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Equipamentos de Climatização
Ar Condicionado - Definição
Pela ABNT o processo de condicionamento de ar objetiva o controle de:
• Temperatura,
• Umidade,
• Renovação e a Qualidade do Ar;
• Distribuição do ar.
Necessidade da Climatização
• Conforto térmico;
• Processo produtivo.
Fundamentos da Refrigeração
Exemplo
Aparelho de Janela de Capacidade QL = 12000BTU/h - 3488 W – 1 TR
Consome de Energia Elétrica W = 1265 W Fonte: CAJ Springer
Hi-Wall Teto
Embutir (Built-in)
A unidade evaporadora de embutir é a única em que a insuflação de ar, é feita por
intermédio de um duto e não esta incorporado ao corpo da máquina.
Neste sistema o fluido utilizado para resfriar o ar é água galada, ao contrario de outros
sistemas que utiliza como meio de resfriar o ar o fluido refrigerante que passa no
interior de tubos no evaporador.
A água gelada é produzida em uma central de água gelada, comumente denominada
de Chiller. A água gelada, impulsionada por bombas, e conduzida para uma
serpentina, semelhante a um evaporador, onde o ar insuflado por um ventilador
atravessa esta serpentina, para o ambiente a ser climatizado.
Conclusão
Não importa qual o equipamento de climatização se utilize. Para a seleção do mesmo
é necessário se calcular a “carga térmica”.
Conforto Térmico
Com os valores de Temperatura, Umidade Relativa e Velocidade do Ar,
recomendados pela ABNT, está garantido o Conforto Térmico de todas as pessoas?
Não estes valores são estatísticos. A carta de conforto da ASHRAE fornece uma
relação estatística da media de temperatura e umidade relativa que a maioria das
pessoas aprecia.
Introdução
O calculo rigoroso da carga térmica é de vital importância para o projeto de
condicionamento de ar.
A carga térmica é definida como o calor sensível e latente a ser fornecido ou
(1)
extraído do ar por unidade de tempo, para manter as condições desejadas no
recinto a ser climatizado.
A capacidade do equipamento se determina com as exigências instantâneas de
máxima carga real ou efetiva. Geralmente é impossível medir com exatidão as cargas
reais máximas de um recinto, o que se faz é uma estimativa dessas cargas, existem
diversos métodos de calculo, todos eles baseados em diversas tabelas e gráficos.
Como existem diversos métodos para fazer isto, com precisão muito próxima,
usaremos os métodos aplicados pela TRANE, sendo este aprovados pela ASHRAE
(American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers) e
apoiados por tabelas da ABNT
(1) Calor extraído, conhecido como “carga térmica de verão”, aonde nosso curso será
enfatizado. O calor fornecido é conhecido como “carga térmica de inverno”.
Sistema de Unidades
Procuramos utilizar durante este curso as unidades oficialmente definidas no
Sistema Internacional (SI) contudo como o mercado esta ainda esta acostumado a
trabalhar no antigo sistema vigente no Brasil, ou seja o Sistema Métrico (SM) e no
ultrapassado Sistema Britânico (SB), estas unidades de medidas poderão aparecer
durante os cálculos da carga térmica.
Estudo do local
Para uma estimativa realista da carga térmica de condicionamento de ar, um
estudo mecânico e arquitetônico do local deve ser considerado nos seguintes
aspectos:
2°. Destino do local: Determina para que fim se destina o local, por exemplo;
biblioteca, sala de aula, teatro, escritório, banco e etc.. Está informação fornecera
dados e subsídios para que saibamos a “Temperatura do ambiente” a ser
condicionado, dissipação de calor pelas pessoas.
4°. Colunas e vigas: Verificar se existem vigas, colunas e luminárias que poderão
interferir no projeto da distribuição da rede de dutos e difusores.
6°. Teto: Verificar se existe espaço (altura) entre o piso e o forro para instalar os dutos
de maneira que o pé direito não fique muito baixo.
5°. Colunas e vigas: Verificar se existem vigas, colunas e luminárias que poderão
interferir no projeto da distribuição da rede de dutos e difusores.
9°. Portas: Tipos (Giratórias, Guilhotina, Basculante). Dimensões, cor, tipo de material
(madeira, vidro, plástico, etc.) e quantidade, como também, se elas permanecerão
fechadas ou abertas, e se o ambiente externo a ela tem condicionamento de ar.
10°. Condições externas (vizinhos): Conforme já foi mencionado no item n°1 e n°7.
queima de gás ou outro combustível, as cargas devem ser divididas entre sensível e
latente, conforme valores recomendados na Tabela 13.
Equipamentos e serviços
Ao executarmos o projeto para instalação do equipamento de condicionamento de ar
devemos observa os seguintes itens:
Carga Térmica Interna é denominada a carga térmica que tem seus valores devido à
carga de calor gerada no próprio local a ser condicionado.
Podemos citar como carga térmica interna:
1) Pessoas
2) Iluminação;
3) Utensílios e equipamentos;
4) Maquinas elétricas;
5) Motores elétricos;
6) Tubos e dispositivos de água quente;
7) Outras fontes de calor.
(1) O ar externo para renovação, tende a aumentar a capacidade do equipamento que será
utilizado para vencer a carga térmica do local, e o mesmo será levado em consideração no
momento da escolha deste equipamento, e não durante o calculo da carga térmica do
local.
CORREDOR
SEM CONDICIONAMENTO
T = 32ºC
5 6
4
8,2m 7
8
35 SAGUÃO SEM
CONDIC.
SALA
T = 32ºC
27 6,4m
SEM
CONDIC. SALA 25 SECRETARIA
T = 32ºC T = 24 ± 1ºC COM CONDIC.
UR = 55% T = 24ºC
PD = 4,5m
TEMP. EXTERNA 2 2 1 2
T = 32ºC
(MÉDIA-NORMALIZADA) N
OBSERVAÇÕES
Ocupantes 32 pessoas
Equipamentos: 12 lâmpadas Fluorescente 110W = 1320W
Computador = 800 W
Impressora = 55 W
TV e Video
Cafeteira Eletrica 2 litros = 450 W
Nota: 1º andar com telhado de fibrocimento com forro em fibra de vidro
de 5cm de espessura
Piso tipo laje com taco e = 18cm
Andar inferior sem condicionamento
Sala 25 (sala de aula)
SENAI "Oscar Rodrigues Alves"
V.R.Gerner Fev/2004
(sem escala - croqui)
CÁLCULO
Q& = U . A.∆T
Onde:
Q = Transmissão de calor
U = Coeficiente Global de Transmissão de Calor
A = Área de troca de calor
∆T = Diferença de Temperatura entre os fluídos
Unidades do “Coeficiente Global de Transmissão de Calor – U”
Q&
T1 T2
e
Onde:
T1 = temperatura do lado 1 [ºC]; [ºF]; [ºC]
T2 = temperatura do lado 2 [ºC]; [ºF]; [ºC]
e = Espessura das paredes [m]; [ft]; [m]
K BTU W
K = Condutividade térmica da parede ; ;
h.m, º C h. ft.º F m.º C
Kcal BTU W
h1 = coeficiente de película do lado 1 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C
Kcal BTU W
h2 = coeficiente de película do lado 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C
A.∆Tt
Q& =
1 e 1
+ +
h1 K h2
Onde:
1 e 1
+ + = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área.
h1 K h2
1 1
U= ou seja U=
RT 1 e 1
+ +
h1 K h2
Q& = U . A.∆T
Onde:
Fluído 1
Fluído 2
Película 1 Parede 1 Parede 2 Parede 3
k1 k2 k3 Película
Película 2 2
T1 T2
e1 e2 e3
Onde:
K BTU W
K1; K2; K3 = Condutividade térmica das paredes ; ;
h.m, º C h. ft.º F m.º C
Kcal BTU W
h1 e h2 = Coeficiente de película dos lados 1 e 2 2
; 2
; 2
h.m .º C h. f .º F m .º C
Kcal BTU
Q = transmissão de calor ; ;[W ]
h h
A.(∆T )
Q& = ou Q& = U . A.(∆T )
1 e1 e e 1
+ + 2 + 3 +
h1 K1 K 2 K 3 h2
Onde:
1 e1 e e 1
+ + 2 + 3 + = RT Resistências Térmicas por Unidade de Área
h1 K1 K 2 K 3 h2
Sendo:
(U) O Coeficiente Global de Transmissão de Calor, para fluídos separados por superfícies
planas superpostas (paredes em série)
1 Kcal BTU W
U= e suas unidades 2
; 2
; 2
1 e1 e e 1 h.m .º C h. f .º F m .º C
+ + 2 + 3 +
h1 K1 K 2 K 3 h2
Onde:
Nota:
A Condutividade térmica das paredes( K ), é função do material da parede; alguns
valores de (K) para materiais normalmente utilizados em construção civil podem ser
encontrados nos anexos desta apostila como Tabela 14.
