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Apologética moderna.
Para o propósito de estudo e de uma análise útil, é valioso considerar a apologética católica
romana e a protestante.
(a) A apologética católica romana é caracterizada pelo fato de atribuir tanto a origem quanto a
(infalível) interpretação das Escrituras à igreja; e pelo fato de ensinar que a teologia racional é
possível e existe tanto
quanto a teologia revelada, pelo uso da razão humana o homem pode chegar ao
conhecimento da pessoa e da existência de Deus e até à salvação. A razão pela qual o homem
falha em chegar à verdade pela teologia racional não é a sua condição decaída, mas sim a
indolência daqueles qne sâo mentalmente capacitados a atingi-la por este meio, e a
inabilidade racional dos demais. Por causa desta preguiça por parte de alguns e da inabilidade
dos outros, Deus escolheu, em sua graça, dar a revelação. A igreja católica romana
desenvolveu uma apologética própria muito completa. Começando em 1908, o papa indicou
comissões contínuas para investigar completamente e emitir relatórios sobre o problema
Deutero- Isaías, a teoria J.E.D.P., form-Geschiehte etc. Habilidosos escritores da igreja
produziram livros eficazes sobre a apologética como The Faith of Our Fathers (do cardeal
James Gibbons), uma defesa da igreja católica romana; e Katkolieke Geloofsverdediging (do
cardeal Brocardus Meijer), uma obra muito completa e habilidosa sobre a apologética em
geral, em holandês. Como resultado das comissões eruditas de Roma e de uma obra tão
completa em apologética como a de Meijer, os católicos romanos estão apresentando uma
defesa convincente de sua fé, que está ganhando muitos da ala modernista, onde não foi
expressa nenhuma defesa semelhante da fé cristã.
Os apologistas protestantes não ensinam que uma teologia completamente natural seja
possível meramente pela aplicação da razão humana na formulação de cinco ou mais provas
teísticas (provas da existência necessária e real de Deus). Antes, tão longe quanto possa ir a
razão humana - e isto inclui a formulação de argumentos teísticos, ou seja, o cosmológico (a
existência do mundo), ontológico (a existência de uma ideia de Deus), o teológico (a existência
e a manifestação da criação e propósito no mundo e no homem) - é apenas racional concluir
que uma Pessoa racional, intencional e moral exista e seja a causa tanto do universo quanto do
homem. A Bíblia declara por revelação que tal é o caso e, em Romanos 1.18ss, aprendemos
que Deus considera o homem como o responsável por chegar à conclusão de que Ele existe.
Portanto, o apologista protestante nem se baseia completamente na razão - como os católicos
romanos com a sua teologia natural, nem rejeita completamente o lugar da razão - como
alguns aos protestantes extremamente ortodoxos (por exemplo, Abraham Kuyper em sua obra
Principles of Sacred Theology e Cornelius Van Til em sua obra The Defense of the Faith, que
enfatizam a impotência da mente humana em pecado e a necessidade do poder renovador do
Espírito Santo), Ao invés disso, reconhecendo a fragilidade da razão humana desde a queda do
homem, ele dá uma função comprobatória, subsidiária à revelação. Em outras palavras, as leis
da lógica, os fatos da vida e do cosmos, e as revelações proposicionais encontradas na Bíblia
devem receber seu lugar próprio na obtenção da verdade final e na formulação do nosso
sistema apologético.
Métodos apologéticos.
O objetivo da apologética.
Este inclui: (1) fazer contato com aqueles que tenham uma opinião errada ou perigosa, ou que
ataquem a revelação e fé cristãs; (2) encontrar uma área na qual o problema possa ser
discutido imparcialmente, e provar a fraqueza da opinião em questão primeiro em alguma
área neutra comum a todos, tais como a filosofia ou a lógica; (3) mostrar os problemas
teológicos levantados; (4) expor as convicções da igreja em suas confissões e credos, e
interpretar o que as Escrituras ensinam, enquanto se apresenta a racionalidade de tudo isso, A
base comum buscada para o diálogo com o adversário, não tem de impor qualquer
transigência, tal como tentado por alguma apologética recente, nem forçar as Escrituras sobre
o duvidoso ou o agnóstico. Considerar cada aspecto de um problema antes de entrar no
mérito das próprias Escrituras, abre a mente do adversário para considerar a própria posição e
respostas de Deus.
