
tos sofreriam sanções diariamente. a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores,
e) O tempo não para as transformações sociais são ur- (X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio
gentes mas há quem não perceba esse fato, que é ambiente.
evidente. Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social
defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é
Resposta: Letra C o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei com a sociedade como um todo.
a pontuação que faltou:
Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente brasi-
leira , pode ser considerado, sem dúvida, um desvio
de caráter.

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5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014)


CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Os concurseiros estão apreensivos.


Concurseiros apreensivos.

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na


terceira pessoa do plural, concordando com o seu su-
jeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo
“apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado) e número (plural) com o substantivo a que se refere: con-
curseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho, número e gênero se correspondem. A correspondência
na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula, de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
obrigatoriamente, ser verbal ou nominal.

a) antes da palavra “olho”. Concordância Verbal


b) antes da palavra “e”.
c) depois da palavra “evitar”. É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
d) antes da palavra “evitar”. seu sujeito.
e) depois da palavra “e”.
Sujeito Simples - Regra Geral
Resposta: Letra C
“Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de em número e pessoa. Veja os exemplos:
vírgula após o verbo “evitar”.
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO – VU- 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
NESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo do texto
– Nas escolas da Catalunha, a separação da Espanha tem Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
apoio maciço. É uma situação que contrasta com outros 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
lugares de Barcelona, uma cidade que vive hoje em
duas dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, Casos Particulares
que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade, …
–, empregam-se as vírgulas para separar as expressões A) Quando o sujeito é formado por uma expressão
destacadas porque elas partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de,
metade de, a maioria de, a maior parte de, grande
a) acrescem às informações precedentes comentários que parte de...) seguida de um substantivo ou pronome
lhes ampliam o sentido. no plural, o verbo pode ficar no singular ou no
b) sintetizam as ideias centrais das informações precedentes. plural.
c) apresentam informações que se opõem às informações A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
precedentes. Metade dos candidatos não apresentou / apresenta-
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o cor- ram proposta.
reto matiz semântico.
e) estabelecem certas restrições de sentido às informações Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
precedentes. dos coletivos, quando especificados: Um bando de vân-
dalos destruiu / destruíram o monumento.
Resposta: Letra A
É uma situação que contrasta com outros lugares de Observação:
Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas di- Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
mensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas, que unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
se cotovelam nos pontos turísticos da cidade aos elementos que formam esse conjunto.
Os períodos destacados acrescentam informações aos
termos citados anteriormente. B) Quando o sujeito é formado por expressão que
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de,
menos de, perto de...) seguida de numeral e subs-
tantivo, o verbo concorda com o substantivo.
Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.

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Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi- Esses 2% da prova serão questionados.
mas Olimpíadas. F) O pronome “que” não interfere na concordância; já
o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Observação: singular.
Quando a expressão “mais de um” se associar a ver- Fui eu que paguei a conta.
bos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Fomos nós que pintamos o muro.
Mais de um colega se ofenderam na discussão. (ofende- És tu que me fazes ver o sentido da vida.
ram um ao outro) Sou eu quem faz a prova.
Não serão eles quem será aprovado.
C) Quando se trata de nomes que só existem no
plural, a concordância deve ser feita levando-se G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu-
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem mir a forma plural.
artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais en-
no plural, o verbo deve ficar o plural. cantaram os poetas.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Estados Unidos possui grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias. • Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
As Minas Gerais são inesquecíveis. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou Nem uma das que me escreveram mora aqui.
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou • Quando “um dos que” vem entremeada de subs-
“de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro tantivo, o verbo pode:
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atra-
pronome pessoal. vessa o Estado de São Paulo. (já que não há outro
Quais de nós são / somos capazes? rio que faça o mesmo).
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões luídos (noção de que existem outros rios na mesma
inovadoras. condição).

Observação: H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o


Veja que a opção por uma ou outra forma indica a verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz Vossa Excelência está cansado?
ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. de acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti- Deu uma hora no relógio da sala.
ver no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

E) Quando o sujeito é formado por uma expressão Observação:


que indica porcentagem seguida de substantivo, o Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
verbo deve concordar com o substantivo. torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
85% dos entrevistados não aprovam a administração Soa quinze horas o relógio da matriz.
do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança. J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% dos alunos faltaram à prova. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de
• Quando a expressão que indica porcentagem não existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que indi-
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar cam fenômenos da natureza. Exemplos:
com o número. Havia muitas garotas na festa.
25% querem a mudança. Faz dois meses que não vejo meu pai.
1% conhece o assunto. Chovia ontem à tarde.

• Se o número percentual estiver determinado por


artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-
-á com eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados.

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Sujeito Composto • Quando os núcleos do sujeito composto são unidos


por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver- acordo com o valor semântico das conjunções:
bo, a concordância se faz no plural: Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira.
Pai e filho conversavam longamente. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Sujeito Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de
“adição”. Já em:
Pais e filhos devem conversar com frequência. Juca ou Pedro será contratado.
Sujeito Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.

B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da no singular.
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por • Com as expressões “um ou outro” e “nem um
sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja: nem outro”, a concordância costuma ser feita no
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. singular.
Primeira Pessoa do Plural (Nós) Um ou outro compareceu à festa.
Nem um nem outro saiu do colégio.
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós) • Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
no singular: Um e outro farão/fará a prova.
Pais e filhos precisam respeitar-se.
Terceira Pessoa do Plural (Eles) • Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos rece-
Observação: bem um mesmo grau de importância e a palavra
Quando o sujeito é composto, formado por um “com” tem sentido muito próximo ao de “e”.
elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), O pai com o filho montaram o brinquedo.
é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural O governador com o secretariado traçaram os planos
(eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar para o próximo semestre.
de “tomaríeis”. O professor com o aluno questionaram as regras.

C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
passa a existir uma nova possibilidade de concor- a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
dância: em vez de concordar no plural com a totali- O pai com o filho montou o brinquedo.
dade do sujeito, o verbo pode estabelecer concor- O governador com o secretariado traçou os planos
dância com o núcleo do sujeito mais próximo. para o próximo semestre.
Faltaram coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Faltou coragem e competência.
Compareceram todos os candidatos e o banca. Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
Compareceu o banca e todos os candidatos. composto. O sujeito é simples, uma vez que as expres-
sões “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor- adverbiais de companhia. Na verdade, é como se hou-
dância é feita no plural. Observe: vesse uma inversão da ordem. Veja:
Abraçaram-se vencedor e vencido. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
Casos Particulares “O professor questionou as regras com o aluno.”

• Quando o sujeito composto é formado por núcle- Casos em que se usa o verbo no singular:
os sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no
singular. Café com leite é uma delícia!
Descaso e desprezo marca seu comportamento. O frango com quiabo foi receita da vovó.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
• Quando o sujeito composto é formado por núcle- pressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não
os dispostos em gradação, verbo no singular: somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”,
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se- o verbo ficará no plural.
gundo me satisfaz. Não só a seca, mas também o pouco caso castigam
o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
notícia.

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Quando os elementos de um sujeito composto são O Verbo “Ser”


resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor. A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
apatia. concordância pode ocorrer também entre o verbo e o
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante predicativo do sujeito.
na vida das pessoas. Quando o sujeito ou o predicativo for:

Outros Casos A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo


SER concorda com a pessoa gramatical:
O Verbo e a Palavra “SE” Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas.
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há A esperança dos pais são eles, os filhos.
duas de particular interesse para a concordância verbal:
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
B) quando é partícula apassivadora. plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
com o que estiver no plural:
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” Os livros são minha paixão!
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos Minha paixão são os livros!
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
terceira pessoa do singular: Quando o verbo SER indicar
Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas. • horas e distâncias, concordará com a expressão
numérica:
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha É uma hora.
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e São quatro horas.
indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Daqui até a escola é um quilômetro / são dois
Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da quilômetros.
oração. Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde. • datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Construíram-se novos postos de saúde. estar expressa ou subentendida:
Aqui não se cometem equívocos Hoje é dia 26 de agosto.
Alugam-se casas. Hoje são 26 de agosto.

• Quando o sujeito indicar peso, medida, quantida-


#FicaDica de e for seguido de palavras ou expressões como
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER
Para saber se o “se” é partícula apassivadora fica no singular:
ou índice de indeterminação do sujeito, ten- Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
te transformar a frase para a voz passiva. Se Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
a frase construída for “compreensível”, esta- Duas semanas de férias é muito para mim.
remos diante de uma partícula apassivadora;
se não, o “se” será índice de indeterminação. • Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
Veja: for pronome pessoal do caso reto, com este con-
Precisa-se de funcionários qualificados. cordará o verbo.
Tentemos a voz passiva: No meu setor, eu sou a única mulher.
Funcionários qualificados são precisados (ou Aqui os adultos somos nós.
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se”
destacado é índice de indeterminação do Observação:
sujeito. Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo)
Agora: representados por pronomes pessoais, o verbo concorda
Vendem-se casas. com o pronome sujeito.
Voz passiva: Casas são vendidas. Constru- Eu não sou ela.
ção correta! Então, aqui, o “se” é partícula Ela não é eu.
apassivadora. (Dá para eu passar para a voz
passiva. Repare em meu destaque. Percebeu • Quando o sujeito for uma expressão de sentido
semelhança? Agora é só memorizar!). partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no
plural, o verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.

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O Verbo “Parecer” C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:


O verbo parecer, quando é auxiliar em uma O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
concordâncias: bom para saúde.
O adjetivo concorda com o substantivo, se este
• Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona for modificado por um artigo ou qualquer outro
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. determinativo: Esta água é boa para saúde.
• A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
sofre flexão: D) O adjetivo concorda em gênero e número com
As crianças parece gostarem do desenho. os pronomes pessoais a que se refere: Juliana
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho
encontrou-as muito felizes.
aas crianças)

Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos. neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição
(Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada DE + adjetivo, este último geralmente é usado
substantiva subjetiva). no masculino singular: Os jovens tinham algo de
misterioso.
Concordância Nominal
F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
A concordância nominal se baseia na relação entre função adjetiva e concorda normalmente com o
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se nome a que se refere:
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes Cristina saiu só.
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: Cristina e Débora saíram sós.
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. Observação:
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou
seguintes regras gerais: “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando invariável: Eles só desejam ganhar presentes.
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
denunciavam o que sentia.
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar #FicaDica
essa flexão nos seguintes casos:
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
• Adjetivo anteposto aos substantivos: Se a frase ficar coerente com o primeiro,
O adjetivo concorda em gênero e número com o trata-se de advérbio, portanto, invariável; se
substantivo mais próximo. houver coerência com o segundo, função de
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas
descansando) - advérbio
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e
• Adjetivo posposto aos substantivos:
descansando)
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural
se houver substantivo feminino e masculino). G) Quando um único substantivo é modificado por
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. dois ou mais adjetivos no singular, podem ser
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. usadas as construções:
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. • O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
espanhola e a portuguesa.
Observação: • O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos portuguesa.
dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
no plural masculino, que é o gênero predominante
quando há substantivos de gêneros diferentes.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
adjetivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).

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Casos Particulares Alerta - Menos


Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido sempre invariáveis.
Os concurseiros estão sempre alerta.
• Estas expressões, formadas por um verbo mais Não queira menos matéria!
um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a
que se referem possuir sentido genérico (não vier REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
precedido de artigo). CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
É proibido entrada de crianças. Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
Em certos momentos, é necessário atenção. – São Paulo: Saraiva, 2010.
No verão, melancia é bom. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
É preciso cidadania. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Não é permitido saída pelas portas laterais. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
• Quando o sujeito destas expressões estiver
determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, SITE
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/
É proibida a entrada de crianças. sint/sint49.php>
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
Quite 1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está
número com o substantivo ou pronome a que se referem. empregada de acordo com a norma-padrão em:
Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada. a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas
Muito obrigadas, disseram as senhoras. mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas
Seguem inclusos os papéis solicitados. virtuais.
Estamos quites com nossos credores. b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com
alguns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis.
Bastante - Caro - Barato - Longe c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma parte
Estas palavras são invariáveis quando funcionam do mundo, se substituíram totalmente as moedas
como advérbios. Concordam com o nome a que se reais pelas virtuais.
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes d) De acordo com as regras do mercado financeiro,
adjetivos, ou numerais. criou-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) anos.
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. e) O valor dos produtos comercializados seriam deter-
(pronome adjetivo) minados por uma moeda virtual se a real fosse abolida.
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
As casas estão caras. (adjetivo) Resposta: Letra C
Achei barato este casaco. (advérbio) Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de
todas as moedas virtuais.
Meio - Meia Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, acordo com alguns analistas, podem tornar as bitcoins
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi inviáveis.
meia porção de polentas. Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma
Quando empregada como advérbio permanece parte do mundo, se substituíram totalmente as
invariável: A candidata está meio nervosa. moedas reais pelas virtuais. = correta
Em “d”: De acordo com as regras do mercado
financeiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins
#FicaDica nos últimos anos.
Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim determinado por uma moeda virtual se a real fosse
saberei que se trata de um advérbio, não abolida.
de adjetivo: “A candidata está um pouco
nervosa”.

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2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Em “b”: Devido à utilização de estratégias de marke-


I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra des- ting, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que
tacada atende às exigências da norma-padrão da língua a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia de
portuguesa em: sucesso = correta
Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as
a) Alimentos saudáveis e prática constante de exer- escolas do país vídeos educacionais que permitam es-
cícios são necessárias para uma vida longa e mais clarecer os jovens sobre o vício da tecnologia.
equilibrada. Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que
b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos
tratamento adequado da água são causadores de relacionados ao uso das novas tecnologias.
doenças. Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou-
c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam ser -se (comprovaram-se) os danos psicológicos e o con-
reproduzidas nas redes sociais da forma como acon- sumismo exagerado causados pelo vício da tecnologia.
tece hoje.
d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos da Re- 4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO –
gião Nordeste foram elogiados por suas proprieda- FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância
des alimentares. nominal retirados do texto 1:
e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes preci- 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
sam ser estimuladas para que se avance na cura de independente.
algumas doenças. 2. A agenda pública é determinada pela imprensa
tradicional.
Resposta: Letra D 3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de conteúdo independentes.
exercícios são necessárias (necessários) para uma vida
longa e mais equilibrada. A afirmação correta sobre essas concordâncias é:
Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e
falta de tratamento adequado da água são causadores a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, respectiva-
(causadoras) de doenças. mente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por
deveriam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes referirem-se a dois substantivos;
sociais da forma como acontece hoje. c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se re-
Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos fere a ‘imprensa’;
da Região Nordeste foram elogiados por suas d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está correta-
propriedades alimentares = correta mente no plural por referir-se a ‘empresas’;
Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar
precisam ser estimuladas (estimulados) para que se no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’.
avance na cura de algumas doenças.
Resposta: Letra D
3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES- 1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
GRANRIO-2018) A concordância do verbo destacado foi independente.
realizada de acordo com as exigências da norma-padrão 2. A agenda pública é determinada pela imprensa
da língua portuguesa em: tradicional.
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais conteúdo independentes.
dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
violentas por parte dos usuários. respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
b) Devido à utilização de estratégias de marketing, desen- A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
volveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse de independente = apenas a “jornalismo”
novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso. Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no
c) É necessário que se envie a todas as escolas do país plural por referirem-se a dois substantivos;
vídeos educacionais que permitam esclarecer os jo- A democracia reclama um jornalismo vigoroso e
vens sobre o vício da tecnologia. independente = a um substantivo (jornalismo)
d) É preciso educar as novas gerações para que se redu- Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’
za os comportamentos compulsivos relacionados ao se refere a ‘imprensa’;
uso das novas tecnologias. A agenda pública é determinada pela imprensa
e) Nos países mais industrializados, comprovou-se os tradicional = refere-se ao termo “agenda pública”
danos psicológicos e o consumismo exagerado causa- Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está
dos pelo vício da tecnologia. corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’;
Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
Resposta: Letra B conteúdo independentes = correta
Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’
atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidencia- deveria estar no singular por referir-se ao substantivo
ram-se) atitudes agressivas e violentas por parte dos ‘conteúdo’ = incorreta (refere-se a “empresas”)
usuários.

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5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015) (  ) O risco de alunos usuários de redes sociais desenvol-
verem depressão constante extrapola o índice dos 27%.
Texto I
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de
Na organização do poder político no Estado moderno, cima para baixo, é:
à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a) V – V – V.
a desordem do estado de natureza, que, em virtude do b) F – V – F.
risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, c) V – F – F.
exige a existência de um poder institucional. Mas a con- d) F – F – V.
quista da liberdade humana também reclama a distri- e) F – F – F.
buição do poder em ramos diversos, com a disposição
de meios que assegurem o controle recíproco entre eles Resposta: Letra C
para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia Esses alunos que são usuários constantes de redes so-
nas sociedades estatais. A concentração do poder em um ciais têm um risco 27% maior de desenvolver depressão
só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exer- Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado
cício da liberdade. É que, como observou Montesquieu, para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer
“todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai ajustes para fins de concordância.
até onde encontra limites. Para que não se possa abusar Esse aluno que é usuário constante de redes sociais
do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o tem um risco 27% maior de desenvolver depressão
poder limite o poder”.
= (verdadeira = haveria quatro alterações)
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes
as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
sociais podem ficar deprimidos.
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a for- = falsa (o período em análise não nos transmite tal in-
ma de sistema coerente, as consequências de conceitos formação, apenas afirma que usuários constantes têm
diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu um risco 27% maior que os demais)
situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais de-
de origem baconiana, não abandonando o rigor das senvolverem depressão constante extrapola o índice
certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, dos 27%.
refugindo às especulações metafísicas que, no plano da = Falsa (“depressão constante” altera o sentido do
idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a período)
explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Ministério Público em função da proteção dos direitos
humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p.
18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). Regência Verbal

A flexão plural em “eram identificadas” decorre da con- Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da
cordância com o sujeito dessa forma verbal: “as esferas relação entre os verbos e os termos que se seguem a
de abrangência dos poderes políticos”. ele e completam o seu sentido.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos
(direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos
Resposta: Certo regidos.
(...) Até Montesquieu, não eram identificadas com cla- Para entender melhor sobre esse assunto e não errar
reza as esferas de abrangência dos poderes políticos mais, confira abaixo alguns exemplos e suas
= passando o período para a ordem direta (sujeito +
verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas de abran- respectivas explicações:
gência dos poderes políticos não eram identificadas
com clareza.

6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia – Funda-


tec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos que
são usuários constantes de redes sociais têm um risco
27% maior de desenvolver depressão”, avalie as asserti-
vas que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se
falsas.
(  ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para o
singular, outras quatro palavras deveriam sofrer ajustes
para fins de concordância.
(  ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais
podem ficar deprimidos.

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Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo 7. Esquecer
indireto, pois exige a preposição em(morar em algum O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige
lugar). preposição:
No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo Esqueci o meu material.
direto, pois não exige preposição (implicar algo, e não No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com
implicar em algo). preposição: Esqueci-me do meu material.
No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que
faz dele um verbo transitivo direto. 8. Querer
Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança a) com o sentido de desejar não exige preposição:
de horário” não está correta. Quero ficar aqui.
b) com o sentido de estimar exige preposição:
Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender Queria muito aos seus amigos.
como eles são regidos. Alguns, conforme o seu
9. Aspirar
significado, podem ter mais do que uma forma de
a) com o sentido de respirar ou absorver não exige
regência.
preposição:
1. Assistir Aspirou todo o escritório.
a) com o sentido de ver exige preposição: b) com o sentido de pretender exige preposição:
Que tal assistirmos ao filme? Aspirou ao cargo de ministro.
b) com o sentido de dar assistência não exige
preposição: 10. Informar
Sempre assistiu pessoas mais velhas. O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige
c) com o sentido de pertencer exige preposição: um complemento sem e outro com preposição:
Assiste aos prejudicados o direito de indenização. Informei o acontecimento aos professores.

2. Chegar 11. Ir
O verbo chegar é regido pela preposição “a”: O verbo ir é regido pela preposição “a”:
Chegamos ao local indicado no mapa. Vou à biblioteca.
Essa é a forma padrão. No entanto, é comum
observarmos o uso da preposição “em” nas conversas 12. Implicar
informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é
indicado no mapa. transitivo direto, logo não exige preposição:
O seu pedido implicará um novo orçamento.
3. Custar b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto,
a) com o sentido de ser custoso exige preposição: logo exige preposição:
Aquela decisão custou ao filho. Implica com tudo!
b) com o sentido de valor não exige preposição:
13. Morar
Aquela casa custou caro. O verbo morar é regido pela preposição “em”:
Mora no fim da rua.
4. Obedecer
O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige
14. Namorar
preposição: O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as
Obedeça ao pai! pessoas o usarem sempre seguido de preposição:
Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como Namorou Maria durante anos.
verbo transitivo direto: Obedeça opai! "Namorou com Maria durante anos" não é
gramaticalmente aceito.
5. Proceder
a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:
15. Preferir
Essa sua desconfiança não procede. O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:
b) com o sentido de origem exige preposição: Prefiro carne a peixe.
Essa sua desconfiança procede de situações passadas.
16. Simpatizar
6. Visar O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a
a) com o sentido de objetivo exige preposição: preposição "com":
Visamos ao sucesso. Simpatiza com os mais velhinhos.
Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo
utilizado sem preposição, ou seja, como verbo
17. Chamar
transitivo direto: Visamos o sucesso.

b) com o sentido de mirar não exige preposição:


O policial visou o bandido à distância.
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a) com o sentido de convocar não exige complemento Exemplos:


com preposição: Ele vive alheio a tudo.
Chama o Pedro! João está alheio de carinho fraternal.
b) com o sentido de apelidar exige complementos Apto a, para
com e sem preposição:
Chamou ao João de Mauricinho. Exemplos:
Chamou João de Mauricinho. Estou apto a trabalhar.
Chamou ao João Mauricinho. Joana está apta para desenvolver suas funções.
Chamou João Mauricinho. Aversão a, por

18. Pagar Exemplos:


a) quando informamos o que pagamos o Ele tem aversão a pessoas.
complemento não tem preposição: Paula tem aversão por itens supérfluos.
Paga o sorvete? Benefício a
b) quando informamos a quem pagamos o
complemento exige preposição: Exemplo: Pilates é um grande benefício à saúde.
Paga o sorvete ao dono do bar. Capacidade de, para

Regência Nominal Exemplos:


Laura tem excepcional capacidade de comunicação.
Regência Nominal é a maneira de Joaquim tem capacidade para o trabalho.
um nome(substantivo, adjetivo e advérbio) Capaz de, para
relacionar-se com seus complementos.
Em geral, a relação entre o nome e o seu complemento Exemplos:
é estabelecida por preposição. Portanto, é justamente Ele é capaz de tudo.
o conhecimento da preposição o que há de mais A empresa é capaz para trabalhar com projetos.
importante na regência nominal. Compatível com

Exemplos Exemplo: Seu computador é compatível com este.


Confira abaixo alguns exemplos e frases com Contrário a
regência nominal: Exemplo: Esse modo de vida é contrário à saúde.
Exemplo de regência de alguns nomes: Curioso de, por
Amor
Tenha “amor a” seus livros. Exemplos:
Meu “amor pelos” animais me conforta. Luís é curioso de tudo.
Cultivemos o “amor da” família. Vitória é curiosa por natureza
O amor “para com” a Pátria. Descontente com

Ansioso Exemplo: Estamos descontentes com nosso sistema


Olhos “ansiosos de” novas paisagens. político.
Estava “ansioso por” vê-la. Essencial para
Estou “ansioso para” ler o livro.
Exemplos de nomes transitivos e suas respectivas
preposições: EXERCÍCIOS

Acessível a 1- A única frase que NÃO apresenta desvio em


Exemplo: Isto é acessível a todos. relação à regência (nominal e verbal) recomendada
Acostumado a, com pela norma culta é:
Exemplos: a) O governador insistia em afirmar que o assunto
Estou acostumado a comer pouco. principal seria “as grandes questões nacionais”, com
Estamos acostumados com as novas ferramentas. o que discordavam líderes pefelistas.
Afável com, para com b) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um
clube, do qual nem sequer pediu para integrar, a
Exemplos: situação dos outros países passou despercebida.
Ele é afável com sua filha. c) Em busca da realização pessoal, profissionais
O professor tem sido afável para com seus alunos. escolhem a dedo aonde trabalhar, priorizando à
Agradável a empresas com atuação social.

Exemplo: Sou agradável a ti.


Alheio a, de
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d) Uma família de sem-teto descobriu um sofá 5. Não há problemas de pontuação no texto. Assinale
deixado por um morador não muito consciente com a alternativa que indica todas as armativas corretas.
a limpeza da cidade.
e) O roteiro do filme oferece uma versão de como A) São corretas apenas as armativas 2 e 4.
conseguimos um dia preferir a estrada à casa, a B) São corretas apenas as armativas 4 e 5.
paixão e o sonho à regra, a aventura à repetição. C) São corretas apenas as armativas 1, 2 e 3.
D) São corretas apenas as armativas 2, 3 e 5.
E) São corretas apenas as armativas 3, 4 e 5.
2- Assinale a alternativa correta:

I – “ um modelo de atenção adequado em relação às 5- A regência verbal e o emprego do sinal indicativo


normas de acesso, diagnóstico, tratamento e de crase estão em conformidade com a norma-padrão
reabilitação” . da língua em:
A) Na oração exposta na proposição I, explica- se o A) É preciso dar atenção à ela.
uso da crase por obediência às regras de concordância B) Ele criticou à certas convenções.
nominal ao adequar a referência do substantivo C) O médico tentou dissuadi-lo à trabalhar.
“relação” ao seu complemento nominal “normas”. D) Lá deu vida àquelas obras literárias.
B) Na oração exposta na proposição I, explica- se o E) Karl defendia à uma revolução.
uso da crase por obediência às regras de concordância Gabarito:
verbal ao adequar a referência do substantivo 1- E 2- C 3- B 4- C 5- D
“relação” ao seu complemento nominal “normas”.
C) Na oração exposta na proposição I, explica- se o
uso da crase por obediência às regras de regência
nominal ao adequar a referência do adjunto adverbial
transitivo “em relação” ao seu complemento nominal
“normas”.
D) Na oração exposta na proposição I, explica-se o
uso da crase por obediência às regras de regência
verbal ao adequar a referência do adjunto adverbial
transitivo “em relação” ao seu complemento verbal
“normas”.

3- Considere o período e as armações abaixo: A


maioria dos jovens que leem prefere romance do que
poesia.
I. Há um erro de concordância verbal, pois o correto
seria “preferem”.
II. Há um erro de regência verbal.
Está correto o que se arma em
A) somente I
B) somente II
C) I e II
D) nenhuma

4- Leia o texto.
Naquela clínica veterinária haviam prossionais
dedicados ao zêlo e tratamento de animais
domésticos. A população do bairro que, valia-se dos
serviços especializados, parecia satisfeitos com o que
recebiam. Em lugar visível, no interior da clínica lia-
se o seguinte aviso: “É proibido a entrada de pessoas
portadoras de mau-humor neste ambiente!” Sobre o
texto, avalie as armativas abaixo:
1. A primeira frase do texto apresenta desvios quanto
à norma culta.
2. No texto, não há problemas de regência verbal.
3. A concordância verbal está inadequada em mais de
uma situação.
4. O aviso axado no interior da clínica pode ser
considerado correto quanto à norma culta.

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c) até;
EXERCÍCIOS d) país;
e) humanitárias.

1. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS DA 5. (CAMAR - CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS


AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) “Os astrônomos DA AERONÁUTICA PARA O ANO DE 2016) De acordo
eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendaria os com seu significado, o conjunto de características for-
segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com his- mais e sua posição estrutural no interior da oração, as
tórias tristes [...]”. Nas alternativas a seguir, os vocábulos palavras podem pertencer à mesma classe de palavras
acentuados do trecho anterior foram colocados em pares ou não. Estabeleça a relação correta entre as colunas a
com palavras também acentuadas graficamente. Dentre seguir considerando tais aspectos (considere as palavras
os pares formados, indique o que apresenta igual justifi- em destaque).
cativa para tal evento.
(1) advérbio
a) céu / avô (2) pronome
b) astrônomos / álibi (3) conjunção
c) histórias / balaústre (4) substantivo
d) formidáveis / ínterim
(  ) “Não há prisão pior [...]”
2. (MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERO- (  ) “O lugar de estudo era isso.”
NÁUTICA ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁU- (  ) “E o olho sem se mexer [...]”
TICA EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014) Rela- (  ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]”
cione as colunas quanto às regras de acentuação gráfica, (  ) “Emília respondeu com uma pergunta que me
sabendo que haverá repetição de números. Em seguida, espantou.”
assinale a alternativa com a sequência correta.
A sequência está correta em
(1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que formam
hiato com a vogal anterior. a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2
(2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u seguidos b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4
ou não de s.
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2
(3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3
(4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s,
é acentuada.
6. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
(  ) íris Assinale a alternativa em que o termo destacado é um
(  ) saída pronome indefinido.
(  ) compraríamos
(  ) vendê-lo a) “Ele não exige fatos...”.
(  ) bônus b) “Era um ídolo para mim.”.
(  ) viúvo c) “Discordo dele.”.
(  ) bisavôs d) “... espécie de carinho consigo mesmo.”.
e) “O bom humor está disponível a todos...”.
a) 2–1–3–4–2–1–4
b) 1–2–3–4–1–1–4 7. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
c) 4–1–1–2–2–3–2 Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.”,
d) 2–2–3–4–2–1–3 os termos destacados são, respectivamente,

3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – a) artigo e pronome.


CESGRANRIO-2018) Em conformidade com o Acordo b) artigo e preposição.
Ortográfico da Língua Portuguesa vigente, atendem às c) preposição e artigo.
regras de acentuação todas as palavras em: d) pronome e artigo.
e) preposição e pronome.
a) andróide, odisseia, residência
b) arguição, refém, mausoléu 8. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
c) desbloqueio, pêlo, escarcéu – FGV-2017)
d) feiúra, enjoo, maniqueísmo
e) sutil, assembléia, arremesso Texto 1 - “A democracia reclama um jornalismo vigo-
roso e independente. A agenda pública é determinada
4. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI- pela imprensa tradicional. Não há um único assunto rele-
TETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Entre as palavras vante que não tenha nascido numa pauta do jornalismo
abaixo, retiradas dos textos 1 e 2, aquela que só existe de qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as
com acento gráfico é: redes sociais para reverberar, multiplicar e cumprem as-
sim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é
a) história; sempre das empresas de conteúdo independentes”.
b) evidência; (O Estado de São Paulo, 10/04/2017)

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O texto 1, do Estado de São Paulo, mostra um conjunto entre os astecas, e o bacalhau seco, entre os noruegue-
de adjetivos sublinhados que poderiam ser substituídos ses, tendo cabido aos gregos do século VII a.C. a criação
por locuções; a substituição abaixo que está adequada é: de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo
Estado. “Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o
a) independente = com dependência; acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo
b) pública = de publicidade; de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis
c) relevante = de relevância; de fazer quando os valores eram contados em bois ou
d) sociais = de associados; imóveis”, afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano,
e) mobilizador = de motivação. da Universidade de São Paulo. A segunda grande revo-
lução na história do dinheiro, o papel-moeda, teve uma
9. (PC-SP - AUXILIAR DE NECROPSIA – VUNESP-2014) origem mais confusa. Existiam cédulas na China do ano
Considerando que o adjetivo é uma palavra que modifica 960, mas elas não se espalharam para outros lugares e
o substantivo, com ele concordando em gênero e núme- caíram em desuso no fim do século XIV.
ro, assinale a alternativa em que a palavra destacada é As notas só apareceram na Europa – e daí para o mundo
um adjetivo. – em 1661, na Suécia. Há quem acredite que cartões de
crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma
a) ... um câncer de boca horroroso, ... terceira revolução monetária. “Com a informática, o di-
b) Ele tem dezesseis anos... nheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis,
c) Eu queria que ele morresse logo, ... livres do espaço, do tempo e do controle de governos e
d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às corporações”, afirma o antropólogo Jack Weatherford, da
famílias. Faculdade Macalester, nos Estados Unidos da América.
e) E o inferno não atinge só os terminais. Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações).
10. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- A expressão “essa finalidade” refere-se ao trecho “para
NISTRATIVA – AOCP-2015) Assinale a alternativa cujo medir riquezas e trocar mercadorias”.
“que” em destaque funciona como pronome relativo.
(  ) CERTO   (  ) ERRADO
a) «É uma maneira de expressar a vontade que a gente
tem. Acho que um voto pode fazer a diferença”. 13. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE-
b) “Ele diz que vota desde os 18...”. GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Por outro lado,
c) “Acho que um voto pode fazer a diferença”. nas sociedades complexas, a violência deixou de ser uma
d) “... e acreditam que um voto consciente agora pode ferramenta de sobrevivência e passou a ser um instrumen-
influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos”. to da organização da vida comunitária. Ou seja, foi usada
e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a para criar uma desigualdade social sem a qual, acreditam
votar”. alguns teóricos, a sociedade não se desenvolveria nem se
complexificaria”. A utilização do termo “ou seja” introduz:
11. (TRF-1.ª Região – ANALISTA JUDICIÁRIO – INFOR-
MÁTICA – FCC- 2014-ADAPTADA) No período O livro a) uma informação sobre o significado de um termo an-
explica os espíritos chamados ‘xapiris’, que os ianomâmis teriormente empregado;
creem serem os únicos capazes de cuidar das pessoas e b) a explicação de uma expressão de difícil entendimento;
das coisas, a palavra grifada tem a função de pronome c) uma outra maneira de dizer-se rigorosamente a mes-
relativo, retomando um termo anterior. Do mesmo modo ma coisa;
como ocorre em: d) acréscimo de um esclarecimento sobre o que foi dito
antes;
a) Os ianomâmis acreditam que os xamãs recebem dos e) a ênfase de algo que parece importante para o texto.
espíritos chamados “xapiris” a capacidade de cura.
b) Eu queria escrever para os não indígenas não acharem
que índio não sabe nada. 14. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN-
RIO-2018) De acordo com as exigências da norma-pa-
c) O branco está preocupado que não chove mais em drão da língua portuguesa, o verbo destacado está cor-
alguns lugares. retamente empregado em:
d) Gravou 15 fitas em que narrou também sua própria
trajetória. a) No mundo moderno, conferem-se às grandes metró-
e) Não sabia o que me atrapalhava o sono. poles importante papel no desenvolvimento da eco-
nomia e da geopolítica mundiais, por estarem no topo
12. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍ- da hierarquia urbana.
VEL SUPERIOR – CONHECIMENTOS BÁSICOS b) Conforme o grau de influência e importância interna-
– CESPE-2014-ADAPTADA) cional, classificou-se as 50 maiores cidades em três
diferentes classes, a maior parte delas na Europa.
A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar c) Há quase duzentos anos, atribuem-se às cidades a
mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em so- responsabilidade de motor propulsor do desenvolvi-
ciedade. Ao longo da história, os mais diversos artigos mento e a condição de lugar privilegiado para os ne-
foram usados com essa finalidade, como o chocolate, gócios e a cultura.

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d) Em centros com grandes aglomerações populacionais, PAULO, Heloísa. Portugueses no Rio de Janeiro: salaza-
realiza-se negócios nacionais e internacionais, além ristas e opositores em manifestação na cidade. In: ALVES,
de um atendimento bastante diversificado, como jor- Ida et alii. 450 Anos de Portugueses no Rio de Janeiro. Rio
nais, teatros, cinemas, entre outros. de Janeiro: Ofi cina Raquel, 2017, pp. 260-1. Adaptado.
e) Em todos os estudos geopolíticos, considera-se as ci-
dades globais como verdadeiros polos de influência O texto emprega duas vezes o verbo “haver”. Ambos es-
internacional, devido à presença de sedes de grandes tão na 3.ª pessoa do singular, pois são impessoais. Esse
empresas transnacionais e importantes centros de papel gramatical está repetido corretamente em:
pesquisas.
a) Ninguém disse que os portugueses havia de saírem da
15. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL cidade.
I – CESGRANRIO-2018) A palavra destacada atende às b) Se houvessem mais oportunidades, os imigrantes fica-
exigências de concordância da norma-padrão da língua
riam ricos.
portuguesa em:
c) Haveriam de haver imigrantes de outras procedências
na cidade.
a) Atualmente, causa impacto nas eleições de vários paí-
ses as notícias falsas. d) Os imigrantes vieram de Lisboa porque lá não haviam
b) A recomendação de testar a veracidade das notícias empregos.
precisam ser seguidas, para não prejudicar as pessoas. e) Os portugueses gostariam de que houvesse mais ofer-
c) O propósito de conferir grandes volumes de dados re- tas de trabalho.
sultaram na criação de serviços especializados.
d) Os boatos causam efeito mais forte do que as notícias 17. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR
reais porque vem acompanhados de títulos chamativos. – CESGRANRIO-2018) A concordância da forma verbal
e) Os resultados de pesquisas recentes mostram que destacada foi realizada de acordo com as exigências da
67% das pessoas consultam os jornais diariamente. norma-padrão da língua portuguesa em:

16. (PETROBRAS – ENGENHEIRO(A) DE MEIO AM- a) Com o crescimento da espionagem virtual, é necessá-
BIENTE JÚNIOR – CESGRANRIO-2018) rio que se promova novos estudos sobre mecanismos
de proteção mais eficazes.
Texto I b) O rastreamento permanente das invasões cibernéticas
de grande porte permite que se suspeitem dos ha-
Portugueses no Rio de Janeiro ckers responsáveis.
c) Para atender às demandas dos usuários de celulares, é
O Rio de Janeiro é o grande centro da imigração portu- preciso que se destinem à pesquisa tecnológica mui-
guesa até meados dos anos cinquenta do século passa- tos milhões de dólares.
do, quando chega a ser a “terceira cidade portuguesa do d) Para detectar as consequências mais prejudiciais da
mundo”, possuindo 196 mil portugueses — um décimo guerra virtual pela informação, necessitam-se de es-
de sua população urbana. Ali, os portugueses dedicam-se tudos mais aprofundados.
ao comércio, sobretudo na área dos comestíveis, como os e) Se o crescimento das redes sociais assumir uma pro-
cafés, as panificações, as leitarias, os talhos, além de ou- porção incontrolável, é aconselhável que se estabele-
tros ramos, como os das papelarias e lojas de vestuários.
ça novas restrições de utilização pelos jovens.
Fora do comércio, podem exercer as mais variadas pro-
fissões, como atividades domésticas ou as de barbeiros
18. (PC-AP – DELEGADO DE POLÍCIA – FCC-2017) As
e alfaiates. Há, de igual forma, entre os mais afortunados,
aqueles ligados à indústria, voltados para construção civil, normas de concordância e a adequada articulação entre
o mobiliário, a ourivesaria e o fabrico de bebidas. tempos e modos verbais estão plenamente observadas
A sua distribuição pela cidade, apesar da não formação na frase:
de guetos, denota uma tendência para a sua concentra-
ção em determinados bairros, escolhidos, muitas das ve- a) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do
zes, pela proximidade da zona de trabalho. No Centro da cotidiano que o escritor resolvesse analisar e interpre-
cidade, próximo ao grande comércio, temos um grupo tar, apesar das dificuldades que encerram tal desafio.
significativo de patrícios e algumas associações de por- b) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua
te, como o Real Gabinete Português de Leitura e o Liceu marca autoral inconfundível, elas terão deixado de
Literário Português. Nos bairros da Cidade Nova, Estácio constituir textos clássicos desse gênero.
de Sá, Catumbi e Tijuca, outro ponto de concentração c) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente, ta-
da colônia, se localizam outras associações portuguesas, lentos à altura de um Rubem Braga, esse gênero terá
como a Casa de Portugal e um grande número de casas alcançado uma relevância jamais vista.
regionais. Há, ainda, pequenas concentrações nos bairros d) Não seria fácil, de fato, que venha a se equilibrar, na
periféricos da cidade, como Jacarepaguá, originalmente cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de
formado por quintas de pequenos lavradores; nos subúr- sua experiência pessoal com os de sua comunidade.
bios, como Méier e Engenho Novo; e nas zonas mais pri- e) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam ofe-
vilegiadas, como Botafogo e restante da zona sul carioca, recer matéria para uma boa crônica, desde que não
área nobre da cidade a partir da década de cinquenta, falte ao cronista recursos de grande imaginação.
preferida pelos mais abastados.

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19. (PC-BA – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP-2018) 22. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010)
A concordância está em conformidade com a norma-pa- De acordo com as regras gramaticais, no trecho “a exor-
drão na seguinte frase: bitante carga tributária a que estão submetidas as empre-
sas”, não se deve empregar acento indicativo de crase,
a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema devendo ocorrer o mesmo na frase:
suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito.
b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as a) Entregue o currículo as assistentes do diretor.
lacunas que fazem parte da estrutura significativa do b) Recorra a esta empresa sempre que precisar.
texto literário. c) Avise aquela colega que chegou sua correspondência.
c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imagina- d) Refira-se positivamente a proposta filosófica da
ção, a que a linguagem literária apela constantemente. companhia.
d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à e) Transmita confiança aqueles que observam seu
adaptação de uma obra depois de as terem lido, para desempenho.
não ser influenciadas.
e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações 23. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO –
para o cinema, as quais tende a compor seu repertório CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão da
de leituras. língua portuguesa, o sinal grave indicativo da crase deve
ser empregado na palavra destacada em:
20. (FUNDASUS-MG – ANALISTA EM SERVIÇO PÚBLI- a) A intenção da entrevista com o diretor estava rela-
CO DE SAÚDE - ANALISTA DE SISTEMA – AOCP-2015) cionada a programação que a empresa pretende
Observe o excerto: “Entre os fatores ligados à relação do desenvolver.
aluno com a instituição e com os colegas, gostar de ir à b) As ações destinadas a atrair um número maior de
escola (...)” e assinale a alternativa correta com relação clientes são importantes para garantir a saúde finan-
ao emprego do acento utilizado nos termos destacados. ceira das instituições.
c) As instituições financeiras deveriam oferecer condi-
a) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a ções mais favoráveis de empréstimo a quem está fora
supressão do advérbio “a” com o pronome femini- do mercado formal de trabalho.
no “a” que acompanha os substantivos “relação” e d) As pessoas interessadas em ampliar suas reservas fi-
“escola”. nanceiras consideram que vale a pena investir na nova
b) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a moeda virtual.
nasalidade da vogal “a” que acompanha os substanti- e) Os participantes do seminário sobre mercado finan-
vos “relação” e “escola”. ceiro foram convidados a comparar as importações e
c) Trata-se do acento circunflexo, empregado para assi- as exportações em 2017.
nalar a vogal aberta “a” que acompanha os substanti-
vos “relação” e “escola”. 24. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
d) Trata-se do acento agudo, empregado para indicar a CESGRANRIO-2018) O emprego do acento indicativo
supressão da preposição “a” com o artigo feminino “a” de crase está de acordo com a norma-padrão em:
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”.
e) Trata-se do acento grave, empregado para indicar a a) O escritor de novelas não escolhe seus personagens à
junção da preposição “a” com o artigo feminino “a” esmo.
que acompanha os substantivos “relação” e “escola”. b) A audiência de uma novela se constrói no dia à dia.
c) Uma boa história pode ser escrita imediatamente ou à
21. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE prazo.
DADOS – FGV-2010) Na frase “é ingênuo creditar a pos- d) Devido à interferências do público, pode haver mu-
tura brasileira apenas à ausência de educação adequa- danças na trama.
da” foi corretamente empregado o acento indicativo de e) O novelista ficou aliviado quando entregou a sinopse
crase. à emissora.

Assinale a alternativa em que o acento indicativo de cra- 25. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
se está corretamente empregado. GRANRIO-2018) De acordo com a norma- -padrão da
língua portuguesa, o acento grave indicativo da crase
a) O memorando refere-se à documentos enviados na deve ser empregado na palavra destacada em:
semana passada.
b) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiên- a) Os novos lançamentos de smartphones apresentam,
cia urgente. em geral, pequena variação de funções quando com-
c) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar parados a versões anteriores.
com pessoas já desestimuladas. b) Estudantes do ensino médio fizeram uma pesquisa
d) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome junto a crianças do ensino fundamental para ver como
consta na lista. elas se comportam no ambiente virtual.
e) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário c) O acesso dos jovens a redes sociais tem causado enor-
flexível e são responsáveis. mes prejuízos ao seu desempenho escolar, conforme
o depoimento de professores.

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d) Os consumidores compulsivos sujeitam-se a ficar ho- essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas e
ras na fila para serem os primeiros que comprarão os alcançá-las, utilizando um bom método de trabalho, deve
novos lançamentos. ser parte de um programa bem articulado, que permita o
e) As pessoas precisam ficar atentas a fatura do cartão acompanhamento das ações e que incentive o trabalho
de crédito para não serem surpreendidas com valores integrado entre as forças policiais do estado, da União e
muito altos. das guardas municipais.

26. (PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O segmento do texto 1 em que a conjunção E tem valor
A cada ano, ocorrem cerca de 40 mil mortes; segundo adversativo (oposição) e NÃO aditivo (adição) é:
especialistas, quase metade delas está associada _____
bebidas alcoólicas. Isso revela a necessidade de um com- a) “...crescimento da violência em alguns estados do Sul
bate efetivo _____ embriaguez ao volante. e do Sudeste”;
As lacunas do trecho devem ser preenchidas, correta e b) “Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação de-
respectivamente, com: corre de fato”;
c) “Tem sido assim com o governo federal e boa parte
a) às … a das demais unidades da Federação”;
b) as … à d) “...viaturas e novas tecnologias”;
c) à … à e) “Definir metas e alcançá-las...”.
d) às … à
e) à … a 29. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – ARQUI-
TETURA – FGV-2017) “... implica poder decifrar as refe-
27. (PC-SP - AGENTE DE POLÍCIA – VUNESP-2013) De rências cristãs...”; a forma reduzida sublinhada fica con-
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o venientemente substituída por uma oração em forma
acento indicativo de crase está corretamente empregado desenvolvida na seguinte opção:
em:
a) a possibilidade de decifrar as referências cristãs;
a) A população, de um modo geral, está à espera de que,
b) a possibilidade de decifração das referências cristãs;
com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
c) que se pudessem decifrar as referências cristãs;
b) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensa-
d) que possamos decifrar as referências cristãs;
rem a sua postura.
e) a possibilidade de que decifrássemos as referências
c) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à puni-
cristãs.
ções muito mais severas.
d) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
dos demais motoristas e de pedestres. 30. (COMPESA-PE – ANALISTA DE GESTÃO – ADMI-
e) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da NISTRADOR – FGV-2018) “... mas já conhecem a brutal
nova lei para que ela possa funcionar. realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras
para sobreviver.” A forma reduzida de “para sobreviver”
pode ser nominalizada de forma conveniente na seguin-
te alternativa:

28. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE LE- a) para que sobrevivam.


GISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) b) a fim de que sobrevivessem.
c) para sua sobrevida.
Texto 1 – Guerra civil d) no intuito de sobreviverem.
Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017 e) para sua sobrevivência.

O 11.º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pú- 31. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CAR-
blica, mostrando o crescimento das mortes violentas no GO 33 – TÉCNICO ÁREA ADMINISTRATIVA - NÍVEL
Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram MÉDIO – CESPE-2013)
61.619 pessoas que perderam a vida devido à violência. O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do es-
Outro dado relevante é o crescimento da violência em tado brasileiro e da democracia. A sua história é marcada
alguns estados do Sul e do Sudeste. por processos que culminaram na sua formalização insti-
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca tucional e na ampliação de sua área de atuação.
os inaceitáveis números da violência no país. Todos se as- No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito
sustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. Tem lusitano. Não havia o Ministério Público como instituição.
sido assim com o governo federal e boa parte das demais Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as Ordena-
unidades da Federação. Agora, com a crise, o argumento ções Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores
é a incapacidade de investimento, mas, mesmo em pe- de justiça, atribuindo a eles o papel de fiscalizar a lei e
ríodos de economia mais forte, pouco se viu da imple- de promover a acusação criminal. Existiam os cargos de
mentação de programas estruturantes com o objetivo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e de
enfrentar o crime. Contratação de policiais, aquisição de procurador da Fazenda (defensor do fisco).
equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medidas

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A Constituição de 1988 faz referência expressa ao Mi- 32. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
nistério Público no capítulo Das Funções Essenciais à MÉDIO - VUNESP – 2017) Segundo o texto, são as-
Justiça. Define as funções institucionais, as garantias e as pectos desfavoráveis ao trabalho em espaços abertos
vedações de seus membros. Isso deu evidência à institui- compartilhados
ção, tornando-a uma espécie de ouvidoria da sociedade
brasileira. a) a impossibilidade de cumprir várias tarefas e a restri-
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). ção à criatividade.
b) a dificuldade de propor soluções tecnológicas e a
No período “A sua história é marcada por processos que transferência de atividades para o lar.
culminaram”, o termo “que” introduz oração de natureza c) a dispersão e a menor capacidade de conservar
restritiva. conteúdos.
d) a distração e a possibilidade de haver colaboração de
(  ) CERTO   (  ) ERRADO colegas e chefes.
e) o isolamento na realização das tarefas e a vigilância
(TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO constante dos chefes.
- VUNESP – 2017 - ADAPTADA) Leia o texto, para res-
ponder às questões a seguir: 33. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que a
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos execu- nova redação dada ao seguinte trecho do primeiro pará-
tivos no setor de tecnologia já tinham feito – ele transfe- grafo apresenta concordância de acordo com a norma-
riu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem -padrão: Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos
paredes e divisórias. executivos no setor de tecnologia já tinham feito.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas
ele queria que todos estivessem juntos, para se conec- a) Muitos executivos já havia transferido suas equipes
tarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco para o chamado escritório aberto, como feito por Ch-
tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande ris Nagele.
erro. Todos estavam distraídos, a produtividade caiu, e b) Mais de um executivo já tinham transferido suas equi-
os nove empregados estavam insatisfeitos, sem falar do pes para escritórios abertos, o que só aconteceu com
próprio chefe. Chris Nagele fazem mais de quatro anos.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança c) O que muitos executivos fizeram, transferindo suas
para o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa equipes para escritórios abertos, também foi feito por
para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu pró- Chris Nagele, faz cerca de quatro anos.
prio espaço, com portas e tudo. d) Devem fazer uns quatro anos que Chris Nagele trans-
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório feriu sua equipe para escritórios abertos, tais como foi
aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos transferido por muitos executivos.
são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao e) Faz exatamente quatro anos que Chris Nagele fez o que
modelo de espaços tradicionais com salas e portas. já tinham sido feitos por outros executivos do setor.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder
até 15% da produtividade, desenvolver problemas graves 34. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
de concentração e até ter o dobro de chances de ficar DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que – até então –, em destaque no início do segundo pará-
estão contribuindo para uma reação contra esse tipo de grafo, expressa um limite, com referência
organização.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Na- a) temporal ao momento em que se deu a transferência
gele já ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem da equipe de Nagele para o escritório aberto.
sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. b) espacial aos escritórios fechados onde trabalhava
“Muita gente concorda – simplesmente não aguentam o a equipe de Nagele antes da mudança para locais
escritório aberto. Nunca se consegue terminar as coisas e abertos.
é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele. c) temporal ao dia em que Nagele decidiu seguir o
É improvável que o conceito de escritório aberto caia exemplo de outros executivos, e espacial ao tipo de
em desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exem- escritório que adotou.
plo de Nagele e voltando aos espaços privados. d) espacial ao caso de sucesso de outros executivos do
Há uma boa razão que explica por que todos ado- setor de tecnologia que aboliram paredes e divisórias.
ram um espaço com quatro paredes e uma porta: foco. e) espacial ao novo tipo de ambiente de trabalho, e tem-
A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas poral às mudanças favoráveis à integração.
ao mesmo tempo, e pequenas distrações podem desviar
nosso foco por até 20 minutos. 35. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ-
Retemos mais informações quando nos sentamos em DIO - VUNESP – 2017) É correto afirmar que a expressão
um local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental – contudo –, destacada no quinto parágrafo, estabelece
e design de interiores. uma relação de sentido com o parágrafo
(Bryan Borzykowski, “Por que escritórios aber-
tos podem ser ruins para funcionários.” Disponível a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das
em:<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. empresas que adotaram o modelo de escritórios
Adaptado) abertos.

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b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção c) As informações enganosas são mais difundidas do que
do modelo de escritórios abertos. as verdadeiras: de acordo com estudo recente feito
c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com por um instituto de pesquisa.
base em resultados de pesquisas. d) As notícias falsas podem ser desmascaradas com o
d) anterior, introduzindo informações que se contra- uso do bom senso: mas esperar isso de todo mundo é
põem à visão positiva acerca dos escritórios abertos. quase impossível.
e) posterior, contestando com dados estatísticos o for- e) As revistas especializadas dão alguns conselhos: não
mato tradicional de escritório fechado. entre em sites desconhecidos e não compartilhe notí-
cias sem fonte confiável.
36. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESTA-
TÍSTICA – AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em 41. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
relação à ortografia dos pares. I – CESGRANRIO-2018) A vírgula está empregada cor-
retamente em:
a) Atenção – atenciozo.
b) Aprender – aprendizajem.
a) A divulgação de histórias falsas pode ter consequên-
c) Simples – simplissidade.
cias reais desastrosas: prejuízos, financeiros e cons-
d) Fúria – furiozo.
trangimentos às empresas.
e) Sensação – sensacional.
b) As novas tecnologias, criaram um abismo ao separar
37. (BADESC – TÉCNICO DE FOMENTO A – FGV-2010) quem está conectado de quem não faz parte do mun-
As palavras jeitinho, pesquisa e intrínseco apresentam do digital.
diferentes graus de dificuldade ortográfica e estão corre- c) As pessoas tendem a aceitar apenas as declarações que
tamente grafadas. Assinale a alternativa em que a grafia confirmam aquilo que corresponde, às suas crenças.
da palavra sublinhada está igualmente correta. d) Os jornalistas devem verificar as fontes citadas, cruzar
dados e checar se as informações refletem a realidade.
a) Talvez ele seje um caso de sucesso empresarial. e) Os consumidores de notícias não agem como cientis-
b) A paralização da equipe técnica demorou bastante. tas porque não estão preocupados em conferir, pon-
c) O funcionário reinvindicou suas horas extras. tos de vista alternativos.
d) Deve-se expor com clareza a pretenção salarial.
e) O assessor de imprensa recebeu o jornalista. 42. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
GRANRIO-2018) A vírgula foi plenamente empregada
38. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
I – CESGRANRIO-2018) O grupo em que todas as pala- portuguesa em:
vras estão grafadas de acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa é: a) A conexão é feita por meio de uma plataforma especí-
fica, e os conteúdos, podem ser acessados pelos dis-
a) admissão, infração, renovação positivos móveis dos passageiros.
b) diversão, excessão, sucessão b) O mercado brasileiro de automóveis, ainda é muito
c) extenção, eleição, informação grande, porém não é capaz de absorver uma presença
d) introdução, repreção, intenção maior de produtos vindos do exterior.
e) transmissão, conceção, omissão c) Depois de chegarem às telas dos computadores e
celulares, as notícias estarão disponíveis em voos
39. (MPE-AL - TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
internacionais.
FGV-2018) “A crise não trouxe apenas danos sociais e
d) Os últimos dados mostram que, muitas economias
econômicos”; se juntarmos os adjetivos sublinhados em
um só vocábulo, a forma adequada será apresentam crescimento e inflação baixa, fazendo
com que os juros cresçam pouco.
a) sociais-econômicos. e) Pode ser que haja uma grande procura de carros im-
b) social-econômicos. portados, mas as montadoras vão fazer os cálculos e
c) sociais-econômico. ver, se a importação vale a pena.
d) socioeconômicos.
e) socioseconômicos. 43. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e
40. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL traficantes que possam ser encontrados em uma rua es-
I – CESGRANRIO-2018) O sinal de dois-pontos (:) está cura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os
empregado de acordo com a norma-padrão da língua danos que tais criminosos causam são minúsculos quan-
portuguesa em: do comparados com os de criminosos respeitáveis, que
vestem colarinho branco e trabalham para as organiza-
a) A diferença entre notícias falsas e verdadeiras é maior ções mais poderosas. Estima-se que as perdas provoca-
no campo da política: é menor nas publicações rela- das por violações das leis antitrust — apenas um item de
cionadas às catástrofes naturais. uma longa lista dos principais crimes do colarinho bran-
b) A explicação para a difusão de notícias falsas é que co — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos
os usuários compartilham informações com as quais crimes notificados à polícia em mais de uma década, e
concordam: pois não verificam as fontes antes. as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime

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apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela in- 47. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS –
dústria do asbesto (amianto), dos perigos representados 2014) A regência nominal está correta em:
por seus produtos provavelmente custou tantas vidas
quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos a) É preferível um inimigo declarado do que um amigo
nos Estados Unidos da América durante uma década in- falso.
teira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, tam- b) As meninas têm aversão de verduras.
bém provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. c) Aquele cachorro é hostil para com desconhecidos.
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São d) O sentimento de liberdade é inerente do ser humano.
Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações). e) Construiremos portos acessíveis de qualquer navio.
Não haveria prejuízo para o sentido original do texto 48. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
nem para a correção gramatical caso a expressão “a cada I – CESGRANRIO-2018)
ano” fosse deslocada, com as vírgulas que a isolam, para
imediatamente depois de “e”. Na internet, mentiras têm pernas longas

(  ) CERTO    (  ) ERRADO Diz o velho ditado que “a mentira tem pernas curtas”,
mas nestes tempos de internet parece que a situação se
44. (TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉ- inverteu, pelo menos no mundo digital. Pesquisadores
DIO - VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que mostram que rumores falsos “viajam” mais rápido e mais
a substituição dos trechos destacados na passagem – O “longe”, com mais compartilhamentos e alcançando um
paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere es- maior número de pessoas, nas redes sociais, do que in-
tendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois formações verdadeiras.
metros quadrados de chão. – está de acordo com a nor- Foram reunidos todos os rumores nas redes sociais
ma-padrão de crase, regência e conjugação verbal. - falsos, verdadeiros ou “mistos”. Esses rumores foram
acompanhados, chegando a um total de mais de 4,5 mi-
a) prefere mais estendê-la do que desistir – põe à lhões de postagens feitas por cerca de 3 milhões de pes-
disposição. soas, formando “cascatas” de compartilhamento.
b) prefere estendê-la à desistir – ponham a disposição. Ao compararem os padrões de compartilhamento
c) prefere estendê-la a desistir – põe a disposição. dessas milhares de “cascatas”, os pesquisadores obser-
d) prefere estendê-la do que desistir – põem a disposição. varam que os rumores “falsos” se espalharam com mais
e) prefere estendê-la a desistir – ponham à disposição. rapidez, aumentando o número de “degraus” da casca-
ta - e com maior abrangência do que os considerados
45. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - SP – FARMA- verdadeiros.
CÊUTICO - SUPERIOR - VUNESP – 2017 - adaptada) A tendência também se manteve, independentemen-
Leia as frases. te do tema geral que os rumores abordassem, mas foi
As previsões alusivas ............. aumento da depressão são mais forte quando versavam sobre política do que os de-
alarmantes. mais, na ordem de frequência: lendas urbanas; negócios;
Os sentimentos de tédio ou de tristeza são inadequada- terrorismo e guerras; ciência e tecnologia; entretenimen-
mente convertidos .......... estados depressivos. to; e desastres naturais.
Qualquer situação que possa ser um obstáculo ............ feli- Uma surpresa provocada pelo estudo revelou o perfil
cidade é considerada doença. de quem mais compartilha rumores falsos: usuários com
poucos seguidores e novatos nas redes.
Para que haja coerência com a regência nominal estabe- — Vivemos inundados por notícias e muitas vezes
lecida pela norma-padrão, as lacunas das frases devem as pessoas não têm tempo nem condições para verificar
ser preenchidas, respectivamente, por: se elas são verdadeiras — afirma um dos pesquisado-
res. Isso não quer dizer que as pessoas são estúpidas. As
a) ao … com … na redes sociais colocam todas as informações no mesmo
b) ao … em … à nível, o que torna difícil diferenciar o verdadeiro do falso,
c) do … com … na uma fonte confiável de uma não confiável.
d) com o … em … para BAIMA, Cesar. Na internet, mentiras têm pernas lon-
e) com o … para … à gas. O Globo. Sociedade. 09 mar. 2018. Adaptado.

46. (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS No trecho “independentemente do tema geral que os ru-
– 2014) Assinale a assertiva cuja regência verbal está mores abordassem”, a palavra que pode substituir rumo-
correta: res, por ter sentido equivalente, é:

a) Ela queria namorar com ele. a) assuntos


b) Já assisti a esse filme. b) boatos
c) O caminhoneiro dormiu no volante. c) debates
d) Quando eles chegam em Campo Grande? d) diálogos
e) A moça que ele gosta é aquela ali. e) temas

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49. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) O 51. (ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO BARRO
período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO BRANCO-SP – TECNÓLOGO DE ADMINISTRAÇÃO PO-
podem trocar de posição é: LICIAL MILITAR – VUNESP-2010) Analise a charge.

a) A arte é a mais bela das mentiras;


b) O importante na obra de arte é o espanto;
c) A forma segue a emoção;
d) A obra de arte: uma interrupção do tempo;
e) Na arte não existe passado nem futuro.

50. (MPU – TÉCNICO – SEGURANÇA INSTITUCIONAL


E TRANSPORTE – CESPE-2015)

TEXTO II

A partir de uma ação do Ministério Público Federal


(MPF), o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2)
determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 ho-
(www.arionaurocartuns.com.br)
ras, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconcei-
to, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz
A palavra só, presente na fala do personagem, tem o
africana, e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de
mesmo sentido em:
descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública,
a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/
a) Só vence quem concorre.
RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não
b) Mariana veio só, infelizmente.
apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades,
c) Pedro estava só, quando cheguei.
mas também a obrigação de zelar para que elas sejam
d) A mulher, por estar só, sentiu-se amedrontada.
respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas.
e) O marujo, só, resolveu passear pela praia.
Para a PRDC/RJ, somente a imediata exclusão dos ví-
deos da Internet restauraria a dignidade de tratamento,
que, nesse caso, foi negada às religiões de matrizes afri-
canas. Corroborando a visão do MPF, o TRF2 entendeu
que a veiculação de vídeos potencialmente ofensivos e
fomentadores do ódio, da discriminação e da intolerância
contra religiões de matrizes africanas não corresponde
ao legítimo exercício do direito à liberdade de expressão.
O tribunal considerou que a liberdade de expressão não
se pode traduzir em desrespeito às diferentes manifesta-
ções dessa mesma liberdade, pois ela encontra limites no
próprio exercício de outros direitos fundamentais.
Internet: <http://ibde.org.br> (com adaptações).

No trecho “adulterar ou destruir dados”, a palavra “adul-


terar” está sendo empregada com o sentido de alterar
prejudicando.

(  ) CERTO   (  ) ERRADO

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GABARITO

1 B 43 CERTO
2 A 44 E
3 B 45 B
4 E 46 B
5 A 47 C
6 E 48 B
7 A 49 C
8 C 50 CERTO
9 A 51 A
10 A
11 D
12 CERTO
13 D
14 C
15 E
16 E
17 C
18 C
19 C
20 E
21 D
22 B
23 A
24 E
25 E
26 D
27 A
28 B
29 D
30 E
31 CERTO
32 C
33 C
34 A
35 D
36 E
37 E
38 A
39 D
40 E
41 D
42 C

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RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO

ÍNDICE:

Proposições ................................................................................................... 02
Conectivos Lógicos ........................................................................................ 04
Tabela Verdade ............................................................................................. 07
Proposições Lógicas ...................................................................................... 12
Equivalência Lógica ....................................................................................... 15
Negação dos Operadores Lógicos ................................................................. 17
Lógica da Argumentação .............................................................................. 20
Porcentagem ................................................................................................ 24
Sequências Lógicas ....................................................................................... 25
EXERCÍCIOS ................................................................................................... 27

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Conceito Fundamental: A Proposição

No ensino fundamental, nos ensinam que os seres humanos são diferentes dos outros animais e a justificativa
é que os humanos pensam e os animais não pensam. Porém, temos animais com inteligência suficiente para
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés e os golfinhos.
Assim, qual é o real motivo que nos diferenciam de todos os outros seres vivos?

A resposta envolve não somente o ato se pensar como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré-História e História. Os registros por escrito
guardaram os pensamentos de nossos antepassados, proporcionando as gerações futuras, dados
importantíssimos para se ir além daquilo que já foi feito.
Porém, acabou surgindo o grande desafio que norteou a disciplina de lógica: Como interpretar esses
registros?

A grande diferença do ser humano em relação aos outros seres vivos está nesse ponto, pois tão
importante é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar a mesma. Assim, nossa mente é capaz de
receber dados e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está diretamente ligada ao raciocínio lógico.
Muitos pensam que essa disciplina está voltada apenas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para o
público em geral e aqui seguem alguns exemplos que provam nosso conceito:

- Um advogado reúne todas as informações dos autos do processo e através do Raciocínio Lógico,
elabora sua tese de acusação ou defesa;
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico e
proporum tratamento;
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios mensais consegue definir o plano de ação para estimular o
crescimento da companhia.

Todos os exemplos acima mostram como será o estudo da disciplina, onde receberemos informações e
delas extrai- remos respostas ou em outras palavras, conclusões.
No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma particularidade: Elas sempre serão declarações
onde poderemos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA ou FALSA. Essas declarações serão
chamadas de :

PROPOSIÇÕES.
As proposições são a base do pensamento lógico. Este pensamento pode ser composto por uma ou mais
sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa. É importante ressaltar que objetivo fundamental de
uma proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou juízos que formamos a respeito das coisas.
Sabendo disso, uma questão importante tem que ser respondida: como realmente podemos identificar uma
proposição? A única técnica direta que temos é verificar se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso
a elas. Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita muito o trabalho de identificação de uma
proposição e é frequentementecobrada em concursos públicos.

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A técnica consiste em sabermos o que não é propo- lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho
sição e por eliminação, achar a proposição. A seguir, se- que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”.
guem exemplos do que não é proposição e a recomen- As duas proposições dizem a mesma coisa mas de
dação é que se memorizem esses tipos para facilitar na maneira diferente. Portanto se uma delas é verda-
hora da prova: deira, a outra deve ser.
i.) Sentenças Imperativas:  Todas as declarações que 3) Princípio da não contradição: “Uma proposição
remeterem a uma ordem não são proposições. não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tem-
Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não faça po”
isso”. Esse axioma é importante, pois a partir do momen-
to em uma proposição recebe um valor lógico, ele
ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi- deve ser carregado em toda a análise para evitar
nidas como proposições: contradições.
Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
“Onde está minha carteira?” Tipos de proposições

iii.) Sentenças Exclamativas: Existem dois tipos de proposições: Simples e Com-


Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”, postas
“Não concordo com isto!” As proposições simples são aquelas que não contêm
nenhuma outra proposição como parte de si mesma.
iv.) Sentenças que não tem verbo:  São, geralmente, designadas por letras minúsculas do
Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”. alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de uma
proposição que não se consegue dividi-la em partes me-
v.) Sentenças abertas:  Este tipo de sentença possui nores, de tal maneira que as partes divididas gerem no-
uma grande quantidade de exemplos e os exem- vas proposições.
plos são importantes para sabermos identifica-las: Exemplos:
Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por p – O rato comeu o queijo;
si só é genérica pois não temos informações de x q – Astolfo é advogado;
para saber se ele é ou não menor que 7.Entretanto, r – Hermenegildo gosta de pizza;
caso seja atribuído um valor a x, essa sentença se s – Raimunda adora samba.
tornará uma proposição, pois será possível atribuir
VERDADEIRO ou FALSO a sentença original. Assim, Já as proposições compostas são formadas por uma
a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é menor que ou mais proposições que podem ser divididas, formando
7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por outro proposições simples. São, geralmente, designadas por le-
lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que 7” é tras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos:
uma proposição mas é FALSA. P – O rato é branco e comeu o queijo;
Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol;
não necessariamente são números, como mostra R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva;
o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho.
sentença virará proposição e será FALSA. Se z = Pa-
ris, a proposição será VERDADEIRA. Veja que as proposições acima podem ser divididas
em duas partes. Observe:
Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensamento

Definido o que é preposição, podemos aprofundar


o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
que norteiam a lógica:
1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição
ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre
um destes casos e nunca um terceiro”.
Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con-
fundem em questões de concursos públicos quan-
do aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FAL-
SO” ou “NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer As sentenças compostas dos exemplos acima não são
proposição lógica será verdadeira ou falsa, não ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas por
existe uma terceira opção. outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem al-
guns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próximo
2) Principio da identidade: “Se uma proposição é capítulo:
verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam- T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
bém será verdadeiro”. U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro.
Esse principio coloca que se duas proposições que
apresentam a mesma informação mas são escritas
de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va-

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POLÍCIA PENAL 3 RACIOCÍNIO LÓGICO
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~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.


FIQUE ATENTO! ¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
As proposições compostas irão nortear Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam
seus estudos nos próximos capítulos, então negação. É Importante frisar que os símbolos de negação
atente-se a saber como dividir as proposi- não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser-
ções compostas em duas ou mais proposi- ve este outro exemplo:
ções simples! q : Bráulio não comprou detergente
Observe que a proposição q possui a palavra “não” e
quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir-
CONECTIVOS LÓGICOS mativa:
~ q : Bráulio comprou detergente.
Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co- ¬ q : Bráulio comprou detergente.
nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro-
posições compostas a partir da junção de proposições
simples. As proposições compostas são linhas de raciocí- FIQUE ATENTO!
nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas No Raciocínio Lógico, pode-se existir a
com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a “negação da negação” que chamaremos de
seguir: Dupla Negação e veremos isso mais adian-
“Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta te no capítulo 4. O que você precisa saber
de jogar futebol” neste momento é que negando uma nega-
Facilmente conseguimos separar essa sentença em ção, voltaremos a uma frase afirmativa, ou
duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá- na linguagem coloquial: “O não do não é
vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de o sim”.
tratarmos as duas proposições simples separadamente,
ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos
conectores lógicos que iremos estudar a seguir. A CONJUNÇÃO – Conectivo “e”
Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro-
posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira- O próximo conectivo lógico certamente é um dos
mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo- mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um
sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con-
no valor a ser atribuído na proposição composta. junção e segue a mesma classificação da própria língua
As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos portuguesa.
lógicos, apresentando suas características principais e as Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá
combinações possíveis entre duas proposições simples. relacionar duas proposições simples, formando uma pro-
posição composta. Vamos ao exemplo:
A Negação – Conectivo “Não” p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim-
ples de todos e remete a negação de uma proposição. Temos acima duas proposições simples e podemos
A importância deste conectivo se dá na ligação entre o formar uma proposição composta usando o conectivo
valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a “e”:
negação de um valor lógico será exatamente o outro va- 𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo
lor lógico, ou seja: tomou suco de maçã.
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação
será FALSA.
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição
VERDADEIRA. composta será indicada com uma letra maiúscula, neste
Aqui conseguimos observar a importância do “Prin- 𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando
caso, R. O símbolo
cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se
ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”.
tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação
Se invertermos a ordem das proposições simples, for-
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um
vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos. maremos outra proposição composta:
𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta
O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda-
-se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con- de jogar badminton.
cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
Observe o exemplo a seguir: No caso da conjunção, o valor lógico da proposição
p : A secretária foi ao banco esta tarde. composta não se altera com a inversão das proposições
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po-
O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí- dem ter alterações dependendo da ordem das proposi-
tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare- ções simples.
mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê- Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí-
-se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição veis para uma proposição composta formada pelo co-
usando os dois símbolos possíveis: nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe-

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las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização Comparando com a conjunção, observa-se que hou-
das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por ve uma certa “inversão” em relação as combinações das
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia- proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
rização: mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
i) Uma proposição composta formada por uma con- que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
junção será VERDADEIRA se todas as proposições rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
simples forem VERDADEIRAS. proposição composta VERDADEIRA.
ii) Uma proposição composta formada por uma con- No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
junção será FALSA se uma ou mais proposições onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser
simples forem FALSAS. FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
Recuperando o exemplo anterior:
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo Assim:
tomou suco de maçã. 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
tomou suco de maçã.
Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q
forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas)
simples for (forem) falsa(s), R será FALSO. proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se
p e q forem FALSOS.
A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU”
A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusivo”
O conectivo “ou”, também conhecido como disjun-
ção, segue a mesma linha de pensamento que o conecti- O conectivo “ou” possui um caso particular que nor-
vo “e”, relacionando duas proposições simples, formando malmente é cobrado em concursos públicos de maior
uma proposição composta. Vamos manter o exemplo da complexidade, porém é importante que o leitor tenha
seção anterior: conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife-
p : Carlos gosta de jogar badminton. rencial importante em concursos públicos de maior dis-
puta.
q : Pablo tomou suco de maçã
Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois
implica que as proposições simples são eliminatórias, ou
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será
mar agora uma proposição composta usando o conecti-
necessariamente FALSA. Veja o exemplo:
vo “ou”:
p: Diego nasceu no Brasil
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
q: Diego nasceu na Argentina
tomou suco de maçã.
Temos duas proposições referentes a nacionalidade
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele
O símbolo de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em
aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q
que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então, é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando
muita atenção na hora de identificar um ou o outro. montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- e será feito da seguinte forma:
maremos outra proposição composta: 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen-
𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos-
tina
ta de jogar badminton.
A leitura da proposição lógica acrescente mais um
“ou” no início e o restante é como se fosse um operador
No caso da disjunção, o valor lógico da proposição “ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de
composta também não se altera com a inversão das pro- inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar
posições simples (igual a conjunção). exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclu-
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- sivo” são:
veis para uma proposição composta formada pelo co- i) Uma proposição composta formada por uma dis-
nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3 junção exclusiva será VERDADEIRA se apenas uma
aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão das proposições for VERDADEIRA.
(e muito!) na memorização das combinações possíveis ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar junção exclusiva será FALSA se todas as proposi-
todos os casos para familiarização: ções simples forem FALSAS ou se as duas proposi-
i) Uma proposição composta formada por uma dis- ções forem VERDADEIRAS.
junção será VERDADEIRA se uma ou mais proposi-
ções forem VERDADEIRAS. Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi-
ii) Uma proposição composta formada por uma dis- vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições
junção será FALSA se todas as proposições simples simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é
forem FALSAS. uma contradição e assim a proposição composta deve
ser FALSA. Usando o exemplo:

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𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen- Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for


tina VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p
for VERDADEIRO e q FALSO.
Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e Pegadinhas da condicional
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS.
Este tópico é uma análise complementar da condi-
A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO” cional. Em concursos mais apurados, sobretudo de en-
sino superior, existem certas “pegadinhas” que testam a
O conectivo “Se...então”, conhecido como condicional atenção do candidato em relação ao seu conhecimen-
não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é o to. Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a
que normalmente gera mais dúvidas e o que contém as condicional que merecem destaque.
famosas “pegadinhas” que confundem o candidato du- i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
rante a prova. A principal característica dele é que se você da condicional onde considera a mesma VERDADEIRA e
inverter a ordem das proposições simples, o valor lógi- no caso da ocorrência de p, podemos afirmar com cer-
co da proposição composta muda, o que não acontecia teza que q ocorreu:
na conjunção e na disjunção. Vamos recuperar o mesmo
exemplo das seções 2.2.3 e 2.2.4:
p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti- Exemplo:
vo “Se...então”:
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tão Pablo tomou suco de maçã.

Observe que agora temos uma condição para que


Pablo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer
sem nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará que é a pegadinha mais clássica da condicional pois in-
sentido a conexão de duas proposições e até por isso duz a pessoa a considerar que se o consequente ocor-
nós montamos esses exemplos para o leitor ficar mais reu (q), pode-se afirmar que o antecedente (p) também
familiarizado com essa situação! ocorreu:
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que
O símbolo
a proposição da esquerda condiciona o acontecimento Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem-
da proposição da direita. As combinações possíveis para bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA.
esse conector são:
Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO,
i) Uma proposição composta formada por uma condi-
não importa o valor lógico de q, a proposição com con-
cional será VERDADEIRA se ambas as proposições
dicional será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é ga-
forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda
rantia que p também ocorreu:
do conector for FALSA.
ii) Uma proposição composta formada por uma con-
dicional será FALSA se a proposição a esquerda
(antecedente) do conector for VERDADEIRA e a
proposição a direita (consequente) do conector for
FALSA.
iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, estamos
Observe agora que a posição da proposição em rela- negando que o consequente (q) ocorreu e se olharmos
ção ao conector lógico importa no resultado da proposi- os casos possíveis da condicional, isso só será possível se
ção composta. Considerando os casos observados, certa- o antecedente (p) também não ocorrer:
mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos
apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
em si e não em relação a sua negação, ou seja, quando Exemplo:
montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que p
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre VER-
não é VERDADEIRO. Assim, define-se
DADEIRO quando p for FALSO. Logo: iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en- erro de pensamento referente aos casos possíveis da
tão Pablo tomou suco de maçã. condicional. Se você nega o antecedente (p) não é ga-

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rantia que o consequente (q) não irá ocorrer pois a partir TABELAS VERDADE
do momento que temos ~p, o valor lógico de q pode ser
qualquer um e a condicional se manterá VERDADEIRA: A tabela-verdade é um dispositivo prático muito usa-
do para a organizar os valores lógicos de proposições
compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores ló-
gicos da estrutura composta, correspondentes a todas as
possíveis atribuições de valores lógicos às proposições
simples.
Exemplo: Para se construir uma tabela verdade, são necessárias
três informações iniciais: O número de proposições que
compõem a proposição composta, o número de linhas
que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores ló-
gicos.
A primeira informação é puramente visual, basta
olhar a proposição composta e verificar quantas propo-
FIQUE ATENTO! sições simples a compõem, contando a quantidade de
As pegadinhas da condicional nem sempre letras distintas que existem nela, vejam os exemplos:
são cobradas em concursos mas se você 𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a
observar os exercícios resolvidos deste ca- proposição composta possui duas proposições;
pítulo, verá o quanto é importante este co- (𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas pro-
nector lógico e o conhecimento de todos posições simples também, p e q. Não se deve considerar
os casos possíveis. a repetição das proposições que no caso de p e q, repe-
tiram duas vezes;
𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da propo-
2.7 A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE sição r, temos três proposições simples distintas, p,q e r.
SE” A segunda informação, que é o número de linhas da
tabela verdade, deriva do número de proposições sim-
O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi ples que a estrutura composta possui. Usando essa conta
condicional elimina justamente o limitante da condicio- simples:
nal de não ser possível inverter a ordem das proposições 𝐿 = 2𝑛
sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago-
ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n
proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou é o número de proposições simples que ela possui. Ou
FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo: seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na
p : Carlos gosta de jogar badminton. tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas na
q : Pablo tomou suco de maçã tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui 16
linhas. Além disso, para o caso de uma proposição sim-
Temos acima duas proposições simples e vamos for- ples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos duas
mar agora uma proposição composta usando o conecti- linhas na tabela-verdade.
vo “Se e somente se”: Esses valores são derivados da organização da tabela,
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
somente se Pablo tomou suco de maçã. Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso
será apresentado caso a caso nas seções seguintes.

O símbolo
𝑹 =𝒑 ↔ 𝒒indica a bi condicional, ou seja, os dois TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES: NEGA-
sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi ÇÃO
condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi-
cos das duas proposições forem iguais: Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e
i) Uma proposição composta formada por uma bi apresentar a montagem das tabelas-verdade para os
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo- operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo- é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
sições forem FALSAS. tabela-verdade:
ii) Uma proposição composta formada por uma bi
condicional será FALSA se uma proposição for p ~p
VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa.
V F
Assim: F V
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e
somente se Pablo tomou suco de maçã. Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira
A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER- contém os valores possíveis para a proposição simples,
DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V)
VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. e o FALSO (F).

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Já a segunda coluna possui o operador lógico ne- p q


gação. O operador foi aplicado em casa linha da tabela,
gerando o resultado correspondente. Ou seja, se a pro- V V
posição p é V, sua negação será F e vice-versa. V F
É importante frisar que as operações da tabela-ver-
dade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na primeira F V
linha temos que a proposição p é V, esse valor perma- F F
necerá assim até que todas as operações daquela linha
correspondente tenham terminado. Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi
organizada e agora podemos passar para as proposições
TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES SIMPLES compostas.

Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas.
Iniciando com uma estrutura de duas proposições sim- Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o ope-
ples, vamos primeiramente explicar a organização destas rador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores ló-
proposições. gicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na
Como já sabemos que são duas proposições simples, tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica
que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade iremos tratar, desta maneira:
terá quatro linhas:

p q
p q
V V
V F
F V
F F

No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA


apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
FIQUE ATENTO! VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
Observe que além das linhas correspon- essa informação, vamos preencher a tabela:
dentes da tabela-verdade, nós inserimos Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e q é
uma linha inicial indicando qual a proposi- VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será VERDA-
ção que estamos atribuindo o valor lógico. DEIRA por definição:
Isso é de suma importância para se domi-
nar esse conteúdo.
p q
V V V
Agora temos que combinar os dois valores lógicos
possíveis entre as proposições, formando as quatro li- V F
nhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes F V
passos:
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor F F
de V para a primeira metade das linhas e F para a
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjun-
são V e as duas últimas são F: ção é necessário que as duas proposições sejam V para
ela ser V, logo, ela será FALSA:
p q
p q
V
V V V
V
V F F
F
F V
F
F F
ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo procedi-
mento dentro de cada valor lógico atribuído para Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas duas p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:
primeiras linhas de p, vamos colocar V na primeira
linha e F na segunda. Da mesma forma, vamos fa-
zer o mesmo procedimento para as duas linhas de
p que contém F:

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p q F V V
V V V F F F
V F F
Esta é a tabela da disjunção é também deve ser me-
F V F morizada.
F F
3.4.3 Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção O próximo conector lógico é a condicional (“Se...en-
ser FALSA também: tão”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
que os anteriores:

p q
p q
V V V
V V
V F F
V F
F V F
F V
F F F
F F
Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser
memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de ta- O princípio deste operador lógico está na relação en-
tre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será FAL-
belas maiores.
SO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na segunda
linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO. Em caso
Tabela Verdade da Disjunção (“ou”)
de dúvidas deste operador, recomenda-se a releitura do
capítulo 2.
Passando agora para o próximo conectivo, que é a
disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição con-
trária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso de as p q
duas proposições simples serem FALSAS, caso contrário, V V V
será sempre VERDADEIRO.
Montando a tabela: V F F
F V V
p q F F V
V V
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)
V F
F V O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
se”) e a tabela será montada da mesma forma:
F F

A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao me- p q


nos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição sufi- V V
ciente para o operador lógico ser VERDADEIRO:
V F
F V
p q
F F
V V V
V F V Montaremos a tabela usando sua lógica simples: Ele
F V V será VERDADEIRO se as duas proposições simples tive-
rem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
F F diferentes:

Já a última linha, possui ambas proposições simples


com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser FAL- p q
SA também: V V V
V F F
p q
F V F
V V V
F F V
V F V

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Com essas informações memorizadas é possível Observe que esta quarta coluna é a negação da pri-
montar QUALQUER tabela-verdade. meira, como deve ser, já que estamos negando a pro-
posição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde
3.4.5 Montagem de tabelas usando mais de um ope- faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda
rador lógico coluna):

Obviamente que as seções acima introduziram as ta- p q ~p


belas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na monta-
gem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar um V V V F
exemplo onde isso será aplicado. Considere a seguinte V F F F
proposição composta:
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒 F V F V
F F F V
Observe que a proposição possui duas proposições
simples mas possui três operações lógicas. Para mon- Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta e
tar a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer segunda colunas em cada linha correspondente da tabe-
combinações dos resultados fundamentais vistos ante- la. É aqui que muitos candidatos se confundem e acabam
riormente. usando colunas diferentes. Na primeira linha, temos que
Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as a quarta coluna tem valor F e a segunda coluna tem valor
colunas de p e q: V, assim a disjunção entre elas será V:

p q p q ~p
V V V V V F V
V F V F F F
F V F V F V
F F F F F V

Agora, vamos analisar a expressão: temos dois pa- Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
rênteses separados por uma bicondicional, portanto, te- com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA:
remos que saber os valores lógicos de cada parêntese
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos p q ~p
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las. V V V F V
Começando com a conjunção no primeiro parêntese V F F F F
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
terceira coluna a partir da primeira e da segunda: F V F V
F F F V
p q
Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
V V V faz a disjunção VERDADEIRA:
V F F
F V F p q ~p
F F F V V V F V
V F F F F
Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
F V F V V
isso, precisaremos da negação de p para fazer uma dis-
junção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna da F F F V
negação e depois faremos a disjunção:
E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEI-
RA e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
p q ~p
VERDADEIRA:
V V V F
V F F F p q ~p
F V F V V V V F V
F F F V V F F F F
F V F V V
F F F V V

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FIQUE ATENTO!
Fizemos uma disjunção entre a quarta e a
segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso
da disjunção, se fizéssemos invertido, não
haveria problemas, mas nem sempre isso
acontece. A recomendação é que se man-
tenha a ordem da operação lógica.

Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a bi-


condicional da terceira e quinta colunas:

p q ~p
V V V F V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEI-


RA e a quinta também, que pela bicondicional, gera um
valor VERDADEIRO:

p q ~p
V V V F V V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS,


que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO:

p q ~p
V V V F V V
V F F F F V
F V F V V
F F F V V

Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com


a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que
gera um valor FALSO na bicondicional:

p q ~p
V V V F V V
V F F F F V
F V F V V F
F F F V V F

Pronto, esses são os resultados possíveis da proposi-


ção composta, variando os valores lógicos das proposi-
ções simples p e q que a compõem.

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Tautologia Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..


Antes de montarmos a proposição composta, preci-
A tautologia ocorre quando todas as linhas da coluna saremos montar a negação de q, a bicondicional do pri-
correspondente a proposição composta seja VERDADEI- meiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:
RA. Ou seja, não importa os valores lógicos das proposi-
ções simples, a proposição composta terá sempre o valor
p q ~q 𝑝 𝑝↔↔~𝑞
~𝑞∧∧ (𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
lógico V. Observe o exemplo:
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 . V V F F V
São duas proposições simples, o que formará quatro
linhas na tabela: V F V V F
F V F V F
p q F F V F F
V V
Combinando a quarta e quinta colunas para montar a
V F disjunção entre os dois parênteses:
F V
F F p q ~q 𝑝𝑝↔↔~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).

Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta co- V V F F V F


lunas: V F V V F F
F V F V F F
p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 → 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 F F V F F F
V V V V
Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,
V F F V temos uma contradição.
F V F V
Contingência
F F F F
A contingência é o caso mais simples de todos pois
Aplicando a condicional entre a terceira e quarta co- são as tabelas-verdade que não são tautologia ou con-
lunas: tradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e F) no
resultado final.
p q 𝑝∧
𝑝𝑞∧ 𝑞→
→ 𝑝𝑝 ∨∨ 𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞
PROPOSIÇÕES LÓGICAS
V V V V V
As proposições categóricas são formadas basicamen-
V F F V V te por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta úl-
F V F V V tima, deriva-se também o “Algum Não” para completar
as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos inter-
F F F F V
pretar e representar as seguintes expressões:
O resultado da proposição composta mostra que
Todo A é B
todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO.
Assim, podemos classificar essa proposição composta
A primeira proposição categórica é bem conhecida e
como Tautologia.
facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elemen-
tos que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem,
FIQUE ATENTO! conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este
caso, temos duas representações possíveis:
O exemplo de tautologia foi com duas
proposições simples mas considere que a
classificação é válida também para três ou
mais proposições simples.

Contradição

A contradição é exatamente o contrário da tauto-


logia, onde todos os resultados lógicos da operação
da proposição composta devem ser FALSOS. Observe o
exemplo:

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O primeiro caso talvez seja o que a maioria das pes-


soas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja,
o conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entre-
tanto, quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou
sejam, são exatamente iguais, a proposição ainda é váli-
da, com todos os elementos do conjunto A pertencentes
também ao conjunto B.

FIQUE ATENTO!
Observe que quando falamos que “Todo A é
B” não é necessariamente verdade que “Todo
B é A” pois o primeiro caso da figura acima
justifica que nem todos os elementos de B
podem pertencer ao conjunto A.”.

Nenhum A é B Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser


subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos consegui-
A segunda proposição categórica é a mais simples de mos afirmar que existe ao menos um elemento de A que
se observar através do diagrama de conjuntos pois quan- pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é
do falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que nenhum B” pois, como dissemos, essa proposição afirma que te-
elemento do conjunto A pertence ao conjunto B, ou seja, mos no mínimo um elemento de A que está em B, en-
são dois conjuntos distintos sem nenhuma intersecção: tão logicamente todos os elementos de A pertencerem
a B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois
conjuntos, satisfazendo a proposição.
Além disso, é possível inverter os conjuntos de posi-
ção e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos que
“Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A”

Algum A não é B

Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum


Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer que A não é B” estabelece que há ao menos um elemento de
“Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer que A que não pertence ao conjunto B. Novamente não se
“Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos con- estipula quantos elementos de A não são de B (e podem
juntos sem prejudicar o raciocínio. ser todos eles inclusive), mas sim que não temos todos os
elementos de A pertencendo a B, algum necessariamente
Algum A é B não será. São três diagramas para representar essa pro-
posição categórica:
As próximas duas proposições também são categóri-
cas, mas não casos extremos como as anteriores em que
ou temos todos os elementos de A pertencente a B ou
não temos nenhum. A expressão “Algum A é B” estabe-
lece que ao menos um elemento pertence também ao
conjunto B. Ela não fala quantos elementos de A perten-
cem a B (podem ser todos inclusive), o que ela descarta
é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B, e essa
consideração será importante quando estudarmos a ne-
gação das proposições categóricas.
Além disso, são quatro diagramas possíveis para in-
terpretar essa proposição:

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No primeiro caso, como temos elementos exclusivos As proposições que são contraditórias entre si, ou
de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a propo- seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
sição. No segundo caso, temos B como subconjunto de justamente as negações lógicas da proposição categóri-
A sem serem coincidentes, o que também deixam alguns ca considerada, ou seja:
elementos de A não pertencendo a B. Finalmente o ter- - A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
ceiro caso, onde A e B não possuem intersecção (coinci- - A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
dente com “Nenhum A é B”), temos que os elementos de - A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
A não pertencem a B, bastava apenas 1 mas nesse caso - A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
foram todos.
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma pro-
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS posição universal é transformá-la em uma proposição
particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso refor-
As quatro proposições categóricas também possuem ça o que foi dito no início do capítulo que a negação
nomes formalizados que são de importante conheci- de “Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
mento para se interpretar enunciados de concursos que de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
utilizarem essas definições. Vamos a elas apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.
Proposição Universal Afirmativa
No caso das relações “subalternas”, quando temos o
A proposição universal afirmativa é equivalente a ex- valor lógico definido da proposição universal, podemos
pressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do conjun- expandi-lo para a sua correspondente proposição parti-
to A pertence a B. cular, ou seja:
- O valor lógico da proposição particular afirmativa
Proposição Universal Negativa será o mesmo que o da proposição universal afir-
mativa.
- O valor lógico da proposição particular negativa será
A proposição universal negativa é equivalente a ex-
o mesmo que o da proposição universal negativa.
pressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do
conjunto A não pertence a B.
ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO CATEGÓ-
RICA ENVOLVIDA
Proposição Particular Afirmativa
Os problemas envolvendo proposições categóricas
A proposição particular afirmativa é equivalente a ex-
podem ser simples de se revolver como visto no exercí-
pressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o cio comentado acima, porém, existem casos mais elabo-
universo do conjunto A pertence a B. rados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para serem
analisados. Observe esse exemplo extraído de uma ban-
Proposição Particular Negativa ca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF:
Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
A proposição particular negativa é equivalente a ex- é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
pressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de todo a) Algum A não é G
o universo do conjunto A não pertence a B. b) Algum A é G
c) Nenhum A é G
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS d) Algum G é A
e) Nenhum G é A.
As proposições categóricas possuem relações entre si Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R e
para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para G e eles estão relacionados através de proposições cate-
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com góricas. Para resolver esse tipo de problema, temos que
as definições apresentadas abaixo: utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-lo. A
ordem de aplicação das proposições determina seu êxi-
to no exercício, onde recomenda-se começar pelas pro-
posições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

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Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito


isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
considerar ambos os casos:

- A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A


não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum
R é G:

Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual


alternativa atende todos simultaneamente:
a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, sem-
pre há ao menos um todos os elementos de A que
não pertencem a G, ou seja, não há nenhum caso
onde todos os elementos de A estão dentro de G.
Logo esta alternativa aparenta ser a correta.
- R é subconjunto de A: Nesta primeira situação, po- b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
demos ter A intersectando G ou não: casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos, há ele-
mentos de A que estão em G, logo esta alternativa
não é a correta.
d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam
eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção
- A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G são suficientes para eliminar esta alternativa.
pois nenhum R é G;
Logo, encontramos a alternativa correta. O que é im-
portante observar é que problemas envolvendo mais de
uma proposição categórica podem ser complicados e re-
quererem uma análise aprofundada de todos os casos.

EQUIVALÊNCIA LÓGICA

A equivalência lógica é a relação entre duas propo-


sições lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao
se montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos
valores lógicos será a mesma.
- A e R possuem intersecção com elementos exclusi- O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
vos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não de A gurança de se manipular expressões lógicas, buscando
em G: a equivalência correta nas alternativas da questão. Na
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi-
valência lógica, usando frases simples como: “A negação
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente
equivalente a ... é:”.
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re-
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções
a seguir.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS

Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen-


taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas:

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Dupla Negação Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei


5 km
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou andei 5 km
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores um suco se e somente se andei 5 km
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir:
~ ~𝑝 = 𝑝 FIQUE ATENTO!
O leitor mais atento percebeu uma poten-
Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados, cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
restando apenas a proposição simples. não vale para o operador “Se...então” que
é a condicional. Muita atenção quando for
Idempotência utilizar essa propriedade!

A idempotência trata de duas relações, uma com o


Associação
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou”
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli-
ca esses operadores na mesma proposição simples, o re- A propriedade associativa também tem a mesma ca-
sultado é a própria proposição. Vejam os casos: racterística encontrada na matemática, onde você pode
inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
𝑝∧𝑝=𝑝 feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
operações, observe:
𝑝∨𝑝=𝑝
𝑝∧ 𝑞∧𝑟 = 𝑝∧𝑞 ∧𝑟
Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade: 𝑝 ∨ 𝑞𝑝 ∨ 𝑟𝑞 =
∨ 𝑟𝑝=
∨ 𝑞𝑝 ∨ 𝑟𝑞 ∨ 𝑟

p 𝑝∧𝑝= 𝑝𝑝 ∨ 𝑝 = 𝑝 O que a propriedade nos mostrou é que podemos


fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação
V V V entre q e r.
F F F
Distribuição
Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção,
quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re- A propriedade distributiva também segue a analogia
sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o da propriedade vista na matemática, sendo conhecida
resultado da proposição composta é FALSO. também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir
Usando frases nas proposições, essa propriedade nos de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que: distribuição nos elementos internos, desta forma:
João é professor e João é professor = João é profes-
sor 𝑝
𝑝∧∧ 𝑞
𝑞∨∨ 𝑟𝑟 =
= 𝑝
𝑝∧∧𝑞
𝑞 ∨
∨ (𝑝
(𝑝 ∧
∧ 𝑟)
𝑟)
João é professor ou João é professor = João é pro-
fessor 𝑝 ∨ 𝑞𝑝∧∨𝑟 𝑞=∧ 𝑟𝑝 ∨
= 𝑞 𝑝∧∨(𝑝
𝑞 ∨∧𝑟)
(𝑝 ∨ 𝑟)

Comutação Observe novamente que essa propriedade também é


válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con-
A propriedade comutativa da equivalência lógica é
junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na
análoga a propriedade de mesmo nome da matemática.
bicondicional. Usando frases como exemplo, considere
Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo-
sições simples sem afetar o resultado final. Existem três que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r
casos: = “Arlequina é bandida”, assim:
A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos
𝑝𝑝𝑝∧
∧∧𝑞𝑞𝑞 =
= 𝑞𝑞𝑞 ∧
= ∧∧𝑝𝑝𝑝 permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo-
seval é médico ou Arlequina𝑝 ∨ é𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨é 𝑞equivalente
bandida” ∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
𝑝 ∨𝑝𝑞∨𝑝=𝑞∨𝑞= 𝑞∨=𝑞𝑝∨𝑞 𝑝∨ 𝑝 à proposição: “Almir é𝑝 biólogo
∧ 𝑞 ∨ 𝑟 e=Joseval
𝑝 ∧ 𝑞 é∨ escritor,
(𝑝 ∧ 𝑟) ou
𝑝=↔ Almir é biólogo e Arlequina é bandida”
𝑝↔
𝑝↔ 𝑞 𝑞=𝑞𝑞 ↔
=↔
𝑞 𝑞↔
𝑝 𝑝 𝑝
Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos
permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Jo-
Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é seval é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à
possível inverter a ordem das proposições simples, man- proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Al-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando mir é biólogo ou Arlequina é bandida”
novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
dei 5km” e q = “Tomei um suco”:

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NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS

Este tópico provavelmente é o mais importante deste capítulo pois apresentará as negações das proposições lógi-
cas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condicional” e “Bicondicional”

Negação da conjunção – Regra de De Morgan

As negações da conjunção e da disjunção são conhecidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memorizar
pela sua estrutura simples:
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

A regra nos diz que ao negar uma conjunção, podemos negar individualmente cada proposição simples trocando o
operador “e” por um operador “ou”. A prova desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~𝑝
~ ∨∼
𝒑 ∧𝑞𝒒 ∼~p𝑝 ∧ 𝑞~q = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V

Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equi-
valência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta de
“Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou não sei correr”

5.4.2 Negação da disjunção – Regra de De Morgan

A negação da disjunção também é conhecida como Regra de De Morgan:


∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞

A regra nos diz que ao negar uma disjunção, podemos negar individualmente cada proposição simples trocando o
operador “ou” por um operador “e”. A prova desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~𝑝~∨∼
𝒑 ∧𝑞 𝒒 ∼~p
𝑝 ∧ 𝑞~q = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V

Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equi-
valência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação cor-
reta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.

5.4.3 Negação da Condicional

A negação da condicional é uma expressão que vem derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de De
Morgan e Implicação material (apresentada nos tópicos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções, vamos
mostrar a equivalência e prova-la através da tabela-verdade:
∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞

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Montando a tabela-verdade:

p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos observar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos,
comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

5.4.4 Negação da Bicondicional

Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
e provar com a tabela-verdade:

∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:

p q ∼𝑝 ↔ 𝑞 ∼= (𝑝
𝑝↔ ∼∨~p
∧∼𝑞 𝑞)= (𝑞
𝑝
(𝑝↔~q
∧∧∼
~𝑝)
𝑞=𝑞)=(𝑝
∨(𝑝(𝑞
∧∼∧∼
∧𝑞)
~𝑝)
𝑞)∨ (𝑞
∼(𝑞∧𝑝∧~𝑝)
↔~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

Equivalências lógicas da condicional e bicondicional

Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material

A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q 𝑝→𝑞 =
𝑝→~p
~𝑝
𝑞=∨~𝑝
𝑞 ∨𝑞

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

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A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

5.5.2 Transposição

A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-
cia é a seguinte:
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p→𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → 𝑞~q = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material

A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:

𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑𝒑↔
↔↔𝒒𝒒𝒒 ==
=𝒑𝒑𝒑→→𝒒𝒒 ∧∧𝒒
∧𝒒
𝒑𝒒→
↔→
→ 𝒑𝒑𝒒𝒑 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:

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POLÍCIA PENAL 19 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:
p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p𝒑𝒑→↔~q
𝒒𝒒∧==𝒒𝒑𝒑
→∧∧𝒑
𝒒𝒒 ∨ ~𝒑
~𝒑 ∧~𝒒
𝒑∧↔ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO

Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ainda
continua sendo o elemento fundamental, pois a partir dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de contas, o
que é um Argumento? Essa definição é importante para o seguimento do capítulo e será apresentada a seguir.
Um argumento é feito de uma composição de duas ou mais proposições. Diferentemente de uma proposição
composta, o argumento apresenta as proposições de maneira separada, classificando-as em dois tipos: Premissas e
Conclusão. As premissas são as bases e as informações que irão nortear a Conclusão (que é única, apenas 1 proposição
pode ser a conclusão). Assim, a estrutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão.
Normalmente, os argumentos são apresentados na forma vertical, separando as premissas e a conclusão por um
traço, desta maneira:

As três premissas informam que há uma característica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e você pos-
suem olhos azuis. Dadas essas informações, concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou seja, olho azul.
Como este argumento é mais genérico, vamos a um mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:

A argumentação apresenta que o grupo denominado “brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto “de-
vedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasileiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”.
Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argumento
composto por 2 (duas) premissas e a conclusão, ele será considerado um caso particular e terá o nome de silogismo.
Ambos os argumentos foram conclusões verdadeiras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos classifi-
ca-los como argumentos válidos, ou seja, as premissas levam a esta conclusão.
A oposição disso é justamente uma ou mais premissas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento inválido,
pois não atende integralmente todas as premissas.
Outro caso de argumentos que podem ser cobrados são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por exem-
plo, neste exercício que caiu em um concurso:

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POLÍCIA PENAL 20 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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Se considerarmos as proposições: ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,


assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:

Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-


sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.

ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS

Normalmente quando os argumentos são analisados,


a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada A segunda proposição diz que nenhuma morena can-
nesta seção, porém, é importante que fique claro que ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:
ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
(exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
se resolver qualquer problema de argumentação.

FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais de
uma técnica pode ser usada para sua reso-
lução. Esta apostila será uma referência para
sugestão de qual técnica utilizar. Caso con-
siga resolver por outra técnica, é um ponto
Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto
a mais no seu aprendizado.
mulheres também não possui intersecção com o conjun-
tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-
portante frisar que sabemos que parte das mulheres não
Diagramas de Conjuntos (Euler) são morenas mas isso não pode interferir na validade do
argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
A análise de argumentos usando os diagramas de de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos temos que ter a conclusão verdadeira.
forem montados com proposições categóricas (capítulo Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que do. Observem:
designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al-
gum não. Algumas variações podem existir, como pelo
menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as
proposições que aprendemos no capítulo anterior.
Este método prevê que desenharemos as premissas
dentro de cada conjunto correspondente, procurando as
interseções entre eles. Após a construção do diagrama, Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos
verifica-se a validade do argumento. que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
Exemplo: “convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
“parentes”:

O ponto chave da lógica da argumentação é verificar


se a conclusão é uma consequência lógica das premissas.
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-

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POLÍCIA PENAL 21 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o


ou que é verdade na segunda e na terceira possibilidade. Na
primeira, ambas as premissas são atendidas mas a con-
clusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto
parentes.
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não
temos garantia integral do argumento, tornando-o invá-
lido.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte


afirmação é válida:
A segunda premissa nos mostra que Roberto não é
um convidado. Neste caso, veja que temos três possi- Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos de-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no vidos
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos
um “X”: Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do


diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos”
e “honestos” não forem coincidentes, não há como
garantir que Carlos está necessariamente dentro do
conjunto “honestos”. Portanto, o argumento torna-se
inválido.

ou Premissas verdadeiras

A segunda estratégia já envolve premissas que não


tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples
que a compõe.
Para avaliar a validade do argumento, basta adotar
que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro-
posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver-
ou dadeira.
Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será
inválido.
Vamos a um exemplo:

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POLÍCIA PENAL 22 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre-


sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe
penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen-
te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa
fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez
que não temos informações suficientes para determi-
Esse argumento está montado apenas com os valores nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas
lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar- isto não afeta a escolha da alternativa correta.
gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja:

Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e


a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira,
temos que ter ~Q=V, ou seja Q=F.
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se
Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter
que P seja falso, ou seja, P=F .
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a con-
clusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão
verdadeira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado
~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argu-
mento inválido.

EXERCÍCIO COMENTADO

2. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere que


as seguintes proposições são premissas de um argumen-
to:

1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um


conselheiro
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, en-
tão Tito não é o corregedor.

Com base nas definições apresentadas no texto acima,


assinale a opção em que a proposição apresentada, junto
com essas premissas, forma um argumento válido:

a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas


b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então
Adriano não é o corregedor.
c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi-
dente do tribunal de contas.
d) Tito não é o corregedor
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei

Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas


verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que
César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um
conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção

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POLÍCIA PENAL 23 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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Porcentagem

A Porcentagem ou Percentagem representa uma razão cujo denominador é igual a 100 e indica
uma comparação de uma parte com o todo.
O símbolo % é usado para designar a porcentagem. Um valor em porcentagem, pode ainda ser
expresso na forma de fração centesimal (denominador igual a 100) ou como um número decimal.

Exemplo:

Para facilitar o entendimento, veja a tabela abaixo:


Porcentagem Razão Centesimal Número Decimal
1% 1/100 0,01
5% 5/100 0,05
10% 10/100 0,1
120% 120/100 1,2
250% 250/100 2,5

Como Calcular a Porcentagem?


Podemos utilizar diversas formas para
calcular a porcentagem. Abaixo
apresentamos três formas distintas:

 regra de três
 transformação da porcentagem em fração
com denominador igual a 100
 transformação da porcentagem em número
decimal
Para resolver usando frações, primeiro temos
Devemos escolher a forma mais adequada de que transformar a porcentagem em uma
acordo com o problema que queremos fração com denominador igual a 100:
resolver.

Exemplos:
1) Calcule 30% de 90

Para usar a regra de três no problema, vamos Podemos ainda transformar a porcentagem
considerar que 90 corresponde ao todo, ou em número decimal:
seja 100%. O valor que queremos encontrar
chamaremos de x. A regra de três será 30% = 0,3
expressa como:
0,3 . 90 = 27

O resultado é o mesmo nas três formas, ou


seja 30% de 90 corresponde a 27.