Enchimento de
Madeira KM Espessura da Divisória eD = 5,5 cm
Espessura do Eucatex eE = 5,0 mm
Eucatex KE Espessura do Cavaco eM = 2,25 cm (1)
eD
1
U=
1 e emadeira 1 e 1
+ + + + +
he Keucatex Kmadeira Car Keucatex hi
1 Kcal
U = → Udiv = 1,156
1 0,005 0,0225
+ + +
1
+
0,005 1
+ h.m 2 .º C
29 0,034 0,1 5,36 0,034 8
Telha Fibrocimento KF
hE eF
Camada de Ar CAR
Paredes
hI
eI
Onde:
(2)
AI / AF = 0,9
1
U =
1 elv 1 et 1
+ + + 0,9 x +
hi Klv Catico Kt he
1
U =
1 0,05 1 0,006 1
+ + + 0,9 x +
8,0 0,034 5,36 0,35 29
Kcal
UForro = 0,547
h..m 2 .o C
1.3.3. Coeficiente global de transmissão de calor U – Piso
O piso é constituído de piso de madeira (tacos), sobre uma laje de concreto,
conforme desenho abaixo;
eT
eT
hI Taco Madeira KM
Argamassa KA
Concreto KC
eC
Argamassa KA
hE
eA
Onde:
1
U =
1 etaco ea ec ea 1
+ + + + +
hi Ktaco Ka Kc Ka he
1
U =
1 0 , 01 0 , 02 0 ,13 0 , 02 1
+ + + + +
8 ,0 0 ,14 0 , 62 1, 22 0 , 62 29
Kcal
Upiso = 2,488
hm 2 º C
Porta KM
Espessura da Porta eP = 4,0 cm
(Madeira Dura)
eP
1
Uporta =
1 emadeira 1
+ +
he Kmadeira hi
1
Uporta =
1 0,04 1
+ +
29 0,14 8
Kcal
Uporta = 2,246
hm 2 º C
hE hI
eV
1
Uvidro =
1 evidro 1
+ +
he Kvidro hi
1
uvidro =
1 0,003 1
+ +
29 0,68 8
Kcal
Uvidro = 6,101
hm 2 º C
Tijolo de Barro KT
Espessura da Argamassa eA = 2,0 cm
Argamassa (Argamassa de Cimento)
Espessura do Tijolo eT = 18,0 cm
(Tijolo de Barro Comum)
1
U =
1 e1 et e1 1
+ + + +
hi Ka Kt K1 hi
1
U =
1 0,02 0,16 0,02 1
+ + + +
29 0,62 0,62 0,62 8
Kcal
Uparede(int ernas ) = 2,074
h.m 2 .o C
eT eA
1
Upc =
1 e1 et e1 1
+ + + +
hp K1 Kt K1 hi
1
Upc =
1 0,02 0,36 0,02 1
+ + + +
29 0,62 0,62 0,62 8,0
Kcal
Upc = 1,243
hm2 º C
SUPERFICIE ÁREA U U
2
(m ) (kcal/h x m x °C) (W/h x m2 x °C)
2
Nota: O coeficiente global de transmissão de calor (U), deve ser sempre calculado,
pois mesmo que utilizemos programas de computador para calculo de carga
térmica (Softs), os quais normalmente são importados, e são caracterizados
com materiais de construção de seu país de origem (EUA), e como na maioria
dos casos não existe compatibilidade dos materiais de construção utilizados nos
exterior com os do Brasil, os valores do Coeficiente Global de Transmissão de
Calor U também são diferentes .
∆T)
Qc = A . U. (∆
Onde:
Fonte: NBR 16401 segundo recomendação do ASHRAE Fundamentals Handbook 2005 – Capitulo 28
Nota: Em nosso projeto da sala de aula estamos adotando para São Paulo – SP uma
condição climática de TBS = Text = 32 0C com UR de 60 %
A velocidade média do sobre os ocupantes não deve ultrapassar 0,15 m/s a 0,20 m/s.
Nota: Em nosso projeto da sala de aula estamos adotando um projeto para verão
com temperatura interna de tsala = 24 0C ± 1 0C com UR de 55 %
Nota: Em nosso projeto da sala de aula estamos adotando um projeto para verão
com as temperatura dos ambientes internos vizinhos como tINT = 32 0C.
Qc = 3720,2 kcal/h.
Qc = 4325,9 W
(1) Esta tabela da TRANE AIR CONDITIONING foi elaborada e adaptada para ser usada a
0
30 de latitude sul.
Qi = Ai . U . ∆Teq
Onde:
Qi = Calor ganho por insolação kcal/h; W.
Ai = Área da superfície que recebe insolação m2; m2·
U = Coeficiente global de transmissão de calor kcal/ h x m2 x °C ; W/ m2 x °C.
∆Teq = Temperatura Equivalente (2) ou Gradiente de Temperatura °C ; °C
Telhado ∆Teq
0
Qi = Ai . U . ∆Teq C 0 0 0 1,7 9,4 15 20 22,1 23,5
(Tab. 2)
∆Teq
Qi=52,2.0,547.∆
Qi
Qi = 28,553 . ∆Teq Kcal/h 0 0 0 48,54 268,39 428,29 571,06 631,02 670,99
Qi Total (Kcal/h) 1923,4 5349,8 7030,9 6417,2 4757,2 2084,8 717,09 678,61 670,99
Qi = 7030,9 kcal/h.
Qi = 8175,6 W
Nota: A resultado final dos cálculos pelo método da TRANE e o ASHRAE, para a carga
térmica de insolação, varia em torno de ± 10 %, o que justifica no calculo de
carga térmica de nosso exemplo, pelo método da TRANE, devido a sua
simplicidade de utilização.
4.1. Introdução
É o calor fornecido ao ambiente a ser climatizado pelas das lâmpadas de
iluminação artificial.
Podemos estabelecer que a potência elétrica da lâmpada será a mesma do
calor fornecido ao ambiente a ser climatizado (1) .
(1) Na realidade nem toda potência elétrica da lâmpada é transformada em calor, pois uma
parte desta energia é transformada em luminosidade e o restante em calor.
A equação que utilizamos para determinar o calor fornecido por iluminação por
lâmpadas incandescentes será:
QL= N . W (W)
Onde:
QL= calor de iluminação kcal/h; W.
N= n° de lâmpadas.
W= potência da lâmpada W.
0,86= fator de conversão W x 0,86=kcal/h
Onde:
0,86= fator de conversão w x 0,86=kcal/h
1,25= porcentagem (25%) de calor liberado pelo reator.
Nota: No caso de reatores eletrônicos este fator pode ser considerado como 1,075
(2) Estes valores estão baseados em uma mínima necessidade possível de iluminação, sendo
o correto utilizarmos as Normas Trabalhistas (NBR) e os Códigos Municipais locais para
estabelecermos o nível de iluminação requerida e a capacidade das lâmpadas para gerar
este nível de iluminação.
QL= A . W (W)
2
m
QES = PS (W)
QES = PS . 0,86 (kcal/h)
Onde:
Nota: Nos anexos Tabela 13C, recomendação pela NBR 16401 Instalações de Ar
Condicionado – Sistemas Centrais e Unitários – Parte 1, valores para o calor
liberado por microcomputadores e impressoras são menores, mas nos
presentes cálculos, para fins didáticos, consideramos estes valores super-
dimensionados, como no caso do microcomputador para 250 W, onde a
tabela 13C, da NBR 16401, recomenda uma dissipação de calor da CPU de
75W e para o monitor 80 W , perfazendo um total de 155W (75 + 80) .
QPS = N . FS (kcal/h)
QPL = N . FL (kcal/h)
Onde:
QPS = Calor Sensível liberado pelas pessoas kcal/h
QPL = Calor Latente liberado pelas pessoas kcal/h
N= Número de pessoas no local
FS = Fator de calor sensível liberado por pessoa kcal /h.pessoa (tabela 11).