Bibliografia:
The Chrístian View of Science and Scripture, Grand Rapids. Eerdmans, 1954.
fonte www.sigogospel.blogspot.com
Todo ano, milhares de pessoas estão se filiando a uma nova seita. Um número surpreendente
deles se dirá crentes evangélicos. Eles poderão ser amigos, parentes ou membros de sua
igreja. E… é até possível que você esteja entre eles!
Nem sempre os crentes estão imunes às atividades e satisfação que as seitas oferecem.
Contudo, as deserções poderão ser evitadas se estivermos alerta acerca das áreas vulneráveis
e procurarmos dar alguns passos positivos no sentido de fortificar essas áreas. Um estudo
sobre as seitas proeminentes, do ponto de vista das necessidades humanas, que elas
preenchem, revela várias fraquezas entre os cristãos e suas igrejas, que colocam os crentes
frente à sedução das seitas. Para descobrir se você é vulnerável a se tornar membro de uma
seita, faça os seguintes testes:
Cristãos que são biblicamente ignorantes, ou que têm uma compreensão meramente
superficial da Bíblia, são os primeiros candidatos para esses tipos de explicações.
Exceto a maioria dos grupos orientais, tal como Hare Krishna, muitos membros das seitas
citam numerosos “textos de prova” da Bíblia – retirados do contexto – para afirmar suas
doutrinas.
As testemunhas de Jeová são famosas por sua habilidade de confundir seus oponentes,
citando dezenas de versículos que parecem apoiar sua teologia estranha. Todavia,
freqüentemente, os crentes não são hábeis para sustentar biblicamente suas próprias
convicções e confrontar os falsos ensinamentos e interpretações impróprias. Outros são
atraídos por “novas revelações” de seitas como a Igreja Apostólica da “Santa Vó Rosa” ou o
profeta William Soto Santiago.
Exame individual:
O que você crê a respeito das doutrinas básicas (Bíblia, Trindade, Deus, Homem, Salvação,
Espírito Santo, Igreja, Escatologia, Anjos), e por que crê assim? Você consegue sustentar suas
convicções usando a Bíblia? Você está envolvido pessoalmente com um estudo diário e
sistemático da Bíblia? Você conhece os princípios de uma sólida interpretação bíblica? Você lê
livros e toma aulas de teologia, apologética e exposição bíblica?
Na sua pregação, o que tem mais ênfase e autoridade: a Bíblia ou as experiências espirituais?
Você ensina as doutrinas básicas da fé cristã aos novos convertidos? Você tem planos de
ensinar teologia, métodos de estudo bíblico, hermenêutica (interpretação bíblica) e
apologética (a defesa da fé), nos sermões, Escola Dominical, escola bíblica de férias, ou outras
aulas especiais?
Sua doutrina no dia-a-dia
A maior atração do Templo do Povo de Jim Jones era a aparente integração dos fiéis e o estilo
de vida, que resultou em ação na ajuda para suprir as necessidades da comunidade. A igreja
também demonstrava unidade com a integração racial. O Rev. Moon e a Igreja da Unificação
têm atraído milhares de jovens em idade universitária porque ele promete aos seus seguidores
uma maneira revolucionária para resolver os problemas do mundo e vencer o comunismo – o
qual havia profetizado que suplantaria a democracia – como sabemos essa profecia falhou.
Outros incontáveis jovens seguem a Igreja Mórmon porque ela oferece uma sociedade
cooperativa que cuida das necessidades de seus adeptos através dos seus serviços de “bem-
estar”. Muitas pessoas procuram centros espíritas e terreiros de umbanda para resolver seus
problemas particulares pelos conselhos que recebem das entidades espirituais.
Em contraste, as verdadeiras igrejas cristãs têm muitas vezes se desviado para uma doutrina
divorciada da vivência prática do dia-a-dia. Em muitos casos, os cristãos falham em aplicar as
verdades da Bíblia aos problemas do povo de uma maneira prática. Estamos tão inquietos
quanto ao caminhar para um “evangelho social”, que muitas vezes acabamos perdendo o
equilíbrio entre a pregação do Evangelho e o socorro àqueles que passam necessidades.
Exame individual:
Você aplica o ensino bíblico à sua vida diária? Você já desenvolveu uma ética social cristã
baseada na Bíblia? De que maneira você está envolvido em ajudar a suprir as necessidades de
outra pessoa ou grupo – por exemplo: favelados, crianças abandonadas, ou viciados? Os seus
amigos não crentes e vizinhos o conhecem como alguém que se preocupa com suas vidas e
não apenas com suas almas?