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POLÍCIA PENAL 24 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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2) 90 corresponde a 30% de qual valor? SEQUÊNCIAS LÓGICAS ENVOLVENDO


NÚMEROS LETRAS E FIGURAS
Note que nesse exemplo, já conhecemos o
Os estudos matemáticos ligados aos fundamentos
resultado da porcentagem e queremos lógicos contribuem no desenvolvimento cognitivo dos
conhecer o valor que corresponde ao todo alunos, induzindo a organização do pensamento e das
(100%). ideias, na formação de conceitos básicos, assimilação de
regras matemáticas, construção de fórmulas e
Usando a regra de três, temos: expressões aritméticas e algébricas.
É de extrema importância, em Matemática, a
utilização de atividades extras envolvendo lógica, no
intuito de despertar o raciocínio, fazendo com que o
aluno utilize seu potencial na busca por soluções dos
problemas matemáticos baseados nos conceito
Lógicos.
A lógica está presente em diversos ramos da
Matemática, como a probabilidade, os problemas de
contagem, as progressões aritméticas e geométricas,
as sequências numéricas, equações, funções, análise de
gráficos entre outros.
Os fundamentos lógicos contribuirão na resolução
ordenada de equações, na percepção do valor da
Podemos ainda resolver o problema razão de uma sequência, na elucidação de problemas
aritméticos e algébricos e na fixação de conteúdos
transformando a porcentagem em número complexos.
decimal: A utilização das atividades lógicas contribui na
30% = 0,3 formação de indivíduos capazes de criar ferramentas e
mecanismos responsáveis pela obtenção de
Então é só resolver a seguinte equação: resultados na disciplina de Matemática.
O sucesso na Matemática está diretamente
conectado à curiosidade, pesquisa, deduções,
experimentos, visão detalhada, senso crítico e
organizacional e todas essas características estão
Assim, 30% de 300 é igual a 90. ligadas ao desenvolvimento lógico.
As figuras a seguir possuem números que
representam uma sequência lógica. Complete com o
3) 90 corresponde a quanto por cento de 360? número que está faltando. Exemplos:

Podemos resolver esse problema escrevendo


na forma de fração:

Ou ainda, podemos resolver usando regra de (1)


três:

(2)

(3)

Desta forma, 90 corresponde a 25% de 360.

(4)

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POLÍCIA PENAL 25 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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Exemplo 1
A sequência numérica proposta envolve
multiplicações por 4.
6 x 4 = 24
24 x 4 = 96
96 x 4 = 384
384 x 4 = 1536
SEQUÊNCIA DE FIGURAS
Exemplo 2
Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo
A diferença entre os números vai aumentando 1
padrão visto na sequência de pessoas ou
unidade.
simplesmente sofrer rotações, como nos exemplos a
13 – 10 = 3
17 – 13 = 4 seguir.
22 – 17 = 5
28 – 22 = 6
35 – 28 = 7

Exemplo 3
Multiplicar os números sempre por 3.
1x3=3
3x3=9
9 x 3 = 27
27 x 3 = 81
81 x 3 = 243
243 x 3 = 729
729 x 3 = 2187

Exemplo 4
A diferença entre os números vai aumentando 2
unidades.
24 – 22 = 2
28 – 24 = 4
34 – 28 = 6
42 – 34 = 8
52 – 42 = 10
64 – 52 = 12
78 – 64 = 14

SEQUÊNCIA DE LETRAS
As sequências de letras podem estar associadas a
uma série de números ou não.

Em geral, você deve escrever todo o alfabeto


(observando se deve, ou não, contar com k, y e w) e
circular as letras dadas para entender a lógica
proposta.

A C F J O U
Observe que foram saltadas 1,2,3,4 e 5 letras e
esses números estão em progressão.
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTU

B1 2F H4 8L N16 32R T64


Nesse caso, associou-se letras e números
(potências de 2), alternando a ordem. As letras saltam
1,3,1,3,1,3 e 1 posições.

SEQUÊNCIA DE PESSOAS
Na série a seguir, temo sempre um homem
seguido de duas mulheres, ou seja, aqueles que estão
em uma posição múltipla de três (3º, 6º, 9º, 12º, ...)
serão mulheres e a posição dos braços sempre
alterna, ficando para cima em uma posição múltipla de
dois (2º, 4º, 6º, 8º, ...).
Sendo assim, a sequência se repete a cada seis
termos, tornando possível determinar quem estará em
qualquer posição.

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POLÍCIA PENAL 26 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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EXERCÍCIOS A partir da tabela, pode-se armar que a


média de ocorrência é de:
1) Uma empresa recolhe para o fundo de
pensão de um empregado um valor
calculado sobre o salário bruto. Esse valor A) 4.
é calculado de acordo com a seguinte B) 4,4.
regra. C) 4,5.
D) 5.

4) De 7 dos 8 cantos de um paralelepípedo


retângulo, de lado 6 m, foram retirados
cubos, de lado 0,5 m, formando a figura
sólida a seguir.
Por exemplo, se uma pessoa tem o salário
bruto de R$ 2.000,00, será recolhido R$
170,00. Se uma pessoa teve recolhido o
valor de R$ 390, ela recebe um salário de:

A) 1.000 reais.
B) 1.200 reais.
C) 3.250 reais.
D) 4.000 reais.

2) Aproximadamente 13% da população


brasileira é obesa. Uma pesquisa prevê que
essa população pode crescer até 2020, Determine a soma do número de faces
chegando a 20% da população. Se essa com o número de vértices da figura obtida.
previsão se realizar, a porcentagem de
A) 27
obesos no Brasil crescerá,
B ) 50
aproximadamente: C ) 77
D) 78
A) 7%.
B ) 15,4%.
C ) 54% 5) Um torneio de futebol criou uma
D) 154%.
contagem particular de pontos. Nesse
torneio, quando um time, em 3 jogos,
3) O relatório de ocorrências atendidas por obtém uma vitória, uma derrota e um
uma equipe em 25 dias de trabalho empate, ele soma 7 pontos. Nesse torneio,
apresenta a tabela a seguir. depois de 6 jogos, o time A tinha: 2
vitórias, 1 empate e 3 derrotas, somando
13 pontos. Já o time B tinha: 4 vitórias, 2
empates e nenhuma derrota, somando 20
pontos. Assim, nesse torneio, cada vitória
vale:

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POLÍCIA PENAL 27 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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A) 1 ponto. 8) Analise as três afirmativas abaixo sobre


B) 2 pontos. Lógica e Estrutura Argumentativa: I. Uma
C) 3 pontos. estrutura argumentativa é construída com
D) 4 pontos.
uma ou mais premissas e uma conclusão.
II. Caso uma premissa seja falsa em
6) De um grupo de dez agentes homens e qualquer situação, qualquer conclusão que
quatro agentes mulheres, será formada se baseie nela será sempre inválida. III.
uma equipe com dois homens e uma Uma estrutura argumentativa necessita ao
mulher. Assim, é CORRETO armar que o menos de duas premissas para que possa
número de possíveis equipes diferentes ser considerada válida. Estão corretas as
que se pode formar é: afirmativas:

A) 4. A) I, apenas.
B) 49. B) III, apenas.
C) 180. C) I e II, apenas.
D) 360. D) II e III, apenas.

7) Observe a série a seguir. 9) Considerando um sistema composto de


planetas F, G e H (podendo haver mais de
um planeta F, G e H), a negação da frase:
Para todo planeta F, tem-se que F é maior
que G. Todos os planetas H não são
Continuando a sequência e usando o habitáveis ou existe pelo menos um
mesmo padrão apresentado, qual será a 4ª planeta H maior que os planetas F; é dada
figura? por:

A) Para qualquer planeta F, tem-se que F é


menor que G. Qualquer planeta H é
habitável ou todos os planetas H são
maiores que os planetas F.
B) Existe pelo menos um planeta F, tal que
F é maior que G. Algum planeta H não é
habitável e todo planeta H é menor que os
planetas F.
C) Existem planetas F, com F maior que G.
Todos os planetas H são habitáveis e todos
os planetas H são maiores que os planetas
F.
D) Para qualquer planeta F, temos que F é
menor que G. Todos os planetas H são
habitáveis e não existem planetas H
maiores que os planetas F.
E) Existe pelo menos um planeta F, tal que
F não é maior que G. Existe um planeta H
que é habitável e nenhum planeta H é
maior que os planetas F.

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POLÍCIA PENAL 28 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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10) João, Felipe, Ana, Carla e Eduardo são ônibus e trabalha no Ipiranga; a mais nova
cinco amigos que moram com seus avós delas vai trabalhar em Pinheiros, de
viúvos: Antônio, Juvenal, Lucas, José e motocicleta; Débora não anda de ônibus e
Maria, nas cidades de Teresina, Altos, é mais velha que Samantha e que
Campo Maior, Timon e Parnaíba, não Franciane. A alternativa que apresenta
necessariamente nesta ordem. Além disso, uma associação correta dessas pessoas às
sabe-se que: suas idades, aos seus meios de transporte
ou aos bairros em que trabalham é:
Felipe não é neto de Antônio, Ana mora em
Altos com sua avó e João não mora em A) Samantha tem 36 anos.
Campo Maior. B) Franciane tem 32 anos.
C) Débora trabalha em Santana.
Quem mora em Teresina é neto de D) Franciane trabalha no Ipiranga. E
Juvenal, e quem mora em Campo Maior é Samantha trabalha de bicicleta.
neto de Antônio.
12) Considere falsa a armação “Cristiano é
Carla nunca foi em Parnaíba, mas conhece policial militar e Ana é policial civil” e
Teresina. Além disso, João não mora em verdadeira a armação “se Cristiano é
Teresina. Por fim, a neta de Lucas toca policial militar, então Ana é policial civil”.
violão e tem amigos em Campo Maior e Nessas condições, é necessariamente:
Teresina. Pode-se armar, com certeza,
A) falsidade que Ana é policial civil.
baseado nas informações acima, que: B) verdade que Cristiano e Ana são policiais
civis.
A) João é neto de Juvenal e Ana mora em
C) verdade que Ana é policial civil.
Altos.
D) falsidade que Cristiano é policial militar.
B) Antônio mora em Campo Maior e Felipe
E) verdade que Cristiano é policial militar.
em Parnaíba.
C) João mora em Parnaíba e Carla mora 13) Considere as primeiras figuras de uma
em Timon.
sequência:
D) José é neto de João e Antônio é avô de
Eduardo. E Eduardo mora em Teresina e
José mora em Parnaíba.

11) Samantha, Kaoana, Franciane e Débora


têm 26, 32, 36 e 41 anos, não
necessariamente nessa ordem. Cada uma
delas utiliza meio de transporte distinto
das outras para irem aos seus trabalhos,
sendo eles motocicleta, carro, bicicleta e
ônibus, e trabalha em um bairro distinto de
São Paulo, sendo Ipiranga, Pinheiros,
Santana e Centro, não necessariamente
nas ordens apresentadas. Sabe-se que a de
maior idade vai trabalhar de carro e seu
local de trabalho não é Pinheiros e,
tampouco, Santana; Samantha tem menos
idade que Franciane, não vai trabalhar de

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POLÍCIA PENAL 29 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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Nessa sequência de figuras, a figura 10 é 15) A qualidade da educação dos jovens


igual à figura 1, a figura 11 é igual à figura sobe ou a sensação de segurança da
2, a figura 12, é igual à figura 3, e assim por sociedade diminui. A quantidade de linhas
diante. Dessa forma, a figura 232 será. da tabela-verdade correspondente à
proposição CG1A5AAA é igual a:

A) 32.
B) 2.
C) 4.
D) 8. E 16.

16) Sejam os conjuntos B = {1,2,3,4,5,6} e A


= {2, 3, 4, 7} e as seguintes proposições p, q
e r:

p: A ⊂ B

q: A ∪ B = B ∩ A r

r:B — A = {1,5, 6, 7}

Se V representa o valor lógico verdade e F


falsidade, as proposições p, q e r têm
respectivamente, os seguintes valores
lógicos:

A) F, F, V
B) V, F, V
C) F, V, V
D) F, F, F
14) Considere a sentença:
17) O diagrama representa algumas
“Se Arquimedes é torcedor do Ji-Paraná, informações sobre a escolaridade dos
então Sócrates é torcedor do moradores de um município.
Rondoniense”. A negação lógica dessa
sentença é:

A) “Se Arquimedes é torcedor do Ji-Paraná,


então Sócrates não é torcedor do
Rondoniense”.
B) “Se Arquimedes não é torcedor do Ji-
Paraná, então Sócrates é torcedor do Dados:
Rondoniense”.
C) “Se Arquimedes não é torcedor do Ji- I: conjunto de todos os moradores que
Paraná, então Sócrates não é torcedor do concluíram um curso de inglês.
Rondoniense”.
D) "Arquimedes é torcedor do Ji-Paraná e E: conjunto de todos os moradores que
Sócrates não é torcedor do Rondoniense”. concluíram um curso de espanhol.
E “Arquimedes é torcedor do Ji-Paraná ou
Sócrates não é torcedor do Rondoniense”.

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POLÍCIA PENAL 30 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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S: conjunto de todos os moradores que A negação dessa armação é:


concluíram o Ensino Superior.
A) João não trabalha e Maria não fica em
Em todas as seis regiões do diagrama, há casa;
B) João trabalha e Maria fica em casa;
pelo menos um morador representado.
C) João trabalha e Maria não fica em casa;
Assim, é correto armar que se um morador D) João trabalha ou Maria não fica em casa
dessa cidade: E) João trabalha ou Maria fica em casa.
A) concluiu um curso de inglês, então ele
necessariamente concluiu um curso de 20) Considere a armação:
espanhol.
B) concluiu um curso de inglês e um de Se um carro não tem gasolina então não
espanhol, então ele necessariamente anda.
concluiu o Ensino Superior.
C) não concluiu um curso de espanhol, Considere, agora, as armações seguintes: I.
então ele necessariamente não concluiu o Se um carro tem gasolina então anda. II. Se
Ensino Superior.
um carro não anda então não tem gasolina.
D) não concluiu um curso de inglês, então
ele necessariamente não concluiu um III. Se um carro anda então tem gasolina. E
curso de espanhol. são logicamente equivalente(s) à armação
dada:
E) não concluiu um curso de inglês, então
ele necessariamente não concluiu o Ensino A) somente I;
Superior. B) somente II;
C) somente III;
18) Considere a armação I como sendo D) somente I e II;
E) I, II e III.
FALSA e as outras três armações como
sendo VERDADEIRAS. I. Lucas é médico ou
Marina não é enfermeira. II. Se Arnaldo é 21) Os termos da sequência a seguir são
advogado, então Lucas não é médico. III. obtidos, a partir do segundo, adicionando-
Ou Otávio é engenheiro, ou Marina é se ao termo anterior a soma dos seus
enfermeira, mas não ambos. IV. Lucas é dígitos: 18, 27, 36, ... Qual dos seguintes
médico ou Paulo é arquiteto. A partir números faz parte da sequência?
dessas informações, é correto armar que:
A) 108
A) Paulo não é arquiteto ou Marina não é B) 198
enfermeira. C) 297
B) Marina é enfermeira e Arnaldo não é D) 1002
advogado. E) 2001
C) Se Lucas não é médico, então Otávio é
engenheiro.
D) Otávio é engenheiro e Paulo não é 22) Os 125 moradores de um prédio de
arquiteto. apartamentos têm soma das idades
E) Arnaldo é advogado ou Paulo é totalizando 3875 anos. Com base nessa
arquiteto. informação, assinale a armação incorreta.

19) Considere a armação: A) Se os 100 moradores mais velhos do


prédio tivessem a soma de suas idades
“João não trabalha e Maria fica em casa.” menor que 3100, então um mais novo
deles teria menos de 31 anos.

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POLÍCIA PENAL 31 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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B) Se cada um dos 25 moradores mais 25) O setor de triagem de processos


jovens do prédio tem idade igual ou registrou durante 8 horas de trabalho a
inferior a 31 anos, então a soma de suas entrada de 258 processos, sendo que 135
idades é igual ou inferior a 775 anos.
processos envolvem menores de idade e
C) Existem 100 moradores do prédio cuja
soma das idades é maior ou igual a 3100 181 processos envolvem atos criminais.
anos. Nesse contexto, a quantidade de processos
D) Existe algum morador do prédio com registrados que envolvem menores de
idade inferior a 31 anos. idade e atos criminais é:
E) O número de moradores do prédio com
idade igual ou superior a 60 anos é inferior A) 58.
a 65. B) 77.
C) 100. D 128.
E) 129.
23) Considere a seguinte armação:

Se eu me esforço, então sou vencedor. 26) Proposição CG1A5AAA A qualidade da


educação dos jovens sobe ou a sensação
Uma equivalente lógica para a armação
de segurança da sociedade diminui. A
apresentada está contida na alternativa:
quantidade de linhas da tabela-verdade
A) Eu me esforço e sou vencedor. correspondente à proposição CG1A5AAA é
B) Eu me esforço ou sou vencedor. igual a:
C) Se eu sou vencedor, então me esforço.
D) Se eu não sou vencedor, então eu não A) 2.
me esforço. B) 4.
E) Se eu não me esforço, então não sou C) 8.
vencedor. D) 16.
E) 32.

24) Considere a armação I como sendo


FALSA e as outras três armações como 27) Proposição CG1A5AAA A qualidade da
sendo VERDADEIRAS. I. Lucas é médico ou educação dos jovens sobe ou a sensação
Marina não é enfermeira. II. Se Arnaldo é de segurança da sociedade diminui.
advogado, então Lucas não é médico. III. Assinale a opção que apresenta uma
Ou Otávio é engenheiro, ou Marina é proposição que constitui uma negação da
enfermeira, mas não ambos. IV. Lucas é
proposição CG1A5AAA.
médico ou Paulo é arquiteto.
A) A qualidade da educação dos jovens não
A) partir dessas informações, é correto sobe e a sensação de segurança da
armar que A Paulo não é arquiteto ou sociedade não diminui.
Marina não é enfermeira. B) A qualidade da educação dos jovens
B) Marina é enfermeira e Arnaldo não é desce ou a sensação de segurança da
advogado. sociedade aumenta.
C) Se Lucas não é médico, então Otávio é C) A qualidade da educação dos jovens não
engenheiro. sobe ou a sensação de segurança da
D) Otávio é engenheiro e Paulo não é sociedade não diminui.
arquiteto. D) A qualidade da educação dos jovens
E ) Arnaldo é advogado ou Paulo é a. sobe e a sensação de segurança da
sociedade diminui.

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POLÍCIA PENAL 32 RACIOCÍNIO LÓGICO
CURSO OPÇÃO
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E) A qualidade da educação dos jovens A) Se Carla sabe nadar, então Carla gosta
diminui ou a sensação de segurança da de peixe;
sociedade sobe.
B) Se Carla não sabe nadar, então Carla não
gosta de peixe;
28) Num grupo de 50 pessoas, 23
trabalham, 37 estudam e 20 trabalham e C) Se Carla não gosta de peixe, então Carla
estudam. O número de pessoas que não não sabe nadar;
trabalham e não estudam é:
D) Carla gosta de peixe e sabe nadar;
A) 10
B) 17 E) Carla gosta de peixe ou não sabe nadar.
C) 20
D) 23
32) Numa escola, os alunos foram
29) Considere a seguinte armação: entrevistados sobre as suas disciplinas
preferidas. Observe na tabela os
Todos os brasileiros amam futebol. resultados.

A negação lógica dessa sentença é:

A) Todos os brasileiros não amam futebol.


B) Nenhum brasileiro ama futebol.
C) Existe algum brasileiro que não ama
futebol.
D) Não existem brasileiros que amam
futebol.
Assinale a alternativa que apresenta o total
de alunos entrevistados:
30) A qualidade da educação dos jovens
sobe ou a sensação de segurança da A) 198.
B) 109.
sociedade diminui.
C) 277.
A quantidade de linhas da tabela-verdade D) 356.
E) 371.
correspondente à proposição CG1A5AAA é
igual a:
33) Na geração automatizada de um teste,
200 perguntas de múltipla escolha são
A) 32.
B) 2. sorteadas por um software dentre milhares
C) 4. disponíveis em um banco de questões.
D) 8. Sorteada a sequência das 200 questões,
E) 16. suas alternativas são reordenadas para
gerar os diferentes gabaritos. Em certa
ocasião, houve uma falha na execução do
31) Considere a sentença:
software, que gerou um gabarito em que

“Se Carla gosta de peixe, então Carla sabe


nadar”. Uma sentença logicamente
equivalente à sentença dada é:

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POLÍCIA PENAL 33 RACIOCÍNIO LÓGICO
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as alternativas corretas das questões C) 42.


seguiam um padrão, como pode ser notado D) 64.
nas primeiras 13 questões exibidas a
seguir:
36) Sobre um grupo de candidatos para os
cargos A, B e C, sabe-se que 30 se
inscreveram para as provas de todos os
três cargos, 40 se inscreveram somente
para as provas dos cargos A e B, 55 se
De acordo com esse gabarito, a resposta inscreveram somente para as provas dos
correta à questão 200 é a alternativa: cargos A e C, e 50 se inscreveram somente
para as provas dos cargos B e C. Se 135
A) A. candidatos desse grupo se inscreveram
B) B. para a prova do cargo A, 125 se
C) C. inscreveram para a prova do cargo B, e 150
D) D.
candidatos se inscreveram para a prova do
E) E.
cargo C, então é verdade que, das
alternativas propostas, a que mais se
34) Duas proposições compostas são aproxima da relação entre o número de
equivalentes se seus valores lógicos são candidatos que se inscreveram para uma
iguais. Considerando que p e q são única prova e o número total de candidatos
proposições lógicas, então é CORRETO desse grupo é :
armar que a proposição (p Ʌ~ q) é
equivalente a: A) 13%.
B) 15%.
A) ~(p → ~q) C) 11%.
B) ~(p → q) D) 17%.
C) ~(p V q) E) 19%.
D) ~q → ~p
37) Na sala de aula, a professora Kátia
35) Na tabela a seguir, o número que escreveu a seguinte operação no quadro e
ocupa a extrema direita em cada uma de disse que cada letra representava um
suas linhas é o resultado de operações número:
efetuadas com os outros dois números da
mesma linha. Se a sucessão de operações é
a mesma em todas as linhas, então é
CORRETO armar que o valor de X é igual a:

Carlinhos foi o único que acertou o desafio,


pois ele disse que o valor de YXXZ é:
A) 18.
B) 30. A) 1776.

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POLÍCIA PENAL 34 RACIOCÍNIO LÓGICO
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B) 1778. com base nesta proposição, é correto


C) 1889. afirmar:
D) 1997.
E) 1998. A) Todos os candidatos que não estudam
adequadamente não passam em um
concurso.
38) Dada a disjunção exclusiva “Ou Carlos é B) Todos os candidatos que estudam
advogado ou Luíza é professora”, a sua adequadamente passam em um concurso.
negação será dada por: C) Havendo candidatos que passam em um
concurso, certamente estudam
A) “Se Carlos é advogado, então Luiza é adequadamente.
advogada”. D) É possível que existam candidatos que
estudam adequadamente e não passam
B) “Se Luiza não é advogada então Carlos é em um concurso.
professor”. E) A maior parte dos candidatos que
passam em um concurso estudam
C) “Carlos é advogado se, e somente se, adequadamente.
Luiza é professora”.

D) “Se Luiza é advogada, então Carlos é 41) Roberto diz: “não é verdade que
professor”. E “Carlos é professor se, e Cláudio não minta”. Logo depois, Ademir
somente se, Luiza é advogada”. arma: “Roberto acabou de mentir”.
Sabendo-se que:

1. Se Cláudio não mente, então é meio-


39) Na próxima semana, a Apex-Brasil dia; e 2. São 14 horas, então, quem mente?
promoverá um evento que ocorrerá, de
forma ininterrupta, das 8 horas às 16 A) Os três.
B) Apenas Cláudio.
horas. Para a orientação dos participantes,
C) Cláudio e Roberto.
será necessária a presença contínua de 12 D) Cláudio e Ademir.
colaboradores na entrada do evento. Para E) Roberto e Ademir.
permitir o descanso entre eles, foi
montada uma equipe com 20
colaboradores, e o organizador decidiu que 42) Alencar (2002, p.156) chama de
cada um deles trabalhará a mesma “conjunto verdade de uma sentença aberta
quantidade de tempo que os demais. Com p(x) em um conjunto A o conjunto de todos
base nessa situação hipotética, é correto os elementos a ϵ A tais que p(a) é uma
armar que cada colaborador trabalhará: proposição verdadeira.” Considere a
sentença aberta “x + 1 > 8” em N (conjunto
A) 5 horas. dos números naturais). Nesse caso, o
B) 3 horas e 52 minutos. conjunto verdade Vp é:
C) 4 horas.
D) 5 horas e 20 minutos. A) {7, 8, 9, ....} ⊂ N
E) 4 horas e 48 minutos. B) {8, 9, 10, ....} ⊂ N
C) {..., -9, -8, -7} ⊂ N
D) {...,-10, -9, -8} ⊂ N
40) Considere a proposição: “Se um
candidato estudar adequadamente, então
ele passará em um concurso”. Portanto,

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POLÍCIA PENAL 35 RACIOCÍNIO LÓGICO
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43) Observe a tabela que mostra o


resultado de uma pesquisa de mercado
feita por um sacolão para identificar a
preferência de seus fregueses na compra
de legumes, verduras e frutas:

O número de entrevistados foi: 46) Lucas e Larissa estudam Geografia e


História do seguinte modo: ▪ Ele estuda
A) 128. Geografia nas quartas, quintas e sextas-
B) 151.
feiras e História nos outros dias da semana;
C) 284.
D) 385. e ▪ ela estuda Geografia nos domingos, nas
segundas e nas terças-feiras e História no
resto da semana. Num certo dia da
44) Observe a sequência numérica a seguir. semana, porém, ambos podem declarar:
“Amanhã é dia de estudar História”.

Com base nessas informações, pode-se


armar que tanto Lucas quanto Larissa
O número que completa essa sequência é: estudam História na(o):
A) 11 520. A) quarta-feira.
B) 10 080. B) quinta-feira.
C) 8 640. C) sexta-feira.
D) 7 200. D) sábado.

45) Observe a sequência de figuras: 47) Continue a série a seguir e assinale a


alternativa que apresenta correta e
respectivamente os números que faltam.

A) 480 e 570.
Continuando a sequência e usando o B) 470 e 550.
mesmo padrão apresentado, qual será a 4ª C) 460 e 530.
D) 450 e 510.
figura?

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POLÍCIA PENAL 36 RACIOCÍNIO LÓGICO
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48) Observe os números colocados no


triângulo a seguir.

A partir das pistas apresentadas, qual


desses números será escolhido?

A) 281.
B) 542.
C) 408.
D) 653.

Seguindo o padrão de colocação desses


números no triângulo, o número que deve
GABARITO:
ser colocado no é:
1: D 2: C 3:B 4: C 5: D
A) 7. 6: C 7: C 8: A 9: E 10: C
B) 6. 11:E 12: D 13: B 14: D 15:C
C) 5. 16:D 17:E 18:E 19:D 20:C
D) 4. 21: C 22: D 23: D 24: E 25:A
26:A 27: A 28: C 29: C 30: B
31:A 32:A 33: B 34: D 35:B
49) Numa turma com 40 alunos, 22 alunos 36: B 37: E 38:C 39:E 40:B
ficaram de recuperação: 17 em Química e 41:D 42:B 43:B 44:B 45:D
46:D 47:B 48:A 49:A 50:D
13 em Física. O número de alunos que
estão de recuperação nas duas disciplinas
é:

A) 8 alunos.
B) 10 alunos.
C) 13 alunos.
D) 17 alunos.

50) Observe os números a seguir:

Considere as pistas a seguir para a escolha


de um desses números apresentados.

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DIREITOS HUMANOS

ÍNDICE

Grupos vulneráveis e o sistema prisional. .................................................................................................................................................... 2


Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento dos Presos ................................................................................................. 2
Teoria Geral dos Direitos Humanos ................................................................................................................................................................ 18
Direitos Humanos na Constituição Federal ................................................................................................................................................. 19
Declaração Universal dos Direitos Humanos .............................................................................................................................................. 21
Convenção Americana de Direitos Humanos ............................................................................................................................................. 31
Protocolo das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição
do Trá ico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças ....................................................................................................................... 49
Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes .................................... 55

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POLÍCIA PENAL 1 DIREITOS HUMANOS
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GRUPOS VULNERÁVEIS E O SISTEMA


PRISIONAL. EXERCÍCIO COMENTADO

GRUPOS VULNERÁVEIS E O SISTEMA PRISIONAL 1. (DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO – CESPE – 2017) A


respeito da aplicação e da efetividade dos direitos huma-
A vulnerabilidade1 está em todos e em cada um de nos, assinale a opção correta.
nós, da mesma forma como estão outras características
a) Proibição, decorrente de protestos de grupos religio-
próprias do ser humano, como a consciência e a capaci-
sos, de exibição de peça teatral que trate de diversi-
dade de amar; a empatia e a vontade de sobrevivência.
dade de gênero não será caso de conflito de direitos
Não há pessoa que possa ser considerada invulnerável. humanos, pois envolverá apenas o direito à liberdade
No que diz respeito à proteção dos direitos huma- de crença.
nos, as noções de igualdade e de vulnerabilidade estão b) Conforme entendimento do STF, é inconstitucional a
unidas. São vulneráveis quem tem diminuídas, por dife- resolução do CNJ que determina que toda pessoa, ao
rentes razões, suas capacidades de enfrentar as eventuais ser presa, deverá ser apresentada à autoridade judicial
violações de direitos básicos, de direitos humanos. Essa em até vinte e quatro horas.
diminuição de capacidades, essa vulnerabilidade está as- c) A Comissão Nacional da Verdade teve por objetivo re-
sociada a determinada condição que permite identificar construir a verdade histórica acerca tanto do governo
o indivíduo como membro de um grupo específico que, ditatorial de Getúlio Vargas quanto da ditadura militar
como regra geral, está em condições de clara desigual- de 1964 a 1985.
dade material em relação ao grupo majoritário. d) O Conselho Nacional de Direitos Humanos é compos-
Assim, o gênero é a condição que determina que as to por representantes de órgãos públicos e represen-
mulheres, sem serem uma minoria numérica, estão em tantes da sociedade civil com prerrogativas adminis-
situação de especial vulnerabilidade em relação aos di- trativas e poder de sanção.
reitos humanos, vulnerabilidade que varia em função do e) O índice de desenvolvimento humano deve, obrigato-
poder que estas mulheres têm nas sociedades em que riamente, ser utilizado pelos estados brasileiros no de-
vivem, e que podem torná-las sujeitos particularmen- senho de suas políticas públicas de direitos humanos.
te vulneráveis à violação de direitos sócio laborais (por
exemplo, recebimento de salário inferior aos dos homens Resposta: Letra D. Nos termos do art. 3º da Lei n.
12.986/14, o conselho Nacional de Direitos Humanos
pelo mesmo trabalho) ou diretamente à violação de con-
é integrado por representantes de órgãos públicos e
dições básicas de dignidade, como o direito à vida, à li-
representantes da sociedade civil. O art. 5º indica suas
berdade, à educação ou à saúde. prerrogativas e o 6º, as sanções que este órgão pode
A orientação sexual torna-se na condição determi- aplicar.
nante da vulnerabilidade de lésbicas, gays, bissexuais,
pessoas transgénicas e transsexuais. Aqui, novamente, a
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS
sociedade e o reflexo legal das particularidades do grupo
PARA O TRATAMENTO DOS PRESOS
podem tornar o mesmo suscetível da negação ao direito
à vida, em casos extremos, ou do direito à igualdade nas
relações familiares, o que ainda acontece na maior parte REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O
dos sistemas do planeta. TRATAMENTO DOS PRESOS
Para o sistema prisional os presos considerados vulne-
ráveis, são aqueles que precisam de uma atenção maior REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O
por parte do Estado, são eles presos LGBTI (lésbicas, gays, TRATAMENTO DE RECLUSOS (REGRAS DE NELSON
bissexuais ,transexuais, intersexuais), índios, ciganos, es- MANDELA) 2
trangeiros, portadores de doenças mentais, portadores
Observação preliminar 1
de doenças degenerativas ou DSTs, bem como presos
As regras que a seguir se enunciam não pretendem
que cometeram crimes contra vulneráveis ou crime de descrever em pormenor um modelo de sistema prisional.
natureza sexual ou qualquer outro tipo de abuso. Procuram unicamente, com base no consenso geral do
Alguns presos que por vezes entregam seus compar- pensamento atual e nos elementos essenciais dos sis-
sas ou que estão no programa de proteção a testemu- temas contemporâneos mais adequados, estabelecer o
nha, também são considerados vulneráveis. que geralmente se aceita como sendo bons princípios
Podemos considerar além destes, no grupo de vul- e práticas no tratamento dos reclusos e na gestão dos
neráveis, os presos afro descentes e de baixa renda (hi- estabelecimentos prisionais.
possuficientes) que muitas das vezes são marginalizados
(postos a margem) da sociedade, e não dispõem de con- Observação preliminar 2
dições para custear um advogado, para promover sua
defesa frente aos delitos a ele imputado. Sendo assim, o 1. Tendo em conta a grande variedade de condicio-
estado entrara coma defensoria pública para fazer pre- nalismos legais, sociais, económicos e geográficos
valecer a ele o direito constitucional ao contraditório e a em todo o mundo, é evidente que nem todas as
ampla defesa.
2 Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento
1 Direitos Humanos dos Grupos Vulneráveis. Manual 2014 de Reclusos (Regras de Nelson Mandela) – UNODC – Escritório das
- dhes. Rede Direitos Humanos e Educação Superior Nações Unidas sobre Drogas e Crimes.

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POLÍCIA PENAL 2 DIREITOS HUMANOS
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regras podem ser aplicadas em todos os locais e justificáveis em qualquer circunstância. A segurança dos
em todos os momentos. Devem, contudo, servir reclusos, do pessoal do sistema prisional, dos prestadores
para estimular esforços constantes com vista a ul- de serviço e dos visitantes deve ser sempre assegurada.
trapassar dificuldades práticas na sua aplicação, na
certeza de que representam, no seu conjunto, as Regra 2
condições mínimas aceites como adequadas pela
Organização das Nações Unidas. 1. Estas Regras devem ser aplicadas com imparciali-
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área rela- dade. Não deve haver nenhuma discriminação em
tivamente à qual o pensamento evolui constante- razão da raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
mente. Não visam impedir experiências e práticas, política ou outra, origem nacional ou social, pa-
desde que as mesmas sejam compatíveis com os trimónio, nascimento ou outra condição. É neces-
princípios e tentem incrementar a realização dos
sário respeitar as crenças religiosas e os preceitos
objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste
morais do grupo a que pertença o recluso.
espírito, a administração prisional central poderá
2. Para que o princípio da não discriminação seja
sempre justificar uma autorização de afastamento
posto em prática, as administrações prisionais de-
das regras.
vem ter em conta as necessidades individuais dos
reclusos, particularmente daqueles em situação de
Observação preliminar 3
maior vulnerabilidade. As medidas tomadas para
proteger e promover os direitos dos reclusos por-
1. A primeira parte das regras trata de matérias rela-
tadores de necessidades especiais não serão con-
tivas à administração geral dos estabelecimentos
sideradas discriminatórias.
prisionais e é aplicável a todas as categorias de re-
clusos, dos foros criminal ou civil, em regime de
Regra 3
prisão preventiva ou já condenados, incluindo os
que estejam detidos por aplicação de “medidas de
segurança” ou que sejam objeto de medidas de re- A detenção e quaisquer outras medidas que excluam
educação ordenadas por um juiz. uma pessoa do contacto com o mundo exterior são pe-
2. A segunda parte contém as regras que são espe- nosas pelo facto de, ao ser privada da sua liberdade, lhe
cificamente aplicáveis às categorias de reclusos ser retirado o direito à autodeterminação. Assim, o sis-
de cada secção. Contudo, as regras da secção A, tema prisional não deve agravar o sofrimento inerente a
aplicáveis aos reclusos condenados, serão tam- esta situação, exceto em casos pontuais em que a sepa-
bém aplicadas às categorias de reclusos a que se ração seja justificável ou nos casos em que seja necessá-
referem as secções B, C e D, desde que não se- rio manter a disciplina.
jam contraditórias com as regras específicas destas
secções e na condição de representarem uma me- Regra 4
lhoria de condições para estes reclusos.
1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de qual-
Observação preliminar 4 quer outra medida restritiva da liberdade são, prio-
ritariamente, proteger a sociedade contra a crimi-
1. As presentes regras não têm como objetivo regular nalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos só
a administração de instituições criadas em parti- podem ser alcançados se o período de detenção
cular para jovens, como reformatórios ou centros for utilizado para assegurar, sempre que possível,
educativos, mas, em geral, a primeira parte des- a reintegração destas pessoas na sociedade após
tas regras mínimas aplica-se igualmente a tais a sua libertação, para que possam levar uma vida
instituições. autossuficiente e de respeito para com as leis.
2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer 2. Para esse fim, as administrações prisionais e de-
caso, incluir os menores que dependem da jurisdi- mais autoridades competentes devem proporcio-
ção dos Tribunais de Menores. Como regra geral, nar educação, formação profissional e trabalho,
os jovens delinquentes não devem ser condenados bem como outras formas de assistência apropria-
a penas de prisão. das e disponíveis, incluindo aquelas de natureza
reparadora, moral, espiritual, social, desportiva e
REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL de saúde. Estes programas, atividades e serviços
devem ser facultados de acordo com as necessida-
Princípios básicos des individuais de tratamento dos reclusos.

Regra 1 Regra 5

Todos os reclusos devem ser tratados com o respeito 1. O regime prisional deve procurar minimizar as di-
inerente ao valor e dignidade do ser humano. Nenhum ferenças entre a vida durante a detenção e aquela
recluso deverá ser submetido a tortura ou outras pe- em liberdade que tendem a reduzir a responsabi-
nas ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradan- lidade dos reclusos ou o respeito à sua dignidade
tes e deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes como seres humanos.

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POLÍCIA PENAL 3 DIREITOS HUMANOS
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2. As administrações prisionais devem fazer todos os termos previstos em legislação interna, e direito a rece-
ajustes possíveis para garantir que os reclusos por- ber uma cópia oficial destes registos no momento da sua
tadores de deficiências físicas, mentais ou qualquer libertação.
outra incapacidade tenham acesso completo e efe-
tivo à vida prisional em base de igualdade. Regra 10

Registos O sistema de registo dos reclusos deve também ser


utilizado para gerar dados fiáveis sobre tendências e ca-
Regra 6 racterísticas da população prisional, incluindo taxas de
ocupação, a fim de criar uma base para a tomada de de-
Em todos os locais em que haja pessoas detidas, deve cisões fundamentadas em provas.
existir um sistema uniformizado de registo dos reclusos.
Este sistema pode ser um banco de dados ou um livro Separação de categorias
de registo, com páginas numeradas e assinadas. Devem
existir procedimentos que garantam um sistema seguro Regra 11
de auditoria e que impeçam o acesso não autorizado ou a
modificação de qualquer informação contida no sistema. As diferentes categorias de reclusos devem ser man-
tidas em estabelecimentos prisionais separados ou
Regra 7 em diferentes zonas de um mesmo estabelecimen-
to prisional, tendo em consideração o respetivo
Nenhuma pessoa deve ser admitida num estabeleci- sexo e idade, antecedentes criminais, razões da
mento prisional sem uma ordem de detenção váli- detenção e medidas necessárias a aplicar. Assim:
da. As seguintes informações devem ser adiciona-
das ao sistema de registo do recluso, logo após a (a) Homens e mulheres devem ficar detidos em es-
sua admissão: tabelecimentos separados; nos estabelecimentos
que recebam homens e mulheres, todos os locais
(a) Informações precisas que permitam determinar a destinados às mulheres devem ser completamente
sua identidade, respeitando a auto atribuição de separados;
género; (b) Presos preventivos devem ser mantidos separados
(b) Os motivos da detenção e a autoridade competen- dos condenados;
te que a ordenou, além da data, horário e local de (c) Pessoas detidas por dívidas ou outros reclusos do
prisão; foro civil devem ser mantidos separados dos reclu-
(c) A data e o horário da sua entrada e saída, bem
sos do foro criminal;
como de qualquer transferência; (d) Quaisquer fe-
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos separados
rimentos visíveis e reclamações acerca de maus-
-tratos sofridos; dos adultos.
(e) Um inventário dos seus bens pessoais;
(f) Os nomes dos seus familiares e, quando aplicável, Alojamento
dos seus filhos, incluindo a idade, o local de resi-
dência e sua custódia ou tutela; Regra 12
(g) Contato de emergência e informações acerca do
parente mais próximo. 1. As celas ou locais destinados ao descanso noturno
não devem ser ocupados por mais de um recluso.
Regra 8 Se, por razões especiais, tais como excesso tem-
porário de população prisional, for necessário que
As seguintes informações devem ser adicionadas ao a administração prisional central adote exceções a
sistema de registo do recluso durante a sua deten- esta regra deve evitar-se que dois reclusos sejam
ção, quando aplicáveis: alojados numa mesma cela ou local.
2. Quando se recorra à utilização de dormitórios,
(a) Informação relativa ao processo judicial, incluindo estes devem ser ocupados por reclusos cuidado-
datas de audiências e representação legal; samente escolhidos e reconhecidos como sendo
(b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação; capazes de serem alojados nestas condições. Du-
(c) Informação relativa ao comportamento e à rante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilân-
disciplina; cia regular, adaptada ao tipo de estabelecimento
(d) Pedidos e reclamações, inclusive alegações de prisional em causa.
tortura, sanções ou outros tratamentos cruéis, de-
sumanos ou degradantes, a menos que sejam de Regra 13
natureza confidencial;
(e) Informação sobre a imposição de sanções Todos os locais destinados aos reclusos, especialmen-
disciplinares; te os dormitórios, devem satisfazer todas as exigências
(f) Informação sobre as circunstâncias e causas de de higiene e saúde, tomando-se devidamente em con-
quaisquer ferimentos ou de morte e, em caso de sideração as condições climatéricas e, especialmente, a
falecimento, o destino do corpo. cubicagem de ar disponível, o espaço mínimo, a ilumina-
ção, o aquecimento e a ventilação.
Regra 9
Regra 14
Todos os registos mencionados nas Regras 7 e 8
serão mantidos confidenciais e só serão acessíveis aos Em todos os locais destinados aos reclusos, para vive-
que, por razões profissionais, solicitem o seu acesso. To- rem ou trabalharem:
dos os reclusos devem ter acesso aos seus registos, nos

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(a) As janelas devem ser suficientemente amplas de Regra 21


modo a que os reclusos possam ler ou trabalhar
com luz natural e devem ser construídas de forma A todos os reclusos, de acordo com padrões locais ou
a permitir a entrada de ar fresco, haja ou não ven- nacionais, deve ser fornecido um leito próprio e roupa de
tilação artificial; cama suficiente e própria, que estará limpa quando lhes
(b) A luz artificial deve ser suficiente para permitir aos for entregue, mantida em bom estado de conservação e
reclusos ler ou trabalhar sem prejudicar a vista. mudada com a frequência suficiente para garantir a sua
limpeza.
Regra 15

As instalações sanitárias devem ser adequadas, de Alimentação


maneira a que os reclusos possam efetuar as suas neces-
sidades quando precisarem, de modo limpo e decente. Regra 22

Regra 16 1. A administração deve fornecer a cada recluso, a


horas determinadas, alimentação de valor nutritivo
As instalações de banho e duche devem ser suficien- adequado à saúde e à robustez física, de qualidade
tes para que todos os reclusos possam, quando desejem e bem preparada e servida.
ou lhes seja exigido, tomar banho ou duche a uma tem- 2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se
peratura adequada ao clima, tão frequentemente quanto prover com água potável sempre que necessário.
necessário à higiene geral, de acordo com a estação do
ano e a região geográfica, mas pelo menos uma vez por Exercício e desporto
semana num clima temperado.
Regra 23
Regra 17
1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho no
Todas as zonas de um estabelecimento prisional uti-
lizadas regularmente pelos reclusos devem ser sempre exterior devem ter pelo menos uma hora diária de
mantidas e conservadas escrupulosamente limpas. exercício adequado ao ar livre quando o clima o
permita.
Higiene pessoal 2. Os jovens reclusos e outros de idade e condição
física compatíveis devem receber, durante o perío-
Regra 18 do reservado ao exercício, educação física e recre-
ativa. Para este fim, serão colocados à disposição
1. Deve ser exigido a todos os reclusos que se man- dos reclusos o espaço, instalações e equipamento
tenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão forne- adequados.
cidos água e os artigos de higiene necessários à
saúde e limpeza. Serviços Médicos
2. A fim de permitir aos reclusos manter um aspeto
correto e preservar o respeito por si próprios, ser- Regra 24
-lhes-ão garantidos os meios indispensáveis para
cuidar do cabelo e da barba; os homens devem 1. A prestação de serviços médicos aos reclusos é da
poder barbear-se regularmente.
responsabilidade do Estado. Os reclusos devem
Vestuário e roupas de cama poder usufruir dos mesmos padrões de serviços
de saúde disponíveis à comunidade e ter acesso
Regra 19 gratuito aos serviços de saúde necessários, sem
discriminação em razão da sua situação jurídica.
1. Deve ser garantido vestuário adaptado às condi- 2. Os serviços médicos devem ser organizados em
ções climatéricas e de saúde a todos os reclusos estreita ligação com a administração geral de saú-
que não estejam autorizados a usar o seu próprio de pública de forma a garantir a continuidade do
vestuário. Este vestuário não deve de forma algu- tratamento e da assistência, incluindo os casos de
ma ser degradante ou humilhante. VIH, tuberculose e de outras doenças infeciosas e
2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido da toxicodependência.
em bom estado. As roupas interiores devem ser
mudadas e lavadas tão frequentemente quanto Regra 25
seja necessário para a manutenção da higiene.
3. Em circunstâncias excecionais, sempre que um re- 1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter
cluso obtenha licença para sair do estabelecimen-
um serviço de saúde incumbido de avaliar, promo-
to, deve ser autorizado a vestir as suas próprias
roupas ou roupas que não chamem a atenção. ver, proteger e melhorar a saúde física e mental
dos reclusos, prestando particular atenção aos re-
Regra 20 clusos com necessidades especiais ou problemas
de saúde que dificultam sua reabilitação.
Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar o 2. Os serviços de saúde devem ser compostos por
seu próprio vestuário, devem ser tomadas disposições no uma equipa interdisciplinar, com pessoal qualifi-
momento de admissão no estabelecimento para assegu- cado e suficiente, capaz de exercer a sua ativida-
rar que este seja limpo e adequado. de com total independência clínica, devendo ter

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conhecimentos especializados de psicologia e psi- Regra 30


quiatria. Todos os reclusos devem poder beneficiar
dos serviços de um dentista qualificado. Um médico, ou qualquer outro profissional de saú-
de qualificado, seja este subordinado ou não ao
Regra 26 médico, deve observar, conversar e examinar to-
dos os reclusos, o mais depressa possível após a
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos mé- sua admissão no estabelecimento prisional e, em
dicos individuais, confidenciais, atualizados e pre- seguida, sempre que necessário. Deve dar-se es-
cisos para cada um dos reclusos, que a eles devem pecial atenção a:
ter acesso, sempre que solicitado. O recluso pode
também ter acesso ao seu registo médico através (a) Identificar as necessidades de cuidados médicos e
de uma terceira pessoa por si designada. adotar as medidas de tratamento necessárias;
2. O registo médico deve ser encaminhado para o (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso
serviço de saúde do estabelecimento prisional para recém-admitido tenha sido submetido antes de
o qual o recluso é transferido, encontrando-se su- sua entrada no estabelecimento prisional;
jeito à confidencialidade médica. (c) Identificar qualquer sinal de stresse psicológico
ou de qualquer outro tipo causado pela detenção,
Regra 27 incluindo, mas não só, o risco de suicídio ou de
lesões auto infligidas e sintomas de abstinência
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem as- resultantes do uso de drogas, medicamentos ou
segurar o pronto acesso a tratamentos médicos álcool; devem ser tomadas todas as medidas ou
em casos urgentes. Os reclusos que necessitem tratamentos individualizados apropriados;
de cuidados especializados ou de cirurgia devem (d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é por-
ser transferidos para estabelecimentos especializa- tador de uma doença infectocontagiosa, deve pro-
dos ou para hospitais civis. Se os estabelecimentos videnciar-se o isolamento clínico e o tratamento
prisionais possuírem instalações hospitalares pró- adequado durante todo o período de infeção;
prias, estas devem dispor de pessoal e equipamen- (e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar,
to apropriados que permitam prestar aos reclusos praticar exercícios e participar das demais ativida-
doentes os cuidados e o tratamento adequados. des, conforme for o caso.
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por
profissionais de saúde responsáveis e não podem Regra 31
ser modificadas ou ignoradas pela equipa prisional
não médica. O médico ou, quando aplicável, outros profissionais
de saúde qualificados devem visitar diariamente todos
Regra 28 os reclusos que se encontrem doentes, que se queixem
de problemas físicos ou mentais ou de ferimentos e to-
dos aqueles para os quais a sua atenção é especialmente
Nos estabelecimentos prisionais para mulheres de-
necessária. Todos os exames médicos devem ser condu-
vem existir instalações especiais para o tratamento das
zidos em total confidencialidade.
reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz
e das convalescentes. Desde que seja possível, devem
Regra 32
ser tomadas medidas para que o parto tenha lugar num
hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento
1. A relação entre o médico ou outros profissionais
prisional, tal facto não deve constar do respetivo registo
de saúde e o recluso deve ser regida pelos mes-
de nascimento.
mos padrões éticos e profissionais aplicados aos
pacientes da comunidade, em particular:
Regra 29
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do
1. A decisão que permite à criança ficar com o seu recluso e a prevenção e tratamento de doenças,
pai ou com a sua mãe no estabelecimento prisional baseados apenas em fundamentos clínicos;
deve ser baseada no melhor interesse da criança. (b) A adesão à autonomia do recluso no que concerne
Nos estabelecimentos prisionais que acolhem os à sua própria saúde e ao consentimento informado
filhos de reclusos, devem ser tomadas providên- na relação médico-paciente;
cias para garantir: (c) A confidencialidade da informação médica, a me-
nos que manter tal confidencialidade resulte numa
(a) Um infantário interno ou externo, dotado de pes- ameaça real e iminente para o paciente ou para os
soal qualificado, onde as crianças possam perma- outros;
necer quando não estejam ao cuidado dos pais; (d) A absoluta proibição de participar, ativa ou passi-
(b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem vamente, em atos que possam consistir em tortura
médica no ingresso e monitoração constante de ou sanções ou tratamentos cruéis, desumanos ou
seu desenvolvimento por especialistas. degradantes, incluindo experiências médicas ou
2. As crianças que se encontrem nos estabelecimen- científicas que possam ser prejudiciais à saúde do
tos prisionais com os pais nunca devem ser trata- recluso, tais como a remoção de células, tecidos ou
das como prisioneiras. órgãos.

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2. Sem prejuízo do parágrafo 1 Regra 37


(d) desta Regra, deve ser permitido ao recluso, com
base no seu livre e informado consentimento e de Os seguintes pontos devem ser determinados por lei
acordo com as leis aplicáveis, participar em ensaios ou por regulamentação emanada pela autoridade
clínicos e outras pesquisas de saúde acessíveis à administrativa competente:
comunidade, se o resultado de tais pesquisas e ex-
periências forem capazes de produzir um benefício (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
direto e significativo à sua saúde; e doar células, (b) O tipo e a duração das sanções disciplinares que
tecidos ou órgãos a parentes. podem ser aplicadas;
(c) Autoridade competente para pronunciar essas
Regra 33 sanções;
(d) Qualquer forma de separação involuntária da po-
O médico deve comunicar ao diretor sempre que pulação prisional geral, como o confinamento so-
julgue que a saúde física ou mental do recluso foi ou litário, o isolamento, a segregação, as unidades de
será desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou cuidado especial ou alojamentos restritos, seja por
pela aplicação de qualquer modalidade do regime de razão de sanção disciplinar ou para a manutenção
detenção. da ordem e segurança, incluindo políticas de pro-
mulgação e os procedimentos que regulamentem
Regra 34
o uso e a revisão da imposição e da saída de qual-
quer forma de separação involuntária.
Se, durante o exame de admissão ou na prestação
posterior de cuidados médicos, o médico ou profissional
Regra 38
de saúde detectar qualquer sinal de tortura, punição ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, deve re-
gistar e comunicar tais casos à autoridade médica, admi- 1. As administrações prisionais são encorajadas a
nistrativa ou judicial competente. Devem ser seguidos os fazer uso, sempre que possível, da prevenção de
procedimentos de salvaguarda apropriados para garantir conflitos, da mediação ou de qualquer outro meio
que o recluso ou as pessoas a ele associados não sejam alternativo de resolução de litígios para prevenir
expostos a perigos previsíveis. infrações disciplinares e resolver conflitos.
2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram separa-
Regra 35 dos, a administração prisional deve tomar as me-
didas necessárias para aliviar os efeitos prejudiciais
1. O médico ou o profissional de saúde pública com- do confinamento neles provocados, bem como na
petente deve proceder a inspeções regulares e comunidade que os recebe quando são libertados.
aconselhar o diretor sobre:
Regra 39
(a) A quantidade, qualidade, preparação e distribuição
de alimentos; 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com base
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e nas disposições legais ou regulamentares referi-
dos reclusos; das na Regra 37 e nos princípios de equidade e
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, iluminação de processo legal; e nunca duas vezes pela mesma
e ventilação do estabelecimento; infração.
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de 2. As administrações prisionais devem assegurar a
cama dos reclusos; proporcionalidade entre a sanção disciplinar apli-
(e) A observância das regras respeitantes à educação cável e a infração cometida e devem manter regis-
física e desportiva, nos casos em que não haja pes- tos apropriados de todas as sanções disciplinares
soal especializado encarregado destas atividades. aplicadas.
2. O diretor deve tomar em consideração os relatórios 3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as ad-
e os conselhos do médico referidos no parágrafo 1 ministrações prisionais devem ter em conta se, e
desta Regra e na Regra 33 e tomar imediatamente como, uma eventual doença mental ou incapaci-
as medidas sugeridas para que estas recomenda- dade de desenvolvimento do recluso contribuiu
ções sejam seguidas; em caso de desacordo ou se para a sua conduta e para a prática da infração ou
a matéria não for da sua competência, transmitirá ato que fundamentou a sanção disciplinar. As ad-
imediatamente à autoridade superior a sua opinião ministrações prisionais não devem punir qualquer
e o relatório médico. conduta do recluso se esta for considerada como
resultado direto da sua doença mental ou incapa-
Restrições, disciplina e sanções cidade intelectual.
Regra 36 Regra 40
A ordem e a disciplina devem ser mantidas com fir-
1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar
meza, mas sem impor mais restrições do que as necessá-
no estabelecimento prisional em cumprimento de
rias para a manutenção da segurança e da boa organiza-
qualquer medida disciplinar.
ção da vida comunitária.

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2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento 3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas não
adequado de sistemas baseados na autoadminis- devem incluir a proibição de contato com a família.
tração, sob os quais atividades ou responsabilida- O contato familiar só pode ser restringido durante
des sociais, educacionais ou desportivas são con- um período limitado de tempo e enquanto for es-
fiadas, sob supervisão, aos reclusos, organizados tritamente necessário para a manutenção da segu-
em grupos, para fins de tratamento. rança e da ordem.

Regra 44
Regra 41 Para os efeitos tidos por convenientes, o confinamen-
to solitário refere-se ao confinamento do recluso por 22
1. Qualquer alegação de infração disciplinar pratica- horas ou mais, por dia, sem contato humano significa-
da por um recluso deve ser prontamente transmiti- tivo. O confinamento solitário prolongado refere-se ao
da à autoridade competente, que deve investigá-la confinamento solitário por mais de 15 dias consecutivos.
sem atrasos injustificados.
2. O recluso deve ser informado, sem demora e numa Regra 45
língua que compreenda, da natureza das acusações
apresentadas contra si, devendo-lhe ser garantido 1. O confinamento solitário deve ser somente utili-
tempo e os meios adequados para preparar a sua zado em casos excecionais, como último recurso
defesa. e durante o menor tempo possível, e deve ser su-
3. O recluso deve ter direito a defender-se pessoal- jeito a uma revisão independente, sendo aplicado
mente ou através de advogado, quando os interes- unicamente de acordo com a autorização da au-
ses da justiça assim o requeiram, em particular nos toridade competente. Não deve ser imposto em
consequência da sentença do recluso.
casos que envolvam infrações disciplinares graves.
2. A imposição do confinamento solitário deve ser
Se o recluso não entender ou não falar a língua uti- proibida no caso de o recluso ser portador de uma
lizada na audiência disciplinar, devem ser assisti- deficiência mental ou física e sempre que essas
dos gratuitamente por um intérprete competente. condições possam ser agravadas por esta medi-
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor re- da. A proibição do uso do confinamento solitário
curso das sanções disciplinares impostas contra a e de medidas similares nos casos que envolvem
sua pessoa. mulheres e crianças, como referido nos padrões e
5. No caso de a infração disciplinar ser julgada como normas da Organização das Nações Unidas sobre
crime, o recluso deve ter direito a todas as ga- prevenção do crime e justiça penal, continuam a
rantias inerentes ao processo legal, aplicáveis aos ser aplicáveis.
processos criminais, incluindo total acesso a um
advogado. Regra 46

Regra 42 1. Os profissionais de saúde não devem ter qualquer


papel na imposição de sanções disciplinares ou
de outras medidas restritivas. Devem, no entan-
As condições gerais de vida expressas nestas Regras,
to, prestar especial atenção à saúde dos reclusos
incluindo as relacionadas com a iluminação, a ventila- mantidos sob qualquer forma de separação invo-
ção, a temperatura, as instalações sanitárias, a nutrição, luntária, visitando-os diariamente e providencian-
a água potável, a acessibilidade a ambientes ao ar livre e do o pronto atendimento e a assistência médica
ao exercício físico, a higiene pessoal, os cuidados médi- quando solicitado pelo recluso ou pelos guardas
cos e o espaço pessoal adequado, devem ser aplicadas a prisionais.
todos os reclusos, sem exceção. 2. Os profissionais de saúde devem transmitir ao di-
retor, sem demora, qualquer efeito colateral cau-
Regra 43 sado pelas sanções disciplinares ou outras medi-
das restritivas à saúde física ou mental do recluso
1. Em nenhuma circunstância devem as restrições ou submetido a tais sanções ou medidas e devem
sanções disciplinares implicar tortura, punições ou aconselhar o diretor se considerarem necessário
outra forma de tratamentos cruéis, desumanos ou interrompê-las por razões físicas ou psicológicas.
degradantes. As seguintes práticas, em particular, 3. Os profissionais de saúde devem ter autoridade
devem ser proibidas: para rever e recomendar alterações na separação
involuntária de um preso, a fim de assegurar que
tal separação não agrave as condições médicas ou
(a) Confinamento solitário indefinido; a deficiência física ou mental do recluso.
(b) Confinamento solitário prolongado;
(c) Detenção em cela escura ou constantemente Instrumentos de coação
iluminada;
(d) Castigos corporais ou redução da alimentação ou Regra 47
água potável do recluso;
(e) Castigos coletivos. 1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou
de outros instrumentos de coação considerados
2. Os instrumentos de imobilização jamais devem ser inerentemente degradantes ou penosos deve ser
utilizados como sanção por infrações disciplinares. proibido.

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2. Outros instrumentos de coação só devem ser uti- responsabilização, a administração prisional deve man-
lizados quando previstos em lei e nas seguintes ter registos apropriados das revistas feitas aos reclusos e
circunstâncias: inspeções, em particular as que envolvem o ato de despir
e de inspecionar partes íntimas do corpo e inspeções nas
(a) Como medida de precaução contra uma evasão celas, bem como as razões das inspeções, a identidade
durante uma transferência, desde que sejam reti- daqueles que as conduziram e quaisquer outros resulta-
rados logo que o recluso compareça perante uma dos decorrentes dessas inspeções.
autoridade judicial ou administrativa;
(b) Por ordem do diretor, depois de se terem esgotado Regra 52
todos os outros meios de dominar o recluso, a fim
de o impedir de causar prejuízo a si próprio ou a 1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de despir
outros ou de causar danos materiais; nestes casos e de inspecionar partes íntimas do corpo, devem
o diretor deve consultar o médico com urgência e ser feitas apenas quando forem absolutamente
apresentar um relatório à autoridade administrati- necessárias. As administrações prisionais devem
va superior. ser encorajadas a desenvolver e a utilizar outras
alternativas apropriadas em vez de revistas íntimas
Regra 48 invasivas. As revistas íntimas invasivas devem ser
conduzidas de forma privada e por pessoal treina-
1. Quando a utilização de instrumentos de coação for do do mesmo sexo que o recluso inspecionado.
autorizada, de acordo com o parágrafo 2 da regra 2. As revistas das partes íntimas devem ser conduzi-
47, os seguintes princípios serão aplicados: das apenas por profissionais de saúde qualificados,
que não sejam os principais responsáveis pelos
(a) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados cuidados de saúde do recluso, ou, no mínimo, por
quando outras formas menos severas de controlo pessoal adequadamente treinado por um profis-
não forem efetivas face aos riscos representados sional de saúde em relação aos padrões de higie-
por uma ação não controlada; ne, saúde e segurança.
(b) O método de restrição será o menos invasivo pos-
sível, o necessário e razoável para controlar a ação Regra 53
do recluso, em função do nível e da natureza do Os reclusos devem ter acesso aos documentos re-
risco apresentado; lacionados com os seus processos judiciais e ser auto-
(c) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados rizados a mantê-los consigo, sem que a administração
durante o período estritamente necessário e de- prisional tenha acesso a estes.
vem ser retirados logo que deixe de existir o risco
que motivou a restrição. Informações e direito de reclamação dos reclusos
2. Os instrumentos de coação não devem ser utiliza-
dos em mulheres em trabalho de parto, nem du- Regra 54
rante nem imediatamente após o parto. Todo o recluso, no momento da admissão, deve rece-
ber informação escrita sobre:
Regra 49
A administração prisional deve procurar obter e pro- (a) A legislação e os regulamentos do estabelecimen-
mover formação no uso de técnicas de controlo que evi- to prisional e do sistema prisional;
tem a necessidade de utilizar instrumentos de coação ou (b) Os seus direitos, inclusive os meios autorizados
que reduzam o seu caráter intrusivo. para obter informações, acesso a assistência jurí-
dica, incluindo o apoio judiciário, e sobre procedi-
Revistas aos reclusos e inspeção de celas mentos para formular pedidos e reclamações;
(c) As suas obrigações, incluindo as sanções discipli-
Regra 50 nares aplicáveis; e
As leis e regulamentos sobre as revistas aos reclusos (d) Todos os assuntos que podem ser necessários para
e inspeções de celas devem estar em conformidade com se adaptar à vida no estabelecimento.
as obrigações do Direito Internacional e devem ter em
conta os padrões e as normas internacionais, uma vez Regra 55
considerada a necessidade de garantir a segurança dos
estabelecimentos prisionais. As revistas aos reclusos e as 1. As informações mencionadas na regra 54 devem
inspeções devem ser conduzidas de forma a respeitar a estar disponíveis nas línguas mais utilizadas, de
dignidade humana inerente e a privacidade do recluso acordo com as necessidades da população prisio-
sujeito à inspeção, assim como os princípios da propor- nal. Se um recluso não compreender qualquer uma
cionalidade, legalidade e necessidade. destas línguas, deve ser providenciada a assistên-
cia de um intérprete.
Regra 51 2. Se o recluso for analfabeto, as informações devem
As revistas aos reclusos e as inspeções não serão ser-lhe comunicadas oralmente. Os reclusos com
utilizadas para assediar, intimidar ou invadir desne- deficiências sensoriais devem receber as informa-
cessariamente a privacidade do recluso. Para fins de ções de forma apropriada às suas necessidades.

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3. A administração prisional deve expor, com desta- (a) Por correspondência e utilizando, se possível,
que, a informação nas áreas de trânsito comum do meios de telecomunicação, digitais, eletrônicos e
estabelecimento prisional. outros; e
(b) Através de visitas.
Regra 56
2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este
1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de, em direito deve ser garantido sem discriminação e as
qualquer dia, formular pedidos ou reclamações ao mulheres reclusas devem exercer este direito nas
diretor do estabelecimento prisional ou ao mem- mesmas condições que os homens. Devem ser ins-
bro do pessoal prisional autorizado a representá-lo. taurados procedimentos e disponibilizados locais,
2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os reclusos de forma a garantir o justo e igualitário acesso,
formularem pedidos ou reclamações, durante as respeitando-se a segurança e a dignidade.
inspeções do estabelecimento prisional, ao inspe-
tor prisional. O recluso deve ter a oportunidade de Regra 59
conversar com o inspetor ou com qualquer outro
oficial de inspeção, de forma livre e com total con- Os reclusos devem ser colocados, sempre que pos-
fidencialidade, sem a presença do diretor ou de sível, em estabelecimentos prisionais próximos das suas
outros membros da equipa.
casas ou do local da sua reabilitação social.
3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um pe-
dido ou reclamação sobre seu tratamento, sem
Regra 60
censura quanto ao conteúdo, à administração
prisional central, à autoridade judicial ou a outras
1. A entrada de visitantes nos estabelecimentos pri-
autoridades competentes, incluindo os que têm
poderes de revisão e de reparação. sionais depende do consentimento do visitante
4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta de submeter-se à revista. O visitante pode retirar
Regra serão estendidos ao seu advogado. Nos ca- o seu consentimento a qualquer momento; nestes
sos em que nem o recluso, nem o seu advogado casos, a administração prisional poderá recusar o
tenham a possibilidade de exercer tais direitos, um seu acesso.
membro da família do recluso ou qualquer outra 2. Os procedimentos de entrada e revista de visitan-
pessoa que tenha conhecimento do caso deve po- tes não devem ser degradantes e devem ser regi-
der exercê-los. dos por princípios tão protetivos como os deline-
ados nas Regras 50 a 52. As revistas feitas a partes
Regra 57 íntimas do corpo devem ser evitadas e não devem
ser aplicadas a crianças.
1. Todo o pedido ou reclamação deve ser pronta-
mente apreciado e respondido sem demora. Se o Regra 61
pedido ou a reclamação for rejeitado, ou no caso
de atraso indevido, o reclamante deve ter o direi- 1. Os reclusos devem ter a oportunidade, tempo e
to de apresentá-lo à autoridade judicial ou a outra meios adequados para receberem visitas e de co-
autoridade. municar com um advogado escolhido por si ou
2. Devem ser criados mecanismos de salvaguarda com um defensor público, sem demora, intercep-
para assegurar que os reclusos possam formular tação ou censura, em total confidencialidade, so-
pedidos e reclamações de forma segura e, se so- bre qualquer assunto jurídico, em conformidade
licitado pelo reclamante, de forma confidencial. O com a legislação nacional aplicada. Estas consultas
recluso, ou qualquer outra pessoa mencionada no podem ocorrer à vista dos agentes prisionais, mas
parágrafo 4 da Regra 56, não deve ser exposto a não podem ser ouvidas por estes.
qualquer risco de retaliação, intimidação ou outras 2. Nos casos em que os reclusos não falam a língua
consequências negativas como resultado de um local, a administração prisional deve facilitar o
pedido ou reclamação. acesso aos serviços de um intérprete competente
3. Alegações de tortura ou outras penas ou tratamen- e independente. 3. Os reclusos devem ter acesso a
tos cruéis, desumanos ou degradantes devem ser um apoio judiciário efetivo.
imediatamente apreciadas e devem originar uma
investigação rápida e imparcial, conduzida por Regra 62
uma autoridade nacional independente, de acordo
com os parágrafos 1 e 2 da Regra 71. 1. A reclusos de nacionalidade estrangeira devem ser
concedidas facilidades razoáveis para comunica-
Contatos com o mundo exterior
rem com os representantes diplomáticos e consu-
lares do Estado a que pertencem.
Regra 58
2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem re-
presentação diplomática ou consular no país, e a
1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a necessá-
ria supervisão, a comunicar periodicamente com as refugiados ou apátridas, devem ser concedidas fa-
suas famílias e com amigos: cilidades semelhantes para comunicarem com re-
presentantes diplomáticos do Estado encarregado

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de zelar pelos seus interesses ou com qualquer au- gastar, dos objetos que tenham sido enviados pelo
toridade nacional ou internacional que tenha a seu recluso para o exterior ou das peças de vestuário
cargo a proteção dessas pessoas. que tenham sido destruídas por razões de higiene.
O recluso deve assinar o recibo dos objetos e do
Regra 63 dinheiro que lhe tenham sido restituídos.
3. Os valores e objetos enviados do exterior encon-
Os reclusos devem ser mantidos regularmente infor-
tram-se submetidos a estas mesmas regras.
mados das notícias mais importantes através da leitura
de jornais, publicações periódicas ou institucionais es- 4. Se o recluso for portador de medicamentos ou es-
peciais, através de transmissões de rádio, conferências tupefacientes no momento da admissão, o médico
ou quaisquer outros meios semelhantes, autorizados ou ou outro profissional de saúde qualificado decidirá
controlados pela administração prisional. sobre a sua utilização.

Biblioteca Notificações

Regra 64 Regra 68
Cada estabelecimento prisional deve ter uma bibliote- Todo o recluso deve ter o direito de ter oportunida-
ca para o uso de todas as categorias de reclusos, devida-
de e os meios de informar imediatamente a sua família
mente provida com livros recreativos e de instrução e os
reclusos devem ser incentivados a utilizá-la plenamente. ou qualquer outra pessoa designada por si sobre a sua
detenção, transferência para outro estabelecimento pri-
Religião sional ou sobre qualquer doença ou ferimento graves. A
divulgação de informações pessoais dos reclusos deve
Regra 65 ser regida por legislação nacional.

1. Se o estabelecimento prisional reunir um número Regra 69


suficiente de reclusos da mesma religião, deve ser
nomeado ou autorizado um representante quali- No caso de morte de um recluso, o diretor do es-
ficado dessa religião. Se o número de reclusos o tabelecimento prisional deve informar imediatamente o
justificar e as circunstâncias o permitirem, deve ser parente mais próximo ou a pessoa previamente desig-
encontrada uma solução permanente.
nada pelo recluso. As pessoas designadas pelo recluso
2. O representante qualificado, nomeado ou autori-
zado nos termos do parágrafo 1 desta Regra, deve para receberem informações sobre a sua saúde devem
ser autorizado a organizar periodicamente serviços ser notificadas pelo diretor em caso de doença grave, fe-
religiosos e a fazer, sempre que for aconselhável, rimento ou transferência para uma instituição médica. O
visitas pastorais privadas, num horário apropriado, pedido explícito de um recluso, de que seu cônjuge ou
aos reclusos da sua religião. parente mais próximo não seja informado em caso de
3. O direito de entrar em contacto com um represen- doença ou ferimento, deve ser respeitado.
tante qualificado da sua religião nunca deve ser
negado a qualquer recluso. Por outro lado, se um Regra 70
recluso se opõe à visita de um representante de
uma religião, a sua vontade deve ser plenamente Um recluso deve ser informado imediatamente da
respeitada.
morte ou doença grave de qualquer parente próximo,
Regra 66 cônjuge ou companheiro. No caso de doença crítica de
Tanto quanto possível, cada recluso deve ser auto- um parente próximo, cônjuge ou companheiro, o recluso
rizado a satisfazer as exigências da sua vida religiosa, deve ser autorizado, quando as circunstâncias o permi-
assistindo aos serviços ministrados no estabelecimento tirem, a estar junto dele, quer sob escolta quer só, ou a
prisional e tendo na sua posse livros de rito e prática de participar no seu funeral.
ensino religioso da sua confissão.
Investigações
Depósito de objetos pertencentes aos reclusos
Regra 71
Regra 67
1. Não obstante uma investigação interna, o dire-
1. Quando o regulamento não autorizar aos reclu-
tor do estabelecimento prisional deve comunicar,
sos a posse de dinheiro, objetos de valor, peças
de vestuário e outros objetos que lhes pertençam, imediatamente, a morte, o desaparecimento ou o
estes devem, no momento de admissão no esta- ferimento grave à autoridade judicial ou a outra
belecimento, ser guardados em lugar seguro. Deve autoridade competente independente da adminis-
ser elaborado um inventário destes objetos, assi- tração prisional e deve determinar uma investiga-
nado pelo recluso. Devem ser tomadas medidas ção imediata, imparcial e efetiva às circunstâncias
para conservar estes objetos em bom estado. e às causas destes casos. A administração prisio-
2. Estes objetos e o dinheiro devem ser restituídos nal deve cooperar integralmente com a referida
ao recluso no momento da sua libertação, com autoridade e assegurar que todas as provas são
exceção do dinheiro que tenha sido autorizado a preservadas.

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2. A obrigação referida no parágrafo 1 desta Regra emprego dependente apenas de boa conduta, efi-
deve ser igualmente aplicada quando houver indí- cácia no trabalho e aptidão física. A remuneração
cios razoáveis para se supor que um ato de tortura deve ser suficiente para permitir recrutar e manter
ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ao serviço homens e mulheres competentes; as re-
ou degradantes tenham sido praticados no esta- galias e as condições de emprego devem ser de-
belecimento prisional, mesmo que não tenha sido terminadas tendo em conta a natureza penosa do
recebida uma reclamação formal. trabalho.
3. Quando houver indícios razoáveis para se supor
que os atos referidos no parágrafo 2 desta Regra Regra 75
tenham sido praticados, devem ser tomadas medi-
das imediatas para garantir que todas as pessoas 1. Os funcionários devem possuir um nível de edu-
potencialmente implicadas não tenham qualquer cação adequado e deve ser-lhes proporcionadas
envolvimento na investigação ou contato com as condições e meios para poderem exercer as suas
testemunhas, vítimas e seus familiares. funções de forma profissional.
2. Devem frequentar, antes de entrar em funções,
Regra 72 um curso de formação geral e específico, que deve
refletir as melhores e mais modernas práticas, ba-
A administração prisional deve tratar o corpo de um seadas em dados empíricos, das ciências penais.
recluso falecido com respeito e dignidade. O corpo do Apenas os candidatos que ficarem aprovados nas
recluso falecido deve ser devolvido ao seu parente mais provas teóricas e práticas devem ser admitidos no
próximo o mais rapidamente possível e, o mais tardar, serviço prisional.
quando concluída a investigação. A administração pri- 3. Após a entrada em funções e ao longo da sua
sional deve providenciar um funeral culturalmente ade- carreira, o pessoal deve conservar e melhorar os
quado, se não houver outra parte disposta ou capaz de seus conhecimentos e competências profissionais,
fazê-lo, e deve manter um registo completo do facto. seguindo cursos de aperfeiçoamento organizados
periodicamente.
Transferência de reclusos
Regra 76
Regra 73
1. A formação a que se refere o parágrafo 2 da Regra
75 deve incluir, no mínimo, o seguinte:
1. Quando os reclusos são transferidos, de ou para
outro estabelecimento, devem ser vistos o menos
(a) Legislação, regulamentos e políticas nacionais re-
possível pelo público e devem ser tomadas me-
levantes, bem como os instrumentos internacio-
didas apropriadas para os proteger de insultos, nais e regionais aplicáveis que devem nortear o
curiosidade e de qualquer tipo de publicidade. trabalho e as interações dos funcionários com os
2. Deve ser proibido o transporte de reclusos em ve- reclusos;
ículos com deficiente ventilação ou iluminação ou (b) Direitos e deveres dos funcionários no exercício
que, de qualquer outro modo, os possa sujeitar a das suas funções, incluindo o respeito à dignidade
sacrifícios físicos desnecessários. humana de todos os reclusos e a proibição de cer-
3. O transporte de reclusos deve ser efetuado a ex- tas condutas, em particular a prática de tortura ou
pensas da administração prisional em condições outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
de igualdade para todos. degradantes;
(c) Segurança, incluindo o conceito de segurança di-
Pessoal do estabelecimento prisional nâmica, o uso da força e instrumentos de coação e
a gestão de pessoas violentas, tendo em conside-
Regra 74 ração técnicas preventivas e alternativas, como a
negociação e a mediação;
1. A administração prisional deve selecionar cuida- (d) Técnicas de primeiros socorros, as necessidades
dosamente o pessoal de todas as categorias, dado psicossociais dos reclusos e correspondentes dinâ-
que é da sua integridade, humanidade, aptidões micas do ambiente prisional, bem como o apoio
pessoais e capacidades profissionais que depende e assistência social, incluindo o diagnóstico prévio
a boa gestão dos estabelecimentos prisionais. de doenças mentais.
2. A administração prisional deve esforçar-se perma- 2. Os funcionários que estiverem incumbidos de tra-
nentemente por suscitar e manter no espírito do balhar com certas categorias de reclusos, ou que
pessoal e da opinião pública a convicção de que estejam designados para outras funções especí-
esta missão representa um serviço social de gran- ficas, devem receber formação adequada às suas
de importância; para o efeito, devem ser utiliza- características.
dos todos os meios adequados para esclarecer o
público. Regra 77
3. Para a realização daqueles fins, os membros do pes-
soal devem desempenhar funções a tempo inteiro Todos os membros do pessoal devem, em todas as
na qualidade de profissionais do sistema prisional, circunstâncias, comportar-se e desempenhar as suas fun-
devem ter o estatuto de funcionários do Estado e ções de maneira a que o seu exemplo tenha boa influên-
ser-lhes garantida, por conseguinte, segurança no cia sobre os reclusos e mereça o respeito destes.

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Regra 78 2. Os membros do pessoal prisional devem receber


formação técnica especial que lhes permita domi-
1. Na medida do possível, deve incluir-se no pessoal nar os reclusos violentos.
um número suficiente de especialistas, tais como 3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes que asse-
psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, profes- gurem serviços que os ponham em contacto direto
sores e instrutores técnicos. com os reclusos não devem estar armados. Aliás,
2. Os assistentes sociais, professores e instrutores não deverá ser confiada uma arma a um membro
técnicos devem exercer as suas funções de forma do pessoal sem que este seja treinado para o seu
permanente, mas poderá também recorrer-se a uso.
auxiliares a tempo parcial ou a voluntários.
Inspeções internas e externas
Regra 79
Regra 83
1. O diretor do estabelecimento prisional deve ser
adequadamente qualificado para a sua função, 1. Deve haver um sistema duplo de inspeções regula-
quer pelo seu carácter, quer pelas suas competên- res nos estabelecimentos e serviços prisionais:
cias administrativas, formação e experiência.
2. O diretor do estabelecimento prisional deve exer- (a) Inspeções internas ou administrativas conduzidas
cer a sua função oficial a tempo inteiro e não deve
pela administração prisional central;
ser nomeado a tempo parcial. Deve residir no esta-
(b) Inspeções externas conduzidas por um órgão
belecimento prisional ou nas imediações deste.
independente da administração prisional, que
3. Quando dois ou mais estabelecimentos prisionais
pode incluir órgãos internacionais ou regionais
estejam sob a autoridade de um único diretor, este
competentes.
deve visitar ambos com regularidade. Em cada um
2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções deve
dos estabelecimentos deve haver um funcionário
responsável. ser o de assegurar que os estabelecimentos prisio-
nais sejam administrados de acordo com as leis,
Regra 80 regulamentos, políticas e procedimentos vigentes,
para prossecução dos objetivos dos serviços pri-
1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos outros sionais e correcionais e para a proteção dos direi-
membros do pessoal do estabelecimento prisional tos dos reclusos.
devem falar a língua da maior parte dos reclusos
ou uma língua entendida pela maioria deles. Regra 84
2. Deve recorrer-se aos serviços de um intérprete
sempre que seja necessário. Regra 81 1. Nos es- 1. Os inspetores devem ter a autoridade para:
tabelecimentos prisionais destinados a homens e
mulheres, a secção das mulheres deve ser colocada (a) Aceder a todas as informações sobre o número
sob a direção de um funcionário do sexo feminino de reclusos e dos locais de detenção, bem como
responsável que terá à sua guarda todas as chaves a toda a informação relevante ao tratamento dos
dessa secção. 2. Nenhum funcionário do sexo mas- reclusos, incluindo os seus registos e as condições
culino pode entrar na parte do estabelecimento de detenção;
destinada às mulheres sem ser acompanhado por (b) Escolher livremente qual o estabelecimento prisio-
um funcionário do sexo feminino. nal que querem inspecionar, inclusive fazendo vi-
3. A vigilância das reclusas deve ser assegurada ex- sitas por iniciativa própria sem aviso prévio e quais
clusivamente por funcionários do sexo feminino. os reclusos que pretendem entrevistar; (c) Condu-
Não obstante, isso não impede que funcionários zir entrevistas com os reclusos e com os funcioná-
do sexo masculino, especialmente médicos e pro- rios prisionais, em total privacidade e confidencia-
fessores, desempenhem as suas funções profissio- lidade, durante as suas visitas;
nais em estabelecimentos prisionais ou secções do (d) Fazer recomendações à administração prisional e a
estabelecimento prisional destinados a mulheres. outras autoridades competentes.
2. As equipas de inspeção externa devem ser com-
Regra 82 postas por inspetores qualificados e experientes,
indicados por uma autoridade competente, e de-
1. Os funcionários dos estabelecimentos prisionais vem contar com profissionais de saúde. Deve-se
não devem, nas suas relações com os reclusos, usar procurar ter uma representação equilibrada de
de força, exceto em legítima defesa ou em casos género.
de tentativa de fuga ou de resistência física ativa
ou passiva a uma ordem baseada na lei ou nos re- Regra 85
gulamentos. Os funcionários que tenham de recor-
rer à força não devem usar senão a estritamente 1. Depois de uma inspeção, deve ser submetido à
necessária e devem comunicar imediatamente o
autoridade competente um relatório escrito. Esfor-
incidente ao diretor do estabelecimento prisional.
ços devem ser empreendidos para tornar público

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os relatórios das inspeções externas, excluindo-se 2. Estes estabelecimentos não devem possuir o mes-
qualquer dado pessoal dos reclusos, a menos que mo grau de segurança para cada grupo. É desejável
estes tenham dado explicitamente o seu acordo. prever graus de segurança consoante as necessi-
2. A administração prisional ou qualquer outra au- dades dos diferentes grupos. Os estabelecimentos
toridade competente, conforme apropriado, deve abertos, pelo próprio facto de não preverem me-
indicar, num prazo razoável, se as recomenda- didas de segurança física contra as evasões, mas
ções provindas das inspeções externas serão remeterem neste domínio à autodisciplina dos re-
implementadas. clusos, proporcionam aos reclusos cuidadosamen-
te escolhidos as condições mais favoráveis à sua
REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS ESPECIAIS reabilitação.
3. É desejável que nos estabelecimentos prisionais
A. Reclusos condenados fechados a individualização do tratamento não
Princípios gerais seja prejudicada por um número demasiado ele-
vado de reclusos. Nalguns países entende-se que
a população destes estabelecimentos não deve
Regra 86
ultrapassar os quinhentos. Nos estabelecimentos
abertos, a população deve ser tão reduzida quanto
Os princípios gerais a seguir enunciados têm por fina-
possível.
lidade a definição do espírito dentro do qual os sistemas 4. Por outro lado, não é recomendável manter es-
prisionais devem ser administrados e os objetivos a que tabelecimentos demasiado pequenos que pos-
devem tender, de acordo com a declaração feita na ob- sam impedir que instalações adequadas sejam
servação preliminar 1 destas Regras. facultadas.
Regra 87 Regra 90

Antes do termo da execução de uma pena ou de O dever da sociedade não cessa com a libertação de
uma medida é desejável que sejam adotadas as medi- um recluso. Seria por isso necessário dispor de organis-
das necessárias para assegurar ao recluso um regresso mos governamentais ou privados capazes de trazer ao
progressivo à vida na sociedade. Este objetivo poderá recluso colocado em liberdade um auxílio pós-peniten-
ser alcançado, consoante os casos, através de um regime ciário eficaz, tendente a diminuir os preconceitos a seu
preparatório da libertação, organizado no próprio esta- respeito e a permitir-lhe a sua reinserção na sociedade.
belecimento ou em outro estabelecimento adequado, ou
mediante uma libertação condicional sujeita a controlo, Tratamento
que não deve caber à polícia, mas que deve comportar
uma assistência social eficaz. Regra 91

Regra 88 O tratamento das pessoas condenadas a uma pena


ou medida privativa de liberdade deve ter por objetivo,
1. O tratamento não deve acentuar a exclusão dos na medida em que o permitir a duração da condenação,
reclusos da sociedade, mas sim fazê-los compre- criar nelas a vontade e as aptidões que as tornem capa-
ender que continuam a fazer parte dela. Para este zes, após a sua libertação, de viver no respeito pela lei
fim, há que recorrer, sempre que possível, à coope- e de prover às suas necessidades. Este tratamento deve
ração de organismos da comunidade destinados a incentivar o respeito por si próprias e desenvolver o seu
auxiliar o pessoal do estabelecimento prisional na sentido da responsabilidade.
reabilitação social dos reclusos.
2. Assistentes sociais, colaborando com cada estabe- Regra 92
lecimento, devem ter por missão a manutenção e a
1. Para este fim, há que recorrer a todos os meios
melhoria das relações do recluso com a sua família
apropriados, nomeadamente à assistência religio-
e com os organismos sociais que podem ser-lhe
sa nos países em que seja possível, à instrução, à
úteis. Devem adotar-se medidas tendo em vista a orientação e à formação profissionais, à assistência
salvaguarda, de acordo com a lei e a pena imposta, social direcionada, ao aconselhamento profissio-
dos direitos civis, dos direitos em matéria de se- nal, ao desenvolvimento físico e à educação moral,
gurança social e de outros benefícios sociais dos de acordo com as necessidades de cada recluso.
reclusos. Há que ter em conta o passado social e criminal do
condenado, as suas capacidades e aptidões físicas
Regra 89 e mentais, a sua personalidade, a duração da con-
denação e as perspectivas da sua reabilitação.
1. A realização destes princípios exige a individuali- 2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a
zação do tratamento e, para este fim, um sistema uma medida de certa duração, o diretor do esta-
flexível de classificação dos reclusos por grupos; é belecimento prisional deve receber, no mais bre-
por isso desejável que esses grupos sejam colo- ve trecho após a admissão do recluso, relatórios
cados em estabelecimentos prisionais separados, completos sobre os diferentes aspetos referidos
adequados ao tratamento de cada um deles. no parágrafo 1 desta Regra. Estes relatórios devem

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sempre compreender um relatório de um médico, 2. Os reclusos não devem ser mantidos em regime de
se possível especializado em psiquiatria, sobre a escravidão ou de servidão.
condição física e mental do recluso. 3. Nenhum recluso será chamado a trabalhar para
3. Os relatórios e outros elementos pertinentes de- beneficiar, a título pessoal ou privado, qualquer
vem ser colocados num arquivo individual. Este ar- membro da equipa prisional.
quivo deve ser atualizado e classificado de modo
Regra 98
a poder ser consultado pelo pessoal responsável
sempre que necessário. 1. Tanto quanto possível, o trabalho proporcionado
deve ser de natureza que mantenha ou aumente as
Classificação e individualização capacidades dos reclusos para ganharem honesta-
mente a vida depois de libertados.
Regra 93 2. Deve ser proporcionada formação profissional, em
profissões úteis, aos reclusos que dela tirem pro-
1. As finalidades da classificação devem ser: veito e especialmente a jovens reclusos.
3. Dentro dos limites compatíveis com uma seleção
profissional apropriada e com as exigências da ad-
(a) De separar os reclusos que, pelo seu passado cri- ministração e disciplina prisional, os reclusos de-
minal ou pela sua personalidade, possam vir a vem poder escolher o tipo de trabalho que querem
exercer uma influência negativa sobre os outros fazer.
reclusos;
(b) De repartir os reclusos por grupos tendo em vis- Regra 99
ta facilitar o seu tratamento para a sua reinserção
social. 1. A organização e os métodos do trabalho nos esta-
2. Há que dispor, na medida do possível, de estabele- belecimentos prisionais devem aproximar-se tanto
cimentos separados ou de secções distintas dentro quanto possível dos que regem um trabalho se-
de um estabelecimento para o tratamento das di- melhante fora do estabelecimento, de modo a pre-
parar os reclusos para as condições de uma vida
ferentes categorias de reclusos. profissional normal.
2. No entanto, o interesse dos reclusos e a sua for-
Regra 94 mação profissional não devem ser subordinados
ao desejo de realizar um benefício financeiro por
Assim que possível após a admissão e depois de um meio do trabalho prisional.
estudo da personalidade de cada recluso condenado a
uma pena ou a uma medida de uma certa duração deve Regra 100
ser preparado um programa de tratamento que lhe seja
destinado, à luz dos dados de que se dispõe sobre as 1. As indústrias e as explorações agrícolas devem, de
preferência, ser dirigidas pela administração prisio-
suas necessidades individuais, as suas capacidades e o nal e não por empresários privados.
seu estado de espírito. 2. Quando os reclusos forem empregues para traba-
lho não controlado pela administração prisional,
Privilégios devem ser sempre colocados sob vigilância do
pessoal prisional. Salvo nos casos em que o traba-
Regra 95 lho seja efetuado para outros departamentos do
Estado, as pessoas às quais esse trabalho seja pres-
Há que instituir em cada estabelecimento um sistema tado devem pagar à administração a remuneração
de privilégios adaptado às diferentes categorias de reclu- normal exigível para esse trabalho, tendo, todavia,
em conta a produtividade dos reclusos.
sos e aos diferentes métodos de tratamento, com o obje-
tivo de encorajar o bom comportamento, de desenvolver Regra 101
o sentido da responsabilidade e de estimular o interesse
e a cooperação dos reclusos no seu próprio tratamento. 1. Os cuidados prescritos destinados a proteger a se-
gurança e a saúde dos trabalhadores em liberda-
Trabalho de devem igualmente existir nos estabelecimentos
prisionais.
Regra 96 2. Devem ser adotadas disposições para indemnizar
os reclusos por acidentes de trabalho e doenças
1. Todos os reclusos condenados devem ter a opor- profissionais, nas mesmas condições que a lei con-
cede aos trabalhadores em liberdade.
tunidade de trabalhar e/ou participar ativamente
na sua reabilitação, em conformidade com as suas Regra 102
aptidões física e mental, de acordo com a determi-
nação do médico ou de outro profissional de saú- 1. As horas diárias e semanais máximas de trabalho
de qualificado. dos reclusos devem ser fixadas por lei ou por re-
2. Deve ser dado trabalho suficiente de natureza útil gulamento administrativo, tendo em consideração
aos reclusos, de modo a conservá-los ativos duran- regras ou costumes locais respeitantes ao trabalho
te um dia normal de trabalho. dos trabalhadores em liberdade.
2. As horas devem ser fixadas de modo a deixar
Regra 97 um dia de descanso semanal e tempo suficiente
para a educação e para outras atividades neces-
1. O trabalho na prisão não deve ser de natureza sárias como parte do tratamento e reinserção dos
penosa. reclusos.

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do ano e recursos suficientes para chegarem ao


Regra 103 seu destino e para subsistirem no período imedia-
tamente seguinte à sua libertação.
1. O trabalho dos reclusos deve ser remunerado de 2. Os representantes oficiais dessas organizações de-
modo equitativo. vem ter o acesso necessário ao estabelecimento
2. O regulamento deve permitir aos reclusos a utiliza- prisional e aos reclusos, sendo consultados sobre
ção de pelo menos uma parte da sua remuneração o futuro do recluso desde o início do cumprimento
para adquirir objetos autorizados, destinados ao da pena.
seu uso pessoal, e para enviar outra parte à sua
3. É recomendável que as atividades destas organiza-
família.
ções estejam centralizadas ou sejam coordenadas,
3. O regulamento deve prever igualmente que uma
parte da remuneração seja reservada pela admi- tanto quanto possível, a fim de garantir a melhor
nistração prisional de modo a constituir uma pou- utilização dos seus esforços.
pança que será entregue ao recluso no momento
da sua libertação. B. Reclusos com transtornos mentais e/ou com pro-
blemas de saúde
Educação e lazer
Regra 109
Regra 104
1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a quem,
1. Devem ser tomadas medidas no sentido de melho- posteriormente, foi diagnosticado uma deficiência
rar a educação de todos os reclusos que daí tirem mental e/ou um problema de saúde grave, em re-
proveito, incluindo instrução religiosa nos países lação aos quais a detenção poderia agravar a sua
em que tal for possível. A educação de analfabetos condição, não devem ser detidas em prisões. De-
e jovens reclusos será obrigatória, prestando-lhe a vem ser tomadas medidas para as transferir para
administração prisional especial atenção.
um estabelecimento para doentes mentais o mais
2. Tanto quanto for possível, a educação dos reclu-
depressa possível.
sos deve estar integrada no sistema educacional
do país, para que depois da sua libertação possam 2. Se necessário, os demais reclusos que sofrem de
continuar, sem dificuldades, os seus estudos. outras doenças ou anomalias mentais devem ser
examinados e tratados em instituições especializa-
Regra 105 das, sob vigilância médica.
3. O serviço médico ou psiquiátrico dos estabeleci-
Devem ser proporcionadas atividades recreativas e mentos prisionais deve proporcionar tratamento
culturais em todos os estabelecimentos prisionais em psiquiátrico a todos os reclusos que o necessitem.
benefício da saúde mental e física dos reclusos.
Regra 110
Relações sociais e assistência pós-prisional
É desejável que sejam adotadas medidas, de acordo
Regra 106 com os organismos competentes, para que o tratamento
psiquiátrico seja mantido, se necessário, depois da colo-
Deve ser prestada atenção especial à manutenção e cação em liberdade e que uma assistência social pós-pri-
melhoramento das relações entre o recluso e a sua famí-
sional de natureza psiquiátrica seja assegurada.
lia que se mostrem de maior vantagem para ambos.

Regra 107 C. Reclusos detidos ou a aguardar julgamento

Desde o início do cumprimento da pena de um reclu- Regra 111


so, deve ter-se em consideração o seu futuro depois de
libertado, devendo este ser estimulado e ajudado a man- 1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser impu-
ter ou estabelecer relações com pessoas ou organizações tada a prática de uma infração penal, quer estejam
externas, aptas a promover os melhores interesses da sua detidos sob custódia da polícia, quer num esta-
família e da sua própria reabilitação social. belecimento prisional, mas que ainda não foram
julgados e condenados, são doravante designados
Regra 108 nestas Regras por “detidos preventivamente”.
2. As pessoas detidas preventivamente presumem-se
1. Os serviços ou organizações governamentais ou inocentes e como tal devem ser tratadas.
outras, que prestam assistência a reclusos coloca- 3. Estes detidos devem beneficiar de um regime es-
dos em liberdade para se reestabelecerem na so- pecial cujos elementos essenciais se discriminam
ciedade, devem assegurar, na medida do possível
nestas Regras, sem prejuízo das disposições legais
e do necessário, que sejam facultados aos reclusos
sobre a proteção da liberdade individual ou que
libertados documentos de identificação apropria-
dos, que lhes sejam garantidas casas adequadas e estabelecem os trâmites a ser observados em rela-
trabalho, vestuário apropriado ao clima e à estação ção a pessoas detidas preventivamente.

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POLÍCIA PENAL 16 DIREITOS HUMANOS
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Regra 112 Regra 120

1. As pessoas detidas preventivamente devem ser 1. Os direitos e as modalidades que regem o acesso
mantidas separadas dos reclusos condenados. de uma pessoa detida preventivamente ao seu ad-
2. Os jovens detidos preventivamente devem ser vogado ou defensor oficioso, com vista à sua defe-
mantidos separados dos adultos e ser, em prin- sa, devem ser regulados pelos mesmos princípios
cípio, detidos em estabelecimentos prisionais estabelecidos na Regra 61.
separados. 2. A pessoa detida preventivamente deve ter à sua
disposição, se assim o desejar, material de escrita a
Regra 113
fim de preparar os documentos relacionados com
As pessoas detidas preventivamente devem dormir a sua defesa e entregar instruções confidenciais ao
sozinhas em quartos separados, sob reserva de diferente seu advogado ou defensor oficioso.
costume local relativo ao clima.
D. Presos civis
Regra 114
Regra 121
Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do
estabelecimento prisional, as pessoas detidas preventi- Nos países cuja legislação prevê a prisão por dívidas
vamente podem, se o desejarem, mandar vir alimentação ou outras formas de prisão proferidas por decisão judi-
do exterior a expensas próprias, quer através da adminis- cial na sequência de processos que não tenham natureza
tração, quer através da sua família ou amigos. Caso con- penal, os reclusos não devem ser submetidos a maio-
trário a administração deve fornecer-lhes a alimentação. res restrições nem ser tratados com maior severidade do
que for necessário para manter a segurança e a ordem.
Regra 115
O seu tratamento não deve ser menos favorável do que
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada o dos detidos preventivamente, sob reserva, porém, da
a usar a sua própria roupa se estiver limpa e for adequa- eventual obrigação de trabalhar.
da. Se usar roupa do estabelecimento prisional, esta será
diferente da fornecida aos condenados. E. Pessoas presas ou detidas sem acusação

Regra 116 Regra 122

Será sempre dada à pessoa detida preventivamente a Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9.º
oportunidade de trabalhar, mas esta não será obrigada a do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos,
fazê-lo. Se optar por trabalhar, será remunerada. deve ser concedida às pessoas presas ou detidas sem
acusação a proteção conferida nos termos da secção C,
Regra 117
Partes I e II desta Regra. As disposições relevantes da sec-
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada ção A da ParteII, desta Regra, serão igualmente aplicáveis
a obter, a expensas próprias ou a expensas de terceiros, sempre que a sua aplicação possa beneficiar esta catego-
livros, jornais, material para escrever e outros meios de ria especial de reclusos, desde que não seja tomada ne-
ocupação compatíveis com os interesses da administra- nhuma medida que implique a reeducação ou a reabilita-
ção da justiça e com a segurança e boa ordem do esta- ção de pessoas não condenadas por uma infração penal.
belecimento prisional.

Regra 118 EXERCÍCIO COMENTADO


A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada
a ser visitada e a ser tratada pelo seu médico pessoal ou 1. (PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP – 2018)
dentista se existir motivo razoável para o seu pedido e Nos moldes das Regras Mínimas das Nações Unidas para
puder pagar quaisquer despesas em que incorrer. o Tratamento dos Presos (Regras de Mandela), na hipó-
tese de haver uma presa em estado de gravidez ou com
Regra 119 filhos em determinado estabelecimento prisional,
1. Todo o recluso tem o direito a ser imediatamen- a) após o nascimento da criança, esta poderá ficar com
te informado das razões de sua detenção e sobre a mãe no estabelecimento prisional, no máximo, até
quaisquer acusações apresentadas contra si.
completar dois anos de idade.
2. Se uma pessoa detida preventivamente não tiver
um advogado da sua escolha, ser-lhe-á designado b) os exames pré e pós-natais não devem ser realizados
um defensor oficioso pela autoridade judicial, ou no próprio estabelecimento prisional, devendo a presa
outra autoridade, em todos os casos em que os ser conduzida a hospital ou clínica especializada sem-
interesses da justiça o exigirem e sem custos para a pre que necessitar.
pessoa detida preventivamente, caso esta não pos- c) devem-se adotar as medidas para que o nascimento
sua recursos suficientes para pagar. A possibilida- ocorra em hospital fora da unidade prisional, mas se
de de se recusar o acesso a um advogado deve ser a criança nascer no próprio estabelecimento prisional,
sujeita a uma revisão independente, sem demora. este fato deve constar de sua certidão de nascimento.

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POLÍCIA PENAL 17 DIREITOS HUMANOS
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d) providências devem ser tomadas para garantir creches compatível e adequada a conduta do preso conside-
internas ou externas dotadas de pessoal qualificado, rada como resultado de sua doença mental ou incapa-
onde as crianças poderão ser deixadas quando não cidade intelectual.
estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua mãe. d) todos os presos devem ser tratados com respeito e
e) se a mãe, após o nascimento do filho, quiser manter
a criança com ela no estabelecimento prisional, essa dignidade. Nenhum preso deverá ser submetido a tor-
decisão deve se basear no melhor interesse da mãe e tura ou tratamentos ou sanções cruéis, desumanos ou
deve ser tomada pelo Diretor da unidade prisional. degradantes e deverá ser protegido de tais atos, não
sendo estes justificáveis, a não ser em defesa da se-
Resposta: Letra D. As Regras de Mandela foram apro- gurança dos servidores prisionais, dos prestadores de
vadas em 2015 (tenha cuidado para não estudar o serviço e dos visitantes.
tema com o estatuto anterior) e são uma resolução da
e) as diferentes categorias de presos devem ser mantidas
Assembleia Geral das Nações Unidas, não tendo status
de tratado. As Regras 28 e 29 tratam desta situação: em estabelecimentos prisionais separados, levando
em consideração seu sexo, idade, antecedentes crimi-
“Regra 28 nais, razões da detenção e necessidades de tratamen-
to, não podendo diferentes categorias ser mantidas
Nas unidades prisionais femininas, deve haver aco- no mesmo estabelecimento, ainda que em recintos
modação especial para todas as necessidades de cuidado internos distintos.
e tratamento pré e pós‑natais. Devem‑se adotar procedi-
mentos específicos para que os nascimentos ocorram em
um hospital fora da unidade prisional. Se a criança nascer Resposta: Letra B. Vamos analisar as alternativas:
na unidade prisional, este fato não deve constar de sua Em “a”: errada. A regra n. 9 prevê que “todos os re-
certidão de nascimento. gistros mencionados nas Regras 7 e 8 serão mantidos
confidenciais e acessíveis somente àquelas cujas res-
Regra 29 ponsabilidades profissionais requeiram o acesso”.
Em “b”: correta. A alternativa transcreve o disposto na
1. A decisão de permitir uma criança de ficar com seu
Regra n. 4, que trata dos objetivos de uma sentença de
pai ou com sua mãe na unidade prisional deve se basear
no melhor interesse da criança. encarceramento (proteger a sociedade da criminalida-
de e reduzir a reincidência).
Nas unidades prisionais que abrigam filhos de deten- Em “c”: errada. A Regra n. 39 determina que, antes de
tos, providências devem ser tomadas para garantir: (a) impor uma sanção disciplinar, a condição de doença
creches internas ou externas dotadas de pessoal quali- mental ou incapacidade de desenvolvimento devem
ficado, onde as crianças poderão ser deixadas quando ser consideradas e o preso não deve ser punido por
não estiverem sob o cuidado de seu pai ou sua mãe. (b)
Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem médica, condutas que sejam resultado direto destas condições.
no ingresso e monitoramento constante de seu desen- Em “d”: errada. A Regra n. 1 prevê que “todos os pre-
volvimento por especialistas. sos devem ser tratados com respeito, devido a seu
valor e dignidade inerentes ao ser humano. Nenhum
2. As crianças nas unidades prisionais com seu pai ou preso deverá ser submetido a tortura ou tratamentos
sua mãe nunca devem ser tratadas como presos”. ou sanções cruéis, desumanos ou degradantes e de-
verá ser protegido de tais atos, não sendo estes jus-
2. (PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP – 2018)
Segundo as Regras Mínimas das Nações Unidas para o tificáveis em qualquer circunstância. A segurança dos
Tratamento dos Presos (Regras de Mandela), é correto presos, dos servidores prisionais, dos prestadores de
afirmar que serviço e dos visitantes deve ser sempre assegurada”.
Em “e”: errada. A separação de categorias está prevista
a) o sistema de registro dos presos, que deve ser aberto na Regra n. 11 permite que as diferentes categorias
a todos os interessados, será utilizado para gerar da- de presos sejam mantidas em setores diferentes do
dos confiáveis acerca de tendências e características
mesmo estabelecimento prisional.
da população prisional, incluindo taxas de ocupação,
a fim de criar as bases para a tomada de decisões fun-
dadas em evidências.
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS
b) as administrações prisionais e autoridades competen-
tes devem oferecer educação, formação profissional e
trabalho, e outras formas de assistência apropriadas e
disponíveis, inclusive aquelas de natureza reparado- Os Direitos Humanos podem ser considerados di-
ra, moral, espiritual, social, esportiva e de saúde. Tais reitos indispensáveis para a vida humana, pautados na
programas, atividades e serviços devem ser oferecidos liberdade, igualdade e dignidade. Assim, corresponde di-
em consonância com as necessidades individuais de zer que tais direitos são essenciais à vida digna.
tratamento dos presos. Não há um rol taxativo acerca dos Direitos Humanos,
c) ao impor uma sanção disciplinar, deve ser levado em
conta se e como uma eventual doença mental ou tendo em vista que a sociedade, como visto anterior-
incapacidade do preso possa ter contribuído para mente no estudo da cidadania, passa por mudanças, fato
sua conduta ou ato que fundamentou a sanção. Os que leva os direitos a evoluírem conforme o lapso tem-
administradores prisionais devem punir de forma poral e contexto histórico.