FL = Fator de calor latente liberado por pessoa kcal /h.pessoa (tabela 11).
QPS = N . FS (kcal/h)
QPS = 32 pessoas . 60 kcal/h.pessoa
QPS = 1920 kcal/h
QPS = 2232,6 W
QPL = N . FL (kcal/h)
QPL = 32 pessoas . 40 kcal/h.pessoa
QPS = 1280 kcal/h
QPS = 1488,4 W
(1) A Tabela 10 é apenas referencial, jamais deve ser usada como valor definitivo,
devemos sempre dar preferência para o Código de Obras do Município ou as NBR do
ministério do Trabalho.
NP = A / FOC
Onde:
NP = Previsão do número de pessoas
A = Área do local (m2)
FOC = Fator de ocupação do local (tabela 10).
Por exemplo, caso não soubéssemos o número de alunos que ocuparão a sala de
aula n025,
Nota: A Tabela 10, da antiga NBR 6401, não tem referência a salas de aula, utiliza-se
o local como “Auditório – Conferências” .
NP = A / FOC
NP = 53 m2 / 1,5 m2/pessoa
NP = 35 pessoas
Este valor está muito próximo do que foi utilizado no projeto da sala 25, onde a
quantidade real é de 32 pessoas.
Nota: A Tabela 9A, da NBR 16401, atualizada, no item D, recomenda que uma Sala
de Aula, o número de ocupantes para cada 100 m2 é de 35 pessoas, como a
sala de aula tem 53 m2, equivale a capacidade de este local ser de 17 pessoas.
Pode-se observar que a norma NBR 6401, que recomendou 35 pessoas, esta
mais próxima da realidade, de uma sala de aula
7.1. Introdução
O ar externo ao ser introduzido no ambiente climatizado pelas frestas de portas e
janelas, aberturas de portas tendem a aumentar o Calor Sensível QIAS e Calor Latente
QIAL no ambiente.
Este ar tem sua vazão dependente do tamanho da abertura e da velocidade do
vento, como esse calculo pode tornar-se muito complexo a NBR 6401 recomenda a
utilização das tabelas Tabela 07 e Tabela 08 dos anexos.
Onde:
VIA = Vazão volumetrica de ar externo infiltrado m3/h
C = Comprimento da fresta m
FIA = Fator de infiltração pelas frestas, m3/h.metro de fresta (Tabela 8).
(1) Não será considerado a infiltração pelas frestas da porta, já que a mesma esta
localizada em um corredor interno, local em que a velocidade do vento é desprezível,
não propiciando a infiltração de ar.
(2) Na Tabela 08 encontramos para uma janela guilhotina com caixilho de metal sem
3
vedação uma infiltração de 4,5 m /h metro de fresta ,portanto como foi informado
anteriormente, estas janelas são muito antigas, e será considerado desta forma, como
opção do projetista, o maior valor possível para infiltração em janela, que neste caso
3
será de 6,5 m /h.metro de fresta
JANELA SALA 25
Caixilho de Aço com vidro comum
FRESTAS
2,5 3,95
1,0
2,0
Como na sala 25 existem 3 janelas o comprimento total das frestas será de:
C frestas = 3 janelas . 9,5 m de frestas/janela
Ar Externo
TBSE = 32 0C
hE URE = 60 %
Volume Especifico
E νE = 0,975 m3/kg
Entalpia
hE = 81,2 kJ / kg
URE hE = 19,4 kcal / kg
TBSE νE
mIA = VIA / νE
mIA = 190 kg / h
URS Ar Interno
TBSS = 24 0C
URS = 55 %
hS
Entalpia
hS = 52,3 kJ / kg
hS = 12,5 kcal/kg
S
TBSS νS
Onde:
QIA = Calor Total devido a infiltração do ar externo kcal/h
QIAS = Calor Sensível devido a infiltração do ar externo kcal/h
QIAL = Calor Latente devido a infiltração do ar externo kcal/h
mIA = Vazão em Massa de ar externo infiltrado kg/h
hS = Entalpia do ar da sala kcal/kg (Carta Psicrométrica)
hE = Entalpia do ar externo kcal/kg (Carta Psicrométrica)
h∆= Entalpia relativa ao ar da sala e ar externo kcal/kg (Carta Psicrométrica)
hE
h∆
E
hS
QIAL
QIA
S ∆
QIAS
Ar Interno Ar Externo
0 0
TBSS = 24 C TBSE = 32 C
URS = 55 % URE = 60 %
Entalpia Entalpia
hS = 52,3 kJ / kg hE = 81,2 kJ / kg
hS = 12,5 kcal/kg hE = 19,4 kcal / kg
Nota: O sinal (-) é apenas uma referencia para indicar que o ar infiltrado esta perdendo calor.
Nota: O calculo da carga térmica poderia ter sido finalizado neste momento com a
escolha de um aparelho condicionador de ar que tivesse uma capacidade
maior ou igual a 17.945,44 Kcal/h, contudo é necessário que se realize uma
renovação de ar no ambiente, colocando no interior do mesmo uma quantia de
ar externo para higienização, este processo acarretará em um aumento do
valor da carga térmica, o qual será calculado no capitulo a seguir.
Capacidade do Equipamento
Introdução
Calculada a carga térmica do local que se deseja climatizar, o próximo passo
antes de escolher um equipamento condicionador de ar, de uso comercial, adequado,
será necessário calcular :
• Vazão de Ar de Insuflação
• Capacidade Térmica do Equipamento
VAZÃO DE AR DE INSUFLAÇÃO
Para uma determinada necessidade de carga térmica é necessário uma vazão
(1)
de ar de insuflação , para determinarmos a mesma utilizaremos os conceitos de
psicrométrica aplicada para a qual será também introduzido alguns novos conceitos:
(2) A Linha de Razão que estamos nos referindo é referente ao local, contudo a Linha de
Razão, também, pode ser Total, e representa o balanceamento térmico da instalação,
incluído todas as cargas de calor sensível e latente que procedem do ar exterior de
renovação.
1 Calor Sensível Q TS
fcs = = =
m Calor Total Q TT
Após ter calculado o fator de calor sensível (fcs) ele pode ser localizado na
“Escala do Fator de Calor Sensível” (ao lado da escala do teor de umidade).A partir
desse valor deve ser traçado uma reta, denominada “Linha de Fator de Calor
Sensível” (conforme linha tracejada na figura abaixo) que passe pelo “Ponto de
Referência” o qual é localizado na maioria das cartas psicrométricas a uma TBS = 24
0
C e UR = 50 % , conforme pode ser verificado na carta psicrométrica da Tabela 18 ,
Tabela 20 e 21.
Esta reta que representa o fator de calor sensível do local (fcs) é transferida,
paralelamente, utilizando-se régua e esquadro, passando pelo ponto S que
representa os estados da sala de TBSS e URS, conforme linha cheia na figura abaixo.
50%
Linha de Fator de Calor Sensível
URS
Ponto de Referência
Paralelas
Linha de Fator de Calor
Sensível, passando pelo
ponto da sala S
fcs
S
I
24 0C
TBS
TBSS
QTS
Calor Total QT T
m= ==
Calor Sensível QT S
Escala do Multiplicador
m
URS
m
Paralelas
S
I
TBSS
Após o multiplicador ser calculado ele pode ser localizado na forma de uma
reta na “Escala do Multiplicador”, que se encontra na carta psicrométrica (no caso da
carta psicrométrica que estamos utilizando, para São Paulo-SP, será a Tabela 19), e
transferido, na forma de uma paralela, utilizando-se régua e esquadro, para dentro da
carta psicrométrica, passando pelo ponto S que representa os estados de TBSS e URS,
conforme figura acima.
.
1.3. Calculo do Fator de Calor Sensível (fcs) (3)
O Fator de Calor Sensível (fcs) da sala 25, será:
Carga Térmica na Sala 25 (Calculado Anteriormente)
Carga Térmica Sensível: QTS = 15615,44 kcal/h
Carga Térmica Total: QTT = 17945,44 kcal/h
QT S 15615,44 kcal/h
fcs
fcs = = = 0,87
m = 1,15
QT T 17945,44 kcal/h
(3) Em projeto utilizamos somente uma das razoes da sala ou o Fator de Calor Sensível
(fcs) ou multiplicador (m), o mais importante é que a carta psicrometrica seja referente
a altura do local que esta nosso projeto de condicionamento de ar da sala 25, que se
encontra na cidade de S.Paulo –SP, dispomos das cartas psicrometrica da Tabela 18 e
Tabela 19.