Você ensina que a vida cristã é uma maneira completa de viver, que não enfatiza apenas o
aspecto espiritual? Você encoraja as pessoas a demonstrar a fé ajudando outras pessoas? Você
encoraja pessoas de outras raças ou níveis sociais a frequentar sua igreja, ou não as recebe?
Seu senso de comunidade dentro da igreja local
Os mórmons aprendem vários métodos de ganhar novos adeptos pela amizade usando o
folheto “Preciso de um Amigo”. Ao menos na aparência, muitas seitas oferecem amor
fraterno, sustento e aceitação. Achando sua igreja fria, e que não se preocupa com seus
membros, ele se volta para outros grupos onde se sentirá mais confortável, íntimo e
reconhecido.
Exame individual:
Com que freqüência você dá as boas-vindas aos visitantes de sua igreja e os contata durante a
semana? De que forma você procura demonstrar amor fraternal às pessoas solitárias, com
problemas, e doentes de sua igreja? Você convida pessoas ou famílias com quem você
raramente mantém comunhão para jantar em sua casa, ou os visita caso faltem ao culto? Você
compartilha seus conflitos e falhas com membros de sua igreja? Os irmãos de sua comunidade
podem contar com você para enfrentar as duras provas da vida?
Você reserva tempo toda semana para que os membros da igreja possam compartilhar suas
alegrias e necessidades uns com os outros? O que você está fazendo para promover um
ambiente onde os membros sintam-se à vontade para compartilhar seus conflitos e falhas?
Você incentiva as pessoas a comunicar suas dúvidas e procura ajudá-las a resolvê-las? Você
conhece as necessidades do seu povo? O que você está fazendo para suprir estas
necessidades?
Imaturidade ou amortecimento espiritual
Muitos crentes professos, que acabam entrando para uma seita, são crentes novos que não
foram discipulados, ou são crentes antigos que se tornam bebês espirituais. A imaturidade os
fez presas fáceis de seitas que usam a Bíblia e possuem um linguajar evangélico.
Crentes que estão vivendo para si mesmos em vez de se submeterem ao senhorio de Cristo
podem ser fisgados por qualquer grupo que for simpático aos seus desejos carnais. Outros
crentes são enganados por seitas como o Tabernáculo da Fé de William Branham. Muitas
vezes, nossa ênfase acerca da sã doutrina tem tido a tendência de extinguir a alegria da fé
cristã. Alguns têm perdido o equilíbrio da Igreja do primeiro século entre a ortodoxia e o gozo
da nova vida em Cristo.
Exame individual:
Você está crescendo em sua fé? É Cristo o Senhor de sua vida, ou você está vivendo para si
mesmo? Há equilíbrio entre doutrina e prática em sua vida? Você expressa a alegria de ser
salvo?
Novos convertidos, geralmente não são solicitados para ajudar nos trabalhos da igreja. Há,
também, uma tendência entre os cristãos de fazer os pastores e líderes de seminários de
“gurus”. Não exercendo seus privilégios e responsabilidades de estudar diretamente a Bíblia,
eles aceitam sem raciocinar o que é pregado e ensinado. Alguns crentes habitualmente citam o
que disseram outros homens, substituindo a Bíblia por suas palavras, como autoridade final.
Esta atitude fortalece os meios para que um líder de uma seita possa dominar uma pessoa ou
até uma congregação inteira.
Exame individual:
Você sabe qual é o seu dom espiritual? Como você o está usando? Você tem pelo menos uma
responsabilidade na igreja? Você compara aquilo que lhe ensinam com a Bíblia? Você está
centralizado na Bíblia ou num líder eclesiástico?
Como você está ajudando cada membro a descobrir e usar o seu dom espiritual? Todos os seus
membros têm deveres e responsabilidades na igreja? Quais oportunidades de participação nos
serviços da igreja estão à disposição para serem feitos por jovens ou novos convertidos?
Quantas oportunidades você oferece para o seu povo tirar dúvidas sobre seus sermões e
palestras?
Colapso da família
A desintegração da união familiar tradicional e o conflito das gerações na sociedade moderna
não estão limitados aos não-crentes. A migração populacional dos meios rurais para os
grandes centros urbanos tem colaborado para acelerar este processo. O colapso da família
está se tornando cada vez mais proeminente entre os cristãos, tornando os jovens mais
vulneráveis.
