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(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA


QUESTÃO 01
O módulo de Young de um material mede sua resistência a f 
 
  b  h  g  a4
 f 

3    g  a4
deformações causadas por esforços externos. Numa parede vertical,  b  h3  2    h2
8 
encontra-se engastado um sólido maciço de massa específica  e  12 
módulo de Young  em formato de paralelepípedo reto, cujas
dimensões são indicadas na figura. Com base nas correlações entre Considerando que algumas das equações usadas são completamente
grandezas físicas, assinale a alternativa que melhor expressa a inacessíveis a um estudante egresso do Ensino Médio, e o prejuízo
deflexão vertical sofrida pela extremidade livre do sólido pela ação do que isso acarreta para um candidato na hora da prova, propomos a
seu próprio peso. anulação da questão.
Observação:
Supondo um típico candidato egresso do Ensino Médio, sem nenhum
conhecimento prévio sobre esse assunto, poderíamos apontar o
seguinte método para descartar alternativas. Suponha uma pequena
régua engastada numa parede em uma de suas extremidades:

g  intuitivamente, podemos pensar que para um mesmo material,
a quanto maior o comprimento a, maior a deflexão, isto é, a deflexão
deve ser função estritamente crescente da variável a. Isso já elimina
as alternativas (b), (c) e (e);
 por outro lado, quanto maior for a espessura h, menor deve ser a
deflexão. Isso descarta a alternativa (a), na verdade isso descarta
h todas as alternativa exceto a (d);
 por exclusão, ficamos com a alternativa (d).
Enfatizamos que essa análise funciona apenas por se tratar de um
teste, não funcionando no caso de uma questão dissertativa, e não
b
permitindo chegar, por exemplo, aos coeficientes numéricos presentes
na resposta.
a) 3gab  2 
b) 3gb 2  2  QUESTÃO 02
Considere dois satélites artificiais S e T em torno da Terra. S descreve
c) 3b h
2 2
 2ga  4
uma orbita elíptica com semieixo maior a, e T, uma órbita circular de
 
raio a, com os respectivos vetores posição rs e rT com origem no
d) 3ga 4  2h 
2

centro da Terra. É correto afirmar que:



e) 3gbh  2  a) para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por rs é igual à

Resolução Alternativa D* varrida por rT .
Inicialmente, vamos resolver a questão, supondo um aluno com 
conhecimento de Resistência dos Materiais, disciplina ministrada b) para o mesmo intervalo de tempo, a área varrida por rs é maior que

tipicamente num segundo ano de cursos de Engenharia. a varrida por rT .
c) o período de translação de S é igual ao de T.
a d) o período de translação de S é maior que o de T.
e) se S e T têm a mesma massa, então a energia mecânica de S é
q
maior que a de T.
Resolução Alternativa C
a) Incorreta. O período de uma órbita elíptica é dado por:
f
2   32
T a

Onde a é o semi-eixo maior da elipse e  é uma constante.
Como a circunferência é um caso particular de elipse onde os dois
semi-eixos possuem mesmo tamanho então concluímos que o período
A deflexão vertical f sofrida pela extremidade livre (dita flecha máxima) de translação dos dois satélites são iguais.
de uma viga engastada em uma de suas extremidades, e submetida a Já as áreas de S e T são respectivamente:
um carregamento q, distribuído uniformemente ao longo de um eixo AS    a  b
perpendicular à parede, de comprimento a, é dada por: AT    a ²
q  a4 b) Incorreta. Dado que S e T possuem mesmo período, basta
f  ,. compararmos o valor das áreas da elipse e da circunferência. Como
8  I
b  a , então AS  AT .
onde  é o módulo de Young e I é o momento de inércia.
c) Correto. Justificado acima (item a).
No exercício em questão, o carregamento que está uniformemente
d) Incorreta. Justificado acima (item a).
distribuído corresponde ao peso da barra distribuído sobre o seu
e) Incorreta. A energia do satélite pode ser expressa da seguinte
comprimento a:
forma:
   
P m g  V  g abh g  G.M  m
q     bh g . ES  
a a a a 2a
Como a circunferência é um caso particular da elipse concluímos que
Já o momento de inércia I é dado, nesse caso, por: ambos os satélites, S e T, possuem mesma energia.
Nota: O desenvolvimento da expressão pode ser encontrado na
b  h3
I . resolução da questão 20 do ITA de 2012-2013.
12 (http://elitecampinas.com.br/gabaritos/ita/2013/fisica.asp).
Assim, substituindo:

1
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QUESTÃO 03 QUESTÃO 04
Uma esfera de massa m tampa um buraco circular de raio r no fundo Sobre uma placa de vidro plana é colocada uma lente plano-côncava
de um recipiente cheio de água de massa específica  . Baixando-se com 1,50 de índice de refração e concavidade de 8,00 m de raio
lentamente o nível da água, num dado momento a esfera se voltada para baixo. Com a lente iluminada perpendicularmente de
desprende do fundo do recipiente. Assinale a alternativa que expressa cima por uma luz de comprimento de onda de 589 nm (no ar), aparece
a altura h do nível de água para que isto aconteça, sabendo que o um padrão de interferência com um ponto escuro central circundado
topo da esfera, a uma altura a do fundo do recipiente, permanece por anéis, dos quais 50 são escuros, inclusive o mais externo na borda
da lente. Este padrão de interferência aparece devido ao filme de ar
sempre coberto de água.
entre a lente e a placa de vidro (como esquematizado na figura). A
espessura da camada de ar no centro do padrão de interferência e a
distância focal da lente são, respectivamente,

h
a

2r a) 14,7m e 10,0m .
a) m / (a 2 )
b) 14,7m e 16,0m .
b) m / (r 2 )
c) 238m e 8,00m .
c) a  3r 2  a  /  6r 2  d) 35,2m e 16,0m .
d) a / 2  m / (r ) 2
e) 29,4m e 16,0m .
e) a  3r  a  /  6r
2 2
  m / (r 2
) Resolução Alternativa B
Sendo e a espessura do filme de ar, que é variável, queremos o
Resolução Alternativa E padrão de interferências destrutivas.
No momento em que a esfera se desprende do fundo atuam sobre ela
duas forças significativas, Peso (P) e Empuxo (E). A diferença de caminhos será x  2e .
Devemos estar atentos ao fato do empuxo não agir sobre toda a Como há uma inversão de fase na reflexão do ar para o vidro e não há
esfera. Para calcularmos o volume de líquido deslocado é necessário na reflexão do vidro para o ar, então segue que:
calcular o volume da calota esférica, que com as variáveis adotadas
pelo enunciado fica: x  m   ar , com m  0 ,1,2 ,3..., 50 .
1
V     a   3r 3  a 2  Observação: m  0 representa a situação em que e   ar (na borda
6
É necessário perceber que, apesar desse ser o volume do líquido da lente), ou seja, quando e tende a zero.
deslocado, o fluido não entra em contato com toda a calota. Deste Calculando a espessura da camada de ar no centro ( m  50 ):
modo, devemos descontar a pressão que ele faria sobre a área plana,
A, destacada na figura abaixo. 2e  50   ar  2e  50  589  e  14726 nm
e  14,7 m

Empuxo Pela equação de Halley (dos fabricantes de lentes), temos:


a
1  1 1   nlente 
Peso     1
f  R1 R2  nmeio 
Sendo:
2r
O empuxo total fica: R1  8,00 m (face côncava)
E    g V    g  h   A 1
 0 (face plana)
1  R2
E    g      a   3r 3  a 2      g  h     r 2 
6  nlente  1,50
nmeio  1,00 (ar)
No momento em que o Empuxo é igual ao Peso temos:
1 
  g      a   3r 3  a 2      g  h     r 2   m  g  Temos:
6 
1  1  1  1,50 
  g      a   3r 3  a 2     0   1
    g  h    r   mg
2
6  f  8,00  1,00 
  g    r 
2
  g    r 2
  g    r 2 
1  f  16,0 m
  g      a   3r 3  a 2  
    g  h    r   m g
2
6

  g   r 2
   g    r 2   g    r 2  QUESTÃO 05
Um capacitor de placas planas paralelas de área A , separadas entre
a   3r 3  a 2  m si por uma distância inicial r0 muito menor que as dimensões dessa
h 
6r2     r 2  área, tem sua placa inferior fixada numa base isolante e a superior
suspensa por uma mola (figura (1)). Dispondo-se de uma massa m
sobre a placa superior, resultam pequenas oscilações de período T
do conjunto placa superior  massa m . Variando-se m , obtém-se um