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POLÍCIA PENAL 18 DIREITOS HUMANOS
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Em planos gerais, todos os direitos considerados hu- Há diversas formas, terminologias, para os direitos
manos são direitos de exigir de terceiros, podendo esse essenciais à vida humana de um indivíduo, variando-se
terceiro ser o Estado (eficácia vertical) ou particular (efi- de acordo com as normas nacionais e internacionais,
cácia horizontal). como: direitos humanos, direitos fundamentais, direitos
Por essa razão, tais direitos possuem várias estrutu- naturais, liberdades públicas, direitos do homem, direi-
ras: direito-pretensão, direito-liberdade, direito-poder e, tos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades
direito-imunidade, que obrigam o Estado ou particulares fundamentais.
na forme de: (i) dever, (ii) ausência de direito, (iii) sujeição No plano nacional, tem-se a utilização, pela Cons-
e (iv) incompetência. tituição Federal de 1988, de diversas cognominações:
Acredita-se, assim, que não há grande diferença en- “direitos humanos” no artigo 4º, II; “direitos e garantias
tre direitos humanos e fundamentais, sendo que caso fundamentais” no Título II; “direitos e liberdades funda-
aceitemos que haja esta diferenciação não ultrapassaria
mentais” no artigo 5º, § 1º; “direitos e liberdades cons-
o plano conceitual. Nesse sentido, tem-se, materialmente
titucionais, no artigo 5º, inciso LXXI; “direitos da pessoa
falando, que ambos os direitos supracitados apresentam
humana” no artigo 34 e; “direitos e garantias individuais”
uma visão à proteção e à promoção da dignidade da
pessoa humana. Entretanto, no que se refere ao conteú- no artigo 60, § 4º ao falar de cláusulas pétreas.
do, pouca ou nenhuma diferença há entre eles (LAZARI, Em plano internacional, tem-se a Declaração America-
2017, p. 355). na dos Direitos e Deveres do Homem de 1948 que ado-
tou, no preâmbulo, os cognomes “direitos do homem” e
No que tange a diferenciação entre tais direitos, ob- “direitos essenciais do homem”. A Declaração Universal
serva-se a seguinte lição: de Direitos Humanos, que observou em seu preâmbu-
lo a necessidade de respeito aos “direitos do homem” e
[...] o termo “direitos fundamentais” se aplica àqueles logo após a “fé nos direitos fundamentais do homem” e
direitos (em geral atribuídos à pessoa humana) reconhe- ainda o respeito “aos direitos e liberdades fundamentais
cidos e positivados na esfera do Direito Constitucional po- do homem”. A Carta da Organização das Nações Unidas
sitivo de determinado Estado, ao passo que a expressão empregou a expressão “direitos humanos” (preâmbulo e
“direitos humanos” guarda relação com os documentos de artigo 56), bem como “liberdades fundamentais” (artigo
direito internacional, por referir-se àquelas posições jurídi- 56, alínea c). A Carta dos Direitos Fundamentais da União
cas que se reconhecem ao ser humano como tal, indepen- Europeia de 2000 utilizando a expressão “direitos funda-
dentemente de sua vinculação com determinada ordem mentais” e, por fim, a Convenção Europeia de Direitos do
constitucional, e que, portanto, aspiram à validade univer- Homem e Liberdades Fundamentais de 1950, que ado-
sal, para todos os povos e em todos os lugares, de tal sorte tou o nome de “liberdade fundamental”.
que revelem um caráter supranacional (internacional) e
universal. (SARLET; MARINONI; MATIDIERO, 2012, p. 249).
DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO
A histórica ampliação e transformação dos direitos
FEDERAL
fundamentais do homem dificulta uma definição exa-
ta em um conceito sintético e preciso. Tal ampliação e Direitos e garantias fundamentais; Direitos e de-
transformação conceitual é explicada de forma simples, veres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos
já que “o que parece fundamental numa época histórica de nacionalidade.
e numa determinada civilização não é fundamental em
outras épocas e em outras culturas” (BOBBIO, 2004, p. Os direitos fundamentais são os direitos humanospo-
13). Aumenta-se mais ainda tal dificuldade quando vá- sitivados na Constituição Federal de 1988,os quais de-
rios cognomes são ofertados para esses direitos, como: vem ser garantidos e protegidos pelo Estado.
direitos naturais, direitos humanos, direitos do homem, No tocante as garantias fundamentais, elas são uma
direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberda- forma ou, até mesmo um instrumento, para garantir a
des fundamentais, liberdades públicas e direitos funda-
efetivação dos direitos. A Carta Magma amplioua prote-
mentais do homem (SILVA, 2014, p. 177).
ção aos direitos fundamentais e por isso ficou conhecida
A dissonância encontrada entre eles é o local onde
como Constituição cidadã.
estão consagrados, já que os direitos humanos são con-
sagrados em plano internacional, enquanto os direitos Os direitos e garantias fundamentaispossuem aplica-
fundamentais são consagrados em plano nacional, nas bilidade imediata, isto é, a existência deles ésuficiente-
Constituições. (LAZARI, 2017, p. 355). mente para produzirem os devidos efeitos. Eles estãotu-
Claramente, os direitos fundamentais individuais, so- telados no Título II da Constituição Federal,nos art. 5º ao
ciais e coletivos previstos nas Constituições se destacam 17. Ainda assim, destaca-seque os direitos citados nesses
por incorporar o topo do ordenamento jurídico interno. artigosnão proíbema existência de outros.
Porém, os Direitos Humanos de caráter supranacionais
permanecem em uma zona acima do ordenamento jurí- O art. 5º é um dos artigos mais importantes do texto
dico interno, “embora a baixíssima densidade normativa Constitucional, o qual protege a igualdade entre to-
permita um amplo espaço de interpretação pelos países dos, tutelando os direitos coletivos e os direitos indi-
que os aplicam” (LAZARI, 2017, p. 356). viduais nos seus 78 incisos. Vejamos alguns:

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POLÍCIA PENAL 19 DIREITOS HUMANOS
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1. homens e mulheres são iguais em direitos e obri- 20. o civilmente identificado não será submetido a
gações, nos termos desta Constituição; identificação criminal, salvo nas hipóteses previs-
2. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer tas em lei;
alguma coisa senão em virtude de lei; 21. será admitida ação privada nos crimes de ação
3. ninguém será submetido a tortura nem a trata- pública, se esta não for intentada no prazo legal;
mento desumano ou degradante;
22. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
4. é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
dado o anonimato; processuais quando a defesa da intimidade ou o
5. é assegurado o direito de resposta, proporcional interesse social o exigirem, DENTRE OUTROS.
ao agravo, além da indenização por dano material, 23. Ação de grupos armados, civis ou militares, con-
moral ou à imagem; tra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
6. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, tortura e racismo constituem crimes inafiançáveis.
sendo assegurado o livre exercício dos cultos reli-
giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos Dos Direitos Sociais
locais de culto e a suas liturgias;
7. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de as-
Conforme tutela a Constituição Federal de 1988 em
sistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva; seus artigos 6º ao 11º, os direitos sociais são todos os-
8. ninguém será privado de direitos por motivo de direitos fundamentais/ básicos que devem ser com-
crença religiosa ou de convicção filosófica ou po- partilhados por todos da sociedade, sem distinção de
lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obriga- gênero, etnia, sexo, classe econômica, religião etc.
ção legal a todos imposta e recusar-se a cumprir A finalidade e objetivo do direito social é buscar sem-
prestação alternativa, fixada em lei; pre resolver as questões sociais. Isto é, todas as situações
9. é livre a expressão da atividade intelectual, artís- que representam as desigualdades da sociedade, para
tica, científica e de comunicação, independente- que todas as pessoas vivam como mínimo de qualidade
mente de censura ou licença;
de vida e dignidade.
10. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a hon-
ra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral decor- #FicaDica
rente de sua violação;
11. é livre a locomoção no território nacional em tem- Os direitos sociais são tutelados e protegi-
po de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos dos pelaDeclaração Universal dos Direitos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com Humanos(1948), sendo que apenas neste
seus bens; momento histórico (pós 2ª guerra mundial)
12. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, que o mundo começou a trabalhar com es-
em locais abertos ao público, independentemen- ses direitos.
te de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autori-
dade competente; O art. 6º da CF prevê que o direito a saúde, educa-
13. não há crime sem lei anterior que o defina, nem ção, alimentação, trabalho, lazer, segurança, assistên-
pena sem prévia cominação legal; cia, previdência, proteção a maternidade e a infância,
14. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o dentre outros, são direitos essenciais e básicos que to-
réu; dos devem ter.
15. a lei punirá qualquer discriminação atentatória O art. 7º da CF prevê os direitos dos trabalhadores,
dos direitos e liberdades fundamentais; seja eles rurais ou urbanos, todos possuem direitos
16. a prática do racismo constitui crime inafiançável e como: seguro desemprego, FGTS, adicional noturno,
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos ter-
férias, 13º salário, repouso semanal remunerado, li-
mos da lei;
17. não haverá penas: cença maternidade e paternidade, aposentadoria, avi-
so prévio, dentre outros.
• de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos Já o art. 8º da CF, tutela sobre os direitos e deveres dos
termos do art. 84, XIX; sindicatos, e o art. 9º protege o direito de greve dos
• de caráter perpétuo; trabalhadores.
• de trabalhos forçados; Por fim, o 10º e 11 º tratam de direitos relacionados à
• de banimento; participação do trabalhador em seus interesses.
• cruéis;
É importante destacar que tanto os trabalhadores ur-
18. são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
banos quanto os rurais têm o direito ao seguro-desem-
por meios ilícitos;
19. ninguém será considerado culpado até o trânsito prego, em caso de desemprego involuntário, fundo de
em julgado de sentença penal condenatória; garantia do tempo de serviço, salário mínimo, fixado em

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POLÍCIA PENAL 20 DIREITOS HUMANOS
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lei, garantia de salário, décimo terceiro salário, remune-


ração do trabalho noturno superior à do diurno, salário- FIQUE ATENTO!
-família para os seus dependentes, gozo de férias anuais, Os portugueses com residência permanente
licença à gestante, aposentadoria, proibição de qualquer no País, se houver reciprocidade em favor
discriminação no tocante a salário e critérios de admis- dos brasileiros, serão atribuídos os direitos
são do trabalhador portador de deficiência, proibição de inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos
distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou previstos nesta Constituição
entre os profissionais respectivos, dentre outros.
Quanto ao sindicalismo, ninguém será obrigado a fi-
liar-se ou a manter-se filiado a sindicato, é obrigatória a Os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repú-
participação dos sindicatos nas negociações coletivas de blica, de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presi-
trabalho, é vedada a dispensa do empregado sindicaliza- dente do Senado Federal, de Ministro do Supremo Tribu-
do a partir do registro da candidatura a cargo de direção nal Federal, da carreira diplomática e de oficial das Forças
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, Armadas, são cargos que apenas os brasileiros NATOS
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer podem exercer.
falta grave nos termos da lei e etc. O brasileiro que tiver cancelada sua naturalização,
Ainda assim, importante informar que o Direito Co- por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacionalou adquirir outra nacionalidade por
letivo se compõe de direitos transindividuais de pessoas
naturalização voluntária, perderá a nacionalidade de
que se conectam por uma relação jurídica, tendo base de
brasileiro.
si mesmo ou com outro indivíduo, podendo as pessoas
ser determinadas ou determináveis.
Isto é, os Direitos Coletivos abrangem todo o grupo #FicaDica
da categoria que possuem uma relação jurídica já pré-
As pessoas naturais que violam direitos
-existente ao dano ou a lesão, pois esse direito irá tutelar
humanos continuam a gozar da proteção
o grupo que já subsiste ao prejuízo e não os que não se prevista nas normas que dispõem sobre di-
enquadram na relação. reitos humanos. A jurisprudência da Corte
No tocante ao Direito Individual, estes são os interes- Interamericana de Direitos Humanos re-
ses que têm a mesma origem e causa. Eles acontecem de conhece a responsabilidade do Estado por
acordo com uma mesma situação que se aplica a cada violações de direitos humanos não apenas
um individualmente, e, ainda que contenham caracterís- como resultado de uma ação ou omissão
ticas “individuais”, no fim, possuem origem comum. a ele, diretamente imputável, mas também
Da Nacionalidade em virtude da falta de devida diligência do
Estado em prevenir uma violação cometida
Os brasileiros natos são: por particulares

• Os nascidos na República Federativa do Brasil, ain-


da que de pais estrangeiros, desde que estes não DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
estejam a serviço de seu país; HUMANOS
• Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da
serviço da República Federativa do Brasil; Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro
• Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de 1948
mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente, ou venham a Preâmbulo
residir na República Federativa do Brasil antes da
maioridade e, alcançada esta, optem em qualquer O preâmbulo é um elemento comum em textos cons-
tempo pela nacionalidade brasileira; titucionais. Em relação ao preâmbulo constitucional, Jor-
ge Miranda3 define: “[...] proclamação mais ou menos
Os naturalizados são: solene, mais ou menos significante, anteposta ao arti-
culado constitucional, não é componente necessário de
qualquer Constituição, mas tão somente um elemento
• Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
natural de Constituições feitas em momentos de ruptura
de brasileira, exigidas aos originários de países de
histórica ou de grande transformação político-social”. Do
língua portuguesa apenas residência por um ano conceito do autor é possível extrair elementos para de-
ininterrupto e idoneidade moral; finir o que representam os preâmbulos em documentos
• Os estrangeiros de qualquer nacionalidade resi- internacionais: proclamação dotada de certa solenida-
dentes na República Federativa do Brasil há mais de e significância que antecede o texto do documento
de quinze anos ininterruptos e sem condena-
ção penal, desde que requeiram a nacionalidade 3 MIRANDA, Jorge (Coord.). Estudos sobre a constituição. Lisboa:
brasileira. Petrony, 1978.

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POLÍCIA PENAL 21 DIREITOS HUMANOS
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internacional e, embora não seja um elemento necessá- Considerando que os Estados-Membros se comprome-
rio a ele, merece ser considerada porque reflete o con- teram a desenvolver, em cooperação com as Nações Uni-
texto de ruptura histórica e de transformação político- das, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades
-social que levou à elaboração do documento como um fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
todo. No caso da Declaração de 1948 ficam evidentes os Considerando que uma compreensão comum desses
antecedentes históricos inerentes às Guerras Mundiais. direitos e liberdades é da mais alta importância para o
Considerando que o reconhecimento da dignidade ine- pleno cumprimento desse compromisso,
rente a todos os membros da família humana e de seus Todos os países que fazem parte da Organização das
Nações Unidas, tanto os 51 membros fundadores quanto
direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade,
os que ingressaram posteriormente (basicamente, todos
da justiça e da paz no mundo,
demais países do mundo), totalizando 193, assumiram o
O princípio da dignidade da pessoa humana, pelo compromisso de cumprir a Carta da ONU, documento
qual todos os seres humanos são dotados da mesma que a fundou e que traz os princípios condutores da ação
dignidade e para que ela seja preservada é preciso que da organização.
os direitos inerentes à pessoa humana sejam garantidos,
já aparece no preâmbulo constitucional, sendo guia de A Assembleia Geral proclama
todo documento. A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos
Denota-se, ainda, a característica da inalienabilidade como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e
dos direitos humanos, pela qual os direitos humanos não todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta
intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora Declaração, se esforce, através do ensino e da educação,
do comércio, o que evidencia uma limitação do princípio por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e,
da autonomia privada. pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos di- e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a
reitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultraja- sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos
ram a consciência da Humanidade e que o advento de um dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos
mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, territórios sob sua jurisdição.
A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo
de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
das Nações Unidas, no qual há representatividade de to-
necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração
dos os membros e por onde passam inúmeros tratados
do homem comum, internacionais.
A humanidade nunca irá esquecer das imagens vistas Artigo I
quando da abertura dos campos de concentração na- Todas as pessoas nascem livres e iguais em digni-
zistas, nos quais os cadáveres esqueléticos do que não dade e direitos. São dotadas de razão e consciência e
eram considerados seres humanos perante aquele regi- devem agir em relação umas às outras com espírito de
me político se amontoavam. Aquelas pessoas não eram fraternidade.
consideradas iguais às demais por possuírem alguma ca- O primeiro artigo da Declaração é altamente repre-
racterística, crença ou aparência que o Estado não apoia- sentativo, trazendo diversos conceitos chaves de todo o
va. Daí a importância de se atentar para os antecedentes documento:
históricos e compreender a igualdade de todos os ho-
mens, independentemente de qualquer fator. a) Princípios da universalidade, presente na palavra
Considerando essencial que os direitos humanos sejam todos, que se repete no documento inteiro, pelo
protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não qual os direitos humanos pertencem a todos e por
seja compelido, como último recurso, à rebelião contra ti- isso se encontram ligados a um sistema global
rania e a opressão, (ONU), o que impede o retrocesso.
Por todo o mundo se espalharam, notadamente du-
rante a Segunda Guerra Mundial, regimes totalitários al- Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta
a igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar
tamente opressivos, não só por parte das Potências do
esta igualdade de forma a ser possível que todo homem
Eixo (Alemanha, Itália, Japão), mas também no lado dos
atinja um grau satisfatório de dignidade. Neste sentido,
Aliados (Rússia e o regime de Stálin). as discriminações legais asseguram a verdadeira igual-
Considerando essencial promover o desenvolvimento dade, por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção
de relações amistosas entre as nações, especial ao trabalho da mulher e do menor, as garantias
Depois de duas grandes guerras a humanidade con- aos portadores de deficiência, entre outras medidas que
seguiu perceber o quanto era prejudicial não manter re- atribuam a pessoas com diferentes condições, iguais pos-
lações amistosas entre as nações, de forma que o ideal sibilidades, protegendo e respeitando suas diferenças.4
de paz ganhou uma nova força.
Considerando que os povos das Nações Unidas rea- b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a digni-
firmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos funda- dade é um atributo da pessoa humana, segundo o
mentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na qual ela merece todo o respeito por parte dos Esta-
igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que dos e dos demais indivíduos, independentemente
decidiram promover o progresso social e melhores condi- 4 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à De-
ções de vida em uma liberdade mais ampla, claração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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POLÍCIA PENAL 22 DIREITOS HUMANOS
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de qualquer fator como aparência, religião, sexu- Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da
alidade, condição financeira. Todo ser humano é dignidade da pessoa humana, de forma que todos se-
digno e, por isso, possui direitos que visam garan- res humanos são iguais independentemente de qualquer
tir tal dignidade. condição, possuindo os mesmos direitos visando a pre-
servação de sua dignidade.
c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente, O dispositivo traz um aspecto da igualdade que im-
os direitos humanos dividem-se em três dimensões, pede a distinção entre pessoas pela condição do país ou
cada qual representativa de um momento histórico território a que pertença, o que é importante sob o as-
no qual se evidenciou a necessidade de garantir pecto de proteção dos refugiados, prisioneiros de guerra,
direitos de certa categoria. A primeira dimensão, pessoas perseguidas politicamente, nacionais de Estados
presente na expressão livres, refere-se aos direitos que não cumpram os preceitos das Nações Unidas. Não
civis e políticos, os quais garantem a liberdade do obstante, a discriminação não é proibida apenas quan-
homem no sentido de não ingerência estatal e de to a indivíduos, mas também quanto a grupos humanos,
participação nas decisões políticas, evidenciados sejam formados por classe social, etnia ou opinião em
historicamente com as Revoluções Americana e comum7. “A Declaração reconhece a capacidade de gozo
Francesa. A segunda dimensão, presente na ex- indistinto dos direitos e liberdades assegurados a todos
pressão iguais, refere-se aos direitos econômicos, os homens, e não apenas a alguns setores ou atores so-
sociais e culturais, os quais garantem a igualdade ciais. Garantir a capacidade de gozo, no entanto, não é
material entre os cidadãos exigindo prestações po- suficiente para que este realmente se efetive. É funda-
sitivas estatais nesta direção, por exemplo, assegu- mental aos ordenamentos jurídicos próprios dos Estados
rando direitos trabalhistas e de saúde, possuindo viabilizar os meios idôneos a proporcionar tal gozo, a fim
como antecedente histórico a Revolução Indus- de que se perfectibilize, faticamente, esta garantia. Isto
trial. A terceira dimensão, presente na expressão se dá não somente com a igualdade material diante da
fraternidade, refere-se ao necessário olhar sobre o lei, mas também, e principalmente, através do reconhe-
mundo como um lugar de todos, no qual cada qual cimento e respeito das desigualdades naturais entre os
deve reconhecer no outro seu semelhante, digno homens, as quais devem ser resguardadas pela ordem
de direitos, olhar este que também se lança para as jurídica, pois é somente assim que será possível propiciar
gerações futuras, por exemplo, com a preservação a aludida capacidade de gozo a todos”8.
do meio ambiente e a garantia da paz social, sen-
do o marco histórico justamente as Guerras Mun- Artigo III
diais.5 Assim, desde logo a Declaração estabele- Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segu-
ce seus parâmetros fundamentais, com esteio na rança pessoal.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
de 1789 e na Constituição Francesa de 1791, quais Segundo Lenza9, “abrange tanto o direito de não ser
sejam igualdade, liberdade e fraternidade. Embora morto, privado da vida, portanto, direito de continuar
os direitos de 1ª, 2ª e 3ª dimensão, que se baseiam vivo, como também o direito de ter uma vida digna”. Na
nesta tríade, tenham surgido de forma paulatina, primeira esfera, enquadram-se questões como pena de
devem ser considerados em conjunto proporcio- morte, aborto, pesquisas com células-tronco, eutanásia,
nando a plena realização do homem6. entre outras polêmicas. Na segunda esfera, notam-se
desdobramentos como a proibição de tratamentos in-
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta dignos, a exemplo da tortura, dos trabalhos forçados, etc.
a igualdade formal perante a lei, mas é preciso realizar A vida humana é o centro gravitacional no qual or-
esta igualdade de forma a ser possível que todo homem bitam todos os direitos da pessoa humana, possuindo
atinja um grau satisfatório de dignidade. reflexos jurídicos, políticos, econômicos, morais e religio-
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a sos. Daí existir uma dificuldade em conceituar o vocábulo
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afir-
vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa possui deixa de
mativas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do
ter valor ou sentido se ela perde a vida. Sendo assim, a
menor, as garantias aos portadores de deficiência, entre
vida é o bem principal de qualquer pessoa, é o primeiro
outras medidas que atribuam a pessoas com diferentes
valor moral de todos os seres humanos. Trata-se de um
condições, iguais possibilidades, protegendo e respei-
direito que pode ser visto em 4 aspectos, quais sejam: a)
tando suas diferenças.
direito de nascer; b) direito de permanecer vivo; c) direito
de ter uma vida digna quanto à subsistência e; d) direito
Artigo II
de não ser privado da vida através da pena de morte10.
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra nature- 7 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
qualquer outra condição. 8 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
5 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9. ed. 9 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
6 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal 10 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008 dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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Por sua vez, o direito à liberdade é posto como con- intencionalmente a uma pessoa a fim de obter,
sectário do direito à vida, pois ela depende da liberdade dela ou de uma terceira pessoa, informações ou
para o desenvolvimento intelectual e moral. Assim, “[...] confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma
liberdade é assim a faculdade de escolher o próprio ca- terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de
minho, sendo um valor inerente à dignidade do ser, uma ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa
vez que decorre da inteligência e da volição, duas carac- ou outras pessoas; ou por qualquer motivo basea-
terísticas da pessoa humana”11. do em discriminação de qualquer natureza; quan-
O direito à segurança pessoal é o direito de viver sem do tais dores ou sofrimentos são infligidos por um
medo, protegido pela solidariedade e liberto de agres- funcionário público ou outra pessoa no exercício
sões, logo, é uma maneira de garantir o direito à vida12. de funções públicas, ou por sua instigação, ou com
o seu consentimento ou aquiescência. Não se con-
Artigo IV siderará como tortura as dores ou sofrimentos que
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a sejam consequência unicamente de sanções legíti-
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em mas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou de-
todas as suas formas. las decorram.
2. O presente Artigo não será interpretado de manei-
“O trabalho escravo não se confunde com o trabalho ra a restringir qualquer instrumento internacional
servil. A escravidão é a propriedade plena de um homem
ou legislação nacional que contenha ou possa con-
sobre o outro. Consiste na utilização, em proveito pró-
ter dispositivos de alcance mais amplo.
prio, do trabalho alheio. Os escravos eram considerados
seres humanos sem personalidade, mérito ou valor. A
servidão, por seu turno, é uma alienação relativa da li- Artigo VI
berdade de trabalho através de um pacto de prestação Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares,
de serviços ou de uma ligação absoluta do trabalhador reconhecida como pessoa perante a lei.
à terra, já que a servidão era uma instituição típica das
sociedades feudais. A servidão, representava a espinha “Afinal, se o Direito existe em função da pessoa hu-
dorsal do feudalismo. O servo pagava ao senhor feudal mana, será ela sempre sujeito de direitos e de obriga-
uma taxa altíssima pela utilização do solo, que superava ções. Negar-lhe a personalidade, a aptidão para exercer
a metade da colheita”13. direitos e contrair obrigações, equivale a não reconhecer
A abolição da escravidão foi uma luta histórica em sua própria existência. [...] O reconhecimento da perso-
todo o globo. Seria totalmente incoerente quanto aos nalidade jurídica é imprescindível à plena realização da
princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade se pessoa humana. Trata-se de garantir a cada um, em to-
admitir que um ser humano pudesse ser submetido ao dos os lugares, a possibilidade de desenvolvimento livre
outro, ser tratado como coisa. O ser humano não possui e isonômico”14.
valor financeiro e nem serve ao domínio de outro, razão O sistema de proteção de direitos humanos estabe-
pela qual a escravidão não pode ser aceita.
lecido no âmbito da Organização das Nações Unidas é
global, razão pela qual não cabe o seu desrespeito em
Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento qualquer localidade do mundo. Por isso, um estrangeiro
ou castigo cruel, desumano ou degradante. que visite outro país não pode ter seus direitos humanos
violados, independentemente da Constituição daquele
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica país nada prever a respeito dos direitos dos estrangeiros.
por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de A pessoa humana não perde tal caráter apenas por sair
uma confissão, informação ou simplesmente por prazer do território de seu país. Em outras palavras, denota-se
da pessoa que tortura. A tortura é uma espécie de tra- uma das facetas do princípio da universalidade.
tamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. A
Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outros Artigo VII
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradan- Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qual-
tes (Resolução n° 39/46 da Assembleia Geral das Nações quer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm di-
Unidas) foi estabelecida em 10 de dezembro de 1984 e reito a igual proteção contra qualquer discriminação
ratificada pelo Brasil em 28 de setembro de 1989. Em que viole a presente Declaração e contra qualquer in-
destaque, o artigo 1 da referida Convenção: citamento a tal discriminação.
Artigo 1º, Convenção da ONU contra Tortura e Outros
Um dos desdobramentos do princípio da igualdade
Tratamentos ou Penas Cruéis
refere-se à igualdade perante à lei. Toda lei é dotada de
1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tor- caráter genérico e abstrato que evidencia não aplicar-se
tura” designa qualquer ato pelo qual dores ou so- a uma pessoa determinada, mas sim a todas as pessoas
frimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos que venham a se encontrar na situação por ela descri-
ta. Não significa que a legislação não possa estabelecer,
11 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal em abstrato, regras especiais para um grupo de pessoas
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
12 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
desfavorecido socialmente, direcionando ações afir-
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. mativas, por exemplo, aos deficientes, às mulheres, aos
13 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal 14 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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pobres - no entanto, todas estas ações devem respeitar a Artigo XI


proporcionalidade e a razoabilidade (princípio da igual-
dade material). 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o
direito de ser presumida inocente até que a sua
Artigo VIII culpabilidade tenha sido provada de acordo com
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacio- a lei, em julgamento público no qual lhe tenham
nais competentes remédio efetivo para os atos que vio- sido asseguradas todas as garantias necessárias à
lemos direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos sua defesa.
pela constituição ou pela lei. O princípio da presunção de inocência ou não culpa-
Não basta afirmar direitos, é preciso conferir meios bilidade liga-se ao direito à liberdade. Antes que ocor-
para garanti-los. Ciente disto, a Declaração traz aos Es- ra a condenação criminal transitada em julgado, isto é,
tados-partes o dever de estabelecer em suas legislações
processada até o último recurso interposto pelo acusado,
internas instrumentos para proteção dos direitos huma-
nos. Geralmente, nos textos constitucionais são estabe- este deve ser tido como inocente. Durante o processo
lecidos os direitos fundamentais e os instrumentos para penal, o acusado terá direito ao contraditório e à ampla
protegê-los, por exemplo, o habeas corpus serve à prote- defesa, bem como aos meios e recursos inerentes a estas
ção do direito à liberdade de locomoção. garantias, e caso seja condenado ao final poderá ser con-
siderado culpado. A razão é que o estado de inocência é
Artigo IX inerente ao ser humano até que ele viole direito alheio,
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou caso em que merecerá sanção.
exilado. “Através desse princípio verifica-se a necessidade de
o Estado comprovar a culpabilidade do indivíduo presu-
Prisão e detenção são formas de impedir que a pessoa mido inocente. Está diretamente relacionado à questão
saia de um estabelecimento sob tutela estatal, privando- da prova no processo penal que deve ser validamente
-a de sua liberdade de locomoção. Exílio é a expulsão ou produzida para ao final do processo conduzir a culpabi-
mudança forçada de uma pessoa do país, sendo assim lidade do indivíduo admitindo-se a aplicação das penas
também uma forma de privar a pessoa de sua liberdade previamente cominadas. Entretanto, a presunção de ino-
de locomoção em um determinado território. Nenhuma cência não afasta a possibilidade de medidas cautelares
destas práticas é permitida de forma arbitrária, ou seja, como as prisões provisórias, busca e apreensão, quebra
sem o respeito aos requisitos previstos em lei.
de sigilo como medidas de caráter excepcional cujos re-
Não significa que em alguns casos não seja aceita a
privação de liberdade, notadamente quando o indivíduo quisitos autorizadores devem estar previstos em lei”16.
tiver praticado um ato que comprometa a segurança ou
outro direito fundamental de outra pessoa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação
ou omissão que, no momento, não constituíam
Artigo X delito perante o direito nacional ou internacional.
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma Tampouco será imposta pena mais forte do que
audiência justa e pública por parte de um tribunal in- aquela que, no momento da prática, era aplicável
dependente e imparcial, para decidir de seus direitos ao ato delituoso.
e deveres ou do fundamento de qualquer acusação
criminal contra ele. Evidencia-se o princípio da irretroatividade da lei pe-
nal in pejus (para piorar a situação do acusado) pelo qual
“De acordo com a ordem que promana do preceito uma lei penal elaborada posteriormente não pode se
acima reproduzido, as pessoas têm a faculdade de exigir aplicar a atos praticados no passado - nem para um ato
um pronunciamento do Poder Judiciário, acerca de seus que não era considerado crime passar a ser, nem para
direitos e deveres postos em litígio ou do fundamento de que a pena de um ato que era considerado crime seja
acusação criminal, realizado sob o amparo dos princípios aumentada. Evidencia não só o respeito à liberdade, mas
da isonomia, do devido processo legal, da publicidade também - e principalmente - à segurança jurídica.
dos atos processuais, da ampla defesa e do contraditório
e da imparcialidade do juiz”15. Artigo XII
Em outras palavras não é possível juízo ou tribunal de Ninguém será sujeito a interferências na sua vida pri-
exceção, ou seja, um juízo especialmente delegado para vada, na sua família, no seu lar ou na sua correspon-
o julgamento do caso daquela pessoa. O juízo deve ser
dência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda
escolhido imparcialmente, de acordo com as regras de
pessoa tem direito à proteção da lei contra tais inter-
organização judiciária que valem para todos. Não obs-
tante, o juízo deve ser independente, isto é, poder julgar ferências ou ataques.
independentemente de pressões externas para que o jul-
gamento se dê num ou noutro sentido. O juízo também A proteção aos direitos à privacidade e à personali-
deve ser imparcial, não possuindo amizade ou inimizade dade se enquadra na primeira dimensão de direitos fun-
em graus relevantes para com o acusado. Afinal, o direito damentais no que tange à proteção à liberdade. Enfim,
à liberdade é consagrado e para que alguém possa ser o exercício da liberdade lega-se também às limitações
privado dela por uma condenação criminal é preciso que a este exercício: de que adianta ser plenamente livre se
esta se dê dentro dos trâmites legais, sem violar direitos a liberdade de um interfere na liberdade - e nos direitos
humanos do acusado. inerentes a esta liberdade - do outro.
15 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal 16 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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“O direito à intimidade representa relevante manifes- O direito de asilo serve para proteger uma pessoa
tação dos direitos da personalidade e qualifica-se como perseguida por suas opiniões políticas, situação racial,
expressiva prerrogativa de ordem jurídica que consiste convicções religiosas ou outro motivo político em seu
em reconhecer, em favor da pessoa, a existência de um
espaço indevassável destinado a protegê-la contra in- país de origem, permitindo que ela requeira perante a
devidas interferências de terceiros na esfera de sua vida autoridade de outro Estado proteção. Claro, não se pro-
privada”17. tege aquele que praticou um crime comum em seu país
Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimi- e fugiu para outro, caso em que deverá ser extraditado
dade, ao abordar a proteção da vida privada - que, em para responder pelo crime praticado.
resumo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do
domicílio e de círculos de amigos -, Silva18 entende que O direito dos refugiados é o que envolve a garan-
“o segredo da vida privada é condição de expansão da tia de asilo fora do território do qual é nacional por al-
personalidade”, mas não caracteriza os direitos de per- gum dos motivos especificados em normas de direitos
sonalidade em si. “O direito à honra distancia-se leve- humanos, notadamente, perseguição por razões de raça,
mente dos dois anteriores, podendo referir-se ao juízo religião, nacionalidade, pertença a um grupo social de-
positivo que a pessoa tem de si (honra subjetiva) e ao terminado ou convicções políticas. Diversos documentos
juízo positivo que dela fazem os outros (honra objetiva),
conferindo-lhe respeitabilidade no meio social. O direi- internacionais disciplinam a matéria, a exemplo da De-
to à imagem também possui duas conotações, podendo claração Universal de 1948, Convenção de 1951 relativa
ser entendido em sentido objetivo, com relação à repro- ao Estatuto dos Refugiados, Quarta Convenção de Ge-
dução gráfica da pessoa, por meio de fotografias, filma- nebra Relativa à Proteção das Pessoas Civis em Tempo
gens, desenhos, ou em sentido subjetivo, significando o de Guerra de 1949, Convenção relativa ao Estatuto dos
conjunto de qualidades cultivadas pela pessoa e reco-
nhecidas como suas pelo grupo social”19. Apátridas de 1954, Convenção sobre a Redução da Apa-
O artigo também abrange a proteção ao domicílio, tridia de 1961 e Declaração das Nações Unidas sobre a
local no qual a pessoa deseja manter sua privacidade e Concessão de Asilo Territorial de 1967. Não obstante, a
pode desenvolver sua personalidade; e à correspondên- constituição brasileira adota a concessão de asilo político
cia, enviada ao seu lar unicamente para sua leitura e não como um de seus princípios nas relações internacionais
de terceiros, preservando-se sua privacidade.
(art. 4º, X, CF).
Artigo XIII “A prática de conceder asilo em terras estrangeiras
a pessoas que estão fugindo de perseguição é uma das
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção características mais antigas da civilização. Referências
e residência dentro das fronteiras de cada Estado. a essa prática foram encontradas em textos escritos há
Não há limitações ao direito de locomoção dentro do
próprio Estado, nem ao direito de residir. Vale lembrar 3.500 anos, durante o florescimento dos antigos grandes
que a legislação interna pode estabelecer casos em que impérios do Oriente Médio, como o Hitita, Babilônico,
tal direito seja relativizado, por exemplo, obrigando um Assírio e Egípcio antigo.
funcionário público a residir no município em que está Mais de três milênios depois, a proteção de refugia-
sediado ou impedindo o ingresso numa área de interesse dos foi estabelecida como missão principal da agência
estatal.
de refugiados da ONU, que foi constituída para assistir,
São exceções à liberdade de locomoção: decisão ju-
dicial que imponha pena privativa de liberdade ou limi- entre outros, os refugiados que esperavam para retornar
tação da liberdade, normas administrativas de controle aos seus países de origem no final da II Guerra Mundial.
de vias e veículos, limitações para estrangeiros em certas A Convenção de Refugiados de 1951, que estabele-
regiões ou áreas de segurança nacional e qualquer situa- ceu o ACNUR, determina que um refugiado é alguém
ção em que o direito à liberdade deva ceder aos interes- que ‘temendo ser perseguida por motivos de raça, re-
ses públicos20. ligião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas,
se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país,
inclusive o próprio, e a este regressar. pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da
A nacionalidade é um direito humano, assim como proteção desse país’.
a liberdade de locomoção. Destaca-se que o artigo não Desde então, o ACNUR tem oferecido proteção e
menciona o direito de entrar em qualquer país, mas sim assistência para dezenas de milhões de refugiados, en-
o de deixá-lo. contrando soluções duradouras para muitos deles. Os
Artigo XIV padrões da migração se tornaram cada vez mais com-
plexos nos tempos modernos, envolvendo não apenas
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito refugiados, mas também milhões de migrantes econô-
de procurar e de gozar asilo em outros países. micos. Mas refugiados e migrantes, mesmo que viajem
2. Este direito não pode ser invocado em caso de da mesma forma com frequência, são fundamentalmente
perseguição legitimamente motivada por crimes distintos, e por esta razão são tratados de maneira muito
de direito comum ou por atos contrários aos pro- diferente perante o direito internacional moderno.
pósitos e princípios das Nações Unidas.
Migrantes, especialmente migrantes econômicos, de-
17 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucio- cidem deslocar-se para melhorar as perspectivas para si
nal. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. mesmos e para suas famílias. Já os refugiados necessitam
18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. deslocar-se para salvar suas vidas ou preservar sua liber-
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
19 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucio-
dade. Eles não possuem proteção de seu próprio Estado
nal. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. e de fato muitas vezes é seu próprio governo que amea-
20 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal ça persegui-los. Se outros países não os aceitarem em
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. seus territórios, e não os auxiliarem uma vez acolhidos,

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POLÍCIA PENAL 26 DIREITOS HUMANOS
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poderão estar condenando estas pessoas à morte ou à


uma vida insuportável nas sombras, sem sustento e sem Artigo XV
direitos”21.
As Nações Unidas22 descrevem sua participação no 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
histórico do direito dos refugiados no mundo: 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
“Desde a sua criação, a Organização das Nações Uni- nacionalidade, nem do direito de mudar de
das tem dedicado os seus esforços à proteção dos re- nacionalidade.
fugiados no mundo. Em 1951, data em que foi criado o Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugia- um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
dos (ACNUR), havia um milhão de refugiados sob a sua ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
responsabilidade. Hoje este número aumentou para 17,5 assim de direitos e obrigações. Não é aceita a figura do
milhões, para além dos 2,5 milhões assistidos pelo Orga- apátrida ou heimatlos, o indivíduo que não possui ne-
nismo das Nações Unidas das Obras Públicas e Socorro nhuma nacionalidade.
aos Refugiados da Palestina, no Próximo Oriente (ANUA- É possível mudar de nacionalidade nas situações pre-
TP), e ainda mais de 25 milhões de pessoas deslocadas
vistas em lei, naturalizando-se como nacional de outro
internamente. Em 1951, a maioria dos refugiados eram
Estado que não aquele do qual originalmente era nacio-
Europeus. Hoje, a maior parte é proveniente da África e
nal. Geralmente, a permanência no território do pais por
da Ásia. Atualmente, os movimentos de refugiados assu-
um longo período de tempo dá direito à naturalização,
mem cada vez mais a forma de êxodos maciços, diferen-
temente das fugas individuais do passado. Hoje, oitenta abrindo mão da nacionalidade anterior para incorporar
por cento dos refugiados são mulheres e crianças. Tam- a nova.
bém as causas dos êxodos se multiplicaram, incluindo
agora as catástrofes naturais ou ecológicas e a extrema Artigo XVI
pobreza. Daí que muitos dos atuais refugiados não se en-
quadrem na definição da Convenção relativa ao Estatuto 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qual-
dos Refugiados. Esta Convenção refere-se a vítimas de quer restrição de raça, nacionalidade ou religião,
perseguição por razões de raça, religião, nacionalidade, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma
pertença a um grupo social determinado ou convicções família. Gozam de iguais direitos em relação ao ca-
políticas. [...] samento, sua duração e sua dissolução.
Existe uma relação evidente entre o problema dos re- 2. O casamento não será válido senão com o livre e
fugiados e a questão dos direitos humanos. As violações pleno consentimento dos nubentes.
dos direitos humanos constituem não só uma das princi- O casamento, como todas as instituições sociais, varia
pais causas dos êxodos maciços, mas afastam também a com o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas
opção do repatriamento voluntário enquanto se verifica- culturas. Há quem o defina como um ato, outros como
rem. As violações dos direitos das minorias e os conflitos um contato. Basicamente, casamento é a união, devida-
étnicos encontram-se cada vez mais na origem quer dos mente formalizada conforme a lei, com a finalidade de
êxodos maciços, quer das deslocações internas. [...] construir família. A principal finalidade do casamento é
Na sua segunda sessão, no final de 1946, a Assem- estabelecer a comunhão plena de vida, impulsionada
bleia Geral criou a Organização Internacional para os pelo amor e afeição existente entre o casal e baseada na
Refugiados (OIR), que assumiu as funções da Agência igualdade de direitos e deveres dos cônjuges e na mútua
das Nações Unidas para a Assistência e a Reabilitação assistência.23 Não é aceitável o casamento que se esta-
(ANUAR). Foi investida no mandato temporário de regis- beleça à força para algum dos nubentes, sendo exigido
trar, proteger, instalar e repatriar refugiados. [...] Cedo se o livre e pleno consentimento de ambos. Não obstante,
tornou evidente que a responsabilidade pelos refugiados é coerente que a lei traga limitações como a idade, pois
merecia um maior esforço da comunidade internacional, o casamento é uma instituição séria, base da família, e
a desenvolver sob os auspícios da própria Organização
somente a maturidade pode permitir compreender tal
das Nações Unidas. Assim, muito antes de terminar o
importância.
mandato da OIR, iniciaram-se as discussões sobre a cria-
ção de uma organização que lhe pudesse suceder.
Artigo XVII
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refu-
giados (ACNUR) Na sua Resolução 319 A (IV) de 3 de De-
zembro de 1949, a Assembleia Geral decidiu criar o Alto 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. O sociedade com outros.
Alto Comissariado foi instituído em 1 de Janeiro de 1951, 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
como órgão subsidiário da Assembleia Geral, com um propriedade.
mandato inicial de três anos. Desde então, o mandato “Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo
do ACNUR tem sido renovado por períodos sucessivos o ordenamento jurídico estabelecer suas modalidades de
de cinco anos [...]”. aquisição, perda, uso e limites. O direito de propriedade,
constitucionalmente assegurado, garante que dela nin-
21 http://www.acnur.org/t3/portugues/a-quem-ajudamos/refugia- guém poderá ser privado arbitrariamente [...]”24. O direito
dos/
22 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Direitos Humanos 23 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. São
e Refugiados. Ficha normativa nº 20. Disponível em: <http://www. Paulo: Saraiva, 2009. v. 6.
gddc.pt/direitos-humanos/Ficha_Informativa_20.pdf >. Acesso em: 24 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais:
13 jun. 2013. teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da

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à propriedade se insere na primeira dimensão de direitos 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
humanos, garantindo que cada qual tenha bens mate- associação.
riais justamente adquiridos, respeitada a função social.
Por sua vez, “a liberdade de associação para fins lí-
Artigo XVIII citos, vedada a de caráter paramilitar, é plena. Portanto,
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, ninguém poderá ser compelido a associar-se e, uma vez
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de associado, será livre, também, para decidir se permanece
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifes- associado ou não”28.
tar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática,
pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamen- Artigo XXI
te, em público ou em particular.
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no go-
Silva25 aponta que a liberdade de pensamento, que verno de seu país, diretamente ou por intermédio
também pode ser chamada de liberdade de opinião, é de representantes livremente escolhidos.
considerada pela doutrina como a liberdade primária, eis
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço
que é ponto de partida de todas as outras, e deve ser en-
público do seu país.
tendida como a liberdade da pessoa adotar determinada
3. A vontade do povo será a base da autoridade do
atitude intelectual ou não, de tomar a opinião pública
que crê verdadeira. Tal opinião pública se refere a diver- governo; esta vontade será expressa em eleições
sos aspectos, entre eles religião e crença. periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por
A liberdade de religião atrela-se à liberdade de cons- voto secreto ou processoequivalente que assegure
ciência e à liberdade de pensamento, mas o inverso não a liberdade de voto.
ocorre, porque é possível existir liberdade de pensamen-
to e consciência desvinculada de cunho religioso. Aliás, a “Na sociedade moderna, nascida de transformações
liberdade de consciência também concretiza a liberdade que culminaram na Revolução Francesa, o indivíduo é
de ter ou não ter religião, ter ou não ter opinião políti- visto como homem (pessoa privada) e como cidadão
co-partidária ou qualquer outra manifestação positiva ou (pessoa pública). O termo cidadão designava original-
negativa da consciência26. mente o habitante da cidade. Com a consolidação da
No que tange à exteriorização da liberdade de reli- sociedade burguesa, passa a indicar a ação política e a
gião, ou seja, à liberdade de expressão religiosa, não é participação do sujeito na vida da sociedade”29.
devida nenhuma perseguição, assim como é garantido o Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de
direito de praticá-la em grupo ou individualmente. governo em que o poder de tomar decisões políticas está
com os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se
Artigo XIX reúne com os demais e, juntos, eles tomam a decisão po-
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e ex- lítica) ou indireta (quando ao cidadão é dado o poder de
pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe- eleger um representante). Uma democracia pode existir
rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir num sistema presidencialista ou parlamentarista, repu-
informações e ideias por quaisquer meios e indepen- blicano ou monárquico - somente importa que seja dado
dentemente de fronteiras. aos cidadãos o poder de tomar decisões políticas (por si
só ou por seu representante eleito), nos termos que este
Silva27 entende que a liberdade de expressão pode artigo da Declaração prevê. A principal classificação das
ser vista sob diversos enfoques, como o da liberdade de democracias é a que distingue a direta da indireta - a)
comunicação, ou liberdade de informação, que consiste direta, também chamada de pura, na qual o cidadão ex-
em um conjunto de direitos, formas, processos e veículos pressa sua vontade por voto direto e individual em casa
que viabilizam a coordenação livre da criação, expressão questão relevante; b) indireta, também chamada repre-
e difusão da informação e do pensamento. Contudo, o a sentativa, em que os cidadãos exercem individualmente
manifestação do pensamento não pode ocorrer de forma
o direito de voto para escolher representante(s) e aque-
ilimitada, devendo se pautar na verdade e no respeito
le(s) que for(em) mais escolhido(s) representa(m) todos
dos direitos à honra, à intimidade e à imagem dos de-
os eleitores.
mais membros da sociedade.
Não obstante, se introduz a dimensão do Estado So-
Artigo XX
cial, de forma que ao cidadão é garantida a prestação
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e de serviços públicos. Isto se insere na segunda dimensão
associação pacíficas. de direitos humanos, referentes aos direitos econômi-
O direito de reunião pode ser exercido independen- cos, sociais e culturais - sem os quais não se consolida a
temente de autorização estatal, mas deve se dar de ma- igualdade material.
neira pacífica, por exemplo, sem utilização de armas.
Artigo XXII
República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito
Paulo: Atlas, 1997. à segurança social e à realização, pelo esforço nacio-
25 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. nal, pela cooperação internacional e de acordo com
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
26 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal 28 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
27 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 29 SCHLESENER, Anita Helena. Cidadania e política. In: CARDI, Cas-
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. siano; et. al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000.

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a organização e recursos de cada Estado, dos direitos Artigo XXIV


econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a
dignidade e ao livre desenvolvimento da sua perso- limitação razoável das horas de trabalho e férias pe-
nalidade. riódicas remuneradas.
Direitos econômicos, sociais e culturais compõem a Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem
segunda dimensão de direitos fundamentais. O Pacto somente dele é feita a vida de uma pessoa. Desta for-
internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Cultu- ma, assegura-se horários livres para que a pessoa des-
rais de 1966 é o documento que especifica e descreve frute de momentos de lazer e descanso, bem como im-
tais direitos. de uma maneira geral, são direitos que não pede-se a fixação de uma jornada de trabalho muito
dependem puramente do indivíduo para a implementa- exaustiva. São medidas que asseguram isto a previsão
ção, exigindo prestações positivas estatais, geralmente de descanso semanal remunerado, a limitação do ho-
externadas por políticas públicas (escolhas políticas a rário de trabalho, a concessão de férias remuneradas
respeito de áreas que necessitam de investimento maior anuais, entre outras.
ou menos para proporcionar um bom índice de desen- Quanto aos artigos XXIII e XXIV, tem-se que é forneci-
volvimento social, diminuindo desigualdades). Entre ou- do “[...] um conjunto mínimo de direitos dos trabalhado-
tros direitos, envolvem o trabalho, a educação, a saúde, a res. De forma geral, os dispositivos em comento versam
alimentação, a moradia, o lazer, etc. Como são inúmeras sobre o direito ao trabalho, principal meio de sobrevi-
as áreas que necessitam de investimento estatal, natural-
vência dos indivíduos que ‘vendem’ força de trabalho em
mente o atendimento a estes direitos se dá de maneira
troca de uma remuneração justa. Ademais, estabelecem
gradual.
a liberdade do cidadão de escolher o trabalho e, uma vez
obtido o emprego, o direito de nele encontrar condições
Artigo XXIII
justas, tanto no tocante à remuneração, como no que diz
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha respeito ao limite de horas trabalhadas e períodos de re-
de emprego, a condições justas e favoráveis de tra- pouso (disposição constante do artigo XXIV da Declara-
balho e à proteção contra o desemprego. ção). Garantem ainda o direito dos trabalhadores de se
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a unirem em associação, com o objetivo de defesa de seus
igual remuneração por igual trabalho. interesses”30.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remu-
neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim Artigo XXV
como à sua família, uma existência compatível com
a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida ca-
necessário, outros meios de proteção social. paz de assegurar a si e a sua família saúde e bem
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação,
neles ingressar para proteção de seus interesses. cuidados médicos e os serviços sociais indispen-
sáveis, e direito à segurança em caso de desem-
O trabalho é um instrumento fundamental para asse- prego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros
gurar a todos uma existência digna: de um lado por pro- casos de perda dos meios de subsistência fora de
porcionar a remuneração com a qual a pessoa adquirirá seu controle.
bens materiais para sua subsistência, de outro por gerar
por si só o sentimento de importância para a sociedade O ideal é que todas as pessoas possuam um padrão
por parte daquele que faz algo útil nela. No entanto, a de vida suficiente para garantir sua dignidade em todas
geração de empregos não se dá automaticamente, ca- as esferas: alimentação, vestuário, moradia, saúde, etc.
bendo aos Estados desenvolverem políticas econômi- Bem se sabe que é um objetivo constante do Estado
cas para diminuir os índices de desemprego o máximo Democrático de Direito proporcionar que pessoas che-
possível. guem o mais próximo possível - e cada vez mais - desta
A remuneração é a retribuição financeira pelo traba- circunstância.
lho realizado. Nesta esfera também é necessário o res- Fala-se em segurança no sentido de segurança públi-
peito ao princípio da igualdade, por não ser justo que ca, de dever do Estado de preservar a ordem pública e a
uma pessoa que desempenhe as mesmas funções que a incolumidade das pessoas e do patrimônio público e pri-
outra receba menos por um fator externo, característico vado31. Neste conceito enquadra-se a seguridade social,
dela, como sexo ou raça. No âmbito do serviço público na qual o Estado, custeado pela coletividade e pelos co-
é mais fácil controlar tal aspecto, mas são inúmeras as fres públicos, garante a manutenção financeira dos que
empresas privadas que pagam menor salário a mulheres por algum motivo não possuem condição de trabalhar.
e que não chegam a ser levadas à justiça por isso. Não
obstante, a remuneração deve ser suficiente para pro-
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados
porcionar uma existência digna, com o necessário para
e assistência especiais. Todas as crianças nascidas
manter assegurados ao menos minimamente todos os
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma
direitos humanos previstos na Declaração.
proteção social.
Os sindicatos são bastante comuns na seara traba-
lhista e, como visto, a todos é garantida a liberdade de 30 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
associação, não podendo ninguém ser impedido ou for- dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
çado a ingressar ou sair de um sindicato. 31 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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A proteção da maternidade tem sentido porque sem Artigo XXVII


isto o mundo não continua. É preciso que as crianças se-
jam protegidas com atenção especial para que se tor- 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente
nem adultos capazes de proporcionar uma melhora no da vida cultural da comunidade, de fruir as artes
planeta. e de participar do processo científico e de seus
benefícios.
Artigo XXVI 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses
morais e materiais decorrentes de qualquer pro-
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução dução científica, literária ou artística da qual seja
será gratuita, pelo menos nos graus elementares
autor.
e fundamentais. A instrução elementar será obri-
gatória. A instrução técnico-profissional será aces-
sível a todos, bem como a instrução superior, esta Os conflitos que se dão entre a liberdade e a pro-
baseada no mérito. priedade intelectual se evidenciam, principalmente, sob
2. A instrução será orientada no sentido do pleno o aspecto da liberdade de expressão, na esfera específica
desenvolvimento da personalidade humana e do da liberdade de comunicação ou informação, que, nos
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos dizeres de Silva32, “compreende a liberdade de informar e
e pelas liberdades fundamentais. A instrução pro- a liberdade de ser informado”. Sob o enfoque do direito
moverá a compreensão, a tolerância e a amizade à liberdade e do direito de acesso à cultura, seria livre
entre todas as nações e grupos raciais ou religio- a divulgação de toda e qualquer informação e o aces-
sos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas so aos dados disponíveis, independentemente da fonte
em prol da manutenção da paz. ou da autoria. De outro lado, há o direito de proprieda-
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do de intelectual, o qual possui um caráter dualista: moral,
gênero de instrução que será ministrada a seus que nunca prescreve porque o autor de uma obra nun-
filhos. ca deixará de ser considerado como tal, e patrimonial,
que prescreve, perdendo o autor o direito de explorar
A Declaração Universal de 1948 divide a disponibili- benefícios econômicos de sua obra33. Cada vez mais esta
dade e a obrigatoriedade da educação em níveis. Aquela dualidade entre direitos se encontra em conflito, uma vez
educação que é considerada essencial, qual seja, a ele-
que a evolução tecnológica trouxe meios para a cópia
mentar, deve ser gratuita e obrigatória. Já a educação
em massa de conteúdos protegidos pela propriedade
fundamental, de grande importância, deve ser gratuita,
mas não é obrigatória. Esta nomenclatura adotada pela intelectual.
Declaração equipara-se ao ensino fundamental e ao en-
sino médio no Brasil, sendo elementar o primeiro e fun- Artigo XVIII
damental o segundo. A educação técnico-profissional Toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter-
refere-se às escolas voltadas ao ensino de algum ofício, nacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na
não complexo a ponto de exigir formação superior e, presente Declaração possam ser plenamente realizados.
justamente por isso, possuem menor duração e menor
custo; ao passo que a educação superior é a que se dá Como já destacado, o sistema de proteção dos direi-
no âmbito das universidades, formando profissionais de tos humanos tem caráter global e cada Estado que as-
maior especialidade numa área profissional, com amplo sumiu compromisso perante a ONU ao integrá-la deve
conhecimento, razão pela qual dura mais tempo e é mais garantir o respeito a estes direitos no âmbito de seu ter-
onerosa. As duas últimas são de maior custo e não po- ritório. Com isso, a pessoa estará numa ordem social e
dem ser instituídas de tal forma que sejam garantidas internacional na qual seus direitos humanos sejam asse-
vagas para todas as pessoas em sociedade, entretanto, gurados, preservando-se sua dignidade. Em outras pala-
exige-se um critério justo para a seleção dos ingressos, vras, “devidamente emparelhadas, portanto, a ordem so-
o qual seja baseado no mérito (os mais capacitados cial e a ordem internacional se manifestam, a seu modo,
conseguirão as vagas de ensino técnico-profissional e como as duas faces das instituições humanitárias, tanto
superior).
estatais quanto particulares, orientando seus passos a
Ainda, a Declaração de 1948 deixa clara que a edu-
serviço da comunidade humana”34.
cação não envolve apenas o aprendizado do conteúdo
programático das matérias comuns como matemática,
português, história e geografia, mas também a com- Artigo XXIX
preensão de abordagens sobre assuntos que possam
contribuir para a formação da personalidade da pessoa 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunida-
humana e conscientizá-la de seu papel social. de, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua
Não obstante, da parte final da Declaração extrai-se personalidade é possível.
a consciência de que a educação não é apenas a formal, 32 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
aprendida nos estabelecimentos de ensino, mas também 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
a informal, transmitida no ambiente familiar e nas demais 33 PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de infor-
áreas de contato da pessoa, como igreja, clubes e, no- mação, privacidade e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Atlas,
tadamente, a residência. Por isso, os pais têm um papel 2006.
direto na escolha dos meios de educação de seus filhos. 34 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda


pessoa estará sujeita apenas às limitações deter- CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS
minadas pela lei, exclusivamente com o fim de as- HUMANOS
segurar o devido reconhecimento e respeito dos
direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS
justas exigências da moral, da ordem pública e do HUMANOS (“PACTO DE SAN JOSÉ DACOSTA
bem-estar de uma sociedade democrática. RICA”)
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipóte-
se alguma, ser exercidos contrariamente aos pro- DECRETO N° 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992.
pósitos e princípios das Nações Unidas.
Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
manos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novem-
Explica Canotilho35 que “a ideia de deveres funda-
mentais é suscetível de ser entendida como o ‘outro bro de 1969.
lado’ dos direitos fundamentais. Como ao titular de um O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do
direito fundamental corresponde um dever por parte de cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
um outro titular, poder-se-ia dizer que o particular está ção que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
vinculado aos direitos fundamentais como destinatário Considerando que a Convenção Americana sobre Di-
de um dever fundamental. Neste sentido, um direito reitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), ado-
fundamental, enquanto protegido, pressuporia um de- tada no âmbito da Organização dos Estados Americanos,
ver correspondente”. Esta é a ideia que a Declaração de em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969,
1948 busca trazer: não será assegurada nenhuma liber- entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978, na
dade que contrarie a lei ou os demais direitos de outras forma do segundo parágrafo de seu art. 74;
pessoas, isto é, os preceitos universais consagrados pelas Considerando que o Governo brasileiro depositou a
Nações Unidas. carta de adesão a essa convenção em 25 de setembro de
1992;
Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser Considerando que a Convenção Americana sobre Di-
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, reitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de
ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quais- conformidade com o disposto no segundo parágrafo de
quer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
seu art. 74;
“A colidência entre os direitos afirmados na Declara-
ção é natural. Busca-se com o presente artigo evitar que,
no eventual choque entre duas normas garantistas, os A primeira fase do chamado processo de elaboração
sujeitos nela mencionados se valham de uma interpre- dos tratados é a negociação. No Brasil, compete à União
tação tendente a infirmar qualquer das disposições da “manter relações com Estados estrangeiros e participar
Declaração ao argumento de que estão respeitando um de organizações internacionais”, nos termos do artigo 21,
direito em detrimento de outro”36. Nenhum direito hu- I da Constituição Federal. O único agente nas relações
mano é ilimitado: se o fossem, seria impossível garantir internacionais com competência exclusiva é o Presidente
um sistema no qual todas as pessoas tivessem tais di- da República, que manterá as relações com o respecti-
reitos plenamente respeitados, afinal, estes necessaria- vo Estado estrangeiro e celebrará tratados, convenções
mente colidiriam com os direitos das outras pessoas, os e atos internacionais, que precisam apenas do referen-
quais teriam que ser violados. Este é um dos sentidos do do Congresso Nacional, conforme dispõe o artigo 84,
do princípio da relatividade dos direitos humanos - os VII e VIII da Constituição Federal. O momento seguinte é
direitos humanos não podem ser utilizados como um o da assinatura do tratado por esta autoridade compe-
escudo para práticas ilícitas ou como argumento para tente. Contudo, a exigibilidade dos tratados depende de
afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos atos posteriores. A colaboração entre os Poderes Execu-
ilícitos, assim os direitos humanos não são ilimitados e tivo e Legislativo é indispensável para a conclusão de um
encontram seus limites nos demais direitos igualmente tratado no ordenamento jurídico brasileiro, já que muito
consagrados como humanos. Isto vale tanto para os in- embora a competência seja exclusiva do Presidente da
divíduos, numa atitude perante os demais, quanto para República, cabe ao Congresso Nacional, por meio de um
os Estados, ao externar o compromisso global assumido
decreto legislativo, autorizar a ratificação do ato interna-
perante a ONU.
cional. Nos termos do artigo 49, I da Constituição Federal
“é da competência exclusiva do Congresso Nacional: I -
#FicaDica resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
O direito de reunião deve ser pacífico e poderá internacionais que acarretem encargos ou compromissos
sofrer restrições previstas em lei. O intuito é gravosos ao patrimônio nacional”. Quanto ao Pacto de
preservação da segurança nacional e da ordem São José da Costa Rica, este foi negociado e assinado
pública. pela autoridade do Executivo competente e posterior-
mente submetido à aprovação do Congresso Nacional,
a qual foi concedida pelo Decreto Legislativo n° 27/92.
35 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria Somente depois esta foi promulgada pelo Decreto n°
da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998. 678/92 e ratificada pelo Brasil perante a Organização dos
36 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à De-
Estados Americanos.
claração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

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DECRETA: Considerando que a Terceira Conferência


Interameri-cana Extraordinária (Buenos Aires, 1967)
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos aprovou a incor-poração à própria Carta da Organização
Huma-nos (Pacto de São José da Costa Rica), de normas mais amplas sobre os direitos econômicos,
celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de sociais e educacio-nais e resolveu que uma Convenção
novembro de 1969, apensa por cópia ao presente Interamericana sobre Direitos Humanos determinasse a
decreto, deverá ser cum-prida tão inteiramente como estrutura, competência e processo dos órgãos
nela se contém. encarregados dessa matéria;
Convieram no seguinte:
Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato in- Pelo preâmbulo da Convenção denotam-se os ante-
ternacional, em 25 de setembro de 1992, o cedentes históricos e as intenções envoltas em sua ela-
Governo brasileiro fez a seguinte declaração boração. Basicamente, os direitos humanos já haviam
interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os sido reconhecidos internacionalmente desde a criação
arts. 43 e 48, alínea d , não incluem o direito da ONU e a elaboração da Declaração Universal dos
automático de visitas e inspe-ções in loco da Direitos Humanos de 1948 por todos os Estados-mem-
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as bros da organização. Entretanto, ainda se buscava um
quais dependerão da anuência expressa do Estado”. caminho para a efetivação deles, garantindo a dignida-
de inerente à pessoa humana em qualquer localidade,
Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de independentemente de fatores externos. Neste sentido,
sua publicação. optou-se por um processo de regionalização dos direitos
humanos, no qual as peculiaridades das grandes regiões
Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da globais poderiam ser levadas em consideração, permitin-
Independên-cia e 104° da República. do maior efetividade das normas de direitos humanos.
Assim, os países da América se reuniram para a formação
Depois do processo de internacionalização dos direi- de uma organização específica, a Organização dos Esta-
tos humanos, iniciou-se um processo de regionalização dos Americanos, e para a assunção de um compromisso
deles, ou seja, adaptação do conteúdo de cada uma das internacional continental pela preservação dos direitos
declarações de direitos até então proferidas a determina- humanos.
das regiões do globo.
PARTE I
ANEXO DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS
HUMANOS (1969) A primeira parte da Convenção trata do aspecto ma-
(PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA ) terial da proteção dos direitos humanos na América. No
capítulo I, são estabelecidos os deveres dos Estados-
PREÂMBULO par-tes, que são os de respeito e adoção das
disposições do pacto no ordenamento jurídico interno;
Os Estados Americanos signatários da no capítulo II são enumerados os direitos civis e
presente Convenção, políticos, que são pratica-mente os mesmos declarados
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Conti- no âmbito internacional, embora mais amplos em
nente, dentro do quadro das instituições democráticas, relação a alguns direitos; no capítulo III ocorre uma
um regime de liberdade pessoal e de justiça social, remissão à Carta da Organização dos Estados
Americanos no tocante aos direitos econô-micos,
fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
sociais e culturais, de realização progressiva; no
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa
capítulo IV são tratados os casos de suspensão de
hu-mana não derivam do fato de ser ela nacional de
garan-tias, interpretação e aplicação; no capítulo V
deter-minado Estado, mas sim do fato de ter como
abordam-se os deveres das pessoas.
fundamento os atributos da pessoa humana, razão por
que justificam uma proteção internacional, de natureza
CAPÍTULO I
convencional, coadjuvante ou complementar da que
ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
oferece o direito in-terno dos Estados americanos;
Considerando que esses princípios foram Artigo 1º Obrigação de respeitar os direitos
consagrados na Carta da Organização dos Estados
Americanos, na De-claração Americana dos Direitos e 1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-
Deveres do Homem e na Declaração Universal dos -se a respeitar os direitos e liberdades nela reconhe-
Direitos do Homem, e que fo-ram reafirmados e cidos e a garantir seu livre e pleno exercício a toda
desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem dis-
tanto de âmbito mundial como regional; criminação alguma, por motivo de raça, cor, sexo,
Reiterando que, de acordo com a Declaração idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer
Universal dos Direitos Humanos, só pode ser realizado outra natureza, origem nacional ou social, posição
o ideal do ser humano livre, isento do temor e da econômica, nascimento ou qualquer outra condição
miséria, se forem criadas condições que permitam a social.
cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser
culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e humano.

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POLÍCIA PENAL 32 DIREITOS HUMANOS
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Os Estados-membros da OEA assumem o compro- ordem jurídica. A personalidade é, portanto, o concei-


misso de respeitar os direitos humanos declarados nes- to básico da ordem jurídica, que a estende a todos os
te documento para com todos os seres humanos que homens, consagrando-a na legislação civil e nos direitos
ingressem em território de sua jurisdição, não apenas constitucionais de vida, liberdade e igualdade. É quali-
nacionais. Nota-se, ainda, que não há ser humano que dade jurídica que se revela como preliminar de todos os
possa não ser considerado como pessoa. direitos e deveres”38.

Artigo 2º Dever de adotar disposições de direito in- Artigo 4º Direito à vida


terno
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
Se o exercício dos direitos e liberdades vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em
mencionados no artigo 1° ainda não estiver garantido geral, desde o momento da concepção. Ninguém
por disposições legislativas ou de outra natureza, os pode ser privado da vida arbitrariamente.
Estados-partes com-prometem-se a adotar, de acordo
com as suas normas constitucionais e com as Atenção: a Convenção assegura a proteção à
disposições desta Convenção, as medidas legislativas ou vida desde a concepção! Não obstante, veda a morte
de outra natureza que forem ne-cessárias para tornar por ra-zões arbitrárias, por exemplo, pena de morte
efetivos tais direitos e liberdades. sem o de-vido processo legal.
O conteúdo da Convenção tem um caráter genéri-
co, de forma que meios específicos para assegurar os 2. Nos países que não houverem abolido a pena de
direitos nela previstos dentro do ordenamento interno morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais
são necessários. Este artigo deixa claro o dever dos Es- graves, em cumprimento de sentença final de tri-
tados-partes de adaptar o ordenamento interno a bunal competente e em conformidade com a lei
este contexto. que estabeleça tal pena, promulgada antes de ha-
ver o delito sido cometido. Tampouco se estende-
CAPÍTULO II rá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS atualmente.

Em relação à primeira dimensão de direitos, aponta No ideário de proteção à vida, impedindo a aplica-
Bobbio37: “[...] o desenvolvimento dos direitos do ção de pena de morte, a Convenção adota um
homem passou por três fases: num primeiro posicio-namento de não retrocesso. Basicamente, para
momento, afirma-ram-se os direitos de liberdade, isto os casos e nas localidades em que a pena de morte foi
é, todos aqueles di-reitos que tendem a limitar o poder abolida não é possível passar a aplicá-la.
do Estado e a reser-var para o indivíduo, ou para os
grupos particulares, uma esfera de liberdade em relação 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Esta-
ao Estado; num segundo momento, foram dos que a hajam abolido.
propugnados os direitos políticos, os quais –
concebendo a liberdade não apenas negativa-mente, Os países que adotavam pena de morte antes da
como não impedimento, mas positivamente, como Con-venção não podem ampliar sua aplicação para
autonomia – tiveram como consequência a par- outros cri-mes, mas não são obrigados a aboli-la
ticipação cada vez mais ampla, generalizada e frequente plenamente.
dos membros de uma comunidade no poder político (ou
liberdade no Estado) [...]”. Estes dois momentos repre- 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplica-
sentam a formação da primeira dimensão de direitos da a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos
hu-manos, correspondentes aos direitos civis e com delitos políticos.
políticos, os quais são abordados neste capítulo da
Convenção. Em geral, tais direitos não exigem uma A aplicação de pena de morte por crimes políticos
postura ativa estatal, mas sim de abstenção, deixando significaria uma violação dos direitos políticos, que per-
de se ingerir em direitos humanos individuais e mitem o livre exercício do pensamento perante o
permitindo que as pessoas parti-cipem das decisões Estado. Sem isto, não há democracia. Assim, somente
políticas. cabe pena de morte para certos delitos comuns mais
graves aos quais já se aplicava tal pena antes da
Artigo 3º Direito ao reconhecimento da personalidade Convenção naquele Estado-parte.
jurídica
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que,
sua personalidade jurídica.
no momento da perpetração do delito, for menor de
dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a
“O conceito de personalidade está umbilicalmente
mulher em estado de gravidez.
ligado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida
torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Não é possível aplicar pena de morte a menores de
Esta é, portanto, qualidade ou atributo do ser humano. 18 anos (proteção à criança e ao adolescente) e nem às
Pode ser definida como aptidão genérica para adquirir mu-lheres grávidas (proteção da maternidade e da
direitos e contrair obrigações ou deveres na ordem civil. infância).
É pressuposto para a inserção e atuação da pessoa na
38 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 9. ed.
37 BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Tradução Celso Lafer. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

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6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solici- 5. Os menores, quando puderem ser processados, de-
tar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais vem ser separados dos adultos e conduzidos a tri-
podem ser concedidos em todos os casos. Não se bunal especializado, com a maior rapidez possível,
pode executar a pena de morte enquanto o pedi- para seu tratamento.
do estiver pendente de decisão ante a autoridade
competente. Para proteger as crianças e os adolescentes tem-
se um sistema específico para processo e condenação
Segundo Bitencourt39, anistia “é o esquecimento jurí- cri-minal, bem como local próprio de execução da pena.
dico do ilícito e tem por objeto fatos (não pessoas) defi-
nidos como crimes, de regra, políticos, militares ou elei- 6. As penas privativas de liberdade devem ter por fi-
torais, excluindo-se, normalmente, os crimes comuns”; nalidade essencial a reforma e a readaptação social
ao passo que indulto coletivo ou propriamente dito dos condenados.
“destina-se a um grupo determinado de condenados e
é delimitado pela natureza do crime e quantidade da A pena tem função retributiva e preventiva (geral e
pena aplicada, além de outros requisitos que o diploma especial). Retributiva por ser uma resposta ao mal
legal pode estabelecer”; já a comutação da pena é o cau-sado pelo criminoso para a sociedade. Preventiva
indulto parcial, não extinguindo a punibilidade, mas geral no sentido de intimidar todos os destinatários da
norma penal, visando impedir que eles pratiquem
diminuindo a pena a ser cumprida.
crimes; pre-ventiva especial no sentido de impedir o
autor do crime que volte a delinquir. Há, ainda, a função
Artigo 5º Direito à integridade pessoal
social ou resso-cializadora, que visa permitir que o
condenado seja de-volvido à sociedade em condições
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua inte- de não mais cometer crimes e conviver pacificamente.
gridade física, psíquica e moral.
Artigo 6º Proibição da escravidão e da servidão
São garantias inerentes ao direito à vida e ao direito
à saúde. 1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou ser-
vidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a pe- tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas
nas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. formas.
Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada 2. Ninguém deve ser constrangido a executar traba-
com o respeito devido à dignidade inerente ao ser lho forçado ou obrigatório. Nos países em que se
humano. prescreve, para certos delitos, pena privativa de li-
berdade acompanhada de trabalhos forçados, esta
Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por disposição não pode ser interpretada no sentido de
crueldade, intimidação, punição, para obtenção de uma proibir o cumprimento da dita pena, imposta por
confissão, informação ou simplesmente por prazer da um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado
pessoa que tortura, sendo assim uma espécie de trato não deve afetar a dignidade, nem a capacidade físi-
cruel, desumano ou degradante. As penas também não ca e intelectual do recluso.
podem ser cruéis, desumanas ou degradantes, por
exem-plo, de trabalhos forçados. O cumprimento da Se todo ser humano é uma pessoa e, como tal, dota-
pena, ain-da que em si ela não seja cruel, a exemplo da da de dignidade, aceitar a escravidão seria absurdo. Ine-
privativa de liberdade, deve se dar de maneira digna, rente a isto se encontra a vedação de trabalhos
não se aceitan-do a falta de estrutura nos forçados: não significa que não pode existir trabalho
estabelecimentos prisionais. obrigatório, mas a negativa em cumpri-lo não pode
3. A pena não pode passar da pessoa do impedir o cum-primento da pena, embora o
delinquente. Pelo princípio da personalidade da pena desempenho do trabalho possa gerar sua diminuição
ser oimputado
crime pode somente ao seu autor, que é, por seu proporcional aos dias tra-balhados. Havendo trabalho
turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria obrigatório, este não pode influenciar a dignidade e
flagrante a injustiça se fosse possível alguém responder nem a capacidade física ou in-telectual do acusado, por
pelos atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, exemplo, colocar um professor para limpar os banheiros
da prisão e não para ministrar aulas aos detentos é uma
ao invés de restringir-se ao malfeitor, alcançaria
violação.
inocentes.
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios
4. Os processados devem ficar separados dos condena-
para os efeitos deste artigo:
dos, salvo em circunstâncias excepcionais, e devem
ser submetidos a tratamento adequado à sua condi-
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de
ção de pessoas não condenadas. pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou re-
solução formal expedida pela autoridade judiciária
Trata-se de um benefício inerente à presunção de competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser
inocência: os que ainda são considerados inocentes pe- executados sob a vigilância e controle das autorida-
rante a lei devem ficar separados dos culpados. des públicas, e os indivíduos que os executarem não
39 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. devem ser postos à disposição de particulares, compa-
ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1. nhias ou pessoas jurídicas de caráter privado;

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b) serviço militar e, nos países em que se admite a Uma das maiores polêmicas jurídicas brasileiras nos
isenção por motivo de consciência, qualquer serviço últimos anos envolve justamente este dispositivo da
nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; Convenção: enquanto ela somente permite a prisão por
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calami- dívida em caso de obrigação alimentar, a Constituição
dade que ameacem a existência ou o bem-estar da brasileira a permite também para os depositários in-
comunidade; fiéis (aquele que fica vinculado ao cumprimento de uma
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações obrigação meramente contratual, cuja função que lhe é
cívicas normais. confiada envolve a guarda de uma coisa específica, de-
Evidencia-se que trabalho obrigatório não signifi- vendo conservá-la e restituí-la in natura quando for exi-
ca trabalho forçado. Nestes casos, não há trabalho for- gida pelo depositante ou pagar o preço equivalente se a
çado, por mais que o indivíduo na verdade não queira coisa não mais existir na sua esfera de disponibilidade).
desempenhá-lo. Ocorre que os tratados de direitos humanos, a partir da
Emenda Constitucional n° 45/04, cumpridas as condi-
Artigo 7º Direito à liberdade pessoal ções do artigo 5°, §3° são considerados como emendas
constitucionais; mas a Convenção em estudo foi ratifica-
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança da antes desta alteração legislativa, havendo posiciona-
pessoais. mentos diversos a respeito dela possuir ou não o caráter
A liberdade aparece ligada à segurança porque a pri- constitucional. Depois de muitas discussões, o Supremo
vação da liberdade de um por parte do Estado visa, Tribunal Federal decidiu no dia 05 de dezembro de 2008
necessariamente, a preservação da segurança que é ilegal a prisão civil do depositário infiel, utilizando--
dos demais. se da tese de que os tratados de direitos humanos têm
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, status supralegal, ou seja, encontram-se acima das leis
salvo pelas causas e nas condições previamente fi- ordinárias, porém abaixo da Constituição Federal. Neste
xadas pelas Constituições políticas dos Estados-par- sentido, a súmula vinculante n° 25 e Habeas Corpus n°
tes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. 87.585-8/TO.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encar-
ceramento arbitrários. Artigo 8º Garantias judiciais
A legislação deve ser expressa a respeito dos casos em
que se admite a privação da liberdade de locomoção. 1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das devidas garantias e dentro de um prazo razoável,
razões da detenção e notificada, sem demora, da por um juiz ou Tribunal competente, independente
acusação ou das acusações formuladas contra ela. e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser con- apuração de qualquer acusação penal formulada
duzida, sem demora, à presença de um juiz ou ou- contra ela, ou na determinação de seus direitos e
tra autoridade autorizada por lei a exercer funções obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de
judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo qualquer outra natureza.
razoável ou de ser posta em liberdade, sem preju-
Evidencia-se o direito ao contraditório, consistente
ízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode
em poder ouvir e dar uma resposta a respeito dos fa-
ser condicionada a garantias que assegurem o seu
tos controversos levados a juízo, em qualquer esfera.
comparecimento em juízo.
Também traz o princípio do juiz natural e da vedação
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a re-
ao tribunal de exceção, de forma que sempre será
correr a um juiz ou tribunal competente, a fim de
fixado
o juízo competente de maneira prévia por regras de or-
que este decida, sem demora, sobre a legalidade de
ganização judiciária, avaliando-se ainda se aquele juízo
sua prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a
atribuído é de fato imparcial (não possuindo inimizades
prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados- ou amizades para com as partes).
-partes cujas leis prevêem que toda pessoa que se
vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que
direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, se presuma sua inocência, enquanto não for legal-
a fim de que este decida sobre a legalidade de tal mente comprovada sua culpa. Durante o processo,
ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às se-
abolido. O recurso pode ser interposto pela própria guintes garantias mínimas:
pessoa ou por outra pessoa.
O estado de inocência é inerente à pessoa humana,
Os itens 4 a 6 tratam do devido processo legal (ampla de forma que somente pode ser considerada culpada
defesa e contraditório) garantidos àquele que é privado após o trânsito em julgado do processo criminal que
de sua liberdade de locomoção. É preciso que a pessoa apure devidamente o ilícito (princípio da presunção de
seja notificada a respeito dos motivos da acusação, seja inocência).
levada ao juiz que decidirá sobre a manutenção da
prisão e possa interpor recurso contra tal decisão. a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente
por um tradutor ou intérprete, caso não compreenda
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
não limita os mandados de autoridade judiciária b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado
competente expedidos em virtude de inadimple- da acusação formulada;
mento de obrigação alimentar.

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POLÍCIA PENAL 35 DIREITOS HUMANOS
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c) concessão ao acusado do tempo e dos meios neces- Artigo 9º Princípio da legalidade e da retroatividade
sários à preparação de sua defesa; Ninguém poderá ser condenado por atos ou omis-
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou sões que, no momento em que foram cometidos, não
de ser assistido por um defensor de sua escolha e de constituam delito, de acordo com o direito aplicável.
comunicar-se, livremente e em particular, com seu de- Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que
fensor; a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se,
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defen- depois de perpetrado o delito, a lei estipular a impo-
sor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, sição de pena mais leve, o deliquente deverá dela be-
segundo a legislação interna, se o acusado não se de- neficiar-se.
fender ele próprio, nem nomear defensor dentro do
prazo estabelecido pela lei; Há uma regra dominante em termos de conflito de
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presen- leis penais no tempo que é a da irretroatividade da lei
tes no Tribunal e de obter o comparecimento, penal, sem a qual não haveria nem segurança e nem
como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que
liberdade na sociedade, em flagrante desrespeito ao
possam lançar luz sobre os fatos;
princípio da legalidade e da anterioridade da lei. Logo,
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mes-
o tempo rege a ação - tempus regit actum - e uma lei
ma, nem a confessar-se culpada; e
somente abran-ge os atos praticados durante a sua
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal
superior. vigência, não antes (retroatividade) nem depois (ultra-
atividade). Contudo, o princípio da irretroatividade vige
Todas as garantias enumeradas fazem parte do devi-do somente quanto à lei mais severa, de forma que a lei
processo legal, formado pelo binômio contraditório que for mais favorável ao réu irá retroagir, no que se
+ ampla defesa. Pelo princípio do devido processo le- consolida o princípio da retroatividade da lei mais
gal “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens benéfica.42
sem o devido processo legal. Corolário a esse princípio, Artigo 10. Direito à indenização
asseguram-se aos litigantes, em processo judicial ou ad- Toda pessoa tem direito de ser indenizada
ministrativo, e aos acusados em geral o contraditório e a conforme a lei, no caso de haver sido condenada
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”40. em sentença transitada em julgado, por erro
São meios, por exemplo, a conferência de um tradutor e judiciário.
de um defensor, público ou privado, e ainda os direitos Uma pessoa injustamente condenada por um erro
ao silêncio e à não produção de provas contra si. São estatal na apuração do ilícito tem direito a indenização.
recursos as vias de questionamento da decisão judicial
perante outro juiz ou tribunal superior. Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade

3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coa- 1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e
ção de nenhuma natureza. ao reconhecimento de sua dignidade.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias
Assim, não é que a confissão não seja um meio de ou abusivas em sua vida privada, em sua família,
prova válido: é válida, mas não pode ser obtida à força, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem
por exemplo, mediante tortura ou ameaça. de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais
4. O acusado absolvido por sentença transitada em ingerências ou tais ofensas.
julgado não poderá ser submetido a novo processo
pelos mesmos fatos.
Privacidade e personalidade são direitos que pare-
cem interligados, uma vez que a primeira é condição de
Não cabe revisão criminal pro societate - em favor
da sociedade. Não importa se o acusado foi expansão da segunda. A honra pode ser objetiva, no
indevidamente absolvido, transitada em julgado a que tange ao modo como o mundo vê a pessoa, e
decisão não poderá ser processado novamente pelo subjeti-va, referindo-se à maneira como ela se vê. Para
mesmo fato. A revisão criminal só é possível se o bom desenvolvimento da personalidade é preciso
o réu condenado
surgirem criminalmente,
provas para absolver nunca para condená-lo. garantir a privacidade, cabendo à lei proteger todos
estes bens jurídicos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for
necessário para preservar os interesses da justiça. Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião

O segredo de justiça é limitado a alguns casos 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e
porque, em regra, “o direito subjetivo das partes e de religião. Esse direito implica a liberdade de con-
advogados à intimidade somente estará garantido se servar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de
não prejudicar o interesse público à informação”41. religião ou de crenças, bem como a liberdade de
40 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 42 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. 16. ed.
41 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

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POLÍCIA PENAL 36 DIREITOS HUMANOS
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professar e divulgar sua religião ou suas crenças, dência é que o círculo que delimita a esfera da liber-
in-dividual ou coletivamente, tanto em público dade se amplie. Entretanto, o direito à liberdade nunca
como em privado. foi assegurado de forma irrestrita, assim como nunca se
2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas defendeu no campo ético que alguém pudesse exercê-
que possam limitar sua liberdade de conservar sua -lo sem limites. Não significa que é aceita a censura pré-
religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou via, como era comum nos regimes ditatoriais, mas que
de crenças. é preciso limitar a veiculação de conteúdos que violem
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as direitos humanos alheios ou atentem contra a moral so-
próprias crenças está sujeita apenas às limitações cial. Por exemplo, se uma pessoa publicar um conteúdo
previstas em lei e que se façam necessárias para ofensivo a outra cometerá violação da honra, se divulgar
proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral conteúdos antissemitas praticará crime de preconceito e
públicas ou os direitos e as liberdades das demais discriminação.
pessoas.
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito 3. Não se pode restringir o direito de expressão por
a que seus filhos e pupilos recebam a educação re- vias e meios indiretos, tais como o abuso de con-
ligiosa e moral que esteja de acordo com suas pró-
troles oficiais ou particulares de papel de imprensa,
prias convicções.
de frequências radioelétricas ou de equipamentos
e aparelhos usados na difusão de informação, nem
Uma das esferas da liberdade de pensamento é a li-
por quaisquer outros meios destinados a obstar a
berdade de crença religiosa. Cada qual tem direito a
comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
pro-fessar a crença que quiser no Estado democrático,
não podendo ser tolhido deste direito. No entanto, há
algu-mas limitações lógicas ao exercício deste direito, A propriedade dos meios de comunicação
notada-mente quanto às colisões com outros direitos não pode ser utilizada para manipulação do
humanos: por exemplo, não pode ser aceita a prática pensamento da população.
de sacrifício humano nos cultos religiosos.
A religiosidade é um dos aspectos em que os pais 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a cen-
in-fluenciam os filhos e, por isso, possuem direito de vê- sura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o
los educados em consonância com tais crenças. acesso a eles, para proteção moral da infância e da
adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão
Antes de permitir que um espetáculo chegue ao pú-
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamen- blico é aceita a avaliação prévia do conteúdo, limitando
to e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de o acesso, por exemplo, a determinada faixa etária.
procurar, receber e difundir informações e ideias de
qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guer-
verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial
ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha. ou religioso que constitua incitamento à discrimina-
ção, à hostilidade, ao crime ou à violência.
“Na verdade, o ser humano, através dos processos
internos de reflexão, formula juízos de valor. Estes Permitir o incentivo a este tipo de pensamento
ex-teriorizam nada mais do que a opinião de seu con-trário à paz mundial vai contra o que os sistemas
emitente. Assim, a regra constitucional, ao consagrar a global e regional de proteção de direitos humanos
livre mani-festação do pensamento, imprime a buscam.
existência jurídica ao chamado direito de opinião”43. Artigo 14. Direito de retificação ou resposta
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente 1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou
não pode estar sujeito à censura prévia, mas a res- ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios de di-
ponsabilidades ulteriores, que devem ser expressa- fusão legalmente regulamentados e que se dirijam
mente previstas em lei e que se façam necessárias
ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo
para assegurar:
órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas
a) o respeito dos direitos e da reputação das demais
condições que estabeleça a lei.
pessoas;
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximi-
b) a proteção da segurança nacional, da ordem públi-
rão das outras responsabilidades legais em que se
ca, ou da saúde ou da moral públicas.
houver incorrido.
Silva44 explica que “o homem se torna cada vez mais 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação,
livre na medida em que amplia seu domínio sobre a toda publicação ou empresa jornalística, cinemato-
natureza”, ou seja, com a evolução da sociedade, a ten- gráfica, de rádio ou televisão, deve ter uma pessoa
responsável, que não seja protegida por imunidades,
43 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. nem goze de foro especial.
Cur-so de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
44 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
positivo.

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POLÍCIA PENAL 37 DIREITOS HUMANOS
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A publicação de um conteúdo ofensivo dá ao ofendi- 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de


do direito de resposta (direito de em local idêntico, com contraírem casamento e de constituírem uma fa-
mesmo destaque e circulação, expor seus argumento mília, se tiverem a idade e as condições para isso
contrários à ofensa publicada), mas não exime o ofensor exigidas pelas leis internas, na medida em que não
de responder por seu ato. Para garantir isto, nos afetem estas o princípio da não-discriminação esta-
meios de comunicação é preciso de um responsável belecido nesta Convenção.
que não seja impedido de ser processado 3. O casamento não pode ser celebrado sem o consen-
regularmente, ou seja, que não possua imunidades ou timento livre e pleno dos contraentes.
goze de foro especial. 4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apro-
Artigo 15. Direito de reunião priadas para assegurar a igualdade de direitos e a
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem adequada equivalência de responsabilidades dos
ar-mas. O exercício desse direito só pode estar cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e
sujeito às restrições previstas em lei e que se façam por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolu-
necessárias, em uma sociedade democrática, ao ção, serão adotadas as disposições que assegurem a
interesse da se-gurança nacional, da segurança ou proteção necessária aos filhos, com base unicamente
ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a no interesse e conveniência dos mesmos.
moral públicas ou os direitos e as liberdades das 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos
demais pessoas. nascidos fora do casamento, como aos nascidos den-
O direito de reunião evidencia a liberdade de expres- tro do casamento.
são conferida aos indivíduos e aos grupos sociais. Grupos A proteção da família é essencial porque ela é a base
de pessoas podem se reunir para manifestar algum pen- da estrutura social. O tradicional modo de constituição
samento, respeitados os limites legais, por exemplo, da família é o casamento, tanto que ele é protegido nes-
não é autorizada a presença de armas, ou ainda, é ta Convenção e na DUDH, sendo o consentimento dos
preciso informar o poder público para que ele tome nubentes um requisito essencial. Durante o casamento,
providên-cias para garantir a segurança numa as obrigações devem ser partilhadas e, em caso de dis-
manifestação grupal principalmente se ela tiver grande solução, deve ser priorizado o melhor interesse dos
repercussão (exempli-ficando, algumas paradas gays filhos para decidir a respeito de guarda, visitas e
chegam a reunir milhões de pessoas). alimentos. No mais, os filhos nascidos dentro ou fora do
casamento são equiparados.
Artigo 16. Liberdade de associação
Artigo 18. Direito ao nome
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livre- Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes
mente com fins ideológicos, religiosos, políticos, eco- de seus pais ou ao de um destes. A lei deve regular a
nômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos for-ma de assegurar a todos esse direito, mediante
ou de qualquer outra natureza. nomes fictícios, se for necessário.
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às res-
trições previstas em lei e que se façam necessárias, O nome é um modo de individualização da pessoa na-
em uma sociedade democrática, ao interesse da se- tural. “Integra a personalidade, individualiza a pessoa
gurança nacional, da segurança e da ordem públi- não só durante a sua vida como também após a sua
cas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas morte, e indica a sua procedência familiar”45.
ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
3. O presente artigo não impede a imposição de res-
Artigo 19. Direitos da criança
trições legais, e mesmo a privação do exercício do
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a
direito de associação, aos membros das forças ar-
sua condição de menor requer, por parte da sua famí-
madas e da polícia.
lia, da sociedade e do Estado.
Entidades associativas têm legitimidade para repre-
A criança é parte fundamental da sociedade, repre-
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente,
sentando seu futuro. Protegê-la significa garantir que no
poden-do defender, em nome próprio, direitos de seus
futuro existirão adultos preparados para construir uma
associa-dos. Logo, caracteriza a união das forças
sociedade melhor. Para tanto são criados inúmeros
individuais num grupo organizado e devidamente
autorizado por lei. Nin-guém é obrigado a ingressas ou me-canismos. No Brasil, destaca-se o Estatuto da
permanecer em uma as-sociação. Nenhuma associação Criança e do Adolescente.
pode defender interesses ilícitos (por exemplo, seria
absurdo
o Comandopermitir que ofossem
Vermelho PCC ouconsideradas associações, Artigo 20. Direito à nacionalidade
posto que reúnem criminosos). Enfim, a lei pode limitar,
com razoabilidade e proporcionalidade, a liberdade de 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
associação. 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado
em cujo território houver nascido, se não tiver
Artigo 17. Proteção da família direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua na-
1. A família é o núcleo natural e fundamental da so- cionalidade, nem do direito de mudá-la.
ciedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo 45 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 9. ed.
Estado. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

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POLÍCIA PENAL 38 DIREITOS HUMANOS
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Com estas regras, impede-se que uma pessoa não se 6. O estrangeiro que se encontre legalmente no terri-
vincule jurídica e politicamente a um Estado, integrando tório de um Estado-parte na presente Convenção só
o povo e desfrutando de direitos e obrigações. No poderá dele ser expulso em decorrência de decisão
mínimo, terá a nacionalidade do território em que tiver adotada em conformidade com a lei.
nascido. A figura do apátrida é vedada. Em certos casos, Nota-se que não se garante o livre ingresso em ter-
será possí-vel mudar de nacionalidade, não podendo a ritório que não o do próprio país, para tanto é preciso
pessoa ser impedida. respeitar as regras do país para recebimento de
estran-geiros - apenas se veda a expulsão arbitrária do
Artigo 21. Direito à propriedade privada que já esteja lá.

1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. 7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo
A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse em território estrangeiro, em caso de perseguição
social. por delitos políticos ou comuns conexos com delitos
políticos, de acordo com a legislação de cada Estado
e com as Convenções internacionais.
O direito à propriedade é garantido, mas não de for-
ma ilimitada. Entre os limites possíveis destaca-se o do
O asilo político é instituição pela qual um Estado
respeito à função social. Por exemplo, não poderá
con-fere abrigo e proteção a um indivíduo que tenha
manter a propriedade aquele que não a torna produtiva. fugido de um outro Estado no qual sofria perseguição
por deli-tos políticos ou conexos a ele.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, sal-
vo mediante o pagamento de indenização justa, por 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou
motivo de utilidade pública ou de interesse social e entregue a outro país, seja ou não de origem, onde
nos casos e na forma estabelecidos pela lei. seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em
risco de violação em virtude de sua raça, naciona-
O item se refere ao instituto da desapropriação, pelo lidade, religião, condição social ou de suas opiniões
qual o Estado toma a propriedade de um bem em prol políticas.
do interesse coletivo, indenizando o proprietário.
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de explo-
ração do homem pelo homem, devem ser reprimidas A extradição
lação de direitoséhumanos.
permitida, dentro dos limites da legis-
pela lei.
Artigo 23. Direitos políticos
Usura significa agiotagem, uma pessoa emprestar di-
nheiro por juros abusivos e utilizar meios controversos 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direi-
para receber os juros e o valor emprestado de volta. tos e oportunidades:
a) de participar da condução dos assuntos públicos,
diretamente ou por meio de representantes livremente
Artigo 22. Direito de circulação e de residência
eleitos;
b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autên-
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no territó-
ticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e
rio de um Estado tem o direito de nele livremente por voto secreto, que garantam a livre expressão da
circular e de nele residir, em conformidade com as vontade dos eleitores; e
disposições legais.
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qual- Participar das decisões políticas de maneira direta
quer país, inclusive de seu próprio país. ou indireta é um direito político de primeira dimensão.
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser Exis-tem modalidades de participação direta,
restringido, senão em virtude de lei, na medida indis- consolidando a democracia direta, mas geralmente,
pensável, em uma sociedade democrática, para pre- como são muitos os indivíduos que podem participar
venir infrações penais ou para proteger a segurança em sociedade, adota-se a democracia indireta, na qual
nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral são eleitos representan-tes por meio do voto. Ainda
ou a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das assim, são comuns alguns mecanismos de participação
demais pessoas. direta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 popular, formando um modelo de democracia misto.
pode também ser restringido pela lei, em zonas de-
terminadas, por motivo de interesse público. c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às
A liberdade de circulação dentro de seu país ou em um funções públicas de seu país.
território em que entre legalmente não é plena: pode 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportu-
ser restringida em virtude de lei, bem como nidades, a que se refere o inciso anterior, exclusiva-
visando proteger o interesse público e a segurança mente por motivo de idade, nacionalidade, residên-
cia, idioma, instrução, capacidade civil ou mental,
social.
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado
ou condenação, por juiz competente, em processo
do qual for nacional e nem ser privado do direito de
penal.
nele entrar.

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POLÍCIA PENAL 39 DIREITOS HUMANOS
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O acesso às funções públicas geralmente se dá limitados às exigências da situação, suspendam


por concurso público, não podendo utilizar critérios as obrigações contraídas em virtude desta
precon-ceituosos para admissão. Convenção, desde que tais disposições não sejam
incompatíveis com as demais obrigações que lhe
Artigo 24. Igualdade perante a lei impõe o Direito Internacional e não encerrem
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por discriminação alguma fundada em motivos de
conse-guinte, têm direito, sem discriminação alguma, raça, cor, sexo, idioma, reli-gião ou origem social.
à igual proteção da lei.
A limitações de direitos humanos é permitida, mas
Trata-se do princípio da igualdade perante a lei. não é possível que ela viole premissas ligadas à digni-
As-sim, a lei é válida para todas as pessoas, embora dade humana, como raça, cor, sexo, idioma, religião. Por
possa estabelecer regramentos específicos para certos exemplo, na situação descrita no artigo seria aceitável
grupos sociais vulneráveis. autorizar trabalhos forçados compatíveis com a dignida-
de humana.
Artigo 25. Proteção judicial

1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rá- 2. A disposição precedente não autoriza a suspensão
pido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os dos direitos determinados nos seguintes artigos: 3
juízes ou tribunais competentes, que a proteja con- (direito ao reconhecimento da personalidade ju-
tra atos que violem seus direitos fundamentais reco- rídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade
nhecidos pela Constituição, pela lei ou pela presente pessoal), 6 (proibição da escravidão e da servidão),
Convenção, mesmo quando tal violação seja come- 9 (princípio da legalidade e da retroatividade), 12
tida por pessoas que estejam atuando no exercício (liberdade de consciência e religião), 17 (proteção
de suas funções oficiais. da família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da
criança), 20 (direito à nacionalidade) e 23 (direitos
No Brasil, entre outros instrumentos, destacam-se o políticos), nem das garantias indispensáveis para a
mandado de segurança, o habeas corpus e o habeas data. proteção de tais direitos.

2. Os Estados-partes comprometem-se: Nem precisaria especificar, pois tais direitos estão li-
a) a assegurar que a autoridade competente prevista gados justamente a raça, cor, sexo, idioma, religião ou
pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos origem social. Entretanto, a especificação aumenta a se-
de toda pessoa que interpuser tal recurso; gurança jurídica.
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades
com-petentes, de toda decisão em que se tenha 3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso
considera-do procedente o recurso. do direito de suspensão deverá comunicar imedia-
tamente aos outros Estados-partes na presente Con-
Não basta prever tais garantias, é preciso conferir es- venção, por intermédio do Secretário Geral da Or-
trutura ao Judiciário para cumpri-las. ganização dos Estados Americanos, as disposições
cuja aplicação haja suspendido, os motivos determi-
CAPÍTULO III nantes da suspensão e a data em que haja dado por
DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS terminada tal suspensão.

Artigo 26. Desenvolvimento progressivo Assim, o direito de suspensão é, basicamente, a pos-


sibilidade do Estado-parte da Organização dos Estados
Os Estados-partes comprometem-se a adotar as Americanos, por alguma razão específica e discriminada
providências, tanto no âmbito interno, como median- em suas justificativas, de deixar de cumprir parte do
te cooperação internacional, especialmente econômica con-teúdo da Convenção Americana de Direitos
e técnica, a fim de conseguir progressivamente a ple- Humanos, respeitados os limites consagrados
na efetividade dos direitos que decorrem das normas internacionalmente no que tange à dignidade humana.
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura,
constantes da Carta da Organização dos Estados Ame-
Artigo 28. Cláusula federal
ricanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na
medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou
por outros meios apropriados. 1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído
como Estado federal, o governo nacional do aludi-
CAPÍTULO IV do Estado-parte cumprirá todas as disposições da
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E presente Convenção, relacionadas com as maté-
APLICAÇÃO rias sobre as quais exerce competência legislativa e
judicial.
Artigo 27. Suspensão de garantias
A forma federativa de Estado tem origem nos
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra Estados Unidos, em 1787. No federalismo por
emergência que ameace a independência ou segu- agregação, os Esta-dos independentes ou soberanos
rança do Estado-parte, este poderá adotar as dis- abrem mão de parcela de sua soberania para agregar-
posições que, na medida e pelo tempo estritamente se entre si e formarem

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POLÍCIA PENAL 40 DIREITOS HUMANOS
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um Estado Federativo, mas mantendo a autonomia do com leis que forem promulgadas por motivo de
entre si: foi o que ocorreu nos Estados Unidos. Mas in-teresse geral e com o propósito para o qual
também é possível o federalismo por desagregação, houverem sido estabelecidas.
quando a fe-deração surge a partir de um Estado
unitário e resolve descentralizar-se, a exemplo do Brasil No decorrer da Convenção são reconhecidos vários
desde 1891. Den-tro da federação há repartição de casos em que é possível limitar direitos humanos, mas
competências entre a União e as unidades federativas. sempre é preciso ter em mente o interesse da
Como a União que firma os compromissos coletivida-de e a finalidade pelas quais foram aceitas.
internacionais, nem sempre ela terá competência
para fazer cumprir todas as normas deles, que podem Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos
ser da alçada das unidades federativas.
2. No tocante às disposições relativas às matérias que Poderão ser incluídos, no regime de proteção
correspondem à competência das entidades com- desta Convenção, outros direitos e liberdades que
ponentes da federação, o governo nacional deve forem reco-nhecidos de acordo com os processos
tomar imediatamente as medidas pertinentes, em estabelecidos nos artigo 69 e 70. As sentenças da
conformidade com sua Constituição e com suas leis, corte trazem direitos e liberdades por ela reconhecidos
a fim de que as autoridades competentes das referi- e que deverão ser cum-pridos pelo Estado-parte a qual
das entidades possam adotar as disposições cabíveis se referem.
para o cumprimento desta Convenção.
CAPÍTULO V
Enfim, o máximo que é possível para a União é DEVERES DAS PESSOAS
alertar as suas unidades federativas para que elas Artigo 32. Correlação entre deveres e direitos
tomem pro-vidências para o cumprimento das normas
convenciona-das internacionalmente. 1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a co-
munidade e a humanidade.
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direi-
constituir entre eles uma federação ou outro tipo de tos dos demais, pela segurança de todos e pelas jus-
associação, diligenciarão no sentido de que o pac- tas exigências do bem comum, em uma sociedade
to comunitário respectivo contenha as disposições democrática.
necessárias para que continuem sendo efetivas no Explica Canotilho46 quanto aos direitos
novo Estado, assim organizado, as normas da pre- fundamentais, mas o mesmo vale para os direitos
sente Convenção. humanos: “a ideia de deveres fundamentais é
suscetível de ser entendida como o ‘outro lado’ dos
É possível que Estados-partes firmem entre si trata- direitos fundamentais. Como ao titular de um direito
dos específicos, caso em que deverão se atentar para as fundamental corresponde um dever por parte de um
normas da Convenção. outro titular, poder-se-ia dizer que o particular está
vinculado aos direitos fundamentais como destinatário
Artigo 29. Normas de interpretação de um dever fundamental. Neste sentido, um direito
Nenhuma disposição da presente Convenção pode fundamental, enquanto protegido, pressupo-ria um
ser interpretada no sentido de: dever correspondente”. Logo, a um direito huma-no
conferido à pessoa corresponde o dever de respeito ao
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou
arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas.
indivíduo, suprimir o gozo e o exercício dos direitos e
Considera-se um aspecto da característica da relati-
liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los
vidade dos direitos humanos, que não podem ser uti-
em maior medida do que a nela prevista;
lizados como um escudo para práticas ilícitas ou
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou
como argumento para afastamento ou diminuição da
liberdade que possam ser reconhecidos em virtude de
respon-sabilidade por atos ilícitos. Assim, os direitos
leis de qualquer dos Estados-partes ou em virtude de
humanos não são ilimitados e encontram seus limites
Convenções em que seja parte um dos referidos Esta-
dos; nos demais direitos igualmente consagrados como
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes humanos.
ao ser humano ou que decorrem da forma democráti-
ca representativa de governo; PARTE II
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a MEIOS DE PROTEÇÃO
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Ho-
mem e outros atos internacionais da mesma natureza. A segunda parte da Convenção analisa os meios de
proteção aos direitos humanos que deverão ser garan-
A Convenção não pode ser usada para contrariar os tidos, criando a Comissão Interamericana de
preceitos que ela visa proteger, para permitir a violação Direitos Humanos e a Corte Interamericana de
de direitos humanos fundamentais consagrados. Direitos Huma-nos. Assim, “a Convenção Americana
estabelece um aparato de monitoramento e
Artigo 30. Alcance das restrições implementação dos direi-tos que enuncia. Esse
As restrições permitidas, de acordo com esta aparato é integrado pela Comis-são Interamericana
Conven-ção, ao gozo e exercício dos direitos e de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana”47.
liberdades nela reconhecidos, não podem ser 46 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e
aplicadas senão de acor- teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998.
47 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional

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CAPÍTULO VI ÓRGÃOS O mandato é de 4 anos, aceita uma reeleição.


COMPETENTES
Não é permitido que dois nacionais do mesmo país
Artigo 33. São competentes para conhecer de componham a Comissão.
assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-partes nesta Artigo 38. As vagas que ocorrerem na Comissão,
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
Convenção: que não se devam à expiração normal do mandato,
doravante denominada a Comissão; e serão preenchidas pelo Conselho Permanente da
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, dora- Organi-zação, de acordo com o que dispuser o
vante denominada a Corte. Estatuto da Comissão.

Estes dois órgãos ficam, então, vinculados à OEA e O Conselho Permanente da Organização
são os responsáveis pela implementação no plano preenche-rá as vagas que surjam por motivos diversos
do continente americano dos direitos humanos de fim de mandato, por exemplo, morte ou renúncia
garantidos na Convenção. do membro da Comissão.
CAPÍTULO VII Artigo 39. A Comissão elaborará seu estatuto e
COMISSÃO INTERAMERICANA sub-metê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e
DE DIREITOS HUMANOS expedi-rá seu próprio Regulamento.
SEÇÃO 1
O regulamento da Comissão discrimina como se
ORGANIZAÇÃO
dá a sua atuação em detalhes. Por sua vez, o Estatuto
da Comissão foi aprovado pela resolução AG/RES. 447
Artigo 34. A Comissão Interamericana de Direitos Hu-
(IX-O/79), adotada pela Assembleia Geral da OEA, em
manos compor-se-á de sete membros, que deverão
ser pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido seu Nono Período Ordinário de Sessões, realizado em
sa-ber em matéria de direitos humanos. La Paz, Bolívia, em outubro de 1979. Nota-se que o
Alta autoridade moral e reconhecido saber em maté- Regulamen-to não passa pelo crivo da Assembleia,
ria de direitos humanos são conceitos subjetivos. Nota-- mas somente o Estatuto. isto é coerente porque
se que não é exigida formação em Direito. enquanto o Regulamen-to é mais formal, tratando de
questões ligadas ao modo de atuação da Comissão, o
Artigo 35. A Comissão representa todos os Estatuto é mais profundo, trazendo princípios e
Membros da Organização dos Estados Americanos. finalidades que regem a Comissão.
Logo, a representatividade dos Estados perante a Artigo 40. Os serviços da Secretaria da Comissão de-
Comissão não é direta. São eleitos 7 representantes que vem ser desempenhados pela unidade funcional
manifestarão o ideário de toda a organização na espe-cializada que faz parte da Secretaria Geral da
matéria que é de sua competência. Orga-nização e deve dispor dos recursos
necessários para cumprir as tarefas que lhe forem
Artigo 36. 1. Os membros da Comissão serão eleitos a confiadas pela Co-missão.
título pessoal, pela Assembleia Geral da
Organiza-ção, a partir de uma lista de candidatos Secretarias são órgãos administrativos e burocráticos
propostos pelos governos dos Estados-membros. que mantém o funcionamento da instituição principal.
2. Cada um dos referidos governos pode propor até três Não há uma secretaria específica para a Comissão, que
candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou se utiliza da secretaria da OEA.
de qualquer outro Estado-membro da Organização
dos Estados Americanos. Quando for proposta uma SEÇÃO 2
lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá FUNÇÕES
ser nacional de Estado diferente do proponente.
Artigo 41. A Comissão tem a função principal de pro-
Cada Estado-membro pode apresentar uma lista mover a observância e a defesa dos direitos
com três candidatos e, possuindo este número, um humanos e, no exercício de seu mandato, tem as
deles de-verá ser de outra nacionalidade. seguintes fun-ções e atribuições:
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos
Artigo 37. 1. Os membros da Comissão serão eleitos povos da América;
por quatro anos e só poderão ser reeleitos um b) formular recomendações aos governos dos Estados-
vez, porém o mandato de três dos membros -membros, quando considerar conveniente, no senti-
designados na primeira eleição expirará ao cabo do de que adotem medidas progressivas em prol dos
de dois anos. Logo depois da referida eleição, serão direitos humanos no âmbito de suas leis internas e
determinados por sorteio, na Assembleia Geral, os seus preceitos constitucionais, bem como disposições
nomes desses três membros. apropriadas para promover o devido respeito a esses
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um na- direitos;
cional de um mesmo país. c) preparar estudos ou relatórios que considerar con-
internacional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. venientes para o desempenho de suas funções;

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d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe Artigo 45. 1. Todo Estado-parte pode, no momento
proporcionem informações sobre as medidas que ado- do depósito do seu instrumento de ratificação des-
tarem em matéria de direitos humanos; ta Convenção, ou de adesão a ela, ou em
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria qualquer momento posterior, declarar que
Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe reconhece a com-petência da Comissão para
formularem os Estados-membros sobre questões re- receber e examinar as comunicações em que um
lacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas Estado-parte alegue ha-ver outro Estado-parte
possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que lhes incorrido em violações dos direitos humanos
solicitarem; estabelecidos
2. As nestafeitas
comunicações Convenção.
em virtude deste artigo só
f) atuar com respeito às petições e outras comunica- podem ser admitidas e examinadas se forem apre-
ções, no exercício de sua autoridade, de conformidade sentadas por um Estado-parte que haja feito uma
com o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e declaração pela qual reconheça a referida compe-
g) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral tência da Comissão. A Comissão não admitirá ne-
da Organização dos Estados Americanos. nhuma comunicação contra um Estado-parte que
não haja feito tal declaração.
O artigo 41 permite uma compreensão clara a res- 3. As declarações sobre reconhecimento de competên-
peito das funções da Comissão: fomentar a consciência
cia podem ser feitas para que esta vigore por tempo
do dever de respeito aos direitos humanos, formular re-
indefinido, por período determinado ou para casos
comendações a Estados-membros que estejam violan-
do a Convenção, além de atender a consultas que estes específicos.
façam, podendo redigir estudos e relatórios e 4. As declarações serão depositadas na Secretaria Ge-
solicitar informações para tanto. Também deverá ral da Organização dos Estados Americanos, a qual
apresentar rela-tório anual sobre sua atuação. encaminhará cópia das mesmas aos Estados-mem-
bros da referida Organização.
Artigo 42. Os Estados-partes devem submeter à Co-
missão cópia dos relatórios e estudos que, em Seja no momento de depósito da ratificação, seja
seus respectivos campos, submetem anualmente às posteriormente, o Estado-parte pode reconhecer a
Comis-sões Executivas do Conselho Interamericano competência da Comissão para receber e examinar co-
Econômi-co e Social e do Conselho Interamericano municações de um Estado-parte a respeito de outro
de Educa-ção, Ciência e Cultura, a fim de que aquela Estado-parte que tenha cometido violações. Se não re-
zele para que se promovam os direitos decorrentes conhecê-la, não poderá apresentar comunicações neste
das normas econômicas, sociais e sobre educação, sentido. No entanto, a declaração pode ser feita por tem-
ciência e cultu-ra, constantes da Carta da po determinado ou para casos específicos, sendo
Organização dos Estados Americanos, reformada deposi-tada na Secretaria Geral da OEA. Somente no
pelo Protocolo de Buenos Ai-res. caso do ar-tigo 45 que o Estado-parte pode representar
à Comissão.
Ambas Comissões em referência fazem parte da Or- Artigo 46. Para que uma petição ou
ganização dos Estados Americanos. A elas são submeti- comunicação apresentada de acordo com os artigos
dos relatórios e estudos, os quais devem ser também
44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será
en-viados à Comissão em estudo, para que ela
necessário:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos
desempenhe adequadamente suas funções.
da jurisdição interna, de acordo com os princípios de
Artigo 43. Os Estados-partes obrigam-se a proporcio- Direito Internacional geralmente reconhecidos;
nar à Comissão as informações que esta lhes b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses,
solicitar sobre a maneira pela qual seu direito a partir da data em que o presumido prejudicado em
interno assegu-ra a aplicação efetiva de quaisquer seus direitos tenha sido notificado da decisão defini-
disposições desta Convenção. tiva;
A Comissão precisa de tais informações para decidir c) que a matéria da petição ou comunicação não es-
os casos que lhe sejam submetidos, por exemplo, para teja pendente de outro processo de solução interna-
recomendar uma ampliação na proteção de forma que cional; e
as violações não mais aconteçam. d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o
nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a
SEÇÃO 3 assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante
COMPETÊNCIA legal da entidade que submeter a petição.
2. As disposições das alíneas “a” e “b” do inciso 1
Artigo 44. Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, deste artigo não se aplicarão quando:
ou entidade não-governamental legalmente a) não existir, na legislação interna do Estado de que
reconhecida em um ou mais Estados-membros da se tratar, o devido processo legal para a proteção do
Organização, pode apresentar à Comissão petições que
direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
contenham denún-cias ou queixas de violação desta
b) não se houver permitido ao presumido prejudicado
Convenção por um Estado-parte.
em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição
Atenção: qualquer pessoa ou grupo de pessoas pode interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e
representar! Esta pergunta é frequente em concursos. c) houver demora injustificada na decisão sobre os
mencionados recursos.

