Filosofia Medieval

❏ A Filosofia Medieval (Século V ao XV) é essencialmente cristã, se levarmos em consideração o poder do clero
durante o período, principalmente na Europa, ao qual a produção era realizada pelos doutores da igreja católica,
como Agostinho de Hipona, Tomás de Aquino e Anselmo da Cantuária.
Agostinho de Hipona (século V):
❏ Nascido na Argélia durante a decadência do império romano, Agostinho pertenceu a escola filosófica Patrística (Pais
da Igreja), que foi a primeira grande escola cristã medieval.
❏ Ao longo de sua história, até se converter ao cristianismo, Agostinho teve contato com a corrente do Maniqueísmo,
mas teceu suas críticas, pois tinha concepções diferentes sobre o bem e o mal, também teve contato com o antigo
testamento, e também criticou a ideia de um Deus punidor.
❏ A sua filosofia passou a ser construída a partir de suas vivências e o contato com as cartas de Paulo, ao qual,
Agostinho se tornou influente durante séculos na Idade Média.
Pensamento Filosófico:
❏ Agostinho de Hipona é considerado um filósofo neoplatônico, a partir da concepção e divisão entre o mundo
sensível (Reino dos Homens) e o mundo inteligível (Reino de Deus), porém, os dois mundos são criação de um
único ser, Deus. A salvação se dá pela fé, realizada pela devoção e dedicação.
❏ Para ele, existe o livre-arbítrio, que se manifesta na escolha dos homens entre o bem e o mal, sendo que o bem é o
caminho de Deus e o mal, o afastamento de Deus.
❏ Deus é progenitor do espaço, do tempo passado, presente e futuro, e não há questionamentos possíveis sobre as
suas intenções, sendo que todas são advindas de um ato de bondade.
Anselmo da Cantuária (Século XI):
❏ Anselmo da Cantuária (Século XI) é dos mais importantes filósofos medievais já no período da Baixa Idade Média,
sendo o fundador da Escolástica (As doutrinas cristãs passam a ser ensinadas nas primeiras universidades
medievais).
Pensamento Filosófico:
❏ Anselmo busca por maior conciliação entre a fé e a razão, observando as transformações ocorridas no contexto da
Baixa Idade Média. Assim, em seu princípio teológico define “Fé em busca de Inteligência”. Ou seja, é necessário
crer para conhecer.
❏ Para Anselmo, a nossa alma é imortal e independente de sermos felizes ou infelizes, não nos privamos de
Deus, que deve ser alcançado através de nossos esforços em oração.
❏ O nosso pecado original está ligado ao livre-arbítrio, ou seja, as nossas escolhas. Os anjos não podem pecar,
mas são mais livres do que os homens, pois conhecem a verdade de Deus e conseguem ter harmonia entre a
justiça e a felicidade. O pecado é transmitido pelos pais, quando optaram por se afastar da justiça divina.
❏ Através do Argumento Ontológico, Anselmo define que existe um Deus com bondade suprema, não apenas
no intelecto, mas também em nossa realidade, onde não conseguimos pensar em algo maior.
❏ Negar que existe um ser maior que não se possa pensar, é provar a sua existência, pois negá-lo é a
comprovação de que não se pode pensar em algo maior.
Tomás de Aquino (Século XIII):
❏ Tomás de Aquino é também um Doutor da Igreja Católica, pertencente a Escolástica tendo construído as bases para
os dogmas cristãos na baixa idade média, através da Suma Teológica, onde procurou conciliar fé e razão,
dialogando com o contexto a qual vivia, argumentando com a grande quantidade de ateus.
Pensamento Filosófico:
❏ Aquino, por viver em um grande período de trasnformações da Europa, teve maior influência das ideias de
Aristóteles, onde estabeleceu a teoria dos argumentos ou vias, tentando provar a existência de Deus com
elementos do mundo sensível.
❏ - 1ª Via (Motor): Se regredirmos para compreendermos os movimentos das coisas, chegaremos ao primeiro
motor, que é Deus.
❏ - 2ª Via (Causa Eficiente): Se regredirmos para compreendermos o motivo e a eficiência das coisas,
chegaremos a Deus.
❏ - 3ª Via (Contingente Necessário): Se regredirmos para compreendermos o formato das coisas, chegaremos
a quem arquitetou tudo como é; Deus.
❏ - 4ª Via (Graus de Perfeição): Precisamos ter parâmetros de comparação entre as coisas; maior e menor,
forte ou fraco, e esse parâmetro é Deus.
❏ - 5ª Via (Governo Supremo ou Finalidade do Ser): É preciso ter um motivo para a nossa existência, e só pode
ser a busca por um ser supremo.