2
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gráfico de T 2 versus m , do qual, após ajuste linear, se extrai o 42


coeficiente angular  . A seguir, após remover a massa m da placa k

superior e colocando entre as placas um meio dialético sem seguir, Segunda situação: agora, a massa m é retirada do sistema e coloca-
após remover a massa m da placa superior e colocando entre as se um dielétrico entre as placas. Aplica-se uma diferença de potencial
placas um meio dielétrico sem resistência ao movimento, aplica-se entre as placas, que estavam distantes r0 , e monitora-se até a
entre elas uma diferença de potencial V e monitora-se a separação
r de equilíbrio (figuras (2) e (3)). Nessas condições, a permissividade 2
separação de equilíbrio, r0 .
 do meio entre as placas é 3
Quando um capacitor é submetido a uma diferença de potencial, suas
placas acumulam cargas de sinais opostos. A placa superior (móvel)
é, então, atraída pela placa inferior (fixa). No equilíbrio, teremos que a
variação da força exercida pela mola na placa superior é igual à força
de atração entre as placas, como mostra a figura abaixo:


Fmola
r0 V 0 r  V 0

2
Fig.  1 Fig. 2 r0 V  Vm 
3 Feletrostática
V
Vm

Assim,
Fmola  Feletrostática  k r  qE
 4 2 
Onde k é a rigidez da mola  k   , r é a variação de
  
comprimento da mola até a condição de equilíbrio
 r  r0  2r0 3  r0 3  , q é a carga acumulada na placa superior e E é
r o campo elétrico devido à carga acumulada na placa inferior.
2r0 3 r0 O campo elétrico E entre as placas paralelas de um capacitor pode ser
Fig. 3 expresso pela diferença de potencial entre as placas e a distância
entre as cargas, dada por
a) 322r03 /  27AVm2  . V  Ed  E 
V
d
b) 162r03 /  27AVm2  . Este campo é o resultado da sobreposição dos campos gerados pelas
duas placas do capacitor. Como queremos apenas o campo gerado
c) 82r03 /  27AVm2 
pela placa inferior, isto é, o campo que atinge a placa superior, então
d) 42r03 /  AVm2  devemos adotar um fator de ½. Sendo V a diferença de potencial entre
as placas e d a distância separando-as, temos:
e) 162r03 /  27AVm2  1 Vm 3V
E  m
Resolução Alternativa A 2 2r0 3 4r0
Este problema pode ser dividido em duas situações. A primeira A carga q acumulada na placa superior pode ser expressa
situação engloba a oscilação do sistema massa-mola. A segunda como q  CVm , onde C é a capacitância do capacitor. Lembrando que
situação engloba o capacitor carregado. a capacitância de um capacitor de placas paralelas é expressa como
Primeira situação: no movimento harmônico, sabemos que o período A
C
mM d
de oscilação é dado por T  2 , onde m é a massa sobre a Onde A é a área das placas,  é a permissividade do meio entre as
k
placas e d é a distância entre as placas. Temos que:
placa, M é a massa da placa e k é o coeficiente elástico da mola. No
A 3A
experimento, variou-se a massa m e foi obtido um gráfico de T 2 C 
2r0 3 2r0
versus m.
T 2 é dado por: Assim, a carga na placa superior é:
3AVm
mM 4 2  42 42 q
T 2  4 2 T2  m  M  m M 2r0
k k k k
Nota-se, como informado no enunciado da questão, que a relação de Agora, podemos substituir esses valores na equação de equilíbrio
T 2 por m é linear, sendo uma equação de reta: estático na placa superior. Portanto,
4 2 4 2 42 r0 3AVm 3Vm
T2  m M  y  x  b k r  qE    
k k  3 2r0 4r0
Onde  é o coeficiente angular e b é o coeficiente linear. Assim, o 42r0 9AVm2
coeficiente angular dessa reta é dado por  
3 8r02
4 2
 322r03
k 
Para uso futuro, podemos expressar a rigidez da mola como função do 27AVm2
coeficiente angular:

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QUESTÃO 06 elétron e mr , uma constante adimensional. O conjunto


A figura mostra um interferômetro de Michelson adaptado para impureza/elétron está imerso no meio do semicondutor de
determinar o índice de refração do ar. As características do padrão de
permissividade relativa  r . A razão entre a energia de ionização desta
interferência dos dois feixes incidentes no anteparo dependem da
diferença de fase entre eles, neste caso, influenciada pela cápsula impureza e a energia de ionização do átomo de hidrogênio é igual a
contendo ar. Reduzindo a pressão na cápsula de 1 atm até zero a) 1. m 2
(vácuo), nota-se que a ordem das franjas de interferências sofre um b) 2r c) r
r mr
deslocamento de N , ou seja, a franja de ordem 0 passa a ocupar o
lugar de N , a franja de ordem 1 ocupa o lugar da ordem N  1 , e mr r
d) e)
assim sucessivamente. Sendo d a espessura da cápsula e  o r mr
comprimento da onda da luz no vácuo, o índice de refração no ar é Resolução Alternativa B
igual a O elétron do átomo de hidrogênio, segundo Bohr, orbita o núcleo em
órbita circular e possui o momento angular quantizado, ou seja
Anteparo
L  m0  v  r  n   ; n=0,1,2,3... (1)
Espelho 1 Cálculo da energia do elétron para o átomo de Bohr (caso do
hidrogênio):
Divisor E  E potencial  Ecinetica
de Feixe Cápsula
Laser A energia potencial é dada por
1 e²
E potencial    (2)
4    0 r
d
A energia cinética é dada por
m0  v ²
Espelho 2 Ecinetica  (3)
2
Como estamos em órbita circular a resultante centrípeta no elétron é
a) N  / d . dada por:
b) N  /  2d  . m0 .v ² 1 e²
  (4)
c) 1  N  / d . r 4    0 r ²
d) 1  N  /  2d  . E potencial
Substituindo (4) em (3) verificamos que Ecinetica  
e) 1  N  / d . 2
Resolução Alternativa D O que significa que a energia do elétron é dada por:
Queremos calcular o índice de refração do ar: 1 e²
E  (5)
 4    0 2  r
nar 
 ar E de (4) temos que:
Ao percorrer a espessura da cápsula duas vezes (ida e volta), a onda 1 e²
pode fazê-lo com dois comprimentos de onda diferentes:  para a v 
m0  4    0 r
cápsula à vácuo e  ar para a cápsula com ar a 1 atm.
Substituindo (4) em (1) obtemos
Quando à vácuo, a distância 2d é igual a k comprimentos de onda  ,
m0  e ²  r n 2  2
logo:  n    r (n )   4    0 (6)
2d 4    0 m0  e ²
k

De (5) e (6) temos que a energia do elétron no átomo de hidrogênio é
Com ar a 1 atm, a mesma distância 2d é igual a (k  N ) comprimentos
de onda  ar (lembrando que  ar   ), sendo N o deslocamento das
1 e4
franjas de interferência. Assim: E  m0
(4    0 ) 2  n 2  2
2

2d
k N 
 ar Como a questão diz que a energia de ionização de impurezas em
Unindo as equações: cristais semicondutores pode ser calculada num modelo semelhante
2d 2d 2d  ao do átomo de hidrogênio, e que a massa do elétron é m  mr  m0 e
N    ar  
  ar 2d N que a permissividade relativa  r e que as cargas envolvidas são e e
 N 1
 2d e então a energia de ionização da impureza será dada por:
 N
 1
 ar 2d 1 e4
Eimpureza     mr  m 0
Pela definição de nar: (4     r  0 ) 2  n 2  2
2

N
nar  1 
2d Portanto a relação entre as energias será

Eimpureza mr

E 2r
QUESTÃO 07
É muito comum a ocorrência de impurezas em cristais QUESTÃO 08
semicondutores. Em primeira aproximação, a energia de ionização Considere um capacitor de placas paralelas ao plano yz tendo um
dessas impurezas pode ser calculada num modelo semelhante ao do campo elétrico de intensidade E entre elas, medido por um referencial
átomo de hidrogênio. Considere um semicondutor com uma impureza S em repouso em relação ao capacitor. Dois outros referenciais, S ' e
de carga e atraindo um elétron de carga e . Devido a interações
S " , que se movem com velocidade de módulo v constante em
com os átomos da rede cristalina, o elétron, no semicondutor, possui
relação a S nas direções de x e y , nesta ordem, medem as
uma massa igual a mr m0 , em que m0 é a massa de repouso do
respectivas intensidades E ' e E " dos campos elétricos entre as