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POLÍCIA PENAL 43 DIREITOS HUMANOS
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O artigo 46 é incidente em concursos, trazendo os re- d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o
quisitos para que a petição ou comunicação seja fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, com
proces-sada pela Comissão: esgotamento de recursos conhecimento das partes, a um exame do assunto ex-
no plano interno, a partir do qual se conta um prazo de posto na petição ou comunicação. Se for necessário e
6 meses, que não esteja pendente outra busca de conveniente, a Comissão procederá a uma investiga-
solução interna-cional e identificação da pessoa ou ção para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados
grupo de pessoas ou entidade não-governamental (se
interessados lhe proporcionarão, todas as facilidades
o esgotamento
for de recursos e a consequente passagem
o caso). Dispensa-se
de 6 meses como prazo quando não existir normas de necessárias;
proteção ao devido processo legal no Estado, quando ti- Decidido continuar o expediente, produz-se provas.
ver sido impedido ou dificultado o acesso ao Judiciário
no país ou quando houver demora sem motivos para o e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer in-
processamento interno. formação pertinente e receberá, se isso for solicitado,
as exposições verbais ou escritas que apresentarem os
Artigo 47. A Comissão declarará inadmissível toda interessados; e
pe-tição ou comunicação apresentada de acordo Pode, ainda, pedir informações.
com os artigos 44 ou 45 quando:
a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim
no artigo 46;
de chegar a uma solução amistosa do assunto, funda-
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos di-
reitos garantidos por esta Convenção; da no respeito aos direitos reconhecidos nesta Con-
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, venção.
for manifestamente infundada a petição ou comuni- Deve, ainda, se colocar à disposição para uma solução
cação ou for evidente sua total improcedência; ou amigável.
d) for substancialmente reprodução de petição ou co-
municação anterior, já examinada pela Comissão ou 2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser
por outro organismo internacional. realizada uma investigação, mediante prévio con-
sentimento do Estado em cujo território se alegue
A Comissão fará um exame prévio da petição ou co- houver sido cometida a violação, tão somente com a
municação para decidir se irá processá-la ou arquivá-la, apresentação de uma petição ou comunicação que
no qual são avaliados os requisitos acima. reúna todos os requisitos formais de admissibilidade.
SEÇÃO 4
PROCESSO É possível abreviar estas etapas no caso de uma de-
núncia grave, procedendo desde logo com a investiga-
Artigo 48. 1. A Comissão, ao receber uma petição ou ção, desde que com autorização do Estado.
comunicação na qual se alegue a violação de qual-
quer dos direitos consagrados nesta Convenção, pro- Artigo 49. Se se houver chegado a uma solução
cederá da seguinte maneira: amis-tosa de acordo com as disposições do inciso 1,
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou co- “f”, do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório
municação, solicitará informações ao Governo do Es- que será encaminhado ao peticionário e aos
tado ao qual pertença a autoridade apontada como Estados-partes nesta Convenção e posteriormente
responsável pela violação alegada e transcreverá as transmitido, para sua publicação, ao Secretário
partes pertinentes da petição ou comunicação. As re- Geral da Organização dos Estados Americanos. O
feridas informações devem ser enviadas dentro de um referido relatório conterá uma breve exposição dos
prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar as
fatos e da solução alcança-da. Se qualquer das partes
circunstâncias de cada caso;
no caso o solicitar, ser-lhe-á proporcionada a mais
A comunicação ou petição passou pelo crivo do ampla informação possível.
artigo 47 e será processada. O primeiro passo é a Obtida a conciliação será redigido um relatório, que
solicitação de informações do governo ao qual será encaminhado a todos Estados-partes da
pertença a autoridade apontada como responsável pela Convenção e transmitido ao Secretário Geral da OEA,
violação, informando o conteúdo da comunicação ou contendo uma breve exposição dos fatos e da solução
petição, fixando-se prazo. alcançada.
b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo Artigo 50. 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro
fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se exis- do prazo que for fixado pelo Estatuto da Comissão,
tem ou subsistem os motivos da petição ou comuni- esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos
cação. No caso de não existirem ou não subsistirem, e suas conclusões. Se o relatório não representar,
mandará arquivar o expediente;
no todo ou em parte, o acordo unânime dos
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a
improcedência da petição ou comunicação, com base membros da Comissão, qualquer deles poderá
em informação ou prova supervenientes; agregar ao re-ferido relatório seu voto em
separado. Também se agregarão ao relatório as
Recebidas as informações ou transcorrido o exposições verbais ou es-critas que houverem sido
prazo decidirá se continuará o processamento da feitas pelos interessados em virtude do inciso 1,
petição ou comunicação, arquivando-a, decidindo-a 2. “e”,
O relatório
do artigoserá
48. encaminhado aos Estados interes-
pela improce-dência ou dando o próximo passo para a sados, aos quais não será facultado publicá-lo.
continuidade.

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POLÍCIA PENAL 44 DIREITOS HUMANOS
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3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode for- competência na área, reunindo condições para exercício
mular as proposições e recomendações que julgar das mais elevadas funções judiciais conforme requisitos
adequadas. do país pelo qual é indicado. por exemplo, no Brasil,
seria a capacidade de exercer um cargo de ministro
Não obtida a conciliação, será expedido um perante os Tribunais Superiores.
relatório, no qual se decidirá se houve de fato violação
de direitos humanos e serão formuladas proposições e Artigo 53. 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em vo-
recomenda-ções, se o caso. A ele serão agregados tação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos
eventuais votos dissidentes e exposições dos Es-tados-partes na Convenção, na Assembleia Geral
interessados. da Organização, a partir de uma lista de candidatos
Artigo 51. 1. Se no prazo de três meses, a partir da re- pro-postos pelos mesmos Estados.
messa aos Estados interessados do relatório da
Comis-são, o assunto não houver sido solucionado ou Haverá uma eleição com voto secreto, exigido quó-
subme-tido à decisão da Corte pela Comissão ou rum de maioria absoluta (mais da metade de todos
pelo Estado interessado, aceitando sua competência, Esta-dos-partes da Convenção).
a Comissão poderá emitir, pelo voto da maioria
absoluta dos seus membros, sua opinião e 2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três
conclusões sobre a questão submetida à sua candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou
consideração. de qualquer outro Estado-membro da Organização
Em três meses o Estado-parte no qual ocorreu a dos Estados Americanos. Quando se propuser um
viola-ção deve apresentar uma solução ou levar o caso à lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá
Corte Interamericana de Direitos Humanos, ou se a ser nacional do Estado diferente do proponente.
Comissão não levar o caso à Corte reconhecendo sua
competên-cia para o julgamento daquele caso, a Regra idêntica à da Comissão.
Comissão poderá emitir sua opinião e conclusões
sobre a questão, num julgamento conclusivo. Artigo 54. 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um
período de seis anos e só poderão ser reeleitos
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e fi- uma vez. O mandato de três dos juízes designados
xará um prazo dentro do qual o Estado deve tomar na pri-meira eleição expirará ao cabo de três anos.
as medidas que lhe competir para remediar a situa- Imedia-tamente depois da referida eleição,
ção examinada. determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia Geral,
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, os nomes desse três juízes.
pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, se
o Estado tomou ou não as medidas adequadas e se Mandato de 6 anos, aceita uma reeleição.
publica ou não seu relatório.
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não
Este julgamento conclusivo irá trazer as providências haja expirado, completará o período deste.
esperadas do Estado-parte em certo prazo, após o qual 3. Os juízes permanecerão em suas funções até o tér-
se decidirá se ele tomou ou não tais medidas mino dos seus mandatos. Entretanto, continuarão
assecurató-rias num relatório conclusivo. funcionando nos casos de que já houverem toma-
do conhecimento e que se encontrem em fase de
CAPÍTULO VIII sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS pelos novos juízes eleitos.
HUMANOS
Mesmo após o mandato de 6 anos, independente
SEÇÃO 1 de reeleição, os juízes continuarão julgando os casos
ORGANIZAÇÃO que estiverem sendo processados perante eles.
Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, na- Artigo 55. 1. O juiz, que for nacional de algum dos
cionais dos Estados-membros da Estados-partes em caso submetido à Corte, conserva-
Organização, eleitos a título pessoal dentre rá o seu direito de conhecer do mesmo.
juristas da mais alta autoridade moral, de 2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for
reconhecida competência em matéria de direitos de nacionalidade de um dos Estados-partes, outro
humanos, que reúnam as condi-ções requeridas Estado-parte no caso poderá designar uma pessoa de
para o exercício das mais elevadas funções sua escolha para integrar a Corte, na qualidade de juiz
judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual ad hoc.
sejam nacionais, ou do Estado que os propuser
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso,
como candidatos.
nenhum for da nacionalidade dos Estados-partes,
2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
cada um destes poderá designar um juiz ad hoc.
São 7 os membros, todos de nacionalidade diferente.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no
Cada qual deve ser nacional de algum Estado-membro
artigo 52.
da OEA, jurista de alta autoridade moral e reconhecida
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o

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mesmo interesse no caso, serão considerados SEÇÃO 2


como uma só parte, para os fins das disposições COMPETÊNCIA E FUNÇÕES
anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá.
Artigo 61. 1. Somente os Estados-partes e a Comis-
Se algum juiz do caso foi nacional de um dos Esta- são têm direito de submeter um caso à decisão da
dos-parte não precisará se afastar, mas o seu país não Corte.
poderá indicar um juiz ad hoc. Quando não for nacio- 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso,
nal, ambos Estados-partes poderão indicar o juiz ad hoc, é necessário que sejam esgotados os processos
mas se forem muitos os Estados-partes com o mesmo previstos nos artigos 48 a 50.
interesse eles serão considerados como uma única
parte (indicando um só juiz ad hoc). Atenção: diferente do que ocorre nas Comissões,
não é qualquer pessoa que pode submeter um caso à
Artigo 56. O quorum para as deliberações da Corte é Corte, mas somente Estados-partes e a própria
constituído por cinco juízes. Comissão.
Artigo 62. 1. Todo Estado-parte pode, no momento do
Ao menos 5 juízes da Corte devem participar da depósito do seu instrumento de ratificação desta
decisão. Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer
mo-mento posterior, declarar que reconhece como
Artigo 57. A Comissão comparecerá em todos os obri-gatória, de pleno direito e sem convenção
casos perante a Corte. especial, a competência da Corte em todos os casos
relativos à interpretação ou aplicação desta
Ainda que a Comissão não leve o caso à Corte, sem- 2. Convenção.
A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou
pre será ouvida. sob condição de reciprocidade, por prazo determi-
nado ou para casos específicos. Deverá ser apre-
Artigo 58. 1. A Corte terá sua sede no lugar que for sentada ao Secretário Geral da Organização, que
determinado, na Assembleia Geral da encaminhará cópias da mesma a outros Estados-
Organização, pelos Estados-partes na Convenção, -membros da Organização e ao Secretário da Corte.
mas poderá reali-zar reuniões no território de 3. A Corte tem competência para conhecer de qual-
qualquer Estado-membro da Organização dos quer caso, relativo à interpretação e aplicação das
Estados Americanos em que con-siderar conveniente, disposições desta Convenção, que lhe seja subme-
pela maioria dos seus membros e mediante prévia tido, desde que os Estados-partes no caso tenham
aquiescência do Estado respectivo. Os Estados-partes reconhecido ou reconheçam a referida competência,
na Convenção podem, na Assembleia Geral, por seja por declaração especial, como prevêem os inci-
dois terços dos seus votos, mudar a sede da Corte. sos anteriores, seja por convenção especial.
2. A Corte designará seu Secretário.
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá No momento do depósito do instrumento de
as-sistir às reuniões que ela realizar fora da mesma. ratifica-ção ou posteriormente o Estado-parte pode
reconhecer como obrigatória a competência da Corte,
A sede da Corte fica em São José, na Costa Rica. po- de maneira condicionada ou incondicionada - é a
dendo realizar reuniões em outras localidades. Somente chamada declara-ção especial. Por convenção especial
o secretário obrigatoriamente residirá na sede. entende-se um tipo de tratado internacional com este
fim. É preciso ao me-nos uma das duas para que a Corte
Artigo 59. A Secretaria da Corte será por esta estabe- possa apreciar o caso relativo ao Estado-parte.
lecida e funcionará sob a direção do Secretário
Geral da Organização em tudo o que não for Artigo 63. 1. Quando decidir que houve violação de
incompatível com a independência da Corte. Seus um direito ou liberdade protegidos nesta
funcionários se-rão nomeados pelo Secretário Geral Convenção, a Corte determinará que se assegure ao
da Organização, em consulta com o Secretário da prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade
Corte. violados. Determina-rá também, se isso for
Diferente da Comissão, a Corte possui uma secretaria procedente, que sejam repara-das as consequências
específica, a qual será dirigida pelo Secretário geral da da medida ou situação que haja configurado a
OEA, que nomeará funcionários após consultado o Se- violação desses direitos, bem como o pagamento de
cretário da Corte, respeitada sempre a independência indenização justa à parte lesada.
da Corte. O artigo resume neste inciso as providências que a
Corte pode determinar, basicamente: que seja assegura-
Artigo 60. A Corte elaborará seu Estatuto e do o direito ou liberdade violado e, se o caso, que sejam
submetê--lo-á à aprovação da Assembleia Geral e reparadas as consequências da violação, além do paga-
expedirá seu Regimento. mento de indenização ao lesado.

Foi aprovado pela resolução AG/RES n° 448 (IX- 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quan-
O/79), adotada pela Assembleia Geral da OEA, em seu do se fizer necessário evitar danos irreparáveis às
Nono Pe-ríodo Ordinário de Sessões, realizado em La pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhe-
Paz, Bolívia, outubro de 1979. cendo, poderá tomar as medidas provisórias que

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considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos do de qualquer das partes, desde que o pedido seja
que ainda não estiverem submetidos ao seu apresentado dentro de noventa dias a partir da
conheci-mento, poderá atuar a pedido da data da notificação da sentença.
Comissão.
Mesmo antes do final do julgamento a Corte pode A sentença é definitiva e inapelável, ou seja, não é
tomar providências provisórias. Também pode intervir pos-sível interpor recurso para nenhum órgão, nem
quando o caso ainda estiver na Comissão, desde que mesmo a Assembleia Geral da OEA. No máximo, é
esta requeira. possível pedir em até 90 dias esclarecimentos sobre o
seu conteúdo.
Artigo 64. 1. Os Estados-membros da Organização Artigo 68. 1. Os Estados-partes na Convenção com-
poderão consultar a Corte sobre a interpretação prometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo
desta Convenção ou de outros tratados concernentes
caso em que forem partes.
à pro-teção dos direitos humanos nos Estados
americanos. Também poderão consultá-la, no que 2. A parte da sentença que determinar indenização
lhes compete, os órgãos enumerados no capítulo X compensatória poderá ser executada no país respec-
da Carta da Or-ganização dos Estados Americanos, tivo pelo processo interno vigente para a execução de
reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. sentenças contra o Estado.
Trata-se da competência consultiva da Corte. Afinal,
a Corte não serve apenas para julgar litígios, mas A decisão da Corte deverá ser cumprida pelos Esta-
para aconselhar e direcionar o cumprimento das dos-partes, sob pena de sanção internacional.
normas de direitos humanos, o que inclui fazer Eventual indenização a ser paga pelo Estado-parte
interpretações que esclareçam dúvidas dos Estados- será processada conforme as normas de execução inter-
membros. Obs.: A Co-missão também possui nas, logo, a sentença é título executivo.
competência consultiva.
2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da Orga- Artigo 69. A sentença da Corte deve ser notificada às
nização, poderá emitir pareceres sobre a compati- partes no caso e transmitida aos Estados-partes na
bilidade entre qualquer de suas leis internas e os Convenção.
mencionados instrumentos internacionais.
Esta é uma das situações em que a Corte poderá emi- Assim é conferida publicidade à sentença não só
tir parecer no exercício da competência consultiva. quanto aos envolvidos, mas quanto a todos Estados-
par-tes, que ficarão cientes do posicionamento da Corte
Artigo 65. A Corte submeterá à consideração da As- em relação a certa matéria, podendo eventualmente
sembleia Geral da Organização, em cada corrigir alguma postura interna.
período ordinário de sessões, um relatório sobre as
suas ati-vidades no ano anterior. De maneira CAPÍTULO IX
especial, e com as recomendações pertinentes, DISPOSIÇÕES COMUNS
indicará os casos em que um Estado não tenha
dado cumprimento a suas sentenças.
Artigo 70. 1. Os juízes da Corte e os membros da Co-
O artigo especifica quando e como a Corte deverá
missão gozam, desde o momento da eleição e
apresentar relatório de suas atividades: ele é anual e
in-forma as recomendações feitas e as medidas que en-quanto durar o seu mandato, das imunidades
tenham sido ou não cumpridas. re-conhecidas aos agentes diplomáticos pelo
Direito Internacional. Durante o exercício dos
SEÇÃO 3 seus cargos gozam, além disso, dos privilégios
PROCESSO diplomáticos ne-cessários para o desempenho de
2. suas
Não funções.
se poderá exigir responsabilidade em tempo
Artigo 66. 1. A sentença da Corte deve ser fundamen- algum dos juízes da Corte, nem dos membros da
tada. Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício
de suas funções.
A Corte deve justificar sua decisão, referindo-se
às provas dos autos e às normas de direitos humanos As imunidades diplomáticas no curso do mandato
vigentes. são conferidas aos juízes da Comissão e da Corte.
Estes juízes não poderão ser responsabilizados por
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte seus votos e opiniões, o que influenciaria na indepen-
a opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá dência com a qual devem atuar em suas funções.
direito a que se agregue à sentença o seu voto
dis-sidente ou individual. Artigo 71. Os cargos de juiz da Corte ou de membro
da Comissão são incompatíveis com outras
Se o voto não for unânime, ou seja, o mesmo para atividades que possam afetar sua independência ou
to-dos, o voto dissidente ou diverso será juntado à imparciali-dade, conforme o que for determinado nos
sentença e não ignorado. respectivos Estatutos.
Artigo 67. A sentença da Corte será definitiva e ina- O juiz não pode assumir obrigações
pelável. Em caso de divergência sobre o sentido incompatíveis com o cargo que exerce. Por exemplo,
ou alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a ministro de Estado num dos Estados-partes da
pedi- Convenção.

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Artigo 72. Os juízes da Corte e os membros da compõem. Assinatura e ratificação são dois atos diferen-
Co-missão perceberão honorários e despesas de tes: a assinatura é o ato pelo qual a autoridade compe-
viagem na forma e nas condições que tente assume o compromisso de cumprir o tratado in-
determinarem os seus Estatutos, levando em conta ternacional que se segue à negociação; ratificação é a
a importância e indepen-dência de suas funções. confirmação deste compromisso após o crivo do Poder
Tais honorários e despesas de viagem serão Legislativo do Estado mediante o depósito do instru-
fixados no orçamento-programa da Organização mento na Secretaria Geral.
dos Estados Americanos, no qual devem ser A convenção entrou em vigor em 18 de julho de 1978,
incluídas, além disso, as despesas da Corte e da quando onze Estados já haviam depositado o instrumen-
sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará to de adesão.
o seu próprio projeto de orçamento e submetê-
lo-á à aprovação da Assembleia Geral, por Artigo 75. Esta Convenção só pode ser objeto de
intermédio da Se-cretaria Geral. Esta última não reser-vas em conformidade com as disposições da
poderá nele introduzir modificações. Conven-ção de Viena sobre o Direito dos
O artigo abrange o custeio dos juízes. Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.

Artigo 73. Somente por solicitação da Comissão ou A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
da Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia (CVDT), adotada em 22 de maio de 1969, codificou o di-
Geral da Organização resolver sobre as sanções reito internacional consuetudinário referente aos trata-
aplicáveis aos membros da Comissão ou aos juízes dos. A Convenção entrou em vigor em 27 de janeiro de
da Corte que in-correrem nos casos previstos nos 1980.
respectivos Estatutos. Para expedir uma resolução,
será necessária maio-ria de dois terços dos votos Artigo 76. 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e a
dos Estados-membros da Organização, no caso Comissão e a Corte, por intermédio do Secretário
dos membros da Comissão; e, além disso, de dois Ge-ral, podem submeter à Assembleia Geral, para o
terços dos votos dos Estados-partes na Convenção, que julgarem conveniente, proposta de emendas a
se se tratar dos juízes da Corte. esta Convenção.
Somente o órgão ao qual o juiz pertence - Comissão 2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados
ou Corte - poderá requerer à Assembleia Geral a aplica- que as ratificarem, na data em que houver sido
ção de sanção por violação do respectivo estatuto. Tal depo-sitado o respectivo instrumento de ratificação,
sanção será aplicada mediante resolução, exigindo-se por dois terços dos Estados-partes nesta
quorum de 2/3 (qualificado) dos Estados-membros para Convenção. Quanto aos outros Estados-partes,
os juízes da Corte e dos Estados-partes da Convenção entrarão em vigor na data em que eles depositarem
para os juízes da Comissão. os seus respectivos instru-mentos de ratificação.

PARTE III Artigo 77. 1. De acordo com a faculdade


estabeleci-da no artigo 31, qualquer Estado-parte e
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
a Comissão podem submeter à consideração dos
Estados-partes reunidos por ocasião da Assembleia
CAPÍTULO X
Geral projetos de Protocolos adicionais a esta
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA,
Convenção, com a finali-dade de incluir
PROTOCOLO E DENÚNCIA
progressivamente, no regime de prote-ção da
mesma, outros direitos e liberdades.
Artigo 74. 1. Esta Convenção está aberta à 2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades
assinatura e à ratificação de todos os Estados- de sua entrada em vigor e será aplicado somente
membros da Orga-nização dos Estados Americanos. entre os Estados-partes no mesmo.
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a Os Estados-partes podem propor alterações ou com-
ela efetuar-se-á mediante depósito de um plementações à Convenção, seja ao seu texto, seja por
instrumento de ratificação ou adesão na Secretaria protocolos complementares, sendo necessária a adesão
Geral da Organi-zação dos Estados Americanos. Esta dos demais Estados-partes.
Convenção entra-rá em vigor logo que onze Estados
houverem deposi-tado os seus respectivos Artigo 78. 1. Os Estados-partes poderão
instrumentos de ratificação ou de adesão. Com denunciar esta Convenção depois de expirado o
referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou prazo de cinco anos, a partir da data em vigor da
que a ela aderir ulteriormente, a Convenção mesma e mediante aviso prévio de um ano,
entrará em vigor na data do depósito do seu notificando o Secretário Ge-ral da Organização, o
instrumento de ratificação ou adesão. qual deve informar as outras partes.
-membros da Organização
3. O Secretário sobre atodos
Geral comunicará entrada
os em 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Es-
vigor da Convenção.
Estados- tado-parte interessado das obrigações contidas
nesta Convenção, no que diz respeito a qualquer
A Convenção é um tratado internacional firmado no ato que, podendo constituir violação dessas
âmbito da Organização dos Estados Americanos, somen- obrigações, houver sido cometido por ele
te podendo ser assinado e ratificado por Estados que a anteriormente à data na qual a denúncia produzir
efeito.

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POLÍCIA PENAL 48 DIREITOS HUMANOS
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A denúncia é o ato unilateral pelo qual uma Adotada e aberta à assinatura na Conferência
Parte Contratante manifesta a sua vontade de deixar Espe-cializada Interamericana sobre Direitos Humanos,
de ser Parte no tratado. Abrange somente os atos em San José de Costa Rica, em 22.11.1969 - ratificada
posteriores a ela, não os anteriores. pelo Brasil em 25.09.1992.

CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS #FicaDica
O Brasil é signatário do Pacto de San Jose, e
SEÇÃO 1
neste sentido deve seguir os direitos huma-
COMISSÃO INTERAMERICANA
nos previstos no Pacto. A Lei Maria da Pe-
DE DIREITOS HUMANOS
nha surgiu de um processo do qual o
Brasil foi réu junto a Comissão
Artigo 79. Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secre-
Interamericana de direitos humanos e a
tário Geral pedirá por escrito a cada Estado-membro
OEA (Organização dos Estados Americanos).
da Organização que apresente, dentro de um prazo de
noventa dias, seus candidatos a membro da Comis-
são Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário
PROTOCOLO DAS NAÇÕES UNIDAS
Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos
CONTRA O CRIME ORGANIZADO
candidatos apresentados e a encaminhará aos Esta-
TRANSNACIONAL RELATIVO À
dos-membros da Organização, pelo menos trinta dias
PREVENÇÃO, REPRESSÃO E PUNIÇÃO
antes da Assembleia Geral seguinte.
DO TRÁFICO DE PESSOAS, EM ESPECIAL
Artigo 80. A eleição dos membros da Comissão far-
MULHERES E CRIANÇAS
se--á dentre os candidatos que figurem na lista a que
se refere o artigo 79, por votação secreta da
Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os Protocolo48 Relativo à Prevenção, Repressão e
candidatos que obtiverem maior número de votos e a Puni-ção do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e
maioria absolu-ta dos votos dos representantes dos Crian-ças. Aprovado pela resolução da Assembleia-
Estados-membros. Se, para eleger todos os membros Geral no 55/25, o protocolo entrou em vigor em 25 de
da Comissão, for necessário realizar várias votações, dezembro de 2003. Trata-se do primeiro instrumento
serão eliminados sucessivamente, na forma que for global juridi-camente vinculante com uma definição
determinada pela Assembleia Geral, os candidatos consensual
o tráfico de sobre
pessoas. Essa definição tem o fim de facilitar
que receberem maior número de votos. a convergência de abordagens no que diz respeito à de-
finição de infrações penais nas legislações nacionais para
SEÇÃO 2
que elas possam apoiar uma cooperação internacional
CORTE INTERAMERICANA DE
eficaz na investigação e nos processos em casos de tráfi-
DIREITOS HUMANOS
co de pessoas. Um objetivo adicional do protocolo é pro-
teger e dar assistência às vítimas de tráfico de pessoas,
Artigo 81. Ao entrar em vigor esta Convenção, o
Secre-tário Geral pedirá a cada Estado-parte que com pleno respeito aos direitos humanos.
apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
candidatos a juiz da Corte Interamericana de Decreto nº 5.017, de 12 de março de 2004. Promulga
Direitos Humanos. O Secretário Geral preparará o Protocolo Adicional à Convenção das Nações
uma lista por ordem al-fabética dos candidatos Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo
apresentados e a encaminha-rá aos Estados-partes à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas,
pelo menos trinta dias antes da Assembleia Geral em Especial Mulheres e Crianças.
seguinte. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
ção que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
Artigo 82. A eleição dos juízes da Corte far-se-á Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por
dentre os candidatos que figurem na lista a que se meio do Decreto Legislativo nº 231, de 29 de maio de
refere o artigo 81, por votação secreta dos Estados- 2003, o texto do Protocolo Adicional à Convenção das
partes, na Assembleia Geral, e serão declarados Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
eleitos os can-didatos que obtiverem o maior Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de
número de votos e a maioria absoluta dos votos dos Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças, adotado em
representantes dos Es-tados-partes. Se, para eleger Nova York em 15 de novembro de 2000;
todos os juízes da Corte, for necessário realizar Considerando que o Governo brasileiro depositou o
várias votações, serão elimina-dos sucessivamente, instrumento de ratificação junto à Secretaria-Geral da
na forma que for determinada pelos Estados- ONU em 29 de janeiro de 2004;
partes, os candidatos que receberem menor Considerando que o Protocolo entrou em vigor inter-
número
Os de79
artigos votos.
a 82 trazem as regras para a formação nacional em 29 de setembro de 2003, e entrou em vigor
dos dois órgãos criados pela Convenção, a Comissão In- para o Brasil em 28 de fevereiro de 2004;
teramericana de Direitos Humanos e a Corte Interameri-
48 Disponível em: https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/cri-
cana de Direitos Humanos.
me/marco-legal.html Acessado em 31.03.2020

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DECRETA: com um instrumento internacional destinado a prevenir,


Art. 1o O Protocolo Adicional à Convenção das reprimir e punir o tráfico de pessoas, em especial
Nações Unidas contra o Crime Organizado mulhe-res e crianças,
Transnacional Re-lativo à Prevenção, Repressão e Acordaram o seguinte:
Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres
e Crianças, adotado em Nova York em 15 de I. Disposições Gerais
novembro de 2000, apenso por cópia ao presente Artigo 1º
Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente Relação com a Convenção das Nações Unidas
como nele se contém. o
contra
Crime Organizado
Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Transnacional
Nacio-nal quaisquer atos que possam resultar em 1. O presente Protocolo completa a Convenção das
revisão do referido Protocolo ou que acarretem Nações Unidas contra o Crime Organizado Trans-
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional e será interpretado em conjunto com a
nacional, nos termos do art. 49, inciso I, da Convenção.
Constituição. 2. As disposições da Convenção aplicar-se-ão mu-
Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua tatis mutandis ao presente Protocolo, salvo se no
publicação.
Brasília, 12 de março de 2004; 183º da Independência mesmo se dispuser o contrário.
e 116º da República. 3. As infrações estabelecidas em conformidade com
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA o Artigo 5 do presente Protocolo serão considera-
Samuel Pinheiro Guimarães Neto das como infrações estabelecidas em conformida-
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de de com a Convenção.
15.3.2004
Artigo 2º
PROTOCOLO ADICIONAL À CONVENÇÃO Objetivo
DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O CRIME Os objetivos do presente Protocolo são os seguintes:
ORGANIZADO TRANSNACIONAL RELATIVO a) Prevenir e combater o tráfico de pessoas, prestando
À PREVENÇÃO, REPRESSÃO E PUNIÇÃO DO uma atenção especial às mulheres e às crianças;
TRÁFICO DE PESSOAS, EM ESPECIAL MULHERES E b) Proteger e ajudar as vítimas desse tráfico, respei-
CRIANÇAS tando plenamente os seus direitos humanos; e
c) Promover a cooperação entre os Estados Partes de
PREÂMBULO forma a atingir esses objetivos.
Os Estados Partes deste Protocolo,
Declarando que uma ação eficaz para prevenir e com- Artigo 3º
bater o tráfico de pessoas, em especial mulheres e Definições
crian-ças, exige por parte dos países de origem, de Para efeitos do presente Protocolo:
trânsito e de destino uma abordagem global e a) A expressão “tráfico de pessoas” significa o recru-
internacional, que inclua medidas destinadas a prevenir tamento, o transporte, a transferência, o alojamento
esse tráfico, punir os traficantes e proteger as vítimas ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou
desse tráfico, desig-nadamente protegendo os seus uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à
direitos fundamentais, internacionalmente fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situ-
reconhecidos, ação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de
Tendo em conta que, apesar da existência de uma pagamentos ou benefícios para obter o consentimento
va-riedade de instrumentos internacionais que contêm de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para
nor-mas e medidas práticas para combater a fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo,
exploração de pessoas, especialmente mulheres e a exploração da prostituição de outrem ou outras for-
crianças, não existe nenhum instrumento universal que mas de exploração sexual, o trabalho ou serviços for-
trate de todos os as-pectos relativos ao tráfico de çados, escravatura ou práticas similares à escravatura,
pessoas, a servidão ou a remoção de órgãos;
Preocupados com o fato de a ausência desse instru- b) O consentimento dado pela vítima de tráfico de
mento, as pessoas vulneráveis ao tráfico não estarem pessoas tendo em vista qualquer tipo de exploração
su-ficientemente protegidas, descrito na alínea a) do presente Artigo será consi-
Recordando a Resolução 53/111 da Assembleia derado irrelevante se tiver sido utilizado qualquer um
Ge-ral, de 9 de Dezembro de 1998, na qual a dos meios referidos na alínea a);
Assembleia decidiu criar um comitê intergovernamental c) O recrutamento, o transporte, a transferência, o alo-
especial, de composição aberta, para elaborar uma jamento ou o acolhimento de uma criança para fins
convenção inter-nacional global contra o crime de exploração serão considerados “tráfico de pessoas”
organizado transnacional e examinar a possibilidade de mesmo que não envolvam nenhum dos meios referi-
elaborar, designadamente, um instrumento dos da alínea a) do presente Artigo;
internacional de luta contra o tráfico de mulheres e de d) O termo “criança” significa qualquer pessoa com
crianças. idade inferior a dezoito anos.
Convencidos de que para prevenir e combater esse
tipo de criminalidade será útil completar a Convenção
das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional
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Artigo 4º com organizações não-governamentais, outras


Âmbito de aplicação organizações competentes e outros elementos de
sociedade civil e, em especial, o fornecimento de:
O presente Protocolo se aplicará, salvo disposição
em contrário, à prevenção, investigação e repressão das a) Alojamento adequado;
infrações estabelecidas em conformidade com o Artigo b) Aconselhamento e informação, especialmente
5 do presente Protocolo, quando essas infrações forem quanto aos direitos que a lei lhes reconhece, numa língua
de natureza transnacional e envolverem grupo crimino- que compreendam;
so organizado, bem como à proteção das vítimas c) Assistência médica, psicológica e material; e
dessas infrações. d) Oportunidades de emprego, educação e formação.

Artigo 5º 4. Cada Estado Parte terá em conta, ao aplicar as dis-


Criminalização posições do presente Artigo, a idade, o sexo e as
necessidades específicas das vítimas de tráfico de
1. Cada Estado Parte adotará as medidas legislativas pessoas, designadamente as necessidades especí-
e outras que considere necessárias de forma a estabe- ficas das crianças, incluindo o alojamento, a educa-
lecer como infrações penais os atos descritos no Artigo ção e cuidados adequados.
3 do presente Protocolo, quando tenham sido pratica- 5. Cada Estado Parte envidará esforços para garantir
dos intencionalmente. a segurança física das vítimas de tráfico de pessoas
2. Cada Estado Parte adotará igualmente as medidas enquanto estas se encontrarem no seu território.
legislativas e outras que considere necessárias para 6. Cada Estado Parte assegurará que o seu sistema
estabelecer como infrações penais: jurídico contenha medidas que ofereçam às víti-
a) Sem prejuízo dos conceitos fundamentais do seu mas de tráfico de pessoas a possibilidade de obte-
sistema jurídico, a tentativa de cometer uma infração rem indenização pelos danos sofridos.
estabelecida em conformidade com o parágrafo 1 do
presente Artigo;
Artigo 7º
b) A participação como cúmplice numa infração es-
Estatuto das vítimas de tráfico de pessoas nos Esta-
tabelecida em conformidade com o parágrafo 1 do
dos de acolhimento
presente Artigo; e
c) Organizar a prática de uma infração estabeleci-
1. Além de adotar as medidas em conformidade com
da em conformidade com o parágrafo 1 do presente
o Artigo 6 do presente Protocolo, cada Estado Par-
Artigo ou dar instruções a outras pessoas para que a
te considerará a possibilidade de adotar medidas
pratiquem.
legislativas ou outras medidas adequadas que
permitam às vítimas de tráfico de pessoas perma-
II. Proteção de vítimas de tráfico de pessoas
necerem no seu território a título temporário ou
Artigo 6º permanente, se for caso disso.
Assistência e proteção às vítimas de tráfico de pessoas 2. Ao executar o disposto no parágrafo 1 do presen-
te Artigo, cada Estado Parte terá devidamente em
1. Nos casos em que se considere apropriado e na conta fatores humanitários e pessoais.
medida em que seja permitido pelo seu direito in-
terno, cada Estado Parte protegerá a privacidade Artigo 8º
e a identidade das vítimas de tráfico de pessoas, Repatriamento das vítimas de tráfico de pessoas
incluindo, entre outras (ou inter alia), a confiden-
cialidade dos procedimentos judiciais relativos a 1. O Estado Parte do qual a vítima de tráfico de pes-
esse tráfico. soas é nacional ou no qual a pessoa tinha direito
2. Cada Estado Parte assegurará que o seu sistema de residência permanente, no momento de entra-
jurídico ou administrativo contenha medidas que da no território do Estado Parte de acolhimento,
forneçam às vítimas de tráfico de pessoas, quando facilitará e aceitará, sem demora indevida ou in-
necessário: justificada, o regresso dessa pessoa, tendo devida-
a) Informação sobre procedimentos judiciais e admi- mente em conta a segurança da mesma.
nistrativos aplicáveis; 2. Quando um Estado Parte retornar uma vítima de
b) Assistência para permitir que as suas opiniões e tráfico de pessoas a um Estado Parte do qual essa
preocupações sejam apresentadas e tomadas em pessoa seja nacional ou no qual tinha direito de
conta em fases adequadas do processo penal ins- residência permanente no momento de entrada no
taurado contra os autores das infrações, sem pre- território do Estado Parte de acolhimento, esse re-
juízo dos direitos da defesa. gresso levará devidamente em conta a segurança
3. Cada Estado Parte terá em consideração a aplica- da pessoa bem como a situação de qualquer pro-
ção de medidas que permitam a recuperação física, cesso judicial relacionado ao fato de tal pessoa ser
psicológica e social das vítimas de tráfico de pes- uma vítima de tráfico, preferencialmente de forma
soas, incluindo, se for caso disso, em cooperação voluntária.

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3. A pedido do Estado Parte de acolhimento, um Esta- si, na medida do possível, mediante troca de infor-
do Parte requerido verificará, sem demora indevida mações em conformidade com o respectivo direito
ou injustificada, se uma vítima de tráfico de pesso-as interno, com vistas a determinar:
é sua nacional ou se tinha direito de residência a) Se as pessoas que atravessam ou tentam atraves-
permanente no seu território no momento de en- sar uma fronteira internacional com documentos
trada no território do Estado Parte de acolhimento. de viagem pertencentes a terceiros ou sem docu-
4. De forma a facilitar o regresso de uma vítima de mentos de viagem são autores ou vítimas de tráfi-
tráfico de pessoas que não possua os documen-tos co de pessoas;
devidos, o Estado Parte do qual essa pessoa é
nacional ou no qual tinha direito de residência b) Os tipos de documentos de viagem que as pesso-as
permanente no momento de entrada no território têm utilizado ou tentado utilizar para atravessar
do Estado Parte de acolhimento aceitará emitir, a uma fronteira internacional com o objetivo de trá-
pedido do Estado Parte de acolhimento, os docu- fico de pessoas; e
mentos de viagem ou outro tipo de autorização c) Os meios e métodos utilizados por grupos crimi-
necessária que permita à pessoa viajar e ser read- nosos organizados com o objetivo de tráfico de
mitida no seu território. pessoas, incluindo o recrutamento e o transpor-te
5. O presente Artigo não prejudica os direitos reco- de vítimas, os itinerários e as ligações entre as
nhecidos às vítimas de tráfico de pessoas por força de pessoas e os grupos envolvidos no referido tráfico,
qualquer disposição do direito interno do Esta-do
bem como as medidas adequadas à sua detecção.
Parte de acolhimento.
6. O presente Artigo não prejudica qualquer acordo 2. Os Estados Partes assegurarão ou reforçarão a
ou compromisso bilateral ou multilateral aplicável formação dos agentes dos serviços competentes
que regule, no todo ou em parte, o regresso de para a aplicação da lei, dos serviços de imigração
vítimas de tráfico de pessoas. ou de outros serviços competentes na prevenção
do tráfico de pessoas. A formação deve incidir so-
III. Prevenção, cooperação e outras medidas bre os métodos utilizados na prevenção do refe-
rido tráfico, na ação penal contra os traficantes e
Artigo 9º na proteção das vítimas, inclusive protegendo-as
Prevenção do tráfico de pessoas dos traficantes. A formação deverá também ter
1. Os Estados Partes estabelecerão políticas abran- em conta a necessidade de considerar os direitos
gentes, programas e outras medidas para: humanos e os problemas específicos das mulheres e
a) Prevenir e combater o tráfico de pessoas; e das crianças bem como encorajar a cooperação
b) Proteger as vítimas de tráfico de pessoas, especial- com organizações não-governamentais, outras or-
mente as mulheres e as crianças, de nova vitimação. ganizações relevantes e outros elementos da so-
2. Os Estados Partes envidarão esforços para toma- ciedade civil.
rem medidas tais como pesquisas, campanhas de 3. Um Estado Parte que receba informações respeita-
informação e de difusão através dos órgãos de co- rá qualquer pedido do Estado Parte que transmi-
municação, bem como iniciativas sociais e econô- tiu essas informações, no sentido de restringir sua
micas de forma a prevenir e combater o tráfico de
utilização.
pessoas.
3. As políticas, programas e outras medidas estabe-
lecidas em conformidade com o presente Artigo Artigo 11
incluirão, se necessário, a cooperação com organi- Medidas nas fronteiras
zações não-governamentais, outras organizações
relevantes e outros elementos da sociedade civil. 1. Sem prejuízo dos compromissos internacionais
4. Os Estados Partes tomarão ou reforçarão as me- relativos à livre circulação de pessoas, os Estados
didas, inclusive mediante a cooperação bilateral Partes reforçarão, na medida do possível, os con-
ou multilateral, para reduzir os fatores como a po- troles fronteiriços necessários para prevenir e de-
breza, o subdesenvolvimento e a desigualdade de tectar o tráfico de pessoas.
oportunidades que tornam as pessoas, especial-
mente as mulheres e as crianças, vulneráveis ao 2. Cada Estado Parte adotará medidas legislativas ou
tráfico. outras medidas apropriadas para prevenir, na me-
5. Os Estados Partes adotarão ou reforçarão as medi- dida do possível, a utilização de meios de trans-
das legislativas ou outras, tais como medidas edu- porte explorados por transportadores comerciais
cacionais, sociais ou culturais, inclusive mediante a na prática de infrações estabelecidas em conformi-
cooperação bilateral ou multilateral, a fim de de- dade com o Artigo 5º do presente Protocolo.
sencorajar a procura que fomenta todo o tipo de 3. Quando se considere apropriado, e sem prejuí-
exploração de pessoas, especialmente de mulheres e zo das convenções internacionais aplicáveis, tais
crianças, conducentes ao tráfico. medidas incluirão o estabelecimento da obriga-
ção para os transportadores comerciais, incluindo
Artigo 10
Intercâmbio de informações e formação qualquer empresa de transporte, proprietário ou
operador de qualquer meio de transporte, de cer-
1. As autoridades competentes para a aplicação da tificar-se de que todos os passageiros sejam por-
lei, os serviços de imigração ou outros serviços tadores dos documentos de viagem exigidos para a
competentes dos Estados Partes, cooperarão entre entrada no Estado de acolhimento.

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4. Cada Estado Parte tomará as medidas necessárias, Artigo 15


em conformidade com o seu direito interno, para Solução de controvérsias
aplicar sanções em caso de descumprimento da
obrigação constante do parágrafo 3 do presente 1. Os Estados Partes envidarão esforços para resolver
Artigo. as controvérsias relativas à interpretação ou aplica-
5. Cada Estado Parte considerará a possibilidade de ção do presente Protocolo por negociação direta.
tomar medidas que permitam, em conformidade 2. As controvérsias entre dois ou mais Estados Par-
com o direito interno, recusar a entrada ou anu-
tes com respeito à aplicação ou à interpretação do
lar os vistos de pessoas envolvidas na prática de
infrações estabelecidas em conformidade com o presente Protocolo que não possam ser resolvidas
presente Protocolo. por negociação, dentro de um prazo razoável, se-
6. Sem prejuízo do disposto no Artigo 27 da Con- rão submetidas, a pedido de um desses Estados
venção, os Estados Partes procurarão intensificar a Partes, a arbitragem. Se, no prazo de seis meses
cooperação entre os serviços de controle de fron- após a data do pedido de arbitragem, esses Esta-
teiras, mediante, entre outros, o estabelecimento e dos Partes não chegarem a um acordo sobre a or-
a manutenção de canais de comunicação diretos. ganização da arbitragem, qualquer desses Estados
Partes poderá submeter o diferendo ao Tribunal In-
Artigo 12 ternacional de Justiça mediante requerimento, em
Segurança e controle dos documentos conformidade com o Estatuto do Tribunal.
3. Cada Estado Parte pode, no momento da assinatu-
Cada Estado Parte adotará as medidas necessárias, ra, da ratificação, da aceitação ou da aprovação do
de acordo com os meios disponíveis para: presente Protocolo ou da adesão ao mesmo, de-
clarar que não se considera vinculado ao parágra-
a) Assegurar a qualidade dos documentos de viagem
fo 2 do presente Artigo. Os demais Estados Partes
ou de identidade que emitir, para que não sejam
indevidamente utilizados nem facilmente falsifica- não ficarão vinculados ao parágrafo 2 do presente
dos ou modificados, reproduzidos ou emitidos de Artigo em relação a qualquer outro Estado Parte
forma ilícita; e que tenha feito essa reserva.
b) Assegurar a integridade e a segurança dos docu- 4. Qualquer Estado Parte que tenha feito uma reserva
mentos de viagem ou de identidade por si ou em em conformidade com o parágrafo 3 do presen-
seu nome emitidos e impedir a sua criação, emis- te Artigo pode, a qualquer momento, retirar essa
são e utilização ilícitas. reserva através de notificação ao Secretário-Geral
das Nações Unidas.
Artigo 13
Legitimidade e validade dos documentos Artigo 16
A pedido de outro Estado Parte, um Estado Parte Assinatura, ratificação, aceitação, aprovação e
ficará,
veri-em conformidade com o seu direito interno e adesão
den-tro de um prazo razoável, a legitimidade e 1. O presente Protocolo será aberto à assinatura de
validade dos documentos de viagem ou de identidade
todos os Estados de 12 a 15 de Dezembro de 2000
emitidos ou su-postamente emitidos em seu nome e de
que se suspeita terem sido utilizados para o tráfico de em Palermo, Itália, e, em seguida, na sede da Orga-
pessoas. nização das Nações Unidas em Nova Iorque até 12
IV. Disposições finais de Dezembro de 2002.
2. O presente Protocolo será igualmente aberto à as-
Artigo 14 sinatura de organizações regionais de integração
Cláusula de salvaguarda econômica na condição de que pelo menos um
Estado membro dessa organização tenha assinado
1. Nenhuma disposição do presente Protocolo pre- o presente Protocolo em conformidade com o pa-
judicará os direitos, obrigações e responsabilida- rágrafo 1 do presente Artigo.
des dos Estados e das pessoas por força do direi- 3. O presente Protocolo está sujeito a ratificação,
to internacional, incluindo o direito internacional aceitação ou aprovação. Os instrumentos de rati-
humanitário e o direito internacional relativo aos ficação, de aceitação ou de aprovação serão depo-
direitos humanos e, especificamente, na medida sitados junto ao Secretário-Geral da Organização
em que sejam aplicáveis, a Convenção de 1951 e das Nações Unidas. Uma organização regional de
o Protocolo de 1967 relativos ao Estatuto dos Re-
integração econômica pode depositar o seu instru-
fugiados e ao princípio do non-refoulement neles
mento de ratificação, de aceitação ou de aprova-
enunciado.
2. As medidas constantes do presente Protocolo se- ção se pelo menos um dos seus Estados membros
rão interpretadas e aplicadas de forma a que as o tiver feito. Nesse instrumento de ratificação, de
pessoas que foram vítimas de tráfico não sejam aceitação e de aprovação essa organização decla-
discriminadas. A interpretação e aplicação das re- rará o âmbito da sua competência relativamente às
feridas medidas estarão em conformidade com os matérias reguladas pelo presente Protocolo. Infor-
princípios de não-discriminação internacionalmen- mará igualmente o depositário de qualquer modi-
te reconhecidos. ficação relevante do âmbito da sua competência.

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4. O presente Protocolo está aberto à adesão de qual- presente Protocolo. Essas organizações não exer-
quer Estado ou de qualquer organização regional cerão seu direito de voto se seus Estados
de integração econômica da qual pelo menos um membros exercerem o seu e vice-versa.
Estado membro seja Parte do presente Protocolo. 3. Uma emenda adotada em conformidade com o
Os instrumentos de adesão serão depositados jun- parágrafo 1 do presente Artigo estará sujeita a
to do Secretário-Geral das Nações Unidas. No mo- ratificação, aceitação ou aprovação dos Estados
mento da sua adesão, uma organização regional Partes.
de integração econômica declarará o âmbito da 4. Uma emenda adotada em conformidade com o
sua competência relativamente às matérias regula- parágrafo 1 do presente Protocolo entrará em vi-
das pelo presente Protocolo. Informará igualmen- gor para um Estado Parte noventa dias após a data
te o depositário de qualquer modificação do depósito do instrumento de ratificação, de acei-
relevante do âmbito da sua competência. tação ou de aprovação da referida emenda junto
ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Artigo 17 5. A entrada em vigor de uma emenda vincula as
Entrada em vigor Partes que manifestaram o seu consentimento em
obrigar-se por essa alteração. Os outros Estados
1. O presente Protocolo entrará em vigor no nona- Partes permanecerão vinculados pelas disposições
gésimo dia seguinte à data do depósito do qua- do presente Protocolo, bem como por qualquer al-
dragésimo instrumento de ratificação, de aceita- teração anterior que tenham ratificado, aceito ou
ção, de aprovação ou de adesão mas não antes da aprovado.
entrada em vigor da Convenção. Para efeitos do
presente número, nenhum instrumento deposita- Artigo 19
do por uma organização regional de integração Denúncia
econômica será somado aos instrumentos deposi-
tados por Estados membros dessa organização. 1. Um Estado Parte pode denunciar o presente Pro-
2. Para cada Estado ou organização regional de in- tocolo mediante notificação por escrito dirigida ao
tegração econômica que ratifique, aceite, aprove Secretário-Geral das Nações Unidas. A denúncia
ou adira ao presente Protocolo após o depósito tornar-se-á efetiva um ano após a data de recep-
do quadragésimo instrumento pertinente, o pre- ção da notificação pelo Secretário-Geral.
sente Protocolo entrará em vigor no trigésimo dia 2. Uma organização regional de integração econô-
seguinte à data de depósito desse instrumento por mica deixará de ser Parte no presente Protocolo
parte do Estado ou organização ou na data de en- quando todos os seus Estados membros o tiverem
trada em vigor do presente Protocolo, em confor- denunciado.
midade com o parágrafo 1 do presente Artigo, se
esta for posterior. Artigo 20 Depositário
e idiomas
Artigo 18
Emendas 1. O Secretário-Geral das Nações Unidas é o deposi-
tário do presente Protocolo.
1. Cinco anos após a entrada em vigor do presen- 2. O original do presente Protocolo, cujos textos em
te Protocolo, um Estado Parte no Protocolo pode árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo são
propor emenda e depositar o texto junto do Se- igualmente autênticos, será depositado junto ao
cretário-Geral das Nações Unidas, que em segui- Secretário-Geral das Nações Unidas.
da comunicará a proposta de emenda aos Estados
Partes e à Conferência das Partes na Convenção
para analisar a proposta e tomar uma decisão. Os EXERCÍCIO COMENTADO
Estados Partes no presente Protocolo reunidos na
Conferência das Partes farão todos os esforços 1.(PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA – VUNESP – 2018)
para chegar a um consenso sobre qualquer emen- Assinale a alternativa que está em consonância com o
da. Se todos os esforços para chegar a um consen- Protocolo de Prevenção, Supressão e Punição do Tráfico
so forem esgotados e não se chegar a um acordo, de Pessoas, Especialmente Mulheres e Crianças.
será necessário, em último caso, para que a altera-
ção seja aprovada, uma maioria de dois terços dos a) Cada Estado-Parte se obriga, em virtude da relevância
Estados Partes no presente Protocolo, que estejam social da prevenção e gravidade da conduta, a afastar
presentes e expressem o seu voto na Conferência eventual confidencialidade dos procedimentos judi-
das Partes. ciais relativos ao tráfico de pessoas, especialmente de
2. As organizações regionais de integração econô- mulheres e crianças.
mica, em matérias da sua competência, exercerão b) Cada Estado-Parte, ao aplicar as disposições sobre as-
o seu direito de voto nos termos do presente Ar- sistência e proteção das vítimas de tráfico de pessoas,
tigo com um número de votos igual ao número não poderá fazer distinção quanto à idade, ao sexo ou
dos seus Estados membros que sejam Partes no às suas necessidades específicas.

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c) O recrutamento, o transporte, a transferência, ou o CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS


acolhimento de uma criança para fins de exploração TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS
serão considerados tráfico de pessoas desde que en- OU DEGRADANTES
volvam o uso da força ou outras formas de coação.
d) Para efeitos do Protocolo, o termo “criança” significa Os Estados Partes da presente Convenção,
qualquer pessoa com idade inferior a dezoito anos. Considerando que, de acordo com os princípios
e) Quando se tratar de exploração para fins de prostitui- proclamados pela Carta das Nações Unidas, o reconhe-
ção mediante o pagamento de benefícios, o consen- cimento dos direitos iguais e inalienáveis de todos os
timento dado pela vítima descaracteriza o tráfico de membros da família humana é o fundamento da liberda-
pessoas. de, da justiça e da paz no mundo,
Reconhecendo que estes direitos emanam da digni-
Resposta Letra: D. dade inerente à pessoa humana,
Considerando a obrigação que incumbe os Estados,
Este protocolo está vinculado à Convenção das Nações
em virtude da Carta, em particular do Artigo 55, de pro-
Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e en-
mover o respeito universal e a observância dos direitos
trou no nosso ordenamento pelo Decreto n. 5.017/04. O humanos e liberdades fundamentais.
art. 3º.d explica que o termo “criança” significa qualquer Levando em conta o Artigo 5º da Declaração Univer-
pessoa com idade inferior a 18 anos. sal e a observância dos Direitos do Homem e o Artigo
7º do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos,
que determinam que ninguém será sujeito à tortura ou
CONVENÇÃO CONTRA A a pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante,
TORTURA E OUTROS Levando também em conta a Declaração sobre a Pro-
TRATAMENTOS OU PENAS teção de Todas as Pessoas contra a Tortura e outros Tra-
CRUÉIS, DESUMANOS OU tamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes,
DEGRADANTES aprovada pela Assembléia Geral em 9 de dezembro de
1975,
DECRETO N O40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991. Desejosos de tornar mais eficaz a luta contra a tortura
e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou de-
Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros Tra- gradantes em todo o mundo,
tamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Acordam o seguinte:
O Presidente Da República,usando da atribuição
que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e PARTE I
Considerando que a Assembleia Geral das Nações
Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York, ado- ARTIGO 1º
tou a 10 de dezembro de 1984, a Convenção Contra a
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tor-
Desuma-nos ou Degradantes; tura” designa qualquer ato pelo qual dores ou sofri-
Considerando que o Congresso Nacional aprovou a mentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos in-
referida Convenção por meio do Decreto Legislativo nº tencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou
4, de 23 de maio de 1989; de uma terceira pessoa, informações ou confissões;
Considerando que a Carta de Ratificação da Conven- de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa
ção foi depositada em 28 de setembro de 1989; tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de
Considerando que a Convenção entrou em vigor para intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou
o Brasil em 28 de outubro de 1989, na forma de seu ar- por qualquer motivo baseado em discriminação de
tigo 27, inciso 2; qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos
são infligidos por um funcionário público ou outra
pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua
DECRETA:
instigação, ou com o seu consentimento ou aquies-
cência. Não se considerará como tortura as dores ou
Art. 1º A Convenção Contra a Tortura e Outros
sofrimentos que sejam consequência unicamente de
Trata-mentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais san-
Degradantes, apensa por cópia ao presente Decreto,
ções ou delas decorram.
será executada e cumprida tão inteiramente como
2. O presente Artigo não será interpretado de manei-
nela se contém.
ra a restringir qualquer instrumento internacional ou
legislação nacional que contenha ou possa conter dis-
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua
positivos de alcance mais amplo.
publicação.
ARTIGO 2º
Brasília, em 15 de fevereiro de 1991; 170º da
Indepen-dência e 103º da República. 1. Cada Estado Parte tomará medidas eficazes de ca-
FERNANDO COLLOR ráter legislativo, administrativo, judicial ou de outra
Francisco Rezek natureza, a fim de impedir a prática de atos de
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. tortura em qualquer território sob sua jurisdição.
de 18.2.1991

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2. Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias serão tomadas de acordo com a lei do Estado
excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, mas vigorarão apenas pelo tempo necessário ao
instabilidade política interna ou qualquer outra emer- início do processo penal ou de extradição.
gência pública como justificação para tortura. 2. O Estado em questão procederá imediatamente a
3. A ordem de um funcionário superior ou de uma au- uma investigação preliminar dos fatos.
toridade pública não poderá ser invocada como justi- 3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágra-
ficação para a tortura. fo 1 terá assegurada facilidades para comunicar-se
imediatamente com o representante mais próximo do
ARTIGO 3º Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o
representante do Estado de residência habitual.
1. Nenhum Estado Parte procederá à expulsão, devo- 4. Quando o Estado, em virtude deste Artigo, houver
lução ou extradição de uma pessoa para outro Esta- detido uma pessoa, notificará imediatamente os Esta-
do quando houver razões substanciais para crer que dos mencionados no Artigo 5º, parágrafo 1, sobre tal
a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura. detenção e sobre as circunstâncias que a justificam. O
2. A fim de determinar a existência de tais razões, Estado que proceder à investigação preliminar a que
as autoridades competentes levarão em conta todas se refere o parágrafo 2 do presente Artigo comunicará
as considerações pertinentes, inclusive, quando for o sem demora seus resultados aos Estados antes men-
caso, a existência, no Estado em questão, de um qua- cionados e indicará se pretende exercer sua jurisdição.
dro de violações sistemáticas, graves e maciças de di-
reitos humanos. ARTIGO 7º

ARTIGO 4º 1. O Estado Parte no território sob a jurisdição do qual


o suposto autor de qualquer dos crimes mencionados
1. Cada Estado Parte assegurará que todos os atos de no Artigo 4º for encontrado, se não o extraditar, obri-
tortura sejam considerados crimes segundo a sua le- gar-se-á, nos casos contemplados no Artigo 5º, a sub-
gislação penal. O mesmo aplicar-se-á à tentativa de meter o caso as suas autoridades competentes para o
tortura e a todo ato de qualquer pessoa que constitua fim de ser o mesmo processado.
cumplicidade ou participação na tortura. 2. As referidas autoridades tomarão sua decisão de
2. Cada Estado Parte punirá estes crimes com penas acordo com as mesmas normas aplicáveis a qualquer
adequadas que levem em conta a sua gravidade. crime de natureza grave, conforme a legislação do re-
ferido Estado. Nos casos previstos no parágrafo 2 do
ARTIGO 5º Artigo 5º, as regras sobre prova para fins de processo
e condenação não poderão de modo algum ser menos
1. Cada Estado Parte tomará as medidas necessárias rigorosas do que as que se aplicarem aos casos previs-
para estabelecer sua jurisdição sobre os crimes previs- tos no parágrafo 1 do Artigo 5º.
tos no Artigo 4º nos seguintes casos: 3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos cri-
a) quando os crimes tenham sido cometidos em qual- mes previstos no Artigo 4º receberá garantias de tra-
quer território sob sua jurisdição ou a bordo de navio tamento justo em todas as fases do processo.
ou aeronave registrada no Estado em questão;
b) quando o suposto autor for nacional do Estado em ARTIGO 8°
questão;
c) quando a vítima for nacional do Estado em questão 1. Os crimes a que se refere o Artigo 4° serão conside-
e este o considerar apropriado.
rados como extraditáveis em qualquer tratado de ex-
2. Cada Estado Parte tomará também as medidas ne-
tradição existente entre os Estados Partes. Os Estados
cessárias para estabelecer sua jurisdição sobre tais cri-
Partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como extra-
mes nos casos em que o suposto autor se encontre em
ditáveis em todo tratado de extradição que vierem a
qualquer território sob sua jurisdição e o Estado não
concluir entre si.
extradite de acordo com o Artigo 8º para qualquer
2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição à
dos Estados mencionados no parágrafo 1 do presente
existência de tratado de receber um pedido de extra-
Artigo.
dição por parte do outro Estado Parte com o qual não
3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição cri-
mantém tratado de extradição, poderá considerar a
minal exercida de acordo com o direito interno.
presente Convenção com base legal para a extradição
com respeito a tais crimes. A extradição sujeitar-se-á
ARTIGO 6º
ás outras condições estabelecidas pela lei do Estado
que receber a solicitação.
1. Todo Estado Parte em cujo território se encontre
uma pessoa suspeita de ter cometido qualquer dos 3. Os Estado Partes que não condicionam a extradição
crimes mencionados no Artigo 4º, se considerar, após à existência de um tratado reconhecerão, entre si, tais
o exame das informações de que dispõe, que as cir- crimes como extraditáveis, dentro das condições esta-
cunstâncias o justificam, procederá à detenção de tal belecidas pela lei do Estado que receber a solicitação.
pessoa ou tomará outras medidas legais para assegu- 4. O crime será considerado, para o fim de extradição
entre os Estados Partes, como se tivesse ocorrido não
rar sua presença. A detenção e outras medidas legais
apenas no lugar em que ocorreu, mas também nos

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territórios dos Estados chamados a estabelecerem ção possível. Em caso de morte da vítima como re-
sua jurisdição, de acordo com o parágrafo 1 do sultado de um ato de tortura, seus dependentes terão
Artigo 5º. direito à indenização.
2. O disposto no presente Artigo não afetará qualquer
ARTIGO 9º direito a indenização que a vítima ou outra pessoa
1. Os Estados Partes prestarão entre si a maior assis- possam ter em decorrência das leis nacionais.
tência possível em relação aos procedimentos crimi-
nais instaurados relativamente a qualquer dos delitos ARTIGO 15
mencionados no Artigo 4º, inclusive no que diz res- Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declara-
peito ao fornecimento de todos os elementos de prova
ção que se demonstre ter sido prestada como resulta-
necessários para o processo que estejam em seu poder.
2. Os Estados Partes cumprirão as obrigações decor- do de tortura possa ser invocada como prova em qual-
rentes do parágrafo 1 do presente Artigo conforme quer processo, salvo contra uma pessoa acusada de
quaisquer tratados de assistência judiciária recíproca tortura como prova de que a declaração foi prestada.
existentes entre si.
ARTIGO 16
ARTIGO 10
1.Cada Estado Parte se comprometerá a proibir em
1. Cada Estado Parte assegurará que o ensino e a in- qualquer território sob sua jurisdição outros atos que
formação sobre a proibição de tortura sejam plena- constituam tratamento ou penas cruéis, desumanos
mente incorporados no treinamento do pessoal civil ou degradantes que não constituam tortura tal como
ou militar encarregado da aplicação da lei, do pessoal definida no Artigo 1, quando tais atos forem cometi-
médico, dos funcionários públicos e de quaisquer ou- dos por funcionário público ou outra pessoa no exercí-
tras pessoas que possam participar da custódia, inter- cio de funções públicas, ou por sua instigação, ou com
rogatório ou tratamento de qualquer pessoa submeti- o seu consentimento ou aquiescência. Aplicar-se-ão,
da a qualquer forma de prisão, detenção ou reclusão. em particular, as obrigações mencionadas nos Artigos
2. Cada Estado Parte incluirá a referida proibição nas 10, 11, 12 e13, com a substituição das referências a
normas ou instruções relativas aos deveres e funções
tortura por referências a outras formas de tratamen-
de tais pessoas.
tos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
ARTIGO 11 2. Os dispositivos da presente Convenção não serão
interpretados de maneira a restringir os dispositivos
Cada Estado Parte manterá sistematicamente sob de qualquer outroinstrumento internacional ou lei na-
exame as normas, instruções, métodos e práticas de cional que proíba os tratamentos ou penas cruéis, de-
interrogatório, bem como as disposições sobre a cus- sumanos ou degradantes ou que se refira à extradição
tódia e o tratamento das pessoas submetidas, em ou expulsão.
qualquer território sob sua jurisdição, a qualquer for-
ma de prisão, detenção ou reclusão, com vistas a evi- PARTE II
tar qualquer caso de tortura.
ARTIGO 17
ARTIGO 12
1. Constituir-se-á um Comitê contra a Tortura (dora-
Cada Estado Parte assegurará suas autoridades com- vante denominado o “Comitê) que desempenhará as
petentes procederão imediatamente a uma investiga- funções descritas adiante. O Comitê será composto
ção imparcial sempre que houver motivos razoáveis por dez peritos de elevada reputação moral e reco-
para crer que um ato de tortura tenha sido cometido
nhecida competência em matéria de direitos huma-
em qualquer território sob sua jurisdição.
nos, os quais exercerão suas funções a título pessoal.
ARTIGO 13 Os peritos serão eleitos pelos Estados Partes, levando
em conta uma distribuição geográfica equitativa e a
Cada Estado Parte assegurará a qualquer pessoa que utilidade da participação de algumas pessoas com ex-
alegue ter sido submetida a tortura em qualquer terri- periência jurídica.
tório sob sua jurisdição o direito de apresentar queixa 2. Os membros do Comitê serão eleitos em votação
perante as autoridades competentes do referido Esta- secreta dentre uma lista de pessoas indicadas pelos
do, que procederão imediatamente e com imparciali- Estados Partes. Cada Estado Parte pode indicar uma
dade ao exame do seu caso. Serão tomadas medidas pessoa dentre os seus nacionais. Os Estados Partes te-
para assegurar a proteção do queixoso e das testemu- rão presente a utilidade da indicação de pessoas que
nhas contra qualquer mau tratamento ou intimação sejam também membros do Comitê de Direitos Hu-
em consequência da queixa apresentada ou de depoi- manos estabelecido de acordo com o Pacto Interna-
mento prestado. cional de Direitos Civis e Políticos e que estejam dis-
postas a servir no Comitê contra a Tortura.
ARTIGO 14 3. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões
bienais dos Estados Partes convocadas pelo Secretá-
1. Cada Estado Parte assegurará, em seu sistema jurí- rio-Geral das Nações Unidas. Nestas reuniões, nas
dico, à vítima de um ato de tortura, o direito à repara-
quais o quórum será estabelecido por dois terços dos
ção e a uma indenização justa e adequada, incluídos
os meios necessários para a mais completa reabilita- Estados Partes, serão eleitos membros do Comitê os

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candidatos que obtiverem o maior número de votos e ARTIGO 19


a maioria absoluta dos votos dos representantes dos
Estados Partes presentes e votantes. 1. Os Estados Partes submeterão ao Comitê, por in-
4. A primeira eleição se realizará no máximo seis termédio do Secretário-Geral das Nações Unidas, re-
meses após a data de entrada em vigor da presente latórios sobre as medidas por eles adotadas no cum-
Convenção. Ao menos quatro meses antes da data de primento das obrigações assumidas em virtude da
cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas presente Convenção, dentro de prazo de um ano, a
enviará uma carta aos Estados Partes para contar do início da vigência da presente Convenção no
convidá--los a apresentar suas candidaturas no Estado Parteinteressado. A partir de então, os Estados
prazo de três meses. O Secretário-Geral organizará Partes deverão apresentar relatórios suplementares
uma lista por ordem alfabética de todos os a cada quatro anos sobre todas as novas disposições
candidatos assim de-signados, com indicações dos que houverem adotado, bem como outros relatórios
Estados Partes que os tiverem designado, e a que o Comitê vier a solicitar.
comunicará
5. Os membrosaosdo
Estados
ComitêPartes.
serão eleitos para um man- 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas transmitirá
dato de quatro anos. Poderão, caso suas candidatu- os relatórios a todos os Estados Partes.
ras sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. No 3. Cada relatório será examinado pelo Comitê, que
entanto, o mandato de cinco dos membros eleitos na poderá fazer os comentários gerais que julgar oportu-
primeira eleição expirará ao final de dois anos; ime-
nose os transmitirá ao Estado Parte interessado. Este
diatamente após a primeira eleição, o presidente da
poderá, em resposta ao Comitê, comunicar-lhe todas
reunião a que se refere o parágrafo 3 do presente Ar-
as observações que deseje formular.
tigo indicará, por sorteio, os nomes desses cinco mem-
4. O Comitê poderá, a seu critério, tomar a decisão
bros.
6. Se um membro do Comitê vier a falecer, a demitir- de incluir qualquer comentário que houver feito de
-se de suas funções ou, por outro motivo qualquer, acordo com o que estipula o parágrafo 3 do presente
não puder cumprir com suas obrigações no Comitê, Artigo, junto com as observações conexas recebidas
o Estado Parte que apresentou sua candidatura indi- do Estado Parte interessado, em seu relatório anual
cará, entre seus nacionais, outro perito para cumprir que apresentará em conformidade com o Artigo 24. Se
o restante de seu mandato, sendo que a referida indi- assim o solicitar o Estado Parte interessado, o Comitê
cação estará sujeita à aprovação da maioria dos Esta- poderátambém incluir cópia do relatório apresentado
dos Partes. Considerar-se-á como concedida a referida em virtude do parágrafo 1 do presente Artigo.
aprovação, a menos que a metade ou mais dos Esta-
dos Partes venham a responder negativamente dentro ARTIGO 20
de um prazo de seis semanas, a contar do momento
em que o Secretário-Geral das Nações Unidas lhes 1. O Comitê, no caso de vir a receber informações fi-
houver comunicado a candidatura proposta. dedignas que lhe pareçam indicar, de forma funda-
7. Correrão por conta dos Estados Partes as despesas mentada, que a tortura é praticada sistematicamente
em que vierem a incorrer os membros do Comitê no no território de um Estado Parte, convidará o Estado
desempenho de suas funções no referido órgão. Parte em questão a cooperar no exame das informa-
ções e, nesse sentido, a transmitir ao Comitê as obser-
ARTIGO 18 vações que julgar pertinentes.
2. Levando em consideração todas as observações que
1. O Comitê elegerá sua mesa para um período de houver apresentado o Estado Parte interessado, bem
dois anos. Os membros da mesa poderão ser reeleitos. como quaisquer outras informações pertinentes de
2. O próprio Comitê estabelecerá suas regras de pro- que dispuser, o Comitê poderá, se lhe parecer justifi-
cedimento; estas, contudo, deverão conter, entre ou- cável, designar um ou vários de seus membros para
tras, as seguintes disposições: que procedam a uma investigação confidencial e in-
a) o quórum será de seis membros; formem urgentemente o Comitê.
b) as decisões do Comitê serão tomadas por maioria 3. No caso de realizar-se uma investigação nos termos
de votos dos membros presentes. do parágrafo 2 do presente Artigo, o Comitê procurará
3. O Secretário-Geral das Nações Unidas colocará à obter a colaboração do Estado Parte interessado. Com
disposição do Comitê o pessoal e os serviços neces- a concordância do Estado Parte em questão, a investi-
sários ao desempenho eficaz das funções que lhe são gação poderá incluir uma visita a seu território.
atribuídas em virtude da presente Convenção. 4. Depois de haver examinado as conclusões apresen-
4. O Secretário-Geral das Nações Unidas convocará a tadas por um ou vários de seus membros, nos termos
primeira reunião do Comitê. Após a primeira reunião, do parágrafo 2 do presente Artigo, o Comitê as trans-
o Comitê deverá reunir-se em todas as ocasiões mitirá ao Estado Parte interessado, junto com as ob-
pre-vistas em suas regras de procedimento.
servações ou sugestões que considerar pertinentes em
5. Os Estados Partes serão responsáveis pelos gastos
vista da situação.
vinculados à realização das reuniões dos Estados Par-
5. Todos os trabalhos do Comitê a que se faz referência
tes e do Comitê, inclusive o reembolso de quaisquer
nos parágrafos 1 ao 4 do presente Artigo serão confi-
gastos, tais como os de pessoal e de serviço, em que
denciais e, em todas as etapas dos referidos trabalhos,
incorrerem as Nações Unidas em conformidade com o
parágrafo 3 do presente Artigo. procurar-se-á obter a cooperação do Estado Parte.
Quando estiverem concluídos os trabalhos relaciona-

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dos com uma investigação realizada de acordo com o às obrigações estabelecidas na presente
parágrafo 2, o Comitê poderá, após celebrar consultas Convenção. Com vistas a atingir esse objetivo, o
com o Estado Parte interessado, tomar a decisão de Comitê poderá constituir, se julgar conveniente,
incluir um resumo dos resultados da investigação em uma comissão de conciliaçãoadhoc;
seu relatório anual, que apresentará em conformidade f) em todas as questões que se lhe submetam em vir-
com o Artigo 24. tude do presente Artigo, o Comitê poderá solicitar aos
Estados Partes interessados, a que se faz referência na
ARTIGO 21 alínea b), que lhe forneçam quaisquer informações
pertinentes;
1. Com base no presente Artigo, todo Estado Parte g) os Estados Partes interessados, a que se faz referên-
da presente Convenção poderá declarar, a qualquer cia na alínea b), terão o direito de fazer-se representar
momento, que reconhece a competência dos Comitês quando as questões forem examinadas no Comitê e
para receber e examinar as comunicações em que um de apresentar suas observações verbalmente e/ou por
Estado Parte alegue que outro Estado Parte não vem escrito;
cumprindo as obrigações que lhe impõe a Conven- h)o Comitê, dentro dos doze meses seguintes à data
ção. As referidas comunicações só serão recebidas e de recebimento de notificação mencionada na b),
examinadas nos termos do presente Artigo no caso de apresentará relatório em que:
serem apresentadas por um Estado Parte que houver i) se houver sido alcançada uma solução nos termos
feito uma declaração em que reconheça, com relação da alínea e), o Comitê restringir-se-á, em seu relatório,
a si próprio, a competência do Comitê. O Comitê não a uma breve exposição dos fatos e da solução alcan-
receberá comunicação alguma relativa a um Estado çada;
Parte que não houver feito uma declaração dessa ii) se não houver sido alcançada solução alguma nos
natureza. As comunicações recebidas em virtude do termos da alínea e), o Comitê restringir-se-á, em seu
presente Artigo estarão sujeitas ao procedimento que relatório, a uma breve exposição dos fatos; serão ane-
se segue: xados ao relatório o texto das observações escritas e as
a) se um Estado Parte considerar que outro Estado atas das observações orais apresentadas pelos Estados
Parte não vem cumprindo as disposições da presen- Partes interessados.
te Convenção poderá, mediante comunicação escrita, Para cada questão, o relatório será encaminhado aos
levar a questão ao conhecimento deste Estado Parte. Estados Partes interessados.
Dentro de um prazo de três mesesa contar da data do 2. As disposições do presente Artigo entrarão em vi-
recebimento da comunicação, o Estado destinatário gor a partir do momento em que cinco Estado Partes
fornecerá ao Estado que enviou a comunicação ex- da presente Convenção houverem feito as declarações
plicações ou quaisquer outras declarações por escrito mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referi-
que esclareçam a questão, as quais deverão fazer refe- das declarações serão depositadas pelos Estados Par-
rência, até onde seja possível e pertinente, aos proce- tes junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que
dimentos nacionais e aos recursos jurídicos adotados, enviará cópia das mesmas aos demais Estados Par-
em trâmite ou disponíveis sobre a questão; tes. Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer
b) se, dentro de um prazo de seis meses, a contar da momento, mediante notificação endereçada ao Se-
data do recebimento da comunicação original pelo cretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do
Estado destinatário, a questão não estiver dirimida exame de quaisquer questões que constituam objeto
satisfatoriamente para ambos os Estado Partes inte- de uma comunicação já transmitida nos termos deste
ressados, tanto um como o outro terão o direito de Artigo; em virtude do presente Artigo, não se receberá
submetê-la ao Comitê, mediante notificação endere- qualquer nova comunicação de um Estado Parte uma
çada ao Comitê ou ao outro Estado interessado; vez que o Secretário-Geral haja recebido a notificação
c) o Comitê tratará de todas as questões que se lhe sobre a retirada da declaração, a menos que o Estado
submetam em virtude do presente Artigo somente Parte interessado haja feito uma nova declaração.
após ter-se assegurado de que todos os recursos ju-
rídicos internos disponíveis tenham sido utilizados e ARTIGO 22
esgotados, em consonância com os princípios do Di-
reito internacional geralmente reconhecidos. Não se 1. Todo Estado Parte da presente Convenção poderá,
aplicará esta regra quando a aplicação dos menciona- em virtude do presente Artigo, declarar, a qualquer
momento, que reconhece a competência do Comitê
dos recursos se prolongar injustificadamente ou quan-
para receber e examinar as comunicações enviadas
do não for provável que a aplicação de tais recursos
por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que
venha a melhorar realmente a situação da pessoa que
aleguem servítimas de violação, por um Estado Parte,
seja vítima de violação da presente Convenção;
das disposições da Convenção. O Comitê não receberá
d) o Comitê realizará reuniões confidenciais quando comunicação alguma relativa a um Estado Parte que
estiver examinando as comunicações previstas no pre- não houver feito declaração dessa natureza.
senteArtigo; 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comu-
e) sem prejuízo das disposições da alínea c), o Comi- nicação recebida em conformidade com o presente
tê colocará seus bons ofícios à disposição dos Estados Artigo que seja anônima, ou que, a seu juízo, constitua
Partes interessados no intuito de se alcançar uma so- abuso do direito de apresentar as referidas comunica-
lução amistosa para a questão, baseada no respeito

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ções, ou que seja incompatível com as disposições da O Comitê apresentará, em virtude da presente
presente Convenção. Con-venção, um relatório anula sobre suas
3. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 2, o Comitê atividades aos Estados Partes e à Assembleia Geral
levará todas as comunicações apresentadas em con- das Nações Uni-das.
formidade com este Artigo ao conhecimento do Es-
tado Parte da presente Convenção que houver feito PARTE III
uma declaração nos termos do parágrafo 1 e sobre
o qual se alegue ter violado qualquer disposição da ARTIGO 25
Convenção. Dentro dos seis meses seguintes, o Estado
destinatário submeterá ao Comitê as explicações ou 1. A presente Convenção está aberta à assinatura de
declarações por escrito que elucidem a questão e, se todos os Estados.
for o caso, indiquem o recurso jurídico adotado pelo 2. A presente Convenção está sujeita a ratificação. Os
Estado em questão. instrumentos de ratificação serão depositados junto
4. O Comitê examinará as comunicações recebidas em ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
conformidade com o presente Artigo á luz de todas as
informações a ele submetidas pela pessoa interessada, ARTIGO 26
ou em nome dela, e pelo Estado Parte interessado. A presente Convenção está aberta à Adesão de
5. O Comitê não examinará comunicação alguma de todos os Estados. Far-se-á a Adesão mediante
uma pessoa, nos termos do presente Artigo, sem que depósito do Instrumento de Adesão junto ao
se haja assegurado de que; Secretário-Geral das Nações Unidas.
a) a mesma questão não foi, nem está sendo, exami-
nada perante uma outra instância internacional de ARTIGO 27
investigação ou solução;
b) a pessoa em questão esgotou todos os recursos ju- 1. A presente Convenção entrará em vigor no trigé-
rídicos internos disponíveis; não se aplicará esta regra
simo dia a contar da data em que o vigésimo instru-
quando a aplicação dos mencionados recursos se pro-
mento de ratificação ou adesão houver sido deposita-
longar injustificadamente ou quando não for provável
do junto ao Secretário-Geraldas Nações Unidas.
que a aplicação de tais recursos venha a melhorar re-
2. Para os Estados que vierem a ratificar a presente
almente a situação da pessoa que seja vítima de vio-
lação da presente Convenção. Convenção ou a ela aderir após o depósito do vigé-
6. O Comitê realizará reuniões confidenciais quando simo instrumento de ratificação ou adesão, a Con-
estiver examinado as comunicações previstas no pre- venção entrará em vigor no trigésimo dia a contar da
sente Artigo. data em que o Estado em questão houver depositado
7. O Comitê comunicará seu parecer ao Estado Parte seu instrumento de ratificação ou adesão.
e à pessoa em questão.
8. As disposições do presente Artigo entrarão em vi- ARTIGO 28
gor a partir do momento em que cinco Estado Partes
da presente Convenção houverem feito as declarações 1. Cada Estado Parte poderá declarar, por ocasião da
mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referi- assinatura ou da ratificação da presente Convenção
das declarações serão depositadas pelos Estados Par- ou da adesão a ela, que não reconhece a competência
tes junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que do Comitê quando ao disposto no Artigo 20.
enviará cópia das mesmas ao demais Estados Partes. 2. Todo Estado Parte da presente Convenção que hou-
Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer mo- ver formulado uma reserva em conformidade com o
mento, mediante notificação endereçada ao Secre- parágrafo 1 do presente Artigo poderá, a qualquer
tário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do momento, tornar sem efeito essa reserva, mediante
exame de quaisquer questões que constituam objeto notificação endereçada ao Secretário-Geral das Na-
de uma comunicação já transmitida nos termos deste ções Unidas.
Artigo; em virtude do presente Artigo, não se recebe-
rá nova comunicação de uma pessoa, ou em nome ARTIGO 29
dela, uma vez que o Secretário-Geral haja recebido
a notificação sobre retirada da declaração, a menos 1. Todo Estado Parte da presente Convenção poderá
que o Estado Parte interessado haja feito uma nova propor uma emenda e depositá-la junto ao Secretá-
declaração. rio-Geral das Nações Unidas. O Secretário-Geral co-
municará a proposta de emenda aos Estados Partes,
ARTIGO 23 pedindo-lhes que o notifiquem se desejam que se con-
Os membros do Comitê e os membros das voque uma conferência dos Estados Partes destinada
Comissões de Conciliação ad noc designados nos a examinar a proposta e submetê-la a votação. Se,
termos da alí-nea e) do parágrafo 1 do Artigo 21 dentro dos quatro meses seguintes à data da referi-
terão o direito às facilidades, privilégios e da comunicação, pelos menos um terço dos Estados
imunidades que se concedem aos peritos no Partes se manifestar a favor da referida convocação,
desempenho de missões para a Orga-nização das o Secretário-Geral convocará uma conferência sob os
Nações Unidas, em conformidade com as seções auspícios das Nações Unidas. Toda emenda adotada
pertinentes da Convenção sobre Privilégios e pela maioria dos Estados Partes presentes e votantes
Imunidades das Nações Unidas. na conferência será submetida pelo Secretário-Geral à
aceitação de todos os Estados Partes.
ARTIGO 24

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2. Toda emenda adotada nos termos das disposições a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em
do parágrafo 1 do presente Artigo entrará em vigor conformidade com os Artigos 25 e 26;
assim que dois terços dos Estados Partes da presente b) a data de entrada em vigor da Convenção, nos ter-
Convenção houverem notificado o Secretário-Geral mos do Artigo 27, e a data de entrada em vigor de
das Nações Unidas de que a aceitaram em consonân- quaisquer emendas, nos termos do Artigo 29;
cia com os procedimentos previstos por suas respecti- c) as denúncias recebidas em conformidades com o
vas constituições. Artigo 31.
3. Quando entrarem em vigor, as emendas serão obri-
gatórias para todos os Estados Partes que as tenham ARTIGO 33
aceito, ao passo que os demais Estados Partes perma-
necem obrigados pelas disposições da Convenção e 1. A presente Convenção, cujos textos em árabe, chi-
pelas emendas anteriores por eles aceitas. nês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
autênticos, será depositada junto ao Secretário-Geral
ARTIGO 30 das Nações Unidas.
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas encaminha-
1. As controvérsias entre dois ou mais Estados Par- rá cópias autenticadas da presente Convenção a todos
tes com relação à interpretação ou à aplicação da os Estados
presente Convenção que não puderem ser dirimidas
por meio da negociação serão, a pedido de um deles, #FicaDica
submetidas a arbitragem. Se durante os seis meses
seguintes à data do pedido de arbitragem, as Partes Nenhum Estado membro procederá à expul-
não lograrem pôr-se de acordo quanto aos termos do são, devolução ou extradição de uma pessoa
compromisso de arbitragem, qualquer das Partes po- para outro Estado, quando houver razões
derá submeter a controvérsia à Corte Internacional de substanciais para crer que a mesma pessoa
Justiça, mediante solicitação feita em conformidade corre perigo de ali ser submetida à tortura.
com o Estatuto da Corte.
2. Cada Estado poderá, por ocasião da assinatura ou
da ratificação da presente Convenção, declarar que
não se considera obrigado pelo parágrafo 1 deste Ar-
tigo. Os demais Estados Partes não estarão obrigados
pelo referido parágrafo com relação a qualquer Estado
Parte que houver formulado reserva dessa natureza.
3. Todo Estado Parte que houver formulado reserva
nos termos do parágrafo 2 do presente Artigo poderá
retirá-la, a qualquer momento, mediante notificação
endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

ARTIGO 31

1. Todo Estado Parte poderá denunciar a presente


Convenção mediante notificação por escrito endere-
çada ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A de-
núncia produzirá efeitos um ano depois da data de
recebimento da notificação pelo Secretário-Geral.
2. A referida denúncia não eximirá o Estado Parte das
obrigações que lhe impõe a presente Convenção rela-
tivamente a qualquer ação ou omissão ocorrida antes
da data em que a denúncia venha a produzir efeitos;
a denúncia não acarretará, tampouco, a suspensão do
exame de quaisquer questões que o Comitê já come-
çara a examinar antes da data em que a denúncia
veio a produzir efeitos.
3. A partir da data em que vier a produzir efeitos a
denúncia de um Estado Parte, o Comitê não dará iní-
cio ao exame de qualquer nova questão referente ao
Estado em apreço.

ARTIGO 32
O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará
a todos os Estados membros das Nações Unidas e a
to-dos os Estados que assinaram a presente
Convenção ou a ela aderiram:

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3. (FCC – 2019 – DPE-SP – Defensor Público) Sobre a


Teoria Geral dos Direitos Humanos aplicada à sua pre-
HORA DE PRATICAR!
visão no plano internacional, considere as assertivas
abaixo.
1. (FCC – 2019 – DPE-SP – Defensor Público) Com re-
lação às garantias penais e processuais penais no âmbito
I. O movimento de proteção a grupos vulneráveis no
do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, é cor-
reto afirmar: campo do direito internacional dos direitos humanos
justificou a opção pelo princípio da especialidade para
a) o direito de recorrer de sentença criminal a juiz ou tri- solucionar conflitos entre normas de diferentes tratados
bunal superior tem como exceção os casos de compe- de direitos humanos, ficando o princípio da primazia da
tência originária da Suprema Corte de um Estado, pela norma mais favorável como regente dos conflitos com
impossibilidade prática inerente. normas nacionais.
b) toda prisão, salvo aquela decorrente de ordem judicial II. O princípio da interpretação pro homine pode ser
prévia, enseja o direito da pessoa a ela submetida a exemplificado a partir da jurisprudência da Corte Intera-
ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou mericana de Direitos Humanos no sentido da impossibi-
outra autoridade autorizada por lei a exercer funções lidade de denúncia do reconhecimento de sua jurisdição
judiciais. pelos Estados, diante da ausência de dispositivo expresso
c) de acordo com o texto da Convenção Americana de
que permita tal retirada.
Direitos Humanos, toda pessoa acusada de um delito
III. O princípio da primazia da norma mais favorável
tem direito a que se presuma sua inocência até o trân-
sito em julgado da sentença penal condenatória. ao indivíduo se revela insuficiente para solucionar
d) o direito à proteção judicial previsto na Convenção conflitos entre direitos humanos de indivíduos distintos,
Americana de Direitos Humanos engloba a proteção que de-vem coexistir, abrindo espaço para a incidência
contra violação de direitos previstos na Constituição e da análi-se de proporcionalidade.
na lei, além da própria Convenção. IV. O princípio da proibição do retrocesso tem
e) o Estado ocupa a posição de garantidor dos direitos aplicação vinculada ao campo dos direitos
humanos de todas as pessoas privadas de liberdade, econômicos, sociais e culturais, diante das
salvo daquelas em prisão administrativa decorrente de peculiaridades de sua forma de cumprimento, não se
serviço militar. relacionando aos direitos civis e políticos, os quais se
realizam de maneira imediata.
2. (FCC – 2019 – DPE-SP – Defensor Público) No que Está correto o que se afirma APENAS em:
concerne à proteção de grupos vulneráveis pelo Direito
Internacional dos Direitos Humanos:
a) I, II e IV.
a) o Pacto sobre Direitos Econômicos, Sociais e Cultu- b) I e II.
rais, embora proíba expressamente a discriminação c) II, III e IV.
baseada em origem nacional, admite que os países d) II e III.
em desenvolvimento determinem em que garantirão e) III e IV.
os direitos ali previstos àqueles que não sejam seus
nacionais. 4. (FCC – 2019 – DPE-SP – Defensor Público) O
b) a Convenção sobre os Direitos da Criança adota o contro-le de convencionalidade deve:
princípio de que ambos os pais têm obrigações co-
muns com relação à educação e ao desenvolvimento a) levar em conta a jurisprudência contenciosa da Corte
da criança, expressamente determinando, nesse senti- Interamericana de Direitos Humanos, desde que de-
do, que a duração das licenças maternidade e paterni- corrente de casos nos quais o Estado tenha sido parte.
dade seja idêntica.
b) ser realizado ex officio como função e tarefa de qual-
c) a Convenção Internacional sobre a Eliminação de To-
das as Formas de Discriminação Racial proíbe expres- quer autoridade pública, no marco de suas competên-
samente qualquer tipo de diferenciação ou preferên- cias, e não apenas por juízes ou tribunais, que sejam
cia baseado em raça, cor ou origem étnica, inclusive competentes, independentes, imparciais e estabeleci-
em matéria de emprego e acesso a funções públicas. dos anteriormente por lei.
d) a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas c) ter como objeto de confronto a normativa infracons-
de Discriminação contra a Mulher impõe titucional dos Estados, ficando a compatibilidade das
expressamente aos Estados a eliminação de todo normas constitucionais para solução pelo controle de
conceito estereoti-pado dos papéis masculino e constitucionalidade.
feminino no âmbito do ensino, a partir da educação d) implicar na supressão das normas confrontadas, cons-
secundária. tatada incompatibilidade com a Convenção America-
e) a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pes- na de Direitos Humanos.
soas com Deficiência garante expressamente o re-
e) ser realizado em nível internacional independente-
conhecimento da capacidade legal das pessoas com
mente de que o Estado tenha a oportunidade de, in-
deficiência em igualdade de condições com as demais
pessoas em todos os aspectos da vida, salvo no que ternamente, declarar a violação e reparar o dano por
toca ao exercício de direitos patrimoniais. seus próprios meios.

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5. (FCC – 2019 – DPE-SP – Defensor Público) Uma co- d) obriga os Estados-Membros, em qualquer circuns-
munidade vulnerável sofreu despejo forçado pelo Poder tância, a adotarem ações afirmativas de caráter per-
Público, sem alternativa habitacional ou qualquer contra- manente que assegurem aos grupos historicamente
partida, mesmo se tratando de ocupação consolidada ao discriminados, pelo exercício de direitos e privilégios
longo de décadas. Considerando os marcos de compe- distintos, a igualdade no gozo ou exercício de direitos
tência e os standards internacionais de direitos humanos humanos e liberdades fundamentais.
aplicáveis após o esgotamento das instâncias nacionais, e) não se aplica às distinções, exclusões, restrições e
pela Defensoria Pública, mediante procedimento conten- pre-ferências feitas por um Estado-Membro entre
cioso, é cabível o: cida-dãos e não-cidadãos.

a) encaminhamento de Relatório Sombra ao Comitê 8. (FCC – 2018 – DPE-MA – Defensor Público) Todas as
sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
ONU. São dotadas de razão e consciência e devem agir em re-
b) acionamento da Comissão Interamericana de Direitos lação umas às outras com espírito de fraternidade.
Humanos, objetivando a declaração de violação da Tal afirmação, contida no art. 1° da Declaração Universal
Convenção Americana de Direitos Humanos. dos Direitos Humanos:
c) acionamento do Comitê sobre os Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais da ONU, objetivando a) traduz as influências jusnaturalistas presentes na De-
a declaração de violação do Pacto Internacional claração, especialmente a vertente racionalista da es-
sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. cola do direito natural.
d) acionamento da Corte Interamericana de Direitos Hu- b) reproduz herança greco-romana de que os direitos
manos, objetivando a declaração de violação do Pro- humanos estão fundamentados em um dever de agir
tocolo de San Salvador. que decorre da dignidade humana e da liberdade de
e) acionamento da Comissão de Direitos Humanos da consciência.
ONU, objetivando a declaração de violação da Decla- c) revela, como concepção de fundo, que liberdade é
ração Universal dos Direitos Humanos. dada com o nascimento, mas a igualdade, a dignidade
e a fraternidade são conquistadas historicamente pela
6. (FCC – 2018 – DPE-MA – Defensor Público) Podem humanidade.
ser considerados exemplos de direitos humanos de ter- d) incorpora a tradição juscontratualista dos direitos
ceira geração o direito: humanos, cujo pacto originário remonta às assem-
bleias populares da revolução francesa nas quais se
a) à imigração e refúgio, à participação na economia glo- cunhou a tríade axiológica da liberdade, igualdade e
balizada e à segurança. fraternidade.
b) ao trabalho, à paz mundial e à indivisibilidade entre e) demonstra sua filiação à concepção aristotélico-tomis-
os direitos. ta de dignidade humana como atributo concedido ao
c) à propriedade imaterial, à privacidade e ao pluralismo. homem por direito divino.
d) à bioética, o direito do consumidor e os direitos
9. (FCC – 2018 – DPE-AM – Defensor Público – Re-
culturais
aplicação) Segundo a Convenção sobre os Direitos da
e) ao meio ambiente, ao desenvolvimento e à autodeter-
Criança:
minação dos povos.
a) toda criança, desde que sua idade e maturidade lhe
7. (FCC – 2018 – DPE-MA – Defensor Público) A
permita algum discernimento, tem direito de expres-
con-venção sobre a eliminação de todas as formas de
sar suas opiniões livremente.
discri-minação racial:
b) incumbe aos pais manifestar e representar a opinião
e o interesse dos filhos nos assuntos que os afetem,
a) inclui no âmbito da “discriminação racial”, que busca
cabendo-lhes, nessa missão, zelar sempre pela preva-
eliminar, aquela baseada em raça, cor, etnia, religião,
lência do superior interesse da criança.
descendência e origem nacional.
c) os Estados Partes devem estipular em seus ordena-
b) obriga os Estados-Membros a oferecer proteção espe-
mentos internos uma idade a partir da qual a opinião
cial aos grupos étnicos historicamente vitimizados por pessoal e direta da criança poderá ser considerada na
discriminação violenta, destinando, se as circunstân- decisão sobre assuntos que a afetem.
cias o exigirem, parte de seu território, para assenta- d) os Estados Partes discriminarão, em suas normas in-
mento seguro e protegido destas populações. ternas, as situações em que a opinião da criança será
c) prevê a criação do Comitê sobre a Eliminação da Dis- considerada independentemente da opinião de seus
criminação Racial, cuja jurisdição se limita à análise de pais ou responsável.
relatórios periódicos dos Estados-Membros, vedado, e) será proporcionada à criança a oportunidade de ser
em qualquer caso, o recebimento e o exame de de- ouvida em todo processo administrativo que a afete,
núncias enviadas por indivíduos ou grupos de indiví- quer diretamente quer por intermédio de um repre-
duos pertencente a algum dos Estados-Membros. sentante ou órgão apropriado.

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10. (FCC – 2018 – DPE-AM – Defensor Público – Re-


aplicação) Acerca da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, é correto afirmar: GABARITO

a) a Corte é composta por sete juízes, nacionais dos Es- 1 D


tados membros da Organização, os quais são eleitos,
em votação aberta e pelo voto da maioria absoluta 2 A
dos Estados-Partes na Convenção, na Assembleia Ge- 3 D
ral da Organização, a partir de lista de candidatos su-
4 B
geridos pelos mesmos Estados.
b) a sentença da Corte é definitiva e inapelável. 5 B
c) a Corte configura-se como órgão da Organização dos 6 E
Estados Americanos (OEA).
d) o quórum para as deliberações da Corte é constituído 7 A
por três juízes. 8 A
e) em caso de divergência sobre o sentido ou alcance
9 E
da sua sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de
qualquer das partes, desde que o pedido seja apre- 10 B
sentado dentro de 120 dias a partir da data da notifi-
cação da sentença.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984 ........................................................................................... 01

LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 ............................................................................................... 28

LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 ................................................................................... 29

LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 ............................................................................... 32

LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 ........................................................................................ 41

LEI 11.404 DE 25/01/1994 ...................................................................................................................... 50

LEI ESTADUAL 21.068/2013 ................................................................................................................. 67

DECRETO Nº 40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991 .......................................................................... 68

DECRETO Nº 98.386, DE 09 DE NOVEMBRO DE 1989 ................................................................. 75

DECRETO-LEI N° 2.848/40 E SUAS ALTERAÇÕES POSTERIORES: ART. 21 A 40 ................. 79

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POLÍCIA PENAL 1 LEGISLAÇÃO
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LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará
junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o do serviço social.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei: Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa
de liberdade, em regime fechado, será submetido a
TÍTULO I exame criminológico para a obtenção dos elementos
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal necessários a uma adequada classificação e com vistas à
individualização da execução.
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as
disposições de sentença ou decisão criminal e Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo
proporcionar condições para a harmônica integração poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da
social do condenado e do internado. pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será reveladores da personalidade, observando a ética
exercida, no processo de execução, na conformidade profissional e tendo sempre presentes peças ou
desta Lei e do Código de Processo Penal. informações do processo, poderá:

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao I - entrevistar pessoas;


preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou
Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos
jurisdição ordinária. privados, dados e informações a respeito do condenado;

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados III - realizar outras diligências e exames necessários.
todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado,
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de dolosamente, com violência de natureza grave contra
natureza racial, social, religiosa ou política. pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art.
1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil
comunidade nas atividades de execução da pena e da genético, mediante extração de DNA - ácido
medida de segurança. desoxirribonucleico, por técnica adequada e
indolor. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
TÍTULO II
Do Condenado e do Internado § 1o A identificação do perfil genético será armazenada
CAPÍTULO I em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a
Da Classificação ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei
nº 12.654, de 2012)
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os
seus antecedentes e personalidade, para orientar a § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias
individualização da execução penal. mínimas de proteção de dados genéticos, observando as
melhores práticas da genética forense. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de
Classificação que elaborará o programa individualizador
da pena privativa de liberdade adequada ao condenado § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
ou preso provisório. (Redação dada pela Lei requerer ao juiz competente, no caso de inquérito
nº 10.792, de 2003) instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação
de perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente
em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o
composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis
(um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia
social, quando se tratar de condenado à pena privativa de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa
de liberdade. ser contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

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§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
artigo que não tiver sido submetido à identificação do aparelhado para prover a assistência médica necessária,
perfil genético por ocasião do ingresso no esta será prestada em outro local, mediante autorização
estabelecimento prisional deverá ser submetido ao da direção do estabelecimento.
procedimento durante o cumprimento da
pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3o Será assegurado acompanhamento médico à
mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela
Lei nº 11.942, de 2009)
§ 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
SEÇÃO IV
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Da Assistência Jurídica

§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e
submeter-se ao procedimento de identificação do perfil aos internados sem recursos financeiros para constituir
genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) advogado.

CAPÍTULO II Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços


Da Assistência de assistência jurídica, integral e gratuita, pela
SEÇÃO I Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos
Disposições Gerais penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
2010).
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do
Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio
retorno à convivência em sociedade. estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010).
Art. 11. A assistência será:
I - material; § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local
II - à saúde; apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor
III -jurídica; Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
IV - educacional;
V - social; § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão
VI - religiosa. implementados Núcleos Especializados da Defensoria
Pública para a prestação de assistência jurídica integral
SEÇÃO II e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos
Da Assistência Material e seus familiares, sem recursos financeiros para
constituir advogado. (Incluído pela Lei nº
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado 12.313, de 2010).
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalações higiênicas. SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e
serviços que atendam aos presos nas suas necessidades Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
pessoais, além de locais destinados à venda de produtos instrução escolar e a formação profissional do preso e
e objetos permitidos e não fornecidos pela do internado.
Administração.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,
SEÇÃO III integrando-se no sistema escolar da Unidade
Da Assistência à Saúde Federativa.

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com
caráter preventivo e curativo, compreenderá formação geral ou educação profissional de nível médio,
atendimento médico, farmacêutico e odontológico. será implantado nos presídios, em obediência ao
preceito constitucional de sua
§ 1º (Vetado). universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de
2015)

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§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar- SEÇÃO VI


se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será Da Assistência Social
mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio
da União, não só com os recursos destinados à Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar
educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou o preso e o internado e prepará-los para o retorno à
administração penitenciária. (Incluído pela liberdade.
Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às
presas cursos supletivos de educação de jovens e I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento,
2015) os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo
assistido;
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e
Federal incluirão em seus programas de educação à das saídas temporárias;
distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, IV - promover, no estabelecimento, pelos meios
o atendimento aos presos e às presas. 7.627 (Incluído disponíveis, a recreação;
pela Lei nº 13.163, de 2015) V - promover a orientação do assistido, na fase final do
cumprimento da pena, e do liberando, de modo a
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível facilitar o seu retorno à liberdade;
de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. VI - providenciar a obtenção de documentos, dos
benefícios da Previdência Social e do seguro por
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino acidente no trabalho;
profissional adequado à sua condição. VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do
preso, do internado e da vítima.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de
convênio com entidades públicas ou particulares, que SEÇÃO VII
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Da Assistência Religiosa

Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto,
cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de será prestada aos presos e aos internados, permitindo-
todas as categorias de reclusos, provida de livros se-lhes a participação nos serviços organizados no
instrutivos, recreativos e didáticos. estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
instrução religiosa.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá
apurar: (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para
os cultos religiosos.
I - o nível de escolaridade dos presos e das
presas; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a
participar de atividade religiosa.
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e
médio e o número de presos e presas SEÇÃO VIII
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de Da Assistência ao Egresso
2015)
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
III - a implementação de cursos profissionais em nível de
iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei liberdade;
nº 13.163, de 2015) II - na concessão, se necessário, de alojamento e
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu de 2 (dois) meses.
acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá
V - outros dados relevantes para o aprimoramento ser prorrogado uma única vez, comprovado, por
educacional de presos e presas. (Incluído pela declaração do assistente social, o empenho na obtenção
Lei nº 13.163, de 2015) de emprego.

Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

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I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não
contar da saída do estabelecimento; é obrigatório e só poderá ser executado no interior do
II - o liberado condicional, durante o período de prova. estabelecimento.

Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas
egresso para a obtenção de trabalho. em conta a habilitação, a condição pessoal e as
necessidades futuras do preso, bem como as
CAPÍTULO III oportunidades oferecidas pelo mercado.
Do Trabalho
SEÇÃO I § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o
Disposições Gerais artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões
de turismo.
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e
condição de dignidade humana, terá finalidade § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar
educativa e produtiva. ocupação adequada à sua idade.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente


trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. exercerão atividades apropriadas ao seu estado.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a
Consolidação das Leis do Trabalho. 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos
domingos e feriados.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante
prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial
quartos) do salário mínimo. de trabalho aos presos designados para os serviços de
conservação e manutenção do estabelecimento penal.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
atender: Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação,
ou empresa pública, com autonomia administrativa, e
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde terá por objetivo a formação profissional do condenado.
que determinados judicialmente e não reparados por
outros meios; § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora
promover e supervisionar a produção, com critérios e
b) à assistência à família; métodos empresariais, encarregar-se de sua
comercialização, bem como suportar despesas, inclusive
c) a pequenas despesas pessoais; pagamento de remuneração
adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792,
de 2003)
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas
com a manutenção do condenado, em proporção a ser
fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras § 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão
anteriores. celebrar convênio com a iniciativa privada, para
implantação de oficinas de trabalho referentes a setores
de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será
10.792, de 2003)
depositada a parte restante para constituição do
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue
ao condenado quando posto em liberdade. Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta
da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos
Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de
pública, os bens ou produtos do trabalho prisional,
serviço à comunidade não serão remuneradas.
sempre que não for possível ou recomendável realizar-
se a venda a particulares.
SEÇÃO II
Do Trabalho Interno
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas
com as vendas reverterão em favor da fundação ou
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está
empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
falta, do estabelecimento penal.
capacidade.