2. Temperatura de Insuflação TI
A temperatura de insuflação (TI), é determinada na carta psicrométrica,
passando a reta do multiplicador ou do fator de calor sensível pelo ponto que
representa as condições da sala (S) e o ar insuflado (I). A Temperatura de Insuflação
(TI) será determinada no ponto quando esta reta cortar a linha de Umidade Relativa de
90 %, que será o ponto de insuflação (I).
Ponto de Referência
Linha de Fator de Calor Sensível,
passando pelo ponto da sala S Paralelas
fcs =0,87
cruzando com a linha de UR =
90 %
fcs
S
I
24 0C
TBS
TBSS
TI
UR = 90%
m = 1,15
URS
S m
TI TBSS
TI = 15 0C
Conclusão: Para que tenhamos uma temperatura ambiente de 24°C com UR 55%,
para as condições de calor sensível e latente calculada (QTS =
15615,44 Kcal/h, QTL = 2330 Kcal/h), é necessário que o ar seja
insuflado na sala com
Ti = 15°C e UR 90%.
3. Difusão ∆TZ
∆TZ) é chamada a diferença de temperatura entre a temperatura da
Difusão (∆
sala a ser climatizada (TBSS) e a temperatura de Insuflação (TI).
Quanto maior a altura das bocas de insuflação e quanto maior o número de
bocas, maior pode ser a difusão (1) .
Usando bocas de insuflação de grande indução (que provocam uma grande
mistura com o ar da sala), podemos aumentar a difusão ∆TZ sem perigo das pessoas
receberem o ar frio (verão) ou ar muito quente (inverno) que são lançados por estas
bocas
∆TZ = TBSS - TI
Nota: A difusão pode ser considerada com outros valores, caso seja recomendada,
por catálogo técnico, pelo fabricante das bocas de insuflação, como grelhas e
difusores, que serão utilizados no local.
∆TZ = TBSS - TI
∆TZ = 24 0C - 15 0C
∆TZ = 9 0C
QTS = mI x CAR x ∆T
Onde:
QTS = Carga Térmica Sensível (kcal/h)
mI = Vazão de Ar de Insuflação (kg/h)
CAR = Calor especifico médio do ar (0,24 Kcal / Kg °C) ; (1,0 kJ / kg °C)
∆T = TBSS - TI = difusão (0C)
QTS = mI x CAR x ∆T
15615,44 Kcal/h = mI x 0,24 Kcal / Kg °C x (24 - 15) 0C
mI = 7229 kg / h
VI = mI x νAR
Onde:
VI = Vazão de Ar volumétrica de Insuflação (m3l / h)
mI = Vazão de Ar em massa de Insuflação (kg/h)
νAR = Volume Especifico do ar de Insuflação (m3 / kg ) (1)
(2) Determinado na carta psicrométrica da cidade de São Paulo para uma temperatura de
0
insuflação TI = 15 C e umidade relativa de UR = 90 %
VI = mI x νAR
VI = 7229 kg / h x 0,9075 m3 / kg
VI = 6561 m3 / h
Temperatura de Insuflação TI = 15 0C
Nota: Após a morte do ministro das Comunicações, Sergio Motta, em Abril de 1998, ao
contrair uma bactéria que se aloja no ar-condicionado, a Legionella, o Ministério da
Saúde baixou portaria exigindo a higienização mensal dos aparelhos de ar-
condicionado e a necessidade da Renovação de Ar em locais que as pessoas estejam
confinadas, estando ou não o ambiente climatizado.
VREN = Vef = Pz * Fp + Az * Fa
Onde:
VREN = Vef = Vazão de Ar de Renovação (L/s);
Pz = Número máximo de pessoas no local a ser ventilado;
Fp = Vazão de ar exterior por pessoa, expressa em litros por segundo (L/s.pessoa); (1)
Az = Área útil ocupada pelas pessoas, expressa em metros quadrados (m2);
Fa = Vazão de ar exterior por área útil ocupada (L/s.m2). (1)
Na sala de aula 25
No que se refere a Sala de Aula, na Tabela 9A, que se encontra originalmente,
na NBR 16401, encontramos, a recomendação para a vazão de ar exterior Fp e Fa,
em três níveis de exigência, conforme se encontra descrito nas notas de rodapé da
Tabela 9A.
(2) O nível (1, 2 ou 3) de ar externo a ser utilizado no projeto deve ser definido entre o
projetista e o cliente.
Nota: Um parâmetro para definir qual o nível de qualidade do ar a ser adotado, durante o
projeto, pode ser tomado como referencia a qualidade do ar externo, ou seja, em locais
em que a concentração de CO2 esta elevado (acima de 450 ppm) é ideal adotarmos o
Nível 3.
(2)
No exemplo para o projeto da sala 25, vamos definir o Nível 3 , de qualidade
do ar.
VREN = Vef = Pz * Fp + Az * Fa
VREN = Vef = 32 pessoas * 7,5 L/s.pessoa + 52,2 m2 * 0,9 L/s.m2
VREN = Vef = 286,98 L/s
VREN = Vef = 1033,128 m3 / h
Conclusão
A Renovação de Ar segundo NBR 16401, recomenda para a sala de aula, para
o Nível 3 de exigência, uma vazão de ar de renovação de:
VREN = N . FREN
Onde:
VREN = Vazão de ar externo para renovação m3/h
N= Número de pessoas no local
FREN = Fator de ar exterior para renovação m3/ h . pessoa (2)
Na sala de aula 25
No que se refere a Sala de Aula, a Vazão de Ar de renovação pela
recomendação da Portaria 3523/90, será;
VREN = N . FREN
VREN = 32 pessoas . 27 m3/h.pessoa
VREN = 864 m3/h
Conclusão
A Renovação de Ar segundo Portaria 3523/90 de 28 de Agosto de 1998,
recomenda para a sala de aula, uma vazão de ar de renovação de:
VREN = N . FREN
Onde:
VREN = Vazão de ar externo para renovação m3/h
N= Número de pessoas no local
FREN = Fator de ar exterior para renovação m3/ h . pessoa (1)
Na sala de aula 25
Na sala de aula de numero 25, do projeto em questão, é uma instalação de ar
condicionado para conforto, desta forma deve-se providenciar uma quantidade de ar
para renovação, pela NBR 6401, sabendo-se que no local temos:
(2) O valor encontrado na Tabela 09, da NBR – 6401 Instalações de Ar Condicionado para
3
conforto Térmico 3 esta entre 50 e 40 m / h . pessoa, onde adotaremos o valor médio
3
de 45 m /h . pessoa, (quarenta e cinco metros cúbicos por hora por pessoa) para
Salas de Aula.
VREN = N . FREN
VREN = 32 pessoas . 45 m3/ h . pessoa
Ministério da Saúde, lembre-se para sala de aula a concentração media de CO2 deve
ser de 700 ppm, este valor pode chegar no máximo a 1000 ppm para qualquer tipo de
ambiente segundo exigencia da ANVISA.
Assim concluimos que não basta incerirmos num recinto, onde exista pessoas
confinadas, uma vazão de ar de renovação se esquecermos que a concentração de
CO2 ultrapassou o limite estabelecido pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária
do Ministério da Saúde (ANVISA).
.
No projeto da sala 25, que se encontra em um prédio na cidade de
S. Paulo (SP), em um local considerado muito poluído, utilizaremos uma Vazão de Ar
de Renovação com elevado nível de segurança, desta forma adotaremos:
Nota: Para fins de projeto, no exemplo da sala de aula 25, estamos considerado uma
vazão de ar de renovação de 1440 m3/h.
Estamos utilizando neste projeto, da sala 25, a Vazão de Ar de Renovação,
VREN = 1440 m3/h, obtido com a NBR-6401, pois o valor recomendado por ela
apresenta maior nível de segurança.
Lembre-se que quanto maior a Vazão de Ar de Renovação introduzida em um
recinto, menor será o nível de CO2 obtido neste local.