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1 E' II. Incorreta. Um metal é caracterizado pela ligação metálica de seus


placas do capacitor. Sendo   , pode-se dizer que e átomos, que possibilita grande mobilidade dos elétrons de valência.
1  (v / c )
2 E
Assim, quando um objeto eletrostaticamente carregado induz carga
E" numa superfície metálica, nada mais ocorre do que o movimento
são, respectivamente, iguais a desses elétrons.
E
a) 1 e 1. b)  e 1. c) 1 e  . Quando um objeto positivamente carregado é aproximado de uma
superfície metálica, os elétrons são atraídos e acumulam-se nas
1 1 proximidades da carga (região eletricamente carregada), deixando
d)  e . e) 1 e .
  uma região do metal com falta de elétrons (região positivamente
Resolução Alternativa C carregada).
A figura abaixo representa a situação proposta pelo enunciado. Quando um objeto negativamente carregado é aproximado de uma
x superfície metálica, os elétrons são repelidos e acumulam-se numa
região afastada da carga (região eletricamente carregada), deixando a
região do metal próxima à carga com falta de elétrons (região
positivamente carregada).
Assim, as cargas não se distribuem uniformemente na superfície
z metálica.
III. Incorreta. Imaginando que uma carga negativa encontra-se entre
duas placas carregadas, como mostra a figura abaixo:
y + -
+  -
Denotaremos a distância entre as placas do capacitor por d0 e a área + F -
das placas por A0, para o referencial S. + -
+ -
Para um referencial inercial o campo elétrico entre as placas de um + -
capacitor ideal é dado por:
A carga negativa é atraída para a placa positivamente carregada, que
Q tem maior potencial que a placa negativamente carregada.
E
A IV. Correta. O trabalho para uma carga teste (positiva) ser deslocada
Onde Q é a carga acumulada no capacitor,  é a permissividade entre dois pontos quaisquer é dado por W  q V , onde q é a carga
elétrica do meio e A é a área das placas do capacitor. da partícula e V é a diferença de potencial entre os dois pontos onde
a carga teste se situa.
No referencial S ' , que possui velocidade na direção x, a distância d0 Como a carga teste está no infinito, assumimos que seu potencial seja
entre as placas do capacitor diminui, o que não afeta o campo elétrico. nulo, ou seja, Vi  V  0 .
Então, como a carga elétrica acumulada e a permissividade do meio
também não se alteram, temos: Entre as cargas pontuais, calculamos o potencial final, Vf , de acordo
E' Kq
1 com a relação V  , onde K é a constante de Coulomb, q é a carga
E d
da partícula com relação a qual o potencial é calculado e d é a
No referencial S " , que possui velocidade na direção y, a área das distância da partícula ao ponto de interesse. A figura abaixo mostra a
placas do capacitor se altera, pois seu comprimento em y diminui. A disposição das partículas.
nova área fica:
A +
A"  0

Dessa forma teremos: L L

Q Q Assim, o potencial na configuração final é dado pela soma do potencial


E"   E"  no ponto médio devido a cada carga. Portanto,
  A"   A0
Kq Kq
E " Q     A0 E" Vf  V  V    0
    L L
E   A0 Q E O trabalho fica dado por
W  q  Vf  V0   0
Obs: É importante notar que as relações são válidas para capacitores
de qualquer formato, contanto que apresentem placas paralelas. QUESTÃO 10
Um recipiente contém um gás monoatômico ideal inicialmente no
QUESTÃO 09 estado L, com pressão p e volume V. O gás é submetido a uma
Considere as afirmações a seguir: transformação cíclica LMNL, absorvendo de uma fonte quente uma
I. Em equilíbrio eletrostático, uma superfície metálica é quantidade de calor Q1 e cedendo a uma fonte fria uma quantidade de
equipotencial. calor Q2. Pode-se afirmar que Q1 é igual a
II. Um objeto eletrostaticamente carregado induz uma carga
uniformemente distribuída numa superfície metálica próxima Pressão
quando em equilíbrio eletrostático.
III. Uma carga negativa desloca-se da região de maior para a de N
4p
menor potencial elétrico.
IV. É nulo o trabalho para se deslocar uma carga teste do infinito
até o ponto médio entre duas cargas pontuais de mesmo
módulo e sinais opostos.
Das afirmações, é (são) correta(s) somente
a) I e II. L
p M
b) I, II e III.
c) I, II e IV. Volume
d) I e IV. V 4V
e) III.
Resolução Alternativa D a) 30 pV . b) 51pV / 2 . c) 8 pV .
Podemos analisar cada afirmação como segue: d) 15 pV / 2 . e) 9 pV / 2 .
I. Correta. Equilíbrio eletrostático implica não haver corrente elétrica.
Para tal, a superfície metálica deve ser equipotencial, já que V  Ri .
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Resolução Sem Resposta c) d)


Pelo ciclo termodinâmico apresentado no gráfico, percorrido no
sentido anti-horário, observamos que se trata de um refrigerador, ou
seja, um dispositivo que absorve calor de uma fonte fria e rejeita
calor para uma fonte quente, à custa de trabalho externo realizado
sobre o sistema.
Assim, o enunciado apresentado é incoerente, pois descreve que o
calor está sendo absorvido da fonte quente e rejeitado para a fonte
fria, o que corresponderia ao funcionamento de uma máquina térmica
e)
e não de um refrigerador. Se fosse o caso (de uma máquina térmica),
o ciclo deveria estar sendo percorrido no sentido horário, e não no
anti-horário.
Observe que, em cada trecho, temos:
 Trecho LM:

LM  p   4V  V   3 pV
 15
 3 3 9  QLM  LM  ULM  pV
U
 LM   p  4V   p  V  pV 2 Resolução Alternativa C
 2 2 2
O que foi descrito no enunciado está representado na figura a seguir
 Trecho MN: com os respectivos instantes t1 , t 2 , ..., t5 .
t1 t2 t3
MN  0 (isométrica)

 3 3  QMN  MN  UMN  18 pV
UMN   4 p  4V   p  4V  18 pV
 2 2
 Trecho NL:
  4 p  p    4V  V    15 pV N N N
NL  
2 2  QNL  NL  UNL  30 pV
 S S S
U  3  p  V  3  4 p  4V   45 pV
 NL 2 2 2
Diante disso, calculamos os calores trocados com a fonte fria (calor
absorvido) e com a fonte quente (calor rejeitado):
(I) calor QC absorvido da fonte fria é dado por:

15 51 t4 t5
QC  QLM  QMN  pV  18 pV  QC  pV
2 2

(II) calor QH absorvido da fonte fria é dado por:

QH  QNL  QH  30 pV
N N
Assim, dada a inconsistência do enunciado, somada ao fato de os dois S S
valores calculados acima estarem presentes nas alternativas (um
deles em módulo), propomos a anulação da questão.

QUESTÃO 11
Considere um ímã cilíndrico vertical com o pólo norte para cima, tendo
um anel condutor posicionado acima do mesmo. Um agente externo
imprime um movimento ao anel que, partindo do repouso, desce
verticalmente em torno do ímã e atinge uma posição simétrica à
original, iniciando, logo em seguida, um movimento ascendente e No instante t1 inicial, o anel se aproxima do imã produzindo um
retornando à posição inicial em repouso. Considerando o eixo de aumento do fluxo do campo magnético com o campo apontando para
simetria do anel sempre coincidente com o ímã e sendo positiva a cima. Pela Lei de Lenz, surge uma f.c.e.m. no sentido de impedir este
corrente no sentido anti-horário (visto por um observador de cima), o aumento, produzindo uma corrente no sentido horário quando
gráfico que melhor representa o comportamento da corrente induzida observado de cima (pela regra da mão direita, sentido negativo do
i no anel é adotado pelo enunciado).
Em t 2 não há fluxo de campo, o que implica que a corrente é zero, ou
a) b) seja, o gráfico atinge um mínimo e começa a subir, pois logo após este
instante o fluxo começa a diminuir e a corrente induzida surge no
sentido de impedir esta variação (pela regra da mão direita, a corrente
está no sentido anti-horário, ou seja, positivo).
Em t3 a velocidade do imã se inverte (ponto extremo inferior do
movimento do imã). Imediatamente antes desta inversão a corrente é
positiva (regra da mão direita: sentido anti-horário), e imediatamente
depois passa a ser em sentido negativo.
Observe o gráfico qualitativo abaixo:

6
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

R1 R2

t1 t3
t2
R3

Continuando a discussão, obtemos que em t 4 a corrente passa pelo


À direita, comparando com o enunciado, é aplicado um potencial v1 e
valor nulo, indo do negativo para o positivo; entre t 4 e t5 ela aumenta,
à esquerda um potencial v 2 , a corrente em R1 é i1 e em R2 é i 2 .
mantendo-se positiva, atinge um máximo e volta a zero no instante t5 .
Obtemos então o seguinte gráfico, aproximado: Observe que a corrente que passa por R3 é i1  i 2 , assim:

v1  R1i1  R3  i1  i 2  v1   R1  R3  i1  R3 i 2


  
v
 2  R i
2 2  R 
3 1 i  i 2  v 2  R3 i1   R2  R3  i 2
t1 t3 t5
v1  R1  R3 R3  i1  R1  R3 R3 
t4    Z 
t2
v 2   R3 R2  R3  i 2   R3 R2  R3 

Observe que:
R1  R3  4 
R  R3 R3   4  2   
Z 1    R3  2 
R2  R3   2  3  
QUESTÃO 12
Um circuito elétrico com dois pares de terminais é conhecido como  R3 R  R  3 
 2 3
quadripolo. Para um quadripolo passivo, as tensões medidas em cada
par de terminais podem ser expressas em função das correntes Com isso, obtemos que R1  R3  2  e R2  1  .
z z  Com este resultado, eliminamos as alternativas A, B e C.
mediante uma matriz de impedância Z   11 12  , de tal forma que : Aplicando-se a transformação delta-estrela nas alternativas D e E:
z z
 21 22 
r3
v1  i1 
   Z   . Dos quadripolos propostos nas alternativas seguintes,
v
 2 i 2 
4  2  R1 R2
assinale aquele cuja matriz de impedância seja  .
2  3 
r2 r1

R3
i1 i2
v1 Quadripolo v2
Pela relação de transformação delta-estrela, temos:
 r2r3
R1 
 r1  r2  r3
 r1r3
R2 
 r1  r2  r3
a) b) c)  r1r2
R3 
2 1 4 2 4 3  r1  r2  r3

Calculando os equivalentes para a letra D, temos R1  R3  2  e


1 3 2 R2  1  , que é exatamente os valores que procurávamos.
Calculando também para a letra E, obtemos R1  R2  2  e
R3  1  .

d) e)
Portanto, a alternativa D propõe um quadripolo cuja matriz de
4 8 4  2 
impedância é  .
2  3 

8 4 4 4 QUESTÃO 13
Um sistema binário é formado por duas estrelas esféricas de
respectivas massas m e M , cujos centros distam d entre si, cada
qual descrevendo um movimento circular em torno do centro de massa
Resolução Alternativa D
desse sistema. Com a estrela de massa m na posição mostrada na
Vamos começar este problema analisando o circuito a seguir e
encontrar a matriz de impedância: figura, devido ao efeito Doppler, um observador T da Terra detecta
uma raia do espectro do hidrogênio, emitida por essa estrela, com
frequência natural f0 . Considere a Terra em repouso em relação ao
centro de massa do sistema e que o movimento das estrelas ocorre no
mesmo plano de observação. Sendo as velocidades das estrelas
muito menores que c , assinale a alternativa que explicita o valor

7
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

absoluto de  f  f0  / f0 . Se necessário, utilize

1  x 
n
 1  nx para x  1 .

d
M m
 
M m v


T

A componente que nos interessa é dada por vT  v  cos  , então:
T
a) GM 2 / d  M  m  c 2  vT 
G  M 2  cos2 
d M  m 
b) Gm 2sen 2 / d  M  m  c 2 
Como a velocidade da luz independe de referencial e é muito maior
c) Gm 2 cos2  / d  M  m  c 2  que a dos corpos envolvidos, podemos utilizar:

d) GM 2sen 2 / d  M  m  c 2  c
f  f0 
c  vT
e) Gm 2 cos2  / d  M  m  c 2 
Escrevendo o que nos foi pedido:
Resolução Alternativa E
O exercício trata de efeito Doppler com a fonte em movimento.  f  f0   f  1  c  1  c  c  vT   vT
Devemos, portanto, encontrar a velocidade da fonte em função dos f0 f0 c  vT c  vT c  vT
parâmetros oferecidos nas alternativas. Como vT  c :
A figura abaixo ilustra o movimento circular dos dois corpos em torno
do centro de massa do sistema.  f  f0    vT  f  f0  
G  M 2  cos2 

f0 c f0 d M  m  c 2
d
 QUESTÃO 14
V Uma luz monocromática incide perpendicularmente num plano com
três pequenos orifícios circulares formando um triângulo equilátero,
M m acarretando um padrão de interferência em um anteparo paralelo ao
triângulo, com o máximo de intensidade num ponto P equidistante dos
orifícios. Assinale as respectivas reduções da intensidade luminosa
 em P com um e dois orifícios tampados.
v 4 1 2 1 8 1
a) e b) e c) e
9 9 3 3 27 27
1 1 1 1
R r d) e
2 3
e) e
4 9
Resolução Alternativa A
Devemos primeiro encontrar a distância r entre a massa que emite a
Seja A a amplitude da onda que chega no ponto P devido a um único
radiação e o centro de massa em torno do qual ela gira.
orifício. Assim, para os três orifícios teríamos uma interferência com
Denotando o centro de massa como a origem de um sistema de
amplitude 3 A e para o caso de dois orifícios, a amplitude será 2A.
coordenadas teremos:
Como a intensidade luminosa depende do quadrado da amplitude,
m temos:
0  R  M  r  m  R  r 
M
I1  cA2 para um orifício não tampado;
Como R  r  d , então: I3  c  2 A   4cA2 para dois orifícios não tampados;
2

I3  c  3 A   9cA2 para três orifícios não tampados.


3
m  m d M
d r  r  d  r  1    r 
M  M M m Assim, as respectivas razões das intensidades luminosa em P com
dois ( I2 ) e um ( I1 ) orifícios não tampados será:
Se a atração gravitacional entre as massas é responsável pela
aceleração centrípeta da estrela, então: I2 4 I 1
 e 1 
I3 9 I3 9
G M v2 G M d M Observe que o enunciado fala das reduções das intensidades, assim
  v2   
d2 r d 2 M  m  teríamos outra resposta:
I3  I 2 5 I I 8
G M2 G M2  e 3 1
v2   v I3 9 I3 9
d M  m  d M  m 
Como não há alternativa que satisfaça essa resposta, assumimos que
Para o efeito Doppler consideraremos apenas a componente da o que se procurou abordar no enunciado foi a razão entre as
velocidade que aponta na direção da terra. intensidades final e inicial (“redução para”), e não a redução da
intensidade pela intensidade inicial (“redução de”).

8
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

QUESTÃO 15 Seria interessante calcular a altura z em função das variáveis do


Pode-se associar a segunda lei da Termodinâmica a um princípio de problema, e, por isso, vamos somar variações de altura z ao longo
degradação da energia. Assinale a alternativa que melhor justifica esta da curva, fazendo então com que z  0 , situação em que
associação. estaremos integrando nossa função. A figura abaixo ilustra as
a) A energia se conserva sempre. variações de altura z :
b) O calor não flui espontaneamente de um corpo quente para outro
frio.
c) Uma máquina térmica operando em ciclo converte integralmente partícula na superfície
trabalho em calor. da água
d) Todo sistema tende naturalmente para o estado de equilíbrio.
e) É impossível converter calor totalmente em trabalho. 
Resolução Alternativa E z
Vamos julgar cada afirmação.
a) Incorreta. A conservação da energia é tema do enunciado da
Primeira Lei da Termodinâmica, não da Segunda.
b) Incorreta. O calor, de fato, flui espontaneamente de um corpo mais
quente para outro mais frio. r
c) Incorreta. Uma máquina térmica é um dispositivo que, operando
em ciclos, tem como função absorver calor de uma fonte quente e g r r  2  r
converter esse calor em trabalho. Um dos enunciados da Segunda Lei Como tg     z  , a altura z é a integral:
  r z
2
g
da Termodinâmica diz que essa conversão nunca é integral (100%),
ou seja, não existem máquinas térmicas perfeitas. a
d) Incorreta. A Segunda Lei da Termodinâmica, num de seus vários 2  r 2  a 2
z dr 
enunciados equivalentes, diz que os processos termodinâmicos que 0 g 2g
ocorrem espontaneamente são aqueles que tendem a estados de
maior desordem. Substituindo o valor de z dado no enunciado, temos:
e) Correta. De fato, um dos enunciados da Segunda Lei da
Termodinâmica afirma que é impossível construir uma máquina
térmica perfeita, ou seja, é impossível construir um dispositivo que, h 2  a 2 2  a 2 4gh
   
operando em ciclos, consiga converter calor integralmente em 3 4g 2g 3a 2
trabalho.