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SEÇÃO III VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;


Do Trabalho Externo
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os despesas realizadas com a sua manutenção, mediante
presos em regime fechado somente em serviço ou obras desconto proporcional da remuneração do trabalho;
públicas realizadas por órgãos da Administração Direta
ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10%
(dez por cento) do total de empregados na obra. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que
couber, o disposto neste artigo.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. SEÇÃO II
Dos Direitos
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada
depende do consentimento expresso do preso. Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à
integridade física e moral dos condenados e dos presos
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser provisórios.
autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá
de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do Art. 41 - Constituem direitos do preso:
cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
I - alimentação suficiente e vestuário;
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho
externo ao preso que vier a praticar fato definido como
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
crime, for punido por falta grave, ou tiver
comportamento contrário aos requisitos estabelecidos
III - Previdência Social;
neste artigo.

IV - constituição de pecúlio;
CAPÍTULO IV
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
SEÇÃO I V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o
Dos Deveres trabalho, o descanso e a recreação;

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais,
legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas artísticas e desportivas anteriores, desde que
de execução da pena. compatíveis com a execução da pena;

Art. 39. Constituem deveres do condenado: VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional,
social e religiosa;
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da
sentença; VIII - proteção contra qualquer forma de
sensacionalismo;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa
com quem deva relacionar-se; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
condenados; amigos em dias determinados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou XI - chamamento nominal;


coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à
disciplina; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências
da individualização da pena;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens
recebidas; XIII - audiência especial com o diretor do
estabelecimento;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

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XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena
defesa de direito; privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
administrativa conforme as disposições regulamentares.
XV - contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o
informação que não comprometam a moral e os bons poder disciplinar será exercido pela autoridade
costumes. administrativa a que estiver sujeito o condenado.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade
sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos
competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
2003)
SUBSEÇÃO II
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e Das Faltas Disciplinares
XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato
motivado do diretor do estabelecimento. Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves,
médias e graves. A legislação local especificará as leves
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à e médias, bem assim as respectivas sanções.
medida de segurança, no que couber, o disposto nesta
Seção. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada.
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de
confiança pessoal do internado ou do submetido a Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena
tratamento ambulatorial, por seus familiares ou privativa de liberdade que:
dependentes, a fim de orientar e acompanhar o
tratamento. I - incitar ou participar de movimento para subverter a
ordem ou a disciplina;
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e
o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução. II - fugir;

SEÇÃO III III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de


Da Disciplina ofender a integridade física de outrem;
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais
IV - provocar acidente de trabalho;

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a


V - descumprir, no regime aberto, as condições
ordem, na obediência às determinações das autoridades
impostas;
e seus agentes e no desempenho do trabalho.
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado
artigo 39, desta Lei.
à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e
o preso provisório.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
telefônico, de rádio ou similar, que permita a
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
comunicação com outros presos ou com o ambiente
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a


VIII - recusar submeter-se ao procedimento de
integridade física e moral do condenado.
identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. que couber, ao preso provisório.

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena
execução da pena ou da prisão, será cientificado das restritiva de direitos que:
normas disciplinares.
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

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II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de


obrigação imposta; envolvimento ou participação, a qualquer título, em
organização criminosa, associação criminosa ou milícia
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do privada, independentemente da prática de falta
artigo 39, desta Lei. grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da 2019)
ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança
prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar em organização criminosa, associação criminosa ou
diferenciado, com as seguintes milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2
características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de (dois) ou mais Estados da Federação, o regime
2019) disciplinar diferenciado será obrigatoriamente
cumprido em estabelecimento prisional
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
repetição da sanção por nova falta grave de mesma
espécie; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
II - recolhimento em cela individual; (Redação dada sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo
pela Lei nº 13.964, de 2019) indícios de que o preso: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a
serem realizadas em instalações equipadas para impedir I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da segurança do estabelecimento penal de origem ou da
família ou, no caso de terceiro, autorizado sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
judicialmente, com duração de 2 (duas)
horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) II - mantém os vínculos com organização criminosa,
associação criminosa ou milícia privada, considerados
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas também o perfil criminal e a função desempenhada por
diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
presos, desde que não haja contato com presos do a superveniência de novos processos criminais e os
mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei nº resultados do tratamento penitenciário. (Incluído pela
13.964, de 2019) Lei nº 13.964, de 2019)

V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime
seu defensor, em instalações equipadas para impedir o disciplinar diferenciado deverá contar com alta
contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa segurança interna e externa, principalmente no que diz
autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº respeito à necessidade de se evitar contato do preso
13.964, de 2019) com membros de sua organização criminosa, associação
criminosa ou milícia privada, ou de grupos
VI - fiscalização do conteúdo da rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
correspondência; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e,
VII - participação em audiências judiciais com autorização judicial, fiscalizada por agente
preferencialmente por videoconferência, garantindo-se penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a participação do defensor no mesmo ambiente do
preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime
disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá,
aplicado aos presos provisórios ou condenados, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que
nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes
13.964, de 2019) por mês e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança
do estabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

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SUBSEÇÃO III Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as


Das Sanções e das Recompensas sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: 2003)

I - advertência verbal; Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de


II - repreensão; direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, hipótese do regime disciplinar
parágrafo único); diferenciado. (Redação dada pela Lei nº
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, 10.792, de 2003)
nos estabelecimentos que possuam alojamento
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado
V - inclusão no regime disciplinar ao Juiz da execução.
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792,
de 2003) SUBSEÇÃO V
Do Procedimento Disciplinar
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão
aplicadas por ato motivado do diretor do Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e instaurado o procedimento para sua apuração,
fundamentado despacho do juiz conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
competente. (Redação dada pela Lei nº
10.792, de 2003) Parágrafo único. A decisão será motivada.

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra dias. A inclusão do preso no regime disciplinar
autoridade administrativa. (Incluído pela Lei diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação
nº 10.792, de 2003) do fato, dependerá de despacho do juiz
competente. (Redação dada pela Lei nº
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime 10.792, de 2003)
disciplinar será precedida de manifestação do Ministério
Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de preventiva no regime disciplinar diferenciado será
2003) computado no período de cumprimento da sanção
disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 10.792,
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom de 2003)
comportamento reconhecido em favor do condenado,
de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação TÍTULO III
ao trabalho. Dos Órgãos da Execução Penal
CAPÍTULO I
Art. 56. São recompensas: Disposições Gerais

I - o elogio; Art. 61. São órgãos da execução penal:


II - a concessão de regalias.
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos Penitenciária;
estabelecerão a natureza e a forma de concessão de
regalias. II - o Juízo da Execução;

SUBSEÇÃO IV III - o Ministério Público;


Da Aplicação das Sanções
IV - o Conselho Penitenciário;
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-
ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e
V - os Departamentos Penitenciários;
as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso
e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei
nº 10.792, de 2003) VI - o Patronato;

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VII - o Conselho da Comunidade. autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao


seu aprimoramento;
VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010). IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
administrativa para instauração de sindicância ou
CAPÍTULO II procedimento administrativo, em caso de violação das
Do Conselho Nacional de Política Criminal e normas referentes à execução penal;
Penitenciária
X - representar à autoridade competente para a
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
Penitenciária, com sede na Capital da República, é penal.
subordinado ao Ministério da Justiça.
CAPÍTULO III
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Do Juízo da Execução
Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
designados através de ato do Ministério da Justiça, Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na
dentre professores e profissionais da área do Direito lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao
Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências da sentença.
correlatas, bem como por representantes da
comunidade e dos Ministérios da área social. Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de
terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) qualquer modo favorecer o condenado;
em cada ano.
II - declarar extinta a punibilidade;
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, no exercício de suas atividades, em III - decidir sobre:
âmbito federal ou estadual, incumbe:
a) soma ou unificação de penas;
I - propor diretrizes da política criminal quanto à
prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e
b) progressão ou regressão nos regimes;
execução das penas e das medidas de segurança;
c) detração e remição da pena;
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
d) suspensão condicional da pena;
política criminal e penitenciária;

e) livramento condicional;
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal
para a sua adequação às necessidades do País;
f) incidentes da execução.
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
IV - autorizar saídas temporárias;
V - elaborar programa nacional penitenciário de
formação e aperfeiçoamento do servidor; V - determinar:

VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos
de estabelecimentos penais e casas de albergados; e fiscalizar sua execução;

VII - estabelecer os critérios para a elaboração da b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa
estatística criminal; em privativa de liberdade;

VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, c) a conversão da pena privativa de liberdade em


bem assim informar-se, mediante relatórios do restritiva de direitos;
Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros
meios, acerca do desenvolvimento da execução penal d) a aplicação da medida de segurança, bem como a
nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às substituição da pena por medida de segurança;

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e) a revogação da medida de segurança; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos


regimes e a revogação da suspensão condicional da
f) a desinternação e o restabelecimento da situação pena e do livramento condicional;
anterior;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em situação anterior.
outra comarca;
III - interpor recursos de decisões proferidas pela
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § autoridade judiciária, durante a execução.
1º, do artigo 86, desta Lei.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a
sua presença em livro próprio.
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da
medida de segurança; CAPÍTULO V
Do Conselho Penitenciário
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos
penais, tomando providências para o adequado Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a fiscalizador da execução da pena.
apuração de responsabilidade;
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos
penal que estiver funcionando em condições Territórios, dentre professores e profissionais da área do
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
Lei; correlatas, bem como por representantes da
comunidade. A legislação federal e estadual regulará o
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. seu funcionamento.

X – emitir anualmente atestado de pena a § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário


cumprir. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) terá a duração de 4 (quatro) anos.

CAPÍTULO IV Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:


Do Ministério Público
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
pena e da medida de segurança, oficiando no processo estado de saúde do preso; (Redação dada pela
executivo e nos incidentes da execução. Lei nº 10.792, de 2003)

Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;

I - fiscalizar a regularidade formal das guias de III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano,
recolhimento e de internamento; ao Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no
exercício anterior;
II - requerer:

IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência


a) todas as providências necessárias ao
aos egressos.
desenvolvimento do processo executivo;

CAPÍTULO VI
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
Dos Departamentos Penitenciários
execução;
SEÇÃO I
Do Departamento Penitenciário Nacional
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
substituição da pena por medida de segurança;
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo
d) a revogação da medida de segurança;
da Política Penitenciária Nacional e de apoio

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administrativo e financeiro do Conselho Nacional de SEÇÃO II


Política Criminal e Penitenciária. Do Departamento Penitenciário Local

Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
Nacional: Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que
estabelecer.
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução
penal em todo o Território Nacional; Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão
similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a
estabelecimentos e serviços penais; que pertencer.

III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste
implementação dos princípios e regras estabelecidos artigo realizarão o acompanhamento de que trata o
nesta Lei; inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e encaminharão
ao Departamento Penitenciário Nacional os resultados
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante obtidos. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
convênios, na implantação de estabelecimentos e
serviços penais; SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
V - colaborar com as Unidades Federativas para a
realização de cursos de formação de pessoal Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
penitenciário e de ensino profissionalizante do estabelecimento deverá satisfazer os seguintes
condenado e do internado. requisitos:

VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades I - ser portador de diploma de nível superior de Direito,
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de Serviços Sociais;
penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
outra unidade federativa, em especial para presos II - possuir experiência administrativa na área;
sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela Lei
nº 10.792, de 2003) III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
desempenho da função.
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres
beneficiadas pela progressão especial de que trata o § Parágrafo único. O diretor deverá residir no
3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará
social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, tempo integral à sua função.
mediante a realização de avaliações periódicas e de
estatísticas criminais. (Incluído pela Lei nº Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será
13.769, de 2018) organizado em diferentes categorias funcionais,
segundo as necessidades do serviço, com especificação
§ 1º Incumbem também ao Departamento a de atribuições relativas às funções de direção, chefia e
coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais assessoramento do estabelecimento e às demais
e de internamento federais. (Redação dada funções.
pela Lei nº 13.769, de 2018)
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento especializado, de instrução técnica e de vigilância
e das avaliações periódicas previstas no inciso VII atenderá a vocação, preparação profissional e
do caput deste artigo serão utilizados para, em função antecedentes pessoais do candidato.
da efetividade da progressão especial para a
ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art. § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
112 desta Lei, avaliar eventual desnecessidade do progressão ou a ascensão funcional dependerão de
regime fechado de cumprimento de pena para essas cursos específicos de formação, procedendo-se à
mulheres nos casos de crimes cometidos sem violência reciclagem periódica dos servidores em exercício.
ou grave ameaça. (Incluído pela Lei nº 13.769,
de 2018)

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§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo execução da pena e da medida de segurança, oficiando,
quando se tratar de pessoal técnico especializado. no processo executivo e nos incidentes da execução,
para a defesa dos necessitados em todos os graus e
CAPÍTULO VII instâncias, de forma individual e
Do Patronato coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a
prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria
26). Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Art. 79. Incumbe também ao Patronato: I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
a) todas as providências necessárias ao
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de desenvolvimento do processo
serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das
condições da suspensão e do livramento condicional. b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de
qualquer modo favorecer o
condenado; (Incluído pela Lei nº 12.313,
CAPÍTULO VIII
de 2010).
Do Conselho da Comunidade

c) a declaração de extinção da
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
2010).
representante de associação comercial ou industrial, 1
(um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei
pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social nº 12.313, de 2010).
escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
Nacional de Assistentes Sociais. (Redação e) a detração e remição da pena; (Incluído
dada pela Lei nº 12.313, de 2010). pela Lei nº 12.313, de 2010).

Parágrafo único. Na falta da representação prevista f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
escolha dos integrantes do Conselho. 2010).

Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação,
bem como a substituição da pena por medida de
I - visitar, pelo menos mensalmente, os segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
estabelecimentos penais existentes na comarca; 2010).

II - entrevistar presos; h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a


suspensão condicional da pena, o livramento
condicional, a comutação de pena e o
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e
indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
ao Conselho Penitenciário;

i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído


IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e
pela Lei nº 12.313, de 2010).
humanos para melhor assistência ao preso ou
internado, em harmonia com a direção do
estabelecimento. j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).
CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

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k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua
outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, natureza, deverá contar em suas dependências com
de 2010). áreas e serviços destinados a dar assistência, educação,
trabalho, recreação e prática esportiva.
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº § 1º Haverá instalação destinada a estágio de
12.313, de 2010). estudantes universitários. (Renumerado pela
Lei nº 9.046, de 1995)
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres
2010). serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no
III - interpor recursos de decisões proferidas pela mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação
autoridade judiciária ou administrativa durante a dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010). § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste
artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade feminino na segurança de suas dependências
administrativa para instauração de sindicância ou internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de
procedimento administrativo em caso de violação das 2009).
normas referentes à execução penal; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010). § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos
do ensino básico e profissionalizante. (Incluído
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando pela Lei nº 12.245, de 2010)
providências para o adequado funcionamento, e
requerer, quando for o caso, a apuração de § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria
responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
de 2010). 2010).

VI - requerer à autoridade competente a interdição, no Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as
todo ou em parte, de estabelecimento atividades materiais acessórias, instrumentais ou
penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). complementares desenvolvidas em estabelecimentos
penais, e notadamente: (Incluído pela Lei
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará nº 13.190, de 2015).
periodicamente os estabelecimentos penais,
registrando a sua presença em livro I - serviços de conservação, limpeza, informática,
próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). copeiragem, portaria, recepção, reprografia,
telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios,
TÍTULO IV instalações e equipamentos internos e
Dos Estabelecimentos Penais externos; (Incluído pela Lei nº 13.190, de
CAPÍTULO I 2015).
Disposições Gerais
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015).
condenado, ao submetido à medida de segurança, ao
preso provisório e ao egresso. § 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e
fiscalização do poder público. (Incluído pela
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, Lei nº 13.190, de 2015).
separadamente, serão recolhidos a estabelecimento
próprio e adequado à sua condição § 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão
pessoal. (Redação dada pela Lei nº 9.460, compreender o fornecimento de materiais,
de 1997) equipamentos, máquinas e
profissionais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar 2015).
estabelecimentos de destinação diversa desde que
devidamente isolados. Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia
e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como
todas as atividades que exijam o exercício do poder de

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polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei nº pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de
13.190, de 2015). 2015)

I - classificação de condenados; (Incluído IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou


pela Lei nº 13.190, de 2015). contravenções em situação diversa das previstas nos
incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167,
II - aplicação de sanções disciplinares; (Incluído de 2015)
pela Lei nº 13.190, de 2015).
§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou
III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei psicológica ameaçada pela convivência com os demais
nº 13.190, de 2015). presos ficará segregado em local
próprio. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
IV - transporte de presos para órgãos do Poder
Judiciário, hospitais e outros locais externos aos Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei compatível com a sua estrutura e finalidade.
nº 13.190, de 2015).
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política
Art. 84. O preso provisório ficará separado do Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de
condenado por sentença transitada em julgado. capacidade do estabelecimento, atendendo a sua
natureza e peculiaridades.
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo
com os seguintes critérios: (Redação dada Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela
pela Lei nº 13.167, de 2015) Justiça de uma Unidade Federativa podem ser
executadas em outra unidade, em estabelecimento
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou local ou da União.
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de
2015) § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento
penal em local distante da condenação para recolher os
II - acusados pela prática de crimes cometidos com condenados, quando a medida se justifique no interesse
violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei da segurança pública ou do próprio
nº 13.167, de 2015) condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792,
de 2003)
III - acusados pela prática de outros crimes ou
contravenções diversos dos apontados nos incisos I e § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
II. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) poderão trabalhar os liberados ou egressos que se
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de
terras ociosas.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da
Administração da Justiça Criminal ficará em
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
dependência separada.
autoridade administrativa definir o estabelecimento
prisional adequado para abrigar o preso provisório ou
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792,
nº 13.167, de 2015) de 2003)

I - condenados pela prática de crimes hediondos ou CAPÍTULO II


equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de Da Penitenciária
2015)
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena
II - reincidentes condenados pela prática de crimes de reclusão, em regime fechado.
cometidos com violência ou grave ameaça à
pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito
2015) Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias
destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e
III - primários condenados pela prática de crimes condenados que estejam em regime fechado, sujeitos
cometidos com violência ou grave ameaça à ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52

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desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de b) o limite de capacidade máxima que atenda os
2003) objetivos de individualização da pena.

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que CAPÍTULO IV


conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Da Casa do Albergado

Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento
celular: de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da
pena de limitação de fim de semana.
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos
fatores de aeração, insolação e condicionamento Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
térmico adequado à existência humana; separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-
se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
penitenciária de mulheres será dotada de seção para para acomodar os presos, local adequado para cursos e
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças palestras.
maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos,
com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações
responsável estiver presa. (Redação dada pela para os serviços de fiscalização e orientação dos
Lei nº 11.942, de 2009) condenados.

Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da CAPÍTULO V


creche referidas neste artigo: (Incluído pela Do Centro de Observação
Lei nº 11.942, de 2009)
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão
as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
unidades autônomas; e (Incluído pela Lei nº
11.942, de 2009) Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
pesquisas criminológicas.
II – horário de funcionamento que garanta a melhor
assistência à criança e à sua Art. 97. O Centro de Observação será instalado em
responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento
2009) penal.

Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão
local afastado do centro urbano, à distância que não Técnica de Classificação, na falta do Centro de
restrinja a visitação. Observação.

CAPÍTULO III CAPÍTULO VI


Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina- Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto. Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em do Código Penal.
compartimento coletivo, observados os requisitos da
letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o
disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das
dependências coletivas: Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos
a) a seleção adequada dos presos; os internados.

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Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que
97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no sobrevier modificação quanto ao início da execução ou
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em ao tempo de duração da pena.
outro local com dependência médica adequada.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário
CAPÍTULO VII da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia,
Da Cadeia Pública menção dessa circunstância, para fins do disposto no §
2°, do artigo 84, desta Lei.
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de
presos provisórios. Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de
pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia autoridade judiciária.
pública a fim de resguardar o interesse da Administração
da Justiça Criminal e a permanência do preso em local § 1° A autoridade administrativa incumbida da execução
próximo ao seu meio social e familiar. passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos
autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo condenado.
será instalado próximo de centro urbano, observando-
se na construção as exigências mínimas referidas no § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro
artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. especial, segundo a ordem cronológica do recebimento,
e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se,
TÍTULO V no curso da execução, o cálculo das remições e de outras
Da Execução das Penas em Espécie retificações posteriores.
CAPÍTULO I
Das Penas Privativas de Liberdade Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental
SEÇÃO I será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Disposições Gerais Psiquiátrico.

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será
pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por
preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de outro motivo não estiver preso.
recolhimento para a execução.
SEÇÃO II
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, Dos Regimes
que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o
Juiz, será remetida à autoridade administrativa Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no
incumbida da execução e conterá: qual o condenado iniciará o cumprimento da pena
privativa de liberdade, observado o disposto no artigo
I - o nome do condenado; 33 e seus parágrafos do Código Penal.

II - a sua qualificação civil e o número do registro geral Art. 111. Quando houver condenação por mais de um
no órgão oficial de identificação; crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a
determinação do regime de cumprimento será feita pelo
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença resultado da soma ou unificação das penas, observada,
condenatória, bem como certidão do trânsito em quando for o caso, a detração ou remição.
julgado;
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de execução, somar-se-á a pena ao restante da que está
instrução; sendo cumprida, para determinação do regime.

V - a data da terminação da pena; Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada
em forma progressiva com a transferência para regime
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
ao adequado tratamento penitenciário. preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de
recolhimento.

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I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for manifestação do Ministério Público e do defensor,
primário e o crime tiver sido cometido sem violência à procedimento que também será adotado na concessão
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de livramento condicional, indulto e comutação de
de 2019) penas, respeitados os prazos previstos nas normas
vigentes. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for
reincidente em crime cometido sem violência à pessoa § 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
requisitos para progressão de regime são,
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
for primário e o crime tiver sido cometido com violência
à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, I - não ter cometido crime com violência ou grave
de 2019) ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769,
de 2018)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente em crime cometido com violência à pessoa II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de
2019) 2018)

V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no
condenado pela prática de crime hediondo ou regime anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de
equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 2018)
13.964, de 2019)
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário,
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado comprovado pelo diretor do
for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 13.769,
de 2018)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário,
V - não ter integrado organização
vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº
criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
13.964, de 2019)

§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave


b) condenado por exercer o comando, individual ou
implicará a revogação do benefício previsto no § 3º
coletivo, de organização criminosa estruturada para a
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
prática de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os
c) condenado pela prática do crime de constituição de fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto
milícia privada; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for
reincidente na prática de crime hediondo ou § 6º O cometimento de falta grave durante a execução
equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para
a obtenção da progressão no regime de cumprimento da
pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for
objetivo terá como base a pena
reincidente em crime hediondo ou equiparado com
remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
resultado morte, vedado o livramento
condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à
progressão de regime se ostentar boa conduta Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
carcerária, comprovada pelo diretor do supõe a aceitação de seu programa e das condições
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a impostas pelo Juiz.
progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de condenado que:
regime será sempre motivada e precedida de

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I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de § 1° O condenado será transferido do regime aberto se,
fazê-lo imediatamente; além das hipóteses referidas nos incisos anteriores,
frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo multa cumulativamente imposta.
resultado dos exames a que foi submetido, fundados
indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior,
de responsabilidade, ao novo regime. deverá ser ouvido previamente o condenado.

Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas
pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. complementares para o cumprimento da pena privativa
de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais Código Penal).
para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das
seguintes condições gerais e obrigatórias: SEÇÃO III
Das Autorizações de Saída
I - permanecer no local que for designado, durante o SUBSEÇÃO I
repouso e nos dias de folga; Da Permissão de Saída

II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime
fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem obter permissão para sair do estabelecimento,
autorização judicial; mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes
fatos:
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas
atividades, quando for determinado. I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
companheira, ascendente, descendente ou irmão;
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições
estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único
Público, da autoridade administrativa ou do condenado, do artigo 14).
desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o
beneficiário de regime aberto em residência particular preso.
quando se tratar de:
Art. 121. A permanência do preso fora do
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; estabelecimento terá a duração necessária à finalidade
da saída.
II - condenado acometido de doença grave;
SUBSEÇÃO II
Da Saída Temporária
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou
mental;
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime
semi-aberto poderão obter autorização para saída
IV - condenada gestante.
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta,
nos seguintes casos:
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
I - visita à família;
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o
condenado:
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem
como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta
do Juízo da Execução;
grave;

III - participação em atividades que concorram para o


II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
retorno ao convívio social.
somada ao restante da pena em execução, torne
incabível o regime (artigo 111).
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a
utilização de equipamento de monitoração eletrônica

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pelo condenado, quando assim determinar o juiz da Art. 125. O benefício será automaticamente revogado
execução. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) quando o condenado praticar fato definido como crime
doloso, for punido por falta grave, desatender as
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere condições impostas na autorização ou revelar baixo grau
o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por de aproveitamento do curso.
praticar crime hediondo com resultado
morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Parágrafo único. A recuperação do direito à saída
temporária dependerá da absolvição no processo penal,
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do cancelamento da punição disciplinar ou da
do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a demonstração do merecimento do condenado.
administração penitenciária e dependerá da satisfação
dos seguintes requisitos: SEÇÃO IV
Da Remição
I - comportamento adequado;
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou
o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se por estudo, parte do tempo de execução da
reincidente; pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
2011).
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da
pena. § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita
à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433,
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não de 2011)
superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais
4 (quatro) vezes durante o ano. I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
frequência escolar - atividade de ensino fundamental,
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou
beneficiário as seguintes condições, entre outras que ainda de requalificação profissional - divididas, no
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº
situação pessoal do condenado: (Incluído pela 12.433, de 2011)
Lei nº 12.258, de 2010)
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo
do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste
2010) artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou
por metodologia de ensino a distância e deverão ser
II - recolhimento à residência visitada, no período certificadas pelas autoridades educacionais
noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) competentes dos cursos
frequentados. (Redação dada pela Lei nº
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e 12.433, de 2011)
estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
12.258, de 2010) § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as
horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso forma a se compatibilizarem. (Redação dada
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou pela Lei nº 12.433, de 2011)
superior, o tempo de saída será o necessário para o
cumprimento das atividades § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de
discentes. (Renumerado do parágrafo único prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
pela Lei nº 12.258, de 2010) beneficiar-se com a remição .(Incluído pela Lei
nº 12.433, de 2011)
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída
somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de § 5o O tempo a remir em função das horas de estudo
45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão
outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) do ensino fundamental, médio ou superior durante o
cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão

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competente do sistema de educação. (Incluído Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
pela Lei nº 12.433, de 2011) condições a que fica subordinado o livramento.

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as
ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional obrigações seguintes:
poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular
ou de educação profissional, parte do tempo de a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for
execução da pena ou do período de prova, observado o apto para o trabalho;
disposto no inciso I do § 1o deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.433, de 2011) b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;

§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de c) não mudar do território da comarca do Juízo da
prisão cautelar. .(Incluído pela Lei nº 12.433, de execução, sem prévia autorização deste.
2011)
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional,
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, entre outras obrigações, as seguintes:
ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído
pela Lei nº 12.433, de 2011) a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
autoridade incumbida da observação cautelar e de
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar proteção;
até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da b) recolher-se à habitação em hora fixada;
data da infração disciplinar. (Redação dada
pela Lei nº 12.433, de 2011) c) não freqüentar determinados lugares.

Art. 128. O tempo remido será computado como pena d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
cumprida, para todos os efeitos. (Redação
dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de se houver transferido e à autoridade incumbida da
todos os condenados que estejam trabalhando ou observação cautelar e de proteção.
estudando, com informação dos dias de trabalho ou das
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº apresentar-se imediatamente às autoridades referidas
12.433, de 2011) no artigo anterior.

§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do Art. 135. Reformada a sentença denegatória do


estabelecimento penal deverá comprovar livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para
mensalmente, por meio de declaração da respectiva as providências cabíveis.
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento
escolar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta
de livramento com a cópia integral da sentença em 2
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) administrativa incumbida da execução e outra ao
Conselho Penitenciário.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
serviço para fim de instruir pedido de remição. realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente
do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde
SEÇÃO V está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
Do Livramento Condicional
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido demais condenados, pelo Presidente do Conselho
pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na
83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos falta, pelo Juiz;
o Ministério Público e Conselho Penitenciário.

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II - a autoridade administrativa chamará a atenção do Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na


liberando para as condições impostas na sentença de hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir
livramento; o liberado ou agravar as condições.

III - o liberando declarará se aceita as condições. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal
anterior à vigência do livramento, computar-se-á como
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo tempo de cumprimento da pena o período de prova,
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo sendo permitida, para a concessão de novo livramento,
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não a soma do tempo das 2 (duas) penas.
puder escrever.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da computará na pena o tempo em que esteve solto o
execução. liberado, e tampouco se concederá, em relação à
mesma pena, novo livramento.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal,
ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do
que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à Ministério Público, mediante representação do
autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o
for exigida. liberado.

§ 1º A caderneta conterá: Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério


Público, da Defensoria Pública ou mediante
a) a identificação do liberado; representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o
liberado, poderá modificar as condições especificadas
na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido
b) o texto impresso do presente Capítulo;
ao liberado por uma das autoridades ou funcionários
indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei,
c) as condições impostas.
observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1 o e 2o do
mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313,
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um de 2010).
salvo-conduto, em que constem as condições do
livramento, podendo substituir-se a ficha de
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o
identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais
Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho
que possam identificá-lo.
Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o
curso do livramento condicional, cuja revogação,
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver entretanto, ficará dependendo da decisão final.
espaço para consignar-se o cumprimento das condições
referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do
interessado, do Ministério Público ou mediante
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas representação do Conselho Penitenciário, julgará
por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo
da Comunidade terão a finalidade de: do livramento sem revogação.

I - fazer observar o cumprimento das condições Seção VI


especificadas na sentença concessiva do benefício; Da Monitoração Eletrônica
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de
suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei
laborativa. nº 12.258, de 2010)

Parágrafo único. A entidade encarregada da observação Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio
cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório da monitoração eletrônica quando: (Incluído
ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação pela Lei nº 12.258, de 2010)
prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se- 2010)
á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código
Penal.

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II - autorizar a saída temporária no regime VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que
semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de o juiz da execução decida não aplicar alguma das
2010) medidas previstas nos incisos de I a VI deste
parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
de 2010) Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser
revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído
pela Lei nº 12.258, de 2010) I - quando se tornar desnecessária ou
inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, 2010)
de 2010)
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta
nº 12.258, de 2010) grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos CAPÍTULO II


cuidados que deverá adotar com o equipamento Das Penas Restritivas de Direitos
eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído SEÇÃO I
pela Lei nº 12.258, de 2010) Disposições Gerais

I - receber visitas do servidor responsável pela Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou
monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício
cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a
nº 12.258, de 2010) execução, podendo, para tanto, requisitar, quando
necessário, a colaboração de entidades públicas ou
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de solicitá-la a particulares.
danificar de qualquer forma o dispositivo de
monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das
penas de prestação de serviços à comunidade e de
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições
2010) pessoais do condenado e às características do
estabelecimento, da entidade ou do programa
comunitário ou estatal.
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz
da execução, ouvidos o Ministério Público e a SEÇÃO II
defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Da Prestação de Serviços à Comunidade

I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
12.258, de 2010)
I - designar a entidade ou programa comunitário ou
II - a revogação da autorização de saída estatal, devidamente credenciado ou convencionado,
temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de junto ao qual o condenado deverá trabalhar
2010) gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;

III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de II - determinar a intimação do condenado, cientificando-
2010) o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a
pena;
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
2010) III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
modificações ocorridas na jornada de trabalho.
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
2010) § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais
e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou
em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído
pela Lei nº 12.258, de 2010)

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normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo
Juiz. poderá ser feita por qualquer prejudicado.

§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro CAPÍTULO III


comparecimento. Da Suspensão Condicional

Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2
serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de
execução, relatório circunstanciado das atividades do liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma
condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
sobre ausência ou falta disciplinar.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar
SEÇÃO III pena privativa de liberdade, na situação determinada no
Da Limitação de Fim de Semana artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente,
sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a denegue.
intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e
horário em que deverá cumprir a pena. Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data fixado, começando este a correr da audiência prevista
do primeiro comparecimento. no artigo 160 desta Lei.

Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação
durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as
atribuídas atividades educativas. mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou
limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78,
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica § 2º, do Código Penal.
contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
de recuperação e reeducação. (Incluído pela requerimento do Ministério Público ou mediante
Lei nº 11.340, de 2006) proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, condenado.
mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta § 3º A fiscalização do cumprimento das condições,
disciplinar do condenado. reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por
normas supletivas, será atribuída a serviço social
SEÇÃO IV penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou
Da Interdição Temporária de Direitos instituição beneficiada com a prestação de serviços,
inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo
Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à
execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
autoridade competente a pena aplicada, determinada a
intimação do condenado.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,
das condições a que está sujeito, comunicará, também,
inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24
a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
(vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do
ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu
início. § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código
benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das
Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos
condições.
documentos, que autorizam o exercício do direito
interditado.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita
comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente
da nova residência, aos quais o primeiro deverá
ao Juiz da execução o descumprimento da pena.
apresentar-se imediatamente.

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Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
condições do benefício. prosseguimento.

§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
modificar as condições estabelecidas na sentença prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta
recorrida. Lei.

§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa
pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo
incumbência de estabelecer as condições do benefício, 52 do Código Penal).
e, em qualquer caso, a de realizar a audiência
admonitória. Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da
multa se efetue mediante desconto no vencimento ou
Art. 160. Transitada em julgado a sentença salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º,
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, do Código Penal, observando-se o seguinte:
advertindo-o das conseqüências de nova infração penal
e do descumprimento das condições impostas. I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta
parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com
prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem
injustificadamente à audiência admonitória, a de direito;
suspensão ficará sem efeito e será executada
imediatamente a pena. III - o responsável pelo desconto será intimado a
recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena importância determinada.
e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma
do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo
164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com pagamento da multa em prestações mensais, iguais e
a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que sucessivas.
couber a execução da pena.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato diligências para verificar a real situação econômica do
averbado à margem do registro. condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o
número de prestações.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para
efeito de informações requisitadas por órgão judiciário § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de
ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal. situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento
do Ministério Público, revogará o benefício executando-
CAPÍTULO IV se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou
Da Pena de Multa prosseguindo-se na execução já iniciada.

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
com trânsito em julgado, que valerá como título cumulativamente com pena privativa da liberdade,
executivo judicial, o Ministério Público requererá, em enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela
autos apartados, a citação do condenado para, no prazo ser cobrada mediante desconto na remuneração do
de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens condenado (artigo 168).
à penhora.
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver
depósito da respectiva importância, proceder-se-á à resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste
penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a Capítulo.
execução.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior casos em que for concedida a suspensão condicional da
execução seguirão o que dispuser a lei processual civil. pena.

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TÍTULO VI II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;


Da Execução das Medidas de Segurança
CAPÍTULO I III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as
Disposições Gerais diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério
Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar para cada um;
medida de segurança, será ordenada a expedição de
guia para a execução. IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente
que não o tiver;
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das
tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida partes, poderá determinar novas diligências, ainda que
de segurança, sem a guia expedida pela autoridade expirado o prazo de duração mínima da medida de
judiciária. segurança;

Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão,
todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida no prazo de 5 (cinco) dias.
à autoridade administrativa incumbida da execução e
conterá: Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
prazo mínimo de duração da medida de segurança,
I - a qualificação do agente e o número do registro geral poderá o Juiz da execução, diante de requerimento
do órgão oficial de identificação; fundamentado do Ministério Público ou do interessado,
seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-
aplicado a medida de segurança, bem como a certidão se nos termos do artigo anterior.
do trânsito em julgado;
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
III - a data em que terminará o prazo mínimo de cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes
internação, ou do tratamento ambulatorial; for aplicável, o disposto no artigo anterior.

IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de
ao adequado tratamento ou internamento. liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á
o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de
recolhimento e de sujeição a tratamento. Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier
modificações quanto ao prazo de execução. TÍTULO VII
Dos Incidentes de Execução
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de CAPÍTULO I
segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° Das Conversões
e 9° desta Lei.
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2
CAPÍTULO II (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de
Da Cessação da Periculosidade direitos, desde que:

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
no fim do prazo mínimo de duração da medida de
segurança, pelo exame das condições pessoais do II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da
agente, observando-se o seguinte: pena;

I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de III - os antecedentes e a personalidade do condenado
expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá indiquem ser a conversão recomendável.
ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver
sobre a revogação ou permanência da medida;

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Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo desvio de execução:
45 e seus incisos do Código Penal.
I - o Ministério Público;
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será II - o Conselho Penitenciário;
convertida quando o condenado: III - o sentenciado;
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não
sabido, ou desatender a intimação por edital; CAPÍTULO III
Da Anistia e do Indulto
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
programa em que deva prestar serviço; Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a
requerimento do interessado ou do Ministério Público,
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que por proposta da autoridade administrativa ou do
lhe foi imposto; Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.

d) praticar falta grave; Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por
petição do condenado, por iniciativa do Ministério
Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa
administrativa.
de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.

Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos


§ 2º A pena de limitação de fim de semana será
documentos que a instruírem, será entregue ao
convertida quando o condenado não comparecer ao
Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e
estabelecimento designado para o cumprimento da
posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo
Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a",
"d" e "e" do parágrafo anterior. Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do
processo e do prontuário, promoverá as diligências que
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será
ilícito penal e dos fundamentos da sentença
convertida quando o condenado exercer,
condenatória, a exposição dos antecedentes do
injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
condenado e do procedimento deste depois da prisão,
qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º,
emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e
deste artigo.
esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias
omitidas na petição.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a
requerimento do Ministério Público, da Defensoria
petição será submetida a despacho do Presidente da
Pública ou da autoridade administrativa, poderá
República, a quem serão presentes os autos do processo
determinar a substituição da pena por medida de
ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o
segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
determinar.
2010).

Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia


Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a
convertido em internação se o agente revelar
execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
incompatibilidade com a medida.

Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto


Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do
internação será de 1 (um) ano.
interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do
Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa,
CAPÍTULO II
providenciará de acordo com o disposto no artigo
Do Excesso ou Desvio
anterior.

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre TÍTULO VIII


que algum ato for praticado além dos limites fixados na
Do Procedimento Judicial
sentença, em normas legais ou regulamentares.

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Art. 194. O procedimento correspondente às situações § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
perante o Juízo da execução. projetar a adaptação, construção e equipamento de
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a
requerimento do Ministério Público, do interessado, de § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
quem o represente, de seu cônjuge, parente ou providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios
descendente, mediante proposta do Conselho para instalação de casas de albergados.
Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política
em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, Criminal e Penitenciária, mediante justificada
quando não figurem como requerentes da medida. solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de
construção de estabelecimentos.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
decidirá de plano, em igual prazo. § 4º O descumprimento injustificado dos deveres
estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada
pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a pela União, para atender às despesas de execução das
produção daquela ou na audiência designada. penas e medidas de segurança.

Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente
recurso de agravo, sem efeito suspensivo. com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal,
revogadas as disposições em contrário, especialmente
TÍTULO IX a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.
Das Disposições Finais e Transitórias
Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução 96º da República.
penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que
perturbe a segurança e a disciplina dos JOÃO FIGUEIREDO
estabelecimentos, bem como exponha o preso à Ibrahim Abi-Ackel
inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da
pena. EXERCÍCIOS - LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por 1-Na Lei de Execução Penal, o trabalho prisional é
decreto federal. (Regulamento) considerado

Art. 200. O condenado por crime político não está A) faculdade do preso.
obrigado ao trabalho. B) faculdade do Estado.
C) direito e dever do preso.
D) faculdade do empregador.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
E) faculdade de todos.
cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa
se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
2- Segundo o direito vigente, a aplicação de castigos
físicos nos presos é
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da
folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por
A) admissível nos casos de estrita necessidade para
autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer
evitar movimentos contra a ordem e a disciplina
notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
(rebeliões).
processo pela prática de nova infração penal ou outros
B) admissível de forma moderada e sob estrita
casos expressos em lei.
supervisão médica.
C) admissível mediante expressa e específica
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da autorização do juiz da execução penal.
publicação desta Lei, serão editadas as normas D) admissível como sanção disciplinar máxima, nos
complementares ou regulamentares, necessárias à estritos casos de falta grave, apurada em regular
eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis. procedimento administrativo e assegurada a ampla
defesa.
E) inadmissível.

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I - constranger alguém com emprego de violência ou


3- É competente para decidir sobre a progressão de grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
regime prisional o mental:

A) Conselho Nacional de Política Criminal e a) com o fim de obter informação, declaração ou


Penitenciária. confissão da vítima ou de terceira pessoa;
B) Promotor de Justiça da execução penal.
C) Juiz da execução penal. b) para provocar ação ou omissão de natureza
D) Conselho Penitenciário. criminosa;
E) Conselho da Comunidade.
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
4- Para a aplicação de sanções disciplinares é
imprescindível
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
A) procedimento administrativo com garantia de defesa
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
ao condenado.
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
B) a concordância do Promotor de Justiça.
C) a decisão do Juiz da execução penal.
D) a decisão do Conselho Disciplinar. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
E) a prática, pelo preso, de crime doloso.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
5- Analisando a Lei de Execução Penal (n. 7.210/84) presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
sobre o instituto da remição da pena, é INCORRETO físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
afirmar que previsto em lei ou não resultante de medida legal.

A) a remição será feita a razão de 01 dia de pena para 03 § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
de trabalho. quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre
B) não se admitirá remição para os acometidos com na pena de detenção de um a quatro anos.
doença grave.
C) o tempo remido será computado para concessão do § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
livramento condicional e o indulto. gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos;
D) são passíveis de remição os condenados ao regime se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
fechado ou semiaberto.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
6- A pena de prestação de serviços à comunidade NÃO
será convertida em privativa de liberdade se o
I - se o crime é cometido por agente público;
condenado

A) sofrer condenação por outro crime à pena privativa II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
B) não for encontrado por estar em lugar incerto e não (sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741,
sabido. de 2003)
C) praticar falta grave.
D) recusar-se, justificadamente, a prestar o serviço que III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
lhe foi imposto.
E) desatender a intimação por edital. § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
ou emprego público e a interdição para seu exercício
pelo dobro do prazo da pena aplicada.
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
graça ou anistia.
Define os crimes de tortura
e dá outras providências.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
regime fechado.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
crime não tenha sido cometido em território nacional,
Art. 1º Constitui crime de tortura:

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sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente


em local sob jurisdição brasileira. A) contra portador de deficiência e adolescente.
B) contra criança, gestante e maior de sessenta anos.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. C) mediante sequestro.
D ) por agente público.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de E) contra pessoa sob custódia do Estado.
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
10 - A respeito do crime de tortura, assinale a alternativa
correta.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e
109º da República.
A) Somente funcionários públicos ou particulares no
exercício de atividades ligadas aos fins do Estado são
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
sujeitos ativos do crime de tortura.
Nelson A. Jobim
B) Somente funcionários públicos no exercício de suas
atividades podem ser sujeitos ativos do crime de
EXERCÍCIOS - LEI DE TORTURA tortura.
C) O tipo do crime de tortura é elaborado como crime
7-De acordo com a Lei nº 9.455/1997, se do crime de comum, razão pela qual pode ser praticado por qualquer
tortura resultar lesão corporal de natureza grave ou pessoa.
gravíssima, a pena é de reclusão de D) No crime de tortura, o sujeito ativo pode ser a pessoa
jurídica de direito público.
A) quatro a dez anos. E) Somente o policial civil ou militar poderá ser sujeito
B) seis a doze anos. ativo do crime de tortura.
C) um a quatro anos.
D) dois a oito anos. 11- A condenação por crime de tortura acarreta a perda
E) seis a vinte anos. de cargo, função ou emprego público

8- A prática de tortura A) ou a interdição temporária de dois anos, sem receber


salários.
A) é crime contra o Direito Internacional, tendo em vista B) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
a Convenção contra a Tortura e outros tratamentos ou da pena aplicada.
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, mas ainda C) e a interdição para seu exercício por igual prazo da
não é crime no Direito Brasileiro, sendo punida como pena aplicada.
constrangimento ilegal ou lesão corporal. D) e a interdição para o gozo de direitos políticos pelo
B) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo dobro do prazo da pena aplicada.
em vista a Convenção contra a Tortura e outros E) e a interdição para seu exercício da função policial
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Degradantes e a Lei 9.455/97, que define e pune o crime
de tortura, por ele respondendo exclusivamente os
mandantes.
C) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
em vista a Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Dispõe sobre os crimes de
Degradantes e a Lei 9.455/97, que define e pune o crime abuso de autoridade;
de tortura, por ele respondendo exclusivamente os
mandantes e os executores. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
D) ainda não foi tipificada como crime no Direito Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos
Internacional e nem tampouco no Direito Brasileiro, do parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as
sendo apenas uma afronta aos princípios gerais do seguintes partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de
Direito. setembro de 2019:
E) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo
em vista a Convenção contra a Tortura e outros CAPÍTULO III
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou DA AÇÃO PENAL
Degradantes e a Lei 9.455/97, que define e pune crime
de tortura, por ele respondendo os mandantes, os Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal
executores e os que, podendo evitá-lo, se omitirem. pública incondicionada.

9 - NÃO constitui causa de aumento da pena prevista


§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública
para o crime de tortura ser este cometido
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério

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Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia ‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a
ação como parte principal. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo
de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como
prazo para oferecimento da denúncia.” responsável por interrogatório em sede de
procedimento investigatório de infração penal, deixa de
“CAPÍTULO VI identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa
DOS CRIMES E DAS PENAS identidade, cargo ou função.’

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em ‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal
manifesta desconformidade com as hipóteses legais: e reservada do preso com seu advogado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede
o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; pessoal e reservadamente com seu advogado ou
defensor, por prazo razoável, antes de audiência
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-
diversa ou de conceder liberdade provisória, quando se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório
manifestamente cabível; ou no caso de audiência realizada por videoconferência.’

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando ‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil
manifestamente cabível.’ ou administrativa sem justa causa fundamentada ou
contra quem sabe inocente:
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
de resistência, a:
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou
............................................................................... advogado acesso aos autos de investigação preliminar,
ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer
outro procedimento investigatório de infração penal,
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção
de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a
..............................................................................’
diligências em curso, ou que indiquem a realização de
diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão,
pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
multa.’

...............................................................................
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações,
por meio de comunicação, inclusive rede social,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e
prossegue com o interrogatório: formalizada a acusação:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
silêncio; ou multa.’”

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por “CAPÍTULO VIII
advogado ou defensor público, sem a presença de seu DISPOSIÇÕES FINAIS
patrono.’

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............................................................................... Art. tratar de aposento ocupado em habitação coletiva, pois


43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar este não está englobado no termo casa.
acrescida do seguinte art. 7º-B:
14 - A lei nº 4.898 de 9 de dezembro de 1965, regula o
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa Direito de Representação e o processo de
de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos
do caput do art. 7º desta Lei: de abuso de autoridade. Assim, o direito de
representação e o processo de responsabilidade
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e administrativa civil e penal, contra as autoridades que,
multa.’” no exercício de suas funções, cometerem abusos, são
regulados pela presente lei. Dessa forma, constitui
abuso de autoridade qualquer atentado:
Brasília, 27 de setembro de 2019; 198o da
Independência e 131o da República.
A) à violabilidade do domicílio
B) à liberdade de locomoção
JAIR MESSIAS BOLSONARO
C) aos direitos e garantias sociais assegurados ao
exercício do voto indireto
EXERCÍCIOS - ABUSO DE AUTORIDADE D) aos direitos e garantias legais assegurados ao
exercício profissional, mediante autorização legal
12 - Três pessoas em atitude suspeita, próximas a uma E) à liberdade de associação e a obrigatoriedade de
joalheria, foram abordadas por policiais federais ao manter-se associado
adentrarem em um automóvel. Os policiais fizeram
revista e, embora não tenham encontrado nenhuma 15 - Acerca da natureza jurídica das ações penais nos
arma, produto de crime ou irregularidades com o crimes de abuso de autoridade, assinale a alternativa
automóvel, colocaram as três no cubículo da viatura e correta.
permaneceram com elas por dois dias. Com base nessa
situação hipotética, assinale a alternativa correta. A) Depende de representação da vítima, sendo, por isso,
crimes de ação penal pública condicionada.
A) A conduta dos policiais constitui abuso de autoridade B) De regra, são crimes de ação penal pública
na modalidade submeter pessoa sob sua guarda ou incondicionada, conquanto seja necessária a
custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado representação criminal da vítima para o oferecimento
em lei. da denúncia.
B) A conduta dos policiais é típica da prisão temporária. C) O Ministério Público poderá oferecer a denúncia,
C) A conduta dos policiais é adequada para a prisão desde que essa venha instruída com a representação
preventiva, de acordo com a nova legislação acerca do criminal.
tema. D) Quando a autoridade praticar o abuso contra o
D) A conduta dos policiais constitui abuso de autoridade particular, danificando, por exemplo, um bem de sua
na modalidade atentado à liberdade de locomoção. propriedade, a vítima oferecerá queixa-crime contra o
abusador, caso em que a ação penal será privada.
13 - No tocante ao abuso de autoridade na modalidade E) Todos os crimes praticados com abuso de autoridade
atentado à inviolabilidade de domicílio, assinale a são processados mediante ação penal pública
alternativa correta. incondicionada, embora seja possível ao lesado propor
ação penal privada subsidiária da pública, ante a inércia
A) Para configurar o crime, é necessário distinguir a do órgão ministerial.
qualidade do morador do domicílio, se proprietário ou
locatário, recebendo o morador tratamento 16- Segundo dispõe a Lei de Abuso de Autoridade (Lei n°
diferenciado de acordo com cada uma das condições. 4.898/65), o direito de representação será exercido por
B) Configura abuso de autoridade a violação de domicílio meio de petição dirigida à autoridade superior que tiver
por parte de qualquer pessoa, e não apenas por competência legal para aplicar a respectiva sanção, ou
funcionário público no exercício de suas funções ou a ao órgão do Ministério Público que tiver competência
pretexto de exercê-las. para iniciar o processo-crime contra a autoridade. Desta
C) A casa da prostituta é inviolável, mas a casa de feita, pode-se concluir que os referidos crimes são de:
prostituição não goza da proteção da inviolabilidade ao
domicílio. A) Ação penal pública incondicionada.
D) Para as autoridades policiais e de segurança, não B) Ação penal pública condicionada à representação da
vigora o princípio da inviolabilidade de domicílio, já que vítima.
combatem o crime independentemente de flagrância. C) Ação penal pública de iniciativa privada
E) Não há que se observar a inviolabilidade de domicílio D) Ação penal
para caracterizar o abuso de autoridade quando se

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POLÍCIA PENAL 32 LEGISLAÇÃO
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LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. Parágrafo único. As disposições deste artigo não
alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte registros próprios.
Lei:
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I DO REGISTRO
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído competente.
no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal,
tem circunscrição em todo o território nacional. Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão
registradas no Comando do Exército, na forma do
Art. 2o Ao Sinarm compete: regulamento desta Lei.

I – identificar as características e a propriedade de armas Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
de fogo, mediante cadastro; interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e
vendidas no País; I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de
certidões negativas de antecedentes criminais
fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo
Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial
e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei
IV – cadastrar as transferências de propriedade, nº 11.706, de 2008)
extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis
de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes
II – apresentação de documento comprobatório de
de fechamento de empresas de segurança privada e de
ocupação lícita e de residência certa;
transporte de valores;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão


V – identificar as modificações que alterem as
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas
características ou o funcionamento de arma de fogo;
na forma disposta no regulamento desta Lei.

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já


§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
existentes;
de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive indicada, sendo intransferível esta autorização.
as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem no calibre correspondente à arma registrada e na
como conceder licença para exercer a atividade; quantidade estabelecida no regulamento desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em
autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; território nacional é obrigada a comunicar a venda à
autoridade competente, como também a manter banco
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as de dados com todas as características da arma e cópia
características das impressões de raiamento e de dos documentos previstos neste artigo.
microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo § 4o A empresa que comercializa armas de fogo,
fabricante; acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos propriedade enquanto não forem vendidas.
Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações
de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
bem como manter o cadastro atualizado para consulta.

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§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei
munições entre pessoas físicas somente será efetivada nº 11.706, de 2008)
mediante autorização do Sinarm.
I - emissão de certificado de registro provisório pela
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias;
1o será concedida, ou recusada com a devida e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado. II - revalidação pela unidade do Departamento de
Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4 o prescinde prazo que estimar como necessário para a emissão
do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste definitiva do certificado de registro de
artigo. propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do
inciso III do caput deste artigo, na forma do § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de no caput deste artigo, considera-se residência ou
uso permitido que comprove estar autorizado a portar domicílio toda a extensão do respectivo imóvel
arma com as mesmas características daquela a ser rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO III
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com DO PORTE
validade em todo o território nacional, autoriza o seu
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência território nacional, salvo para os casos previstos em
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que legislação própria e para:
seja ele o titular ou o responsável legal pelo
estabelecimento ou empresa. (Redação dada I – os integrantes das Forças Armadas;
pela Lei nº 10.884, de 2004)
II - os integrantes de órgãos referidos
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144
expedido pela Polícia Federal e será precedido de da Constituição Federal e os da
autorização do Sinarm. Força Nacional de Segurança Pública
(FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do 2017)
art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em
período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do III – os integrantes das guardas municipais das capitais
estabelecido no regulamento desta Lei, para a dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo. (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou
do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei IV - os integrantes das guardas municipais dos
que não optar pela entrega espontânea prevista no art. Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos
32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de
a apresentação de documento de identificação pessoal 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
Inteligência e os agentes do Departamento de
4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da
de 2008) (Prorrogação de prazo)
Presidência da República; (Vide Decreto nº 9.685,
de 2019)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3 o deste
artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art.
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
provisório, expedido na rede mundial de computadores
- internet, na forma do regulamento e obedecidos os

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VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993,
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos de 2014)
e as guardas portuárias;
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI,
de valores constituídas, nos termos desta Lei; VII e X do caput deste artigo está condicionada à
comprovação do requisito a que se refere o inciso III
IX – para os integrantes das entidades de desporto do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela
demandem o uso de armas de fogo, na forma do Lei nº 11.706, de 2008)
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
legislação ambiental. § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
guardas municipais está condicionada à formação
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita funcional de seus integrantes em estabelecimentos de
Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, ensino de atividade policial, à existência de mecanismos
cargos de Auditor-Fiscal e Analista de fiscalização e de controle interno, nas condições
Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
de 2007) supervisão do Ministério da Justiça. (Redação
dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92
da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da § 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias
União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
seus quadros pessoais que efetivamente estejam no militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
exercício de funções de segurança, na forma de o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério artigo, na forma do regulamento desta Lei.
Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694,
de 2012) § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte
e cinco) anos que comprovem depender do emprego de
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI arma de fogo para prover sua subsistência alimentar
do caput deste artigo terão direito de portar arma de familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
fogo de propriedade particular ou fornecida pela arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um)
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou
validade em âmbito nacional para aquelas constantes inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado
dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei comprove a efetiva necessidade em requerimento ao
nº 11.706, de 2008) qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706,
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e de 2008)
guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva I - documento de identificação pessoal; (Incluído
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde pela Lei nº 11.706, de 2008)
que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993,
de 2014) II - comprovante de residência em área rural;
e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - submetidos a regime de dedicação
exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de III - atestado de bons antecedentes. (Incluído
2014) pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do § 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua
regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, arma de fogo, independentemente de outras
de 2014) tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2008)
de 2014)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos
Municípios que integram regiões metropolitanas será

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autorizado porte de arma de fogo, quando em § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições
serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) de que trata este artigo fica condicionado à
apresentação de documentação comprobatória do
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das preenchimento dos requisitos constantes do art.
empresas de segurança privada e de transporte de 4o desta Lei, bem como à formação funcional em
valores, constituídas na forma da lei, serão de estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas existência de mecanismos de fiscalização e de controle
empresas, somente podendo ser utilizadas quando em interno, nas condições estabelecidas no regulamento
serviço, devendo essas observar as condições de uso e desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
sendo o certificado de registro e a autorização de porte § 4o A listagem dos servidores das instituições de que
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa. trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente
no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa 2012)
de segurança privada e de transporte de valores
responderá pelo crime previsto no parágrafo único do § 5o As instituições de que trata este artigo são
art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à
administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
fato.
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades
o
§ 2 A empresa de segurança e de transporte de valores desportivas legalmente constituídas devem obedecer às
deverá apresentar documentação comprobatória do condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo
preenchimento dos requisitos constantes do art. órgão competente, respondendo o possuidor ou o
4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do
de fogo. regulamento desta Lei.

§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto do porte de arma para os responsáveis pela segurança
ao Sinarm. de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil
e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito
das instituições descritas no inciso XI do art. 6 o serão de de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas caçadores e de representantes estrangeiros em
instituições, somente podendo ser utilizadas quando em competição internacional oficial de tiro realizada no
serviço, devendo estas observar as condições de uso e território nacional.
de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
sendo o certificado de registro e a autorização de porte Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de
expedidos pela Polícia Federal em nome da uso permitido, em todo o território nacional, é de
instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694, de competência da Polícia Federal e somente será
2012) concedida após autorização do Sinarm.

§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser
trata este artigo independe do pagamento de concedida com eficácia temporária e territorial limitada,
taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o
requerente:
§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
Público designará os servidores de seus quadros I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício
pessoais no exercício de funções de segurança que de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
poderão portar arma de fogo, respeitado o limite integridade física;
máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de
servidores que exerçam funções de II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

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III – apresentar documentação de propriedade de arma § 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos
de fogo, bem como o seu devido registro no órgão §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento
competente. do profissional pela Polícia Federal. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso CAPÍTULO IV
o portador dela seja detido ou abordado em estado de DOS CRIMES E DAS PENAS
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
alucinógenas. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
serviços relativos: com determinação legal ou regulamentar, no interior de
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
I – ao registro de arma de fogo; local de trabalho, desde que seja o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa:
II – à renovação de registro de arma de fogo;
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
III – à expedição de segunda via de registro de arma de
fogo; Omissão de cautela

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo; Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
V – à renovação de porte de arma de fogo; portadora de deficiência mental se apodere de arma de
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma propriedade:
de fogo.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
o
§ 1 Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à
manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
e do Comando do Exército, no âmbito de suas proprietário ou diretor responsável de empresa de
respectivas responsabilidades. segurança e transporte de valores que deixarem de
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
artigo as pessoas e as instituições a que se referem os de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) de ocorrido o fato.

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
as condições do credenciamento de profissionais pela
Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
e da capacidade técnica para o manuseio de arma de depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor permitido, sem autorização e em desacordo com
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor determinação legal ou regulamentar:
médio dos honorários profissionais para realização de
avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela
Lei nº 11.706, de 2008) Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá 1)
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de Disparo de arma de fogo
2008)

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Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
como finalidade a prática de outro crime: utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. acessório ou munição, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
inafiançável. (Vide Adin 3.112-1) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que serviços, fabricação ou comércio irregular ou
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter clandestino, inclusive o exercido em
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
munição de uso restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
2019) ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada 2019)
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Tráfico internacional de arma de fogo
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
do território nacional, a qualquer título, de arma de
II – modificar as características de arma de fogo, de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso autoridade competente:
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
ou juiz; multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em entrega arma de fogo, acessório ou munição, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar; operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado,
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer quando presentes elementos probatórios razoáveis de
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; 13.964, de 2019)

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
explosivo a criança ou adolescente; e munição forem de uso proibido ou restrito.

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e
legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou 18, a pena é aumentada da metade se: (Redação dada
explosivo. pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste I - forem praticados por integrante dos órgãos e
artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa
Comércio ilegal de arma de fogo natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são para destruição ou doação aos órgãos de segurança
insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
3.112-1) desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.886, de
2019)
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS § 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
Exército que receberem parecer favorável à doação,
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada
convênios com os Estados e o Distrito Federal para o ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
cumprimento do disposto nesta Lei. prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como relatório reservado trimestral a ser encaminhado
a definição das armas de fogo e demais produtos àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para
controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou manifestação de interesse. (Incluído pela Lei
obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato nº 11.706, de 2008)
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante
proposta do Comando do Exército. (Redação § 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em
dada pela Lei nº 11.706, de 2008) decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
estar acondicionadas em embalagens com sistema de ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas
a identificação do fabricante e do adquirente, entre em favor da União e encaminhadas para o Comando do
outras informações definidas pelo regulamento desta Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que
Lei. atestem seu bom estado, destinadas com prioridade
para os órgãos de segurança pública e do sistema
penitenciário da unidade da federação responsável pela
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão
apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
expedidas autorizações de compra de munição com
identificação do lote e do adquirente no culote dos
projéteis, na forma do regulamento desta Lei. § 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
armas a serem doadas ao juiz competente, que
determinará o seu perdimento em favor da instituição
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano
beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo
intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, § 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
exclusive para os órgãos previstos no art. 6o. responsabilidade da instituição beneficiada, que
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
concedida nos termos definidos em encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
semestralmente, da relação de armas acauteladas em
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. juízo, mencionando suas características e o local onde se
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
e fiscalizar a produção, exportação, importação,
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro comercialização e a importação de brinquedos, réplicas
e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
atiradores e caçadores. confundir.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, os simulacros destinados à instrução, ao adestramento,
quando não mais interessarem à persecução penal ou à coleção de usuário autorizado, nas condições
serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando fixadas pelo Comando do Exército.
do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas,

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POLÍCIA PENAL 39 LEGISLAÇÃO
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Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme
restrito. especificar o regulamento desta Lei:

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
aquisições dos Comandos Militares. ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos facilite ou permita o transporte de arma ou munição
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das sem a devida autorização ou com inobservância das
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X normas de segurança;
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 11.706, de 2008) II – à empresa de produção ou comércio de armamentos
que realize publicidade para venda, estimulando o uso
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já indiscriminado de armas de fogo, exceto nas
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicações especializadas.
publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados,
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas,
de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová- adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências
la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas,
6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art.
publicação, sem ônus para o requerente. 5o da Constituição Federal.

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar prestação dos serviços de transporte internacional e
seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante interestadual de passageiros adotarão as providências
apresentação de documento de identificação pessoal e necessárias para evitar o embarque de passageiros
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota armados.
fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da
posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros
declaração firmada na qual constem as características balísticos serão armazenados no Banco Nacional de
da arma e a sua condição de proprietário, ficando este Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento
das demais exigências constantes dos incisos I a III § 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo
poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, § 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
certificado de registro provisório, expedido na forma do constituído pelos registros de elementos de munição
§ 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes,
11.706, de 2008) para subsidiar ações destinadas às apurações criminais
federais, estaduais e distritais. (Incluído pela Lei nº
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo 13.964, de 2019)
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo,
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e § 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido
indenização, nos termos do regulamento desta Lei. pela unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante § 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis
recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou
na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade promover sua utilização para fins diversos dos previstos
de eventual posse irregular da referida nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) e administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

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§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base - até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, §
de dados do Banco Nacional de Perfis 3o)
Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional


- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do
Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, III - Registro de arma de 60,00
de 2019) fogo para empresa de segurança privada
e de transporte
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS de valores

IV - Renovação do certificado de registro


Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e de arma de fogo para empresa de
munição em todo o território nacional, salvo para as
entidades previstas no art. 6o desta Lei. segurança privada e de transporte de
valores:
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado
em outubro de 2005. - até 30 de junho de 2008 30,00

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o


disposto neste artigo entrará em vigor na data de
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Eleitoral. - de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro 45,00
de 2008
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de
1997.
- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
publicação.
VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da
Independência e 115o da República. VII - Expedição de segunda via de
60,00
certificado de registro de arma de fogo
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA VIII - Expedição de segunda via de porte
Márcio Thomaz Bastos 60,00
de arma de fogo
José Viegas Filho
Marina Silva

ANEXO EXERCÍCIOS - ESTATUTO DE DESARMAMENTO


(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
17 - Wolff, após longos serviços prestados na área de
TABELA DE TAXAS segurança pública, é convidado para organizar a
memória dos armamentos utilizados no Brasil,
compondo catálogo e administrando órgão que seria
ATO ADMINISTRATIVO R$ criado para o exercício do seu mister. Nos termos do
estatuto do desarmamento, a classificação legal, técnica
I - Registro de arma de fogo:
e geral, bem como a definição das armas de fogo e
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito demais produtos controlados, de usos proibidos,
restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico
(art. 30) serão disciplinadas em ato do chefe do:
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00
A) Poder Executivo Federal
II - Renovação do certificado de registro B) Departamento de Polícia Federal
de arma de fogo: C) Setor de Armamentos do Exército
D) Conselho Nacional de Armas
Gratuito

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18- Sebastião Vitorino foi abordado por policiais em seu B) os policiais estão certos, porque os vigilantes só
veículo particular. Após realizar busca em seu veículo, os poderiam estar armados quando estivessem no
militares encontraram, no porta-malas, uma espingarda transporte efetivo de numerário.
calibre 28 carregada com munições para caça. Sebastião C) os policiais estão errados, porque o caso seria de
havia ganhado a arma do avô há muitos anos e não prisão por posse irregular de arma de fogo e não porte
possuía qualquer registro ou permissão para transportar ilegal de arma de fogo.
esse armamento. D) os policiais estão errados, porque os vigilantes podem
Nessa seara, em desfavor de Sebastião, é CORRETO portar armas em serviço ou fora dele.
afirmar que deverá ser tomada a seguinte medida: E) não se pode afirmar se os policiais estão corretos ou
errados, pois faltam informações.
A) Sebastião será preso e conduzido até a delegacia em
razão da prática do crime de porte ilegal de arma de 21 - Y tem 22 anos e é vigilante de uma instituição
fogo, previsto no artigo 14 do Estatuto do bancária que faz transporte de valores. Nessa função, de
Desarmamento. acordo com a Lei no 10.826/2003, é permitido a Y
B) Sebastião será detido e levado até a autoridade
policial em razão do cometimento do crime de posse A) portar arma municiada em serviço e fora dele.
ilegal de arma de fogo, tipificado no artigo 12 da Lei nº B) fazer o carregamento de arma de fogo em serviço.
10.826/2003. C) adquirir arma de fogo no comércio legal.
C) Sebastião será flagrado em razão de contravenção D) ter arma de fogo em sua residência.
penal. E) ter munição em sua residência.
D) Sebastião será liberado no local, considerando que a
arma de Sebastião tem origem idônea.
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013
19- O certificado de Registro de Arma de Fogo, com
validade em todo o território nacional, autoriza o seu
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no Define organização criminosa e dispõe sobre a
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência investigação criminal, os meios de obtenção da prova,
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que infrações penais correlatas e o procedimento criminal;
seja ele o titular ou o responsável legal pelo altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
estabelecimento ou empresa. De acordo com a Lei (Código Penal); revoga a Lei nº 9.034, de 3 de maio de
nº10.826/2003, o certificado de registro de arma de 1995; e dá outras providências.
fogo será expedido:
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
A) Pela Polícia Militar e será precedido de autorização do Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Sinarm. Lei:
B) Pelo Exército Brasileiro e será precedido de
autorização da Polícia Militar. CAPÍTULO I
C) Pela Polícia Civil e será precedido de autorização da DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Polícia Militar.
D) Pela Polícia Federal e será precedido de autorização Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe
do Sinarm. sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da
prova, infrações penais correlatas e o procedimento
20- X e Y são vigilantes e estão conduzindo, em serviço, criminal a ser aplicado.
veículo da instituição financeira em que trabalham, para
recebimento de numerário a ser transportado de um
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de
depósito para outro. Ambos estão uniformizados e
4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
armados. No caminho para o primeiro depósito, param
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
em um restaurante de beira de estrada para almoçar. Na
informalmente, com objetivo de obter, direta ou
oportunidade, quando já se encontram dentro do
indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
restaurante, são surpreendidos por policiais militares
mediante a prática de infrações penais cujas penas
que decidem prendê-los em flagrante por porte ilegal de
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
arma de fogo de uso permitido. Analisando o trecho da
sejam de caráter transnacional.
narrativa referente à decisão da prisão em flagrante,
conclui-se que, de acordo com a Lei no 10.826/2003,
§ 2º Esta Lei se aplica também:
A) os policiais estão certos, porque os vigilantes
deveriam ter deixado suas armas dentro de veículo. I - às infrações penais previstas em tratado ou
convenção internacional quando, iniciada a execução no

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País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8
estrangeiro, ou reciprocamente; (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas § 7º Se houver indícios de participação de policial nos
voltadas para a prática dos atos de terrorismo crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia
legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério
13.260, de 2016) Público, que designará membro para acompanhar o
feito até a sua conclusão.
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização § 8º As lideranças de organizações criminosas armadas
criminosa: ou que tenham armas à disposição deverão iniciar o
cumprimento da pena em estabelecimentos penais de
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem segurança máxima. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
prejuízo das penas correspondentes às demais infrações 2019)
penais praticadas.
§ 9º O condenado expressamente em sentença por
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de integrar organização criminosa ou por crime praticado
qualquer forma, embaraça a investigação de infração por meio de organização criminosa não poderá
penal que envolva organização criminosa. progredir de regime de cumprimento de pena ou obter
livramento condicional ou outros benefícios prisionais
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação se houver elementos probatórios que indiquem a
da organização criminosa houver emprego de arma de manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei
fogo. nº 13.964, de 2019)

§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, CAPÍTULO II


individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA
que não pratique pessoalmente atos de execução. PROVA

§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão
terços): permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei,
os seguintes meios de obtenção da prova:
I - se há participação de criança ou adolescente;
I - colaboração premiada;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a
organização criminosa dessa condição para a prática de II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
infração penal; ópticos ou acústicos;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar- III - ação controlada;


se, no todo ou em parte, ao exterior;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
IV - se a organização criminosa mantém conexão com telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
outras organizações criminosas independentes; dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
comerciais;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a
transnacionalidade da organização. V - interceptação de comunicações telefônicas e
telemáticas, nos termos da legislação específica;
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário
público integra organização criminosa, poderá o juiz VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal,
determinar seu afastamento cautelar do cargo, nos termos da legislação específica;
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à investigação ou VII - infiltração, por policiais, em atividade de
instrução processual. investigação, na forma do art. 11;

§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais,
ao funcionário público a perda do cargo, função, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e
emprego ou mandato eletivo e a interdição para o informações de interesse da investigação ou da
instrução criminal.

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§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo utilidade e interesse público. (Incluído pela Lei nº
sobre a capacidade investigatória, poderá ser 13.964, de 2019)
dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de § 5º Os termos de recebimento de proposta de
equipamentos destinados à polícia judiciária para o colaboração e de confidencialidade serão elaborados
rastreamento e obtenção de provas previstas nos incisos pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e
II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) pelo advogado ou defensor público com poderes
específicos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação de
que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de § 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por
21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
de controle interno da realização da nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo
contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) colaborador, de boa-fé, para qualquer outra
finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Seção I
Da Colaboração Premiada Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) estar instruída com procuração do interessado com
poderes específicos para iniciar o procedimento de
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente
jurídico processual e meio de obtenção de prova, que pela parte que pretende a colaboração e seu advogado
pressupõe utilidade e interesse públicos. (Incluído pela ou defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Lei nº 13.964, de 2019) 2019)

Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização § 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
de acordo de colaboração demarca o início das deve ser realizada sem a presença de advogado
negociações e constitui também marco de constituído ou defensor público. (Incluído pela Lei nº
confidencialidade, configurando violação de sigilo e 13.964, de 2019)
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, até § 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de
o levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
pela Lei nº 13.964, de 2019) solicitar a presença de outro advogado ou a participação
de defensor público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada 2019)
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida
justificativa, cientificando-se o interessado. (Incluído § 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador
pela Lei nº 13.964, de 2019) deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais
concorreu e que tenham relação direta com os fatos
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
deverão firmar Termo de Confidencialidade para
prosseguimento das tratativas, o que vinculará os § 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
órgãos envolvidos na negociação e impedirá o colaboração e os anexos com os fatos adequadamente
indeferimento posterior sem justa causa. (Incluído descritos, com todas as suas circunstâncias, indicando as
pela Lei nº 13.964, de 2019) provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para
análise ou o Termo de Confidencialidade não implica, Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes,
por si só, a suspensão da investigação, ressalvado conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
acordo em contrário quanto à propositura de medidas terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por
processuais penais cautelares e assecuratórias, bem restritiva de direitos daquele que tenha colaborado
como medidas processuais cíveis admitidas pela efetiva e voluntariamente com a investigação e com o
legislação processual civil em vigor. (Incluído pela Lei processo criminal, desde que dessa colaboração
nº 13.964, de 2019) advenha um ou mais dos seguintes resultados:

§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser I - a identificação dos demais coautores e partícipes da
precedido de instrução, quando houver necessidade de organização criminosa e das infrações penais por eles
identificação ou complementação de seu objeto, dos praticadas;
fatos narrados, sua definição jurídica, relevância,

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II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de § 6º O juiz não participará das negociações realizadas
tarefas da organização criminosa; entre as partes para a formalização do acordo de
colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia,
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das o investigado e o defensor, com a manifestação do
atividades da organização criminosa; Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o
Ministério Público e o investigado ou acusado e seu
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do defensor.
proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa; § 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo,
serão remetidos ao juiz, para análise, o respectivo
V - a localização de eventual vítima com a sua termo, as declarações do colaborador e cópia da
integridade física preservada. investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o
colaborador, acompanhado de seu defensor,
oportunidade em que analisará os seguintes aspectos na
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará
homologação: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
em conta a personalidade do colaborador, a natureza,
2019)
as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do
fato criminoso e a eficácia da colaboração.
I - regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 2º Considerando a relevância da colaboração
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com II - adequação dos benefícios pactuados àqueles
a manifestação do Ministério Público, poderão requerer previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, sendo
ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial nulas as cláusulas que violem o critério de definição do
ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do
previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de Penal), as regras de cada um dos regimes previstos no
outubro de 1941 (Código de Processo Penal). Código Penal e na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
(Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de
regime não abrangidos pelo § 5º deste
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso
por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período,
até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, III - adequação dos resultados da colaboração aos
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV e V
do caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o
Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia
se a proposta de acordo de colaboração referir-se a IV - voluntariedade da manifestação de vontade,
infração de cuja existência não tenha prévio especialmente nos casos em que o colaborador está ou
conhecimento e o colaborador: (Redação dada pela esteve sob efeito de medidas cautelares. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) Lei nº 13.964, de 2019)

I - não for o líder da organização criminosa; § 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise
fundamentada do mérito da denúncia, do perdão
judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena, nos
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
termos deste artigo.
1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), antes de
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio
conceder os benefícios pactuados, exceto quando o
da infração quando o Ministério Público ou a autoridade
acordo prever o não oferecimento da denúncia na forma
policial competente tenha instaurado inquérito ou
dos §§ 4º e 4º-A deste artigo ou já tiver sido proferida
procedimento investigatório para apuração dos fatos
sentença. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
apresentados pelo colaborador. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de
renúncia ao direito de impugnar a decisão
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
homologatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta
objetivos.
que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às

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POLÍCIA PENAL 45 LEGISLAÇÃO
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partes para as adequações necessárias. (Redação dada § 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em
pela Lei nº 13.964, de 2019) caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
colaboração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser § 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que
ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo o colaborador cesse o envolvimento em conduta ilícita
delegado de polícia responsável pelas investigações. relacionada ao objeto da colaboração, sob pena de
rescisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em
que as provas autoincriminatórias produzidas pelo Art. 5º São direitos do colaborador:
colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente
em seu desfavor. I - usufruir das medidas de proteção previstas na
legislação específica;
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir
ao réu delatado a oportunidade de manifestar-se após o II - ter nome, qualificação, imagem e demais
decurso do prazo concedido ao réu que o informações pessoais preservados;
delatou. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo coautores e partícipes;
homologado e sua eficácia.
IV - participar das audiências sem contato visual com os
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não outros acusados;
denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
judicial. comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua
prévia autorização por escrito;
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração
deverá ser feito pelos meios ou recursos de gravação VI - cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento
magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, penal diverso dos demais corréus ou
inclusive audiovisual, destinados a obter maior condenados. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
fidelidade das informações, garantindo-se a 2019)
disponibilização de cópia do material ao
colaborador. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada
2019)
deverá ser feito por escrito e conter:

§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador


I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do
verdade.
delegado de polícia;
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu
execução da colaboração, o colaborador deverá estar
assistido por defensor. defensor;

IV - as assinaturas do representante do Ministério


§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada
Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de
ou proferida com fundamento apenas nas declarações
seu defensor;
do colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
V - a especificação das medidas de proteção ao
colaborador e à sua família, quando necessário.
I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será
sigilosamente distribuído, contendo apenas
II - recebimento de denúncia ou queixa-
informações que não possam identificar o colaborador e
crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
o seu objeto.
III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração
13.964, de 2019)
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a

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distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
oito) horas. investigação, representada pelo delegado de polícia ou
requerida pelo Ministério Público, após manifestação
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao técnica do delegado de polícia quando solicitada no
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma curso de inquérito policial, será precedida de
de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial,
defensor, no interesse do representado, amplo acesso que estabelecerá seus limites.
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício
do direito de defesa, devidamente precedido de § 1º Na hipótese de representação do delegado de
autorização judicial, ressalvados os referentes às polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
diligências em andamento. Ministério Público.

§ 3º O acordo de colaboração premiada e os § 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de


depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não
até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, puder ser produzida por outros meios disponíveis.
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade
em qualquer hipótese. (Redação dada pela Lei nº § 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6
13.964, de 2019) (seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
desde que comprovada sua necessidade.
Seção II
Da Ação Controlada § 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório
circunstanciado será apresentado ao juiz competente,
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a que imediatamente cientificará o Ministério Público.
intervenção policial ou administrativa relativa à ação
praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, § 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia
desde que mantida sob observação e acompanhamento poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério
para que a medida legal se concretize no momento mais Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório
eficaz à formação de provas e obtenção de informações. da atividade de infiltração.

§ 1º O retardamento da intervenção policial ou Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia
administrativa será previamente comunicado ao juiz infiltrados virtuais, obedecidos os requisitos do caput do
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus art. 10, na internet, com o fim de investigar os crimes
limites e comunicará ao Ministério Público. previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por
organizações criminosas, desde que demonstrada sua
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de necessidade e indicados o alcance das tarefas dos
forma a não conter informações que possam indicar a policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
operação a ser efetuada. e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais
que permitam a identificação dessas
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos pessoas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das § 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-
investigações. se: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto I - dados de conexão: informações referentes a hora,


circunstanciado acerca da ação controlada. data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de conexão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
administrativa somente poderá ocorrer com a II - dados cadastrais: informações referentes a nome e
cooperação das autoridades dos países que figurem endereço de assinante ou de usuário registrado ou
como provável itinerário ou destino do investigado, de autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
objeto, instrumento ou proveito do crime. atribuído no momento da conexão. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
Seção III
Da Infiltração de Agentes § 2º Na hipótese de representação do delegado de
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o

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Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
2019) no caput deste artigo serão reunidos em autos
apartados e apensados ao processo criminal juntamente
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de com o inquérito policial, assegurando-se a preservação
infração penal de que trata o art. 1º desta Lei e se as da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade
provas não puderem ser produzidas por outros meios dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 representação do delegado de polícia para a infiltração
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, de agentes conterão a demonstração da necessidade da
mediante ordem judicial fundamentada e desde que o medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando
total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
comprovada sua necessidade. (Incluído pela Lei nº e o local da infiltração.
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
relatório circunstanciado, juntamente com todos os atos mediante procedimento sigiloso e requisição da
eletrônicos praticados durante a operação, deverão ser autoridade judicial, as informações necessárias à
registrados, gravados, armazenados e apresentados ao efetividade da identidade fictícia criada, nos casos de
juiz competente, que imediatamente cientificará o infiltração de agentes na internet. (Incluído pela Lei
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.964, de nº 13.964, de 2019)
2019)
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia distribuído, de forma a não conter informações que
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar
Público e o juiz competente poderão requisitar, a o agente que será infiltrado.
qualquer tempo, relatório da atividade de
infiltração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º As informações quanto à necessidade da operação
de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) quatro) horas, após manifestação do Ministério Público
na hipótese de representação do delegado de polícia,
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável das investigações e a segurança do agente infiltrado.
pela autorização da medida, que zelará por seu
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º Os autos contendo as informações da operação de
infiltração acompanharão a denúncia do Ministério
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o Público, quando serão disponibilizados à defesa,
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério assegurando-se a preservação da identidade do agente.
Público e ao delegado de polícia responsável pela
operação, com o objetivo de garantir o sigilo das § 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado
investigações. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) sofre risco iminente, a operação será sustada mediante
requisição do Ministério Público ou pelo delegado de
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público
identidade para, por meio da internet, colher indícios de e à autoridade judicial.
autoria e materialidade dos crimes previstos no art. 1º
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a
devida proporcionalidade com a finalidade da
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar investigação, responderá pelos excessos praticados.
de observar a estrita finalidade da investigação
responderá pelos excessos praticados. (Incluído pela Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração,
Lei nº 13.964, de 2019) a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da
investigação, quando inexigível conduta diversa.
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser Art. 14. São direitos do agente:
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das
couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de investigações que envolvam a ação controlada e a
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de infiltração de agentes:
proteção a testemunhas;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz
e demais informações pessoais preservadas durante a Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros,
investigação e o processo criminal, salvo se houver documentos e informações requisitadas pelo juiz,
decisão judicial em contrário; Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de
investigação ou do processo:
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser
fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
sem sua prévia autorização por escrito. multa.

Seção IV Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de


Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso
Informações dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público CAPÍTULO III


terão acesso, independentemente de autorização DISPOSIÇÕES FINAIS
judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que
informem exclusivamente a qualificação pessoal, a Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações
filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, penais conexas serão apurados mediante procedimento
empresas telefônicas, instituições financeiras, ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
provedores de internet e administradoras de cartão de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado
crédito. o disposto no parágrafo único deste artigo.

Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder
juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso,
bancos de dados de reservas e registro de viagens. prorrogáveis em até igual período, por decisão
fundamentada, devidamente motivada pela
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel complexidade da causa ou por fato procrastinatório
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das atribuível ao réu.
autoridades mencionadas no art. 15, registros de
identificação dos números dos terminais de origem e de Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado
destino das ligações telefônicas internacionais, pela autoridade judicial competente, para garantia da
interurbanas e locais. celeridade e da eficácia das diligências investigatórias,
assegurando-se ao defensor, no interesse do
Seção V representado, amplo acesso aos elementos de prova
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
Prova devidamente precedido de autorização judicial,
ressalvados os referentes às diligências em andamento.
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: Parágrafo único. Determinado o depoimento do
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no
prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato,
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de podendo ser ampliado, a critério da autoridade
colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a responsável pela investigação.
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
sobre a estrutura de organização criminosa que sabe Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
inverídicas: dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
a seguinte redação:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
“ Associação Criminosa

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Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o 23 - Quanto à Infiltração de Agentes, com previsão na
fim específico de cometer crimes: Lei n° 12.850/2013, que trata do Crime Organizado,
pode-se afirmar corretamente:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
A) Será admitida a infiltração se houver indícios de
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a infração penal de crime organizado, mesmo se a prova
associação é armada ou se houver a participação de puder ser produzida por outros meios disponíveis.
criança ou adolescente.” (NR) B) As informações quanto à necessidade da operação de
infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz
competente, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
oito) horas, após manifestação do Ministério Público na
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
hipótese de representação do delegado de polícia.
a seguinte redação:
C) A infiltração será autorizada pelo prazo de até 3 (três)
meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
“Art. 342.
que comprovada sua necessidade.
D) Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. crime pelo agente infiltrado no curso da investigação,
quando inexigível conduta diversa.
...............................................................” (NR) E) A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
investigação requerida pelo Ministério Público
Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995. independe de manifestação técnica do delegado de
polícia quando solicitada no curso de inquérito policial.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45
(quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial. 24 - Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta.
De acordo com o que dispõe a Lei nº 12.850/2013,
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e considera-se organização criminosa a associação de
125º da República. ____, estruturalmente ordenada e caracterizada pela
divisão de tarefas, ainda que informalmente, com
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
DILMA ROUSSEFF
qualquer natureza, mediante a prática de infrações
José Eduardo Cardozo
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

EXERCÍCIOS - ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA A) 4 (quatro) ou mais pessoas


B) 3 (três) pessoas
22 - Quanto à Infiltração de Agentes, com previsão na C) 5 (cinco) ou mais pessoas
Lei n° 12.850/2013, que trata do Crime Organizado, D) 2 (duas) pessoas
pode-se afirmar corretamente: E) 5 (cinco) pessoas

A) A infiltração de agentes de polícia em tarefas de 25 - Um dos benefícios que o colaborador pode obter se
investigação requerida pelo Ministério Público fizer a colaboração premiada, delineada na Lei nº
independe de manifestação técnica do delegado de 12.850/2013, é a redução da pena privativa de
polícia quando solicitada no curso de inquérito policial. liberdade. Assinale a alternativa que apresenta
B) A infiltração será autorizada pelo prazo de até 3 (três) corretamente o máximo de redução que pode ser
meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde aplicado à pena.
que comprovada sua necessidade.
C) Será admitida a infiltração se houver indícios de A) 1/3 (um terço).
infração penal de crime organizado, mesmo se a prova B) 2/5 (dois quintos).
puder ser produzida por outros meios disponíveis. C) 1/6 (um sexto).
D) As informações quanto à necessidade da operação de D) 2/3 (dois terços).
infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz E) 1/5 (um quinto).
competente, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, após manifestação do Ministério Público na 26 - A Lei nº 12.850/2013 disciplina a possibilidade de
hipótese de representação do delegado de polícia. agentes de polícia em tarefas de investigação. Nesse
E) Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de sentido, assinale a alternativa que NÃO apresenta um
crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, dos direitos do agente.
quando inexigível conduta diversa.

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A) Recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada.


B) Ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz TÍTULO II
e demais informações pessoais preservadas durante a Do Tratamento Reeducativo
investigação e o processo criminal, salvo se houver CAPÍTULO I
decisão judicial em contrário. Da Individualização do Tratamento
C) Não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado
ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia Art. 8º – O tratamento reeducativo consiste na adoção
autorização verbal. de um conjunto de medidas médico-psicológicas e
D) Usufruir das medidas de proteção a testemunhas. sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua
E) Ter sua identidade alterada. reintegração na sociedade.

Art. 9º – O tratamento reeducativo será individualizado


LEI 11.404 DE 25/01/1994 e levará em conta a personalidade de cada sentenciado.

Contém normas de execução penal. Art. 10 – O sentenciado está sujeito ao exame


criminológico para verificação de carência físico-
(Vide Lei Complementar nº 59, de 18/1/2001.) psíquica e outras causas de inadaptação social.
(Vide Lei nº 15.289, de 4/8/2004.)
Art. 11 – Com base no exame criminológico, serão
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus realizados a classificação e o programa de tratamento
representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono do sentenciado.
a seguinte Lei:
Art. 12 – A colaboração do sentenciado no processo de
TÍTULO I sua observação psicossocial e de seu tratamento é
Disposições Preliminares voluntária.

Art. 1º – Esta lei regula a execução das medidas Art. 13 – A observação do sentenciado se fará do início
privativas de liberdade e restritivas de direito, bem ao fim da execução da pena.
como a manutenção e a custódia do preso provisório.
CAPÍTULO II
Art. 2º – A execução penal destina-se à reeducação do Da Observação Psicossocial
sentenciado e à sua reintegração na sociedade.
§ 1º – A execução penal visa, ainda, a prevenir a Art. 14 – A observação médico-psicossocial compreende
reincidência, para proteção e defesa da sociedade. os exames biológico, psicológico e complementares e o
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 19.478, de estudo social do sentenciado.
12/1/2011.)
§ 2º O controle da execução penal será realizado com o Art. 15 – A observação empírica se realizará no trabalho,
auxílio de programas eletrônicos de computador. na sala de aula, no refeitório, na praça de esportes e em
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19.478, de todas as situações da vida cotidiana do sentenciado.
12/1/2011.)
Art. 16 – O exame criminológico será realizado no centro
Art. 3º – Ao sentenciado é garantido o exercício de seus de observação ou na seção de observação do
direitos civis, políticos, sociais e econômicos, exceto os estabelecimento penitenciário ou por especialista da
que forem incompatíveis com a detenção ou com a comunidade.
condenação.
Art. 17 – A equipe de observação se reunirá
Art. 4º – No regime e no tratamento penitenciário serão semanalmente para apreciar o resultado de cada exame
observados o respeito e a proteção aos direitos do e, afinal, redigir o relatório social de síntese.
homem.
Art. 18 – O relatório social de síntese, de caráter
Art. 5º – O sentenciado deve ser estimulado a colaborar interdisciplinar, será levado à Comissão Técnica de
voluntariamente na execução de seu tratamento Classificação, que elaborará o programa de tratamento.
reeducativo.
CAPÍTULO III
Art. 6º – O Estado e a comunidade são co-responsáveis Da Classificação
na realização das atividades de execução penal.
Art. 19 – Cada estabelecimento penitenciário contará
Art. 7º – Na execução penal não haverá distinção de com uma Comissão Técnica de Classificação, à qual
caráter racial, religioso ou político. incumbe elaborar o programa de tratamento

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reeducativo e acompanhar a evolução da execução da


pena. Art. 28 – O efetivo da classe normal não excederá 30
(trinta) alunos, e o da classe especial, 15 (quinze).
Art. 20 – A Comissão Técnica de Classificação é presidida
pelo Diretor do estabelecimento e composta de, no Art. 29 – Dar-se-á especial atenção ao ensino
mínimo, um psiquiatra, um psicólogo, um assistente fundamental, à preparação profissional e à formação do
social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e um caráter do jovem adulto.
representante de obras sociais da comunidade. (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390,
de 31/10/2002.)
Art. 21. Compete à Comissão Técnica de Classificação
opinar sobre a progressão ou a regressão do regime de Art. 30 – Os sentenciados trabalharão em oficina de
cumprimento da pena, a remição da pena, o aprendizagem industrial e artesanato rural ou em
monitoramento eletrônico, o livramento condicional e o serviço agrícola do estabelecimento, conforme suas
indulto. preferências, origem urbana ou rural, aptidão física,
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 19.478, habilidade manual, inteligência e nível de escolaridade.
de 12/1/2011.)
Parágrafo único – No caso de progressão ou regressão Art. 31 – Pode ser instituída, nas penitenciárias, escola
de regime, as reuniões da Comissão Técnica de de ensino médio.
Classificação serão presididas pelo Juiz da Execução, (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390,
presente o Ministério Público. de 31/10/2002.)

Art. 22 – A Comissão Técnica de Classificação proporá o Art. 32 – Serão oferecidas facilidades e estímulos ao
programa de tratamento reeducativo, com base na sentenciado, nos termos da lei, para fazer curso
sentença condenatória e no relatório social de síntese universitário.
do Centro de Observação ou da equipe interdisciplinar. Parágrafo único – A direção da penitenciária manterá
contato com as autoridades acadêmicas para a
Art. 23 – O programa individual de tratamento admissão do sentenciado no curso de que trata este
compreenderá a indicação do regime de cumprimento artigo.
da pena, do estabelecimento penitenciário adequado,
da escolarização, do trabalho e da orientação Art. 33 – É permitido ao sentenciado participar de curso
profissional, das atividades culturais e esportivas e das por correspondência, rádio e televisão, sem prejuízo da
medidas especiais de assistência ou tratamento. disciplina e da segurança.

CAPÍTULO IV Art. 34 – A penitenciária pode firmar convênio com


Dos Elementos do Tratamento Penitenciário entidade pública ou privada para a realização de curso
profissional ou supletivo.
Art. 24 – O tratamento penitenciário realiza-se através § 1º – O detento poderá inscrever-se nos exames
do desenvolvimento de atividades relacionadas com: supletivos aplicados pelo Estado, com direito a isenção
instrução, trabalho, religião, disciplina, cultura, de taxa.
recreação e esporte, contato com o mundo exterior e § 2º – Os cursos supletivos poderão ser ministrados por
relações com a família. voluntário cadastrado pela Secretaria de Estado da
Educação e autorizado pela Secretaria de Estado da
SEÇÃO I Justiça.
Da Instrução (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390,
de 31/10/2002.)
Art. 25 – Serão organizados, nas penitenciárias, cursos
de formação cultural e profissional, que se coordenarão Art. 35 – Ao sentenciado será fornecido diploma ou
com o sistema de instrução pública. certificado de conclusão de curso, que não mencionará
sua condição de sentenciado.
Art. 26 – O ensino fundamental é obrigatório para todos
os detentos que não o tiverem concluído. Art. 36 – As penitenciárias contarão com biblioteca
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, organizada com livros de conteúdos informativo,
de 31/10/2002.) educativo e recreativo, adequados às formações
cultural, profissional e espiritual do sentenciado.
Art. 27 – O estabelecimento penitenciário disporá de Parágrafo único – Será livre a escolha da leitura, e serão
classe especial para os infratores, dando-se ênfase à proporcionadas condições para o estudo, a pesquisa e a
escolarização fundamental. recreação.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390,
de 31/10/2002.)

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Art. 37 – Os programas de atividades de cultura, de lazer Classificação, a personalidade, os antecedentes e o grau


e de desporto serão articulados de modo a favorecer a de recuperação do sentenciado que assegurem sua
expressão das aptidões dos sentenciados. regular e efetiva aplicação ao trabalho, bem como o
respeito à ordem pública.
Art. 38 – Serão ministradas, nas penitenciárias, a (Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
instrução musical e a educação física.
Parágrafo único – A parte prática do ensino musical será Art. 45 – O sentenciado em regime semiaberto poderá,
realizada por meio de participação em banda, fanfarra, com autorização judicial, frequentar, na comunidade,
conjunto instrumental e grupo coral. estabelecimento de ensino ou de formação profissional,
ouvida a Comissão Técnica de Classificação, observado o
SEÇÃO II disposto nos arts. 122 a 125 da Lei Federal nº 7.210, de
Do Trabalho 11 de julho de 1984.
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 19.478,
Art. 39 – O trabalho é obrigatório para o sentenciado, de 12/1/2011.)
ressalvado o disposto no art. 58.
§ 1º – O trabalho penitenciário será estabelecido Art. 46 – O trabalho externo será supervisionado pelo
segundo critérios pedagógicos e psicotécnicos, tendo-se serviço social penitenciário mediante visita de inspeção
em conta as exigências do tratamento, e procurará ao local de trabalho.
aperfeiçoar as aptidões de trabalho e a capacidade (Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.)
individual do sentenciado, de forma a capacitá-lo para o
desempenho de suas responsabilidades sociais. Art. 47 – O trabalho externo pode ser prestado nos
§ 2º – O trabalho será exercido de acordo com os termos da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
métodos empregados nas escolas de formação (Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
profissional do meio livre.
§ 3º – Na contratação de obras e de serviços pela Art. 48 – É obrigatório o regresso do sentenciado ao
administração pública direta ou indireta do Estado serão estabelecimento penitenciário, no regime semi-aberto,
reservados para sentenciados até 10% (dez por cento) quando em serviço particular, finda a jornada de
do total das vagas existentes. trabalho, sendo-lhe permitido, quando em trabalho em
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº obra pública, pernoitar em dependência da obra, sob
18.725, de 13/1/2010.) custódia e vigilância da direção da entidade, que
§ 4º – Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será mensalmente enviará à penitenciária relatório sobre o
dada preferência aos sentenciados: seu comportamento.
I – que cumpram pena na localidade em que se
desenvolva a atividade contratada; Art. 49 – Deverá ser imediatamente comunicada à
II – que apresentem melhores indicadores com relação penitenciária a ocorrência de acidente, falta grave ou
à aptidão, à habilitação, à experiência, à disciplina, à evasão, perdendo o sentenciado, nas duas últimas
responsabilidade e ao grau de periculosidade, apurados hipóteses, o direito à prestação de trabalho externo.
pelo poder público e registrados em cadastro próprio.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 16.940, de Art. 50 – É obrigatório o seguro contra acidentes nos
16/8/2007.) trabalhos interno e externo.

Art. 40 – A jornada diária de trabalho do sentenciado Art. 51 – A remuneração do trabalho do sentenciado,


não excederá 8 (oito) horas. quando não for fixada pelo órgão competente, será
estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação.
Art. 41 – A resistência ao trabalho ou a falta voluntária § 1º – A remuneração será fixada, para o trabalho
em sua execução constituem infração disciplinar, cuja interno, em quantia não inferior a 3/4 (três quartos) do
punição será anotada no prontuário do sentenciado. salário mínimo.
§ 2º – A remuneração do sentenciado que tiver
Art. 42 – A classificação para o trabalho atenderá às concluído curso de formação profissional, bem como a
capacidades física e intelectual e à aptidão profissional do que tiver bom comportamento e progresso na sua
do sentenciado, com vistas à sua ressocialização e recuperação, será acrescida de 1/4 (um quarto) do seu
formação profissional. valor.

Art. 43 – Aplica-se no estabelecimento penitenciário a Art. 52 – A prestação de serviço pelo sentenciado será
legislação relativa à higiene e à segurança do de cunho exclusivamente pedagógico, com vistas a sua
trabalhador. reintegração na sociedade, não implicando vínculo
empregatício, ressalvado o trabalho industrial exercido
Art. 44 – Para a prestação do trabalho externo, serão em fundação, empresa pública com autonomia
considerados, segundo parecer da Comissão Técnica de

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administrativa ou entidade privada, o qual terá após 12 (doze) meses contínuos de trabalho, dedicação
remuneração igual à do trabalhador livre. e produtividade.
(Vide art. 4º da Lei nº 15.457, de 12/1/2005.)
SEÇÃO III
Art. 53 – O contrato de prestação de serviços para o Da Religião
trabalho externo do sentenciado será celebrado entre o
Diretor do estabelecimento penitenciário, ouvida a Art. 60 – O sentenciado tem direito à liberdade de
Comissão Técnica de Classificação, e o estabelecimento crença e culto, permitida a manifestação religiosa pelo
tomador do serviço, dependendo do consentimento aprendizado e pelo exercício do culto, bem como a
expresso do sentenciado, nos termos do § 3º do art. 36 participação nos serviços organizados no
da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984. estabelecimento penitenciário, a posse de livro de
Parágrafo único – Nas licitações para obras de instrução religiosa e a prática da confissão, sem prejuízo
construção, reforma, ampliação e manutenção de da ordem e da disciplina.
estabelecimento prisional, a proposta de Parágrafo único – A manifestação religiosa se dará sem
aproveitamento, mediante contrato, de mão-de-obra de prejuízo da ordem e da disciplina exigidas no
presos, nos termos deste artigo, poderá ser considerada estabelecimento.
como fator de pontuação, a critério da administração.
(Parágrafo único acrescentado pelo art. 1º da Lei nº Art. 61 – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 14.505, de
12.921, de 29/6/1998.) 20/12/2002.)
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.) Dispositivo revogado:
“Art. 61 – É permitida, nas penitenciárias, nos termos do
Art. 54 – A remuneração auferida pelo sentenciado no regulamento desta lei, a presença de representante
trabalho externo será empregada: religioso, com autorização para organizar serviços
I – na indenização dos danos causados pelo delito, desde litúrgicos e fazer visita pastoral aos adeptos de sua
que determinados judicialmente e não reparados por religião.”
outro meio;
II – na assistência à família do sentenciado, segundo a lei SEÇÃO IV
civil; Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas
III – cumprido o disposto nos incisos anteriores e
ressalvadas outras aplicações legais, na constituição de Art. 62 – Para os bem-estares físico e mental do
pecúlio, na forma de depósito em caderneta de sentenciado, serão organizadas, nos estabelecimentos
poupança mantida por estabelecimento oficial, o qual penitenciários, atividades culturais, recreativas e
será entregue ao sentenciado no ato de sua libertação. esportivas.

Art. 55 – A contabilidade do estabelecimento Art. 63 – Os programas de atividades esportivas


penitenciário manterá registro da conta individual do destinam-se em particular ao jovem adulto, podendo ser
sentenciado. solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros órgãos da
comunidade, a colaboração em seu desenvolvimento.
Art. 56 – As despesas de manutenção e as custas
processuais não poderão ser deduzidas da remuneração Art. 64 – O professor de Educação Física e o
do sentenciado que se distinguir por sua conduta recreacionista organizarão sessões de educação física e
exemplar. atividades dirigidas para grupos de condenados,
Parágrafo único – A conduta é considerada exemplar devendo observar-lhes o comportamento, para fins de
quando o sentenciado manifesta, durante a execução da anotação.
pena, constante empenho no trabalho e na
aprendizagem escolar e profissional, bem como senso SEÇÃO V
de responsabilidade em seu comportamento pessoal. Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família

Art. 57 – Excetuam-se da obrigação de trabalhar os Art. 65 – Será estimulado o contato do sentenciado com
maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram o mundo exterior pela prática das medidas de
enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a semiliberdade e pelo trabalho com pessoas da
mulher antes e após o parto, nos termos da legislação sociedade, com o objetivo de conscientizá-lo de sua
trabalhista. cidadania e de sua condição de parte da comunidade
livre.
Art. 58 – O sentenciado fará jus ao repouso semanal, de Parágrafo único – O contato com o meio exterior será
preferência no domingo. programado pelo serviço social, ouvida a Comissão
Técnica de Classificação.
Art. 59 – Será concedido descanso de até 1 (um) mês ao (Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 19.478, de
sentenciado não perigoso, de bom comportamento, 12/1/2011.)

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Art. 66 – O sentenciado tem direito a manter relações a progressão ou a regressão do regime de cumprimento
familiares, incluindo visitas periódicas da família. de pena, no mesmo estabelecimento ou em outro.
§ 1º – Compete ao serviço social assistir e orientar o
sentenciado em suas relações familiares. Art. 69 – A progressão depende da evolução favorável
§ 2º – O direito estabelecido no caput abrange relações do tratamento, e a regressão, da evolução desfavorável.
oriundas de casamento, união estável, união
homoafetiva e parentesco. Art. 70 – No término do tratamento ou na proximidade
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19.478, do livramento condicional, a Comissão Técnica de
de 12/1/2011.) Classificação elaborará relatório final, no qual constarão
o resultado do tratamento, a prognose favorável quanto
Art. 67 – O sentenciado e o preso provisório têm direito à vida futura do sentenciado, bem como informação
a visita íntima, com periodicidade duração, horários e sobre o pedido de livramento condicional.
procedimentos definidos pela autoridade competente.
§ 1º – A visita ocorrerá em local específico, adequado à TÍTULO III
sua finalidade e compatível com a dignidade humana. Dos Estabelecimentos Penitenciários
§ 2º – O sentenciado indicará cônjuge ou companheiro, CAPÍTULO I
para fins de registro e controle pelo estabelecimento Disposições Gerais
prisional, e fornecerá a devida documentação
comprobatória do casamento, união estável ou união Art. 71 – Os estabelecimentos penitenciários destinam-
homoafetiva. se ao cumprimento do disposto nos incisos XLVI, "a",
§ 3º – A indicação realizada nos termos do § 2º poderá XLVIII, XLIX e L do art. 5º da Constituição Federal e
ser cancelada a qualquer tempo, mediante compreendem:
comprovação de rompimento do vínculo. I – presídio e cadeia pública, destinados à custódia dos
§ 4º – Na hipótese do § 3º, somente seis meses após o presos à disposição do Juiz processante;
cancelamento poderá ocorrer nova indicação de II – penitenciária, para o sentenciado em regime
cônjuge ou companheiro para fins de visita íntima. fechado;
§ 5º – Poderá ser atribuído ao visitante documento de III – colônia agrícola, industrial ou similar, para o
identificação específico, exigível para a realização da sentenciado em regime semi-aberto;
visita íntima. IV – casa do albergado, para o sentenciado em regime
§ 6º – Somente se admitirá visitante menor de dezoito aberto;
anos quando legalmente casado e, nos demais casos, V – centro de reeducação do jovem adulto, para o
quando devidamente autorizado pelo juízo competente. sentenciado em regime aberto ou semi-aberto;
§ 7º – O sentenciado receberá atendimento médico e VI – centro de observação, para realização do exame
informações com o objetivo de evitar contato sexual de criminológico de classificação;
risco. VII – hospital de custódia e tratamento psiquiátrico para
§ 8º – A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida, inimputáveis e semi-imputáveis, indicados no art. 26 do
por tempo determinado, por ato motivado da Código Penal.
autoridade competente, nas seguintes hipóteses: (Vide art. 7º da Lei nº 18.030, de 12/1/2009.)
I – sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do art.
143; Art. 72 – Os estabelecimentos penitenciários disporão
II – registro de ato de indisciplina ou atitude de casa, sistema de energia, reservatório de água,
inconveniente praticados pelo visitante, apurados em quadras poliesportivas, locais para a guarda militar e
procedimento administrativo; para os agentes prisionais, dependências para
III – risco à segurança do sentenciado, de preso administração, assistência médica, assistência religiosa,
provisório ou de terceiros, ou à disciplina do gabinete odontológico, ensino, serviços gerais, visita de
estabelecimento prisional provocado pela visita; familiares e visita íntima, bem como de almoxarifado,
IV – solicitação do preso. celas individuais, alojamento coletivo, biblioteca e salas
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19.478, equipadas para a realização de videoaudiências e
de 12/1/2011.) prestação de assistência jurídica.
(Caput com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19.478,
CAPÍTULO V de 12/1/2011.)
Da Evolução do Tratamento § 1º – As penitenciárias disporão ainda de locutório para
advogados, salas para autoridades, salas de estágio para
Art. 68 – O programa de tratamento será avaliado estudantes universitários e gabinete para equipe
durante sua evolução, para fins de progressão ou interdisciplinar de observação ou de tratamento.
regressão. (Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 13.661, de
Parágrafo único – A avaliação periódica do tratamento 14/7/2000.)
pela Comissão Técnica de Classificação e sua § 2º – A pessoa recolhida em prisão provisória que ao
homologação pelo Juiz da Execução Penal determinarão tempo do delito era policial civil, policial militar,

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bombeiro militar, agente de segurança penitenciário ou Art. 78 – Os estabelecimentos de regime fechado terão
agente de segurança socioeducativo do Estado ficará em a lotação máxima de 500 (quinhentos) sentenciados; os
dependência distinta e isolada dos demais complexos de regime semi-aberto, de 300 (trezentos); os de regime
penitenciários. aberto, de 50 (cinquenta) semilivres; o presídio, de 400
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 13.661, de (quatrocentos) acusados e a cadeia pública, de 50
14/7/2000.) (cinquenta) presos.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº (Vide § 1º do art. 1º da Lei nº 12.985, de 30/7/1998.)
22.865, de 8/1/2018.)
§ 3º – A garantia prevista no § 2º deste artigo estende- Art. 79 – Para a localização do estabelecimento de
se ao condenado em sentença transitada em julgado regime fechado, levar-se-ão em conta as facilidades de
que ao tempo do delito era policial civil, policial militar, acesso e comunicação, a viabilidade do aproveitamento
bombeiro militar, agente de segurança penitenciário ou de serviços básicos existentes, as condições necessárias
agente de segurança socioeducativo do Estado. ao adequado internamento, além da existência de áreas
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 13.661, de destinadas a instalações de aprendizagem profissional,
14/7/2000.) à prática de esportes e recreação, a visitas, ao ensino e
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº à assistência especializada.
22.865, de 8/1/2018.) § 1º – Para o estabelecimento de regimes aberto e semi-
aberto, será considerada ainda a proximidade de locais
Art. 73 – As oficinas e instalações agrícolas devem reunir de trabalho, de cursos de instrução primária e formação
condições semelhantes às da comunidade livre, profissional e de assistências hospitalar e religiosa.
observadas as normas legais para a proteção do § 2º – O presídio e a cadeia pública se localizarão no
trabalho e a prevenção de acidente. meio urbano, respectivamente, na Capital e em sedes de
comarca com fácil acesso ao fórum local ou a varas
Art. 74 – Será construído pavilhão de observação, de criminais.
regime fechado, onde não houver centro de observação
como unidade autônoma. CAPÍTULO II
Do Presídio e da Cadeia Pública
Art. 75 – Devem ser previstas seções independentes, de
segurança reforçada, para internamento de condenado Art. 80 – O presídio e a cadeia pública, estabelecimentos
que tenha exercido função policial, de bombeiro militar, de regime fechado, destinam-se à custódia do preso
de agente de segurança penitenciário ou de agente de provisório e à execução da pena privativa de liberdade
segurança socioeducativo e que, por essa condição, para o preso residente e domiciliado na comarca.
esteja ou possa vir a estar ameaçado em sua integridade
física, bem como para internamento de condenado por Art. 81 – No presídio e na cadeia pública, haverá
crime hediondo e de rebelde ou opositor ao regime do unidades independentes para a mulher, para o jovem
estabelecimento. adulto, para o preso que tenha exercido função policial,
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 22.865, de bombeiro militar, de agente de segurança
de 8/1/2018.) penitenciário ou de agente de segurança socioeducativo
§ 1º – Será obrigatória a existência das seções previstas e para o cumprimento de pena privativa de liberdade e
no "caput" para a guarda de condenados que forem de limitação de fim de semana.
considerados de alta periculosidade e de difícil (Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 22.865,
recuperação. de 8/1/2018.)
§ 2º – Haverá seção aberta, independente, no § 1º – O sentenciado poderá cumprir, na cadeia local,
estabelecimento de regime fechado ou semi-aberto, pena em regime fechado ou semi-aberto, caso a
para atividades de reintegração na sociedade. penitenciária se localize em área distante da residência
de sua família.
Art. 76 – O complexo penitenciário será constituído de § 2º – Às presidiárias serão asseguradas condições para
pavilhões separados, para a execução progressiva dos permanecer com os filhos durante o período de
regimes fechado, semi-aberto e aberto. amamentação.