Onde:
mREN = Vazão de Ar em massa de Renovação (kg/h)
VREN = Vazão de Ar volumétrica de Renovação (m3 / h)
νAR = Volume Especifico do ar de Renovação (m3 / kg ) (1)
(2) Determinado na carta psicrométrica da cidade de São Paulo para uma temperatura do
0
ar de renovação TBSE = 32 C e umidade relativa de URE = 60 %
mREN = 1477 kg / h
Difusor
TBSI
mRET
mI
URI = 90 %
TBSS
TBSS URS URS
mI
Sala
mRET
mI
Evaporador
mI mREN
mMIS
(Mistura) TBSE URE
Condicionador de AR
Onde:
mMIS = Vazão de ar de mistura (kg / h) – Calculado acima
mREN = Vazão de ar de renovação (kg / h) – Calculado acima
Calculando:
TBSRET = TBSS
URRET = URS
Onde:
mMIS = Vazão de ar de mistura (kg / h) – Calculado acima
mREN = Vazão de ar de renovação (kg / h) – Calculado acima
mRET = Vazão de Ar de Retorno (kg / h) – Calculado acima
TBSMIS = Temperatura do ar da Mistura (0C)
TBSREN = Temperatura do ar de Renovação (0C)
TBSRET = Temperatura do ar de Retorno (0C)
Pode ser observado que sobre a Linhas de Mistura esta o ponto conhecido
como Ponto de Mistura (M), que representa o estado do ar de mistura dentro da carta
psicrométrica.
TBSMIS = 25,6 0C
QT = mI . ( hI – hMIS )
Onde:
QT = Calor Total a ser retirado do ar pelo condicionador de ar (kcal/h)
mI = Vazão de ar de insuflação = mMIS = Vazão de ar de mistura (kg / h)
hI = Entalpia do ar de insuflação (kcal/kg) (Carta Psicrométrica)
hMIS = Entalpia do ar de mistura (kcal/kg) (Ponto de mistura na Carta Psicrométrica,
ou calculado como no item )
Ponto de Insuflação S
QT = mI . ( hI – hMIS )
QT = 7229 kg / h . (9,92 – 13,90 ) kcal/kg
QT = 28.771,42 kcal / h
Ou
QT = mI . ( hI – hMIS )
QT = 7229 kg / h . 1h / 3600 seg (41,52 – 58,2 ) kJ/kg
QT = 33,49 kW
hM
h∆
M
HI
QLT
QTA
I ∆
QST
Ganho de calor sensível retirado pelo condicionador de ar: QST = 18.498,56 kcal/h
QST = 21,54 kW
Ganho de calor latente retirado pelo condicionador de ar: QLT = 10.265,18 kcal/h
QLT = 11,95 kW
Nota: O sinal (-) é apenas uma referencia para indicar que o ar infiltrado esta perdendo calor.
Ganho de calor sensível retirado pelo condicionador de ar: QST = 18.498,56 kcal/h
QST = 21,54 kW
Ganho de calor latente retirado pelo condicionador de ar: QLT = 10.265,18 kcal/h
QLT = 11,95 kW
(1)
A capacidade do equipamento condicionador para ser utilizado na sala 25,
de nosso projeto demonstrativo, deve ter as seguintes características
Introdução
O método pratico para calculo da carga térmica utilizando a planilha não oferece a precisão do
método tradicional e seu uso só é recomendado para condicionadores de ar compacto,
tipo janela, ou sistemas divididos, air-split, de pequenas capacidade. Essa planilha foi
criada justamente para facilitar o trabalho do técnico que tem que auxiliar o cliente a
escolher o condicionador de ar, de uma maneira rápida, que melhor atenda às
necessidades do ambiente a ser climatizado.
Lembrando que este método não é recomendado quando se deseja um
sistema de condicionamento de ar completo com distribuição de ar através de dutos,
vazão de ar de insuflação e controle da umidade relativa.
Existe diversas destas planilhas em utilização no mercado. Contudo a que será
aqui apresentada a Tabela 15, que foi desenvolvida pela ABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) e apresentada na Norma NBR-5858 (Condicionador de Ar
Doméstico).
A NBR-5858, já teve uma planilha anterior em que os seus cálculos são
apresentados no Sistema Métrico de Unidades (SM), Tabela 16, e o resultado da
carga térmica, naturalmente, em kcal/h , posteriormente esta planilha foi adaptada
para os padrões do Sistema Internacional de Unidades (SI), passando desta forma a
fornecer capacidade em kJ/h. Nos anexos destes apontamentos encontramos estas
duas planilhas.
Para que você possa aprender como usar essa planilha, vamos apresentar um
exemplo que vai descrever passo-a-passo, tudo o que tem que ser considerado e
calculado para a obtenção dos dados que, colocados nesse formulário, vão fornecer a
carga térmica correta para o ambiente escolhido.
Após preencher o cabeçalho identificando seu cliente, e antes de começar o
preenchimento do formulário propriamente dito, você precisará recolher dados sobre:
• as dimensões (medidas) do ambiente;
• as quantidades de janelas, as portas e os vãos livres com as respectivas
dimensões;
• o tipo de parede: leve (espessura até 15 cm) ou pesada (espessura maior
do que 15 cm);
Como você pode perceber, além do croqui, você deve anotar, também, todos
os dados relativos ao ambiente: quantidade de pessoas, quantidade de lâmpadas e
respectiva potência consumida, equipamentos com as respectivas potências.
Agora vamos passar os dados para o formulário. Faça isso na seqüência em
que são apresentados. Comece, portanto, pelos dados de insolação (incidência de sol)
das janelas que recebem os raios solares diretamente. Veja a seguir.
1 – Janelas (insolação)
Inicialmente, você calcula a área da cada janela. Assim, como a janela tem 2 m
de largura por 3,95 m de altura, a área de cada janela será 2 x 3,95 e obtém 7,9 m2.
Se houver mais de uma janela no recinto, e elas estiverem na mesma parede,
como é o nosso caso, e portanto, na mesma posição em relação ao sol, você soma
todas as áreas das janelas dessa parede que você calculou.
No croquis notamos que existem três janelas na direção leste então é
necessário somar as áreas das três janelas que estão nesta parede.
Assim, na parede voltada para o leste existe uma área total de janelas de 3 x
7,9 m , o que perfazem um total de 23,7 m2, podemos arredondar este valor para 24
2
CALOR A B C D
RECEBI 1 – USAR
DO DE: CARA CTE R ÍST IC AS SEM C/ C/ ÁREA X APENAS O
PROTEÇÃO PROTEÇÃO PROTEÇ FATOR MAIOR VALOR
* INTERNA* ÃO DA COLUNA.
EXTERNA
2 – P/ TIJOLOS
2 DE VIDRO,
NORTE M 1000 480 290
CONSIDERAR A
2 METADE DOS
NORDESTE M 1000 400 290
JANELAS (INSOLAÇÃO)
VALORES
CALCULADOS.
LESTE 24 M
2 1130 550 360
2
SUDESTE M 840 360 290
1
2
SUL M 0 0 0
2
NOROESTE M 1500 630 400
CALOR A B C D
RECEBI 1 – USAR
DO DE: CARA CTE R ÍST IC AS SEM C/ C/ ÁREA X APENAS O
PROTEÇÃO* PROTEÇÃO PROTEÇ FATOR MAIOR
INTERNA* ÃO VALOR DA
EXTERNA COLUNA.
SUL M2 0 0 0
2
SUDOESTE M 1680 670 480
2
OESTE M 2100 920 630
Observe no formulário, que se existisse janelas voltadas para o sul têm o fator
de correção igual a 0 (zero), pois não recebem insolação. É o mesmo caso das
janelas constantemente sombreadas por construções adjacentes e que, por isso, são
consideradas como sendo voltadas para o sul já que não recebem insolação direta.
Nesse caso, também, o fator de multiplicação é 0 (zero).
O que foi calculado até aqui, refere-se ao calor recebido diretamente do sol pelas
janelas (Insolação pelas Janelas).
2 – Janelas (condução)
Devemos considerar, agora, o calor ganho por condução através de todas as
janelas, isso tem relação com a quantidade das janelas e a espessura do vidro dessas
mesmas janelas. Nesse cálculo já não se considera o fator insolação (direção do sol) e
as áreas de todas as janelas são somadas. No nosso caso as três janelas (24 m2)
estejam dotadas de vidro comum. O fator de multiplicação, nesse caso é 210. O
formulário ficará assim:
V ID RO C OMU M 210
24 m
2
5040
(CONDUÇÃO)
JANELAS
2
T IJ OLO DE V ID RO m2 105
Nota: Não importa a posição geográfica das janelas ou se elas recebem insolação,
todas as janelas do ambiente a ser climatizado devem ter sua área somada para
o calculo do calor por condução pelas janelas.