QUESTÃO 16
QUESTÃO 17
Um cilindro de altura h e raio a , com água até uma certa altura, gira
Um disco rígido de massa M e centro O pode oscilar sem atrito num
com velocidade angular  constante. Qual o valor máximo de  para
plano vertical em torno de uma articulação P. O disco é atingido por
que a água não transborde, sabendo que neste limite a altura z (ver
um projétil de massa m  M que se move horizontalmente com
figura) é igual a h 3  2a2  4g  ? Dado: num referencial que gira com 
velocidade v no plano do disco. Após a colisão, o projétil se incrusta
o cilindro, e, portanto, considerado a força centrífuga, todos os pontos no disco e o conjunto gira em torno de P até o ângulo  . Nestas
da superfície da água têm a mesma energia potencial. condições, afirmam-se:
I. A quantidade de movimento do conjunto projétil+disco se
a)   2gh /  3a2  mantém a mesma imediatamente antes e imediatamente
z depois da colisão.
b)   4ga /  9h2  II. A energia cinética do conjunto projétil+disco se mantém a
h mesma imediatamente antes e imediatamente depois da
c)   4ga /  3h 2
 colisão.
 III. A energia mecânica do conjunto projétil+disco imediatamente
d)   4gh /  3a 2
 
após a colisão é igual a da posição de ângulo .
2
e)   4gh /  9a2 
É (são) verdadeira(s) apenas a(s) assertivas(s)
2a
 
P g P
Resolução Alternativa D g
Ao olharmos uma partícula de água da superfície de um referencial 
que gira com o cilindro (um referencial não inercial), situada a uma
distânca horizontal do centro do cilindro igual a r, teremos a gravidade O O
agindo verticalmente e uma aceleração centrífuga agindo
horizontalmente, de dentro para fora, como no esquema a seguir: m 
v
superfície da água Projétil + disco
  a) I.
ac , ac  2  r
b) I e II.
c) I e III.
 d) II e III.
e) III.
Resolução Alternativa E
 I. Incorreta. O sistema projétil+disco não pode ser considerado
g
 isolado para a quantidade de movimento durante a colisão, pois o pino
g aparente 
em P provoca uma componente de força Fx para a esquerda contrária
à tendência de movimento do disco (para a direita), realizando um
impulso de intensidade I  Fx  t externo no sistema, reduzindo a
quantidade de movimento inicial:
Qdepois  Qantes  Fx  t

9
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

Observação: A componente vertical da força que o pino faz sobre o


sistema será anulada pelo peso do disco e, portanto, seu impulso
sobre o sistema também será anulado pelo peso do disco. O peso do c
projétil é desprezível.
b
a
II. Incorreta. A colisão é inelástica, liberando energia, principalmente
por atrito do projétil com o disco e por deformação plástica (não
elástica).
III. Correta. Após a colisão, a força que o pino faz sobre o sistema é
sempre normal à superfície de contato (não há atrito), portanto essa
força não realiza trabalho sobre o sistema. Assim, o campo Temos que, usando o princípio da superposição:
gravitacional atuará de forma conservativa. A energia mecânica,
portanto, é conservada em todo o movimento oscilatório.    I  1 1 1  
 B1      k
2  a b c
QUESTÃO 18
As figuras mostram três espirais circulares concêntricas e coplanares    I  1 1 1  
 B2      k
percorridas por correntes de mesma intensidade I em diferentes 2 a b c
sentidos. Assinale a alternativa que ordena corretamente as    I  1 1 1  
magnitudes dos respectivos campos magnéticos nos centros B1, B2, B3  B3      k
e B4. 2 a b c
   I  1 1 1  
 B4      k
2 a b c

Assim, os módulos dos vetores indução magnética em cada caso são


dados por:

   I 1 1 1  I 1 1 1 2
 B1         
2 a b c 2 a b c a
(1) (2)    I  1 1 1 
 B2     
2 a b c
   I  1 1 1   I  1 1 1 2 
 B3           
2 a b c 2 a b c c
   I  1 1 1   I 1 1 1 2
 B4           
2 a b c 2 a b c b

Como

(3) (4) 1 1 1 2 2 2
0abc    0    0,
a b c a b c
a) B2  B4  B3  B1 .
b) B1  B4  B3  B2 . segue que:

c) B2  B3  B4  B1 .    


B2  B3  B4  B1
d) B3  B2  B4  B1 .
e) B4  B3  B2  B1 . QUESTÃO 19
Duas placas de um mesmo metal e com a mesma área de 5,0cm2
paralelas e próximas entre si, são conectadas aos terminais de um
Resolução Alternativa C
gerador de tensão ajustável. Sobre a placa conectada ao terminal
Vamos adotar um eixo z perpendicular ao plano da figura, orientado
 negativo, faz-se incidir radiação e, por efeito fotoelétrico, aparece uma
positivamente para fora (saindo) dela, com um versor k . corrente no circuito, cuja relação com a tensão aplicada é explicitada
no gráfico. Sabendo que a função trabalho do metal é de 4,1eV e
assumindo que na região de saturação da corrente todo fóton
incidente sobre a placa gera um fotoelétron que é coletado, a medida
R  da intensidade dessa radiação em W cm 2 é igual a
k
Corrente i
 A 
Gerador
i
+ -
 10
O vetor indução magnética B criado no centro de uma espira circular
de raio R por uma corrente elétrica i, circulando no sentido anti-
horário, é dado por:
-2,5 Tensão (V)

    i  
B a) 13.
 k
 2R  b) 8,2.
c) 6,6.
Sejam a  b  c os raios das três espiras, como indicado na figura a d) 3,2.
seguir: e) 1,6.

10
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

Resolução Alternativa A Para calcular o efeito Doppler, no entanto, é necessário encontrar as


A energia de um elétron que absorve um fóton de energia E e é frequências inicial e final, que aparecem justamente em função das
emitido do metal é dividida em: energias, pela relação E  h  f :
E k
Onde  é a função trabalho do metal, ou seja, a energia mínima 
EII  EI  g d
necessária que o elétron deve receber para se desprender do metal. E c2
K é a energia cinética do elétron emitido. 
Pelo gráfico vemos que -2,5V é a tensão de corte do experimento; isso h  fII  h  fI  2  g  d
c
significa que o trabalho da força elétrica para levar um elétron de uma
placa à outra, quando a tensão aplicada é 2,5V, é igual à energia g d
fII  fI  2 (1)
cinética do fóton no instante em que ele deixa o metal. Para este caso c h
podemos dizer que a energia E do fóton incidente é, em eV:
E  4,1eV  2,5 V  e  6,6 eV Como a velocidade da luz independe de referencial e é muito maior
que a dos corpos envolvidos, podemos calcular o efeito Doppler na
n i
Como a corrente é dada por i  n  e t , temos que  , onde n é o amostra II (observador se afastando e frequência incidente fII ):
t e
numero de elétrons, e t o tempo decorrido. fII ' f
 II
c v c 0
Como estamos na saturação, o número de fótons incidentes é igual ao Isolando v e lembrando que queremos fII '  fI (para excitar os núcleos
número de elétrons desprendidos. Daí, a potência da radiação é dada 57
por: de Fe ):
nE fII '
P c v  c 
t fII
E a intensidade é dada por: (fII  fII ')
v c
P nE 1 i E fII
I  I     
A t A e A
(fII  fI )
10  6,6 1 v c (2)
I  μeV  A cm² fII
e 5
Transformando as unidades:
Substituindo (1) em (2):
1
I  10  6,6  μW cm2  I  13,2 μW cm
2