Art. 77 – A Comissão Técnica de Classificação do Art. 82 – O presídio e a cadeia pública, além do pessoal
estabelecimento penitenciário formará grupos de de vigilância e segurança e do pessoal administrativo,
sentenciados segundo as necessidades de tratamento, a contarão com equipe interdisciplinar de observação.
progressão dos regimes, a concessão ou a revogação de
benefícios, a autorização de saída, a remição da pena, o Art. 83 – Aplica-se ao estabelecimento destinado ao
pedido de livramento condicional e a aplicação de preso provisório o disposto no art. 83 da Lei Federal nº
sanção disciplinar. 7.210, de 11 de junho de 1984, com a adequada
(Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19.478, adaptação ao regime do estabelecimento.
de 12/1/2011.)

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CAPÍTULO III CAPÍTULO V


Da Penitenciária Da Casa do Albergado

Art. 84 – A penitenciária destina-se à execução da pena Art. 93 – A casa do albergado destina-se à execução da
privativa de liberdade em regime fechado. pena privativa de liberdade em regime aberto.

Art. 85 – O sentenciado será alojado em quarto Art. 94 – Haverá casa de albergado na Capital e nas sedes
individual, provido de cama, lavatório, chuveiro e de comarca.
aparelho sanitário. Parágrafo único – Onde não houver casa do albergado,
o regime aberto poderá ser cumprido em seção
Art. 86 – São requisitos básicos da unidade celular: independente, separada do estabelecimento de regime
I – salubridade do ambiente pela concorrência dos fechado ou semi-aberto.
fatores de aeração, insolação e condicionamento
térmico adequados à existência humana; Art. 95 – A casa do albergado deverá preencher os
II – área mínima de 6m2 (seis metros quadrados). seguintes requisitos:
I – localização em meio urbano com autonomia
Art. 87 – A penitenciária para mulheres será dotada, administrativa;
ainda, de dependência para atendimento da gestante e II – ocupação por número reduzido de candidatos,
da parturiente, de creche e de unidade de educação pré- selecionados segundo sua aptidão para o regime aberto.
escolar.
Art. 96 – São condições para o cumprimento da pena na
Art. 88 – O alojamento coletivo terá suas instalações casa do albergado:
sanitárias localizadas em área separada e somente será I – aceitação, pelo candidato, do programa de
ocupado por sentenciados que preencham as tratamento;
necessárias condições para a sua utilização. II – afetação do semilivre ao trabalho, com preparação
profissional para a reintegração na sociedade;
Art. 89 – No regime fechado, predominam as normas de III – colaboração da comunidade.
segurança e disciplina, que cobrirão, durante 24 (vinte e
quatro) horas, a vida diária dos reclusos, que serão Art. 97 – No regime aberto, serão observadas as normas
classificados em grupos, segundo as necessidades de de ordem e disciplina necessárias à convivência normal
tratamento, submetendo-se às diferentes atividades do na comunidade civil, com ausência de precauções de
processo de ressocialização: trabalho, instrução, ordem material ou física, em razão da aceitação
religião, recreação e esporte. voluntária da disciplina e do senso de responsabilidade
do sentenciado.
CAPÍTULO IV § 1º – No regime aberto, é permitido ao sentenciado
Das Colônias Agrícola e Industrial mover-se sem vigilância tanto no interior do
estabelecimento como nas saídas para trabalho externo,
Art. 90 – A colônia agrícola e a industrial destinam-se à para frequência a curso e para atividades de pré-
execução da pena privativa de liberdade em regime liberdade.
semi-aberto. § 2º – O regime aberto compõe-se das seguintes fases:
I – iniciação, em que o sentenciado será informado sobre
Art. 91 – Os sentenciados poderão ser alojados em o programa do estabelecimento e seu regimento
dormitório coletivo, observados os requisitos do art. 88. interno;
II – aceitação do programa, em que será permitido ao
Art. 92 – No regime semi-aberto, serão observadas as sentenciado sair para o trabalho;
normas de segurança, ordem e disciplina necessárias à III – confiança em que o sentenciado gozará das
convivência normal dentro do estabelecimento e à vantagens inerentes ao exercício de sua
adaptação às peculiaridades do tratamento responsabilidade e de autorização de saída.
reeducativo. (Inciso com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19.478,
Parágrafo único – No regime semi-aberto, a agenda de 12/1/2011.)
diária elaborada pela Comissão Técnica de Classificação
disporá sobre as atividades preceptivas, recreativas e CAPÍTULO VI
esportivas para o sentenciado, que manterá contato Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
com a sociedade para o trabalho externo, frequentará
cursos de instrução escolar e profissional e desenvolverá Art. 98 – O centro de reeducação do jovem adulto
outras atividades de reintegração na sociedade, sob a destina-se aos sentenciados de 18 (dezoito) a 21 (vinte
assistência e a orientação do pessoal penitenciário ou do e um) anos de idade, em regime aberto e semi-aberto.
serviço social. Parágrafo único – O centro contará com seção
independente para os menores infratores que tiverem

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atingido 18 (dezoito) anos sem conclusão do processo


reeducativo. Art. 107 – O pessoal profissional e não profissional do
estabelecimento psiquiátrico deverá ser selecionado e
Art. 99 – No centro de reeducação do jovem adulto, será qualificado, com especial atenção às exigências
intensiva a ação educativa, com a adoção de métodos peculiares ao tratamento dos sentenciados.
pedagógicos e psicopedagógicos.
Art. 108 – A direção do hospital deverá informar
Art. 100 – Para individualização do tratamento, as mensalmente à autoridade judiciária sobre as condições
seções separadas conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta) psíquicas do sentenciado recuperado.
sentenciados.
Art. 109 – A administração penitenciária poderá firmar
Art. 101 – O pessoal do centro terá especialização convênio com hospital psiquiátrico da comunidade para
profissional, com atualização em cursos especiais o tratamento de sentenciado destinado ao hospital de
promovidos pela administração penitenciária. custódia e tratamento psiquiátrico.

CAPÍTULO VII TÍTULO IV


Do Centro de Observação Do Regime Penitenciário
CAPÍTULO I
Art. 102 – O centro de observação, estabelecimento de Da Admissão e do Registro
regime fechado, tem por objetivo estudar a
personalidade do delinquente nos planos físico, psíquico Art. 110 – A admissão do sentenciado ou do preso
e social, para sua afetação ao estabelecimento provisório se fará à vista de ordem da autoridade
adequado ao regime penitenciário, indicando as competente.
medidas de ordem escolar, profissional, terapêutica e
moral que fundamentarão a elaboração do programa de Art. 111 – O registro de detenção ou internação será
tratamento reeducativo. feito em livro próprio ou em meio eletrônico, e nele
constarão:
Art. 103 – O centro de observação, além do pessoal de (Caput com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19.478,
segurança, vigilância e administração, contará com de 12/1/2011.)
equipe interdisciplinar de observação, constituída de I – a identidade do sentenciado ou do preso provisório;
psicólogo, psiquiatra, clínico geral, assistente social, II – os motivos da detenção ou da internação e a
educador e criminólogo. autoridade que a determinou;
III – o dia e a hora da admissão e da saída.
CAPÍTULO VIII
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Art. 112 – Inicia-se, no ato do registro, o prontuário
pessoal do sentenciado, que o seguirá nas
Art. 104 – O hospital de custódia e tratamento transferências.
psiquiátrico, de regime semi-aberto, destina-se aos Parágrafo único – O prontuário conterá uma parte
inimputáveis e semi-imputáveis indicados no art. 26 e judiciária, uma parte penitenciária e uma parte social.
seu parágrafo único do Código Penal.
§ 1º – Haverá seções independentes de regime fechado, Art. 113 – O sentenciado será informado sobre a
segundo as exigências do tratamento psiquiátrico, no legislação pertinente e sobre o regime interno do
caso de extrema periculosidade do sentenciado. estabelecimento.
§ 2º – As seções de regime aberto destinam-se ao
tratamento ambulatorial e à preparação para o Art. 114 – O sentenciado tem o direito de informar sua
reingresso na sociedade. situação ao Juiz e ao seu advogado ou à pessoa por ele
indicada.
Art. 105 – No estabelecimento psiquiátrico, haverá,
além das dependências da administração, segurança e Art. 115 – O preso provisório será informado de seus
vigilância, seções de observação normal, de direitos, assegurada a comunicação com a família e com
praxiterapia, esporte e recreação, observando-se, no seu defensor e o respeito ao princípio da presunção de
que for aplicável, o art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11 inocência.
de junho de 1984.
Art. 116 – Efetuada a admissão, proceder-se-á à
Art. 106 – No hospital, além do exame psiquiátrico, separação do sentenciado segundo o sexo, a idade, os
serão realizados o exame criminológico e os exames antecedentes, o estado físico e mental e a necessidade
necessários aos tratamentos terapêutico e reeducativo, de tratamento reeducativo ou psiquiátrico.
com respeito e proteção aos direitos da pessoa do
sentenciado.

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Art. 117 – A agenda diária das atividades da vida em § 1º – O doente que tiver necessidade de cuidados
comum dos sentenciados será elaborada pela Comissão especiais será transferido para estabelecimento
Técnica de Classificação. penitenciário especializado ou hospital civil.
§ 2º – Ao sentenciado será prestada assistência
CAPÍTULO II odontológica.
Do Alojamento
Art. 127 – Para a assistência sanitária, os
Art. 118 – Aos sentenciados serão destinadas celas estabelecimentos penitenciários serão dotados de:
individuais. I – enfermaria com camas, material clínico, instrumental
Parágrafo único – Em caso de necessidade, a adequado e produtos farmacêuticos para a internação
administração da penitenciária poderá autorizar a médica ou odontológica de urgência;
colocação de mais de um sentenciado na cela ou no II – dependência para observação psiquiátrica e
quarto individual, adequadamente selecionado, vedada, cuidados de toxicômano;
nesse caso, a ocupação apenas por dois sentenciados. III – unidade para doenças infecciosas.

Art. 119 – Os locais destinados ao dormitório e à vida em Art. 128 – O estabelecimento penitenciário destinado às
comum devem atender às exigências da higiene, mulheres disporá de dependência dotada de material de
levando-se em conta espaço, ventilação, água, luz e obstetrícia, para atender à mulher grávida ou à
calefação. parturiente cuja urgência do estado não permita a
transferência para hospital civil.
Art. 120 – É permitido o alojamento em comum no Parágrafo único – As unidades do sistema prisional e
estabelecimento aberto, com o consentimento do penitenciário notificarão à unidade de atenção básica de
sentenciado. saúde que referencie o seu território:
I – a existência de presa grávida, lactante ou
Art. 121 – Haverá alojamento coletivo, de uso acompanhada de filho na primeira infância, para a
temporário, para atender a necessidade urgente. regularização do atendimento à saúde materno-infantil;
II – a transferência para outra unidade prisional, com
CAPÍTULO III indicação do novo local de internação, de presa grávida,
Do Vestuário e da Higiene Pessoal lactante ou acompanhada de filho na primeira infância,
para a regularização e continuidade do atendimento à
Art. 122 – O sentenciado poderá usar o vestuário próprio saúde materno-infantil.
ou o fornecido pela administração, adaptado às (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 18.029, de
condições climáticas e que não afete sua dignidade. 12/1/2009.)

Art. 123 – O sentenciado disporá de roupa necessária Art. 128-A – O estabelecimento prisional é sujeito a
para a sua cama e de móvel para guardar seus controle sanitário, nos termos da Lei nº 13.317, de 24 de
pertences. setembro de 1999.
Parágrafo único – Regulamento fixará rotina de
Art. 124 – A higiene pessoal é exigida de todos os inspeções sanitárias aplicável ao estabelecimento a que
sentenciados. se refere o caput.
Parágrafo único – A administração do estabelecimento (Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 22.429, de
fixará horário para os cuidados de higiene pessoal dos 20/12/2016.)
sentenciados e colocará à sua disposição o material
necessário. TÍTULO V
Da Comunicação com o Exterior
CAPÍTULO IV CAPÍTULO I
Da Alimentação Da Correspondência

Art. 125 – A administração do estabelecimento Art. 129 – Os sentenciados têm direito de enviar e
fornecerá alimentação aos sentenciados, controlada por receber correspondência epistolar e telegráfica.
nutricionista, convenientemente preparada e de acordo
com as normas dietéticas e de higiene. Art. 130 – A correspondência do sentenciado analfabeto
pode ser, a seu pedido, lida e escrita por funcionário ou
CAPÍTULO V visitador indicado.
Da Assistência Sanitária
Art. 131 – Em caso de perigo para a ordem ou para a
Art. 126 – O estabelecimento penitenciário disporá de segurança do estabelecimento, o Diretor deste poderá
clínico geral, odontólogo e psiquiatra. censurar a correspondência dos sentenciados,
respeitados os seus direitos.

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Parágrafo único – A correspondência por telefone será III – participação em atividades que concorram para o
autorizada pelo Diretor do estabelecimento, por escrito retorno ao convívio social.
e motivadamente. Parágrafo único – A autorização de saída será concedida
ou revogada por ato motivado do Juiz da execução,
CAPÍTULO II observado o disposto nos arts. 123 a 125 da Lei Federal
Das Visitas nº 7.210.
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478,
Art. 132 – As visitas destinam-se a manter os vínculos de 12/1/2011.)
familiares e sociais do sentenciado e a prepará-lo para a
reintegração na sociedade. Art. 138 – Com base em parecer da equipe
(Vide Lei nº 12.492, de 16/4/1997.) interdisciplinar e como preparação para a liberação,
Parágrafo único – As visitas podem ser vigiadas, por será autorizada, pelo Juiz da execução que tenha
razões de tratamento do sentenciado, ou de ordem e participado de seu processo de reeducação, a saída do
segurança do estabelecimento. sentenciado que cumpra pena nos regimes aberto e
semiaberto, após cumpridos seis meses da pena, por até
Art. 133 – As visitas de advogado terão lugar em local sete dias, limitada ao total de trinta e cinco dias por ano.
reservado, em que as conversas não sejam ouvidas. Parágrafo único – A autorização de saída será concedida
ou revogada por ato motivado do Juiz da execução.
Art. 134 – Não pode ser ouvido o colóquio do (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478,
sentenciado com o Juiz, com o representante do de 12/1/2011.)
Ministério Público, com o funcionário no exercício de
suas funções e com os membros da equipe Art. 138-A – No caso de nascimento de filho ou outro
interdisciplinar. motivo comprovadamente relevante, será autorizada,
pelo Diretor do estabelecimento, a saída do sentenciado
Art. 135 – O estabelecimento disporá de anexo ou do preso provisório, com as medidas de custódia
especialmente adequado para visitas familiares ao adequadas.
sentenciado que não possa obter autorização de saída. Parágrafo único – A autorização de saída será concedida
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19.478, ou revogada por ato motivado do Diretor do
de 12/1/2011.) estabelecimento.
(Artigo acrescentado pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de
CAPÍTULO III 12/1/2011.)
Das Autorizações de Saída
(Título do capítulo com redação dada pelo art. 8º da Lei Art. 139 – O sentenciado, a vítima e as respectivas
nº 19.478, de 12/1/2011.) famílias contarão com o apoio do serviço penitenciário
e do Conselho da Comunidade.
Art. 136 – Os condenados que cumprem pena em (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478,
regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios de 12/1/2011.)
poderão obter permissão de saída, mediante escolta,
nos casos devidamente comprovados de necessidade de CAPÍTULO IV
tratamento médico e falecimento ou doença grave de Do Regime Disciplinar
cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou
irmão. Art. 140 – O sentenciado não exercerá função
§ 1º – A permissão de saída será concedida pelo Diretor disciplinar.
do estabelecimento.
§ 2º – A permanência do detento fora do Art. 141 – A infração disciplinar e a respectiva sanção
estabelecimento penal terá a duração necessária à disciplinar serão estabelecidas em lei ou regulamento.
finalidade da saída.
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478, Art. 142 – Constituem infrações disciplinares:
de 12/1/2011.) I – negligência na limpeza e na ordem da cela e no asseio
pessoal;
Art. 137 – Os condenados que cumprem pena em II – abandono voluntário do local de tratamento;
regime semiaberto poderão obter autorização para III – descumprimento das obrigações do trabalho;
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância IV – atitude molesta para com os companheiros;
direta, nos seguintes casos: V – linguagem injuriosa;
I – visita à família; VI – jogos e atividades proibidas pelo Regimento
II – frequência a curso supletivo profissionalizante bem Interno;
como de instrução do segundo grau ou superior, na VII – simulação de doença;
Comarca do Juízo da Execução; VIII – posse ou tráfico de bens não permitidos;

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IX – comunicação proibida com o exterior ou, no caso de diariamente, informando o Diretor sobre seu estado de
isolamento, com o interior; saúde física e mental.
X – atos obscenos ou contrários ao decoro;
XI – falsificação de documento da administração; Art. 146 – O isolamento poderá ser suspenso pelo Juiz
XII – apropriação ou danificação de bem da da Execução Penal, ouvida a Comissão Técnica de
administração; Classificação.
XIII – posse ou tráfico de arma ou de instrumento de
ofensa; Art. 147 – Não se aplicará o isolamento à sentenciada
XIV – atitude ofensiva ao Diretor, a funcionário do gestante, até 6 (seis) meses após o parto, e à
estabelecimento ou a visitante; sentenciada que trouxer filho consigo.
XV – inobservância de ordem ou prescrição e demora
injustificada no seu cumprimento; Art. 148 – Nenhum sentenciado será punido
XVI – participação em desordem ou motim; disciplinarmente sem ser ouvido e sem que haja
XVII – evasão; apresentado defesa verbal ou escrita.
XVIII – fato previsto como crime, cometido contra
companheiro, funcionário do estabelecimento ou Art. 149 – A interposição de recurso suspenderá os
visitante; efeitos da decisão, salvo quando se tratar de ato de
XIX – realização ou contribuição para a realização de grave indisciplina.
visita íntima em desacordo com esta lei ou com o ato da Parágrafo único – A tramitação do recurso de que trata
autoridade competente. o artigo será urgente e preferencial.
(Inciso acrescentado pelo art. 9º da Lei nº 19.478, de
12/1/2011.) CAPÍTULO V
Dos Meios de Correção
Art. 143 – Constituem sanções disciplinares:
I – admoestação; Art. 150 – O uso de algemas se limitará aos seguintes
II – privação de autorização de saída por até dois meses; casos:
(Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19.478, I – como medida de precaução contra fuga, durante a
de 12/1/2011.) transferência do sentenciado, devendo ser retiradas
III – limitação do tempo previsto para comunicação oral imediatamente quando do comparecimento em
durante 1 (um) mês; audiência perante a autoridade judiciária ou
IV – privação do uso da cantina, de autorização de saída administrativa;
e de atos de recreação por até um mês; II – por motivo de saúde, segundo recomendação
(Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19.478, médica;
de 12/1/2011.) III – em circunstâncias excepcionais, quando for
V – isolamento em cela individual por até 15 (quinze) indispensável utilizá-las em razão de perigo iminente
dias; para a vida do funcionário, do sentenciado ou de
VI – isolamento em cela disciplinar por até 1 (um) mês; terceiros.
VII – suspensão ou restrição à visita íntima
(Inciso acrescentado pelo art. 10 da Lei nº 19.478, de Art. 151 – O sentenciado será transferido para
12/1/2011.) estabelecimento próximo da residência de sua família.
§ 1º – As sanções previstas nos incisos I e II são de Parágrafo único – A transferência do sentenciado será
competência do Diretor do estabelecimento e as precedida de busca pessoal e exame médico, que
demais, da Comissão Técnica de Classificação. informará sobre seu estado físico e psíquico, bem como
§ 2º – A execução da sanção disciplinar está sujeita a sobre suas condições de viajar.
sursis e a remição.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº Art. 152 – É proibido o transporte de sentenciado em
19.478, de 12/1/2011.) más condições de iluminação, ventilação ou em
qualquer situação que lhe imponha sofrimento físico.
Art. 144 – O isolamento em cela disciplinar somente se
aplicará em caso de manifesta agressividade ou Art. 153 – Na transferência de sentenciado do sexo
violência do sentenciado ou quando este, feminino, a escolta será integrada por policial feminino.
reiteradamente, alterar a ordem normal do
estabelecimento. Art. 154 – As medidas coercitivas serão aplicadas
Parágrafo único – A cela disciplinar terá as mesmas exclusivamente para o restabelecimento da
características da cela individual e possuirá mobiliário normalidade e cessarão imediatamente após atingida
análogo. sua finalidade.

Art. 145 – O isolamento do sentenciado se cumprirá com Art. 155 – As medidas de coerção aplicam-se nas
o controle do médico do estabelecimento, que o visitará seguintes hipóteses:

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I – para impedir ato de evasão ou violência de III – informar, de imediato, as falhas no equipamento ao
sentenciado contra si mesmo ou contra terceiros ou órgão ou à entidade responsável pelo monitoramento
coisas; eletrônico.
II – para vencer a resistência ativa ou passiva de (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de
sentenciado às ordens de funcionário no exercício do 12/1/2011.)
cargo.
Parágrafo único – O Diretor será avisado de situação Art. 156-C – O descumprimento dos deveres de que
grave, da qual dará ciência ao Juiz da Execução. trata o art. 156-B poderá acarretar, a critério do Juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
CAPÍTULO VI I – a regressão do regime;
Das Recompensas II – a revogação da autorização de saída, da permissão
de saída ou da saída temporária;
Art. 156 – As recompensas são concedidas pelo Diretor III – a revogação da suspensão condicional da pena;
do estabelecimento, ouvida a Comissão Técnica de IV – a revogação do livramento condicional;
Classificação, ao sentenciado que se distinguir por: V – a conversão da pena restritiva de direitos em pena
I – particular desempenho em seu trabalho; privativa de liberdade;
II – especial proveito na instrução escolar ou na VI – a revogação da prisão domiciliar;
formação profissional; VII – a advertência escrita.
III – colaboração ativa na organização e na participação (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de
das atividades culturais, desportivas e recreativas; 12/1/2011.)
IV – comportamento responsável em caso de
perturbação da ordem, para despertar conduta coletiva Art. 156-D – O monitoramento eletrônico poderá ser
racional. revogado pelo Juiz competente, em ato motivado,
Parágrafo único – As recompensas de que trata este quando o sentenciado descumprir os deveres a que
artigo são as seguintes: estiver sujeito durante a sua vigência ou quando se
I – elogio; tornar desnecessário ou inadequado, a critério do Juiz.
II – proposta de concessão de benefício, como a (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de
prioridade na escolha de trabalho, recebimento de parte 12/1/2011.)
do pecúlio disponível, participação em atividade
cultural, esportiva ou recreativa. TÍTULO VI
Dos Órgãos da Execução Penal
CAPÍTULO VII CAPÍTULO I
Do Monitoramento Eletrônico Disposições Gerais
(Capítulo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de
12/1/2011.) Art. 157 – São órgãos da execução penal:
I – o Conselho de Criminologia e Política Criminal;
Art. 156-A – O Juiz poderá determinar o monitoramento II – o Juízo da Execução;
eletrônico, por ato motivado, nos casos de autorização III – o Conselho Penitenciário;
de saída temporária no regime semiaberto e de prisão IV – a Superintendência de Organização Penitenciária;
domiciliar, e quando julgar necessário. V – a Direção do Estabelecimento;
Parágrafo único – O usuário do monitoramento VI – o Patronato;
eletrônico que estiver cumprindo pena em regime VII – o Conselho da Comunidade.
aberto, quando determinar o Juiz da execução, deverá VIII – as entidades civis de direito privado sem fins
recolher-se ao local estabelecido na decisão durante o lucrativos que tenham firmado convênio com o Estado
período noturno e nos dias de folga. para a administração de unidades prisionais destinadas
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de ao cumprimento de pena privativa de liberdade.
12/1/2011.) (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 15.299, de
9/8/2004.)
Art. 156-B – São deveres do sentenciado submetido ao (Vide art. 3º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.)
monitoramento eletrônico, além dos cuidados a serem
adotados com o equipamento: CAPÍTULO II
I – receber visitas do servidor responsável pelo Do Conselho de Criminologia e Política Criminal
monitoramento eletrônico, responder aos seus contatos
e cumprir as suas orientações; Art. 158 – O Conselho de Criminologia e Política
II – abster-se de remover, violar, modificar ou danificar Criminal, com sede nesta Capital, é subordinado à
o equipamento de monitoramento eletrônico ou de Secretaria de Estado da Justiça.
permitir que outrem o faça;
Art. 159 – O Conselho de Criminologia e Política Criminal
será integrado por 13 (treze) membros designados pelo

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Secretário de Estado da Justiça e escolhidos entre V – conceder o livramento condicional, ouvida a


professores e profissionais das áreas de Direito Penal, Comissão Técnica de Classificação;
Processual Penal e Penitenciário, de Criminologia e de VI – supervisionar o período de prova do livramento
Ciências Sociais, bem como entre representantes de condicional e do "sursis", mediante orientação e
organismos da área social. assistência do agente de prova ou trabalhador social;
Parágrafo único – O mandato dos membros do Conselho VII – acompanhar a execução das medidas restritivas de
terá duração de 4 (quatro) anos. direito com a colaboração do serviço social penitenciário
ou de funcionário do Juízo e à vista do relatório da
Art. 160 – Ao Conselho de Criminologia e Política entidade a que o sentenciado preste serviços;
Criminal incumbe: VIII – autorizar o isolamento disciplinar por mais de 15
I – formular a política penitenciária do Estado, (quinze) dias;
observadas as diretrizes da política penitenciária IX – decidir recurso sobre direito do sentenciado,
nacional; inclusive sobre progressão ou regressão de regime;
II – colaborar na elaboração de plano de X – exercer a sua competência nos estabelecimentos da
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades das região de sua sede.
políticas criminal e penitenciária;
III – promover a avaliação periódica do sistema penal SEÇÃO II
para sua adequação às necessidades do Estado; Do Ministério Público
IV – opinar sobre a repartição de créditos na área da
política penitenciária; Art. 163 – Ao Ministério Público, entre outras
V – estimular e desenvolver projeto que vise à atribuições de competência, incumbe:
participação da comunidade na execução da política I – fiscalizar a execução penal, funcionando no processo
criminal; executivo e nos incidentes da execução;
VI – representar à autoridade competente, para II – requerer a aplicação, a substituição e a revogação de
instauração de sindicância ou procedimento medida de segurança;
administrativo, visando à apuração de violação da lei III – requerer a revogação do "sursis" e o livramento
penitenciária e à interdição de estabelecimento penal; condicional;
VII – fiscalizar os estabelecimentos e serviços IV – requerer a conversão da pena e a progressão ou a
penitenciários para verificação do fiel cumprimento regressão do regime;
desta lei e da implantação da reforma penitenciária; V – participar da fiscalização da execução das medidas
VIII – elaborar o plano de ação do Conselho e o restritivas de direito;
programa penitenciário estadual. VI – interpor recurso de decisão proferida pelo Juiz
durante a execução;
CAPÍTULO III VII – visitar mensalmente os estabelecimentos
Do Juízo da Execução penitenciários;
VIII – representar à autoridade competente sobre a má
Art. 161 – O Juízo da Execução, localizado na comarca da orientação, o rigor excessivo ou o privilégio injustificado
Capital e em comarca sede da região onde houver na execução penal;
estabelecimento penitenciário, compreende o Juiz da IX – requerer as providências necessárias para o regular
Execução, o representante do Ministério Público, a desenvolvimento do processo executivo.
Defensoria Pública e o Serviço Social Penitenciário.
SEÇÃO III
SEÇÃO I Da Defensoria Pública
Do Juiz da Execução
Art. 164 – O estabelecimento penitenciário contará com
Art. 162 – Compete ao Juiz da Execução: um corpo de Defensoria Pública com especialização em
I – aprovar o plano de tratamento reeducativo Direito Penitenciário e Criminologia.
apresentado pela Comissão Técnica de Classificação;
II – presidir as reuniões da Comissão Técnica de Art. 165 – Incumbe à Defensoria Pública promover a
Classificação destinadas a tratar de progressão ou defesa dos sentenciados carentes nas áreas cível, penal
regressão do regime; e disciplinar.
III – conceder remição da pena, ouvida a Comissão (Vide Lei Complementar nº 65, de 16/1/2003.)
Técnica de Classificação, e autorização de saída prevista
nos arts. 137 e 138 desta lei; SEÇÃO IV
(Inciso com redação dada pelo art. 12 da Lei nº 19.478, Do Serviço Social Penitenciário
de 12/1/2011.)
IV – conceder ou revogar as medidas de semiliberdade Art. 166 – Ao Serviço Social Penitenciário incumbe:
no regime de confiança para preparação da reintegração I – participar da equipe interprofissional do Juízo;
na sociedade; II – realizar o estudo social do sentenciado;

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III – assistir o sursitário, o liberando e o egresso no IV – promover a pesquisa criminológica e a estatística


período de prova; criminal;
IV – orientar e assistir a família do sentenciado; V – sugerir a regulamentação dos órgãos de execução
V – assessorar o Juiz e o Promotor de Justiça; penal e dos estabelecimentos penitenciários;
VI – integrar o Patronato e o Conselho da Comunidade. VI – elaborar projeto para a construção dos novos
estabelecimentos previstos na lei penitenciária;
CAPÍTULO IV VII – autorizar a internação e a desinternação nos
Do Conselho Penitenciário estabelecimentos penitenciários.

Art. 167 – O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e CAPÍTULO VI


fiscalizador da execução penal. Da Direção do Estabelecimento Penitenciário

Art. 168 – O Conselho Penitenciário será integrado por Art. 172 – Incumbe à direção do estabelecimento
membros nomeados pelo Governador do Estado e penitenciário:
escolhidos entre profissionais, professores nas áreas de I – cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e as
Direito Penal, Processual Penal e Penitenciário e das instruções relativas à ordem e à disciplina do
Ciências Sociais, bem como entre representantes da estabelecimento;
comunidade. II – dirigir as atividades do estabelecimento;
Parágrafo único – O mandato dos Conselheiros terá a III – submeter à Superintendência de Organização
duração de 4 (quatro) anos. Penitenciária o plano de atividades da unidade;
(Vide art. 5º da Lei nº 12.706, de 23/12/1997.) IV – orientar a elaboração da proposta orçamentária do
estabelecimento;
Art. 169 – Incumbe ao Conselho Penitenciário: V – presidir a Comissão Técnica de Classificação;
I – emitir parecer sobre livramento condicional, indulto VI – supervisionar os cursos de instrução escolar e de
e comutação de pena; formação profissional do sentenciado;
II – visitar regularmente os estabelecimentos VII – percorrer as dependências do estabelecimento
penitenciários, em especial os de regime fechado, e os para verificação da ordem e disciplina;
hospitais de custódia e tratamento penitenciário para VIII – comparecer, ou fazer-se representar, às sessões do
fiscalização da execução penal e do regime Conselho Penitenciário;
penitenciário; IX – promover ou requisitar o exame criminológico, a
III – participar da supervisão do período de prova do classificação e o tratamento reeducativo dos
liberando e do sursitário, bem como da assistência social sentenciados;
no regime semilivre e em meio livre; X – propor a realização de curso de formação contínua
IV – comunicar à autoridade competente as violações do pessoal penitenciário;
das normas de execução penal, recomendando a XI – promover a contratação de pessoal especializado
abertura de inquérito e a interdição do para integrar as equipes interprofissionais de sua
estabelecimento. unidade;
XII – classificar os estabelecimentos penitenciários de
CAPÍTULO V acordo com as fases do regime progressivo;
Da Superintendência de Organização Penitenciária XIII – apresentar à Superintendência de Organização
Penitenciária o plano anual de atividades do
Art. 170 – A Superintendência de Organização estabelecimento penitenciário;
Penitenciária Estadual, órgão integrante da estrutura XIV – participar da elaboração da proposta anual do
orgânica da Secretaria de Estado da Justiça, tem por orçamento;
objetivo assegurar a aplicação da Lei de Execução Penal, XV – promover a participação da comunidade na
a custódia e a manutenção do sentenciado e do preso execução penal;
provisório, garantindo-lhes o respeito à dignidade XVI – colaborar na implantação do Patronato e do
inerente à pessoa. Conselho da Comunidade.

Art. 171 – À Superintendência de Organização CAPÍTULO VII


Penitenciária incumbe: Do Patronato
I – supervisionar a fiel aplicação das normas de execução
penal no Estado; Art. 173 – É instituído em cada comarca, por decreto do
II – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos e Governador do Estado, o Patronato, integrado pelo Juiz
serviços penais; da Execução Penal, que o presidirá, pelo Promotor de
III – assistir tecnicamente os estabelecimentos Justiça da Execução, por representantes da
penitenciários na aplicação dos princípios e regras administração penitenciária, da Ordem dos Advogados
estabelecidos nesta lei; do Brasil – OAB -, de confissões religiosas, de clubes de
serviço e de obras sociais.

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Art. 174 – Ao Patronato incumbe: V – pugnar pela colocação, no mercado profissional, do


I – orientar e assistir o semilivre e o egresso; sentenciado com índice positivo de emendabilidade e
II – acompanhar a execução das medidas restritivas de segurança para a comunidade;
direito; VI – acompanhar a supervisão do período de prova do
III – colaborar na fiscalização e na assistência no período liberando e do sursitário, bem como da execução das
do liberando e do sursitário; medidas alternativas à prisão;
IV – visitar o liberando e o sentenciado para facilitar sua VII – entrosar-se com os serviços médicos e psicológicos
reinserção na família e na profissão; e com as entidades de assistência socioeducativa para o
V – assistir o sentenciado nas suas relações com a probacionário com problema;
família; VIII – cooperar com a comunidade na conservação e na
VI – colaborar na obtenção de emprego para o manutenção da cadeia pública local.
sentenciado; Parágrafo único – O Conselho poderá providenciar a
VII – fiscalizar a execução da medida de segurança em celebração de convênio com o município para a
meio fechado e em semiliberdade para proteção dos prestação de trabalho pelo sentenciado.
direitos do sentenciado;
VIII – zelar pela prática do tratamento reeducativo e pela CAPÍTULO IX
sua progressão nos termos do art. 112, parágrafo único, Das Entidades Civis de Direito Privado sem Fins
da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984; Lucrativos
IX – incentivar a seleção e a formação contínua do (Capítulo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15.299, de
pessoal penitenciário; 9/8/2004.)
X – orientar a família do sentenciado e a da vítima
através de contato com os centros comunitários e Art. 176-A – Compete às entidades civis de direito
associações de assistência socioeducativa às famílias; privado sem fins lucrativos que tenham firmado
XI – assistir a vítima do delito e seus dependentes; convênio com o Estado para a administração de
XII – assistir o egresso indigente com problema de unidades prisionais destinadas ao cumprimento de pena
reintegração na sociedade; privativa de liberdade, nos termos do inciso VIII do art.
XIII – designar pessoa idônea para assistir e orientar o 157:
sursitário, o liberando e o egresso, na falta do orientador I – gerenciar os regimes de cumprimento de pena das
social; unidades que administrarem, nos termos definidos em
XIV – informar periodicamente o Juiz da Execução sobre convênio;
a assistência ao probacionário e sobre a evolução de sua II – responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e
reintegração na sociedade. pela conservação do imóvel, dos equipamentos e do
mobiliário da unidade;
CAPÍTULO VIII III – solicitar apoio policial para a segurança externa da
Do Conselho da Comunidade unidade, quando necessário;
IV – apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário
Art. 175 – Cada comarca disporá de um Conselho da relatórios mensais sobre o movimento de condenados e
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) informar-lhes, de imediato, a chegada de novos internos
representante da associação comercial ou industrial, 1 e a ocorrência de liberações;
(um) advogado indicado pela Ordem dos Advogados do V – prestar contas mensalmente dos recursos recebidos;
Brasil – OAB -, 1 (um) assistente social escolhido pela VI – acatar a supervisão do Poder Executivo,
Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes proporcionando-lhe todos os meios para o
Sociais e por representantes de obras sociais e de clubes acompanhamento e a avaliação da execução do
de serviço. convênio.
(Vide art. 7º da Lei nº 12.936, de 8/7/1998.) (Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15.299, de
9/8/2004.)
Art. 176 – Ao Conselho da Comunidade incumbe:
I – visitar mensalmente os estabelecimentos e serviços Art. 176-B – Incumbem à diretoria da unidade de
penais da comarca; cumprimento de pena privativa de liberdade
II – incentivar a prática do tratamento não institucional, administrada por entidade civil de direito privado sem
como o dos regimes semilivre e em meio livre; fins lucrativos conveniada com o Estado as atribuições
III – promover a participação ativa da comunidade na previstas no art. 172 desta lei.
reintegração do sentenciado e do egresso na família, na (Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15.299, de
profissão e na sociedade; 9/8/2004.)
IV – colaborar com o poder público e a comunidade na
implantação da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho de TÍTULO VII
1984; Do Pessoal Penitenciário
CAPÍTULO I
Do Estatuto Jurídico do Pessoal

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Art. 177 – O pessoal penitenciário terá estatuto próprio, Art. 189 – No estabelecimento para mulheres, somente
que fixará seus direitos e deveres. se permitirá trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo
quando se tratar de pessoal técnico especializado e
Art. 178 – O quadro do pessoal penitenciário será houver comprovada carência de pessoal do sexo
organizado em diferentes categorias funcionais, feminino com as qualificações necessárias para o
segundo as necessidades do serviço, com especificação exercício do cargo.
de atribuições relativas às funções de direção, chefia e Parágrafo único – O pessoal do sexo feminino deverá
assessoramento e às demais funções. possuir as mesmas qualificações exigidas para o pessoal
do sexo masculino.
Art. 179 – A escolha do pessoal especializado,
administrativo, de instrução técnica e de vigilância CAPÍTULO II
atenderá à vocação, à preparação profissional e aos Do Diretor de Estabelecimento
antecedentes pessoais do candidato.
Art. 190 – O ocupante do cargo de Diretor de
Art. 180 – O ingresso do pessoal penitenciário e sua Estabelecimento deverá satisfazer os seguintes
ascensão funcional dependerão de curso específico de requisitos:
formação, procedendo-se à reciclagem dos servidores I – ter diploma de nível superior de Direito, Psicologia,
em exercício. Pedagogia ou Ciências Sociais;
II – ter capacidade administrativa e vocação para a
Art. 181 – Sem prejuízo do concurso de admissão função;
promovido pela Escola Penitenciária, os candidatos a III – ter idoneidade moral, boa cultura geral, formação
cargos estão sujeitos a testes científicos para avaliação especializada e preparação adequada ao serviço
de sua capacidade intelectual e profissional e de sua penitenciário.
aptidão física. § 1º – O Diretor de Estabelecimento deverá residir no
estabelecimento ou em suas proximidades.
Art. 182 – É obrigatório o estágio do candidato em § 2º – O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo
estabelecimento penitenciário para se formar opinião integral à sua função e não poderá exercer advocacia
sobre sua personalidade e suas aptidões. nem outra atividade, exceto a de professor universitário.
§ 3º – O Diretor de Estabelecimento que não for
Art. 183 – Os cursos de formação profissional intensiva recrutado entre os membros do pessoal penitenciário
destinados ao pessoal da vigilância compreendem três deve, antes de entrar em função, receber formação
estágios: o primeiro se processa no estabelecimento técnica e prática sobre o trabalho de direção, salvo se
penitenciário e se destina a familiarizar o candidato com for diplomado em escola profissional ou tiver título
os problemas profissionais; o segundo se desenvolve na universitário em matéria pertinente.
Escola Penitenciária, ou em curso organizado pela (Vide art. 6º da Lei nº 12.967, de 27/7/1998.)
administração, e se destina à formação técnica e prática
do funcionário; o terceiro, aberto a candidato que não TÍTULO VIII
for eliminado nas fases anteriores, consiste na colocação Dos Direitos do Sentenciado e do Preso Provisório
efetiva do candidato em serviço.
Art. 191 – São direitos do preso os direitos civis, os
Art. 184 – É vedado o porte de arma ao funcionário em políticos, os sociais e os especificamente penitenciários.
serviço.
Art. 192 – Os direitos civis, sociais e políticos, inclusive o
Art. 185 – Em caso de legítima defesa, tentativa de fuga de sufrágio, permanecem com o preso, quando não
e resistência à ordem fundada em lei, será permitido o forem retirados expressa e necessariamente pela lei ou
uso da força pelo funcionário, que do fato dará imediata pela sentença.
ciência ao Diretor.
Art. 193 – Os direitos penitenciários derivam da relação
Art. 186 – O pessoal administrativo e o especializado jurídica constituída entre o sentenciado e a
devem ter aptidão profissional e técnica necessária ao administração penitenciária.
exercício das respectivas funções.
Art. 194 – Enumeram-se, antes da sentença, os direitos
Art. 187 – No recrutamento de pessoal especializado, à presunção de inocência, ao contraditório, à igualdade
exigir-se-á diploma de aptidão profissional e título entre os sujeitos processuais, à ampla defesa, à
universitário que comprove a formação especializada. assistência judiciária gratuita, nos termos da lei, o de ser
ouvido pessoalmente pela autoridade competente, o de
Art. 188 – O médico visitará diariamente o receber visitas, o de comunicar-se com advogado e
estabelecimento.

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familiares e o de permanecer no estabelecimento da Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos


localidade ou naquele mais próximo de seu domicílio. 25 de janeiro de 1994.

Art. 195 – São especificamente penitenciários os HÉLIO GARCIA


direitos: Evandro de Pádua Abreu
I – ao tratamento reeducativo; Mário Assad
II – à instrução, priorizada a escolarização de nível Kildare Gonçalves Carvalho
fundamental;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 14.390,
de 31/10;2002.) EXERCÍCIOS - NORMAS DE EXECUÇÃO PENAL
III – à profissionalização;
IV – ao trabalho, à sua remuneração e à seguridade 27- De acordo com a Lei Estadual nº 11.404/1994, que
social; contém normas de execução penal, o sentenciado
V – à assistência material e à saúde, em especial o analfabeto:
tratamento clínico e a assistência psicossocial ao
portador de AIDS; A) Não terá direito a receber correspondência.
VI – à assistência social, nomeadamente ao B) Somente terá direito a receber ou escrever
probacionário e ao egresso; correspondência, desde que exista profssional
VII – à assistência jurídica; habilitado no estabelecimento para auxiliá-lo.
VIII – à assistência religiosa; C) Deverá ter suas correspondências arquivadas, até que
IX – ao esporte e à recreação; tenha concluído o ensino fundamental obrigatório.
X – à comunicação com o mundo exterior como D) Poderá solicitar que sua correspondência seja lida ou
preparação para sua reinserção na sociedade; escrita por funcionário ou visitador indicado.
XI – à visita de advogado, familiar e cônjuge ou
companheiro; 28 - Segundo a Lei Estadual nº 11.404/1994, que contém
XII – ao acesso aos meios de comunicação social; normas de execução penal, a colaboração do
XIII – de petição e representação a qualquer autoridade, sentenciado no processo de sua observação psicossocial
para defesa de direito; e de seu tratamento é:
XIV – de entrevista regular com o Diretor;
XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir, A) Obrigatória.
emitido semestralmente, sob pena de responsabilização B) Essencial.
da autoridade judiciária competente. C) Imprescindível.
(Inciso acrescentado pelo art. 13 da Lei nº 19.478, de D) Voluntária.
12/1/2011.)
29 - Tem sido comum o recolhimento de presos para
TÍTULO IX cumprimento de pena em residência particular.
Dos Deveres do Sentenciado Segundo a Lei de Execução Penal, um dos requisitos para
a aplicação da norma consiste em ter o apenado:
Art. 196 – São deveres do sentenciado:
I – submeter-se ao cumprimento da pena ou à medida A) mais de sessenta anos
de segurança; B) doença grave
II – permanecer no estabelecimento até a sua libertação; C) filho maior de idade
III – respeitar as normas do regime penitenciário; D) ensino superior
IV – manter atitude de respeito e consideração com os E) plano de recompensas
funcionários do estabelecimento e com as autoridades;
V – observar conduta correta com seus companheiros; 30 - Patuscada foi preso em flagrante, processado e
VI – indenizar os danos causados à administração do sentenciado pelo cometimento de determinado crime.
estabelecimento; No curso da execução da pena, surgiu a lei X que deixou
VII – indenizar as despesas de sua manutenção; de considerar como crime a conduta que redundou na
VIII – cumprir as prestações alimentícias devidas à sua condenação. Nesse caso, de acordo com as normas
família; da parte geral do Código Penal, ocorreu a:
IX – assistir o cônjuge ou o companheiro na manutenção
e na educação dos filhos. A) superação dos fatos
B) anistia pessoal
Art. 197 – Esta lei entra em vigor na data de sua C) tipificação posterior
publicação. D) inovação para pior
E) abolição do crime
Art. 198 – Revogam-se as disposições em contrário.

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31 - Entre os poderes atribuídos à Administração pública Funcional do Agente de Segurança Penitenciário, a ser
insere-se o denominado poder disciplinar, que confeccionada pela instituição estadual competente.
corresponde ao poder de Parágrafo único. Em caso de proibição ou suspensão do
porte de arma de fogo, nas hipóteses previstas nesta Lei
A) impor restrições à atuação de particulares, em prol da ou em outras normas que regulamentem a matéria,
segurança pública. deverá ser emitida nova carteira funcional para o Agente
B) coordenar e controlar a atividade de órgãos de Segurança Penitenciário, sem a autorização do porte.
inferiores, verificando a legalidade dos atos praticados.
C) editar normas para disciplinar a fiel execução da lei. Art. 3° Responderá administrativa e penalmente o
D) organizar a atividade administrativa, redistribuindo Agente de Segurança Penitenciário que omitir ou
as unidades de despesas. fraudar qualquer documento ou situação que possa
E) apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores motivar a suspensão ou a proibição de seu porte de
públicos. arma de fogo.

Art. 4° O Agente de Segurança Penitenciário, ao portar


LEI ESTADUAL 21.068/2013 arma de fogo fora de serviço e em locais onde haja
aglomeração de pessoas, em virtude de evento de
Dispõe sobre o porte de armas de fogo pelo Agente de qualquer natureza, deverá fazê-lo de forma discreta,
Segurança Penitenciário de que trata a Lei n° 14.695, de visando a evitar constrangimentos a terceiros, e
30 de julho de 2003. responderá, nos termos da legislação pertinente, pelos
excessos que cometer.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS,
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus Art. 5° O porte de arma de fogo pelo Agente de
representantes, decretou e eu, em seu nome, promulgo Segurança Penitenciário no interior de unidades
a seguinte Lei: prisionais respeitará o disposto em regulamento.
Art. 6° É obrigatório o porte, pelo Agente de Segurança
Art. 1° O ocupante do quadro efetivo de Agente de Penitenciário, do Certificado de Registro de Arma de
Segurança Penitenciário, de que trata a Lei n° 14.695, de Fogo atualizado e da Identidade Funcional.
30 de julho de 2003, terá direito a portar arma de fogo
institucional ou particular, ainda que fora de serviço, Art. 7° Aplica-se, no que couber, o disposto na Lei
dentro dos limites do Estado de Minas Gerais, desde Federal n° 10.826, de 2003, e demais normas que
que: regulamentem a matéria.

I - preencha os requisitos do inciso III do art. 4° da Lei Art. 8° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Federal n° 10.826, de 22 de dezembro de 2003; Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, aos 27 de
II - não esteja em gozo de licença médica por doença que dezembro de 2013; 225º da Inconfidência Mineira e
contra-indique o uso de armamento; 192º da Independência do Brasil.
III - não esteja sendo processado por infração penal,
exceto aquelas de que trata a Lei Federal n° 9.099, de 26 ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA
de setembro de 1995. Danilo de Castro
Maria Coeli Simões Pires
§ 1° O porte de arma de fogo será deferido aos Agentes Renata Maria Paes de Vilhena
de Segurança Penitenciários, com base no inciso VII do Rômulo de Carvalho Ferraz
art. 6° da Lei Federal n° 10.826, de 2003.
§ 2° No caso previsto no inciso II do caput, o médico, ao EXERCÍCIOS - PORTE DE ARMA DO AGENTE
conceder a licença, deverá declarar a conveniência ou
não da manutenção do porte. 32 - O ocupante do quadro efetivo de Agente de
§ 3° O porte de arma de fogo de que trata o caput se Segurança Penitenciário, terá direito a portar arma de
estende ao servidor da carreira de Agente de Segurança fogo institucional ou particular, ainda que fora de
Penitenciário que esteja aposentado. serviço, dentro dos limites do Estado de Minas Gerais,
§ 4° Não se aplica o disposto no § 3° na hipótese de desde que tenha determinado requisito. Nesse sentido
aposentadoria por motivo de saúde, se, no ato da assinale a alternativa correta:
concessão da aposentadoria ou no decurso desta,
houver contraindicação médica ao porte de arma de A) tenha servido as Forças Armadas
fogo devidamente fundamentada e firmada por junta B) não esteja em gozo de licença médica por doença que
médica. contra-indique o uso de armamento
C) não esteja sendo processado por infração penal de
Art. 2° A autorização para o porte de arma de fogo de pequeno potencial ofensivo
que trata esta Lei constará da Carteira de Identidade D) possua formação acadêmica em nível superior

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E) tenha integrado o efetivo de uma Força Reserva Está correto o que se afirma APENAS em
Auxiliar A) II e IV.
B) I e III.
33 - No que concerne ao porte de arma do Agente de C) III e V.
Segurança Penitenciário, assinale a alternativa correta: D) I, II e IV.
E) IV e V.
A) em caso de proibição do porte de arma de fogo, nas
hipóteses previstas na lei, deve ser emitida nova carteira
funcional para o Agente de Segurança Penitenciário, DECRETO Nº 40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991.
com a autorização do porte
B) o Agente de Segurança Penitenciário, ao portar arma Promulga a Convenção
de fogo durante o serviço, deverá fazê-lo de forma Contra a Tortura e Outros
discreta, visando a evitar constrangimentos a terceiros Tratamentos ou Penas
C) responde administrativa e penalmente o Agente de Cruéis, Desumanos ou
Segurança Penitenciário que omitir ou fraudar qualquer Degradantes.
documento ou situação que possa motivar a suspensão
ou a proibição de seu porte de arma de fogo DECRETA:
D) é facultado o porte, pelo Agente de Segurança Art. 1º A Convenção Contra a Tortura e Outros
Penitenciário, do Certificado de Registro de Arma de Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Fogo atualizado e da Identidade Funcional Degradantes, apensa por cópia ao presente Decreto,
E) em caso de suspensão do porte de arma de fogo, nas será executada e cumprida tão inteiramente como nela
hipóteses previstas em decreto, deve ser emitida nova se contém.
carteira funcional para o Agente de Segurança
Penitenciário, com a autorização do porte Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
34 - De acordo com a Resolução da CLDF no 223/2006, Brasília, em 15 de fevereiro de 1991; 170º da
considerando-se as exigências legais previstas, é livre o Independência e 103º da República.
porte de arma de uso permitido no território do Distrito FERNANDO COLLOR
Federal aos Inspetores e Agentes de Polícia Legislativa, Francisco Rezek
mediante prévia autorização do Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
18.2.1991
A) Presidente da República.
B) Presidente da Câmara Legislativa. CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS
C) Secretário de Segurança Pública e da Paz Social do TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU
Distrito Federal. DEGRADANTES
D) Prefeito do Distrito Federal. Os Estados Partes da presente Convenção,
E) Ministro de Estado. Considerando que, de acordo com os princípios
proclamados pela Carta das Nações Unidas, o
35 - Sobre a Lei no 10.826/2003, que dispõe sobre o reconhecimento dos direitos iguais e inalienáveis de
porte e registro de arma de fogo, considere: todos os membros da família humana é o fundamento
da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
I. As armas devem ser registradas na Polícia Federal. Reconhecendo que estes direitos emanam da dignidade
II. Devem ser apresentadas as certidões negativas de inerente à pessoa humana, Considerando a obrigação
antecedentes criminais e comprovação de idoneidade. que incumbe os Estados, em virtude da Carta, em
III. O certificado de registro de arma de fogo será particular do Artigo 55, de promover o respeito
expedido pelo comando do Exército e tem validade em universal e a observância dos direitos humanos e
âmbito nacional. liberdades fundamentais.
IV. A listagem dos empregados das empresas privadas Levando em conta o Artigo 5º da Declaração Universal e
prestadoras de serviços de segurança deverá ser a observância dos Direitos do Homem e o Artigo 7º do
atualizada semestralmente junto ao Sistema Nacional Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que
de Armas − SINARM. determinam que ninguém será sujeito à tortura ou a
V. Os agentes, no exercício de suas funções de pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante,
segurança, não poderão portar arma de fogo de Levando também em conta a Declaração sobre a
propriedade particular ou fornecida pela respectiva Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e outros
corporação ou instituição, fora de serviço, mesmo que Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
estejam submetidos a regime de dedicação exclusiva. Degradantes, aprovada pela Assembléia Geral em 9 de
dezembro de 1975, Desejosos de tornar mais eficaz a
luta contra a tortura e outros tratamentos ou penas

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cruéis, desumanos ou degradantes em todo o mundo, 2. Cada Estado Parte punirá estes crimes com penas
Acordam o seguinte: adequadas que levem em conta a sua gravidade.

PARTE I ARTIGO 5º
ARTIGO 1º 1. Cada Estado Parte tomará as medidas necessárias
1. Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" para estabelecer sua jurisdição sobre os crimes previstos
designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos no Artigo 4º nos seguintes casos:
agudos, físicos ou mentais, são infligidos a) quando os crimes tenham sido cometidos em
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou qualquer território sob sua jurisdição ou a bordo de
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de navio ou aeronave registrada no Estado em questão;
castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha b) quando o suposto autor for nacional do Estado em
cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar questão;
ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por c) quando a vítima for nacional do Estado em questão e
qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer este o considerar apropriado.
natureza; quando tais dores ou sofrimentos são 2. Cada Estado Parte tomará também as medidas
infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre tais
exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou crimes nos casos em que o suposto autor se encontre
com o seu consentimento ou aquiescência. Não se em qualquer território sob sua jurisdição e o Estado não
considerará como tortura as dores ou sofrimentos que extradite de acordo com o Artigo 8º para qualquer dos
sejam conseqüência unicamente de sanções legítimas, Estados mencionados no parágrafo 1 do presente
ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas Artigo.
decorram. 3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição
2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a criminal exercida de acordo com o direito interno.
restringir qualquer instrumento internacional ou
legislação nacional que contenha ou possa conter ARTIGO 6º
dispositivos de alcance mais amplo. 1. Todo Estado Parte em cujo território se encontre uma
pessoa suspeita de ter cometido qualquer dos crimes
ARTIGO 2º mencionados no Artigo 4º, se considerar, após o exame
1. Cada Estado Parte tomará medidas eficazes de caráter das informações de que dispõe, que as circunstâncias o
legislativo, administrativo, judicial ou de outra natureza, justificam, procederá à detenção de tal pessoa ou
a fim de impedir a prática de atos de tortura em tomará outras medidas legais para assegurar sua
qualquer território sob sua jurisdição. presença. A detenção e outras medidas legais serão
2. Em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias tomadas de acordo com a lei do Estado mas vigorarão
excepcionais tais como ameaça ou estado de guerra, apenas pelo tempo necessário ao início do processo
instabilidade política interna ou qualquer outra penal ou de extradição.
emergência pública como justificação para tortura. 2. O Estado em questão procederá imediatamente a
3. A ordem de um funcionário superior ou de uma uma investigação preliminar dos fatos.
autoridade pública não poderá ser invocada como 3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1
justificação para a tortura. terá assegurada facilidades para comunicar-se
imediatamente com o representante mais próximo do
ARTIGO 3º Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o
1. Nenhum Estado Parte procederá à expulsão, representante do Estado de residência habitual.
devolução ou extradição de uma pessoa para outro 4. Quando o Estado, em virtude deste Artigo, houver
Estado quando houver razões substanciais para crer que detido uma pessoa, notificará imediatamente os
a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura. Estados mencionados no Artigo 5º, parágrafo 1, sobre
2. A fim de determinar a existência de tais razões, as tal detenção e sobre as circunstâncias que a justificam.
autoridades competentes levarão em conta todas as O Estado que proceder à investigação preliminar a que
considerações pertinentes, inclusive, quando for o caso, se refere o parágrafo 2 do presente Artigo comunicará
a existência, no Estado em questão, de um quadro de sem demora seus resultados aos Estados antes
violações sistemáticas, graves e maciças de direitos mencionados e indicará se pretende exercer sua
humanos. jurisdição.

ARTIGO 7º
ARTIGO 4º 1. O Estado Parte no território sob a jurisdição do qual o
1. Cada Estado Parte assegurará que todos os atos de suposto autor de qualquer dos crimes mencionados no
tortura sejam considerados crimes segundo a sua Artigo 4º for encontrado, se não o extraditar, obrigar-se-
legislação penal. O mesmo aplicar-se-á à tentativa de á, nos casos contemplados no Artigo 5º, a submeter o
tortura e a todo ato de qualquer pessoa que constitua caso as suas autoridades competentes para o fim de ser
cumplicidade ou participação na tortura. o mesmo processado.

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2. As referidas autoridades tomarão sua decisão de pessoa submetida a qualquer forma de prisão, detenção
acordo com as mesmas normas aplicáveis a qualquer ou reclusão.
crime de natureza grave, conforme a legislação do 2. Cada Estado Parte incluirá a referida proibição nas
referido Estado. Nos casos previstos no parágrafo 2 do normas ou instruções relativas aos deveres e funções de
Artigo 5º, as regras sobre prova para fins de processo e tais pessoas.
condenação não poderão de modo algum ser menos
rigorosas do que as que se aplicarem aos casos previstos ARTIGO 11
no parágrafo 1 do Artigo 5º. Cada Estado Parte manterá sistematicamente sob
3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos crimes exame as normas, instruções, métodos e práticas de
previstos no Artigo 4º receberá garantias de tratamento interrogatório, bem como as disposições sobre a
justo em todas as fases do processo. custódia e o tratamento das pessoas submetidas, em
qualquer território sob sua jurisdição, a qualquer forma
ARTIGO 8° de prisão, detenção ou reclusão, com vistas a evitar
1. Os crimes a que se refere o Artigo 4° serão qualquer caso de tortura.
considerados como extraditáveis em qualquer tratado
de extradição existente entre os Estados Partes. Os ARTIGO 12
Estados Partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como Cada Estado Parte assegurará suas autoridades
extraditáveis em todo tratado de extradição que vierem competentes procederão imediatamente a uma
a concluir entre si. investigação imparcial sempre que houver motivos
2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição à razoáveis para crer que um ato de tortura tenha sido
existência de tratado de receber um pedido de cometido em qualquer território sob sua jurisdição.
extradição por parte do outro Estado Parte com o qual
não mantém tratado de extradição, poderá considerar a ARTIGO 13
presente Convenção com base legal para a extradição Cada Estado Parte assegurará a qualquer pessoa que
com respeito a tais crimes. A extradição sujeitar-se-á ás alegue ter sido submetida a tortura em qualquer
outras condições estabelecidas pela lei do Estado que território sob sua jurisdição o direito de apresentar
receber a solicitação. queixa perante as autoridades competentes do referido
3. Os Estado Partes que não condicionam a extradição à Estado, que procederão imediatamente e com
existência de um tratado reconhecerão, entre si, tais imparcialidade ao exame do seu caso. Serão tomadas
crimes como extraditáveis, dentro das condições medidas para assegurar a proteção do queixoso e das
estabelecidas pela lei do Estado que receber a testemunhas contra qualquer mau tratamento ou
solicitação. intimação em conseqüência da queixa apresentada ou
4. O crime será considerado, para o fim de extradição de depoimento prestado.
entre os Estados Partes, como se tivesse ocorrido não
apenas no lugar em que ocorreu, mas também nos ARTIGO 14
territórios dos Estados chamados a estabelecerem sua 1. Cada Estado Parte assegurará, em seu sistema
jurisdição, de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5º. jurídico, à vítima de um ato de tortura, o direito à
reparação e a uma indenização justa e adequada,
ARTIGO 9º incluídos os meios necessários para a mais completa
1. Os Estados Partes prestarão entre si a maior reabilitação possível. Em caso de morte da vítima como
assistência possível em relação aos procedimentos resultado de um ato de tortura, seus dependentes terão
criminais instaurados relativamente a qualquer dos direito à indenização.
delitos mencionados no Artigo 4º, inclusive no que diz 2. O disposto no presente Artigo não afetará qualquer
respeito ao fornecimento de todos os elementos de direito a indenização que a vítima ou outra pessoa
prova necessários para o processo que estejam em seu possam ter em decorrência das leis nacionais.
poder.
2. Os Estados Partes cumprirão as obrigações ARTIGO 15
decorrentes do parágrafo 1 do presente Artigo Cada Estado Parte assegurará que nenhuma declaração
conforme quaisquer tratados de assistência judiciária que se demonstre ter sido prestada como resultado de
recíproca existentes entre si. tortura possa ser invocada como prova em qualquer
processo, salvo contra uma pessoa acusada de tortura
ARTIGO 10 como prova de que a declaração foi prestada.
1. Cada Estado Parte assegurará que o ensino e a
informação sobre a proibição de tortura sejam ARTIGO 16
plenamente incorporados no treinamento do pessoal 1.Cada Estado Parte se comprometerá a proibir em
civil ou militar encarregado da aplicação da lei, do qualquer território sob sua jurisdição outros atos que
pessoal médico, dos funcionários públicos e de constituam tratamento ou penas cruéis, desumanos ou
quaisquer outras pessoas que possam participar da degradantes que não constituam tortura tal como
custódia, interrogatório ou tratamento de qualquer definida no Artigo 1, quando tais atos forem cometidos

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POLÍCIA PENAL 71 LEGISLAÇÃO
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por funcionário público ou outra pessoa no exercício de imediatamente após a primeira eleição, o presidente da
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu reunião a que se refere o parágrafo 3 do presente Artigo
consentimento ou aquiescência. Aplicar-se-ão, em indicará, por sorteio, os nomes desses cinco membros.
particular, as obrigações mencionadas nos Artigos 10, 6. Se um membro do Comitê vier a falecer, a demitir-se
11, 12 e 13, com a substituição das referências a tortura de suas funções ou, por outro motivo qualquer, não
por referências a outras formas de tratamentos ou puder cumprir com suas obrigações no Comitê, o Estado
penas cruéis, desumanos ou degradantes. Parte que apresentou sua candidatura indicará, entre
2. Os dispositivos da presente Convenção não serão seus nacionais, outro perito para cumprir o restante de
interpretados de maneira a restringir os dispositivos de seu mandato, sendo que a referida indicação estará
qualquer outro instrumento internacional ou lei sujeita à aprovação da maioria dos Estados Partes.
nacional que proíba os tratamentos ou penas cruéis, Considerar-se-á como concedida a referida aprovação, a
desumanos ou degradantes ou que se refira à extradição menos que a metade ou mais dos Estados Partes
ou expulsão. venham a responder negativamente dentro de um prazo
de seis semanas, a contar do momento em que o
PARTE II Secretário-Geral das Nações Unidas lhes houver
comunicado a candidatura proposta.
ARTIGO 17 7. Correrão por conta dos Estados Partes as despesas em
1. Constituir-se-á um Comitê contra a Tortura que vierem a incorrer os membros do Comitê no
(doravante denominado o "Comitê) que desempenhará desempenho de suas funções no referido órgão.
as funções descritas adiante. O Comitê será composto
por dez peritos de elevada reputação moral e ARTIGO 18
reconhecida competência em matéria de direitos 1. O Comitê elegerá sua mesa para um período de dois
humanos, os quais exercerão suas funções a título anos. Os membros da mesa poderão ser reeleitos.
pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados Partes, 2. O próprio Comitê estabelecerá suas regras de
levando em conta uma distribuição geográfica procedimento; estas, contudo, deverão conter, entre
eqüitativa e a utilidade da participação de algumas outras, as seguintes disposições:
pessoas com experiência jurídica. a) o quorum será de seis membros;
2. Os membros do Comitê serão eleitos em votação b) as decisões do Comitê serão tomadas por maioria de
secreta dentre uma lista de pessoas indicadas pelos votos dos membros presentes.
Estados Partes. Cada Estado Parte pode indicar uma 3. O Secretário-Geral das Nações Unidas colocará à
pessoa dentre os seus nacionais. Os Estados Partes terão disposição do Comitê o pessoal e os serviços necessários
presente a utilidade da indicação de pessoas que sejam ao desempenho eficaz das funções que lhe são
também membros do Comitê de Direitos Humanos atribuídas em virtude da presente Convenção.
estabelecido de acordo com o Pacto Internacional de 4. O Secretário-Geral das Nações Unidas convocará a
Direitos Civis e Políticos e que estejam dispostas a servir primeira reunião do Comitê. Após a primeira reunião, o
no Comitê contra a Tortura. Comitê deverá reunir-se em todas as ocasiões previstas
3. Os membros do Comitê serão eleitos em reuniões em suas regras de procedimento.
bienais dos Estados Partes convocadas pelo Secretário- 5. Os Estados Partes serão responsáveis pelos gastos
Geral das Nações Unidas. Nestas reuniões, nas quais o vinculados à realização das reuniões dos Estados Partes
quorum será estabelecido por dois terços dos Estados e do Comitê, inclusive o reembolso de quaisquer gastos,
Partes, serão eleitos membros do Comitê os candidatos tais como os de pessoal e de serviço, em que incorrerem
que obtiverem o maior número de votos e a maioria as Nações Unidas em conformidade com o parágrafo 3
absoluta dos votos dos representantes dos Estados do presente Artigo.
Partes presentes e votantes.
4. A primeira eleição se realizará no máximo seis meses ARTIGO 19
após a data de entrada em vigor da presente Convenção. 1. Os Estados Partes submeterão ao Comitê, por
Ao menos quatro meses antes da data de cada eleição, intermédio do Secretário-Geral das Nações Unidas,
o Secretário-Geral das Nações Unidas enviará uma carta relatórios sobre as medidas por eles adotadas no
aos Estados Partes para convidá-los a apresentar suas cumprimento das obrigações assumidas em virtude da
candidaturas no prazo de três meses. O Secretário-Geral presente Convenção, dentro de prazo de um ano, a
organizará uma lista por ordem alfabética de todos os contar do início da vigência da presente Convenção no
candidatos assim designados, com indicações dos Estado Parte interessado. A partir de então, os Estados
Estados Partes que os tiverem designado, e a Partes deverão apresentar relatórios suplementares a
comunicará aos Estados Partes. cada quatro anos sobre todas as novas disposições que
5. Os membros do Comitê serão eleitos para um houverem adotado, bem como outros relatórios que o
mandato de quatro anos. Poderão, caso suas Comitê vier a solicitar.
candidaturas sejam apresentadas novamente, ser 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas transmitirá os
reeleitos. No entanto, o mandato de cinco dos membros relatórios a todos os Estados Partes.
eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois anos;

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3. Cada relatório será examinado pelo Comitê, que cumprindo as obrigações que lhe impõe a Convenção. As
poderá fazer os comentários gerais que julgar referidas comunicações só serão recebidas e
oportunos e os transmitirá ao Estado Parte interessado. examinadas nos termos do presente Artigo no caso de
Este poderá, em resposta ao Comitê, comunicar-lhe serem apresentadas por um Estado Parte que houver
todas as observações que deseje formular. feito uma declaração em que reconheça, com relação a
4. O Comitê poderá, a seu critério, tomar a decisão de si próprio, a competência do Comitê. O Comitê não
incluir qualquer comentário que houver feito de acordo receberá comunicação alguma relativa a um Estado
com o que estipula o parágrafo 3 do presente Artigo, Parte que não houver feito uma declaração dessa
junto com as observações conexas recebidas do Estado natureza. As comunicações recebidas em virtude do
Parte interessado, em seu relatório anual que presente Artigo estarão sujeitas ao procedimento que se
apresentará em conformidade com o Artigo 24. Se assim segue:
o solicitar o Estado Parte interessado, o Comitê a) se um Estado Parte considerar que outro Estado Parte
poderá também incluir cópia do relatório apresentado não vem cumprindo as disposições da presente
em virtude do parágrafo 1 do presente Artigo. Convenção poderá, mediante comunicação escrita,
levar a questão ao conhecimento deste Estado Parte.
ARTIGO 20 Dentro de um prazo de três meses a contar da data do
1. O Comitê, no caso de vir a receber informações recebimento da comunicação, o Estado destinatário
fidedignas que lhe pareçam indicar, de forma fornecerá ao Estado que enviou a comunicação
fundamentada, que a tortura é praticada explicações ou quaisquer outras declarações por escrito
sistematicamente no território de um Estado Parte, que esclareçam a questão, as quais deverão fazer
convidará o Estado Parte em questão a cooperar no referência, até onde seja possível e pertinente, aos
exame das informações e, nesse sentido, a transmitir ao procedimentos nacionais e aos recursos jurídicos
Comitê as observações que julgar pertinentes. adotados, em trâmite ou disponíveis sobre a questão;
2. Levando em consideração todas as observações que b) se, dentro de um prazo de seis meses, a contar da
houver apresentado o Estado Parte interessado, bem data do recebimento da comunicação original pelo
como quaisquer outras informações pertinentes de que Estado destinatário, a questão não estiver dirimida
dispuser, o Comitê poderá, se lhe parecer justificável, satisfatoriamente para ambos os Estado Partes
designar um ou vários de seus membros para que interessados, tanto um como o outro terão o direito de
procedam a uma investigação confidencial e informem submetê-la ao Comitê, mediante notificação
urgentemente o Comitê. endereçada ao Comitê ou ao outro Estado interessado;
3. No caso de realizar-se uma investigação nos termos c) o Comitê tratará de todas as questões que se lhe
do parágrafo 2 do presente Artigo, o Comitê procurará submetam em virtude do presente Artigo somente após
obter a colaboração do Estado Parte interessado. Com a ter-se assegurado de que todos os recursos jurídicos
concordância do Estado Parte em questão, a internos disponíveis tenham sido utilizados e esgotados,
investigação poderá incluir uma visita a seu território. em consonância com os princípios do Direito
4. Depois de haver examinado as conclusões internacional geralmente reconhecidos. Não se aplicará
apresentadas por um ou vários de seus membros, nos esta regra quando a aplicação dos mencionados
termos do parágrafo 2 do presente Artigo, o Comitê as recursos se prolongar injustificadamente ou quando não
transmitirá ao Estado Parte interessado, junto com as for provável que a aplicação de tais recursos venha a
observações ou sugestões que considerar pertinentes melhorar realmente a situação da pessoa que seja
em vista da situação. vítima de violação da presente Convenção;
5. Todos os trabalhos do Comitê a que se faz referência d) o Comitê realizará reuniões confidenciais quando
nos parágrafos 1 ao 4 do presente Artigo serão estiver examinando as comunicações previstas no
confidenciais e, em todas as etapas dos referidos presente Artigo;
trabalhos, procurar-se-á obter a cooperação do Estado e) sem prejuízo das disposições da alínea c), o Comitê
Parte. Quando estiverem concluídos os trabalhos colocará seus bons ofícios à disposição dos Estados
relacionados com uma investigação realizada de acordo Partes interessados no intuito de se alcançar uma
com o parágrafo 2, o Comitê poderá, após celebrar solução amistosa para a questão, baseada no respeito às
consultas com o Estado Parte interessado, tomar a obrigações estabelecidas na presente Convenção. Com
decisão de incluir um resumo dos resultados da vistas a atingir esse objetivo, o Comitê poderá constituir,
investigação em seu relatório anual, que apresentará se julgar conveniente, uma comissão de
em conformidade com o Artigo 24. conciliação ad hoc;
f) em todas as questões que se lhe submetam em virtude
ARTIGO 21 do presente Artigo, o Comitê poderá solicitar aos
1. Com base no presente Artigo, todo Estado Parte da Estados Partes interessados, a que se faz referência na
presente Convenção poderá declarar, a qualquer alínea b), que lhe forneçam quaisquer informações
momento, que reconhece a competência dos Comitês pertinentes;
para receber e examinar as comunicações em que um g) os Estados Partes interessados, a que se faz referência
Estado Parte alegue que outro Estado Parte não vem na alínea b), terão o direito de fazer-se representar

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quando as questões forem examinadas no Comitê e de declarações por escrito que elucidem a questão e, se for
apresentar suas observações verbalmente e/ou por o caso, indiquem o recurso jurídico adotado pelo Estado
escrito; em questão.
h) o Comitê, dentro dos doze meses seguintes à data de 4. O Comitê examinará as comunicações recebidas em
recebimento de notificação mencionada na b), conformidade com o presente Artigo á luz de todas as
apresentará relatório em que: informações a ele submetidas pela pessoa interessada,
i) se houver sido alcançada uma solução nos termos da ou em nome dela, e pelo Estado Parte interessado.
alínea e), o Comitê restringir-se-á, em seu relatório, a 5. O Comitê não examinará comunicação alguma de uma
uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada; pessoa, nos termos do presente Artigo, sem que se haja
ii) se não houver sido alcançada solução alguma nos assegurado de que;
termos da alínea e), o Comitê restringir-se-á, em seu a) a mesma questão não foi, nem está sendo, examinada
relatório, a uma breve exposição dos fatos; serão perante uma outra instância internacional de
anexados ao relatório o texto das observações escritas e investigação ou solução;
as atas das observações orais apresentadas pelos b) a pessoa em questão esgotou todos os recursos
Estados Partes interessados. jurídicos internos disponíveis; não se aplicará esta regra
Para cada questão, o relatório será encaminhado aos quando a aplicação dos mencionados recursos se
Estados Partes interessados. prolongar injustificadamente ou quando não for
2. As disposições do presente Artigo entrarão em vigor a provável que a aplicação de tais recursos venha a
partir do momento em que cinco Estado Partes da melhorar realmente a situação da pessoa que seja
presente Convenção houverem feito as declarações vítima de violação da presente Convenção.
mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referidas 6. O Comitê realizará reuniões confidenciais quando
declarações serão depositadas pelos Estados Partes estiver examinado as comunicações previstas no
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que presente Artigo.
enviará cópia das mesmas aos demais Estados Partes. 7.O Comitê comunicará seu parecer ao Estado Parte e à
Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer pessoa em questão.
momento, mediante notificação endereçada ao 8. As disposições do presente Artigo entrarão em vigor a
Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do partir do momento em que cinco Estado Partes da
exame de quaisquer questões que constituam objeto de presente Convenção houverem feito as declarações
uma comunicação já transmitida nos termos deste mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referidas
Artigo; em virtude do presente Artigo, não se receberá declarações serão depositadas pelos Estados Partes
qualquer nova comunicação de um Estado Parte uma junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que
vez que o Secretário-Geral haja recebido a notificação enviará cópia das mesmas ao demais Estados Partes.
sobre a retirada da declaração, a menos que o Estado Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer
Parte interessado haja feito uma nova declaração. momento, mediante notificação endereçada ao
Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do
ARTIGO 22 exame de quaisquer questões que constituam objeto de
1. Todo Estado Parte da presente Convenção poderá, em uma comunicação já transmitida nos termos deste
virtude do presente Artigo, declarar, a qualquer Artigo; em virtude do presente Artigo, não se receberá
momento, que reconhece a competência do Comitê nova comunicação de uma pessoa, ou em nome dela,
para receber e examinar as comunicações enviadas por uma vez que o Secretário-Geral haja recebido a
pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que notificação sobre retirada da declaração, a menos que o
aleguem ser vítimas de violação, por um Estado Parte, Estado Parte interessado haja feito uma nova
das disposições da Convenção.O Comitê não receberá declaração.
comunicação alguma relativa a um Estado Parte que não
houver feito declaração dessa natureza. ARTIGO 23
2. O Comitê considerará inadmissível qualquer Os membros do Comitê e os membros das Comissões de
comunicação recebida em conformidade com o Conciliação ad noc designados nos termos da alínea e)
presente Artigo que seja anônima, ou que, a seu juízo, do parágrafo 1 do Artigo 21 terão o direito às facilidades,
constitua abuso do direito de apresentar as referidas privilégios e imunidades que se concedem aos peritos no
comunicações, ou que seja incompatível com as desempenho de missões para a Organização das Nações
disposições da presente Convenção. Unidas, em conformidade com as seções pertinentes da
3. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 2, o Comitê Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações
levará todas as comunicações apresentadas em Unidas.
conformidade com este Artigo ao conhecimento do
Estado Parte da presente Convenção que houver feito ARTIGO 24
uma declaração nos termos do parágrafo 1 e sobre o O Comitê apresentará, em virtude da presente
qual se alegue ter violado qualquer disposição da Convenção, um relatório anula sobre suas atividades aos
Convenção. Dentro dos seis meses seguintes, o Estado Estados Partes e à Assembléia Geral das Nações Unidas.
destinatário submeterá ao Comitê as explicações ou PARTE III

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os procedimentos previstos por suas respectivas


ARTIGO 25 constituições.
1. A presente Convenção está aberta à assinatura de 3. Quando entrarem em vigor, as emendas serão
todos os Estados. obrigatórias para todos os Estados Partes que as tenham
2. A presente Convenção está sujeita a ratificação. Os aceito, ao passo que os demais Estados Partes
instrumentos de ratificação serão depositados junto ao permanecem obrigados pelas disposições da Convenção
Secretário-Geral das Nações Unidas. e pelas emendas anteriores por eles aceitas.

ARTIGO 26 ARTIGO 30
A presente Convenção está aberta à Adesão de todos os 1. As controvérsias entre dois ou mais Estados Partes
Estados. Far-se-á a Adesão mediante depósito do com relação à interpretação ou à aplicação da presente
Instrumento de Adesão junto ao Secretário-Geral das Convenção que não puderem ser dirimidas por meio da
Nações Unidas. negociação serão, a pedido de um deles, submetidas a
arbitragem. Se durante os seis meses seguintes à data
ARTIGO 27 do pedido de arbitragem, as Partes não lograrem pôr-se
1. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo de acordo quanto aos termos do compromisso de
dia a contar da data em que o vigésimo instrumento de arbitragem, qualquer das Partes poderá submeter a
ratificação ou adesão houver sido depositado junto ao controvérsia à Corte Internacional de Justiça, mediante
Secretário-Geral das Nações Unidas. solicitação feita em conformidade com o Estatuto da
2. Para os Estados que vierem a ratificar a presente Corte.
Convenção ou a ela aderir após o depósito do vigésimo 2. Cada Estado poderá, por ocasião da assinatura ou da
instrumento de ratificação ou adesão, a Convenção ratificação da presente Convenção, declarar que não se
entrará em vigor no trigésimo dia a contar da data em considera obrigado pelo parágrafo 1 deste Artigo. Os
que o Estado em questão houver depositado seu demais Estados Partes não estarão obrigados pelo
instrumento de ratificação ou adesão. referido parágrafo com relação a qualquer Estado Parte
que houver formulado reserva dessa natureza.
ARTIGO 28 3. Todo Estado Parte que houver formulado reserva nos
1. Cada Estado Parte poderá declarar, por ocasião da termos do parágrafo 2 do presente Artigo poderá retirá-
assinatura ou da ratificação da presente Convenção ou la, a qualquer momento, mediante notificação
da adesão a ela, que não reconhece a competência do endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Comitê quando ao disposto no Artigo 20.
2. Todo Estado Parte da presente Convenção que houver ARTIGO 31
formulado uma reserva em conformidade com o 1. Todo Estado Parte poderá denunciar a presente
parágrafo 1 do presente Artigo poderá, a qualquer Convenção mediante notificação por escrito endereçada
momento, tornar sem efeito essa reserva, mediante ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A denúncia
notificação endereçada ao Secretário-Geral das Nações produzirá efeitos um ano depois da data de recebimento
Unidas. da notificação pelo Secretário-Geral.
2. A referida denúncia não eximirá o Estado Parte das
ARTIGO 29 obrigações que lhe impõe a presente Convenção
1. Todo Estado Parte da presente Convenção poderá relativamente a qualquer ação ou omissão ocorrida
propor uma emenda e depositá-la junto ao Secretário- antes da data em que a denúncia venha a produzir
Geral das Nações Unidas. O Secretário-Geral comunicará efeitos; a denúncia não acarretará, tampouco, a
a proposta de emenda aos Estados Partes, pedindo-lhes suspensão do exame de quaisquer questões que o
que o notifiquem se desejam que se convoque uma Comitê já começara a examinar antes da data em que a
conferência dos Estados Partes destinada a examinar a denúncia veio a produzir efeitos.
proposta e submetê-la a votação. Se, dentro dos quatro 3. A partir da data em que vier a produzir efeitos a
meses seguintes à data da referida comunicação, pelos denúncia de um Estado Parte, o Comitê não dará início
menos um terço dos Estados Partes se manifestar a ao exame de qualquer nova questão referente ao Estado
favor da referida convocação, o Secretário-Geral em apreço.
convocará uma conferência sob os auspícios das Nações
Unidas. Toda emenda adotada pela maioria dos Estados ARTIGO 32
Partes presentes e votantes na conferência será O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará a
submetida pelo Secretário-Geral à aceitação de todos os todos os Estados membros das Nações Unidas e a todos
Estados Partes. os Estados que assinaram a presente Convenção ou a ela
2. Toda emenda adotada nos termos das disposições do aderiram:
parágrafo 1 do presente Artigo entrará em vigor assim a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas em
que dois terços dos Estados Partes da presente conformidade com os Artigos 25 e 26;
Convenção houverem notificado o Secretário-Geral das
Nações Unidas de que a aceitaram em consonância com

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b) a data de entrada em vigor da Convenção, nos termos E) qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos que
do Artigo 27, e a data de entrada em vigor de quaisquer sejam consequência unicamente de sanções legítimas,
emendas, nos termos do Artigo 29; ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram
c) as denúncias recebidas em conformidades com o
Artigo 31. 38 - A Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos
ou Penas (1984) é resultado do esforço para garantir que
ARTIGO 33 ninguém será sujeito a tortura ou a pena ou tratamento
1. A presente Convenção, cujos textos em árabe, chinês, cruel, desumano ou degradante promovido por pessoas
espanhol, francês, inglês e russo são igualmente no exercício de funções públicas. Esse documento
autênticos, será depositada junto ao Secretário-Geral define que o termo “tortura” compreende todo
das Nações Unidas.
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas encaminhará A) sofrimento infligido intencionalmente a uma pessoa
cópias autenticadas da presente Convenção a todos os a fim de obter informações ou confissões.
Estados. B) ato intencional que cause lesão corporal em um
cidadão detido por suspeita de cometimento de crime.
C) ato que cause sofrimento mental, intimidação ou
EXERCÍCIOS - CONVENÇÃO CONTRA A coação a uma pessoa suspeita de cometimento de
TORTURA crime.
D) sofrimento físico ou mental ocasionado pelo
36 - De acordo com a Convenção contra a Tortura e cumprimento de qualquer tipo de sanção.
outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes,

A) em nenhum caso poderão invocar-se circunstâncias DECRETO Nº 98.386, DE 09 DE NOVEMBRO


excepcionais, como ameaça ou estado de guerra, DE 1989
instabilidade política interna ou qualquer outra
emergência pública, como justificativa para a tortura. Promulga a Convenção Interamericana para Prevenir e
B) poderão invocar-se as circunstâncias excepcionais da Punir a Tortura.
ameaça ou do estado de guerra, como justificativa para
a tortura. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da
C) poderão invocar-se as circunstâncias excepcionais de atribuição que lhe confere o art. 84, item IV, da
instabilidade política interna ou qualquer outra Constituição e
emergência pública, como justificativa para a tortura.
Considerando que o Congresso Nacional
D) caberá ao Direito interno estabelecer as
aprovou, pelo Decreto Legislativo nº 05, de 31 de maio
circunstâncias excepcionais que autorizem a tortura.
de 1989, a Convenção Interamericana para Prevenir e
E) poderão invocar-se as circunstâncias excepcionais do
Punir a Tortura, concluída em Cartagena, a 09 de
estado de sítio ou estado de defesa, como justificativa
dezembro de 1985;
para a tortura.
Considerando que o Brasil ratificara a referida
37 - De acordo com o preceituado no Decreto nº Convenção, em 20 de julho de 1989, tendo entrado em
40/1991 (Convenção Contra a Tortura e Outros vigor na forma de seu artigo 21,
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
DECRETA:
Degradantes), não deve ser considerado “tortura”:
Art. 1º - A Convenção Interamericana para
A) qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, Prevenir e Punir a Tortura, apensa por cópia ao presente
físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente
uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira como nela se contém.
pessoa, informações ou confissões
Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de
B) qualquer ato pelo qual dores físicas venham a ser
sua publicação.
impostas para infligir castigo por ato que uma terceira
pessoa tenha cometido Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
C) qualquer ato pelo qual sofrimentos agudos de
natureza mental venham a ser infligidos para o fim de Brasília, em 09 de novembro de 1989; 168º da
intimidar ou coagir determinada pessoa Independência e 101º da República.
D) qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos,
físicos ou mentais, são infligidos por qualquer motivo JOSÉ SARNEY
baseado em discriminação de qualquer natureza Roberto Costa de Abreu Sodré

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CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR E b) As pessoas que, por instigação dos


PUNIR A TORTURA funcionários ou empregados públicos a que se refere a
Os Estados Americanos signatários da presente alínea a, ordenem sua comissão, instiguem ou induzam
Convenção, a ela, comentam-no diretamente ou nela sejam
cúmplices.
Conscientes do disposto na Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, no sentido de que ninguém deve ser ARTIGO 4
submetido a torturas, nem a penas ou tratamento
O fato de haver agido por ordens superiores não
cruéis, desumanas ou degradantes;
eximirá da responsabilidade penal correspondente.
Reafirmando que todo ato de tortura ou outros
ARTIGO 5
tratamentos ou penas cruéis, ou desumanas ou
degradantes constituem uma ofensa à dignidade Não se invocará nem admitirá como justificativa
humana e uma negação dos princípios consagrados na do delito de tortura a existência de circunstâncias tais
Carta da Organização dos Estados Americanos e na como o estado de guerra, a ameaça de guerra, o estado
Carta das Nações Unidas, e são violatórios aos direitos de sítio ou emergência, a comoção ou conflito interno, a
humanos e liberdades fundamentais proclamados na suspensão das garantias constitucionais, a instabilidade
Declaração Universal dos Direitos do Homem; política interna, ou outras emergências ou calamidades
públicas.
Assinalando que, para tornar efetivas as normas
pertinentes contidas nos instrumentos universais e Nem a periculosidade do detido ou condenado,
regionais aludidos, é necessário elaborar uma nem a insegurança do estabelecimento carcerário ou
convenção interamericana que previna e puna a tortura; penitenciário podem justificar a tortura.
Reiterando seu propósito de consolidar neste ARTIGO 6
Continente as condições que permitam o
Em conformidade com o disposto no artigo 1, os
reconhecimento e o respeito da dignidade inerente à
Estados Partes tomarão medidas efetivas a fim de
pessoa humana e assegurem o exercício pleno das suas
prevenir e punir a tortura no âmbito de sua jurisdição.
liberdades e direitos fundamentais;
Os Estados Partes segurar-se-ão de que todos os
Convieram o seguinte:
atos de tortura e as tentativas de praticar atos dessa
ARTIGO 1 natureza sejam considerados delitos em seu direito
penal, estabelecendo penas severas para sua punição,
Os Estados Partes obrigam-se a prevenir e a punir
que levem em conta sua gravidade.
a tortura, nos termos desta Convenção.
Os Estados Partes obrigam-se também a tomar
ARTIGO 2
medidas efetivas para prevenir e punir outros
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
por tortura todo ato pelo qual são infligidos degradantes, no âmbito de sua jurisdição.
intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos
ARTIGO 7
físicos ou mentais, com fins de investigação criminal,
como meio de intimidação, como castigo pessoal, como Os Estados Partes tomarão medidas para que, no
medida preventiva, como pena ou com qualquer outro treinamento de agentes de polícia e de outros
fim. Entender-se-á também como tortura a aplicação, funcionários públicos responsáveis pela custódia de
sobre uma pessoa, de métodos tendentes a anular a pessoas privadas de liberdade, provisória ou
personalidade da vítima, ou a diminuir sua capacidade definitivamente, e nos interrogatórios, detenção ou
física ou mental, embora não causem dor física ou prisões, se ressalte de maneira especial a proibição do
angústia psíquica. emprego da tortura.
Não estarão compreendidos no conceito de Os Estados Partes tomarão medidas semelhantes
tortura as penas ou sofrimentos físicos ou mentais que para evitar outros tratamentos ou penas cruéis,
sejam unicamente conseqüência de medidas legais ou desumanos ou degradantes.
inerentes a elas, contato que não incluam a realização
ARTIGO 8
dos atos ou aplicação dos métodos a que se refere este
Artigo. Os Estados Partes assegurarão a qualquer pessoa
que denunciar haver sido submetida a tortura, no
ARTIGO 3
âmbito de sua jurisdição, o direito de que o caso seja
Serão responsáveis pelo delito de tortura: examinado de maneira imparcial.
a) Os empregados ou funcionários públicos que, Quando houver denúncia ou razão fundada para
atuando nesse caráter, ordenem sua comissão ou supor que haja sido cometido ato de tortura no âmbito
instiguem ou induzam a ela, cometam-no diretamente de sua jurisdição, os Estados Partes garantirão que suas
ou, podendo impedi-lo, não o façam; autoridades procederão de ofício e Partes garantirão

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POLÍCIA PENAL 77 LEGISLAÇÃO
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que suas autoridades procederão de ofício e se a incluir o delito de tortura como caso de extradição
imediatamente à realização de uma investigação sobre em todo tratado de extradição que celebrarem entre si
o caso e iniciarão, se for cabível, o respectivo processo no futuro.
penal.
Todo Estado Parte que sujeitar a extradição à
Uma vez esgotado o procedimento jurídico existência de um tratado poderá, se receber de outro
interno do Estado e os recursos que este prevê, o caso Estado Parte, com o qual não tiver tratado, uma
poderá ser submetido a instâncias internacionais, cuja solicitação de extradição, considerar esta Convenção
competência tenha sido aceita por esse Estado. como a base jurídica necessária para a extradição
referente ao delito de tortura. A extradição estará
ARTIGO 9
sujeita às demais condições exigíveis pelo direito do
Os Estado Partes comprometem-se a Estado requerido.
estabelecer, em suas legislações nacionais, normas que
Os Estados Partes que não sujeitarem a
garantam compensação adequada para as vítimas do
extradição à existência de um tratado reconhecerão
delito de tortura.
esses delitos como casos de extradição entre eles,
Nada do disposto neste Artigo afetará o direito respeitando as condições exigidas pelo direito do Estado
que possa ter a vítima ou outras pessoas de receber requerido.
compensação em virtude da legislação nacional
Não se conhecerá a extradição nem se procederá
existente.
à devolução da pessoa requerida quando houver
ARTIGO 10 suspeita fundada de que corre perigo sua vida, de que
será submetida à tortura, tratamento cruel, desumano
Nenhuma declaração que se comprove haver
ou degradante, ou de que será julgada por tribunais de
sido obtida mediante tortura poderá se admitida como
exceção ou adhoc, no estado requerente.
prova num processo, salvo em processo instaurado
conta a pessoa ou pessoas acusadas de havê-la obtido ARTIGO 14
mediante atos de tortura unicamente como prova de
Quando um Estado Parte não conceder a
que, por esse meio, o acusado obteve tal declaração.
extradição, submeterá o caso às suas autoridades
ARTIGO 11 competentes, como se o delito houvesse sido cometido
no âmbito de sua jurisdição, para fins de investigação e,
Os Estados Partes tomarão as medidas
quando for cabível, da ação penal, de conformidade com
necessárias para conceder a extradição de toda pessoa
sua legislação nacional. A decisão tomada por essas
acusada de delito de tortura ou condenada por esse
autoridades será comunicada ao Estado que houver
delito, de conformidade com suas legislações nacionais
solicitado a extradição.
sobre extradição e suas obrigações internacionais nessa
matéria. ARTIGO 15
ARTIGO 12 Nada do disposto nesta Convenção poderá ser
interpretado como limitação do direito de asilo, quando
Todo Estado Parte tomará as medidas
for cabível, nem como modificação das obrigações dos
necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre o
Estados Partes em matéria de extradição.
delito nesta Convenção, nos seguintes casos:
ARTIGO 16
a) quando a tortura houver sido cometida no
âmbito de sua jurisdição; Esta Convenção deixa a salvo o disposto pela
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, por
b) quando o suspeito for nacional do Estado Parte
outras Convenções sobre a matéria e pelo Estatuto da
de que se trate;
Comissão Interamericana de Direitos Humanos com
c) quando a vítima for nacional do Estado Parte relação ao delito de tortura.
de que se trate e este o considerar apropriado.
ARTIGO 17
Todo Estado Parte tomará também as medidas
Os Estados Partes comprometem-se a informar a
necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre o
Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre as
delito descrito nesta Convenção, quando o suspeito se
medidas legislativas , judiciais, administrativas e de
encontrar no âmbito de sua jurisdição e o Estado não o
outra natureza que adotarem em aplicação desta
extraditar, de conformidade com o Artigo 11.
Convenção.
ARTIGO 13
De conformidade com suas atribuições, a
O delito a que se refere o Artigo 2 será Comissão Interamericana de Direitos Humanos
considerado incluído entre os delitos que são motivo de procurará analisar, em seu relatório anual, a situação
extradição em todo tratado de extradição celebrado prevalecente nos Estados Membros da Organização dos
entre Estados Partes. Os Estados Partes comprometem-

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POLÍCIA PENAL 78 LEGISLAÇÃO
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Estados Americanos, no que diz respeito à prevenção e instrumentos de ratificação, adesão e denúncia, bem
supressão da tortura. como as reservas que houver.
ARTIGO 18
Esta Convenção estará aberta à assinatura dos EXERCIÍCIOS - CONVENÇÃO INTERAMERICANA
Estados membros da Organização dos Estados
Americanos. 39- Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem, também conhecido como Pacto de San Jose da
ARTIGO 19 Costa Rica, estabelece que
Esta Convenção estará sujeita a ratificação. Os
instrumentos de ratificação serão depositados na A) os direitos essenciais do homem derivam do fato de
Secretaria-Geral da Organização dos Estados ele ser nacional de um determinado Estado e, por isso,
Americanos. merecem proteção no âmbito interno de cada país
respectivamente.
ARTIGO 20 B) os Estados-Partes, signatários da Convenção,
Esta Convenção ficará aberta à adesão de obrigam-se a respeitar os direitos e liberdades nela
qualquer outro Estado Americano. Os instrumentos de reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício,
adesão serão depositados na Secretaria-Geral da sem discriminação alguma, aos seus cidadãos nacionais.
Organização dos Estados Americanos. C) os países que ainda não aboliram a pena de morte
somente poderão impô-la aos delitos mais graves, tais
ARTIGO 21 como os crimes políticos, em cumprimento de sentença
Os Estados Partes poderão formular reservas a final de tribunal competente.
esta Convenção no momento de aprová-la, assiná-la, D) toda pessoa tem direito a ser indenizada por erro
ratificá-la ou de a ela aderir, contanto que não sejam judiciário, no caso de haver sido condenada em
incompatíveis com o objetivo e o fim da Convenção e sentença passada em julgado, conforme a lei
versem sobre uma ou mais disposições específicas. estabelecer.
E) toda pessoa que for acusada de um delito tem direito
ARTIGO 22 a que se presuma sua inocência enquanto não se
Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia comprove legalmente sua culpa, mas, quando o delito
a partir da data em que tenha sido depositado o em questão disser respeito à segurança nacional, a
segundo instrumento de ratificação. Para cada Estado acusação formulada permanecerá sob sigilo, tendo
que ratificar a Convenção ou a ela aderir depois de haver acesso a ela apenas o Ministério Público.
sido depositado o segundo instrumento de ratificação, a
Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a partir da 40 - A Convenção Americana de Direitos Humanos,
data em que esse Estado tenha depositado seu também conhecida como Pacto de São José da Costa
instrumento de ratificação e adesão. Rica, aprovada e assinada em 22.11.1969, é um marco
fundamental no sistema interamericano de proteção
ARTIGO 23 dos direitos humanos e entrou em vigor em 18.07.1978.
Esta Convenção vigorará indefinidamente, mas Sua aplicação no Brasil acabou por gerar súmula
qualquer dos Estados Partes poderá denunciá-la. O vinculante do Supremo Tribunal Federal (Súmula
instrumento de denúncia será depositado na Secretaria- Vinculante n.º 25, DOU de 23.12.2009), que, em relação
Geral da Organização dos Estados Americanos. aos direitos humanos, decidiu que
Transcorrido um ano, contado a partir da data de
depósito do instrumento de denúncia, a Convenção A) ninguém poderá ser condenado ou sentenciado, sem
cessará em seus efeitos para o Estado denunciante, o devido processo legal.
ficando subsistente para os demais Estados Partes. B) só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e
de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
ARTIGO 24 física própria ou alheia, por parte do preso ou de
O instrumento original desta Convenção, cujos terceiros.
textos em português, espanhol, francês e inglês são C) não haverá penas cruéis e não será tolerada a tortura
igualmente autênticos, será depositado na Secretaria- no Brasil.
Geral da Organização dos Estados Americanos, que D) é proibida a pena de morte no Brasil, exceto em
enviará cópias autenticadas do seu texto para registro e tempo de guerra.
publicação à Secretaria das Nações Unidas, de E) é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer
conformidade com o Artigo 102 da Carta das Nações que seja a modalidade do depósito.
Unidas. A Secretaria-Geral da Organização dos Estados
Americanos comunicará aos Estados Membros da 41 - Dentre os direitos civis e políticos constantes na
referida Organização e aos Estados que tenham aderido Convenção Americana de Direitos Humanos, também
à Convenção, as assinaturas e os depósitos de

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conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, está III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
previsto o direito exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
A) à vida, que deve ser protegido pela lei e, em geral,
desde o momento da concepção. Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de
B) à proteção da reprodução da imagem e voz humanas. 11.7.1984)
C) a não ser preso em virtude de inadimplemento de
obrigação alimentar. Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses
D) dos autores de permitir ou não a utilização, deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou
publicação ou reprodução de suas obras. culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
E) a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral.
Estado de necessidade
42 - Assinale a alternativa correta acerca da
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
denominação da Convenção Americana de Direitos
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
Humanos de 1969.
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
A) Rio 92.
circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação
B) Declaração de Lima.
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
C) Protocolo de Olivos.
D) Pacto de Viña del Mar.
E) Pacto San José da Costa Rica. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DECRETO-LEI N° 2.848/40 E SUAS
ALTERAÇÕES POSTERIORES: ART. 21 A 40 § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se 11.7.1984)
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Legítima defesa

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude moderadamente dos meios necessários, repele injusta
do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)

Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação Parágrafo único. Observados os requisitos previstos
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) no caput deste artigo, considera-se também em legítima
defesa o agente de segurança pública que repele
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém
em estrita obediência a ordem, não manifestamente durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da 13.964, de 2019)
coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Inimputáveis

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
7.209, de 11.7.1984) fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)

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Redução de pena § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena


pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
retardado não era inteiramente capaz de entender o menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
7.209, de 11.7.1984) nº 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos Circunstâncias incomunicáveis

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as


penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas condições de caráter pessoal, salvo quando elementares
estabelecidas na legislação especial. (Redação dada do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Emoção e paixão
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
11.7.1984) tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº TÍTULO V


7.209, de 11.7.1984) DAS PENAS

Embriaguez CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) de 11.7.1984)

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez I - privativas de liberdade;


completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, II - restritivas de direitos;
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente III - de multa.
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse SEÇÃO I
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
11.7.1984)
Reclusão e detenção
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se
o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em
ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção,
omissão, a plena capacidade de entender o caráter em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
TÍTULO IV 11.7.1984)
DO CONCURSO DE PESSOAS
a) regime fechado a execução da pena em
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o estabelecimento de segurança máxima ou média;
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia
11.7.1984)
agrícola, industrial ou estabelecimento similar;

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c) regime aberto a execução da pena em casa de Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código,
albergado ou estabelecimento adequado. caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena
em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser 7.209, de 11.7.1984)
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial
rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
começar a cumpri-la em regime fechado; § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a
freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada
a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
Regras do regime aberto
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e
cumpri-la em regime aberto. senso de responsabilidade do condenado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e
no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer
de 11.7.1984) outra atividade autorizada, permanecendo recolhido
durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação
§ 4o O condenado por crime contra a administração dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pública terá a progressão de regime do cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou § 2º - O condenado será transferido do regime aberto,
à devolução do produto do ilícito praticado, com os se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar
acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa
12.11.2003) cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Regras do regime fechado
Regime especial
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do
cumprimento da pena, a exame criminológico de Art. 37 - As mulheres cumprem pena em
classificação para individualização da estabelecimento próprio, observando-se os deveres e
execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no
11.7.1984) que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período
diurno e a isolamento durante o repouso Direitos do preso
noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou as autoridades o respeito à sua integridade física e
ocupações anteriores do condenado, desde que moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
compatíveis com a execução da pena.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Trabalho do preso

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado,
fechado, em serviços ou obras públicas. (Redação dada sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semi-aberto Legislação especial

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POLÍCIA PENAL 82 LEGISLAÇÃO
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Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista B) O juiz pode deixar de aplicar a pena no caso de
nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará retorsão imediata, que consista em outra injúria.
os deveres e direitos do preso, os critérios para C) O juiz não pode deixar de aplicar a pena se o ofendido,
revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as ainda que de forma reprovável, tenha provocado a
infrações disciplinares e correspondentes injúria.
sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) D) Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que,
por sua natureza ou pelo meio empregado, se
EXERCÍCIOS – DECRETO 2.848 considerem aviltantes a pena passa a ser de reclusão de
três meses a um ano mais multa, excluído-se a pena
43 - É preceito do Código Penal Brasileiro que a A) correspondente à violência.
coação irresistível e obediência à ordem hierárquica, E) Se a injúria consiste na utilização de elementos
sem manifestação de ilegalidade, excluem a referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
culpabilidade do agente. condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência a
B) forte emoção e embriaguez culposa, pelo álcool ou pena passa a ser de detenção de um a três anos e multa.
por substância de efeitos análogos, excluem a
imputabilidade penal. 47 - No que concerne à prevenção do delito, de acordo
C) legítima defesa e estrito cumprimento de dever legal com o Código Penal Brasileiro, assinale a alternativa
excluem a imputabilidade, mesmo subsistindo a correta.
ilicitude.
D) pena prevista para o crime culposo é aplicada ao A) A função da pena é unicamente repressiva, sendo
agente que carrega sobre si a culpa por querer o irrelevante sua adequação em face do delinquente
resultado ou assumir o risco de produzi-lo. individualmente considerado.
B) A função da prevenção especial da pena consiste
44 - De acordo com o Código Penal Brasileiro, com principalmente na intimidação dos propensos a
referência às penas, assinale a alternativa correta. delinquir.
C) O legislador penal brasileiro adotou a teoria mista,
A) Constitui circunstância agravante a prática de crime também denominada eclética ou unitária da pena.
por motivo fútil ou torpe. D) A função da prevenção geral da pena consiste
B) A pena de reclusão deve ser cumprida apenas em principalmente em reeducação do condenado bem
regime fechado e a de detenção, em regime semiaberto como em sua ressocialização.
ou aberto. E) A função da pena é unicamente preventiva, sendo
C) A pena privativa de liberdade nunca será substituída irrelevante sua adequação em face do delinquente
por pena restritiva de direitos se o condenado for individualmente considerado.
reincidente.
D) Considera-se reincidente o agente que comete novo
crime antes de transitar em julgado a sentença que, no
País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime GABARITO:
anterior.
E) O desconhecimento da lei é inescusável, razão pela 01- C 11- B 21- B 31- E 41- A
qual não constitui circunstância atenuante da pena. 02- E 12- D 22- E 32- B 42- E
03- C 13- C 23- D 33- C 43- A
45 - Assinale a alternativa que não contempla uma das 04- A 14- B 24- A 34- B 44- A
excludentes de antijuridicidade dispostas no Código 05-B 15- E 25- D 35- A 45- A
Penal Brasileiro 06- D 16- A 26- C 36- E 46- B
07- A 17- A 27- D 37- E 47- C
A) Realização de ato após coação moral irresistível 08- E 18- A 28- D 38- A
B) Exercício regular de uma aptidão abarcada pelo 09- E 19- D 29- B 39- D
Direito 10- C 20- E 30- E 40- E
C) Imposição legal de um comportamento ao agente
D) Ato de afastamento da situação de perigo para
salvaguardar um bem jurídico próprio ou de terceiro
E) Utilização moderada de meios necessários para
repelir injusta agressão, atual ou iminente

46 - Considere as disposições do Código Penal Brasileiro


e assinale a alternativa correta sobre o crime de injúria.