3 - Paredes
O dado seguinte refere-se às paredes. Você deve calcular a área das paredes,
incluindo portas (que devem sempre estar fechadas em ambientes climatizados), mas
excluindo as janelas, porque elas já estão calculadas nos itens 1 (Janelas –
Insolação) e 2 (Janelas – Transmissão).
Além disso, você deve verificar se há paredes:
• externas voltadas para o sul.
• constantemente sombreadas por prédios que ficam próximos. Essas
devem ser consideradas como se estivessem voltadas para o sul,
• contíguas a ambientes com condicionadores de ar, pois essas não devem
ser consideradas.
No desenho do nosso exemplo, não há parede externa voltada para o sul, e a parede
norte fica, metade dela, ao lado de um ambiente com condicionador de ar.
Calculando:
• Parede leste: 8,2 x 4,5 = 36,9 m2
Resumindo:
• Paredes externas (leste - alvenaria) = 7,8 m2 + 15,6 m2 = 12,9 m2. –
construção tipo pesada
• Paredes internas (sul – Divisória) = 28,8 m2.
• Paredes internas (oeste e ½ norte) = 36,9 + 14,4 = 51,3 m2
• Parede Interna Total = 28,8 + 51,3 = 80,1 m2.
CALOR RECEBIDO – FONTES NORMAIS QUANT. PAREDE LEVE PAREDE PESADA kJ/H
E XT E R NA S : D IRE Ç Ã O S UL m2 55 42
PAREDES
E XT E R NA S : OUT RA S D IR E Ç ÕE S 84 50
12,9 m 2
645
3
2
LAJE EXPOSTA AO SOL (SEM ISOLAÇÃO) m 315
2
LAJE EXPOSTA AO SOL (C/ ISOL. 2,5CM OU MAIS) m 125
m2
TETO
ENTRE ANDARES 55
4
5 - Piso
O próximo item da planilha é o piso, No nosso exemplo, trata-se de uma sala
no primeiro andar, sob um ambiente não condicionado, portanto, a área de 52,5 m2
será multiplicada pelo fator 55:
Nota: Se o piso estiver diretamente sobre o solo ou sob um ambiente que for
condicionado não devera ser considerado.
6 – Número de pessoas
O item 6, por exemplo, refere-se ao número de pessoas que freqüenta o
ambiente no qual o condicionador será instalado.
No nosso exemplo, vamos considerar que se trata de uma sala de aula na qual
estão 32 pessoas. A planilha ficará assim:
8 – Portas e vãos
As portas e vãos sempre abertos para ambientes nos quais não há aparelho
condicionador de ar são considerados neste item. Portanto, sua área deve ser
calculada.
2
8 – PORTAS E VÃOS (SEMPRE ABERTOS P/ ÁREAS NÃO m 630
CONDICIONADAS)
9 - Subtotal
Após fazer todos os cálculos parciais, deve-se somar todos os resultados
obtidos. Esse subtotal é lançado na coluna kJ/h. No nosso exemplo, o resultado dessa
soma é.
13200 + 5040 + 645 + 2643 + 3938 + 2888 + 20160 + 11140 = 59654 kJ/h
Esse resultado deve, então, ser multiplicado pelo fator climático da região.
Fator climático
O Brasil é um país muito grande e suas regiões apresentam condições
climáticas diferentes entre si. Por isso, foram calculados coeficientes de correção,
chamados de fator geográfico para cálculo de carga térmica de resfriamento,
correspondentes a cada uma das regiões climáticas do país. Veja os coeficientes e
sua distribuição no mapa a seguir.
10 – CARGA TÉRMICA TOTAL 59654 (ITEM 9) X 0,85 (FATOR DO MAPA) = 50706 kJ/h
DATA:
CLIENTE :SENAI “Oscar Rodrigues CALCULISTA: Valter Gerner
18/02
Alves” – Sala 25
CALOR RECEBIDO – FONTES NORMAIS QUANT. FATORES DE MULTIPLICAÇÃO kJ/H
CALOR A B C D
RECEBI 1 – USAR
DO DE: CARA CTE R ÍST IC AS SEM C/ C/ ÁREA X APENAS O
PROTEÇÃO PROTEÇÃO PROTE FATOR MAIOR VALOR
* INTERNA* ÇÃO DA COLUNA.
EXTER
NA 2 – P/ TIJOLOS
m2 DE VIDRO,
NORTE 1000 480 290 CONSIDERAR A
METADE DOS
2 VALORES
NORDESTE m 1000 400 290
JANELAS (INSOLAÇÃO)
CALCULADOS.
LESTE 1130 550 360
24 m
2 13200
2
SUDESTE m 840 360 290
1
2
SUL m 0 0 0
2
SUDOESTE m 1680 670 480
NOROESTE m
2
1500 630 400 13200
24 5040
(CONDUÇÃO)
V ID RO C OMU M m2 210
JANELAS
2
T IJ OLO DE V ID RO m2 105
E XT E R NA S : D IRE Ç Ã O S UL m2 55 42
PAREDES
E XT E R NA S : OUT RA S D IR E Ç ÕE S 1 2 ,9 m 2 84 50 645
3
5 2 ,5 m2 3937,5
4
ENTRE ANDARES 55
2
SOB TELHADOS COM ISOLAÇÃO - m 75 -
• kcal/h,
• kW,
• W,
• TR.
No Brasil, as unidades de medida adotadas são aquelas do Sistema
Internacional (SI). Por esse sistema, as unidades de capacidade térmica são dadas
em W, kW, kJ/seg ou kJ/h. Essa última unidade (kJ/h) é a que se refere ao valor total
obtido na planilha: 50706 kJ/h.
Apesar dessa recomendação técnica, contudo, muitos fabricantes de aparelhos
condicionadores de ar continuam a caracterizar a capacidade térmica dos aparelhos
que comercializam por meio do antigo Sistema Britânico (SB) com a unidade de
medida BTU/h.
Então, comercialmente, os condicionadores de ar são encontrados nas
seguintes capacidades térmicas:
• 7000 BTU/h
• 7500 BTU/h
• 10000 BTU/h
• 12000 BTU/h
• 15000 BTU/h
• 18000 BTU/h
• 21000 BTU/h
• 30000 BTU/h
O resultado desse cálculo nos diz que, teoricamente, o aparelho que você
deveria instalar no ambiente do nosso exemplo deve ter uma capacidade térmica de
48069 BTU/h.
Porém, como você viu na lista de capacidades térmicas dos aparelhos
comercializados em nosso país, não existe nenhum aparelho com essa capacidade. O
que se deve fazer, nesse caso, devido o longo comprimento da sala, é melhor utilizar
dois ou mais aparelhos, fixos nas janelas, cuja capacidade seja igual ou
proximamente superior àquela do valor calculado.
No nosso caso podemos escolher usar dois aparelhos condicionadores de ar,
com capacidades diferentes, um de 30000 BTB/h e outro de 21000 BTU/h. (*)
(*) Para facilitar a manutenção o ideal seria que os aparelhos, em um mesmo
ambiente, fossem da mesma capacidade.
Observação
Convém salientar que alguns fabricantes de origem européia, asiática e
americana, já comercializam seus aparelhos em W (Watt), unidade de capacidade
térmica do Sistema Internacional. Portanto se você precisar transformar o valor de sua
planilha (em kJ/h) para W, basta multiplicar seu resultado pelo fator de conversão
0,278. Com o resultado do nosso exemplo, você teria:
Insolação
Introdução
Insolação é a forma de energia emitida pelo sol na forma de energia eletromagnética,
que incide sobre o planeta terra provendo luz e calor.
A insolação atinge a terra, em um mesmo instante, de maneira desigual, devido a
esfericidade do planeta e da inclinação do seu eixo. A insolação também tem seu
valor modificado devido a rotação da terra em torno do seu eixo (24 horas), que
proporciona a alternância entre dia e noite, e do movimento de translação (365,25
dias), responsável pelas estações do ano.
A distâ
ncia média da terra ao sol é de aproximadamente 1,5 x 108 km. A terra se encontra
mais próxima ao sol em torno do dia primeiro de Janeiro, e mais distante em primeiro
de Julho. A intensidade a radiação solar, que incide no topo da atmosfera, varia
inversamente com co quadrado da distância entre a terra e o sol, sendo assim,
concluímos que a terra receberá mais energia solar em Janeiro do que em Julho.