5  g d 
 2 
c h 
v c
QUESTÃO 20 fII
Uma amostra I de átomos de 57Fe, cujos núcleos excitados emitem
g d
fótons devido a uma transição nuclear, está situada a uma altura d v
verticalmente acima de uma amostra II de 57Fe que recebe a radiação c  h  fII
emitida pela amostra I. Ao chegar a II, os fótons da amostra I sofrem Voltando a lembrar que  varia pouco, então podemos aproximar:
um aumento de frequência devido à redução de sua energia potencial   h  fII
gravitacional, sendo, portanto, incapazes de excitar os núcleos de 57Fe
dessa amostra. No entanto, essa incapacidade pode ser anulada se a Logo:
amostra I se afastar verticalmente da amostra II com uma velocidade h  fII  g  d g d
v adequada. Considerando v  c e que a energia potencial v  v
c  h  fII c
gravitacional do fóton de energia  pode ser obtida mediante sua
 QUESTÃO 21
“massa efetiva” , assinale a opção que explicita v . Se necessário,
c² No sistema de unidades atômicas de Hartree, as unidades de carga
utilize (1  x )  1  nx para x  1 .
n elétrica, de massa, de comprimento e de tempo podem ser
representadas respectivamente por qA, mA, LA e tA. Neste sistema, a
carga elétrica e do próton é igual a 1 qA, a massa do elétron m0 vale
gd
a) gd b) c) 2 gd 1 mA, a constante de Planck reduzida ħ é igual a 1 mA  LA2 / tA e a
c
constante de Coulomb K0  1 / (4Î0) vale 1 mA  LA3 / (qA2  tA2).
2gd
d) e) gd gd / c ² Dados no SI: e  1,6  1019 C. m0  9,1  1031 kg. ħ  1,1  1034 J  s.
c K0  9,0  109 N  m2 / C2.
Resolução Alternativa B a) Qual a medida em metros de um comprimento igual a 1,0 LA?
O aumento de energia do fóton será o equivalente à sua diminuição de b) Qual a medida em segundos de um tempo igual a 1,0 tA?
energia potencial gravitacional. Resolução
E  m  g  d Temos que:
  mA  LA 2
EII  EI  g d   (I)
c2  tA

K  mA  LA
3
Para utilizar essa fórmula, é necessário considerar que a energia  de
 0 q 2 t 2 (II)
um fóton varia muito pouco por efeitos gravitacionais, logo, a sua  A A
“massa efetiva” também é praticamente constante.
a) De (I), vem que:
Em caso de dúvida, repare que infinitesimalmente, temos: mA  LA 2
tA 
  g  dy  
dE  m  g  dy  2  g  dy     2  Substituindo em (II), segue que:
c  c 
mA  LA 3 2 2
Esse valor é ínfimo, perto de  , pois denominador c 2 é muito maior K0   2  LA  2
 m L 2 
2
q A  mA  LA q A  mA  K 0
que o numerador g  dy , e a altura y teria que variar de um valor qA2   A A 
altíssimo. Assim, a energia  varia muito pouco proporcionalmente.   
Substituindo os valores, temos:

11
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

1,1 1034 
2 QUESTÃO 23
11
LA   LA  5,8  10 m A figura mostra parte de uma camada de um cristal tridimensional
1,6  1019   9,1 1031  9,0  109
2
infinito de sal de cozinha, em que a distância do átomo de Na ao de
b) Voltando à relação seu vizinho Cl é igual a a. Considere a existência dos seguintes
defeitos neste cristal: ausência de um átomo de Cl e a presença de
mA  LA 2
tA  , uma impureza de lítio (esfera cinza), cuja carga é igual à fundamental
 +e, situada no centro do quadrado formado pelos átomos de Na e Cl.
temos que: Obtenha as componentes Fx e Fy da força eletrostática resultante
9,1 10 31   5,8  10 11 
2

F  Fx x  Fy y que atua no átomo de lítio. Dê sua resposta em função
17
tA   t A  2,8  10 s
1,1 10 34
de e, a e da constante de Coulomb K 0 .
QUESTÃO 22
Considere uma esfera maciça de raio r, massa m, coeficiente de
dilatação volumétrica , feita de um material com calor especifico a
volume constante cV. A esfera, sujeita à pressão atmosférica p,
repousa sobre uma superfície horizontal isolante térmica e está
inicialmente a uma temperatura T alta o suficiente para garantir que a
sua energia interna não se altera em processos isotérmicos.
Determine a temperatura final da esfera após receber uma quantidade
de calor Q, sem perdas para o ambiente. Dê sua respostas em função
de g e dos outros parâmetros explicitados.
Resolução
Temos a situação representada exageradamente na figura a seguir:

y

R
r
x
Se o coeficiente de dilatação volumétrica do material da esfera é , Resolução
então seu coeficiente de dilatação linear será  / 3. Assim, o raio R se Pela disposição das cargas de acordo com o enunciado, pode-se ver
relaciona com o raio r através de: que para todas as cargas – com exceção de uma – há uma carga
simetricamente oposta (com a mesma distância e mesma carga) de

R  r  r   T forma que, não faltasse uma carga negativa, o campo elétrico
3 resultante sobre o átomo de Lítio seria nulo. Alguns pares de cargas
O trabalho realizado pela força peso contra a ascensão do centro de simetricamente opostas estão sinalizados na figura abaixo com as
massa da esfera é dado por: linhas tracejadas:
  
P  m  g   R  r   m  g  r   T
3
O trabalho realizado pela força que a atmosfera exerce contra a esfera
é dado por:
4 
 ATM   p  V   p  V0    T   p      r 3     T
3 
Sabendo que o trabalho da força resultante é igual à variação da
energia cinética, e que esta é nula tanto na situação inicial quanto na
situação final, o trabalho E realizado pela esfera (contra a gravidade e
contra a atmosfera) em sua expansão pode ser calculado por:
E  P   ATM  EC 
  4 
E  m  g  r   T  p      r 3     T  0  0 
3 3 
   4  
E  m  g  r   p      r 3      T
 3  3  
Pela Primeira Lei da Termodinâmica, sendo TF a temperatura final:
 Assim, a única carga que não tem seu campo elétrico anulado por
  4  
Q  E  U  m  g  r   p      r 3      T  m  cV  T  uma carga simétrica é a carga negativa que seria pareada a uma outra
 3 3   carga negativa que não existe no esquema. Esta carga está destacada
Q na figura abaixo:
T  TF  T  
  4 
m  g  r   p      r 3     m  cV
3 3 
Q
TF  T 
  4 
m  g  r   p      r 3     m  cV
3 3 
Observação: O calor específico dado é o calor específico do material
a volume constante, grandeza que só faz sentido tratando-se de um
gás ideal. Quando se trata de sólidos, materiais de baixa
compressibilidade, é incomum mencionar que o calor específico é Logo, a força elétrica resultante virá apenas da carga destacada.
válido apenas para um dado volume. Assumimos, para este exercício,
que o cV não varia durante a dilatação da esfera.
12
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

Levando em consideração os eixos x e y dados no enunciado, e sendo


a distância entre o átomo de Lítio e a carga negativa destacada d  sen  m   , com m   para franjas de interferência construtiva.

    a  26
2 2
y
d  2a  a  a  , o módulo da força resultante pode tg 
2 2 2 D
ser calculado pela Lei de Coulomb:
Para ângulos pequenos, podemos considerar tan   sen , logo:
 K  e   e   e2 y
F  0  F  2  K0  d   m
26  a
2
13  a 2 D
4
m D
y
Como esta força tem a direção da linha que liga o átomo de Lítio à d
carga negativa destacada, apontando para baixo e para esquerda, Nas condições do problema:
podemos decompô-lá pelas distâncias no esquema. y a  yv
5a ma   a  D mv  v  D

2 d d
 ma v 660
 
a mv  a 440
2 26 ma 3
a 
2 mv 2

Os menores valores naturais de ma e mv que satisfazem às


Logo, as componentes são:
condições são ma  3 e mv  2 .
 5  K 0  e 2  26
Fx   F  cos   Fx   Assim,
169  a 2 ma   a  D 3  440  109  5,00
y 
 K  e  26
2 d 22,0  10 6
Fy   F  sen   Fy   0
169  a 2 y  0,300 m