A) O crime de injúria tem pena base de reclusão, de um


a seis anos, ou multa.

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POLÍCIA PENAL 83 LEGISLAÇÃO
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NOÇÕES DE DIREITO

Lei Estadual nº 869/1952 e suas alterações posteriores (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas
Gerais)......................................................................................................................................................................................................................... 02

Decreto nº 46.644/2014 (Dispõe sobre o Código de Conduta Ética do Agente Público e da Alta Administração
Estadual) .................................................................................................................................................................................................................... 35

Decreto Estadual nº 46.060/2012 (regulamenta a Lei Estadual Complementar nº 116/2011, que dispõe sobre a
prevenção e a punição do assédio moral na Administração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual) .. 40

Direito Constitucional .......................................................................................................................................................................................... 44

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POLÍCIA PENAL 1 NOÇÕES DE DIREITO
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LEI 869 DE 05/07/1952 Art. 6º – Carreira é um conjunto de classes da mesma


Data da última atualização desta lei: 28/12/2020. profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado de Minas Gerais. Art. 7º – As atribuições de cada carreira serão
definidas em regulamento.
(Vide Lei nº 10.254, de 20/7/1990.) Parágrafo único – Respeitada essa regulamentação,
(Vide inciso I do art. 8º da Lei nº 20.010, de 5/1/2012.) as atribuições inerentes a uma carreira podem ser
(Vide Lei nº 23.750, de 23/12/2020.) cometidas, indistintamente, aos funcionários de suas
diferentes classes.
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus
representantes, decretou e eu, em seu nome, Art. 8º – Quadro é um conjunto de carreiras, de
sanciono a seguinte Lei: cargos isolados e de funções gratificadas.

Art. 9º – Não haverá equivalência entre as diferentes


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES carreiras, nem entre cargos isolados ou funções
gratificadas.
Art. 1º – Esta lei regula as condições do provimento
dos cargos públicos, os direitos e as vantagens, os TÍTULO I
deveres e responsabilidades dos funcionários civis do Do Provimento
Estado. CAPÍTULO I
Parágrafo único – As suas disposições aplicam-se Disposições Gerais
igualmente ao Ministério Público e ao Magistério.
(Vide art. 171 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) Art. 10 – Os cargos públicos são acessíveis a todos os
(Vide art. 85 da Lei Complementar nº 30, de brasileiros, observados os requisitos que a lei
10/8/1993.) estabelecer.
(Vide art. 232 da Lei Complementar nº 34, de Parágrafo único – Os cargos de carreira serão de
12/9/1994.) provimento efetivo; os isolados, de provimento
(Vide art. 301 da Lei Complementar nº 59, de efetivo ou em comissão, segundo a lei que os criar.
18/1/2001.) (Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.)
(Vide art. 2° da Lei Complementar nº 85, de
28/12/2005.) Art. 11 – Compete ao Governador do Estado prover,
na forma da lei e com as ressalvas estatuídas na
Art. 2º – Funcionário público é a pessoa legalmente Constituição, os cargos públicos estaduais.
investida em cargo público.
Art. 12 – Os cargos públicos são providos por:
Art. 3º – Cargo público, para os efeitos deste I – Nomeação;
estatuto, é o criado por lei em número certo, com a II – Promoção;
denominação própria e pago pelos cofres do Estado. III – Transferência;
Parágrafo único – Os vencimentos dos cargos IV – Reintegração;
públicos obedecerão a padrões previamente fixados V – Readmissão;
em lei. (Vide art. 35 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 40 da Lei nº 10.961, de 14/12/1992.)
Art. 4º – Os cargos são de carreira ou isolados. VI – Reversão;
Parágrafo único – São de carreira os que se integram VII – Aproveitamento.
em classes e correspondem a uma profissão; isolados,
os que não se podem integrar em classes e Art. 13 – Só poderá ser provido em cargo público
correspondem a certa e determinada função. quem satisfizer os seguintes requisitos:
(Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.) I – ser brasileiro;
II – ter completado dezoito anos de idade;
Art. 5º – Classe é um agrupamento de cargos da III – haver cumprido as obrigações militares fixadas
mesma profissão e de igual padrão de vencimento. em lei;
IV – estar em gozo dos direitos políticos;
V – ter boa conduta;

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VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção Dos Concursos


médica;
VII – ter-se habilitado previamente em concurso, Art. 16 – A primeira investidura em cargo de carreira
salvo quando se tratar de cargos isolados para os e em outros que a lei determinar efetuar-se-á
quais não haja essa exigência; mediante concurso, precedida de inspeção de saúde.
VIII – ter atendido às condições especiais, inclusive Parágrafo único – Os concursos serão de provas e,
quanto à idade, prescrita no respectivo edital de subsidiariamente, de títulos.
concurso. (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6.871, Gerais.)
de 17/9/1976.) (Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
Parágrafo único – (Revogado pelo art. 2º da Lei nº (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)
6.871, de 17/9/1976.)
Dispositivo revogado: Art. 17 – Os limites de idade para a inscrição em
“Parágrafo único – Não poderá ser investido em concurso e o prazo de validade deste serão fixados,
cargo inicial de carreira a pessoa que contar mais de de acordo com a natureza das atribuições da carreira
40 anos de idade.” ou cargo, na conformidade das leis e regulamentos e
das instruções respectivas, quando for o caso.
CAPÍTULO II (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
Da nomeação Gerais.)
SEÇÃO I (Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
Disposições Gerais (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)

Art. 14 – As nomeações serão feitas: Art. 18 – Não ficarão sujeitos a limites de idade, para
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de inscrição em concurso e nomeação, os ocupantes de
carreira ou isolado que, por lei, assim deva ser cargos efetivos ou funções públicas estaduais.
provido; (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
II – em comissão, quando se tratar de cargo isolado Gerais.)
que, em virtude de lei, assim deva ser provido; (Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
III – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)
16/10/1964.)
Dispositivo revogado: Art. 19 – Os concursos deverão realizar-se dentro dos
“III – interinamente em cargo vago de classe inicial de seis meses seguintes ao encerramento das
carreira, ou em cargo isolado de provimento efetivo, respectivas inscrições.
para o qual não haja candidato legalmente Parágrafo único – Realizado o concurso será
habilitado;” expedido, pelo órgão competente, o certificado de
IV – em substituição no impedimento legal ou habilitação.
temporário de ocupante de cargo isolado de (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
provimento efetivo ou em comissão. Gerais.)
Parágrafo único – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº (Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
3.214, de 16/10/1964.) (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)
Dispositivo revogado:
“Parágrafo único – O funcionário efetivo poderá, no SEÇÃO III
interesse da administração, ser comissionado em Da Interinidade
outro cargo, sem perda daquele de que é titular,
desde que não se trate de cargo intermediário ou Art. 20 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
final de carreira.” 16/10/1964.)
(Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) Dispositivo revogado:
“Art. 20 – Tratando-se de vaga em classe inicial de
Art. 15 – É vedada a nomeação de candidato carreira ou em cargo isolado de provimento efetivo,
habilitado em concurso após a expiração do prazo de poderá ser feito o preenchimento em caráter interino,
sua validade. enquanto não houver candidato habilitado em
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas concurso, atendido o disposto nos itens I, III, V, VI e
Gerais.) VIII do art. 13 e no § 5º deste artigo.
§ 1º – O exercício interino de cargo cujo provimento
SEÇÃO II depende de concurso não isenta dessa exigência,

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para nomeação efetiva, o seu ocupante, qualquer que sujeito ao estágio probatório, quatro meses antes da
seja o tempo de serviço. terminação deste, informará reservadamente ao
§ 2º – Todo aquele que ocupar interinamente cargo, Órgão de Pessoal sobre o funcionário, tendo em vista
cujo provimento efetivo dependa de habilitação em os requisitos enumerados nos itens I a IV deste
concurso, será inscrito, "ex-officio", no primeiro que artigo.
se realizar para cargos de respectiva profissão. § 4º – Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará
§ 3º – A aprovação da inscrição dependerá da parecer escrito, opinando sobre o merecimento do
satisfação, por parte do interino, das exigências estagiário em relação a cada um dos requisitos e
estabelecidas para o concurso. concluindo a favor ou contra a confirmação.
§ 4º – Aprovadas as inscrições, serão exonerados os § 5º – Desse parecer, se contrário à confirmação, será
interinos que tiverem deixado de cumprir o disposto dada vista ao estagiário pelo prazo de cinco dias.
no parágrafo anterior. § 6º – Se o despacho do Governador do Estado for
§ 5º – Após o encerramento das inscrições do favorável à permanência do funcionário, a
concurso, não serão feitas nomeações em caráter confirmação não dependerá de qualquer novo ato.
interino. § 7º – A apuração dos requisitos de que trata este
§ 6º – Homologado o concurso, considerar-se-ão artigo deverá processar-se de modo que a
exonerados, automaticamente, todos os interinos.” exoneração do funcionário possa ser feita antes de
findo o período de estágio.
Art. 21 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de (Vide art. 33 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
16/10/1964.) (Vide art. 104 do Ato das Disposições Constitucionais
Dispositivo revogado: Transitórias.)
“Art. 21 – Qualquer cargo público vago, cuja (Vide art. 10 da Emenda à Constituição n° 49, de
investidura dependa de concurso não poderá ser 13/6/2001.)
exercido interinamente por mais de um ano.”
SEÇÃO V
Art. 22 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Da Substituição
16/10/1964.)
Dispositivo revogado: Art. 24 – Haverá substituição no impedimento do
“Art. 22 – Perderá a estabilidade o funcionário que ocupante de cargo isolado, de provimento efetivo ou
tomar posse em cargo para o qual tenha sido em comissão, e de função gratificada.
nomeado interinamente.” (Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.)
SEÇÃO IV
Do Estágio Probatório Art. 25 – A substituição será automática ou
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas dependerá de ato da administração.
Gerais.) § 1º – A substituição não automática, por período
igual ou inferior a 180 (cento e oitenta) dias, far-se-á
Art. 23 – Estágio probatório é o período de dois anos por ato do Secretário ou Diretor do Departamento
de efetivo exercício do funcionário nomeado em em que estiver lotado o cargo ou se exercer a função
virtude de concurso, e de cinco anos para os demais gratificada.
casos. (Parágrafo com redação dada pelo art. 21 da Lei nº
(Vide art. 14 do Decreto nº 43.764, de 16/3/2004.) 4185, de 30/5/1966.)
§ 1º – No período de estágio apurar-se-ão os
seguintes requisitos: § 2º – (Revogado pelo art. 21 da Lei nº 4.185, de
I – idoneidade moral; 30/5/1966.)
II – assiduidade; Dispositivo revogado:
III – disciplina; “§ 2º – A substituição remunerada dependerá de ato
IV – eficiência. da autoridade competente para nomear ou designar.”
§ 2º – Não ficará sujeito a novo estágio probatório o
funcionário que, nomeado para outro cargo público, § 2º – O substituto perderá, durante o tempo da
já houver adquirido estabilidade em virtude de substituição, o vencimento ou remuneração do cargo
qualquer prescrição legal. de que for ocupante efetivo, salvo no caso de função
§ 3º – Sem prejuízo da remessa periódica do boletim gratificada e opção.
de merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da (O Parágrafo 2º foi revogado pelo art. 21 da Lei nº
repartição ou serviço em que sirva o funcionário, 4.185, de 30/5/1966, sendo o Parágrafo 3º

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renumerado para Parágrafo 2º pelo mesmo artigo da Art. 30 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Lei.) 16/10/1964.)
(Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas Dispositivo revogado:
Gerais.) “Art. 30 – O merecimento será apurado,
objetivamente, segundo condições definidas em
CAPÍTULO III regulamento.
Da Promoção Parágrafo único – O merecimento é adquirido na
classe; promovido o funcionário, recomeçará a
Art. 26 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de apuração do merecimento a contar do ingresso na
16/10/1994.) nova classe.”
Dispositivo revogado: (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
“Art. 26 – As promoções obedecerão ao critério de Gerais.)
antigüidade de classe e ao de merecimento
alternadamente, sendo a primeira sempre pelo Art. 31 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
critério de antigüidade. 16/10/1964)
§ 1º – O critério a que obedecer a promoção deverá Dispositivo revogado:
vir expresso no decreto respectivo. “Art. 31 – A antigüidade de classe será determinada
§ 2º – Somente se dará promoção de uma classe à pelo tempo de efetivo exercício do funcionário na
imediatamente superior.” classe a que pertencer.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas § 1º – Quando houver fusão de classes, o funcionário
Gerais.) contará na nova classe também a antigüidade que
trouxer da anterior.
Art. 27 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de § 2º – No caso do parágrafo precedente, serão
16/10/1964.) promovidos, em primeiro lugar, os funcionários que
Dispositivo revogado: eram ocupantes dos cargos da classe superior,
“Art. 27 – A promoção por antigüidade recairá no obedecendo-se o mesmo critério em ordem
funcionário mais antigo na classe.” decrescente.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas § 3º – O funcionário, exonerado na forma do § 6º, do
Gerais.) art. 20, que for nomeado em virtude de habilitação
no mesmo concurso, contará, como antigüidade de
Art. 28 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de classe o tempo de efetivo exercício na interinidade.”
16/10/1964.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Dispositivo revogado: Gerais.)
“Art. 28 – A promoção por merecimento recairá no
funcionário de maior mérito, segundo dados Art. 32 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
objetivos apurados na forma do regulamento.” 16/10/1964.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Dispositivo revogado:
Gerais.) “Art. 32 – A antigüidade de classe no caso de
transferência, a pedido, ou por permuta, será contada
Art. 29 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de da data em que o funcionário entrar em exercício na
16/10/1964.) nova classe.
Dispositivo revogado: Parágrafo único – Se a transferência ocorrer "ex-
“Art. 29 – Não poderá ser promovido, inclusive à officio", no interesse da administração, serão levados
classe final de carreira, o funcionário que não tenha o em conta o tempo de efetivo exercício e o
interstício de setecentos e trinta dias de efetivo merecimento na classe a que pertencia.”
exercício na classe. (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Parágrafo único – Na hipótese de não haver Gerais.)
funcionário com interstício poderá a promoção por
merecimento recair no que contar pelo menos Art. 33 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
trezentos e sessenta e cinco dias de efetivo exercício 16/10/1964.)
na classe.” Dispositivo revogado:
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas “Art. 33 – Na classificação por antigüidade, quando
Gerais.) ocorrer empate no tempo de classe, terá preferência,
sucessivamente:
a) o funcionário mais antigo na carreira;

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b) o mais antigo no Serviço Público Estadual; “Art. 37 – As promoções serão processadas e


c) o que tiver maior tempo de serviço público; realizadas em época fixada em regulamento.”
d) o funcionário casado ou viúvo que tiver maior (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
número de filhos; Gerais.)
e) o casado;
f) o solteiro que tiver filhos reconhecidos; Art. 38 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
g) o mais idoso.” 16/10/1964)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Dispositivo revogado:
Gerais.) “Art. 38 – O funcionário suspenso poderá ser
promovido, mas a promoção ficará sem efeito, se
Art. 34 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de verificada a procedência da penalidade aplicada.
16/10/1964.) Parágrafo único – Na hipótese deste artigo, o
Dispositivo revogado: funcionário só perceberá o vencimento
“Art. 34 – No caso de igualdade de merecimento correspondente à nova classe quando tornada sem
adotar-se-á como fator de desempate, efeito a penalidade aplicada, caso em que a
sucessivamente: promoção surtirá efeito a partir da data de sua
a) o fato de ter o funcionário participado em publicação.”
operação de guerra; (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
b) o funcionário mais antigo na classe; Gerais.)
c) o funcionário mais antigo na carreira;
d) o mais antigo no Serviço Público Estadual; Art. 39 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
e) o que tiver maior tempo de serviço público; 16/10/1964.)
f) o funcionário casado ou viúvo que tiver maior Dispositivo revogado:
número de filhos; “Art. 39 – Será declarado sem efeito em benefício
g) o casado; daquele a quem cabia de direito a promoção, o
h) o solteiro que tiver filhos reconhecidos; decreto que promover indevidamente o funcionário.
i) o mais idoso.” § 1º – O funcionário promovido indevidamente não
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas ficará obrigado a restituir o que a mais houver
Gerais.) recebido.
§ 2º – O funcionário, a quem cabia a promoção, será
Art. 35 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de indenizado da diferença de vencimento ou
16/10/1964.) remuneração a que tiver direito, ficando essa
Dispositivo revogado: indenização a cargo de quem, comprovadamente,
“Art. 35 – Não serão considerados, para efeito dos tenha ocasionado a indevida promoção.”
arts. 33 e 34, os filhos maiores e os que exerçam (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
qualquer atividade remunerada pública ou privada. Gerais.)
Parágrafo único – Também não será considerado
para o mesmo efeito o estado de casado, desde que Art. 40 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
ambos os cônjuges sejam servidores públicos.” 16/10/1964.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Dispositivo revogado:
Gerais.) “Art. 40 – Os funcionários que demonstrarem
parcialidade no julgamento do merecimento serão
Art. 36 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de punidos disciplinarmente pela autoridade a que
16/10/1964.) estiverem subordinados.”
Dispositivo revogado: (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
“Art. 36 – O tempo de exercício para verificação de Gerais.)
antigüidade de classe será apurado somente em
dias.” Art. 41 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas 16/10/1964.)
Gerais.) Dispositivo revogado:
“Art. 41 – A promoção de funcionário em exercício de
Art. 37 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de mandato legislativo só se poderá fazer por
16/10/1964.) antigüidade.”
Dispositivo revogado: (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.)

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Art. 47 – A transferência "ex-officio", no interesse da


Art. 42 – (Vetado). administração, será feita mediante proposta do
(Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Secretário de Estado ou Chefe do departamento
16/10/1964). autônomo.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.) Art. 48 – O interstício para a transferência será de 365
dias na classe e no cargo isolado.
Art. 43 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.) CAPÍTULO V
Dispositivo revogado: Da Permuta
“Art. 43 – Na apuração de antigüidade e
merecimento, só serão observados os critérios Art. 49 – A transferência e a remoção por permuta
estabelecidos nesta lei e no regulamento de serão processadas a pedido escrito de ambos os
promoções, não devendo ser considerados, em interessados e de acordo com o prescrito no Capítulo
hipótese alguma, os pedidos de promoções feito IV desse Título e no Título II.
pelo funcionário ou por alguém a seu rogo. Parágrafo único – Tratando-se de permuta entre
Parágrafo único – Não se compreendem neste artigo titulares de cargos isolados, não será obrigatória a
os recursos interpostos pelo funcionário regra instituída no artigo 46.
relativamente a apuração de antigüidade ou (Vide art. 70 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
merecimento.” (Vide art. 40 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
Gerais.) (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)

CAPÍTULO IV CAPÍTULO VI
Da Transferência Da Reintegração

Art. 44 – O funcionário poderá ser transferido: Art. 50 – A reintegração, que decorrerá de decisão
I – de uma para outra carreira; administrativa ou sentença judiciária passada em
II – de um cargo isolado, de provimento efetivo e que julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido
exija concurso, para outro de carreira; reingressa no serviço público, com ressarcimento dos
III – de um cargo de carreira para outro isolado, de prejuízos decorrentes do afastamento.
provimento efetivo; § 1º – A reintegração será feita no cargo
IV – de um cargo isolado, de provimento efetivo, para anteriormente ocupado se esse houver sido
outro da mesma natureza. transformado, no cargo resultante da transformação;
e, se provido ou extinto, em cargo de natureza,
Art. 45 – As transferências, de qualquer natureza, vencimento ou remuneração equivalentes, respeitada
serão feitas a pedido do funcionário, atendida a a habilitação profissional.
conveniência do serviço ou "ex-officio" respeitada § 2º – Não sendo possível fazer a reintegração pela
sempre a habilitação profissional. forma prescrita no parágrafo anterior, será o ex-
§ 1º – A transferência a pedido para o cargo de funcionário posto em disponibilidade no cargo que
carreira só poderá ser feita para vaga que tenha de exercia, com provento igual ao vencimento ou
ser provida mediante promoção por merecimento. remuneração.
§ 2º – As transferências para cargos de carreira não § 3º – O funcionário reintegrado será submetido a
poderão exceder de um terço dos cargos de cada inspeção médica; verificada a incapacidade será
classe e só poderão ser efetuadas no mês seguinte ao aposentado no cargo em que houver sido
fixado para as promoções. reintegrado.
(Vide § 13 do art. 14 da Constituição do Estado de (Vide § 2º do inciso III do art. 35 da Constituição do
Minas Gerais.) Estado de Minas Gerais.)

Art. 46 – A transferência só poderá ser feita para CAPÍTULO VII


cargo do mesmo padrão de vencimento ou igual Da Readmissão
remuneração, salvo nos casos dos itens III e IV do art.
44, quando a transferência a pedido poderá dar-se Art. 51 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
para cargo de padrão de vencimento inferior. 11/7/1972.)
Dispositivo revogado:

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“Art. 51 – Readmissão é o ato pelo qual o funcionário § 4º – Será cassada a aposentadoria do funcionário
demitido ou exonerado reingressa no serviço público que reverter e não tomar posse e entrar em exercício
sem direito a ressarcimento de prejuízos, assegurada, dentro dos prazos legais.
apenas, a contagem de tempo de serviço em cargos (Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
anteriores, para efeito de aposentadoria e (Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas
disponibilidade. Gerais.)
Parágrafo único – Em nenhum caso poderá efetuar-se (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
readmissão sem que mediante inspeção médica, Transitórias.)
fique provada a capacidade para o exercício da
função.” Art. 55 – A reversão far-se-á de preferência no
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições mesmo cargo.
Constitucionais Transitórias.) § 1º – A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se
em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao
Art. 52 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de provento da inatividade.
11/7/1972.) § 2º – A reversão ao cargo de carreira dependerá da
Dispositivo revogado: existência da vaga que deva ser preenchida mediante
“Art. 52 – O ex-funcionário poderá ser readmitido, promoção por merecimento.
quando ficar apurado, em processo, que não mais (Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas
subsistem os motivos determinantes de sua demissão Gerais.)
ou verificado que não há inconveniência para o (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
serviço público, quando a exoneração se tenha Transitórias.)
processado a pedido.”
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Art. 56 – A reversão dará direito para nova
Constitucionais Transitórias.) aposentadoria, à contagem de tempo em que o
funcionário esteve aposentado.
Art. 53 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de (Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas
11/7/1972.) Gerais.)
Dispositivo revogado : (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
“Art. 53 – A readmissão, que se entenderá como nova Transitórias.)
admissão, far-se-á de preferência no cargo
anteriormente exercido pelo ex-funcionário ou em CAPÍTULO IX
outro equivalente, respeitada a habilitação Do Aproveitamento
profissional e as condições que a lei fixar para o
provimento. Art. 57 – Aproveitamento é o reingresso no serviço
Parágrafo único – A readmissão em cargo de carreira público do funcionário em disponibilidade.
dependerá da existência de vaga que deva ser
preenchida mediante promoção por merecimento.” Art. 58 – Será obrigatório o aproveitamento do
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições funcionário estável em cargo, de natureza e
Constitucionais Transitórias.) vencimentos ou remuneração compatíveis com o
anteriormente ocupado.
CAPÍTULO VIII Parágrafo único – O aproveitamento dependerá de
Da Reversão prova de capacidade mediante inspeção médica.

Art. 54 – Reversão é o ato pelo qual o aposentado Art. 59 – Havendo mais de um concorrente à mesma
reingresse no serviço público, após verificação, em vaga terá preferência o de maior tempo de
processo, de que não subsistem os motivos disponibilidade e, no caso de empate, o de maior
determinantes da aposentadoria. tempo de serviço público.
§ 1º – A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio".
§ 2º – O aposentado não poderá reverter à atividade Art. 60 – Será tornado sem efeito o aproveitamento e
se contar mais de cinqüenta e cinco anos de idade. cassada a disponibilidade se o funcionário não tomar
§ 3º – Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão, posse no prazo legal, salvo caso de doença
sem que mediante inspeção médica fique provada a comprovada em inspeção médica.
capacidade para o exercício da função. Parágrafo único – Provada a incapacidade definitiva
em inspeção médica, será decretada a aposentadoria.

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CAPÍTULO X Art. 67 – O exercício do cargo cujo provimento, por


Dos Atos Complementares prescrição legal ou regulamentar, exija fiança,
SEÇÃO I dependerá da prévia prestação desta.
Da Posse § 1º – A fiança poderá ser prestada:
I – em dinheiro;
Art. 61 – Posse é o ato que investe o cidadão em II – em títulos da dívida pública;
cargo ou em função gratificada. III – em apólices de seguro de fidelidade funcional,
Parágrafo único – Não haverá posse nos casos de emitidas por institutos oficiais ou companhias
promoção, remoção, designação para o desempenho legalmente autorizadas.
de função não gratificada e reintegração. § 2º – Não poderá ser autorizado o levantamento da
fiança antes de tomadas as contas do funcionário.
Art. 62 – São competentes para dar posse:
I – o Governador do Estado; SEÇÃO III
II – os Secretários de Estado; Do Exercício
III – os Diretores de Departamentos diretamente
subordinados ao Governador; Art. 68 – O início, a interrupção e o reinicio do
IV – as demais autoridades designadas em exercício serão registrados no assentamento
regulamentos. individual do funcionário.
Parágrafo único – O início do exercício e as alterações
Art. 63 – A posse verificar-se-á mediante a lavratura que neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe
de um termo que, assinado pela autoridade que a der da repartição ou serviço em que estiver lotado o
e pelo funcionário, será arquivado no órgão de funcionário, ao respectivo serviço de pessoal e às
pessoal da respectiva Repartição, depois dos autoridades, a quem caiba tomar conhecimento.
competentes registros.
Parágrafo único – O funcionário prestará, no ato da Art. 69 – O chefe da repartição ou do serviço para
posse, o compromisso de cumprir fielmente os que for designado o funcionário é a autoridade
deveres do cargo ou da função. competente para dar-lhe exercício.

Art. 64 – A posse poderá ser tomada por procuração, Art. 70 – O exercício do cargo ou da função terá início
quando se tratar de funcionário ausente do Estado, dentro do prazo de trinta dias, contados:
em missão do Governo, ou em casos especiais, a I – da data da publicação oficial do ato, nos casos de
critério da autoridade competente. promoção, remoção, reintegração e designação para
função gratificada;
Art. 65 – A autoridade que der posse deverá verificar, II – da data da posse, nos demais casos.
sob pena de ser pessoalmente responsabilizada, se § 1º – Os prazos previstos neste artigo poderão ser
forem satisfeitas as condições estabelecidas no art. prorrogados, por solicitação do interessado e a juízo
13 e as especiais fixadas em lei ou regulamento, para da autoridade competente, desde que a prorrogação
a investidura no cargo ou na função. não exceda a trinta dias.
§ 2º – No caso de remoção e transferência, o prazo
Art. 66 – A posse deverá verificar-se no prazo de inicial para o funcionário em férias ou licenciado,
trinta dias, contados da data da publicação do exceto no caso de licença para tratar de interesses
decreto no órgão oficial. particulares, será contado da data em que voltar ao
§ 1º – Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros serviço.
trinta dias, mediante solicitação escrita e
fundamentada do interessado e despacho da Art. 71 – O funcionário nomeado deverá ter exercício
autoridade competente para dar posse. na repartição cuja lotação houver vaga.
§ 2º – Se a posse não se der dentro do prazo inicial e Parágrafo único – O funcionário promovido poderá
no da prorrogação, será tornada sem efeito, por continuar em exercício na repartição em que estiver
decreto, a nomeação. servindo.

SEÇÃO II Art. 72 – Nenhum funcionário poderá ter exercício em


Da Fiança serviço ou repartição diferente daquele em que
estiver lotado, salvo os casos previstos neste Estatuto
ou prévia autorização do Governador do Estado.

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Parágrafo único – Nesta última hipótese, o da decisão definitiva, até o cumprimento total da
afastamento do funcionário só será permitido para pena, com direito, apenas, a um terço do vencimento
fim determinado e por prazo certo. ou remuneração.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 2.364,
Art. 73 – Entende-se por lotação o número de de 13/1/1961.)
funcionários de cada carreira e de cargos isolados
que devam ter exercício em cada repartição ou TÍTULO II
serviço. Da Remoção

Art. 74 – O funcionário deverá apresentar ao órgão Art. 80 – A remoção, que se processará a pedido do
competente, após ter tomado posse e antes de entrar funcionário ou "ex-officio", dar-se-á:
em exercício, os elementos necessários a abertura do I – de uma para outra repartição ou serviço;
assentamento individual. II – de um para outro órgão de repartição, ou serviço.
§ 1º – A remoção só poderá ser feita respeitada a
Art. 75 – O número de dias que o funcionário gastar lotação de cada repartição ou serviço.
em viagem para entrar em exercício será § 2º – A autoridade competente para ordenar a
considerado, para todos os efeitos, como de efetivo remoção será aquela a quem estiverem subordinados
exercício. os órgãos, ou as repartições ou serviços entre os
Parágrafo único – Esse período de trânsito será quais ela se faz.
contado da data do desligamento do funcionário. § 3º – Ficam asseguradas à professora primária
casada com servidor federal, estadual e militar as
Art. 76 – Nenhum funcionário poderá ausentar-se do garantias previstas pela Lei nº 814, de 14/12/51.
Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, (Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
com ou sem ônus para os cofres públicos, sem (Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.)
autorização ou designação expressa do Governador (Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.)
do Estado. (Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
(Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
Art. 77 – O funcionário designado para estudo ou (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os
cofres deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo TÍTULO III
menos por mais três anos. Da Readaptação
Parágrafo único – Não cumprida essa obrigação
indenizará os cofres públicos da importância Art. 81 – Dar-se-á readaptação:
despendida pelo Estado com o custeio da viagem de a) nos casos de perda da capacidade funcional
estudo ou aperfeiçoamento. decorrente da modificação do estado físico ou das
condições de saúde do funcionário, que não
Art. 78 – Salvo casos de absoluta conveniência, a justifiquem a aposentadoria;
juízo do Governador do Estado, nenhum funcionário b) nos casos de desajustamento funcional no
poderá permanecer por mais de quatro anos em exercício das atribuições do cargo isolado de que for
missão fora do Estado, nem exercer outra senão titular o funcionário ou da carreira a que pertencer.
depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no (Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
Estado, contados da data do regresso. (Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.)
(Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.)
Art. 79 – O funcionário preso por crime comum ou (Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
denunciado por crime funcional ou, ainda, (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
condenado por crime inafiançável em processo no (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
qual não haja pronúncia será afastado do exercício
até decisão final passada em julgado. Art. 82 – A readaptação prevista na alínea "a" do art.
§ 1º – Nos casos previstos neste artigo, o funcionário anterior verificar-se-á mediante atribuições de novos
perderá, durante o tempo do afastamento, um terço encargos ao funcionário, compatíveis com a sua
do vencimento ou remuneração, com direito à condição física e estado de saúde atuais.
diferença, se absolvido.
§ 2º – No caso de condenação, e se esta não for de Art. 83 – Far-se-á a readaptação prevista na alínea "b"
natureza que determine a demissão, será o do art. 81:
funcionário afastado, na forma deste artigo, a partir

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I – pelo cometimento de novos encargos ao § 1º – Serão computados os dias de efetivo exercício,


funcionário, respeitadas as atribuições inerentes ao à vista de documentação própria que comprove a
cargo isolado ou à carreira a que pertencer, quando freqüência, especialmente livro de ponto e folha de
se verificar uma das seguintes causas: pagamento.
a) o nível mental ou intelectual do funcionário não § 2º – Para efeito de aposentadoria e adicionais, o
corresponder às exigências da função que esteja número de dias será convertido em anos,
desempenhando; considerados sempre estes como de trezentos e
b) a função atribuída ao funcionário não sessenta e cinco dias.
corresponder aos seus pendores vocacionais. § 3º – Feita a conversão de que trata o parágrafo
II – Por transferência, a juízo da administração, nos anterior, os dias restantes até cento e oitenta e dois
casos de: não serão computados, arredondando-se para um
a) não ser possível verificar-se a readaptação na ano quando excederem esse número.
forma do item anterior; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
b) não possuir o funcionário habilitação profissional Gerais.)
exigida em lei para o exercício do cargo de que for (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
titular; Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
c) ser o funcionário portador de diploma de escola (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
superior devidamente legalizado, de título ou 25/3/2002.)
certificado de conclusão de curso científico ou
prático instituído em lei e estar em exercício de cargo Art. 88 – Serão considerados de efetivo exercício para
isolado ou de carreira, cujas atribuições não os efeitos do artigo anterior os dias em que o
correspondam aos seus pendores vocacionais, tendo- funcionário estiver afastado do serviço em virtude de:
se em vista a especialização. I – férias e férias-prêmio;
II – casamento, até oito dias;
Art. 84 – A readaptação de que trata o item II, do III – luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe
artigo anterior, poderá ser feita para cargo de padrão e irmão até oito dias;
de vencimento superior ao daquele que ocupar o IV – exercício de outro cargo estadual, de provimento
funcionário, verificado que o desajustamento em comissão;
funcional decorre do exercício de atribuições de nível V – convocação para serviço militar;
intelectual menos elevado. VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
§ 1º – Quando o vencimento do readaptando for VII – exercício de funções de governo ou
inferior ao de cargo inicial da carreira para a qual administração em qualquer parte do território
deva ser transferido, só poderá haver readaptação estadual, por nomeação do Governador do Estado;
para cargo dessa classe inicial. VIII – exercício de funções de governo ou
§ 2º – Se a readaptação tiver que ser feita para classe administração em qualquer parte do território
intermediária de carreira, só haverá transferência para nacional, por nomeação do Presidente da República;
cargo de igual padrão de vencimento. IX – desempenho de mandato eletivo federal,
§ 3º – No caso de que trata o parágrafo anterior, a estadual ou municipal;
readaptação só poderá ser feita na vaga que deva ser X – licença ao funcionário acidentado em serviço ou
provida pelo critério de merecimento. atacado de doença profissional;
XI – licença à funcionária gestante;
Art. 85 – A readaptação por transferência só poderá XII – missão ou estudo de interesse da administração,
ser feita mediante rigorosa verificação da capacidade noutros pontos do território nacional ou no
intelectual do readaptando. estrangeiro, quando o afastamento houver sido
expressamente autorizado pelo Governador do
Art. 86 – A readaptação será sempre "ex-officio" e se Estado.
fará nos termos do regulamento próprio. Parágrafo único – Para efeito de promoção por
antigüidade, computar-se-á, como de efetivo
TÍTULO IV exercício, o período de licença para tratamento de
Do Tempo de Serviço saúde.
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
Art. 87 – A apuração do tempo de serviço, para efeito Gerais.)
de aposentadoria, promoção e adicionais, será feita (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
em dias. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)

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(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.) 25/3/2002.)

Art. 89 – Na contagem de tempo para os efeitos de Art. 91 – Para nenhum efeito será computado o
aposentadoria, computar-se-á integralmente: tempo de serviço gratuito, salvo o prestado a título
a) o tempo de serviço público prestado à União, aos de aprendizado em serviço público.
Municípios do Estado, às entidades autárquicas e (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
paraestatais da União e do Estado; Gerais.)
b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
nas Forças Aéreas e nas Auxiliares, prestado durante Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
a paz, computando-se pelo dobro o tempo em (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
operações de guerra; 25/3/2002.)
c) o número de dias em que o funcionário houver
trabalhado como extranumerário ou sob outra TÍTULO V
qualquer forma de admissão, desde que remunerado Da Freqüência e do Horário
pelos cofres públicos;
d) o período em que o funcionário esteve afastado Art. 92 – O expediente normal das repartições
para tratamento de saúde; públicas será estabelecido pelo Governo, em decreto,
e) o período em que o funcionário tiver no qual a determinará o número de horas de
desempenhado, mediante autorização do Governo trabalho normal para os diversos cargos e funções.
do Estado, cargos ou funções federais, estaduais ou (Vide Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
municipais;
f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário, Art. 93 – O funcionário deverá permanecer na
mediante a autorização do Governo do Estado, às repartição durante as horas do trabalho ordinário e
organizações autárquicas e paraestatais; as do expediente.
g) o período relativo à disponibilidade remunerada; Parágrafo único – O disposto no presente artigo
h) o período em que o funcionário tiver aplica-se, igualmente, aos funcionários investidos em
desempenhado mandato eletivo federal, estadual ou cargo ou função de chefia.
municipal, antes de haver ingressado ou de haver (Vide art. 288 da Constituição do Estado de Minas
sido readmitido nos quadros do funcionalismo Gerais.)
estadual. (Vide art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais
(Alínea acrescentada pelo art. 37 da Lei nº 2.001, de Transitórias.)
17/11/1959)
(Alínea com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 2.327, Art. 94 – A freqüência será apurada por meio do
de 07/01/1961.) ponto.
Parágrafo único – O tempo de serviço, a que se
referem as alíneas "e" e "f" será computado à vista de Art. 95 – Ponto é o registro pelo qual se verificarão,
certidão passada pela autoridade competente. diariamente, as entradas e saídas dos funcionários em
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 937, serviço.
de 18/6/1953.) § 1º – Nos registros de ponto deverão ser lançados
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas todos os elementos necessários à apuração da
Gerais.) freqüência.
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do § 2º – Salvo nos casos expressamente previstos em lei
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) ou regulamento é vedado dispensar o funcionário de
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de registro de ponto e abonar faltas ao serviço.
25/3/2002.)
Art. 96 – O período de trabalho poderá ser
Art. 90 – É vedado a acumulação de tempo de serviço antecipado ou prorrogado para toda repartição ou
simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos partes, conforme a necessidade do serviço.
ou funções, à União, ao Estado, aos Municípios e às Parágrafo único – No caso de antecipação ou
autarquias. prorrogação desse período, será remunerado o
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas trabalho extraordinário, na forma estabelecida no
Gerais.) Capítulo VII do Título VII.
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)

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Art. 97 – Nos dias úteis, só por determinação do b) apresentará o interessado, mensalmente, atestado
Governador do Estado poderão deixar de funcionar de freqüência às aulas, fornecido pela aludida
as repartições públicas, ou ser suspensos os seus Secretaria da escola;
trabalhos, em todo ou em parte. c) o limite da tolerância será, no máximo, de uma
hora e trinta minutos por dia;
Art. 98 – Para efeito de pagamento, apurar-se-á a d) comprometer-se-á o interessado a manter em dia
freqüência do seguinte modo: e em boa ordem os trabalhos que lhe forem
I – pelo ponto; confiados, sob pena de perda da regalia.
II – pela forma que for determinada, quanto aos
funcionários não sujeitos a ponto. TÍTULO VI
Parágrafo único – Haverá um boletim padronizado Da Vacância
para a comunicação da freqüência. CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 99 – O funcionário perderá:
I – o vencimento ou remuneração do dia, se não Art. 103 – A vacância do cargo decorrerá de:
comparecer ao serviço; a) exoneração;
II – um quinto do vencimento ou remuneração, b) demissão;
quando comparecer depois da hora marcada para c) promoção;
início do expediente, até 55 minutos; d) transferência;
III – o vencimento ou remuneração do dia, quando e) aposentadoria;
comparecer na repartição sem a observância do f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique
limite horário estabelecido no item anterior; acumulação vedada;
IV – quatro quintos do vencimento ou remuneração, g) falecimento.
quando se retirar da repartição no fim da segunda (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de
hora do expediente; Minas Gerais.)
V – três quintos do vencimento ou remuneração,
quando se retirar no período compreendido entre o Art. 104 – Verificada vaga em uma carreira, serão, na
princípio e o fim da terceira hora do expediente; mesma data, consideradas abertas todas as que
VI – dois quintos do vencimento ou remuneração, decorrerem do seu preenchimento.
quando se retirar no período compreendido entre o Parágrafo único – Verifica-se a vaga na data:
princípio e o fim da quarta hora; I – do falecimento do ocupante do cargo;
VII – um quinto do vencimento ou remuneração, II – da publicação do decreto que transferir,
quando se retirar do princípio da quinta hora em aposentar, demitir ou exonerar o ocupante do cargo;
diante. III – da publicação da lei que criar o cargo, e conceder
dotação para o seu provimento, ou da que
Art. 100 – No caso de faltas sucessivas, serão determinar apenas esta última medida, se o cargo
computados, para efeito de descontos, os domingos estiver criado;
e feriados intercalados. IV – da aceitação de outro cargo pela posse do
mesmo, quando desta decorra acumulação
Art. 101 – O funcionário que, por motivo de moléstia legalmente vedada.
grave ou súbita, não puder comparecer ao serviço, (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de
fica obrigado a fazer pronta comunicação do fato, Minas Gerais.)
por escrito ou por alguém a seu rogo, ao chefe
direto, cabendo a este mandar examiná-lo, Art. 105 – Quando se tratar de função gratificada,
imediatamente, na forma do Regulamento. dar-se-á a vacância por:
a) dispensa a pedido do funcionário;
Art. 102 – Aos funcionários que sejam estudantes b) dispensa a critério da autoridade;
será possibilitada, nos termos dos regulamentos, c) não haver o funcionário designado assumido o
tolerância quanto ao comparecimento normal do exercício dentro do prazo legal;
expediente da repartição, obedecidas as seguintes d) destituição na forma do art. 248.
condições: (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de
a) deverá o interessado apresentar, ao órgão de Minas Gerais.)
pessoal respectivo, atestado fornecido pela Secretaria
do Instituto de Ensino comprovando ser aluno do
mesmo e declarando qual o horário das aulas; CAPÍTULO II

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Da Exoneração § 1º – Acidente é o evento danoso que tiver como


causa mediata ou imediata o exercício das atribuições
Art. 106 – Dar-se-á exoneração: inerentes ao cargo.
a) a pedido do funcionário; § 2º – Equipara-se a acidente a agressão sofrida e não
b) a critério do Governo quando se tratar de provocada pelo funcionário no exercício de suas
ocupante de cargo em comissão ou interino em atribuições.
cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo; § 3º – A prova de acidente será feita em processo
(Vide art. 117 do Ato das Disposições Constitucionais especial, no prazo de oito dias, prorrogável quando
Transitórias.) as circunstâncias o exigirem, sob pena de suspensão.
c) quando o funcionário não satisfizer as condições § 4º – Entende-se por doença profissional a que
de estágio probatório; decorrer das condições do serviço ou de fato nele
d) quando o funcionário interino em cargo de ocorrido, devendo o laudo médico estabelecer-lhe a
carreira ou isolado, de provimento efetivo, não rigorosa caracterização.
satisfizer as exigências para a inscrição, em concurso; § 5º – A aposentadoria, a que se referem as alíneas
e) automaticamente, após a homologação do "c", "d" e "e” só será concedida quando verificado o
resultado do concurso para provimento do cargo caráter incapacitante e irreversível da doença ou da
ocupado interinamente pelo funcionário. lesão, que implique a impossibilidade de o servidor
(Vide art. 27 da Constituição do Estado de Minas reassumir o exercício do cargo mesmo depois de
Gerais.) haver esgotado o prazo máximo admitido neste
Estatuto para o gozo de licença para tratamento de
CAPÍTULO III saúde.
Da Demissão (Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 44, de 5/7/1996.)
Art. 107 – A demissão será aplicada como penalidade. (Vide art. 9º da Emenda à Constituição nº 84, de
(Vide incisos II e III do § 1º do art. 35 da Constituição 22/12/2010.)
do Estado de Minas Gerais.) § 6º – No caso de serviços que, por sua natureza,
demandem tratamento especial, a lei poderá fixar,
CAPÍTULO IV para os funcionários que neles trabalhem, redução
Da Aposentadoria dos prazos relativos à aposentadoria requerida ou
idade inferior para a compulsória.
Art. 108 – O funcionário, ocupante de cargo de § 7º – Será aposentado, se o requerer, o funcionário
provimento efetivo, será aposentado: que contar vinte e cinco anos de efetivo exercício no
a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade; magistério.
b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço; Para todos os fins e vantagens, considera-se como
c) quando verificada a sua invalidez para o serviço "efetivo exercício no magistério" o referente à
público; duração do Curso de Aperfeiçoamento frequentado
d) quando inválido em conseqüência de acidente ou pelo funcionário.
agressão, não provocada, no exercício de suas § 8º – As professoras primárias têm direito à
atribuições, ou doença profissional; aposentadoria, desde que contem sessenta anos de
e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação idade.
mental, neoplasia maligna, cegueira, cardiopatia § 9º – Os demais funcionários ao atingirem a idade
descompensada, hanseníase, leucemia, pênfigo fixada no parágrafo anterior e desde que contem
foliáceo, paralisia, síndrome da imunodeficiência mais de 20 (vinte) anos de serviço prestado ao
adquirida – AIDS-, nefropatia grave, esclerose Estado, poderão ser aposentados, se o requererem,
múltipla, doença de Parkinson, espondiloartrose com o vencimento ou a remuneração calculados de
anquilosante, mal de Paget, hepatopatia grave ou acordo com o disposto nos itens III e IV do art. 110.
outra doença que o incapacite para o exercício da (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 4.065,
função pública. de 28/12/1965.)
(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Lei (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
Complementar nº 44, de 5/7/1996.) (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
(Vide art. 9º da Emenda à Constituição nº 84, de Gerais.)
22/12/2010.) (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.)
(Vide art. 36 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)

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(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei cargo ou função de remuneração imediatamente
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) inferior.
§ 2º – A aplicação do regime estabelecido neste
Art. 109 – A aposentadoria dependente de inspeção artigo exclui as vantagens instituídas no art. 117,
médica só será decretada depois de verificada a salvo o direito de opção.”
impossibilidade de readaptação do funcionário. (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.) Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.) Transitórias.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Complementar nº 64, de 25/3/2002.)

Art. 110 – Os proventos da aposentadoria serão Art. 112 – O funcionário interino não poderá ser
integrais: aposentado, exceto no caso previsto no art. 108,
I – se o funcionário contar 30 anos de efetivo alíneas "d" e "e".
exercício; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
II – quando ocuparem as hipóteses das alíneas "c", Gerais.)
"d" e "e" do art. 108, e parágrafo 8º do mesmo artigo; (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
III – proporcional ao tempo de serviço na razão de Transitórias.)
tantos avos por ano quantos os anos necessários de (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
permanência no serviço, nos casos previstos nos Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
parágrafos 6º e 7º do art. 108;
IV – proporcional ao tempo de serviço na razão de Art. 113 – Os proventos da inatividade serão revistos
um trinta avos por ano, sobre o vencimento ou sempre que, por motivo de alteração de poder
remuneração de atividade, nos demais casos. aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) dos funcionários em atividade.
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
Gerais.) (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Gerais.)
Transitórias.) (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Transitórias.)
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 111 – (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1.435, de
30/1/1956.) Art. 114 – (Vetado).
Dispositivo revogado: (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
“Art. 111 – O funcionário que contar 30 anos de Gerais.)
serviço público será aposentado desde que o (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
requeira: Transitórias.)
a) com as vantagens da comissão ou função (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
gratificada em cujo exercício se achar, desde que o Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
exercício abranja, sem interrupção, os seis anos
anteriores; Art. 115 – Os vencimentos da aposentadoria não
b) com idênticas vantagens, desde que o exercício do poderão ser superiores ao vencimento ou
cargo em comissão ou da função gratificada tenha remuneração da atividade, nem inferiores a um terço.
compreendido um período de dez anos, consecutivos (Vide § 4º da alínea “d” do inciso III do art. 36 da
ou não, mesmo que, ao aposentar-se, o funcionário já Constituição do Estado de Minas Gerais.)
esteja fora daquele exercício. (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
§ 1º – No caso da letra "b" deste artigo, quando mais Gerais.)
de um cargo ou função tenha sido exercido, serão (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
atribuídas as vantagens de maior padrão desde que Transitórias.)
lhe corresponda um exercício mínimo de dois anos; (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
fora dessa hipótese, atribuir-se-ão as vantagens do Complementar nº 64, de 25/3/2002.)

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Art. 116 – Serão incorporados aos vencimentos, para (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
efeito de aposentadoria: Gerais.)
a) os adicionais por tempo de serviço; (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
b) adicional de família extinguindo-se à medida que 25/3/2002.)
os filhos, existentes ao tempo da aposentadoria,
forem atingindo o limite de idade estabelecida no art. Art. 119 – Excetuados os casos expressamente
126, nº II; previstos no artigo anterior, o funcionário não poderá
c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de receber, a qualquer título, seja qual for o motivo ou a
16/10/1964.) forma de pagamento, nenhuma outra vantagem
Dispositivo revogado: pecuniária dos órgãos ou serviços públicos, das
“c) a gratificação de função, nos termos do art. 143, entidades autárquicas ou paraestatais, ou
letra "g".” organizações públicas, em razão de seu cargo ou
d) (Vetado). função, nos quais tenha sido mandado servir, ou
(Vide arts. 7° e 36 da Constituição do Estado de ainda de particular.
Minas Gerais.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Gerais.)
Transitórias.) (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei 25/3/2002.)
Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
CAPÍTULO II
Art. 117 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Do Vencimento e da Remuneração
16/10/1964.)
Dispositivo revogado: Art. 120 – Vencimento é a retribuição paga ao
“Art. 117 – O funcionário que contar 30 (trinta) anos funcionário pelo efetivo exercício do cargo
de exercício no serviço público será aposentado com correspondente ao padrão fixado em lei.
os proventos acrescidos de 15% (quinze por cento), (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do
não podendo este aumento, no entanto, exceder de Estado de Minas Gerais.)
Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) mensais.”
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 937, Art. 121 – Remuneração é a retribuição paga ao
de 18/6/1953.) funcionário pelo efetivo exercício do cargo
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas correspondente ao padrão de vencimento e mais as
Gerais.) quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais sido atribuídas.
Transitórias.) (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do
(Vide art. 7º ao 15, 47, 74, 75 e 76 da Lei Estado de Minas Gerais.)
Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 122 – Somente nos casos previstos em lei poderá
TÍTULO VII perceber vencimento ou remuneração o funcionário
Dos Direitos, Vantagens e Concessões que não estiver no exercício do cargo.
CAPÍTULO I (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do
Disposições Gerais Estado de Minas Gerais.)

Art. 118 – Além de vencimento ou da remuneração Art. 123 – O funcionário nomeado para exercer cargo
do cargo o funcionário poderá auferir as seguintes isolado, provido em comissão, perderá o vencimento
vantagens: ou remuneração ao cargo efetivo, salvo opção.
I – ajuda de custo; (Vide art. 8° da Lei nº 9.263, de 11/9/1986.)
II – diárias; (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do
III – auxílio para diferença de caixa; Estado de Minas Gerais.)
IV – abono de família; (Vide art. 7° da Lei nº 10.363, de 27/12/1990.)
V – gratificações;
VI – honorários; Art. 124 – O vencimento ou a remuneração dos
(Vide art. 11 da Lei nº 18.384, de 15/9/2009.) funcionários não poderão ser objeto de arresto,
VII – quotas-partes e percentagens previstas em lei; seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar:
VIII – adicionais previstos em lei. I – de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
II – de dívida à Fazenda Pública.

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(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do (Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de


Estado de Minas Gerais.) 25/3/2002.)

Art. 125 – A partir da data da publicação do decreto Art. 129 – O abono de família será pago, ainda nos
que o promover, ao funcionário, licenciado ou não, casos em que o funcionário ativo ou inativo deixar de
ficarão assegurados os direitos e o vencimento ou a perceber vencimento, remuneração ou provento.
remuneração decorrentes da promoção. (Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do 25/3/2002.)
Estado de Minas Gerais.)
Art. 130 – O abono de família não está sujeito a
CAPÍTULO III qualquer imposto ou taxa, mas servirá de base para
Do Abono de Família qualquer contribuição ou consignação em folha,
inclusive para fins de previdência social.
Art. 126 – O abono de família será concedido, na (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 937,
forma da Lei, ao funcionário ativo ou inativo: de 18/6/1953.)
I – pela esposa; (Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de
II – por filho menor de 21 anos que não exerça 25/3/2002.)
profissão lucrativa;
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 2.364, CAPÍTULO IV
de 13/1/1961.) Do Auxílio para Diferença de Caixa
III – por filho inválido ou mentalmente incapaz;
IV – por filha solteira que não tiver profissão lucrativa; Art. 131 – Ao funcionário que, no desempenho de
V – por filho estudante que freqüentar curso suas atribuições comuns, pagar ou receber, em
secundário ou superior em estabelecimento de moeda corrente, poderá ser concedido um auxílio,
ensino oficial ou particular fiscalizado pelo Governo, fixado em lei, para compensar as diferenças de caixa.
e que não exerça atividade lucrativa, até a idade de Parágrafo único – O auxílio não poderá exceder a
24 anos. cinco por cento do padrão de vencimento e só será
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 937, concedido dentro dos limites da dotação
de 18/6/1953.) orçamentária.
Parágrafo único – Compreende-se neste artigo os
filhos de qualquer condição, os enteados, os adotivos CAPÍTULO V
e o menor que, mediante autorização judicial, viver Da Ajuda de Custo
sob a guarda e sustento do funcionário.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
3.071, de 30/12/1963.)
(Vide art. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de Art. 132 – Será concedida ajuda de custo ao
25/3/2002.) funcionário que, em virtude de transferência,
remoção, designação para função gratificada, passar
Art. 127 – Quando pai ou mãe forem funcionários a ter exercício em nova sede, ou quando designado
inativos e viverem em comum, o abono de família para serviço ou estudo fora do Estado.
será concedido àquele que tiver o maior vencimento. § 1º – A ajuda de custo destina-se a indenizar o
§ 1º – Se não viverem em comum, será concedido ao funcionário das despesas de viagem e de nova
que tiver os dependentes sob sua guarda. instalação.
§ 2º – Se ambos os tiverem, será concedido a um e § 2º – O transporte do funcionário e de sua família
outro dos pais, de acordo com a distribuição dos correrá por conta do Estado.
dependentes.
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de Art. 133 – A ajuda de custo será arbitrada pelos
25/3/2002.) Secretários do Estado e Diretores de Departamento
diretamente subordinados ao Governador do Estado,
Art. 128 – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 937, de tendo em vista cada caso, as condições de vida na
18/6/1953.) nova sede, a distância que deverá ser percorrida, o
Dispositivo revogado: tempo de viagem e os recursos orçamentários
“Art. 128 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, disponíveis.
a madrasta e, na falta destes, os representantes legais § 1º – A ajuda de custo não poderá ser inferior à
dos incapazes.” importância correspondente a um mês de

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vencimento e nem superior a três, salvo quando se § 2º – O funcionário será obrigado a repor a
tratar do funcionário designado para serviço ou importância correspondente ao transporte
estudo no estrangeiro. irregularmente requisitado, além de sofrer a pena
§ 2º – No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a disciplinar que for aplicável.
média mensal da mesma no último exercício
financeiro. Art. 138 – Compete ao Governador do Estado arbitrar
§ 3º – Será a ajuda de custo calculada, nos casos de a ajuda de custo que será paga ao funcionário
promoção, na base do vencimento ou remuneração designado para serviço ou estudo fora do Estado.
do novo cargo a ser exercido. Parágrafo único – A ajuda de custo, de que trata este
artigo, não poderá ser inferior a um mês de
Art. 134 – A ajuda de custo será paga ao funcionário vencimento ou remuneração do funcionário.
diantadamente no local da repartição ou do serviço
do que foi desligado. CAPÍTULO VI
Parágrafo único – O funcionário sempre que o Das Diárias
preferir, poderá receber, integralmente, a ajuda de
custo, na sede da nova repartição ou serviço. (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)

Art. 135 – Não será concedida a ajuda de custo: Art. 139 – O funcionário que se deslocar de sua sede,
I – quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela eventualmente e por motivo de serviço, faz jus à
voltar, em virtude de mandato eletivo; percepção de diária, nos termos de regulamento.
II quando for posto à disposição do Governo Federal, § 1º – A diária não é devida:
municipal e de outro Estado; 1) no período de trânsito, ao funcionário removido
III – quando for transferido ou removido a pedido ou ou transferido.
permuta, inclusive. 2) quando o deslocamento do funcionário durar
menos de seis horas;
Art. 136 – Restituirá a ajuda de custo que tiver 3) quando o deslocamento se der para a localidade
recebido: onde o funcionário resida;
I – o funcionário que não seguir para a nova sede 4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado,
dentro dos prazos determinados; salvo se a permanência do funcionário fora da sede
II – o funcionário que, antes de terminado o nesses dias for conveniente ou necessária ao serviço.
desempenho da incumbência que lhe foi cometida, § 2º – Sede é a localidade onde o funcionário tem
regressar da nova sede, pedir exoneração ou exercício.
abandonar o serviço. (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179,
§ 1º – A restituição será feita parceladamente, salvo de 19/12/1977.)
no caso de recebimento indevido, em que a
importância correspondente será descontada Art. 140 – O pagamento de diária, que pode ser feito
integralmente do vencimento ou remuneração, sem antecipadamente, destina-se a indenizar o
prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na funcionário por despesas com alimentação e
espécie. pousada, devendo ocorrer por dia de afastamento e
§ 2º – A responsabilidade pela restituição de que pelo valor fixado no regulamento.
trata este artigo atinge exclusivamente a pessoa do § 1º – A diária é integral quando o afastamento se
funcionário. der por mais de doze horas e exigir pousada paga
§ 3º – Se o regresso do funcionário for determinado pelo funcionário.
pela autoridade competente, ou, em caso de pedido § 2º – Ocorrendo afastamento por até doze horas, é
de exoneração, apresentado pelo menos noventa devida apenas a parcela da diária relativa a
dias após seus exercício na nova sede, ou doença alimentação.
comprovada, não ficará ele obrigado a restituir a (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179,
ajuda de custo. de 19/12/1977.)

Art. 137 – O transporte do funcionário e de sua Art. 141 – É vedado o pagamento de diária
família compreende passagens e bagagens, cumulativamente com qualquer outra retribuição de
observado, quanto a estas, o limite estabelecido no caráter indenizatório de despesa com alimentação e
regulamento próprio. pousada.
§ 1º – Poderá ainda ser fornecida passagem a um (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179,
serviçal que acompanhe o funcionário. de 19/12/1977.)

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Art. 148 – A gratificação pela prestação de serviço


Art. 142 – Constitui infração disciplinar grave, punível extraordinário, que não poderá, em hipótese alguma,
na forma da lei, conceder ou receber diária exceder ao vencimento do funcionário, será:
indevidamente. a) previamente arbitrada pelo Secretário de Estado
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, ou Diretor de Departamento diretamente
de 19/12/1977.) subordinado ao Governador do Estado;
b) paga por hora de trabalho prorrogado ou
CAPÍTULO VII antecipado.
Das Gratificações § 1º – No caso da alínea "b", a gratificação será paga
por hora de trabalho antecipado ou prorrogado,
Art. 143 – Será concedida gratificação ao funcionário: salvo quando a prorrogação for apenas de uma hora
a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais; e tiver corrido apenas duas vezes no mês, caso em
b) pela execução de trabalho de natureza especial, que não será remunerada.
com risco de vida ou saúde; § 2º – Entende-se por serviço extraordinário todo e
c) pela elaboração de trabalho técnico ou científico qualquer trabalho previsto em regimento ou
de utilidade para o serviço público; regulamento, executado fora da hora do expediente
d)de representação, quando em serviço ou estudo no regulamentar da repartição e previamente autorizado
estrangeiro ou no país; pelo Secretário de Estado ou Diretor de
e) quando regularmente nomeado ou designado Departamento diretamente subordinado ao
para fazer parte do órgão legal de deliberação Governador do Estado.
coletiva ou para cargo ou função de confiança; § 3º – O pagamento de que trata este artigo será
f) pela prestação de serviço extraordinário; efetuado mediante folha especial previamente
g) de função de chefia prevista em lei; aprovada pela autoridade a que se refere o parágrafo
h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei. anterior e publicado no órgão oficial, da qual
§ 1º – A gratificação a que se refere a alínea "e" deste constem o nome do funcionário, cargo, o vencimento
artigo será fixada no limite máximo de um terço do mensal, e o número de horas de serviço
vencimento ou remuneração. extraordinário, a gratificação arbitrada, se for o caso,
§ 2º – Será estabelecido em decreto o quanto das e a importância total de despesa.
gratificações a que se referem as alíneas "a" e "b"
deste artigo. Art. 149 – O funcionário perceberá honorário quando
designado para exercer, fora do período normal ou
Art. 144 – A gratificação pelo exercício em extraordinário de trabalho, as funções de auxiliar ou
determinadas zonas ou locais e pela execução de membro de bancas e comissões de concursos ou
trabalhos de natureza especial, com risco da vida ou provas, de professor ou auxiliar de cursos legalmente
da saúde, será determinada em lei. instituídos.

Art. 145 – A gratificação pela elaboração de trabalho CAPÍTULO VIII


técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço Da Função Gratificada
público, será arbitrada pelo Governador do Estado,
após sua conclusão. Art. 150 – Função gratificada é a instituída em lei para
atender os encargos de chefia e outros que a lei
Art. 146 – A gratificação a título de representação determinar.
quando em serviço ou estudo fora do Estado, será (Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do
autorizada pelo Governador do Estado, levando em Estado de Minas Gerais.)
conta o vencimento e a duração certa ou presumível
do estudo e as condições locais, salvo se a lei ou Art. 151 – Não perderá a gratificação o funcionário
regulamento já dispuser a respeito. que deixar de comparecer ao serviço em virtude de
Parágrafo único – A gratificação de que trata este férias, luto, casamento, doença comprovada, serviços
artigo terá limite mínimo de um terço do vencimento obrigatórios por lei.
do funcionário. (Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.)
Art. 147 – A gratificação relativa ao exercício em CAPÍTULO IX
órgão legal de deliberação coletiva será fixada em lei. Das Férias

(Vide art. 12 da Lei nº 18185, de 4/6/2009.)

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d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou


Art. 152 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, representação fora da sede, autorizada pelo Governo
por ano vinte e cinco dias úteis de férias, observada a do Estado;
escala que for organizada de acordo com e) licença para tratamento de saúde até 180 dias;
conveniência do serviço, não sendo permitida a f) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
acumulação de férias. g) exercício de funções de governo ou administração
§ 1º – Na elaboração da escala, não será permitido em qualquer parte do território estadual, por
que entrem em gozo de férias, em um só mês, mais nomeação do Governo do Estado.
de um terço de funcionários de uma seção ou § 3º – O servidor público terá, automaticamente,
serviço. contado em dobro, para fins de aposentadoria e
§ 2º – É proibido levar à conta de férias qualquer falta vantagens dela decorrentes, o tempo de férias-
ao trabalho. prêmio não gozadas.
§ 3º – Ingressando no serviço público estadual, (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 3.579,
somente depois do 11º mês de exercício poderá o de 19/11/1965.)
funcionário gozar férias. (Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) Minas Gerais.)
(Vide art. 17 da Lei Complementar nº 102, de
17/1/2008.) Art. 157 – O pedido de concessão de férias-prêmio
deverá ser instruído com certidão de contagem de
Art. 153 – Durante as férias, o funcionário terá direito tempo fornecida pela repartição competente.
ao vencimento ou remuneração e a todas as Parágrafo único – Considera-se repartição
vantagens, como se estivesse em exercício exceto a competente para tal fim aquela que dispuser de
gratificação por serviço extraordinário. elementos para certificar o tempo de serviço
mediante fichas oficiais cópias de folhas de
Art. 154 – O funcionário promovido, transferido ou pagamento ou registro de ponto.
removido, quando em gozo de férias, não será (Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de
obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. Minas Gerais.)

Art. 155 – É facultado ao funcionário gozar férias CAPÍTULO XI


onde lhe convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes Das Licenças
do seu início, comunicar o seu endereço eventual ao SEÇÃO I
chefe da repartição ou serviço a que estiver Disposições Gerais
subordinado.
Art. 158 – O funcionário poderá ser licenciado:
CAPÍTULO X I – para tratamento de saúde;
Das Férias-Prêmio II – quando acidentado no exercício de suas
atribuições ou atacado de doença profissional;
Art. 156 – O funcionário gozará férias-prêmio III – por motivo de doença em pessoa de sua família;
correspondente a decênio de efetivo exercício em IV – no caso previsto no art. 175;
cargos estaduais na base de quatro meses por V – quando convocado para serviço militar;
decênio. VI – para tratar de interesses particulares;
§ 1º – As férias-prêmio serão concedidas com o VII – no caso previsto no art. 186.
vencimento ou remuneração e todas as demais (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
vantagens do cargo, excetuadas somente as 25/3/2002.)
gratificações por serviços extraordinários, e sem
perda da contagem de tempo para todos os efeitos, Art. 159 – Aos funcionários interinos e aos em
como se estivesse em exercício. comissão não será concedida licença para tratar de
§ 2º – Para tal fim, não se computará o afastamento interesses particulares.
do exercício das funções, por motivo de: (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; 25/3/2002.)
b) férias anuais;
c) requisição de outras entidades públicas, com Art. 160 – A competência para a concessão de licença
afastamento autorizado pelo Governo do Estado; para tratamento de saúde será definida em
regulamento próprio.

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POLÍCIA PENAL 20 NOÇÕES DE DIREITO
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(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de farmacêutica dada a custa do Instituto de Previdência
25/3/2002.) dos Servidores do Estado de Minas Gerais.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
Art. 161 – A licença dependente de inspeção médica 25/3/2002.)
será concedida pelo prazo indicado no respectivo
laudo. SEÇÃO II
Parágrafo único – Antes de findo esse prazo o Licença para Tratamento de Saúde
funcionário será submetido a nova inspeção e o
laudo médico concluirá pela sua volta ao serviço, pela Art. 168 – A licença para tratamento de saúde será
prorrogação da licença ou pela aposentadoria. concedida a pedido do funcionário ou "ex-officio".
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de Parágrafo único – Num e noutro caso de que cogita
25/3/2002.) este artigo é indispensável a inspeção médica, que
deverá realizar-se, sempre que necessária, na
Art. 162 – Finda a licença, o funcionário deverá residência do funcionário.
reassumir, imediatamente, o exercício do cargo, se (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
assim concluir o laudo de inspeção médica, salvo 25/3/2002.)
caso de prorrogação, mesmo sem o despacho final
desta. Art. 169 – O funcionário licenciado para tratamento
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade
25/3/2002.) remunerada.
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 937,
Art. 163 – As licenças concedidas dentro de sessenta de 18/6/1953.)
dias contados da terminação da anterior serão (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
consideradas como prorrogação. 25/3/2002.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.) Art. 170 – Quando licenciado para tratamento de
saúde, acidente no serviço de suas atribuições, ou
Art. 164 – O funcionário não poderá permanecer em doença profissional, o funcionário receberá
licença por prazo superior a 24 meses salvo o integralmente o vencimento ou a remuneração e
portador de tuberculose, lepra ou pênfigo foliáceo, demais vantagens.
que poderá ter mais três prorrogações de 12 meses (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
cada uma, desde que, em exames periódicos anuais, 25/3/2002.)
não se tenha verificado a cura.
(Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 937, Art. 171 – O funcionário licenciado para tratamento
de 18/6/1953.) de saúde é obrigado a reassumir o exercício, se for
(Vide arts. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de considerado apto em inspeção médica "ex-officio".
25/3/2002.) Parágrafo único – O funcionário poderá desistir da
licença desde que, mediante inspeção médica, seja
Art. 165 – Decorrido o prazo estabelecido no artigo julgado apto para o exercício.
anterior, o funcionário será submetido a inspeção (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
médica e aposentado, se for considerado 25/3/2002.)
definitivamente inválido para o serviço público em
geral. Art. 172 – O funcionário atacado de tuberculose ativa,
(Vide art. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de cardiopatia descompensada, alienação mental,
25/3/2002.) neoplasia maligna, leucemia, cegueira, lepra, pênfigo
foliáceo ou paralisia que o impeça de locomover-se,
Art. 166 – O funcionário poderá gozar licença onde será compulsoriamente licenciado, com vencimento
lhe convier, ficando obrigado a comunicar, por ou remuneração integral e demais vantagens.
escrito, o seu endereço ao chefe a que estiver Parágrafo único – Para verificação das moléstias
imediatamente subordinado. referidas neste artigo, a inspeção médica será feita
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de obrigatoriamente por uma junta médica oficial, de
25/3/2002.) três membros, todos presentes.
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
Art. 167 – O funcionário acidentado no exercício de 25/3/2002.)
suas atribuições terá assistência hospitalar, médica e

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POLÍCIA PENAL 21 NOÇÕES DE DIREITO
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Art. 173 – O funcionário, durante a licença, ficar


obrigado a seguir rigorosamente o tratamento SEÇÃO V
médico adequado à doença, sob pena de lhe ser Licença para Serviço Militar
suspenso o pagamento de vencimento ou
remuneração. Art. 177 – Ao funcionário que for convocado para o
§ 1º – No caso de alienado mental, responderá o serviço militar e outros encargos de segurança
curador pela obrigação de que trata este artigo. nacional, será concedida licença com vencimento ou
§ 2º – A repartição competente fiscalizará a remuneração e demais vantagens, descontada
observância do disposto neste artigo. mensalmente a importância que receber na
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de qualidade de incorporado.
25/3/2002.) § 1º – A licença será concedida mediante
comunicação do funcionário ao chefe da repartição
Art. 174 – A licença será convertida em ou do serviço, acompanhada de documento oficial de
aposentadoria, na forma do art. 165, e antes do prazo que prove a incorporação.
nele estabelecido, quando assim opinar a junta § 2º – O funcionário desincorporado reassumirá
médica, por considerar definitiva, para o serviço imediatamente o exercício, sob pena de perda do
público em geral, a invalidez do funcionário. vencimento ou remuneração e, se a ausência exceder
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de a trinta dias, de demissão, por abandono do cargo.
25/3/2002.) § 3º – Tratando-se de funcionário cuja incorporação
tenha perdurado pelo menos um ano, o chefe da
SEÇÃO III repartição ou serviço a que tiver de se apresentar o
Licença à Funcionária Gestante funcionário poderá conceder-lhe o prazo de quinze
dias para reassumir o exercício, sem perda de
Art. 175 – À funcionária gestante será concedida, vencimento ou remuneração.
mediante inspeção médica, licença, por três meses, § 4º – Quando a desincorporação se verificar em
com vencimento ou remuneração e demais lugar diverso do exercício, os prazos para a
vantagens. apresentação do funcionário à sua repartição ou
§ 1º – A licença só poderá ser concedida para o serviço serão os marcados no artigo 70.
período que compreenda, tanto quanto possível, os
últimos quarenta e cinco dias da gestação e o Art. 178 – Ao funcionário que houver feito curso para
puerpério. oficial da reserva das forças armadas, será também
§ 2º – A licença deverá ser requerida até o oitavo mês concedida licença com vencimento ou remuneração e
da gestação, competindo à junta médica fixar a data demais vantagens durante os estágios prescritos
do seu início. pelos regulamentos militares, quando por estes não
§ 3º – O pedido encaminhado depois do oitavo mês tiver direito àquele pagamento, assegurado, em
da gestação será prejudicado quanto à duração da qualquer caso, o direito de opção.
licença, que se reduzirá dos dias correspondentes ao
atraso na formulação do pedido. SEÇÃO VI
§ 4º – Se a criança nascer viva, prematuramente, Licença para Tratar de Interesses Particulares
antes que a funcionária tenha requerido a licença, o
início desta será a partir da data do parto. Art. 179 – Depois de dois anos de exercício, o
(Vide arts. 17 e 70 da Lei Complementar nº 64, de funcionário poderá obter licença, sem vencimento ou
25/3/2002.) remuneração, para tratar de interesses particulares.
§ 1º – A licença poderá ser negada quando o
SEÇÃO IV afastamento do funcionário for inconveniente ao
Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família interesse do serviço.
§ 2º – O funcionário deverá aguardar em exercício a
Art. 176 – O funcionário poderá obter licença por concessão da licença.
motivo de doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de
cônjuge de que não esteja legalmente separado. 25/3/2002.)
§ 1º – (Vetado).
§ 2º – Provar-se-á a doença mediante inspeção Art. 180 – Não será concedida licença para tratar de
médica, na forma prevista em lei, para a licença de interesses particulares ao funcionário nomeado,
que trata o artigo. removido ou transferido, antes de assumir o
§ 3º – (Vetado). exercício.

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POLÍCIA PENAL 22 NOÇÕES DE DIREITO
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(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de I – dois anos de exercício, quando nomeado em
25/3/2002.) virtude de concurso;
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
Art. 181 – Não será, igualmente, concedida licença Gerais.)
para tratar de interesses particulares ao funcionário II – cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem
que, a qualquer título, estiver ainda obrigado a concurso.
indenização ou devolução aos cofres públicos. Parágrafo único – Não adquirirão estabilidade,
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de qualquer que seja o tempo de serviço o funcionário
25/3/2002.) interino e no cargo em que estiver substituindo ou
comissionado, o nomeado em comissão ou em
Art. 182 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de substituição.
11/7/1972.) (Vide art. 5° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
Dispositivo revogado: (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
“Art. 182 – Só poderá ser concedida nova licença para Constitucionais Transitórias.)
tratar de interesses particulares, depois de decorridos
dois anos da terminação da anterior.” Art. 188 – Para fins de aquisição de estabilidade, só
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de será contado o tempo de serviço efetivo, prestado
25/3/2002.) em cargos estaduais.
Parágrafo único – Desligando-se do serviço público
Art. 183 – O funcionário poderá, a qualquer tempo, estadual e sendo readmitido ou nomeado para outro
reassumir o exercício desistindo da licença. cargo estadual, a contagem de tempo será feita, para
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de fim de estabilidade, na data da nova posse.
25/3/2002.) (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.)
Art. 184 – A autoridade que houver concedido a (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
licença poderá, a todo tempo, desde que o exija o Constitucionais Transitórias.)
interesse do serviço público, cassá-la, marcando
razoável prazo para que o funcionário licenciado Art. 189 – Os funcionários públicos perderão o cargo:
reassuma o exercício. I – quando vitalícios, somente em virtude de sentença
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de judiciária;
25/3/2002.) II – quando estáveis, no caso do número anterior, no
de extinguir o cargo ou no de serem demitidos
Art. 185 – (Vetado). mediante processo administrativo em que se lhes
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de tenha assegurada ampla defesa.
25/3/2002.) Parágrafo único – A estabilidade não diz respeito ao
cargo, ressalvando-se à administração o direito de
SEÇÃO VII readaptar o funcionário em outro cargo, removê-lo,
Licença à Funcionária Casada com Funcionário transferi-lo ou transformar o cargo, no interesse do
serviço.
Art. 186 – A funcionária casada com funcionário (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
estadual, federal ou militar, terá direito a licença, sem Gerais.)
vencimento ou remuneração, quando o marido for (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
mandado servir, independentemente de solicitação, Constitucionais Transitórias.)
em outro ponto do Estado ou do território nacional
ou no estrangeiro. CAPÍTULO XIII
Parágrafo único – A licença será concedida mediante Da Disponibilidade
pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo
tempo que durar a comissão ou nova função do Art. 190 – Quando se extinguir o cargo, o funcionário
marido. estável ficará em disponibilidade remunerada, com
vencimento ou remuneração integrais e demais
CAPÍTULO XII vantagens, até o seu obrigatório aproveitamento em
Da Estabilidade outro cargo de natureza, vencimentos ou
remuneração compatíveis com o que ocupava.
Art. 187 – O funcionário adquirirá estabilidade depois (Vide § 3º do inciso III do art. 35 da Constituição do
de: Estado de Minas Gerais.)

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POLÍCIA PENAL 23 NOÇÕES DE DIREITO
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remessa do processo, se houver, ao juiz competente,


CAPÍTULO XIV como peça instrutiva da ação judicial.
Do Direito de Petição
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) Art. 198 – São fatais e improrrogáveis os prazos
estabelecidos neste capítulo.
Art. 191 – É assegurado ao funcionário o direito de
requerer ou representar. CAPÍTULO XV
Da Acumulação
Art. 192 – O requerimento será dirigido à autoridade (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
competente para decidi-lo e encaminhado por
intermédio daquela a que estiver imediatamente Art. 199 – É vedada a acumulação de cargo, exceto as
subordinado o requerente. previstas nos artigos 61, número I e 137, da
Constituição Estadual.
Art. 193 – O pedido de reconsideração será dirigido à (Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas
autoridade que houver expedido o ato ou proferido a Gerais.)
primeira decisão, não podendo ser renovado.
Parágrafo único – O requerimento e o pedido de Art. 200 – É vedada, ainda, a acumulação de funções
reconsideração de que tratam os artigos anteriores ou de cargos e funções do Estado, ou do Estado com
deverão ser despachados no prazo de cinco dias e os da União ou Município e com os das entidades
decididos dentro de trinta, improrrogáveis. autárquicas.
Parágrafo único – Não se compreende na proibição
Art. 194 – Caberá recurso: deste artigo a acumulação de cargo ou função com a
I – do indeferimento do pedido de reconsideração; gratificação de função.
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente (Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas
interpostos. Gerais.)
§ 1º – O recurso será dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver expedido o ato CAPÍTULO XVI
ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala Das Concessões
ascendente, às demais autoridades.
§ 2º – No encaminhamento do recurso observar-se-á (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
o disposto na parte final do art. 192.
Art. 201 – Sem prejuízo do vencimento, remuneração
Art. 195 – Os pedidos de reconsideração e os ou qualquer outro direito ou vantagem legal, o
recursos que não têm efeito suspensivo; os que funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias
forem providos, porém, darão lugar às retificações consecutivos por motivo de:
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato a) casamento;
impugnado, desde que outra solução jurídica não b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos.
determine a autoridade, quanto aos efeitos relativos
ao passado. Art. 202 – Ao funcionário licenciado para tratamento
de saúde poderá ser concedido transporte, inclusive
Art. 196 – O direito de pleitear na esfera para as pessoas de sua família, por conta do Estado,
administrativa prescreverá, em geral, nos mesmos fora da sede de serviço, se assim o exigir o laudo
prazos fixados para as ações próprias cabíveis no médico oficial.
judiciário, quanto à espécie.
Parágrafo único – Se não for o caso de direito que dê Art. 203 – Poderá ser concedido transporte à família
oportunidade à ação judicial, prescreverá a faculdade do funcionário, quando este falecer fora da sede de
de pleitear na esfera administrativa, dentro de 120 seus trabalhos, no desempenho de serviço.
dias a contar da data da publicação oficial do ato
impugnado ou, quando este for da natureza Art. 204 – (Revogado pelo art. 6º da Lei
reservada, da data da ciência do interessado. Complementar nº 70, de 30/7/2003.)
Dispositivo revogado:
Art. 197 – O funcionário que se dirigir ao Poder “Art. 204 – Ao cônjuge, ou, na falta deste, à pessoa
Judiciário ficará obrigado a comunicar essa iniciativa que provar ter feito despesas em virtude do
a seu chefe imediato para que este providencie a falecimento do funcionário na ativa ou em
disponibilidade, será concedida, a título de funeral,

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importância correspondente a um mês de ser liquidada mediante o desconto em prestações


vencimento ou remuneração. mensais não excedentes da décima parte do
§ 1º – A despesa correrá pela dotação própria do vencimento ou remuneração, à míngua de outros
cargo, não podendo, por esse motivo, o nomeado, bens que respondam pela indenização.
para preenchê-lo, entrar em exercício antes de § 2º – Tratando-se de dano causado a terceiro,
decorridos trinta dias do falecimento do seu responderá o funcionário perante a Fazenda Estadual,
antecessor. em ação regressiva, proposta depois de transitar em
§ 2º – O pagamento será efetuado, pela respectiva julgado a decisão de última instância que houver
repartição pagadora, no dia em que lhe forem condenado a Fazenda a indenizar o terceiro
apresentados o atestado de óbito, se houver cônjuge, prejudicado.
ou os comprovantes das despesas, em se tratando de (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de
outra pessoa.” Minas Gerais.)
(Artigo com redação dada pelo art. 27 da Lei n° 3.422,
de 8/10/1965.) Art. 210 – A responsabilidade penal abrange os
(Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.) crimes e contravenções imputados ao funcionário,
(Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de nessa qualidade.
25/3/2002.) (Vide art. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de
Minas Gerais.)
Art. 205 – O vencimento ou a remuneração do
funcionário em atividade ou em disponibilidade e o Art. 211 – A responsabilidade administrativa resulta
provento atribuído ao que estiver aposentado não de atos ou omissões praticados no desempenho do
poderão sofrer outros descontos que não sejam cargo ou função.
previstos em lei. (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de
Minas Gerais.)
Art. 206 – A administração, em igualdade de
condições, preferirá para transferência ou remoção Art. 212 – As cominações civis, penais e disciplinares
da localidade onde trabalha, o funcionário que não poderão cumular-se, sendo umas e outras
seja estudante. independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
penal e administrativa.
Art. 207 – Ao funcionário estudante matriculado em (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de
estabelecimento de ensino será concedido, sempre Minas Gerais.)
que possível, horário especial de trabalho que
possibilite a freqüência regular às aulas. CAPÍTULO II
Parágrafo único – Ao funcionário estudante será Da Prisão Preventiva e da Suspensão Preventiva
permitido faltar ao serviço, sem prejuízo do
vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes Art. 213 – Cabe, dentro das respectivas competências,
do exercício, nos dias de prova ou de exame. aos Secretários de Estado e aos Diretores de
Departamentos diretamente subordinados ao
TÍTULO VIII Governador do Estado, ordenar a prisão
Dos Deveres e da Ação Disciplinar administrativa de todo ou qualquer responsável pelos
CAPÍTULO I dinheiros e valores pertencentes à Fazenda Estadual
Das Responsabilidades ou que se acharem sob a guarda desta, nos casos de
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) alcance ou omissão em efetuar as entradas nos
devidos prazos.
Art. 208 – Pelo exercício irregular de suas atribuições, § 1º – A autoridade que ordenar a prisão comunicará
o funcionário responde civil, penal e o fato imediatamente à autoridade judiciária
administrativamente. competente, para os devidos efeitos.
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de § 2º – Providenciará, ainda, no sentido de ser iniciado
Minas Gerais.) com urgência e imediatamente concluído o processo
de tomada de contas.
Art. 209 – A responsabilidade civil decorre de § 3º – A prisão administrativa não poderá exceder a
procedimento doloso ou culposo, que importe em noventa dias.
prejuízo da Fazenda Estadual, ou de terceiro.
§ 1º – A indenização de prejuízo causado à Fazenda Art. 214 – Poderá ser ordenada, pelo Secretário de
Estadual no que exceder as forças da fiança, poderá Estado e Diretores de Departamentos diretamente

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POLÍCIA PENAL 25 NOÇÕES DE DIREITO
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subordinados ao Governador do Estado, dentro da III – promover manifestações de apreço ou desapreço


respectiva competência, a suspensão preventiva do e fazer circular ou subscrever lista de donativos no
funcionário, até trinta dias, desde que seu recinto da repartição;
afastamento seja necessário para a averiguação de IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
faltas cometidas, podendo ser prorrogada até em detrimento da dignidade da função;
noventa dias, findos os quais cessarão os efeitos da V – coagir ou aliciar subordinados com objetivos de
suspensão, ainda que o processo administrativo não natureza partidária;
esteja concluído. VI – participar da gerência ou administração de
empresa comercial ou industrial, salvo os casos
Art. 215 – O funcionário terá direito: expressos em lei;
I – à contagem de tempo de serviço relativo ao VII – exercer comércio ou participar de sociedade
período da prisão ou da suspensão, quando do comercial, exceto como acionista, quotista ou
processo não resultar punição, ou esta se limitar às comandatário;
penas de advertências, multa ou repreensão; VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas;
II – à diferença de vencimento ou remuneração e à IX – pleitear, como procurador ou intermediário,
contagem de tempo de serviço correspondente ao junto às repartições públicas, salvo quando se tratar
período de afastamento excedente do prazo de de percepção de vencimentos e vantagens, de
suspensão efetivamente aplicada. parente até segundo grau;
X – receber propinas, comissões, presentes e
CAPÍTULO III vantagens de qualquer espécie em razão das
Dos Deveres e Proibições atribuições;
XI – contar a pessoa estranha à repartição, fora dos
Art. 216 – São deveres do funcionário: casos previstos em lei, o desempenho de encargo
I – assiduidade; que lhe competir ou a seus subordinados.
II – pontualidade; (Vide art. 173 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
III – discrição;
IV – urbanidade; CAPÍTULO IV
V – lealdade às instituições constitucionais e Da apuração de irregularidades
administrativas a que servir; SEÇÃO I
VI – observância das normas legais e regulamentares; Do processo administrativo
VII – obediência às ordens superiores, exceto quando
manifestamente ilegais; (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de
VIII – levar ao conhecimento da autoridade superior 30/7/2003.)
irregularidade de que tiver ciência em razão do (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 116, de
cargo; 11/1/2011.)
IX – zelar pela economia e conservação do material
que lhe for confiado; Art. 218 – A autoridade que tiver ciência ou notícia da
X – providenciar para que esteja sempre em ordem ocorrência de irregularidades no serviço público é
no assentamento individual a sua declaração de obrigado a promover-lhe a apuração imediata por
família; meio de sumários, inquérito ou processo
XI – atender prontamente: administrativo.
a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; Parágrafo único – O processo administrativo
b) à expedição das certidões requeridas para a defesa precederá sempre à demissão do funcionário.
de direito. (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 937,
(Vide art. 172 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) de 18/6/1953.)
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
Art. 217 – Ao funcionário é proibido: Minas Gerais.)
I – referir-se de modo depreciativo, em informação, (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 64, de
parecer ou despacho, às autoridades e atos da 25/3/2002.)
administração pública, podendo, porém, em trabalho
assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou Art. 219 – São competentes para determinar a
da organização do serviço; instauração do processo administrativo os Secretários
II – retirar sem prévia autorização da autoridade de Estado e os Diretores de Departamentos
competente qualquer documento ou objeto da diretamente subordinados ao Governador do Estado.
repartição;

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(Vide art. 11 da Lei Complementar nº 64, de ou vantagens decorrentes do exercício, durante a


25/3/2002.) realização das diligências que se tornarem
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de necessárias.
Minas Gerais.) (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
Minas Gerais.)
Art. 220 – O processo administrativo constará de
duas fases distintas: Art. 223 – O processo administrativo deverá ser
a) inquérito administrativo; iniciado dentro do prazo, improrrogável, de três dias
b) processo administrativo propriamente dito. contados da data da designação dos membros da
§ 1º – Ficará dispensada a fase do inquérito comissão e concluído no de sessenta dias, a contar
administrativo quando forem evidentes as provas que da data de seu início.
demonstrem a responsabilidade do indiciado ou Parágrafo único – Por motivo de força-maior, poderá
indiciados. a autoridade competente prorrogar os trabalhos da
§ 2º – O inquérito administrativo se constituirá de comissão pelo máximo de 30 dias.
averiguação sumária, sigilosa, de que se encarregarão (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
funcionários designados pelas autoridades a que se Minas Gerais.)
refere o art. 219 e deverá ser iniciado e concluído no
prazo improrrogável de 30 dias a partir da data de Art. 224 – A comissão procederá a todas as
designação. diligências que julgar convenientes, ouvindo, quando
§ 3º – Os funcionários designados para proceder ao necessário, a opinião de técnicos ou peritos.
inquérito, salvo autorização especial da autoridade Parágrafo único – Terá o funcionário indiciado o
competente, não poderão exercer outras atribuições direito de, pessoalmente ou por procurador,
além das de pesquisas e averiguação indispensável à acompanhar todo o desenvolver do processo,
elucidação do fato, devendo levar as conclusões a podendo, através do seu defensor, indicar e inquirir
que chegarem ao conhecimento da autoridade testemunhas, requerer juntada de documentos, vista
competente, com a caracterização dos indiciados. do processo em mãos da comissão e o mais que for
§ 4º – Nenhuma penalidade, exceto repreensão, necessário a bem de seu interesse, sem prejuízo para
multa e suspensão, poderá decorrer das conclusões a o andamento normal do trabalho.
que chegar o inquérito, que é simples fase preliminar (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
do processo administrativo. Minas Gerais.)
(Parágrafo vetado e com redação dada pelo art. 9º da
Lei nº 937, de 18/6/1953.) Art. 225 – Ultimado o processo, a comissão mandará,
§ 5º – Os funcionários encarregados do inquérito dentro de quarenta e oito horas, citar o acusado para,
administrativo dedicarão todo o seu tempo aos no prazo de dez dias, apresentar defesa.
trabalhos do mesmo, sem prejuízo de vencimento, Parágrafo único – Achando-se o acusado em lugar
remuneração ou vantagem decorrente do exercício. incerto, a citação será feita por edital publicado no
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de órgão oficial, durante oito dias consecutivos. Neste
Minas Gerais.) caso, o prazo de dez dias para apresentação da
defesa será contado da data da última publicação do
Art. 221 – O processo administrativo será realizado edital.
por uma comissão, designada pela autoridade que (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
houver determinado a sua instauração e composta de Minas Gerais.)
três funcionários estáveis.
§ 1º – A autoridade indicará, no ato da designação, Art. 226 – No caso de revelia, será designado, "ex-
um dos funcionários para dirigir, como presidente, os officio", pelo presidente da comissão, um funcionário
trabalhos da comissão. para se incumbir da defesa.
§ 2º – O presidente designará um dos outros (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
componentes da comissão para secretariá-la. Minas Gerais.)
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
Minas Gerais.) Art. 227 – Esgotado o prazo referido no art. 225, a
comissão apreciará a defesa produzida e, então,
Art. 222 – Os membros da comissão dedicarão todo o apresentará o seu relatório, dentro do prazo de dez
seu tempo aos trabalhos da mesma, ficando, por isso, dias.
automaticamente dispensados do serviço de sua § 1º – Neste relatório, a comissão apreciará em
repartição, sem prejuízo do vencimento, remuneração relação a cada indiciado, separadamente, as

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irregularidades de que forem acusados, as provas (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de


colhidas no processo, as razões de defesa, propondo, Minas Gerais.)
então, justificadamente, a absolvição ou a punição, e
indicando, neste caso, a pena que couber. Art. 233 – Quando a infração estiver capitulada na lei
§ 2º – Deverá, também, a comissão em seu relatório, penal, será remetido o processo à autoridade
sugerir quaisquer outras providências que lhe competente, ficando traslado na repartição.
pareçam de interesse do serviço público. (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Minas Gerais.)
Art. 234 – No caso de abandono do cargo ou função,
Art. 228 – Apresentado o relatório, os componentes de que cogita o art. 249, II, deste Estatuto, o
da comissão assumirão o exercício de seus cargos, presidente da comissão de processo promoverá a
mas ficarão à disposição da autoridade que houver publicação, no órgão oficial, de editais de
mandado instaurar o processo para a prestação de chamamento, pelo prazo de vinte dias, se o
qualquer esclarecimento julgado necessário. funcionário estiver ausente do serviço, em edital de
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de citação, pelo mesmo prazo, se já tiver reassumido o
Minas Gerais.) exercício.
Parágrafo único – Findo o prazo fixado neste artigo,
Art. 229 – Entregue o relatório da comissão, será dado início ao processo normal, com a
acompanhado do processo, à autoridade que houver designação de defensor "ex-officio", se não
determinado à sua instauração, essa autoridade comparecer o funcionário, e, não tendo sido feita a
deverá proferir o julgamento dentro do prazo prova da existência de força-maior ou de coação
improrrogável de sessenta dias. ilegal, a comissão proporá a expedição do decreto de
Parágrafo único – Se o processo não for julgado no demissão, na conformidade do art. 249, item II.
prazo indicado neste artigo, o indiciado reassumirá, (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
automaticamente, o exercício de seu cargo ou Minas Gerais.)
função, e aguardará em exercício o julgamento, salvo
o caso de prisão administrativa que ainda perdure. SEÇÃO II
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Revisão do Processo Administrativo
Minas Gerais.) (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de
30/7/2003.)
Art. 230 – Quando escaparem à sua alçada as
penalidades e providências que lhe parecerem Art. 235 – A qualquer tempo pode ser requerida a
cabíveis, a autoridade que determinou a instauração revisão de processo administrativo, em que se impôs
do processo administrativo, propô-las-á dentro do a pena de suspensão, multa, destituição de função,
prazo marcado para julgamento, à autoridade demissão a bem do serviço público, desde que se
competente. aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de
§ 1º – Na hipótese deste artigo, o prazo para justificar a inocência do acusado.
julgamento final será de quinze dias, improrrogável. Parágrafo único – Tratando-se de funcionário falecido
§ 2º – A autoridade julgadora promoverá as ou desaparecido, a revisão poderá ser requerida por
providências necessárias à sua execução. qualquer pessoa relacionada no assentamento
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de individual.
Minas Gerais.) (Vide Lei nº 14.184, de 31/1/2002.

Art. 231 – As decisões serão sempre publicadas no Art. 236 – Além das peças necessárias à comprovação
órgão oficial, dentro do prazo de oito dias. dos fatos argüidos, o requerimento será
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de obrigatoriamente instruído com certidão do
Minas Gerais.) despacho que impôs a penalidade.
Parágrafo único – Não constitui fundamento para
Art. 232 – Quando ao funcionário se imputar crime revisão a simples alegação de injustiça da penalidade.
praticado na esfera administrativa, a autoridade que
determinar a instauração do processo administrativo Art. 237 – O requerimento será dirigido ao
providenciará para que se instaure simultaneamente Governador do Estado, que o despachará à repartição
o inquérito policial. onde se originou o processo.

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Parágrafo único – Se o Governador do Estado julgar II – Multa;


insuficientemente instruído o pedido de revisão, III – Suspensão;
indeferi-lo-á "in limine". IV – Destituição de função;
V – Demissão;
Art. 238 – Recebido o requerimento despachado pelo VI – Demissão a bem do serviço público.
Governador do Estado, o chefe da repartição o Parágrafo único – A aplicação das penas disciplinares
distribuirá a uma comissão composta de três não se sujeita à seqüência estabelecida neste artigo,
funcionários de categoria igual ou superior à do mas é autônoma, segundo cada caso e consideradas
acusado, indicando o que deve servir de presidente, a natureza e a gravidade da infração e os danos que
para processar a revisão. dela provierem para o serviço público.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 239 – O requerimento será apenso ao processo Estado de Minas Gerais.)
ou à sua cópia (art. 233) marcando-se ao interessado
o prazo de dez dias para contestar os fundamentos Art. 245 – A pena de repreensão será aplicada por
da acusação constantes do mesmo processo. escrito em caso de desobediência ou falta de
§ 1º – É impedido de funcionar na revisão quem cumprimento de deveres.
compôs a comissão do processo administrativo. Parágrafo único – Havendo dolo ou má-fé, a falta de
§ 2º – Se o acusado pretender apresentar prova cumprimento de deveres, será punida com a pena de
testemunhal deverá arrolar os nomes no suspensão.
requerimento de revisão. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
§ 3º – O presidente da comissão de revisão designará Estado de Minas Gerais.)
um de seus membros para secretariá-la.
(Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de Art. 246 – A pena de suspensão será aplicada em
30/7/2003.) casos de:
I – Falta grave;
Art. 240 – Concluída a instrução do processo, será ele, II – Recusa do funcionário em submeter-se à
dentro de dez dias, encaminhado com relatório da inspeção médica quando necessária;
comissão ao Governador do Estado, que o julgará. III – Desrespeito às proibições consignadas neste
Parágrafo único – Para esse julgamento, o Estatuto;
Governador do Estado terá o prazo de vinte dias, IV – Reincidência em falta já punida com repreensão;
podendo antes determinar diligências que entenda V – Recebimento doloso e indevido de vencimento,
necessárias ao melhor esclarecimento do processo. ou remuneração ou vantagens;
VI – Requisição irregular de transporte;
Art. 241 – Julgando procedente a revisão, o VII – Concessão de laudo médico gracioso.
Governador do Estado tornará sem efeito as § 1º – A pena de suspensão não poderá exceder de
penalidades aplicadas ao acusado. noventa dias.
§ 2º – O funcionário suspenso perderá todas as
Art. 242 – O julgamento favorável do processo vantagens e direitos decorrentes do exercício do
implicará também o restabelecimento de todos os cargo.
direitos perdidos em conseqüência da penalidade (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
aplicada. Estado de Minas Gerais.)

Art. 243 – Quando o acusado pertencer ou houver Art. 247 – A pena de multa será aplicada na forma e
pertencido a órgão diretamente subordinado ao nos casos expressamente previstos em lei ou
Governador do Estado, ao Secretário de Estado dos regulamento.
Negócios do Interior, competirá despachar o (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
requerimento de revisão e julgá-lo, afinal. Estado de Minas Gerais.)

CAPÍTULO V Art. 248 – A destituição de função dar-se-á:


Das Penalidades I – quando se verificar a falta de exação no seu
desempenho;
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) II – quando se verificar que, por negligência ou
benevolência, o funcionário contribuiu para que se
Art. 244 – São penas disciplinares: não apurasse, no devido tempo, a falta de outro.
I – Repreensão;

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(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Art. 251 – O ato que demitir o funcionário
Estado de Minas Gerais.) mencionará sempre a disposição legal em que se
fundamenta.
Art. 249 – A pena de demissão será aplicada ao Parágrafo único – Uma vez submetidos a processo
servidor que: administrativo, os funcionários só poderão ser
I – acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos exonerados depois da conclusão do processo e de
com funções; reconhecida a sua culpabilidade.
II – incorrer em abandono de cargo ou função (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
pública pelo não comparecimento ao serviço sem Estado de Minas Gerais.)
causa justificada por mais de trinta dias consecutivos
ou mais de noventa dias não consecutivos em um Art. 252 – Para aplicação das penas do art. 244 são
ano; competentes:
III – aplicar indevidamente dinheiros públicos; I – o chefe do Governo, nos casos de demissão;
IV – exercer a advocacia administrativa; II – os Secretários de Estado e Diretores de
V – receber em avaliação periódica de desempenho: Departamentos diretamente subordinados ao
a) dois conceitos sucessivos de desempenho Governador do Estado, nos casos de suspensão por
insatisfatório; mais de trinta dias;
b) três conceitos interpolados de desempenho III – os chefes de Departamentos, nos casos de
insatisfatório em cinco avaliações consecutivas; ou repreensão e suspensão até trinta dias.
c) quatro conceitos interpolados de desempenho Parágrafo único – A aplicação da pena de destituição
insatisfatório em dez avaliações consecutivas. de função caberá à autoridade que houver feito a
Parágrafo único. Receberá conceito de desempenho designação.
insatisfatório o servidor cuja avaliação total, (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
considerados todos os critérios de julgamento Estado de Minas Gerais.)
aplicáveis em cada caso, seja inferior a 50%
(cinqüenta por cento) da pontuação máxima Art. 253 – Deverão constar do assentamento
admitida. individual todas as penas impostas ao funcionário,
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei inclusive as decorrentes da falta de comparecimento
Complementar nº 71, de 30/7/2003.) às sessões do júri para que for sorteado.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do § 1º – Além da pena judicial que couber, serão
Estado de Minas Gerais.) considerados como de suspensão os dias em que o
(Vide art. 24 da Lei Complementar nº 81, de funcionário deixar de atender às convocações do juiz,
10/8/2004.) sem motivo justificado.
§ 2º – O funcionário poderá requerer reabilitação
Art. 250 – Será aplicada a pena de demissão a bem administrativa, que consiste na retirada, dos registros
do serviço ao funcionário que: funcionais, das anotações das penas de repreensão,
I – for convencido de incontinência pública e multa, suspensão e destituição de função, observado
escandalosa, de vício de jogos proibidos e de o decurso de tempo assim estabelecido:
embriaguez habitual; 1 – três (3) anos para as penas de suspensão
II – praticar crime contra a boa ordem e compreendidas entre sessenta (60) a noventa (90)
administração pública e a Fazenda Estadual; dias ou destituição de função;
III – revelar segredos de que tenha conhecimento em 2 – dois (2) anos para as penas de suspensão
razão do cargo ou função, desde que o faça compreendidas entre trinta (3) e sessenta (60) dias;
dolosamente e com prejuízo para o Estado ou 3 – um (1) ano para as penas de suspensão de um (1)
particulares; a trinta (30) dias, repreensão ou multa.
IV – praticar, em serviço, ofensas físicas contra § 3º – Os prazos a que se refere o parágrafo anterior
funcionários ou particulares, salvo se em legítima serão contados a partir do cumprimento integral das
defesa; respectivas penalidades.
V – lesar os cofres públicos ou delapidar o patrimônio § 4º – A reabilitação administrativa estende-se ao
do Estado; aposentado, desde que ocorram os requisitos a ela
VI – receber ou solicitar propinas, comissões, vinculados.
presentes ou vantagens de qualquer espécie. § 5º – Em nenhum caso a reabilitação importará
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do direito a ressarcimento, restituição ou indenização de
Estado de Minas Gerais.) vencimentos ou vantagens não percebidos no
período de duração da pena.

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§ 6º – A reabilitação será concedida uma única vez. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
§ 7º – Os procedimentos para o instituto da Estado de Minas Gerais.)
reabilitação serão definidos em decreto.
§ 8º – É da competência do Secretário de Art. 258 – As penas de repreensão, multa e suspensão
Administração decidir sobre a reabilitação, ouvido, prescrevem no prazo de dois anos e a de demissão,
previamente, o titular da repartição de exercício do por abandono do cargo, no prazo de quatro anos.
funcionário. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.442, Estado de Minas Gerais.)
de 22/10/1987.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Art. 259 – No caso do art. 249, item I, provada a boa-
Estado de Minas Gerais.) fé, poderá o servidor optar, obedecidas as seguintes
normas:
Art. 254 – Verificado, em qualquer tempo, ter sido a) tratando-se do exercício acumulado de cargo,
gracioso o laudo da junta médica, o órgão funções ou cargos e funções do Estado, mediante
competente promoverá a punição dos responsáveis, simples requerimento, de próprio punho e firma
incorrendo o funcionário, a que aproveitar a fraude, reconhecida, dirigido ao Governador do Estado;
na pena de suspensão, e, na reincidência, na de b) quando forem os cargos ou funções acumulados
demissão, e os médicos em igual pena, se forem de esferas diversas da Administração – União, Estado,
funcionários sem prejuízo da ação penal que couber. Município ou entidade autárquica, mediante
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do requerimento, na forma da alínea anterior, e dada
Estado de Minas Gerais.) ciência imediata do fato à outra entidade interessada.
Parágrafo único – Se não for provada em processo
Art. 255 – O funcionário que não entrar em exercício administrativo a boa-fé, o servidor será demitido do
dentro do prazo será demitido do cargo ou cargo ou destituído da função estadual, sendo
destituído da função. cientificado também, neste caso, a outra entidade
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do interessada e ficando o servidor ainda inabilitado,
Estado de Minas Gerais.) pelo prazo de 5 anos, para o exercício de cargos ou
funções do Estado.
Art. 256 – Terá cassada a licença e será demitido do (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
cargo o funcionário licenciado para tratamento de Estado de Minas Gerais.)
saúde que se dedicar a qualquer atividade
remunerada. Art. 260 – O funcionário que indevidamente receber
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 937, diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a
de 18/6/1953.) importância recebida, ficando ainda sujeito a punição
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do disciplinar a que se refere o art. 246, item V.
Estado de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.)
Art. 257 – Será cassada, por decreto do Governador
do Estado, a aposentadoria ou disponibilidade, se Art. 261 – Será punido com a pena de suspensão, e,
ficar provado, em processo, que o aposentado ou na reincidência, com a de demissão, o funcionário
funcionário em disponibilidade: que, indevidamente, conceder diárias, com o objetivo
I – praticou, quando em atividade, qualquer dos atos de remunerar outros serviços ou encargos, ficando
para os quais é cominada neste Estatuto a pena de ainda obrigado à reposição da importância
demissão, ou de demissão a bem do serviço público; correspondente.
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública; (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
III – aceitou representação de Estado estrangeiro, Estado de Minas Gerais.)
sem prévia autorização do Governador do Estado;
IV – praticou a usura, em qualquer de suas formas. Art. 262 – Será responsabilizado pecuniariamente,
Parágrafo único – Será igualmente cassada a sem prejuízo da sanção disciplinar que couber, o
disponibilidade do servidor que não assumir, no chefe de repartição que ordenar a prestação de
prazo legal, o cargo ou função em que for serviço extraordinário, sem que disponha do
aproveitado. necessário crédito.
(Artigo com redação dada pelo art. 4º da Lei nº 2.364, (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
de 13/1/1961.) Estado de Minas Gerais.)

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Art. 263 – O funcionário que processar o pagamento Art. 270 – Fora dos casos incluídos no artigo anterior,
de serviço extraordinário, sem observância do a importância da indenização poderá ser descontada
disposto nesta lei, ficará obrigado a recolher aos do vencimento ou remuneração, não excedendo o
cofres do Estado a importância respectiva. desconto à quinta parte de sua importância líquida.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Parágrafo único – O desconto poderá ser integral,
Estado de Minas Gerais.) quando o funcionário, para se esquivar ao
ressarcimento devido, solicitar exoneração ou
Art. 264 – Será punido com a pena de suspensão e, abandonar o cargo.
na reincidência, com a de demissão a bem do serviço (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
público, o funcionário que atestar falsamente a Estado de Minas Gerais.)
prestação de serviço extraordinário.
Parágrafo único – O funcionário que se recusar, sem Art. 271 – Será suspenso por noventa dias, e, na
justo motivo, à prestação de serviço extraordinário reincidência demitido o funcionário que fora dos
será punido com a pena de suspensão. casos expressamente previstos em lei, regulamentos
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do ou regimentos, cometer à pessoas estranhas às
Estado de Minas Gerais.) repartições, o desempenho de encargos que lhe
competirem ou aos seus subordinados.
Art. 265 – Comprovada a flagrante desnecessidade da (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
antecipação ou prorrogação do período de trabalho, Estado de Minas Gerais.)
o chefe da repartição que o tiver ordenado
responderá pecuniariamente pelo serviço Art. 272 – A infração do disposto no art. 162
extraordinário. importará a perda total do vencimento ou
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do remuneração e, se a ausência exceder a trinta dias, a
Estado de Minas Gerais.) demissão por abandono do cargo.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 266 – Da infração do disposto no art. 119 Estado de Minas Gerais.)
resultará demissão do funcionário por procedimento
irregular, e imediata reposição aos cofres públicos da Art. 273 – A responsabilidade administrativa não
importância recebida, pela autoridade ordenadora do exime o funcionário da responsabilidade civil ou
pagamento. criminal que no caso couber, nem o pagamento da
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do indenização a que ficar obrigado o exime da pena
Estado de Minas Gerais.) disciplinar em que incorrer.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 267 – Serão considerados como falta os dias em Estado de Minas Gerais.)
que o funcionário licenciado para tratamento de
saúde, considerado apto em inspeção médica "ex- Art. 274 – A autoridade que deixar de proferir o
officio", deixar de comparecer ao serviço. julgamento em processo administrativo no prazo
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do marcado no art. 229, será responsabilizada pelos
Estado de Minas Gerais.) prejuízos que advierem do retardamento da decisão.
(Vide §§ 1º e 4º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 268 – O responsável por alcance ou desvio de Estado de Minas Gerais.)
material não ficará isento da ação administrativa e
criminal que couber, ainda que o valor da fiança seja TÍTULO IX
superior ao prejuízo verificado. Das Disposições Finais e Transitórias
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.) Art. 275 – A nomeação de funcionário obedecerá a
ordem de classificação dos candidatos habilitados em
Art. 269 – Nos casos de indenização à Fazenda concurso.
Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma
só vez, a importância do prejuízo causado em virtude Art. 276 – É vedado ao funcionário trabalhar sob as
de alcance, desfalque ou omissão em efetuar ordens de parentes até segundo grau, salvo quando
recolhimento ou entradas nos prazos legais. se tratar de função de imediata confiança e de livre
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do escolha, não podendo exceder a dois o número de
Estado de Minas Gerais.) auxiliares nessas condições.