Figura – Movimento da terra em torno do sol indicando as estações do ano no hemisfério sul.
• Latitude (L)
A latitude um local na superfície da terra medida acima e abaixo do equador, ou seja,
para norte e para sul do equador, entre 90º sul, no Pólo Sul (ou pólo antártico)
(negativa), e 90º norte, no Pólo Norte (ou pólo ártico) (positiva). A latitude no equador
é igual a 0º. O modo como a latitude é definida depende da superfície de referência
utilizada.
A latitude da Praça da Sé no centro da cidade de São Paulo - SP é de 230 32’ o sul do
equador, próxima ao “Tropico de Capricórnio (230 27’)”.
As cidades brasileiras se encontram entre as latitudes ao Norte do Pais, Oiapoque
(AP) 30 50’ 35” na Latitude Norte, e ao Sul, Chui (RS) 330 41’ 28” na Latitude Sul.
Nota: O projeto de carga térmica da sala de aula, que realizamos no inicio desta
apostila, a Rua 1822 n0 76, na cidade de São Paulo - SP, encontra-se a
Latitude 23035’9” Sul, para nossos cálculos iremos considerar como LSP= 23,50.
• Longitude
É o angulo localizado em um lugar na Terra medido em graus, de zero a 180 graus
para leste ou para oeste, a partir do Meridiano de Greenwich, que passa no centro da
cidade de Londres, na Inglaterra.
A longitude da Praça da Sé no centro da cidade de São Paulo - SP é de 460 30’ para
oeste do meridiano de Greenwich.
Nota: O projeto de carga térmica da sala de aula, que realizamos no inicio desta
apostila, a Rua 1822 n0 76, na cidade de São Paulo - SP, encontra-se a
Longitude de 46035’57” Oeste.
Nota: Não confundir hora solar com a hora do relógio, ou seja, a hora legal. A hora
legal (dos relógios) está adiantada em relação à hora solar: no Inverno está
adiantada cerca de 36 minutos, enquanto que no verão a diferença passa
para cerca de 1h36m. Devido a pequena variação entre a hora legal e hora
solar, vamos considerar a hora legal como a hora solar (não considerar o
horário verão)
360
H= xT
24
• Declinação (d)
É o deslocamento angular do sol em relação ao plano do equador terrestre. Como o
eixo da terra é inclinado em cerca de 23,50 (230 27’) em relação ao eixo do plano de
rotação ao redor do sol, o valor da declinação varia no decorrer do ano entre +23,50 a
-23,50. A declinação é expressa em graus norte ou sul (tendo como referência o
equador). A geometria de declinação pode ser observada na figura a seguir.
O eixo de rotação da terra esta inclinado em 230 27’ graus (23,50 = 23, 5 graus) com
relação a sua órbita em torno do sol. No seu movimento orbital a terra conserva o seu
Figura: Posição da terra em relação aos raios solares, ocasião do solstício de verão no hemisfério sul
Nota: Solstício = A palavra Solstício, deriva do latim, sol + sistere (solstitium), que
significa parado, imobilizado e está associada à idéia de que o Sol estaria
como que estacionário. Marca a época do ano em o Sol, no seu movimento
aparente na esfera celeste, atinge o máximo afastamento angular do
Equador.
Equinócio = é uma palavra que deriva do latim (aequinoctium), e significa “noite
igual”, e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual à da
noite sobre toda a Terra.
• Calculo da declinação
Percebemos que a declinação varia a cada dia ao longo do ano, podemos com a
equação a seguir determinar a declinação (d):
Onde:
d = declinação em graus
n = número de dias do ano, contado a partir de 10 de Janeiro, por exemplo, dia
8 de Fevereiro, n = 39 (31 dias de Janeiro + 08 dias de Fevereiro)
Exemplo:
Dia do Ano n sen d d Dia do Ano n sen d d
(graus) (graus)
0
21.Janeiro 21,1 0,349129 20 23.Julho 204 -0,34762 -200
18.Fevereiro 49 0,210257 120 23.Agosto 235 -0,189 -110
22.Março 81 0 00 22.Setembro 263,5 0 00
20.Abril 110 -0,19207 -110 23.Outubro 295,5 0,210257 120
21.Maio 141 0,3495 -200 20.Novembro 323,5 0,349503 200
22.Junho 173 -0,41012 -23,50 21.Dezembro 355 0,410148 23,50
• Trajetória do sol
O sol nasce no leste e se põe no oeste, na região abaixo do equador, percorre a
trajetória voltada para o Norte, conforme figura a seguir. Podemos observar que todas
as superfícies com face voltada para o Sul estarão sempre na sombra.
Na realidade como estamos ma superfície da terra, temos a impressão de que o
sol esta se movendo, quando na realidade o movimento de rotação da terra é
que determina o momento de nascer e se por do sol.
Com os pontos cardeais é possível localizar qualquer lugar sobre a superfície da
Terra, são eles: o Norte e o Sul que apontam na direção dos pólos terrestre; o Leste
e o Oeste que apontam para o lado do nascer e do por do Sol, cruzando a linha
Norte-Sul, como mostra a figura.
Nota: Cuidado o Leste e o Oeste não apontam sempre para o ponto onde o Sol
nasce ou se põe e sim para o lado do nascente ou lado do poente. Devido a
Latitude e ao constante movimento de rotação e translação da terra,
durante o ano, o Sol nasce em pontos diferentes do lado do nascente e se põe
em pontos diferentes do poente. Por isso, não podemos dizer que o
Sol nasce sempre a Leste e se põe sempre a Oeste.
Na realidade não deveríamos dizer que o “sol nasce no leste e se põe no
oeste”, mas o melhor seria dizer “O sol nasce no lado Leste e põe no
lado Oeste do local em que estamos na superfície da terra”. Dependendo
da Latitude e época do ano que nos encontramos a diferença, entre o
nascente (ponto onde o Sol nasce) e o Leste verdadeiro, assim como o poente
(ponto onde o sol se põe) e o Oeste verdadeiro, podem ser muito
grandes.
Figura: Trajetória solar, com nascente a Leste (E) e poente a Oeste (W)
Onde:
HNASCER = Angulo horário do nascer do sol em graus
HPÔR = Angulo horario do pôr do sol em graus
L = Latitude do Local em graus
d = declinação do local em uma referida data do ano em grau.
Exemplo:
Determine o angulo horário de nascer do sol (HNASCER) e de se pôr (HPÔR), para a
cidade de S.Paulo durante o equinócio de verão (21.Dezembro) e equinócio de
inverno (22.Junho)
Sabemos que: S.Paulo. L = 23,50
Declinação 21.Dezembro d = 23,50
22 Junho d = -23,5
Verão
Inverno
HNASCER= (−)arcocos(− tan23,5. tan− 23,5) HPÔR = (+)arcocos(− tan23,5. tan− 23,5)
Nota: Repare que durante o horário do solstício de verão temos uma maior
quantidade de horas claras, 13,5 horas (5:15 hs – 18:45 hs), enquanto no
solstício de inverno a quantidade de horas claras diminui, 10,5 horas ( 6:45 hs
– 17:15 hs).
Nota: A equação utilizada para determinar o angulo de nascer (HNASCER) e por do sol
(HPÔR) esta baseada na suposição de que o sol nasce quando o seu centro
esta no horizonte. De fato quando a parte superior do disco solar esta no
horizonte (tal como é visível da Terra) corresponde a um angulo de β = 16’
(0,270), em vez de zero graus. Por outro lado devido aos fenômenos de
refração na atmosfera terrestre para baixos ângulos de altitude solar (β),
o Sol aparece no horizonte quando de fato esta com uma altitude de β=34’,
mas aparentemente corresponde a uma altitude de β=50’ (0,830)
Figura: Angulo de altitude solar (β) sobre a superfície da Terra em um local abaixo do equador
Figura: O angulo de altitude solar (β) varia de acordo com a época do ano, latitude e hora do dia.
A altitude do sol para uma determinada localização na superfície da Terra, pode ser
determinada com a seguinte equação:
Onde:
β = Altitude do Sol em graus;
d = declinação do local em uma referida data do ano em graus;
L = Latitude do Local em graus;
H = Angulo Horário em graus.