QUESTÃO 24 QUESTÃO 25
Em uma experiência de interferência de Young, uma luz magenta, Partindo do repouso, uma bolinha cai verticalmente sobre um plano
constituída por uma mistura de luz vermelha (de comprimento de onda inclinado de um ângulo  com relação à horizontal, originando
de 660nm) e luz azul (comprimento de onda de 440nm) de mesma seguidos choques perfeitamente elásticos. Se d é a distância inicial
intensidade da luz vermelha, incide perpendicularmente num plano da bolinha ao plano, obtenha, em função de d , n e  , a distância do
onde atravessa duas fendas paralelas separadas de 22,0 m e
ponto n-ésimo choque em relação ao ponto do primeiro choque.
alcança um anteparo paralelo ao plano, a 5,00 m de distância. Neste, Resolução
há um semieixo Oy perpendicular à direção das fendas, cuja origem Para resolver este problema, será mais fácil se adotarmos um
também está a 5,00m do ponto médio entre estas. Obtenha o primeiro referencial no qual o eixo x esteja orientado na direção do plano
valor de y  0 onde há um máximo de luz magenta (intensidades inclinado. Observe também que foi dada a distância entre o ponto
máximas de vermelho e azul no mesmo local). Se necessário, utilize onde a esfera foi solta e o plano inclinado, e não a altura.
tan   sen , para   1 rad.
y
Resolução

Para que haja um máximo de luz magenta devemos ter interferência y
construtiva tanto na luz azul quanto na luz vermelha no mesmo ponto.
Seja a figura: x
d

g
y
x  

 0
d
 
m

Figura 1 Figura 2

O problema agora pode ser decomposto em dois movimentos


D
uniformemente variados: um na vertical e outro na horizontal (MUV).
Considerando a figura 1: a velocidade com que a esfera atinge o plano
inclinado é v 0  2gh em que h  d / cos  . No momento da colisão,
E sejam: apenas a componente perpendicular ao plano inclinado sofrerá
d  22,0 m alteração, pois consideraremos o plano como livre de atrito (não altera
D  5,00 m a componente paralela ao plano) e a colisão é perfeitamente elástica
(a componente da velocidade perpendicular ao plano inverterá seu
v  660 nm sentido sem alterar o módulo).
 a  440 nm Considerando agora a figura 2, temos duas acelerações:
No experimento de Young, temos as seguintes relações:

13
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

ax  g sen 

ay  g cos 
-
As figuras abaixo representam as respectivas distâncias entre cada 
ponto de colisão no plano horizontal e a componente vertical da  -
velocidade imediatamente antes e depois de cada colisão.
 

 

vx
 
vy  v y Note que  representa os ângulos de incidência e reflexão do raio de
c1 c2 c3 c4
  luz antes do giro do espelho I. Os ângulos de incidência e reflexão são
v vx iguais e são medidos com relação à normal ao espelho I.
Quando o espelho I rotaciona em  anti-horário, a sua acompanha o
Seja t 2 o tempo para o corpo percorrer a distância horizontal entre o mesmo giro  anti-horário. Isso reduz o ângulo de incidência do raio
choque c1 e c2, assim t 2 pode ser determinado por: de luz refletido no espelho II, que passa a ser    . O ângulo de
ay t 22 reflexão desse raio também é    . Ambos são medidos pela “nova”
y  v 0 y t 2  normal ao espelho I, que foi rotacionada de  com relação à normal
2
para t 2  0 temos:
antiga.
Por análise geométrica, é possível analisar que:
 g cos   t 2
2v 2               
0  v 0 cos     t 2  0
2 g
  2
Observe que o intervalo temporal entre dois choques será sempre
t 2 , assim vamos chamá-lo simplesmente de t . b) Podemos relacionar as velocidades do espelho,  , e da luz, v,
Para a n-ésima colisão, a distância horizontal será: comparando os tempos de deslocamento. O tempo que o raio de luz
leva para percorrer o trajeto do espelho I até o espelho II, refletir no
ax (n  1)t  g sen  (n  1)t  espelho II e voltar ao espelho I deve ser o mesmo tempo que o
2 2

x  v 0 x (n  1)t   x  v 0 sen   t  espelho I leva para rotacionar em  . Assim,


2 2
t luz  tespelho  t ida  tvolta  tespelho 
Observe que no n-ésimo choque, decorreu-se (n  1) intervalos t . d d 
  
Substituindo t nesta equação e considerando os dados anteriores v v 
( v 0  2gh e h  d / cos  ): 2d 
 
2v 02 4g d v 
x  sen ( n  1)n  x  sen ( n  1)n  2d 
g g cos  v

x  4d tan (n  1)n
c) Neste item, há diversas possibilidades para modificar o
QUESTÃO 26 experimento. Numa possível solução, podemos posicionar um aquário
O aparato esquematizado na figura mede a velocidade da luz usando de largura L, que tenha paredes de vidro de espessura desprezíveis
o método do espelho rotativo de Foucault, em que um feixe de laser é com relação às dimensões principais do experimento, como mostra a
refletido por um espelho rotativo I que gira a velocidade angular  figura abaixo.
constante, sendo novamente refletido por um espelho estacionário II a
d L
uma distância d. Devido ao tempo de percurso do feixe, o espelho II
rotativo terá girado de um ângulo  quando o feixe retornar ao
espelho I, que finalmente o deflete para o detector.
a) Obtenha o ângulo  do posicionamento do detector em função de
I
. Detector
b) Determine a velocidade da luz em função de d,  e  .
c) Explique como poderá ser levemente modificado este aparato
Laser
experimental para demonstrar que a velocidade da luz na água é
menor que no ar. Com esta configuração, o tempo total que o raio de luz levaria para
percorrer o trajeto do espelho I até o espelho II, refletir no espelho II e
voltar ao espelho I seria maior, já que a velocidade da luz na água é
menor. Isso pode ser entendido através do índice de refração da luz
d
v
II  na água (relativo ao ar), que é dado por n  ar .
II v água
O tempo total é dado por:
2(d  L ) 2L 2d 2L 2L
t luz      
I Detector I v ar v água v ar v ar v ar n
Detector
 2d 2L
t luz   (n  1)
v ar v ar
Assim:
Laser 2d 2L 
Laser t luz  tespelho   (n  1)  
v ar v ar 
Resolução 2d  2L
a) A figura abaixo mostra a configuração do experimento antes e   (n  1)
v ar v ar
depois do giro do espelho I.
14
(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