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Art. 277 – Poderá ser estabelecido o regime do


tempo integral para os cargos ou funções que a lei Art. 285 – Os decretos de provimento de cargos
determinar. públicos, as designações para função gratificada, bem
(Vide art. 22 da Lei n° 3.422, de 8/10/1965.) como todos os atos ou portarias relativas a direitos,
vantagens, concessões e licenças só produzirão efeito
Art. 278 – O órgão competente fornecerá ao depois de publicados no órgão oficial.
funcionário uma caderneta de que constarão os
elementos de sua identificação e onde se registrarão Art. 286 – (Revogado pelo art. 6º da Lei
os atos e fatos de sua vida funcional, essa caderneta Complementar nº 70,de 30/7/2003.)
valerá como prova de identidade, para todos os Dispositivo revogado:
efeitos, e será gratuita. “Art. 286 – Ao funcionário licenciado há mais de dez
meses para tratamento de saúde, é assegurado o
Art. 279 – Considerar-se-ão da família do funcionário, direito, a título de auxílio-doença, à percepção de um
desde que vivam às suas expensas e constem do seu mês de vencimento.
assentamento individual: Parágrafo único – Quando se tratar de moléstia
I – o cônjuge; profissional ou de acidente, nos termos do artigo
II – as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e 170, o auxílio-doença será devido após três meses de
viúvas; licenciamento, sendo repetido quando este atingir
III – os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores um ano.”
de 18 anos ou incapazes; (Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.)
IV – os pais; (Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de
V – os netos; 25/3/2002.)
VI – os avós;
VII – os amparados pela delegação do pátrio poder. Art. 287 – Aos funcionários que trabalham ou tenham
trabalhado pelo menos cinco anos nas oficinas do
Art. 280 – Os prazos previstos neste Estatuto serão, "Minas Gerais", em serviço noturno, abonar-se-ão
todos, contados por dias corridos, salvo as exceções setenta e dois dias, para efeito de aposentadoria, em
previstas em lei. cada ano que for apurado.
Parágrafo único – Consideram-se funcionários das
Art. 281 – O provimento nos cargos e transferências, oficinas do "Minas Gerais", para os fins deste artigo,
a substituição e as férias, bem como o vencimento e os pertencentes à:
as demais vantagens dos cargos de Magistério e do a) revisão;
Ministério Público continuam a ser reguladas pelas b) composição;
respectivas leis especiais, aplicadas subsidiariamente c) impressão;
às disposições deste Estatuto. d) expedição.

Art. 282 – Nenhum imposto ou taxa estadual gravará Art. 288 – Os funcionários da Polícia Civil, que
vencimento, remuneração ou gratificação do trabalhem em serviço de natureza estritamente
funcionário, o ato de sua nomeação, bem como os policial, terão direito à aposentadoria com o
demais atos, requerimentos, recursos ou títulos vencimento integral e a incorporação das vantagens
referentes à sua vida funcional. a que se refere o art. 116 desta lei, quando
Parágrafo único – O vencimento da disponibilidade e completarem 25 anos de serviço dedicado
o provento da aposentadoria não poderão, exclusivamente às aludidas atividades policiais.
igualmente, sofrer qualquer desconto por cobrança Parágrafo único – Consideram-se atividades policiais,
de impostos ou taxas estaduais. para os fins deste artigo, as exercidas por:
a) Delegados de polícia;
Art. 283 – Para os efeitos do art. 111, será contado o b) médicos legistas;
tempo de efetivo exercício prestado pelo servidor em c) investigadores;
cargo ou função de chefia anteriormente à vigência d) guardas civis;
da Lei 858, de 29 de dezembro de 1951. e) fiscais e inspetores de trânsito;
f) escrivães e escreventes da polícia;
Art. 284 – Nas primeiras promoções que se g) peritos do Departamento da Polícia Técnica.
verificarem após a vigência desta lei, será observado
o disposto no art. 46 da Lei 858, de 29 de dezembro Art. 289 – Tem direito à aposentadoria com 25 anos
de 1951. de trabalho o funcionário que, durante este período,

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trabalhou 12 anos e seis meses, pelo menos, com Art. 295 – A presente lei entrará em vigor na data de
Raio X, substâncias radioativas ou substâncias sua publicação, revogadas as disposições em
químicas de emanações corrosivas. contrário.
(Artigo renumerado e com redação dada pelo art. 13
Art. 290 – As professoras e diretoras do ensino da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
primário que por qualquer circunstância tenham
prestado ou estejam prestando serviços aos Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o
Departamentos Administrativos das Secretarias do conhecimento e execução desta lei pertencer, que a
Estado, terão direito à contagem do tempo de cumpram e façam cumprir, tão inteiramente como
serviço, para efeito do pagamento de seus nela se contém.
quinquênios e aposentadoria no quadro a que
pertencem, conforme prevê a Constituição do Estado. Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, 5
de julho de 1952.
Art. 291 – O funcionário, que, não obstante
aposentado, tenha permanecido, a qualquer título, JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA
por exigência do serviço, sem solução de Geraldo Starling Soares
continuidade, a serviço do Estado, e ainda permaneça José Maria Alkmim
na data desta lei, terá sua aposentadoria revista, Tristão Ferreira da Cunha
sendo-lhe atribuídos proventos correspondentes aos José Esteves Rodrigues
vencimentos da situação nova, do cargo em que Odilon Behrens
aposentou nos termos da Lei 858, de 29 de Mário Hugo Ladeira
dezembro de 1951, e as vantagens da presente lei,
relativas à inatividade. ==================================
Parágrafo único – A prova dos requisitos relacionados ===
neste artigo será feita por certidão visada pelo chefe Data da última atualização: 28/12/2020.
da repartição onde trabalhe o aposentado
beneficiário, da qual constem elementos objetivos
que atestem a permanência no serviço e o efetivo
exercício, sendo o respectivo título apostilado pela
mesma autoridade.

Art. 292 – Ficam derrogados os artigos 5º da Lei 346,


de 30 de dezembro de 1948, e 25, I, "a", da Lei 347,
da mesma data, no que se referem ao limite máximo
de idade para a admissão de extranumerários.

Art. 293 – A concessão de diária ao funcionário nos


termos dos artigos 139 e seguintes, desta lei, fica
condicionada a regulamento.
Parágrafo único – Enquanto não for baixado o
regulamento de que trata este artigo, as diárias serão
concedidas nos termos da legislação anterior.
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 937, de
18/6/1953.)

Art. 294 – A concessão de licença para tratamento de


saúde, prevista nos artigos 158, item I e 170, desta lei,
fica condicionada a regulamento.
Parágrafo único – Enquanto não for baixado o
regulamento a que se refere este artigo, as licenças
para tratamento de saúde serão concedidas nos
termos da legislação anterior à vigência desta lei.
(Artigo acrescentado pelo art. 12 da Lei nº 937, de
18/6/1953.)

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DECRETO Nº 46.644/2014 (DISPÕE SOBRE O


CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DO AGENTE TÍTULO II
PÚBLICO E DA ALTA ADMINISTRAÇÃO DA CONDUTA ÉTICA
ESTADUAL ) CAPÍTULO I
Dispõe sobre o Código de Conduta Ética do Agente DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS
Público e da Alta Administração Estadual.
Art. 7º – A conduta do agente público integrante da
(Vide Decreto nº 46.906, de 16/12/2015.) Administração Pública do Poder Executivo Estadual
deve reger-se pelos seguintes princípios:
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no I – boa-fé;
uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90 da II – honestidade;
Constituição do Estado, III – fidelidade ao interesse público;
IV – impessoalidade;
DECRETA: V – dignidade e decoro no exercício de suas funções;
VI – lealdade às instituições;
TÍTULO I VII – cortesia;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VIII – transparência;
IX – eficiência;
Art. 1º – O Código de Conduta Ética do Servidor Pú- X – presteza e tempestividade;
blico e da Alta Administração Estadual, instituído pelo XI – respeito à hierarquia administrativa;
Decreto nº 43.673, de 4 de dezembro de 2003, e dis- XII – assiduidade;
ciplinado pelo Decreto nº 43.885, de 4 de outubro de XIII – pontualidade;
2004, passa a denominar-se Código de Conduta Ética XIV – cuidado e respeito no trato com as pessoas, su-
do Agente Público e da Alta Administração Estadual e bordinados, superiores e colegas; e
a reger-se pelas normas estabelecidas neste Decreto.
XV – respeito à dignidade da pessoa humana.
Art. 2º – O Código de Conduta Ética do Agente Pú-
blico e da Alta Administração Estadual é instrumento CAPÍTULO II
de orientação e fortalecimento da consciência ética no
relacionamento do agente público estadual com pes- DOS DIREITOS E GARANTIAS NO AMBIENTE DE
soas e com o patrimônio público. TRABALHO
Parágrafo único – No texto deste Decreto, equivalem--
se as expressões “Código de Conduta Ética do Agente Art. 8º – Como resultantes da conduta ética que deve
Público e da Alta Administração” e “Código de Ética”. imperar no ambiente de trabalho e em suas rela-
ções interpessoais, são direitos e garantias do agente
Art. 3º – Para fins deste Código de Ética considera-- público:
se agente público todo aquele que exerça, ainda que I – igualdade de acesso e oportunidades de crescimen-
transitoriamente e sem remuneração, por eleição, no- to intelectual e profissional em sua respectiva
meação, designação, convênio, contratação ou qual- carreira; II – liberdade de manifestação, observado o
quer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, respeito à imagem da instituição e dos demais
cargo, emprego ou função pública em órgão ou enti- agentes públicos; III – igualdade de oportunidade nos
dade da Administração Pública Direta ou Indireta do sistemas de aferi-ção, avaliação e reconhecimento de
Poder Executivo Estadual, inclusive os integrantes da desempenho; IV – manifestação sobre fatos que
Alta Administração do Poder Executivo Estadual de possam prejudicar seu desempenho ou reputação;
que trata o Capítulo II do Título IV deste Código de V – sigilo a informação de ordem pessoal;
Ética. VI – atuação em defesa legítima de seu interesse ou
Parágrafo único – O agente público deve prestar com- direito; e
promisso solene de acatamento e observância ao dis- VII – ciência do teor da acusação e vista dos autos,
posto neste Código de Ética, em formulário próprio quando estiver sendo investigado.
estabelecido pelo Conselho de Ética Pública – Conset,
a ser arquivado juntamente com os documentos com-
CAPÍTULO III
probatórios de seu vínculo com o Poder Executivo no
respectivo órgão ou entidade.
DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES DO AGENTE
Art. 4º – As condutas elencadas neste Código de Ética, PÚBLICO
ainda que tenham descrição idêntica à de outros es-
tatutos, com eles não concorrem nem se confundem. Seção I

Art. 5º – Este Código de Ética não impede a criação e Dos Deveres Éticos Fundamentais
a existência de códigos de ética específicos, desde que
esses não contrariem o disposto neste Decreto. Art. 9º – São deveres éticos fundamentais do agente
público:
Art. 6º – As atividades de divulgação e orientação I – agir com lealdade e boa-fé;
sobre conduta ética no Poder Executivo Estadual são II – ser justo e honesto no desempenho de funções e no
de competência do Conset e das Comissões de Ética relacionamento com subordinados, colegas, superio-
existentes em cada órgão ou entidade, segundo as dis- res hierárquicos, parceiros, patrocinadores e usuários
posições constantes deste Código de Ética e das Deli- do serviço;
berações do Conset.

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III – observar os princípios e valores da ética cumprimento de sua atribuição, ou para influenciar
pública; IV – atender prontamente às questões que outro servidor;
lhe forem encaminhadas; VIII – alterar ou deturpar teor de documentos;
V – ser ágil na prestação de contas de suas IX – iludir ou tentar iludir pessoa que necessite de
atividades; VI – aperfeiçoar o processo de
atendimento em serviços públicos;
comunicação e contato com o público;
X – desviar agente público para atendimento a
VII – praticar a cortesia e a urbanidade e respeitar a
inte-resse particular;
capacidade e as limitações individuais de colegas
XI – retirar de repartição pública, sem autorização le-
de trabalho e dos usuários do serviço público, sem
pre-conceito ou distinção de raça, sexo, gal, documento, livro ou bem pertencente ao patrimô-
nacionalidade, cor, idade, religião, preferência nio público;
política, posição social e outras formas de XII – usar informações privilegiadas obtidas em
discriminação; âm-bito interno de seu serviço, em benefício
VIII – representar contra atos que contrariem as próprio, de parentes, amigos ou de terceiros;
nor-mas deste Código de Ética; XIII – apresentar-se embriagado ou drogado
IX – resistir a pressões de superiores para prestar serviço;
hierárquicos, contratantes, interessados e outros que XIV – permitir ou contribuir para que instituição
visem a obter favores, benesses ou vantagens ilegais que atente contra a moral, honestidade ou
ou imorais, de-nunciando sua prática; dignidade da pessoa humana tenha acesso a
X – comunicar imediatamente aos superiores todo recursos públicos de qualquer natureza;
ato ou fato contrário ao interesse público, para XV – exercer atividade profissional antiética ou
providên-cias cabíveis; ligar seu nome a empreendimentos que atentem
XI – participar de movimentos e estudos relacionados contra a moral pública;
à melhoria do exercício de suas funções, visando XVI – permitir ou concorrer para que interesses parti-
ao bem comum; culares prevaleçam sobre o interesse público;
XII – apresentar-se ao trabalho com trajes XVII – exigir submissão, constranger ou intimidar
adequados ao exercício da função; ou-tro agente público, utilizando-se do poder que
XIII – manter-se atualizado com instruções, normas recebe em razão do cargo, emprego ou função
de serviço e legislação pertinentes ao órgão ou pública que ocupa; e
entidade de exercício;
XVIII – participar de qualquer outra atividade que pos-
XIV – facilitar atividades de fiscalização pelos
sa significar conflito de interesse em relação à
órgãos de controle;
ativida-de pública que exerce.
XV – exercer função, poder ou autoridade de
acordo com a lei e regulamentações da
Administração Pú-blica, sendo vedado o exercício Art. 11 – Para os fins deste Código de Ética, ao
contrário ao interesse público; e agente público é vedada ainda a aceitação de
XVI – divulgar e estimular o cumprimento deste presente, doa-ção ou vantagem de qualquer espécie,
Có-digo de Ética. independente do valor monetário, de pessoa,
empresa ou entidade que tenha ou que possa ter
Seção II interesse em:
I – quaisquer atos de mero expediente de
Das Vedações responsabi-lidade do agente público;
II – decisão de jurisdição do órgão ou entidade de
Art. 10 – É vedado ao agente público: vín-culo funcional do agente público; e
I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de III – informações institucionais de caráter sigiloso
facili-dades, amizades, posição e influências para a que o agente público tenha acesso.
obter fa-vorecimento para si ou para outrem; Art. 12 – O agente público que fizer denúncia infunda-
II – prejudicar deliberadamente a reputação de da estará sujeito às sanções deste Código.
subor-dinados, colegas, superiores hierárquicos ou
pessoas que dele dependam; TÍTULO III
III – ser conivente com erro ou infração a este
Código de Ética ou ao Código de Ética de sua DO CONSELHO E DA COMISSÃO DE ÉTICA
profissão;
IV – usar de artifícios para procrastinar ou CAPÍTULO I
dificultar exercício de direito de qualquer pessoa;
V – deixar de utilizar conhecimentos, avanços
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET
técni-cos e científicos ao seu alcance no
desenvolvimento de suas atividades;
Art. 13 – O Conselho de Ética Pública – Conset,
VI – permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal criado pelo Decreto nº 43.673, de 4 de dezembro
in-terfiram no trato com o público ou com colegas de 2003, passa a reger-se pelas normas estabelecidas
hie-rarquicamente superiores ou inferiores; neste De-creto, competindo-lhe:
VII – pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou I – assessorar o Governador e os Secretários de
receber ajuda financeira, gratificação, prêmio, Estado em questões que envolvam normas deste
comissão, doa-ção ou vantagem, para si ou outra Código de Ética;
pessoa, visando ao

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II – receber denúncias sobre atos de autoridade pra- âmbito da respectiva instituição.


ticados em contrariedade às normas deste Código de
Ética e proceder à apuração de sua veracidade, desde Art. 18 – Compete à Comissão de Ética:
que devidamente instruídas e fundamentadas;
III – instaurar, após as apurações pertinentes, processo I – orientar e aconselhar o agente público sobre
ético que envolva conduta de integrante da Alta Ad- ética profissional no respectivo órgão ou entidade;
ministração Estadual, assim como decidir sobre recur- II – alertar agentes públicos quanto à conduta no
sos contra decisão sua ou proferida em processos ins- am-biente de trabalho, especialmente no tratamento
taurados pelas Comissões de Ética do Poder Executivo; com as pessoas e com o patrimônio público;
IV – submeter ao Governador do Estado sugestões de III – adotar formas de divulgação das normas éticas e
aprimoramento deste Código de Ética; de prevenção de falta ética;
V – dirimir dúvidas a respeito da interpretação das IV – registrar condutas éticas relevantes;
normas deste Código de Ética e deliberar sobre os ca- V – decidir pela instauração e conduzir processo
sos omissos; ético, observadas as normas estabelecidas no Título
VI – promover ampla divulgação deste Código de V deste Decreto e em Deliberações do Conset;
Ética; VI – elaborar seu regimento interno, observadas
VII – convocar qualquer autoridade ou agente público nor-mas e diretrizes expedidas pelo Conset; e
do Poder Executivo para prestar esclarecimento sobre VII – exercer outras atividades que lhe forem
denúncias em desfavor da respectiva instituição ou de
atribuí-das ou delegadas pelo Conset.
seus dirigentes;
VIII – responder consultas de autoridades e de agen-
Art. 19 – A Comissão de Ética é composta por três
tes públicos em matéria regulada por este Código de
ti-tulares e dois suplentes escolhidos pelo dirigente
Ética;
má-ximo entre os agentes públicos em exercício no
IX – emitir parecer acerca de enquadramento em hi-
órgão ou entidade e com mandatos de três anos,
póteses de impedimento para fins de nomeação, de-
signação ou contratação, a título comissionado, de sendo fa-cultada uma recondução por igual período.
pessoas para o exercício de funções, cargos e empre- § 1º – Exceções ao disposto no caput deste artigo se-
gos no Poder Executivo Estadual; e rão analisadas pelo Conset e deliberadas em reunião
X – elaborar o seu regimento interno. plenária.
§ 2º – A atuação em Comissão de Ética não enseja
Art. 14 – O Conset é composto por sete membros, es- remuneração e os trabalhos nela desenvolvidos são
colhidos e designados pelo Governador do Estado en- considerados prestação de relevante serviço público.
tre brasileiros de reconhecida idoneidade moral, repu- § 3º – Os órgãos e entidades regionalmente estrutura-
tação ilibada e dotados de notórios conhecimentos de dos podem instituir Comissões de Ética Regionais, que
Administração Pública. receberão normas e diretrizes expedidas pelo Conset,
por meio da respectiva Comissão de Ética Central.
§ 1º – O exercício da função de conselheiro, no âm- TÍTULO IV
bito do Conset, é considerado de relevante interesse
público, não enseja qualquer espécie de remuneração,
DA CONDUTA ÉTICA DO GESTOR PÚBLICO
sendo permitido o pagamento de verbas indenizató-
rias para despesas com deslocamento, hospedagem e
CAPÍTULO I
alimentação.
§ 2º – Cabe ao Governador do Estado escolher o Presi-
DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
dente do Conselho, entre seus membros.
§ 3º – Os membros do Conset cumprirão mandato de
três anos, admitida uma recondução. Art. 20 – Para fins deste Código de Ética considera-
§ 4º – O voto de desempate compete ao Presidente. -se gestor público, o agente público que por força do
cargo, emprego ou função recebe poder público para
Art. 15 – A Secretaria Executiva do Conselho de Ética coordenar e dirigir pessoas e trabalhos.
Pública tem por finalidade o apoio técnico e adminis-
trativo às ações de competência do Conset. Art. 21 – A atuação do gestor público deve pautar-se
especialmente nas seguintes condutas:
Art. 16 – Normas complementares ao funcionamento I – adotar medidas para evitar conflitos de interesse
do Conset serão estabelecidas em Deliberação. privado com o interesse público;
II – tratar respeitosamente subordinados e demais co-
CAPÍTULO II legas de trabalho;
III – combater práticas que possam suscitar qualquer
DAS COMISSÕES DE ÉTICA forma de abuso de poder;
IV – utilizar, exclusivamente, o poder institucional que
Art. 17 – Em todos os órgãos e entidades da Admi- lhe é atribuído por meio do cargo, função ou emprego
nistração Pública Direta e Indireta do Poder público que ocupa, para viabilizar o atendimento ao
Executivo Estadual haverá uma Comissão de Ética interesse público;
com a fina-lidade de divulgar as normas deste V – buscar a excelência na qualidade do trabalho, uti-
Código de Ética e atuar na prevenção e na apuração lizando a crítica, quando necessária, de forma cons-
de falta ética no trutiva e em caráter reservado, focando o ato ou fato
e não a pessoa; e

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VI – apoiar a divulgação e adoção de condutas éticas Parágrafo único – Para efeito deste Código de Ética, o
no ambiente de trabalho. termo “autoridade pública” equivale aos gestores pú-
blicos da Alta Administração.
Art. 22 – É vedado ao gestor público receber auxílio-
-transporte, hospedagem e demais recursos financei- Art. 27 – A autoridade pública deve possibilitar à so-
ros ou favores de particulares que possam gerar dúvi- ciedade aferir a lisura de processo decisório governa-
das quanto a sua probidade ou imparcialidade. mental e adotar mecanismos de consulta, visando à
Parágrafo único – É permitida a participação em transparência de sua gestão.
eventos, desde que tornada pública qualquer remune-
ração, bem como pagamento de despesas de viagem Art. 28 – A autoridade pública contribuirá para o for-
pelo promotor do evento, que não poderá ter interesse talecimento da conduta ética na instituição, apoiando
em decisão a ser proferida pelo gestor. as ações da Comissão de Ética.

Art. 23 – É permitido ao gestor público o exercício não Art. 29 – A autoridade pública enviará ao Conset, no
remunerado de encargo de mandatário, desde que prazo de dez dias contados do início do exercício no
não implique a prática de atos de comércio ou quais- cargo, emprego ou função, declaração de informações
quer outros incompatíveis com o exercício do seu car- sobre sua situação patrimonial e de trabalhos exerci-
go, emprego ou função, nos termos da lei. dos anteriormente.
Parágrafo único – Compete ao Conset, por meio de
Art. 24 – O gestor público deverá informar a exis- Deliberação, a regulamentação da forma de encami-
tência de eventual conflito de interesses, bem como nhamento da declaração, os critérios de atualização
comunicar qualquer circunstância ou fato impeditivo das informações, a documentação a ser anexada, as
de sua participação em decisão coletiva ou em órgão medidas em razão do descumprimento do envio e de-
colegiado. mais questões pertinentes ao cumprimento do dispos-
to neste artigo.
Art. 25 – É vedado ao gestor público opinar publica-
Art. 30 – A autoridade pública que mantiver partici-
mente sobre:
pação superior a cinco por cento do capital social ou
I – honorabilidade e desempenho funcional de outro
votante de sociedade de economia mista, instituição
gestor público estadual;
financeira ou empresa que negocie com o Poder Pú-
II – mérito de questão a ele submetida, para decisão
blico deverá comunicar esse fato ao Conset.
individual ou em órgão colegiado; e
III – matérias não atinentes a sua área de competência.
Art. 31 – Informações pertinentes à situação patri-
monial da autoridade pública serão analisadas pelo
CAPÍTULO II
Conset e arquivadas em envelope lacrado, que poderá
ser reaberto para efeito de reexame ou atualização de
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO informações.
Parágrafo único – As alterações relevantes no patri-
Art. 26 – A Alta Administração do Poder Executivo Es- mônio da autoridade pública deverão ser imediata-
tadual compõe-se dos seguintes gestores públicos: mente comunicadas ao Conset.
I – Governador e Vice-Governador;
II – Secretários de Estado, Secretários-Adjuntos, Sub- Art. 32 – Propostas de trabalho ou negócio futuro em
secretários, Chefes de Gabinete e equivalentes hierár- setor privado e negociações que envolvam conflito
quicos de órgãos da Administração Direta do Poder com o interesse público deverão ser imediatamente
Executivo Estadual, bem como titulares de unidades informadas ao Conset, independentemente de sua
administrativas ligadas diretamente ao dirigente má- aceitação ou rejeição.
ximo ou ao subsecretário e equivalentes hierárquicos; Parágrafo único – Cabe ao Conset regulamentar a for-
III – Dirigentes e Vice-Dirigentes de entidades da Ad- ma de encaminhamento da informação de que trata
ministração Indireta do Poder Executivo Estadual, seus o caput .
Chefes de Gabinete e titulares de unidades adminis-
trativas ligadas diretamente ao dirigente máximo; Art. 33 – Após deixar o cargo, função ou emprego pú-
IV – ocupantes de cargo de direção e assessoria direta blico, a autoridade pública não poderá:
ao Governador, Vice-Governador e dirigente máximo I – atuar em benefício ou em nome de pessoa física
de órgão ou entidade da Administração Pública Direta ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe,
e Indireta do Poder Executivo Estadual; em processo ou negócio do qual tenha participado, em
V – Presidentes de órgãos colegiados deliberativos de razão do cargo, emprego ou função; e
empresas públicas e sociedades de economia mista do II – prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, in-
Poder Executivo; clusive sindicato ou associação de classe, valendo-se
VI – Presidentes de Conselhos Estaduais; e de informações não divulgadas publicamente a res-
VII – outros agentes públicos, conforme deliberado peito de programas ou políticas do órgão ou da enti-
pelo Conset. dade da Administração Pública Estadual a que esteve

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POLÍCIA PENAL 38 NOÇÕES DE DIREITO
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vinculado ou com que tenha tido relacionamento di- II – recurso ao Conset.


reto e relevante nos seis meses anteriores ao término
do exercício de função pública. Art. 40 – Na hipótese de aplicação de sanção, após
esgotados os recursos, serão informados:
Art. 34 – Na ausência de lei que estabeleça outro I – a chefia imediata e o dirigente máximo do órgão
prazo, será de quatro meses, contados da saída da ou entidade em que o agente público sancionado está
Administração Pública do Poder Executivo Estadual, em exercício; e
o período de interdição para atividade incompatível II – o Governador, no caso de sanção de agente da Alta
com cargo, função ou emprego público anteriormente Administração do Poder Executivo Estadual.
exercido, obrigando-se a autoridade a observar, nesse Parágrafo único – Cópia da síntese de ocorrência ética
prazo, as seguintes regras: será enviada:
I – não aceitar cargo, emprego ou função de adminis- I – à unidade de gestão de pessoas, para ser juntada e
trador ou conselheiro, ou estabelecer vínculo profis-
considerada no processo de avaliação de desempenho
sional com pessoa física ou jurídica com a qual tenha
do agente público sancionado; e
mantido relacionamento oficial direto e relevante nos
II – ao Conselho de Ética Pública.
seis meses anteriores à da saída do Poder Executivo; e
II – não intervir, em benefício ou em nome de pessoa
física ou jurídica, junto a órgão ou entidade da Admi- Art. 41 – O Conset pode avocar processo em trâmite
nistração Pública Estadual com que tenha tido rela- na Comissão de Ética.
cionamento oficial direto e relevante nos seis meses
anteriores à da saída do Poder Executivo. Art. 42 – A Comissão de Ética e o Conset não podem
escusar-se de proferir decisão em processo ético, ale-
Art. 35 – Ao deixar o cargo, emprego ou função, a au- gando omissão deste Código de Ética que, se existente,
toridade pública deverá observar as limitações cons- será suprida pela invocação dos princípios que regem
tantes deste Código de Ética e as deliberadas pelo a Administração Pública.
Conset.
Art. 43 – O exercício de apuração de falta ética pres-
Art. 36 – O Conset informará ao Governador do Esta- creve em dois anos.
do o nome da autoridade que descumprir o disposto § 1º – O prazo de prescrição começa a ser contado a
neste Código de Ética. partir da data de ocorrência do fato.
§ 2º – A instauração de averiguação preliminar ou
TÍTULO V processo ético interrompe a prescrição.
§ 3º – A prescrição intercorrente não se aplica nos pro-
DO PROCEDIMENTO E DAS SANÇÕES ÉTICAS cedimentos éticos de que trata este Código de Ética.

Art. 37 – A apuração de fato com indícios de desres- Art. 44 – Normas complementares à matéria tratada
peito a este Código de Ética será instaurada em razão neste Título V serão estabelecidas em Deliberação do
de denúncia fundamentada ou de ofício pela Comis- Conset.
são de Ética ou pelo Conset.
§ 1º – A apuração será conduzida pela Comissão de TITULO VI
Ética ou pelo Conset, segundo respectivas competên-
cias, e poderá ocorrer mediante averiguação prelimi-
DISPOSIÇÕES FINAIS
nar ou processo ético.
§ 2º – A averiguação preliminar pode culminar
em processo ético ou arquivamento com ou sem Art. 45 – Os atuais mandatos de membros de Comis-
recomendação. sões de Ética serão ajustados conforme o disposto no
§ 3º – O processo ético será instaurado quando a Co- art. 19 deste Código de Ética.
missão ou o Conset entender que a conduta seja pas-
sível de sanção . Art. 46 – (Revogado pelo inciso III do art. 50 do Decre-
to nº 47.058, de 14/10/2016.)
Art. 38 – Observadas as competências originária e re-
cursal e após o devido processo ético, a violação do Dispositivo revogado:
disposto neste Código de Ética, acarretará as seguintes
sanções aplicáveis pela Comissão ou pelo Conset: “Art. 46 – O apoio logístico-operacional necessário ao
I – advertência; ou funcionamento do Conselho de Ética Pública é de res-
II – censura. ponsabilidade da Secretaria de Estado de Casa Civil e
Parágrafo único – A ocorrência de mais de uma adver- de Relações Institucionais – Seccri, conforme disposto
tência no mesmo período avaliatório de desempenho no inciso XXVII do art. 84 da Lei Delegada nº 180, de
ou uma de censura é considerada violação grave a 20 de janeiro de 2011.
este Código de Ética. Parágrafo único – Qualquer órgão ou entidade do Po-
der Executivo Estadual pode complementar o apoio
Art. 39 – Da decisão final em Processo Ético caberá: logístico-operacional da Seccri ao Conset de for-
I – pedido de reconsideração à instância responsável ma eventual ou, se contínua, por meio de Termo de
pela abertura do processo ético; e Cooperação.”

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POLÍCIA PENAL 39 NOÇÕES DE DIREITO
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Art. 47 – Ficam revogados os Decretos nº 43.673, de 5 II – desrespeitar limitação individual de agente públi-
de dezembro de 2003, nº 43.885, de 4 de outubro de co, decorrente de doença física ou psíquica, atribuin-
2004, e nº 44.591, de 7 de agosto de 2007. do-lhe atividade incompatível com suas necessidades
especiais;
Art. 48 – Este Decreto entra em vigor na data de sua III – preterir o agente público, em quaisquer escolhas,
publicação. em função de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, re-
Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, aos 6 de no- ligião, posição social, preferência ou orientação políti-
vembro de 2014; 226º da Inconfidência Mineira e 193º ca, sexual ou filosófica;
da Independência do Brasil. IV – atribuir ao agente público, de modo frequente,
função incompatível com sua formação acadêmica ou
ALBERTO PINTO COELHO técnica especializada ou que dependa de treinamento;
Danilo de Castro V – isolar ou incentivar o isolamento de agente pú-
Maria Coeli Simões Pires blico, privando-o de informações e treinamentos ne-
Renata Maria Paes de Vilhena cessários ao desenvolvimento de suas funções ou do
convívio com seus colegas;
VI – manifestar-se jocosamente em detrimento da
DECRETO ESTADUAL Nº 46.060/2012 imagem de agente público, submetendo-o a situação
(REGULAMENTA A LEI ESTADUAL vexatória, ou fomentar boatos inidôneos e comentá-
COMPLEMENTAR Nº 116/2011, QUE rios maliciosos;
VII – subestimar, em público, as aptidões e competên-
DISPÕE SOBRE A PREVENÇÃO E A
cias de agente público;
PUNIÇÃO DO ASSÉDIO MORAL NA VIII – manifestar publicamente desdém ou desprezo
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA por agente público ou pelo produto de seu trabalho;
E INDIRETA DO PODER EXECUTIVO IX – relegar intencionalmente o agente público ao
ESTADUAL) ostracismo;
X – apresentar, como suas, ideias, propostas, projetos
ou quaisquer trabalhos de outro agente público;
(O Decreto nº 46.060, de 5/10/2012, foi revoga-
XI – valer-se de cargo ou função comissionada para
do pelo inciso I do art. 21 do Decreto nº 47.528, de
induzir ou persuadir agente público a praticar ato
12/11/2018.)
ilegal ou deixar de praticar ato determinado em lei.§
Regulamenta a Lei Complementar nº 116, de 11 de ja-
1º Somente mediante expressa autorização da parte
neiro de 2011, que dispõe sobre a prevenção e a puni-
ofendida a entidade sindical ou associação represen-
ção do assédio moral na Administração Pública Direta
tativa e a autoridade a que se refere caput poderão
e Indireta do Poder Executivo.
provocar a Administração Pública para iniciar proce-
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no
dimento de apuração da prática de assédio moral.§ 2º
uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art.
Para fins do disposto no caput, a reclamação sobre a
90 da Constituição do Estado, e tendo em vista o dis-
prática de assédio moral será encaminhada, por meio
posto na Lei Complementar nº 116, de 11 de janeiro
do formulário constante do Anexo, à unidade setorial
de 2011,
de recursos humanos do órgão ou entidade de lota-
DECRETA:
ção ou de exercício do agente público identificado
como parte ofendida ou à Ouvidoria-Geral do Estado
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei Complementar
– OGE.§ 3º Recebida a reclamação, a OGE notificará,
nº 116, de 11 de janeiro de 2011, que dispõe sobre a
no prazo de dois dias úteis, o órgão ou entidade de
prevenção e a punição do assédio moral na Adminis-
lotação ou de exercício do agente público, conforme o
tração Pública Direta e Indireta do Poder Executivo.
caso, para tomada das providências cabíveis.§ 4º Re-
Parágrafo único. A prevenção e a punição à prática
cebida a reclamação, a unidade setorial de recursos
de assédio moral por agente público estão inseridas
humanos notificará formalmente os agentes públicos
na política de saúde ocupacional do Poder Executivo
envolvidos informando-os sobre o direito de indica-
Estadual, visando garantir a segurança e a saúde do
rem, no prazo de quinze dias contados da data da no-
servidor.(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º do
tificação, a entidade sindical ou associação ou outro
Decreto nº 46.564, de 25/7/2014.)
representante para composição da Comissão de Con-
ciliação.(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º do
Art. 2º O procedimento para apuração da prática de
Decreto nº 46.564, de 25/7/2014.)§ 5º Expirado o pra-
assédio moral será iniciado por provocação da parte
zo de que trata o § 4º, a unidade setorial de recursos
ofendida, por entidade sindical ou associação repre-
humanos, no prazo de dois dias úteis, dará ciência ao
sentativa da categoria dos agentes públicos envolvi-
titular do respectivo órgão ou entidade, que instituirá
dos ou pela autoridade que tiver conhecimento de fato
Comissão de Conciliação no prazo de dez dias.(Pará-
que se enquadre em uma das modalidades seguintes:
grafo acrescentado pelo art. 2º do Decreto nº 46.564,
I – desqualificar, reiteradamente, por meio de pala-
de 25/7/2014.)
vras, gestos ou atitudes, a autoestima, a segurança
ou a imagem de agente público, valendo-se de posi-
Art. 3º A Comissão de Conciliação terá a seguinte
ção hierárquica ou funcional superior, equivalente ou
composição:
inferior;

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POLÍCIA PENAL 40 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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I – um representante da unidade setorial de recursos do processo administrativo disciplinar, assegurados


humanos do órgão ou entidade do agente público o contraditório e a ampla defesa ao indicado como
ofendido; assediador, sob pena de nulidade.(Parágrafo com
II – até dois representantes de entidade sindical ou redação dada pelo art. 4º do Decreto nº 46.564, de
associação representativa da categoria dos agentes 25/7/2014.)§ 5º O processo administrativo disciplinar
públicos envolvidos.§ 1º Na impossibilidade de par- reger-se-á pelas disposições do Estatuto do Servidor
ticipação do representante da unidade setorial de re- Público do Estado de Minas Gerais.§ 6º Caso não seja
cursos humanos, caberá ao titular do respectivo ór- cumprida a determinação prevista no § 4º, a reclama-
gão ou entidade a indicação de outro agente público ção poderá ser encaminhada à CGE diretamente pelo
para compor a Comissão de Conciliação.§ 2º No caso ofendido ou por representante da entidade sindical ou
de não haver indicação de representante de entida- associativa regularmente constituída.(Parágrafo com
de sindical da respectiva categoria ou de associação
redação dada pelo art. 4º do Decreto nº 46.564, de
regularmente constituída para compor a Comissão de
25/7/2014.)
Conciliação, os agentes públicos envolvidos poderão
eleger outro servidor, que ocupe cargo no mesmo ór-
gão ou entidade de lotação ou de exercício para atuar Art. 5º O assédio moral será punido com uma das se-
como seu representante.§ 3º Os dirigentes máximos guintes penalidades:
de órgãos e entidades que possuem estrutura regio- I – repreensão;
nalizada poderão indicar servidor lotado em unida- II – suspensão;
de regional para compor a Comissão de Conciliação. III – demissão;
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º do Decreto nº IV – perda do cargo comissionado ou função gratifi-
46.564, de 25/7/2014.) cada.§ 1º Na aplicação das penalidades disciplinares
serão consideradas a natureza e a gravidade do ilícito,
Art. 4º Compete à Comissão de Conciliação, sob coor- os danos que dele provierem para o serviço público, as
denação do representante da unidade setorial de re- circunstâncias atenuantes e agravantes e os antece-
cursos humanos do órgão ou entidade de lotação ou dentes funcionais do servidor.§ 2º O ocupante de car-
de exercício do agente público ofendido: go de provimento em comissão ou função gratificada
I – acolher e orientar o agente público que formalizar que cometer assédio moral sujeita-se à perda do cargo
reclamação sobre prática de assédio moral; ou da função e à proibição de ocupar cargo em comis-
II – solicitar ao reclamante informações e provas da são ou função gratificada na administração pública
ocorrência do assédio moral, a fim de caracterizar al- estadual por cinco anos.
guma das modalidades previstas no art. 2º;
III – notificar formalmente os agentes públicos envol- Art. 6º No órgão ou entidade em cuja estrutura exis-
vidos, constando data, horário e local da audiência de tir corregedoria, o processo administrativo disciplinar
conciliação;(Inciso com redação dada pelo art. 4º do previsto no § 4º do art. 4º será instaurado pelo seu
Decreto nº 56.564, de 25/7/2014.) titular.
IV – notificar o agente público indicado como assedia-
dor para apresentar manifestação no prazo de quinze
Art. 7º Para fins de prevenção contra a prática de as-
dias, contados da data da notificação; e
sédio moral, terão prioridade as seguintes medidas,
V – realizar a conciliação dos conflitos relacionados à
prática de assédio moral, propondo soluções práticas sem prejuízo de outras que venham a ser desenvolvi-
que se fizerem necessárias.§ 1º A Comissão de Con- das nos órgãos e entidades do Poder Executivo:
ciliação exercerá suas atividades com independência I – inserção de módulo específico sobre saúde ocupa-
e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à cional e assédio moral nos cursos de desenvolvimento
elucidação dos fatos, a fim de preservar a intimida- gerencial ofertados para ocupantes de cargos de dire-
de das partes envolvidas.§ 2º As entidades sindicais ção e chefia;
representativas ou associações das categorias a que II – treinamento para servidores que atuam nas uni-
pertencerem os agentes públicos envolvidos serão no- dades setoriais de recursos humanos, com conteúdo
tificadas, mediante anuência expressa dos mesmos, que possibilite identificar as condutas caracterizadas
da reclamação de assédio moral e das providências como assédio moral, promover o acolhimento das víti-
tomadas pela Comissão de Conciliação.§ 3º Obtida a mas, prestar orientações à vítima e ao agressor, difun-
conciliação, será ela reduzida a termo assinado pelas dir e implementar medidas preventivas no respectivo
partes e homologada, no prazo de dez dias úteis, pelo órgão ou entidade e incentivar a conciliação entre as
titular do órgão ou entidade do ofendido, do termo partes envolvidas;
constando as soluções acordadas, a determinação de III – realização de cursos de capacitação em concilia-
expedição de atos administrativos, se necessário, e a ção para os servidores que atuam nas unidades seto-
declaração de extinção do procedimento.§ 4º Não ob- riais de recursos humanos e para os representantes de
tido acordo na fase de conciliação, a reclamação, com entidades sindicais ou associativas, visando à difusão
toda a documentação que instruir o procedimento, da cultura do diálogo na Administração Pública;
deverá ser remetida pelo dirigente máximo do órgão IV – promoção de debates e palestras, produção de
ou entidade à Controladoria-Geral do Estado – CGE, cartilhas e material gráfico informativo sobre assédio
no prazo de dois dias úteis, para fins de instauração
moral;

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POLÍCIA PENAL 41 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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a) Reintegração.
V – contínuo processo educacional de prevenção con-
b) Promoção.
tra a prática de assédio moral realizado através da
promoção de debates e palestras, produção de carti- c) Acesso.
lhas e material gráfico informativo, videoconferência e d) Nomeação.
fóruns.(Inciso acrescentado pelo art. 5º do Decreto nº
46.564, de 25/4/2014.) 3- De acordo com a Lei Estadual nº 869/1952 e suas
alterações posteriores (Estatuto dos Funcionários
Art. 8º Configurado o assédio moral, a Superintendên-
cia Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional da Públicos Civis do Estado de Minas Gerais), assinale a
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SE- alternativa correta:
PLAG – será notificada para fins de acompanhamento
e de informações estatísticas sobre licenças para tra- a) Readmissão é o reingresso no serviço público do
tamento de saúde concedidas em virtude de patologia
funcionário em disponibilidade
associada ao assédio moral.
b) A transferência e a remoção por permuta serão
Art. 9º Mediante solicitação da Comissão de Concilia- processadas a pedido escrito de apenas um dos
ção ou da CGE, os agentes públicos envolvidos no epi- interessados
sódio de assédio moral, que assim tenham concordado c) Reversão é o ato pelo qual o aposentado
expressamente, serão encaminhados para acompa-
nhamento psicológico nos casos em que a perícia mé- reingresse no serviço público, após verifcação, em
dica oficial comprovar a necessidade de tratamento processo, de que não subsistem os motivos
especializado. determinantes da aposentadoria
d) A reversão, que decorrerá de decisão
Art. 10. Compete à SEPLAG expedir normas comple- administrativa ou sentença judiciária passada em
mentares para execução deste Decreto e solucionar
casos nele omissos. julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido
reingressa no serviço público, com ressarcimento
Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua dos prejuízos decorrentes do afastamento
publicação. e) A reversão será obrigatoriamente para o mesmo
Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, aos 5 de outu-
cargo
bro de 2012; 224° da Inconfidência Mineira e 191º da
Independência do Brasil.
ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA 4- A Lei Estadual nº 869 de 05 de julho de 1952
também é conhecida como Estatuto dos
Danilo de Castro Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas
Maria Coeli Simões Pires
Gerais. Indique a alternativa que traz dispositivo
Renata Maria Paes de Vilhena
Plínio Salgado previsto expressamente nessa norma.
Célia Pimenta Barroso Pitchon
A) É permitido que o servidor público retire objetos
da repartição, desde que relacionados estritamente
com sua atuação
EXERCÍCIOS B) Reversão é o ato pelo qual o servidor exonerado
retorna ao serviço público em razão de revisão no
1- O requerimento de revisão do processo processo administrativo que determinou sua
administrativo, previsto na Lei Estadual nº 869/1952, exoneração.
é dirigido: C) O servidor público pode administrar sociedade
comercial ou exercer o comércio, desde que tal
A) À comissão revisora. atividade seja compatível com sua jornada de
B) Ao Governador do Estado. trabalho.
C) Ao Diretor de Departamento. D) O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano,
D) Ao Secretário Estadual que tiver proferido a vinte e cinco dias úteis de férias, observada a escala
decisão. que for organizada de acordo com a conveniência
do serviço, não sendo permitida a acumulação de
2- NÃO é forma de provimento de cargo, prevista férias.
na Lei Estadual nº 869/1952 (Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais): 5- Indique a alternativa CORRETA:

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POLÍCIA PENAL 42 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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A) Os atos praticados sob domínio de assédio moral 116/2011, que dispõe sobre a prevenção e a
deverão ser mantidos a fim de se garantir a punição do assédio moral na Administração Pública
segurança jurídica das relações entre a Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual.
Administração Pública e os administrados. Analise as alternativas abaixo e assinale a
B) Na aplicação das penas previstas em lei, no caso que não corresponde a uma modalidade de assédio
de assédio moral, serão consideradas a extensão do moral:
dano, as atenuantes, as agravantes e as
reincidências. A) Desqualificar, reiteradamente, por meio de
C) A pretensão punitiva administrativa do assédio palavras, gestos ou atitudes, a autoestima, a
moral prescreve em um ano para a pena de censura. segurança ou a imagem de agente público,
D) Poderá ser responsabilizado administrativamente valendo-se de posição hierárquica ou funcional
o agente público, pela prática de assédio moral, superior, equivalente ou inferior
independentemente da sentença prolatada em ação B) Desrespeitar a limitação individual de agente
cível que julgou indevida a reparação pelos danos público, decorrente de doença física ou psíquica,
causados à vítima atribuindo-lhe atividade incompatível com suas
necessidades especiais
6- Conforme Decreto nº 43.885, DE 04/10/2004, não C) Fiscalizar o cumprimento das ordens dadas ao
é considerado um dever ético do servidor público: agente público, valendo-se do poder hierárquico
D) Preterir o agente público, em quaisquer escolhas,
A) Não ser tempestivo nas prestações de contas de em função de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade,
suas atividades. religião, posição social, preferência ou orientação
B) Ser assíduo e frequente ao serviço. política, sexual ou filosófica
C) Agir com lealdade e boa-fé. E) Manifestar-se jocosamente em detrimento da
D) Manter limpo e em perfeita ordem o local de imagem de agente público, submetendo-o a
serviço. situação vexatória, ou fomentar boatos inidôneos e
comentários maliciosos
7- Segundo o Disposto no Decreto nº 43.885, de
04/10/2004, são princípios orientadores da conduta 10- O Decreto Estadual nº 46.060/2012 trata das
do servidor público do Estado de Minas Gerais: penalidades que podem ser aplicadas no caso de
assédio moral na Administração Pública Direta e
A) boa-fé e pessoalidade. Indireta do Poder Executivo Estadual. A respeito do
B) eficiência e lealdade às convicções pessoais. assunto, assinale a alternativa que traz corretamente
C) presteza e competitividade. as penalidades que podem ser aplicadas:
D) transparência e tempestividade.
A) repreensão; suspensão; demissão e perda do
8- De acordo com o Decreto nº 43.885/2004, são cargo comissionado ou função gratificada
direitos do servidor público, decorrentes da conduta B) advertência; exoneração; demissão e perda do
ética a ser mantida no ambiente de trabalho: cargo ou função gratificada
C) repreensão; suspensão; exoneração e demissão
A) publicidade absoluta das informações de ordem D) advertência; suspensão; demissão e perda da
pessoal e ciência do teor de eventual acusação. função pública
B) manifestação sobre fatos que possam prejudicar E) repreensão; advertência; suspensão e demissão
seu desempenho ou reputação e atuação em defesa
exclusiva do interesse pessoal.
C) sigilo à informação de ordem pessoal e igualdade
de acesso a oportunidades de crescimento GABARITO:
intelectual e profissional.
D) liberdade irrestrita de manifestação e atuação em 01- B 06- A
defesa de interesse ou direito legítimo. 02- C 07- D
03- C 08- C
9- O Decreto Estadual nº 46.060/2012 que 04- D 09- C
regulamenta a Lei Estadual Complementar nº 05- D 10- A

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POLÍCIA PENAL 43 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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DIREITO CONSTITUCIONAL fundou-se no instituto do mandato civil, mas desse se


afastou rapidamente.
Introdução
Democracia semidireta ou participativa
Estado Evoluiu, através da adoção de institutos e instrumentos
O Estado é uma sociedade política, organizada que restituíram ao povo alguma participação direta na
juridicamente, com o objetivo de alcançar o bem gestão da coisa pública e, especialmente, na
comum. fiscalização dos representantes do povo.

Elementos do estado = povo + território + governo. Institutos da democracia semidireta, pois há


População e território (elementos materiais), plebiscito, o referendo e ação popular.
ordenamento jurídico e poder (elementos formais) e
bem comum (elemento final) CONSTITUIÇÃO
Conceito:
Formas de estado Sistema de normas jurídicas escritas ou costumeiras,
a) Forma simples ou unitário: possui apenas uma poder que regula a forma de Estado, governo, o modo de
Executivo, Legislativo e Judiciário. aquisição e exercício do poder, a estabilidade de seus
b) Formas compostas: União Real, União pessoal, órgãos, os LIMITES de sua ação e as prerrogativas e
Confederação, Federação. limitações.

Formas de governo: Monarquia (vitalícia, hereditária Classificação:


e irresponsabilidade política) República (eletiva, • Conteúdo: Material e formal
temporária, responsabilidade política, soberania • Forma: Escrita (dogmática) - Costumeira (histórica)
popular). • Origem: Popular (democrática) - Outorgada
• Estabilidade: Rígida - Flexível - Semiflexível
Sistemas de governo: presidencialista,
parlamentarista e diretorial A Constituição brasileira é material, formal, escrita,
No presidencialismo a chefia de governo e a chefia do democrática e rígida.
Estado se confundem e são exercidas pela mesma
pessoa. O Princípio da supremacia
No parlamentarismo a chefia de Estado é exercida pelo 1. Decorre das constituições rígidas.
presidente, mas o governo efetivo é exercido por um 2. Todas as demais leis devem conformar-se com elas
Gabinete de ministros, formado pelo partido e estão a elas subordinadas.
majoritário no Parlamento, liderado pelo Primeiro- 3. Toda autoridade, poderes e competências provêm
Ministro. da Lei Maior.
O sistema híbrido diretorial tem origem no Diretório 4. Todos os governos (3) não são soberanos, pois são
Francês pré-napoleônico. Hoje só é encontrado na limitados a ela.
Suíça. O poder Executivo é ocupado por uma órgão
colegiado (Conselho Federal). Poder constituinte originário
Produz originariamente o ordenamento jurídico.
Regimes políticos
Por regime político entende-se o conjunto de Poder constituinte derivado ou instituído
princípios básicos, instituído pelo Poder Constituinte, São as modificações da constituição.
que norteiam a ação política do Estado.
É a alma política do Estado, que oscila entre a Poder constituinte decorrente
democracia e o totalitarismo. Estadual. É autônomo (não soberano). Deve respeitar o
princípio da SIMETRIA com a Constituição Federal.
Democracia direta Poder instituir o Poder Revisor.
Consta que na origem da democracia, em Atenas, ao
tempo de Péricles, o governo era exercido diretamente A República Federativa do Brasil, formada pela
pelos integrantes da cidade (demos), que se reuniam união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
nas praças públicas e decidiam por maioria. Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
Democracia representativa ou indireta
O Povo elege seus representantes, que exercem o
governo em seu nome. A idéia de representação

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POLÍCIA PENAL 44 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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soberania; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - QUESTÕES DE


PROVAS
cidadania;
01) (FCC/Técnico Judiciário-Administrativa/TRF
dignidade da pessoa humana; 1°R) Dentre as proposições abaixo, é incorreto afirmar
que a República Federativa do Brasil tem como
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (um fundamentos, dentre outros,
acordo entre ideologias,por isso CF / 88 eclética); a) a cidadania e o pluralismo político.
b) a soberania e a dignidade da pessoa humana.
pluralismo político, não só diversos partidos políticos, c) o pluralismo político e a valorização social do
mas também ideologias, religiões etc. trabalho.
d) a dignidade da pessoa humana e o valor da livre
Constituem objetivos fundamentais da República iniciativa.
Federativa do Brasil: e) a autonomia e a dependência nacional.

construir uma sociedade livre, justa e solidária; 02) (FCC/Técnico Judiciário/Administrativa/TRF


4°R) A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas
garantir o desenvolvimento nacional; relações internacionais, dentre outros, pelo princípio da
a) intervenção. b) determinação dos povos. c)
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as igualdade entre os Estados. d) vedação de asilo político.
desigualdades sociais e regionais; e) solução bélica dos conflitos.

promover o bem de todos, sem preconceitos de 03) (FCC/Técnico


origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas Judiciário/Administrativa/TRE/MS) A República
de discriminação. Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito. Assim,
Poderes da União não constitui fundamento constitucional do Brasil
Art. 2º São Poderes da União, independentes e a) a livre iniciativa e o pluralismo político.
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o b) o pluralismo político e a soberania.
Judiciário. c) a cidadania e a dignidade da pessoa humana.
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio d) os valores sociais do trabalho e a cidadania.
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos e) a intervenção e a solução bélica dos conflitos.
desta Constituição.
04) (FCC/Técnico Judiciário/Taquigrafia/TRE/PB)
Princípios acerca das relações internacionais Não constitui princípio que rege a República Federativa
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas do Brasil nas suas relações internacionais:
suas relações internacionais pelos seguintes princípios: a) intervenção. b) repúdio ao racismo. c)
I - independência nacional; independência nacional. d) igualdade entre os Estados.
II - prevalência dos direitos humanos; e) concessão de asilo político.
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção; 05) (FCC/Analista Judiciário/Administrativa/TRT
V - igualdade entre os Estados; 23°R) O pluralismo político é um dos
VI - defesa da paz; a) princípios da administração pública direta e indireta.
VII - solução pacífica dos conflitos; b) objetivos fundamentais da República Federativa do
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; Brasil.
IX - cooperação entre os povos para o progresso da c) fundamentos da República Federativa do Brasil.
humanidade; d) princípios norteadores da República Federativa do
X - concessão de asilo político. Brasil nas suas relações internacionais.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil e) direitos sociais assegurados pela Constituição
buscará a integração econômica, política, social e Federal do Brasil.
cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de 06) (FCC/Auxiliar Judiciário/Administrativa/TRF
nações. 2°R) De acordo com a Constituição Federal Brasileira
de 1988, a República Federativa do Brasil rege-se nas

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POLÍCIA PENAL 45 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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suas relações internacionais, dentre outros, pelo a) construir uma sociedade livre, justa e solidária.
princípio b) erradicar o analfabetismo e a fome.
a) da garantia do desenvolvimento nacional. b) da não c) garantir o desenvolvimento nacional e erradicar a
intervenção. c) da cidadania. d) da dignidade da pessoa pobreza.
humana. e) dos valores sociais do trabalho e da livre d) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
iniciativa. desigualdades sociais e regionais.
e) promover o bem de todos, sem preconceitos de
07) (FCC/Auxiliar Judiciário/Administrativa/TRF origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
2°R) Não é considerado um dos fundamentos da de discriminação.
República Federativa do Brasil, de acordo com a
Constituição Federal Brasileira 1988: 12) (FCC/MP/SP) Não constitui fundamento da
a) garantir o desenvolvimento nacional. b) a soberania. República Federativa do Brasil
c) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. a) a soberania.
d) a cidadania. e) o pluralismo político. b) a cidadania.
c) a dignidade da pessoa humana.
08) (FCC/Técnico d) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Judiciário/Administrativa/TER/PB) Quanto aos e) a liberdade de expressão.
princípios que regem a República Federativa do Brasil
é incorreto afirmar que
1- e 2-c 3-e 4-a 5-c 6-b
a) são poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 7- a 8-b 9-e 10-a 11-b 12-e
b) nas suas relações internacionais o Brasil rege-se,
dentre outros, pelos princípios da intervenção e DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
determinação dos povos.
c) todo poder emana do povo, que o exerce por meio 1ª DIMENSÃO OU GERAÇÃO = cunho negativo (O
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos Estado deixa interferir na vida individual), pois
da Constituição Federal. exige do Estado abstenção, ou seja, não
d) o Brasil é formado pela união indissolúvel dos intervenção na vida privada. Estado liberal.
Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constituindo-se em Estado Democrático.
Hesse: "Dignidade do homem está no respeito e na
e) constituem objetivos fundamentais,dentre outros,
proteção da humanidade".
garantir o desenvolvimento nacional.
Brenda: "A dignidade humana realiza-se com o
09) (FCC/Analista Orçamento/MPU) A República
reconhecimento da liberdade para desenvolvimento de
Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações
sua personalidade".
internacionais, pelo princípio, dentre outros,
a) do pluralismo político.
01. DIREITO DE IGUALDADE
b) da garantia do desenvolvimento nacional.
c) da erradicação da marginalidade e redução das
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
desigualdades sociais.
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
d) da dignidade da pessoa humana.
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
e) da não-intervenção.
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
10) (FCC/Analista Adm./MPU) Um dos fundamentos
da República Federativa do Brasil, de acordo com a
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
Constituição Federal de 1988, é
obrigações, nos termos desta Constituição;
a) o pluralismo político.
b) a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária. 02. DIREITO DE LIBERDADE
c) a garantia do desenvolvimento nacional.
d) a erradicação da pobreza e da marginalidade. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
e) a defesa da paz. alguma coisa senão em virtude de lei;

11) (FCC/MP/SP) Não é objetivo fundamental da IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo


República Federativa do Brasil, como expressamente vedado o anonimato;
previsto na Constituição,

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POLÍCIA PENAL 46 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação sua violação;
alternativa, fixada em lei;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, podendo penetrar sem consentimento do morador,
artística, científica e de comunicação, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
independentemente de censura ou licença; prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
a lei estabelecer; comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
XV - é livre a locomoção no território nacional em ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos estabelecer para fins de investigação criminal ou
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus instrução processual penal;
bens;
05. ASSEGURADOS
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
autorização, desde que não frustrem outra reunião assistência religiosa nas entidades civis e militares de
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo internação coletiva;
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, agravo, além da indenização por dano material, moral
vedada a de caráter paramilitar; ou à imagem;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
cooperativas independem de autorização, sendo assistência religiosa nas entidades civis e militares de
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; internação coletiva;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
permanecer associado; resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
03. ASSOCIAÇÕES
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
trânsito em julgado; transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente; a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
04. INVIOLÁVEIS: inclusive nas atividades desportivas;

(Caput) Direito à vida, à liberdade, à igualdade, à b) o direito de fiscalização do aproveitamento


segurança e à propriedade; econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, respectivas representações sindicais e associativas;
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos
culto e a suas liturgias; industriais privilégio temporário para sua utilização,

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POLÍCIA PENAL 47 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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bem como proteção às criações industriais, à de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse de financiar o seu desenvolvimento;
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
do País; 08.SUCESSÃO DE BENS

XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no


País será regulada pela lei brasileira em benefício do
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
públicos informações de seu interesse particular, ou de seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 09. CONSUMIDOR
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
do pagamento de taxas: 10. PROCESSO

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Judiciário lesão ou ameaça a direito;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
organização que lhe der a lei, assegurados:
06. DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL
a) a plenitude de defesa;
III - ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante; b) o sigilo das votações;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra c) a soberania dos veredictos;


e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de d) a competência para o julgamento dos crimes
sua violação; dolosos contra a vida;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade L - às presidiárias serão asseguradas condições para
física e moral; que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
07. DIREITO DE PROPRIEDADE
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; pela autoridade competente;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, bens sem o devido processo legal;
ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos LV - aos litigantes, em processo judicial ou
previstos nesta Constituição; administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade meios e recursos a ela inerentes;
competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
houver dano; por meios ilícitos;

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto em julgado de sentença penal condenatória;

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POLÍCIA PENAL 48 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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LVIII - o civilmente identificado não será submetido a c) multa;


identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
lei; d) prestação social alternativa;

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação e) suspensão ou interdição de direitos;
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
XLVII - não haverá penas:
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
interesse social o exigirem; termos do art. 84, XIX;

11. DIREITO ADQUIRIDO... b) de caráter perpétuo;

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato c) de trabalhos forçados;


jurídico perfeito e a coisa julgada;
d) de banimento;
12. PENAL
e) cruéis;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o e o sexo do apenado;
réu;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória física e moral;
dos direitos e liberdades fundamentais;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável naturalizado, em caso de crime comum, praticado
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos antes da naturalização, ou de comprovado
da lei; envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o crime político ou de opinião;
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
que, podendo evitá-los, se omitirem; por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, competente e à família do preso ou à pessoa por ele
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação indicada;
do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
o limite do valor do patrimônio transferido; quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
adotará, entre outras, as seguintes: LXIV - o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
a) privação ou restrição da liberdade; policial;

b) perda de bens; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela


autoridade judiciária;

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POLÍCIA PENAL 49 NOÇÕES DE DIREITO
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LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, b) para a retificação de dados, quando não se prefira
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
fiança;
18. AÇÃO POPULAR
13.PRISÃO CIVIL
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
responsável pelo inadimplemento voluntário e público ou de entidade de que o Estado participe, à
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
infiel; patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
14. HABEAS-CORPUS da sucumbência;

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que 19. GRATUIDADES


alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
ilegalidade ou abuso de poder; gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
15. MANDADO DE SEGURANÇA
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pobres, na forma da lei:
proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o a) o registro civil de nascimento;
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no b) a certidão de óbito;
exercício de atribuições do Poder Público;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários
impetrado por: ao exercício da cidadania.

a) partido político com representação no Congresso 20. INDENIZAÇÃO DO ESTADO POR ERRO
Nacional;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
b) organização sindical, entidade de classe ou judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
associação legalmente constituída e em fixado na sentença;
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados; 21. APLICAÇÃO IMEDIATA

16.MANDADO DE INJUNÇÃO § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o 22. DIREITOS INDIVIDUAIS IMPLÍCITOS
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta
à cidadania; Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
17. HABEAS-DATA tratados internacionais em que a República Federativa
do Brasil seja parte.
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
23. CELERIDADE
a) para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
registros ou bancos de dados de entidades assegurados a razoável duração do processo e os
governamentais ou de caráter público; meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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24. TRATADOS INTERNACIONAIS Primeira Geração ou Dimensão

3º Os tratados e convenções internacionais sobre ( liberdades)= cunho negativo, pois exige do Estado
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa abstenção, ou seja, não intervenção na vida privada.
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três São conhecidos também de direitos de oposição
quintos dos votos dos respectivos membros, serão perante o Estado.Evidencia o indivíduo.
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos Segunda Geração ou Dimensão (igualdade) =
aprovados na forma deste parágrafo) direitos sociais, econômicos e culturais, como saúde,
educação, direitos dos trabalhadores etc.
25. TPI Estado.Evidencia o coletivo.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal


Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) PRINCÍPIOS PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS

Dignidade da Pessoa Humana= é fundamento da RFB


Ação Civil Pública e Ação Coletiva e é o princípio mãe, matriz.

Interesses ou direitos difusos = são transindividuais, Legalidade= decorre do Estado Democrático de


de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas Direito. Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer
indeterminadas e ligadas por circunstância de fato. Ex.: alguma coisa senão em virtude de lei. Não há crime
Propaganda enganosa na TV, poluição do ar. Não se dá sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia
para precisar que será enganado, quem adoecerá. cominação legal.

Interesses ou direitos coletivos = são os Moralidade= deverá haver honestidade, ética tanto no
transindividuais de natureza indivisível de que seja processo judicial como no administrativo.
parte titular grupo, categoria, ou classe de pessoas
ligados entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base. Ex.: Contrato de pessoas de um Contraditório e Ampla Defesa= aos litigantes, em
mesmo consórcio cujas cláusulas são abusivas. processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
Interesse ou direito homogêneos = são interesses com os meios e recursos a ela inerentes.
individuais decorrente de uma origem comum. São
pessoas identificadas ou identificáveis. Ex.; Vítimas de Igualdade= A CF/88 está permeada de normas
acidentes ocasionados por defeito de fábrica de carros. relacionadas ao princípio da igualdade material e
formal. Deve-se tratar os iguais de forma igual e
DISTINÇÃO DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS desiguais de forma desigual. Ex.: percentual reservado
ao deficiente.
Difuso= tem como titulares pessoas indetermináveis.

Coletivos= determináveis (grupos, classe etc) Promotor e do Juiz Natural= ninguém será
processado nem sentenciado senão pela autoridade
Ações Coletivas = ação civil pública (MP, União, competente; Não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Estados, Municípios, DF, sindicatos etc), ação popular
(só cidadão), MS coletivo (partido político/CN, Publicidade= a lei só poderá restringir a publicidade
entidade de classe, sindicato, associação com pelo dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
menos 1 ano de funcionamento), o interesse social o exigirem.

Os tratados e convenções internacionais sobre Devido Processo Legal= ninguém será privado da
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão Duplo Grau Jurisdição= não é obrigatório para todos
equivalentes às emendas constitucionais. os processos.

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Motivação= todos os julgamentos dos órgãos do Interdependência


Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas Coercibilidade
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei Complementariedade
limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em A D.U.D.H. prevê apenas direitos e não prevê órgão
casos nos quais a preservação do direito à intimidade jurisdicional internacional. Ela é uma recomendação e
do interessado no sigilo não prejudique o interesse não possui força legal. Por isso que o mundo celebrou
público à informação. vários tratados com força vinculante juridicamente.

Acesso à Justiça ou inafastabilidade de jurisdição= O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito, ou seja, o Estado não pode seus sonhos. (Elleanor Roosevelt)
negar a prestação jurisdicional.

Justiça Gratuita= O Estado prestará assistência


ART. 5º - QUESTÕES DE PROVAS
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
01. Em relação aos direitos e deveres individuais e
Provas Ilícitas= São inadmissíveis, no processo, as coletivos previsto no art. 5º da Constituição Federal,
provas obtidas por meios ilícitos. NÃO é correto afirmar que:

Presunção da Inocência= Ninguém será considerado a) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal permanecer associado.
condenatória.
b) A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
OUTROS:
Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, c) É plena a liberdade de associação, inclusive a de
se esta não for intentada no prazo legal; caráter para-militar.
O Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na d) Não haverá juízo ou tribunal de exceção.
sentença;
A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico e) É garantido o direito de herança.
perfeito e a coisa julgada.
02. Constitui violação ao domicílio o ingresso na
Flavia Piovesan entende que os tratados de DH são residência:
normas materialmente constitucional e se aprovados
com quorum qualificado (3/5 em 2 votações em cada a) Com o consentimento do morador.
Casa) = material e formalmente constitucional.
b) Na hipótese de incêndio ou desabamento,
Já o STF entende que o Tratado de DH com votação
simples = norma supralegal, se votação qualificada c) Quando, dentro dela, estiver havendo a prática de
(3/5, 2 votações em cada Casa) = EC = CF/88. um crime.

CARACTERÍSTICAS DIREITOS HUMANOS d) Para prestar socorro aos moradores.

HU RE CU 5 i co com e) Durante o dia, ou à noite, por determinação do juiz.

H – Historicidade – Cristo até hoje. 03. Exige-se para o exercício do direito de reunião em
U – Universalidade – para todos locais abertos ao público:
RE – Relatividade – não são absolutos
CU – Cumular – pode exerce mais de um ao mesmo a) Prévio aviso à autoridade competente.
tempo
Imprescritíveis b) Autorização da autoridade competente.
Inalienáveis
Imviolabilidade
c) Censura prévia aos assuntos a serem debatidos.
Irrenunciáveis
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POLÍCIA PENAL 52 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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d) Simples registro dos oradores nos órgãos de 07. Haverá penas:


segurança do Estado.
a) De morte, em caso de guerra.
e) Recolhimento de taxa, referente ao uso de bem
público. d) De banimento

04. A propriedade particular poderá ser usada pela b) Perpétuas.


autoridade competente:
e) Cruéis.
a) Sempre que dela necessitar, desde que pague
posteriormente pela utilização do bem. c) De trabalhos forçados.

b) Sempre que dela necessitar, desde que indenize, 08. É admissível a prisão civil:
posteriormente, se houver danos.
a) Do emitente de título de crédito não pago.
c) No caso de iminente perigo público, desde que
indenize posteriormente os danos havidos. b) Do depositário infiel.

d) No caso de iminente perigo público, desde que c) Do executado por dívidas fiscais
pague, posteriormente, pela utilização do bem.
d) Do contratante que descumpre a avença.
e) Sempre que considerar conveniente, tendo em vista
o interesse da coletividade. e) Do locatário que não paga o aluguel ajustado.

05. A Constituição da República NÃO assegura à 09. A Constituição da República NÃO considera lícita a
instituição do Júri: prisão:

a) A plenitude de defesa. a) Em flagrante delito.

b) A irrecorribilidade de julgamento b) Para averiguações.

c) A soberania dos veredictos c) Por ordem escrita e fundamentada do Juiz.

d) O sigilo das votações. d) Nos casos de transgressão militar, definidos em lei.

e) A competência para julgamento dos crimes dolosos e) Nos crimes propriamente militares, nos termos da lei.
contra a vida.
10. Levando em conta os direitos e garantias
06. A prática do racismo constitui crime: fundamentais, correlacione as colunas 1 e 2. A seguir,
assinale a alternativa correspondente à seqüência
a) Inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de CORRETA.
reclusão.
1. Mandado de segurança 4. "Habeas Data"
b) Afiançável, imprescritível e sujeito à pena de
reclusão. 2. Ação popular. 5. "Habeas Corpus"

c) Afiançável, prescritível e sujeito à pena de reclusão. 3. Mandado de injunção

d) Afiançável, prescritível e sujeito à pena de detenção. ( ) É cabível quanto a falta de norma regulamentadora
inviabiliza o exercício dos direitos e liberdades
e) Inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de constitucionais.
detenção.
( ) Destina-se a assegurar a liberdade de locomoção, no
caso de violência ou coação decorrentes da ilegalidade
ou abuso de poder.
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POLÍCIA PENAL 53 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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( ) Destina-se a assegurar o conhecimento de d) Pelas informações arquivadas.


informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de 14. Todos são iguais perante a lei:
entidades governamentais.
a) Sem restrições.
( ) Destina-se à proteção de direito líquido e certo, não
amparado por "habeas corpus" ou "habeas data", no b) Sem distinção entre brasileiros e estrangeiros.
caso de ilegalidade ou abuso de poder praticados por
autoridade pública. c) Sem distinções entre brasileiros.

( ) Visa à anulação de ato lesivo ao patrimônio público d) Sem distinções entre homens e mulheres.
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio e) Sem discriminações em razão de origem, raça, sexo,
histórico e cultural. cor ou idade.

a) 3 - 4 - 1 - 2 – 5 b) 5 - 3 - 2 - 1 - 4 15. A casa de um indivíduo poderá ser invadida, a


qualquer momento, sem a permissão do morador, nas
c) 3 - 5 - 4 - 1 – 2 d) 4 - 1 - 5 - 2 - 3 seguintes situações, exceto:

e) 2 - 5 - 1 - 3 - 4 a) Flagrante delito. d) Cumprimento de mandado


judicial.
11. Conceder-se-á habeas-data para:
b) Desastre. e) Iminência de um homicídio.
a) Assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante, constantes de registros em c) Prestação de socorro.
entidades do poder público.
16. O remédio jurídico que visa a defender direito ou
b) Proteger direito líquido e certo não amparado por notificar ilegalidade ou abuso de autoridade,
habeas-corpus e mandado de segurança. denomina-se:

c) Viabilizar o exercício de direito constitucional, até a) Direito Líquido e Certo.


então inerte por falta de norma regulamentadora.
b) Mandado de Injunção.
d) Impedir lesão ao patrimônio público.
c) Habeas Data.
e) Afastar ameaça à liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder. d) Direito de Petição.

12. Só se pode pleitear por Habeas Data informações: 17. Na falta de norma regulamentadora que torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades
a) Sociais. b) Relativas ao impetrante. constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, soberania e cidadania, poderá ser
c) Criminais. d) De caráter coletivo. utilizado o remédio jurídico denominado:

13. O segundo objetivo do HABEAS DATA é: a) Mandado de Segurança.

a) A ratificação dos dados constantes na entidade c) Habeas Corpus


governamental.
b) Mandado de Injunção.
b) A ratificação dos dados constantes na entidade
governamental ou de caráter público. d) Mandado de Segurança Coletivo.

c) A prisão da autoridade responsável pelas 18. Todas as expressões abaixo, que traduzem direitos
informações registradas. constitucionais, são seguidas de limitações impostas
pela própria Constituição, exceto:
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POLÍCIA PENAL 54 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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a) "Homens e mulheres são iguais em direitos e d) Mediante pagamento de custas, exceto para os
obrigações". carentes.

b) "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer e) Sem restrições


alguma coisa".
23. Assinale a alternativa correta:
c) "Ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante". a) Não há pena sem prévia determinação legal.

d) "È assegurado o direito de resposta". b) A lei penal não poderá retroagir.

e) "É livre a manifestação do pensamento". c) A prática do racismo constitui crime inafiançável,


imprescritível e sujeito à pena de detenção.
19. Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de d) A pena poderá ultrapassar a pessoa do condenado.
locomoção por ilegalidade ou abuso de poder,
conceder-se-á: e) O acusado pode ser considerado culpado e preso,
antes mesmo de seu julgamento.
a) Habeas Data. b) Mandado de segurança.
24. Assinale a alternativa incorreta:
c) Habeas Corpus. d) Mandado de Injunção.
a) Somente a autoridade competente poderá processar
20. Sujeito ativo do HABEAS CORPUS é: e julgar.

a) Qualquer indivíduo. b) Ninguém será privado de seus bens sem o devido


processo legal.
c) Apenas os brasileiros naturalizados.
d) São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
b) Apenas os brasileiros natos. por meios ilícitos.

d) O indivíduo titular da cidadania. e) Poderá ser admitida ação privada nos crimes de ação
pública.
21. Todos têm direito a receber informações dos
órgãos públicos, ressalvadas aquelas: 25. Para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o
a) De interesse particular. responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
b) De interesse coletivo. exercício de atribuições do Poder Público, conceder-se-
á:
c) De interesse geral.
a) Mandado judicial.
d) Declaradas sigilosas pelo Poder Público.
c) Mandado de segurança.
e) Cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade ou do Estado. b) Mandado de injunção.

22. O direito de petição aos poderes públicos e a d) Mandado popular.


obtenção de certidão em repartições públicas são
asseguradas: 26. Sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
a) Gratuitamente. constitucionais, e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à sabedoria e à cidadania, conceder-se-
b) Independente do pagamento de taxas. á:

c) Mediante pagamento de taxas. a) Mandado popular.

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POLÍCIA PENAL 55 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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c) Mandado de injunção. a) Legalidade. c) Igualdade de todos perante a lei.

b) Habeas Data b) Isonomia. d) Responsabilidade.

d) Mandado de segurança. 30. Na ausência de norma regulamentadora torne


inviável o exercício dos direitos e liberdades
27. Com relação aos direitos e garantias individuais, é constitucionais, é cabível:
correto assinalar:
a) Habeas data
a) A maior garantia genérica à função dos direitos
individuais está em que as leis sejam elaboradas pelos c) Mandado de segurança.
representantes do povo.
b) Mandado de injunção.
b) A liberdade física ou direito de ir e vir é garantido
pelo instituto do "habeas data". d) Habeas corpus.

c) Os direitos individuais se distinguem dos direitos e) Ação popular.


sociais porque nestes, a atitude do Estado é mais ativa,
enquanto, com relação aos primeiros, a posição do 31. Todos os itens abaixo referem-se às liberdades
Estado é mais de omissão. inerentes aos brasileiros e aos estrangeiros, exceto:

d) Os direitos individuais historicamente tiveram a sua a) A violação das comunicações telegráficas de dados.
primeira grande proclamação na Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão em 1789. b) A manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato.
28. A Constituição declara como um dos direitos
fundamentais a inviolabilidade do sigilo das c) A expressão da atividade intelectual, artística,
comunicações telefônicas, salvo: científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença.
a) Para fazer prova em processo administrativo.
d) O exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão.
b) Por ordem judicial, para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal. 32. A instituição do júri comete julgar:

c) Por ordem judicial, para fins de instrução processual a) As contravenções penais c) O infanticídio.
civil ou trabalhista.
b) Os crimes de roubo. d) O homicídio
d) Por ordem do Ministro da Justiça, para fins de culposo.
investigação criminal.

e) Em matéria de segurança nacional.

29. O preceito constitucional "ninguém será obrigado


a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei" expressa o Princípio da:

1- c 2-e 3-a 4-c 5-b 6-a 7-a 8-b 9-b 10-c 11-a 12-b
13-b 14-e 15-d 16-d 17-b 18-c 19-c 20-a 21-e 22-b 23-a 24-a
25-c 26-c 27-c 28-c 29-a 30-b 31-a 32-c

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POLÍCIA PENAL 56 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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DIREITO CONSTICUCIONAL DO TRABALHO - Piso salarial proporcional à extensão e à


ART. 6º AO 11 – DIREITOS SOCIAIS complexidade do trabalho;
- Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo:
- Décimo terceiro salário com base na remuneração
2ª DIMENSÃO OU GERAÇÃO = cunho positivo, ou
integral ou no valor da aposentadoria;
seja, exige do estado uma prestação, como saúde,
- Remuneração do trabalho noturno superior à do
educação etc. Há uma interferência estatal na
diurno;
vida individual em
- Proteção do salário na forma da lei, constituindo
crime sua retenção dolosa;
01- Direitos Sociais (Art. 6º a 11,da CF)
- Participação nos lucros, ou resultados,
São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho,
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
participação na gestão da empresa, conforme definido
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
em lei:
desamparados e alimentos, transporte, na forma
- Remuneração do serviço extraordinário superior, no
desta Constituição.
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
- Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
DIREITOS SOCIAIS RELATIVOS AOS
que percebem remuneração variável;
TRABALHADORES
- Adicional de remuneração para as atividades penosas,
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
insalubres ou perigosas, na forma da lei.
de outros que visem à melhoria de sua condição social:
05- Direitos relativos ao Repouso e à Inatividade do
02- Proteção da Relação de Emprego
Trabalhador
- Relação de emprego protegida contra despedida
- Repouso semanal remunerado, preferencialmente
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
aos domingos;
complementar, que preverá indenização
- Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos,
compensatória, dentre outros direitos:
um terço a mais do que o salário normal;
- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
03- Até que seja promulgada a lei complementar:
salário, com a duração de cento e vinte dias;
1. Fundo de garantia do tempo de serviço com
- Licença-paternidade de cinco dias;
acréscimo de 40%;
- Aposentadoria.
2. Seguro-desemprego, em caso de desemprego
involuntário;
06- Proteção dos Trabalhadores
3. Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
- Proteção do mercado de trabalho da mulher,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
mediante incentivos específicos, nos termos da lei:
2. Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa;
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
a) do empregado eleito para cargo de direção de
de normas de saúde, higiene e segurança;
comissões internas de prevenção de acidentes, desde
- Proteção em face da automação na forma da lei:
o registro de sua candidatura até um ano após o final
- Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
de seu mandato;
empregador. sem excluir a indenização a que este está
b) da empregada gestante, desde a confirmação da
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
gravidez até cinco meses após o parto.
- Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
c) do empregado sindicalizado a partir do registro da
a menores de 18 (dezoito) e de qualquer trabalho a
candidatura a cargo de direção ou representação
menores de 16 (dezesseis) anos, salvo na condição de
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano
aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos:
após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
- Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
nos termos da lei.
empregatício permanente e o trabalhador avulso.

04- Direitos Relativos ao Salário


07 Discriminação Proibida
- Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
- Proibição de diferença de salários, de exercício de
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
idade, cor ou estado civil;
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
- Proibição de qualquer discriminação no tocante a
previdência social, com reajustes periódicos que lhe
salário e critérios de admissão do trabalhador portador
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
de deficiência;
vinculação para qualquer fim;

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POLÍCIA PENAL 57 NOÇÕES DE DIREITO
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- Proibição de distinção entre trabalho manual. técnico - E vedada a criação de mais de uma organização
e intelectual ou entre os profissionais respectivos. sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial,
08 Direitos relativos aos Dependentes do que será definida pelos trabalhadores ou
Trabalhador empregadores interessados, não podendo ser inferior
- Salário-família pago em razão de dependente do à área de um Município;
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; - Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
- Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
nascimento até 5 anos de idade em creches e pré- questões judiciais ou administrativas;
escolas. - A assembleia geral fixará a contribuição que, em se
tratando de categoria profissional, será descontada em
09- Duração e Jornada de Trabalho folha, para custeio do sistema confederativo da
- Duração do trabalho normal não superior a oito horas representação sindical respectiva, independentemente
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a da contribuição prevista em lei;
compensação de horários e a redução da jornada, - Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; filiado a sindicato;
- Jornada de seis horas para o trabalho realizado em - É obrigatória a participação dos sindicatos nas
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação negociações coletivas de trabalho;
coletiva. - O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
nas organizações sindicais;
10- Prescrição - É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
- Ação, quanto a créditos resultantes das relações de partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para o representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
trabalhador urbano e rural, até o limite de dois anos até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
após a extinção do contrato; falta grave nos termos da lei.

11- Domésticos NOTA: As disposições supra se aplicam à organização


de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
Segundo a Constituição Da República, O empregado atendidas as condições que a lei estabelecer.
doméstico SOMENTE NÃO possui os seguintes
direitos: 13- Convenções e Acordos Coletivos
- Reconhecimento das convenções e acordos coletivos
1. proteção em face da automação; de trabalho;
2. piso salarial, participação nos lucros; - É obrigatória a participação dos sindicatos nas
3. proteção do mercado de trabalho da mulher; negociações coletivas de trabalho.
4. proibição de distinção entre trabalho manual,
técnico e intelectual ou entre os profissionais 14- Greve
respectivos; - E assegurado o direito de greve, competindo aos
5. prescrição (estas 2 últimas são controvertidas, trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-
contudo, pelo menos expressamente, o doméstico não lo e sobre os interesses que devam por meio dele
foi incluído). Na verdade, prescrição(item 4) não é defender;
direito do empregado e caput do art. 7º relaciona tão- - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
somente os direitos estendidos ao doméstico e o item disporá sobre o atendimento das necessidades
5 proibição. inadiáveis da comunidade;
- Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
penas da lei.
DIREITOS COLETIVOS
15- Colegiados Públicos
12- Sindicato/Associação - É assegurada a participação dos trabalhadores e
E livre a associação profissional ou sindical, observado empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em
o seguinte: que seus interesses profissionais ou previdenciários
- A lei não poderá exigir autorização do Estado para a sejam objeto de discussão e deliberação.
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência 16- Representação na Empresa
e a intervenção na organização sindical; - Nas empresas de mais de duzentos empregados, é
assegurada a eleição de um representante destes com

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a finalidade exclusiva de promover-lhes o 07. A criação, a incorporação, a fusão e o


entendimento direto com os empregadores. desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por lei
complementar federal, e dependerão de consulta prévia,
NACIONALIDADE mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade
01. São brasileiros: Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
I - natos: 08. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
a) os nascidos na RFB, ainda que de pais estrangeiros, Municípios:
desde que estes não estejam a serviço de seu país; I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da seus representantes relações de dependência ou aliança,
República Federativa do Brasil; ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que venham a residir na República II - recusar fé aos documentos públicos;
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre
nacionalidade brasileira; si.
II - naturalizados: 09. A ordem social tem como base o primado do trabalho,
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
brasileira, exigidas aos originários de países de língua 10. A seguridade social compreende um conjunto
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
idoneidade moral; sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
b) os estrangeiros residentes na RFB há mais de 15 anos saúde, à previdência e à assistência social.
ininterruptos e sem condenação penal, desde que 11. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar
requeiram a nacionalidade brasileira. a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
Aos portugueses com residência permanente no País, se I - universalidade da cobertura e do atendimento;
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro. II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
às populações urbanas e rurais;
02. São privativos de brasileiro nato os cargos:
III - seletividade e distributividade na prestação dos
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de benefícios e serviços;
Presidente da Câmara dos Deputados; de Presidente do
Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das V - equidade na forma de participação no custeio;
Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa.
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
03. A organização político-administrativa da República
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos 12. A seguridade social será financiada por toda a
termos desta Constituição. sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
04. Brasília é a Capital Federal.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
05. Os Territórios Federais integram a União, e sua seguintes contribuições sociais:
criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
DIREITOS SOCIAIS – QUESTÕES DE PROVA – ART.
06. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir- 6º AO 11
se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante 1) (FCC/TRT-ES – ) São considerados direitos dos
aprovação da população diretamente interessada, através trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei visem a melhoria de sua condição social :
complementar.

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POLÍCIA PENAL 59 NOÇÕES DE DIREITO
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a) o cabimento da distinção entre trabalho manual e e) Relação de emprego com estabilidade plena, desde
intelectual. a contratação até a aposentadoria, a todos(as) os(as)
b) o reconhecimento das convenções e acordos trabalhadores(as).
coletivos de trabalho.
c) a possibilidade de diferença de exercício de funções 6)
por motivo de sexo. a) Seguro-desemprego, quando houver ruptura do
d) o piso salarial fixado unicamente quanto á duração contrato de trabalho. a qualquer título;
do trabalho. b) Décimo-terceiro salário com base na remuneração
e) seguro-desemprego em todos os casos de rescisão integral ou no valor integral da aposentadoria:
do contrato de trabalho. c) Repouso semanal remunerado, preferentemente aos
domingos;
2) (FCC/TRT-ES – ) Um empregado trabalha de 15 de d) Gozo de férias anuais remuneradas com. pelo
janeiro de 2004 a 28 de outubro de 2012. Considerando menos, um terço a mais do que o salário normal:
a prescrição, poderá ajuizar reclamação trabalhista até e) Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
28 de outubro de: salário, com duração de cento e vinte dias.
a) 2014, reclamando verbas do quinquênio anterior à
data da propositura da ação. 7)
b) 2014, reclamando verbas do biênio anterior à data a) Aposentadoria;
da propositura da ação. b) Irredutibilidade do salário, sem qualquer exceção;
c) 2017, reclamando verbas de todo o contrato de c) Horas extras;
trabalho. d) Proteção em face da automação, na forma da lei;
d) 2017, reclamando verbas do quinquênio anterior à e) Licença-paternidade, nos termos fixados em lei.
data da propositura da ação.
e) 2017, reclamando verbas do biênio anterior à data 8) Quanto aos trabalhadores urbanos e rurais, marque
da propositura da ação. a alternativa correta:
a) Têm décimo-terceiro salário, com base salário
3) (FCC/TRT-ES – ) É devido ao trabalhador de baixa mínimo:
renda em razão de dependente: b) Têm sempre direito à participação na gestão da
a) salário-família. b) salário mínimo. empresa;
c) salário de referência. d) salário de contribuição. c) Têm direito ao gozo de férias anuas com, pelo
e) salário utilidade. menos, um terço a mais do que o salário normal;
d) Podem ter os seus salários retidos, quando o(a)
4) (FUMARC/TRT). Aos trabalhadores urbanos e rurais empregador(a) julgar conveniente;
são assegurados os seguintes direitos, EXCETO: e) Fazem jus a seguro contra acidentes de trabalho por
a) Seguro-desemprego. em caso de desemprego eles custeado no limite máximo de cinqüenta por
involuntário: cento.
b) Estabilidade, adquirida após dois anos de serviço;
c) Igualdade de direitos entre trabalhador com vinculo 9) Quanto à prescrição para pleitear em juízo os
empregatício permanente e) o trabalhador avulso; créditos resultantes das relações de trabalho, está
d) Remuneração do trabalho noturno superior à do correta a seguinte afirmação:
diurno; a) É de sete anos, para o trabalhador urbano:
e) Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em b) É sempre de cinco anos, para o trabalhador rural;
convenção ou acordo coletivo. c) É sempre de cinco anos, após a extinção do contrato,
para o trabalhador rural;
Nas questões 05 a 07, assinale a opção em que o d) É sempre de dois anos, no curso do contrato de
direito dos trabalhadores urbanos e rurais não é trabalho, para o trabalhador urbano;
garantido pela Constituição brasileira. e) É de dois anos, após a extinção do contrato, para o
trabalhador rural.
5)
a) Fundo de garantia sobre o tempo de serviço; 10) Assinale a alternativa incorreta:
b) Piso salarial proporcional à extensão e à a) É obrigatória a participação dos sindicatos nas
complexidade do trabalho; negociações coletivas de trabalho;
c) Salário mínimo: b) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a
d) Remuneração do trabalho noturno superior à do partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
diurno; representação sindical;

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POLÍCIA PENAL 60 NOÇÕES DE DIREITO
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e) O aposentado filiado não tem direito de votar e ser


votado nas organizações sindicais: 17) O adicional de remuneração é previsto para as
d) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses atividades consideradas:
coletivos ou individuais da categoria. a) Perigosas; c) Penosas;
b) insalubres; d) Todas as anteriores estão corretas
11) O texto constitucional dispõe sobre a greve:
a) É proibida. pois gera prejuízo a todos: 18) A licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
b) É direito amplo e absoluto do trabalhador; salário, corresponde a:
c) É possível nos casos em que a lei permite; a) Noventa dias salvo acordos e convenções coletivas;
d) É direito amplo, mas deve ser entendido juntamente b) Cento e vinte dias:
com os demais direitos, de forma a não ir contra a c) Cem dias. desde que requerida antes do nascimento;
própria valorização do trabalho. d) Nenhuma das anteriores.

12) No sistema constitucional em vigor, os sindicatos: 19) O seguro contra acidentes do trabalho não exclui a
a) Funcionam sob a orientação do poder público; indenização a que está obrigado, quando:
b) São livres quanto À instituição e funcionamento; a) Incorrer em dolo ou culpa;
c) Dependem de autorização do poder público para c) Incorrer nas penas da lei;
instituição e funcionamento: b) Ocorrer a morte;
d) Nenhuma das anteriores. d) Incorrer em contravenção penal

13) Assinale a alternativa incorreta: 20) A eleição de um representante dos empregados


a) É devido o reconhecimento das convenções e com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
acordos coletivos de trabalho; entendimento direto com os empregadores é
b) A remuneração do trabalho noturno é superior à do assegurada:
diurno; a) Nas empresas com mais de vinte empregados;
c) Férias anuais remuneradas com, pelo menos, um b) Nas empresas públicas e privadas com mais de cem
terço a mais do que o salário normal; empregados:
d) Diferença de direitos entre o trabalhador com c) Somente em empresas públicas:
vínculo empregatício permanente e trabalhador avulso. d) Nas empresas com mais de duzentos empregados.

14) A associação profissional ou sindical: 21) O portador de deficiência física:


a) É livre, pois nenhum empregado é obrigado a a) Pode ser discriminado quanto ao salário;
sindicalizar-se ou manter-se sindicalizado: b) Não pode ser discriminado quanto ao salário, mas
b) É facultativa, porém uma vez sindicalizado, não pode somente com relação ao critério de admissão:
voltar atrás; c) Não pode sofrer discriminação quanto ao salário ou
c) É livre, mas com restrições quanto à participação no critério de admissão;
sindicato: d) Pode ser discriminado em qualquer situação.
d) É obrigatória para todos os integrantes da categoria.
22) Uma pessoa com mais de 13 anos de idade:
15) Prevendo a proteção do salário, na forma da lei, a a) Pode exercer atividade laboral, desde que não cause
Constituição identificou como crime: perigo à saúde;
a) Sua vinculação com percentuais de lucro da b) Não pode exercer atividade laboral, uma vez que o
empresa; texto constitucional estabelece como idade mínima 16
b) Sua retenção dolosa, anos, salvo na condição de aprendiz;
c) A compensação de horários; c) Pode desenvolver qualquer atividade licita, pois não
d) O aumento da jornada de trabalho. há limitação constitucional:
d) Sofre restrições quanto ao trabalho noturno e
16) O aviso prévio deve ser proporcional ao tempo de insalubre.
serviço, sendo:
a) No mínimo, de trinta dias;
b) De um dia para cada mês de trabalho;
c) De três dias para cada ano de trabalho;
d) No mínimo de quinze dias.

1- b 2-a 3-a 4-b 5-e 6-a 7-b 8-c 9-e 10-e 11-c 12-b
13-d 14-a 15-b 16-a 17-d 18-b 19-a 20-d 21-c 22-b

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POLÍCIA PENAL 61 NOÇÕES DE DIREITO
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DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS D) O erro judiciário é passível de indenização pelo


Estado.
1. (Consulplan/PC-BA/Delegado) Na Constituição da E) O direito constitucional de permanecer calado é
República Federativa do Brasil há um artigo que reúne assegurado à testemunha no processo penal.
vários dos artigos da Declaração 7. (Consulplan/Chesf/Advogado) A Constituição
Universal dos Direitos Humanos. Esse artigo é o: Federal - 1988 intitula, como fundamentais, os
A) 1º B) 2º C) 4º D) 5º E) 144 seguintes direitos e garantias:
A) O direito de herança, a indenização do condenado
2. (Consulplan/PC-BA/Delegado) O Habeas corpus por erro judiciário e o mandado de segurança
vincula-se diretamente à: individual e coletivo.
A) “Primeira geração” dos D. H. D) “Quarta geração” dos B) A não intervenção do Estado na economia, a
D. H. impenhorabilidade do bem de família e a
B) “Segunda geração” dos D. H. E) N.R.A inimputabilidade penal dos
C) “Terceira geração” dos D. H. menores de 18 anos.
C) A gratuidade dos registros públicos aos
3. (Consulplan/PC-BA/Delegado) Não se pode chamar reconhecidamente pobres, o direito a todo indivíduo
a doutrina dos direitos humanos em favor de quem os de constituir empresa e o mandado de segurança.
violou devido à(ao): D) A ação civil pública, a impenhorabilidade do bem de
A) Relatividade dos D. H. D) Falta de coação dos D. H. família e taxas de juros compatíveis com o poder
B) Falta de coerção dos D. H. E) N.R.A aquisitivo da
C) Indivisibilidade dos D. H. população.
E) A inadmissibilidade da prova obtida por meios
4. (Consulplan/PC-BA/Delegado) A terceira geração ilícitos, a proibição plena da pena de morte e o direito
dos Direitos Humanos diz respeito a um princípio de petição.
albergado pela Revolução Francesa e
corresponde a determinados direitos. Dentre as 8. (Consulplan/INB/Advogado) A autoridade pública
assertivas abaixo, qual representa a correta associação poderá usar a propriedade particular, assegurado ao
entre o proprietário indenização ulterior, se houver dano, no
princípio e os direitos a serem conquistados: caso de:
A) Igualdade – direitos civis e políticos. D) Liberdade – A) Iminente perigo público. D) Interesse público.
direitos civis e políticos. B) Necessidade ou utilidade pública. E) Vontade
B) Fraternidade – direitos sociais e culturais. E) discricionária da Administração Pública.
Fraternidade – direitos de solidariedade. C) Interesse social.
C) Liberdade – direitos de solidariedade.
9. (Consulplan/Pref.Itapira-SP/Procurador) Assinale a
5. (Consulplan/Cesan/Técnico – adaptada) As células- alternativa correta: A CRFB/88 assegura aos autores de
tronco são consideradas o curinga da medicina, pois obras literárias, artísticas ou científicas:
não se tratam de células especializadas em exercer A) O direito de utilização de maneira não exclusiva.
determinada função, mas podem adaptar-se e B) O direito exclusivo de utilização intransferível por
diferenciar-se em diversos tecidos do corpo. Acerca das herança.
células-tronco embrionárias, pode-se afirmar que o Art. C) O direito exclusivo de utilização, publicação ou
5° da Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/05), que reprodução de suas obras, transmissíveis aos herdeiros
permite o uso destas células para fins de pesquisa, foi pelo tempo que a lei fixar.
alvo de ação direta de inconstitucionalidade. D) Um direito para ser exercido apenas pelos herdeiros
do criador.
6. (Consulplan/Câmara Municipal de Queimados- E) Nenhuma das opções anteriores é verdadeira.
RJ/Procurador) Assinale a opção correta:
A) É vedada a prisão por dívida, excetuando-se 10. (Consulplan/Pref.Pedro Leopoldo-MG/Procurador)
somente a do depositário infiel. Assinale a opção correta:
B) O atual sistema constitucional só permite que A) A pequena propriedade rural, assim definida em lei,
alguém seja preso mediante ordem escrita e desde que trabalhada pela família, não será objeto de
fundamentada da penhora para pagamento de débitos decorrentes de
autoridade judiciária competente. sua atividade produtiva.
C) Salvo em caso de guerra declarada, não pode haver B) Aos autores pertence o direito exclusivo de
tribunal de exceção. utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
vedada, no entanto, a sucessão hereditária.

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POLÍCIA PENAL 62 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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C) No caso de iminente perigo público, a autoridade e dos princípios por ela adotados, os direitos
competente poderá usar a propriedade particular, estabelecidos em tratados internacionais de que seja
assegurada ao proprietário caução prévia para parte.
indenização de eventual dano. III. Deve assegurar aos presos o respeito à integridade
D) A lei estabelecerá o procedimento para física e moral, constituindo crime inafiançável e
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, insuscetível de graça ou anistia a prática de tortura.
ou por interesse social, mediante justa e prévia Analisando-se as assertivas acima, pode-se afirmar que:
indenização em títulos da dívida pública, resgatáveis no A) Todas estão incorretas. D) Somente as de números I
prazo fixado em lei, com cláusula de atualização e II estão corretas.
monetária. B) Somente as de números II e III estão corretas. E)
E) Todas as respostas anteriores estão corretas. Somente as de números I e III estão corretas.
C) Todas estão corretas.
11. (Consulplan/INB/Advogado) Um grupo de policiais,
necessitando penetrar durante a noite em uma 14. (Consulplan/ResendePrev/Técnico – corrigida) A
determinada residência com o fim de capturar um Constituição Federal estabelece que “todos são iguais
indivíduo em flagrante delito, invade este local sem o perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
consentimento de seu morador. Podemos afirmar que: garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
A) Os policiais agiram ilegalmente. D) Os policiais no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
agiram precipitadamente. à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
B) Os policiais agiram de forma constitucional. E) N.R.A. seguintes termos”, EXCETO:
C) Os policiais agiram de forma abusiva. A) Homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações.
12. (Consulplan/Cofen/Advogado) De acordo com o B) A submissão de pessoas a tortura, tratamento
art. 5º da Constituição da República Federativa do desumano ou degradante será permitida somente em
Brasil de 1988 “todos são iguais perante a lei, sem casos de extremo risco à sociedade.
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos C) É livre a manifestação do pensamento, sendo
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a vedado o anonimato.
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à D) Não [leia-se: “são”] invioláveis a intimidade, a vida
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
seguintes: (...)” Marque a alternativa que NÃO o direito à indenização pelo dano material ou moral
complementa corretamente o referido artigo: decorrente de sua violação.
A) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, E) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
desde que trabalhada pela família, não será objeto de alguma coisa senão em virtude de lei.
penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios 15. (Consulplan/TRE-RS/Técnico Judiciário – área
de financiar o seu desenvolvimento. judiciária) Sobre os direitos e deveres individuais e
B) Aos autores pertence o direito exclusivo de coletivos previstos na Constituição da República
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, Federativa do Brasil, marque a alternativa INCORRETA:
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. A) A lei estabelecerá o procedimento para
C) É garantido o direito de herança. desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
D) No caso de iminente perigo público, a autoridade ou por interesse social, mediante justa e prévia
competente poderá usar de propriedade particular, indenização em dinheiro, ressalvados os casos
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se não previstos na Constituição da República.
houver dano. B) No caso de iminente perigo público, a autoridade
E) A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato competente poderá usar de propriedade particular,
jurídico perfeito e a coisa julgada. assegurada ao proprietário indenização anterior, se
houver dano.
13. (Consulplan/Pref.Laranjeiras-SE/Advogado) A C) Aos autores pertence o direito exclusivo de
República Federativa do Brasil, segundo a Constituição utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
Federal: transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
I. Rege-se, nas suas relações internacionais, dentre D) É assegurado a todos o acesso à informação e
outros, pelo princípio da prevalência dos direitos resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
humanos. exercício profissional.
II. Deve garantir aos brasileiros e estrangeiros E) A propriedade atenderá a sua função social.
residentes no País, além dos direitos expressos no texto
da Lei Maior e outros implícitos, decorrentes do regime

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POLÍCIA PENAL 63 NOÇÕES DE DIREITO
CURSO OPÇÃO
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16. (Consulplan/Pref.São Leopoldo-RS/Advogado) Não D) Trata-se de assertiva falsa, eis que em hipótese
cabe mandado de segurança contra atos de gestão alguma o brasileiro nato pode ser extraditado.
comercial praticados pelos administradores de E) N.R.A.
empresas públicas, sociedade de economia mista e de
concessionárias de serviço público. 2. (Consulplan/Pref.Sertaneja-PR/Advogado) NÃO são
brasileiros natos:
17. (Consulplan/Pref.São José de Ubá-RJ/Advogado) É A) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
inconstitucional lei que fixa o prazo de decadência para que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a impetração de mandado de segurança. a serviço de seu país.
B) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
DIREITOS SOCIAIS brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil.
1. (Consulplan/Pref.Guaxupé-MG/Advogado) De C) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
acordo com a Constituição da República Federativa do mãe brasileira, desde que sejam registrados em
Brasil (artigo 6º) são Direitos Sociais, EXCETO: repartição competente.
A) A educação. B) A saúde. C) A moradia. D) A D) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
segurança. E) A liberdade. mãe brasileira desde que venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
2. (Consulplan/Pref.Itapira-SP/Procurador) Com relação depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
aos direitos sociais (Título II, Capítulo II da CF/88), brasileira.
assinale a alternativa INCORRETA: E) Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
A) É assegurado o direito de greve, competindo aos brasileira, exigidas aos originários de países de língua
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê- portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
lo e sobre os interesses que devam por meio dele e idoneidade moral.
defender.
B) É assegurada a participação dos trabalhadores e 3. (Consulplan/Câmara Municipal de Queimados-
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em RJ/Procurador) Assinale a alternativa correta:
que seus interesses profissionais ou previdenciários A) Em qualquer hipótese, os nascidos em território
sejam objeto de discussão e deliberação. brasileiro são considerados brasileiros natos.
C) Nas empresas de mais de 400 (quatrocentos) B) Os cargos de carreira diplomática podem ser
empregados, é assegurada a eleição de um ocupados por brasileiros naturalizados.
representante destes com a finalidade exclusiva de C) A lei não pode estabelecer restrições entre
promover-lhes o entendimento direto com os brasileiros natos e naturalizados, salvo os casos
empregadores. previstos na Constituição.
D) É assegurada à categoria dos trabalhadores D) Os cargos de magistrados são privativos de
domésticos a licença-paternidade, nos termos fixados brasileiros natos
em lei, bem como a E) Nenhuma das alternativas anteriores estão corretas.
sua integração à previdência social.
E) É livre a associação profissional ou sindical, sendo 4. (Consulplan/Pref.Pedro Leopoldo-MG/Procurador)
obrigatória a participação dos sindicatos nas Analise a veracidade das frases:
negociações coletivas de trabalho. I. Fulano de Tal, filho de um nordestino, nasceu em
Miami-EUA. Aos vinte e três anos veio residir no Brasil
NACIONALIDADE e optou pela nacionalidade brasileira, sendo, portanto
brasileiro nato.
1. (Consulplan/INB/Advogado/2006) “Pode o brasileiro II. Beltrano de Tal, português, veio residir em caráter
nato ser extraditado”. Analisando a presente assertiva, permanente no Brasil, tendo, portanto, a condição de
conclui-se que: brasileiro nato desde que haja reciprocidade em favor
A) Trata-se de assertiva verdadeira, desde que o dos brasileiros em Portugal.
brasileiro nato tenha cometido crime a bordo de III. Estrangeiro é todo aquele que não nasceu em solo
aeronave ou navio de brasileiro.
guerra estrangeiro. Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
B) Trata-se de assertiva verdadeira, desde que o A) I B) II e III C) I e II D) II E) III
brasileiro nato tenha cometido crime de tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. 5. (Consulplan/TRE-RS/Analista Judiciário – área
C) Trata-se de assertiva verdadeira, caso haja judiciária) NÃO é privativo de brasileiro nato o cargo
reciprocidade de tratamento do país requisitante. de:

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POLÍCIA PENAL 64 NOÇÕES DE DIREITO
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A) Presidente do Senado Federal.


B) Ministro do Supremo Tribunal Federal e do Superior
Tribunal de Justiça.
C) Carreira diplomática.
D) Oficial das Forças Armadas.
E) Ministro de Estado da Defesa.

6. (Consulplan/TRE-RS/Técnico Judiciário – área


judiciária) Marque a alternativa INCORRETA:

A) São brasileiros natos os nascidos na República


Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que não estejam a serviço de seu país.
B) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de
pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
C) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de
pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
D) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de
qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
E) Aos originários de países de língua estrangeira com
residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos na Constituição da República.

7. (Consulplan/TRE-RS/Técnico Judiciário – área


judiciária) São privativos de brasileiro nato os seguintes
cargos, EXCETO:
A) Presidente e Vice-Presidente da República. D) Oficial
das Forças Armadas.
B) Ministro das Relações Exteriores. E) Presidente da
Câmara dos Deputados.
C) Ministro do Supremo Tribunal Federal.

GABARITOS

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
1.A. 2.B. 3.B. 4.C. 5.B. 6.B. 7.E. 8.E.

DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS


1.D. 2.A. 3.A. 4.E. 5.C. 6.D. 7.A. 8.A. 9.C. 10.A. 11.B.
12.D. 13.C. 14.B. 15.B. 16.C. 17.E.

DIREITOS SOCIAIS
1.E. 2.C.

NACIONALIDADE
1.D. 2.E. 3.C. 4.A. 5.B. 6.E. 7.B.

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