Exemplo: Determinar para a cidade de São Paulo a altura solar no período das 6:00 hs
até as 18:00 durante o Solstício de Verão:
São Paulo-SP - Latitude L = 23,50 -
Solstício de Verão - 21.Dezembro
d = 23,50
Aplicando a equação
Exemplo: Determinar para a cidade de São Paulo a altura solar no período das 6:00 hs
até as 18:00 durante o Solstício de Inverno:
São Paulo-SP - Latitude L = 23,50 -
Solstício de Verão - 21.Junho d = - 23,50
Aplicando a equação
Figura: O angulo de altitude solar (β) e azimute solar (Φ) no hemisfério sul.
Figura: Azimute solar as 9:00 h, no dia 18 de Fevereiro. O angulo, Φ = 830, é medido a partir da
orientação Norte no sentido horário.
Para o mesmo local, São Paulo-SP, e mesmo dia 18 de Fevereiro, mas as 15:00 h, o
angulo do azimute solar será de Φ = 2770. Repare que devido ao conceito de azimute
solar, o angulo sempre deve ser medido a partir da orientação norte, no sentido
horário, conforme figura a seguir.
Figura: Azimute solar as 15:00 h, no dia 18 de Fevereiro. O angulo, Φ = 2770 , foi medido a partir
da orientação Norte no sentido horário.
Nota: Alguns técnicos utilizam a medida do angulo do azimute solar, sem considerar o
conceito de que o angulo deve ser no sentido horário, sendo assim a medida do
azimute após as 12:00 terá um valor negativo, é no exemplo as 15:00 h, angulo
será de Φ = - 830 (2770 – 3600)
ou
senH send . cos L − cos d .senL. cos H
tan φ BHN = cos φ BHN =
senL. cos H − cos L. tan d cos β
Onde:
Φ = Azimute do Sol em graus;
ΦB = Azimute do Sol básico, no hemisferio norte, em graus
H = Angulo Horário em graus;
L = Latitude do Local em graus;
d = declinação do local em uma referida data do ano em graus.
β = Altura Solar em graus.
Exemplo: Determinar para a cidade de São Paulo o azimute do sol no período das
6:00 hs até as 18:00 durante o Solstício de Verão:
São Paulo-SP - Latitude L = 23,50 -
Solstício de Verão - 21.Dezembro d = 23,50
Aplicando a equação
Exemplo: Determinar para a cidade de São Paulo o azimute do sol no período das
6:00 hs até as 18:00 durante o Solstício de Inverno:
São Paulo-SP - Latitude L = 23,50 -
Solstício de Verão - 21.Junho d = - 23,50
Aplicando a equação
ΦBHN
6:00 -900 -23,50 23,50 --- ---
0 0 0
7:00 -75 -23,5 23,5 117 63
0 0 0
800 -60 -23,5 23,5 125 55
9:00 -450 -23,50 23,50 134 46
0 0 0
10:00 -30 -23,5 23,5 146 34
11:00 -150 -23,50 23,50 162 18
12:00 00 -23,50 23,50 180 0
0 0 0
13:00 15 -23,5 23,5 162 342
14:00 300 -23,50 23,50 146 326
0 0 0
15:00 45 -23,5 23,5 134 314
0 0 0
16:00 60 -23,5 23,5 125 305
17:00 750 -23,50 23,50 117 297
0 0 0
18:00 90 -23,5 23,5 --- ---
• Carta Solar
Uma outra maneira de conhecer a Altitude do Sol (β) e o Azimute do Sol (Φ), alem
dos cálculos e da Tabela 21, e com o auxilio das Cartas Solares, que são
representações do percurso do Sol na abóbada celeste nas diferentes horas do dia e
períodos do ano. Nelas são normalmente desenhadas as projeções da trajetória do
Sol em datas particulares – solstícios e os equinócios, e em algumas outras datas
intermediárias. A carta solar, além de variar em função da data e da hora, também é
especifica para a latitude do lugar. A Tabela 22, representa a carta Solar para a cidade
de São Paulo-SP.
A utilização da carta solar é relativamente simples, onde pode ser observado, algumas
informações básicas:
• Anel externo com ângulos em relação ao norte, ou seja o Azimute do Sol (Φ);
• Um seguimento de ângulos internos em relação ao solo, ou seja Altitude do
Sol (β);
• Malha interna para localizar data e horário.
Nota: A Tabela 21, para a cidade de São Paulo-SP, latitude 23,50, foi definido para o
dia18 de Fevereiro, ficando os ligeiramente diferentes aos valores de Altitude
Solar e Azimute do Sol encontrados na Carta Solar, que são para o dia 23 de
Fevereiro.
Figura: Determinação da Altura Solar, na cidade de São Paulo-SP no dia 23 de Fevereiro co auxilio da Carta Solar.
Figura: O angulo de altitude solar (β) e azimute solar da parede (φ) no hemisfério sul.
O azimute solar da parede (φ) é uma excelente ferramenta de calculo para determinar
qual é a real posição de incidência solar sobre uma superfície vertical, seja ela, por
exemplo, uma parede ou uma janela.
A quantidade de radiação solar sobre as superfícies, como será definido a seguir,
depende do angulo de atuação solar sobre a mesma, que pode ser facilmente
observada na figura a seguir, que representa a incidência solar sobre as faces Norte,
Sul, Leste e Oeste.
Figura: Insolação em diferentes fachadas de uma superfície observados em uma Carta Solar.
A posição da superfície em relação a sua situação geográfica pode ser definida pela
equação a seguir;
Ψ = φ −ϕ ϕ =φ −Ψ
Onde:
Ψ = Azimute da Parede, em graus
Φ = Azimute do Sol, em graus;
φ = Azimute Solar da Parede, em graus.
ϕ = 830 − 450
ϕ = 380
Conhecendo a orientação de edifício e a posição do Sol, pode ser, também,
determinadas as sombras projetadas pelo edifício, em função da data e da hora, sobre
pisos dos espaços externos, sobre outros prédios e sobre si mesmo (dependendo de
sua forma e orientação).
Figura: Sombreamento sobre uma janela em função da Altitude (β) e Azimute Solar da Parede (φ).
θ = 90 0 − β
Onde:
θ = Zênite Solar em graus;
β = Altitude do Sol em graus;
Figura: Angulo do zênite solar (θ ) sobre a superfície vertical da Terra em um local abaixo do equador
Radiação Solar
Para todos os aspectos a radiação solar é ma única fonte de energia disponível para a
continuação da vida na terra.
Embora a atmosfera seja muito transparente à radiação solar incidente, somente em
torno de 25% penetra diretamente na superfície da Terra sem nenhuma interferência
da atmosfera, constituindo a Radiação Direta. O restante é ou refletido de volta para o
espaço ou absorvido ou espalhado em volta até atingir a superfície da Terra ou
retornar ao espaço, conforme figura a seguir. O que determina se a radiação será
absorvida, espalhada ou refletida de volta depende em grande parte do comprimento
de onda da energia que está sendo transportada, assim como do tamanho e natureza
do material que intervém.
Figura: Radiação solar sobre a superfície da Terra e seu espalhamento e reflexão no espaço
Figura: Radiação Solar sobre a superfície da terra diminui a medida que se afasta do equador.
A Radiação difusa (Id) em adição a Radiação direta (ID) constitui o ganho de calor para
Terra. Este espalhamento da radiação proveniente do sol que atinge a superfície da
Terra ocorre devido a alguns fenômenos, tais como:
IG = ID + Id + Ir
Nota: Alguns autores consideram A Radiação Incidente Global (IG), somente como a
soma da Radiação Direta (ID) com a Radiação Difusa (Id);
IG = ID + Id
Figura: Radiação nas camadas superior da atmosfera e Radiação Incidente Global sobre a superfície da Terra.
diretamente ligada com a declinação (d), Azimute do Solar (Φ), Azimute Solar da
Parede (φ) e Azimute da Parede (Ψ).
Na figura a seguir descrevemos a trajetória do sol, no dia 22 de dezembro, na cidade
de São Paulo – SP.
Figura: Trajetória Solar no hemisférico Sul, a latitude de 23,50 na cidade de São Paulo-SP.
Figura: Insolação sobre uma janela face Nordeste (NE) latitude de 23,50 na cidade de São Paulo-SP
Tabela: Insolação sobre janelas em diferentes faces geográficas, em um local de latitude de 23,50 em 22 de
Dezembro.