Portanto, o ângulo  medido deverá ser maior do que o experimento Resolução


2L a) O campo gerado pela primeira espira é paralelo ao eixo x e de
original por um fator de (n  1) . Para isso, temos que n deverá ser mesmo sinal que a corrente que a circula.
v ar
O campo gerado pela segunda espira é paralelo ao eixo y e de mesmo
maior que um e então v ar  v água . sinal que a corrente que circula.
Daí temos que
QUESTÃO 27   i  cos(t )    i  sen(t )  
Bx  0 x e B y 0 y
Pontos quânticos são nanoestruturas que permitem a manipulação do d d
estado quântico de um único elétron, sendo um caminho promissor  i
para a Computação Quântica. Em primeira aproximação, um ponto B  0 cos(t )x  sen( t )y 
d  
quântico confina elétrons com um potencial semelhante ao de
b) O módulo do campo magnético resultante é dado por:
oscilador harmônico, isto é, com uma energia potencial do tipo
 i
V ( x ) = m2 x 2 / 2 , em que x é a posição da partícula em relação ao B 0
d
ponto de equilíbrio, m é a massa da partícula confinada,   k / m e O vetor campo magnético está sempre contido no plano xy e gira em
k é a “constante de mola” (embora não seja este um conceito torno do eixo z com velocidade angular de módulo constante. Como o
apropriado no mundo quântico). De acordo com a Mecânica Clássica, ímã tende a se alinhar com o vetor campo magnético que atua sobre
a energia mecânica deste oscilador pode variar continuamente de zero ele então o ímã tende a girar no sentido anti-horário, quando visto a
até infinito. Por outro lado, na mecânica Quântica, a energia deste partir do semi-eixo z positivo.
oscilador varia de forma discreta, de acordo com a expressão
En  (n  1/ 2) , em que n pode assumir os valores 0, 1, 2,.... Na c) O aumento gradativo da frequência angular das correntes acarreta
descrição quântica do oscilador harmônico, o menor valor possível o aumento gradativo da frequência angular do vetor campo magnético,
expresso pela equação do item (a). Considerando que o ímã tende a
para a energia mecânica é  2 , diferentemente do previsto na
se alinhar com o vetor campo magnético, este tenderá a girar cada vez
Mecânica Clássica. Explique por que não é possível haver energia mais rápido.
igual a zero na descrição quântica do oscilador harmônico. Entretanto, se são aplicadas repentinamente correntes de alta
Resolução frequência, a inércia do ímã causará uma defasagem entre a posição
Vamos supor, por hipótese, que a energia total do sistema seja zero. do ímã e a direção do vetor campo magnético, de modo que, enquanto
Podemos escrever a energia total do sistema como sendo a soma da o ímã sofre um pequeno desvio angular, o vetor campo magnético terá
potencial (dado que o elétron está preso pelo potencial V) mais a dado quase uma volta completa, fazendo com que o ímã oscile em
cinética: torno da posição inicial, com vibração de pequena amplitude.
kx 2 mv 2
ETOTAL  
2 2
Como ambas as energias são positivas, a única possibilidade para QUESTÃO 29
ETOTAL  0 é x  0 e v  0 , uma vez que m  0 e k  0 (caso Uma fonte de corrente é um dispositivo que fornece uma corrente
invariável independentemente da tensão entre seus terminais. No
contrário a partícula estaria livre).
Com isso temos uma determinação da velocidade e do momento circuito da figura, a corrente i produzida pela fonte é proporcional à
corrente i que circula no resistor R. Inicialmente descarregadas, as
 p  mv  0  . Como estes ficam exatamente determinados, as placas M e N são carregadas após o fechamento das chaves S1 , S2
imprecisões x e p tornam-se iguais a zero, o que viola o Princípio
e S3 que serão novamente abertas após um intervalo de tempo T. A
da Incerteza de Heisenberg:
placa M é então retirada do circuito e é posta em contato com um
 condutor C descarregado (não mostrado na figura ), ao qual transfere
x  p  uma fração f de sua carga. Em seguida, com esse contato desfeito, o
2 condutor C é totalmente descarregado. Na sequência, o mesmo
procedimento é aplicado à placa N, a qual transfere a C a mesma
Sendo assim, a hipótese inicial é incorreta, ou seja, a energia deste fração f de sua carga, sendo então o contato desfeito e
sistema não pode ser nula. descarregando-se novamente C. Quando M e N são reintroduzidas no
circuito, com as respectivas cargas remanescentes (de mesmo
QUESTÃO 28
módulo, mas de sinais opostos), as chaves S1 , S2 e S3 são fechadas
Duas espiras verticais estacionárias com aproximadamente o mesmo
diâmetro d, perpendiculares e isoladas eletricamente entre si, têm seu outra vez, permanecendo assim durante o intervalo de tempo T, após
centro comum na origem de um sistema de coordenadas xyz, na qual o que são novamente abertas. Então, como antes, repetem-se os
também está centrado um ímã cilíndrico de comprimento   d e raio contatos entre cada placa e C, e este processo de carga/descarga das
placas é repetido indefinidamente. Nestas condições, considerando os
r   .O ímã tem seu pólo norte no semieixo x positivo e pode girar
sucessivos processos de transferência de carga entre M e C, e N e C,
livremente em torno do eixo vertical z, sendo mantido no plano xy . determine a carga q de M após todo esse procedimento em função
Numa das espiras, situada no plano yz, circula uma corrente
de  , f, r, R, V1 , V2 , V3 e T. Considere V3 < V2 < V1 .
1  i cos( t ) , cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo
x positivo, e na outra circula uma corrente  2  isen(t ) , cujo sentido S3
positivo é o anti-horário visto do semieixo y positivo. i
S2
a) Desprezando a diferença de diâmetro entre as espiras, obtenha o R
 S1
campo magnético B na origem devido às correntes 1 e  2 , na forma
V2 V3
Bx x  B y y .
b) Explique, por que, partindo do repouso em t = 0, o ímã adquire um
movimento de rotação em torno de z. Em que sentido (horário ou anti- V1 i
horário, visto a partir do semieixo z positivo) ocorre este giro? r
c) Ao se aumentar gradativamente a frequência angular  das M
correntes, nota-se que o ímã passa a girar cada vez mais rápido. N
Contudo, com o ímã inicialmente em repouso e se são repentinamente Resolução
aplicadas correntes  1 e  2 de alta frequência angular, nota-se que o Para a resolução do problema precisamos primeiro encontrar a
ímã praticamente não se move. corrente i .
Explique a(s) razão(ões).

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(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 – FÍSICA

O1
i
R 

V2 V3
O1G  H
O1O4  2R
Desta parte isolada do circuito ideal encontramos: 2  3
GO4  2R
3 2 O4
V2  V3
V2  V3  R  i  i  O2
R G
A corrente que penetra o capacitor é então:
V  V3 O3
i MN   2
R Segue, pelo teorema de Pitágoras:
E a carga nele acumulada durante o primeiro procedimento é:
V  V3 2 3 2R 6
2
Q1  i MN  T   2 T H 2   2R     2R 
2
 H 
R 3 2  3
Quando descarregado pelo condutor C o capacitor volta com carga E, por consequência,
residual igual a QR1  Q1(1  f ) e ganha novamente uma carga Q1
ficando com: H 6
Q2  Q1(1  f )  Q1 cos( )   cos( ) 
2R 3

Repetindo o processo de recarga e descarga, teremos agora: 2R 3 3


sen( )   sen( ) 
QR 2  Q2  (1  f )  QR 2  Q1  (1  f )  Q1   (1  f )  Q1  (1  f )  Q1  (1  f ) 
2

3  2R 3
Q3  Q2 (1  f )  Q1 Sendo F a força que cada uma das três esferas da base exerce sobre
a esfera sobreposta, temos o seguinte sistema de forças.
QR 3  Q3  (1  f )  QR 3  Q2 (1  f )  Q1   (1  f ) 
QR 3  Q1  (1  f )3  Q1  (1  f )2  Q1  (1  f ) 

E sucessivamente, podemos notar que:

QRn  Qn  (1  f )  
F 
QRn  Q1  (1  f )n  Q1  (1  f )n 1  ...  Q1  (1  f )2  Q1  (1  f ) 
O1

Podemos ver que o n-ésimo termo, QRn , é o limite da soma de uma



progressão geométrica infinita cujo primeiro termo é Q1  (1  f ) e a P
razão é (1  f ) . Sendo assim,
Como temos um equilíbrio estático, podemos notar que a

 a   Q  (1  f )  Q1  (1  f ) decomposição das forças F sobre o plano que contem O1 e é paralelo
QRn   1   QRn   1   QRn  
 1 q   1  1  f   f 
à base do tetraedro se anulam e a decomposição das forças F na
V2  V3 (1  f ) 
QRn   T  direção de O1G devem se anular com a força peso P . Deste modo,
R f
  P 6
P
3  F  cos( )  P  F  F  .
QUESTÃO 30 6 6
3
Um recipiente cilíndrico vertical contém em seu interior três esferas 3
idênticas de mesmo peso P que são tangentes entre si e também à Analisando o problema, podemos dizer que as esferas da base não
parede interna do recipiente. Uma quarta esfera, idêntica às exercem forças umas nas outras, deste modo, o sistema em equilíbrio
anteriores, é então sobreposta às três esferas como ilustrado em pode ser representado pelo diagrama abaixo .
pontilhado. Determine as respectivas intensidades das forças normais 
em função de P que a parede do recipiente exerce nas três esferas.
O2 N

F 


P

Sendo N a força normal que a parede lateral exerce na esfera. Deste

modo, decompondo F , segue que:

  3 P 6 3 P 2
Resolução N  F  sen( )  N  F N   N
3 6 3 6
Sendo O1, O2 , O3 e O4 os centros das esferas, podemos notar que ao
Obs: Se considerarmos que a base do cilindro é uma parede,
ligarmos esses centros, formamos um tetraedro regular cuja aresta devemos calcular a força normal exercida por esta parede nas esferas
mede 2R, conforme ilustra a figura: da base. Deste modo, considerando o sistema formado pelas quatro
esferas um como um único corpo segue que:
  4
3  N y  4  P  Ny  P
3

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(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE ITA 2014 - FÍSICA

Equipe desta resolução

Física
Danilo José de Lima
Luiz Salles de Carvalho
Michel Benite Rossi
Rubens Gonçalves Salsa Jr.
Vinício Merçon Poltronieri

Revisão
Edson Vilela Gadbem
Eliel Barbosa da Silva
Fabiano Gonçalves Lopes
Felipe Eboli Sotorilli
Marcelo Duarte Rodrigues Cecchino Zabani

Digitação, Diagramação e
Publicação
Allan Cavalcanti de Moura
Patrícia Beijinho Teixeira
Daniela Patrícia de Araujo

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