Os pais frequentemente estão muito ocupados com seus empregos e atividades sem fim na
igreja, para poder gastar tempo com a família. Em alguns lares cristãos, a comunicação e o
saber ouvir entre os membros da família são raros. As crianças observam os seus pais falando
de forma mais “bondosa” no templo do que em casa, e imediatamente os classificam de
hipócritas.
Adolescentes e jovens em idade escolar, que recebem pouca atenção em casa, tendem a
seguir grupos que possuem uma imagem de família. A seita Moon, a Família, e muitas seitas
afro-brasileiras são grupos ávidos para compadecer-se por alguém nessa situação. Eles falam
de seus grupos como famílias que oferecem tudo a uma pessoa que não está recebendo a
devida atenção em casa. Com ênfase num forte programa de união familiar, o mormonismo
atrai crentes que estão desiludidos devido à hipocrisia e a secularização que observam nas
famílias cristãs.
Exame individual:
Quanto tempo você passa com sua família? Qual a sua melhor maneira de se comunicar e
escutar os membros de sua família? Eles sabem que você os ama incondicionalmente, tanto
com suas palavras como com suas ações? Pais, vocês mostram amor determinando regras e
disciplina? Suas ações em casa refletem aquilo que vocês professam crer?
Você procura reservar pelo menos uma noite livre de todas as atividades e reuniões da igreja?
Você incentiva as famílias de sua igreja a passarem tempo juntas? Que estímulo você oferece
para que as famílias façam o culto doméstico?
Ignorância sobre as seitas
Muitas seitas são falsificações do Cristianismo. Num contato inicial com um membro da seita
“A Família”, ou outras seitas pseudocristãs, você concluiria facilmente que estaria falando com
crente evangélico. Se um moonista bem doutrinado sabe que você é um cristão, ele vai tecer
sua conversa de tal forma que soe como se fosse um cristão.
Outros, por falta de conhecimento, não percebem que certas entidades não sectárias – tais
como a Ordem Rosa Cruz (AMORC), a Maçonaria, a Cultura Racional etc. – são de fato,
religiões não cristãs. Algumas seitas orientais, como a Seicho-no-ie, e Arte Mahikari, aceitam
pessoas de qualquer religião, facilitando assim o envolvimento de cristãos. Outras pessoas, até
evangélicas, se envolvem com a astrologia, o “Método Silva”, o uso de pirâmides, ou ioga,
ignorando a origem ocultista delas. Contudo, a familiaridade com as doutrinas das seitas e seus
métodos de recrutamento vai ajudá-lo a detectá-los e a livrar-se de ser enganado por eles.
Exame individual:
O que você sabe acerca das crenças e práticas das seitas mais destacadas? Você sabe como
abordar os membros das seitas a fim de ganhá-los para Cristo? Você procura alertar seus
familiares e amigos sobre o perigo das seitas para protegê-los?
Você dá aulas, ao menos uma vez por ano, aos membros de sua igreja sobre as doutrinas das
seitas e como evangelizar os seus adeptos? Você informa ao seu rebanho sobre os novos
grupos de seitas que estão ativos em sua região? Em que nível o alertar os santos está em seu
ministério?
Não há evidência de Paulo ser doutrinado por meio de grupos de células. Não há evidências de
que eles se sentaram com Paulo e lhe disseram que ele se submetesse à autoridade deles. Não
há evidência de qualquer “programa de supersubmissão”.
Qual é o maior desafio hoje? Nas categorias mais amplas, o conflito de nosso dia é o teísmo
contra o naturalismo. Teísmo é a crença de que há um Deus transcendente que criou o
Universo; naturalismo é a crença de que causas naturais sozinhas são suficientes para explicar
tudo o que existe. As questões mais fundamentais reflectem essas categorias: A realidade
última é Deus ou o cosmos? Há um reino espiritual, ou a natureza é tudo o que existe? Deus
falou e revelou sua verdade a nós, ou a verdade é algo que temos que achar, ou até inventar
para nós mesmos? Há um propósito para as nossas vidas, ou somos acidentes cósmicos
emergindo da lama?
Esses dois sistemas principais são, em última instância, diametralmente opostos; e se vamos
defender nossa fé efectivamente, devemos entender suas implicações por completo.
Naturalismo é a ideia de que a natureza é tudo o que existe, que a vida surgiu de uma colisão
de átomos por acaso, evoluindo mais tarde para a vida humana como a conhecemos hoje. No
sentido mais amplo, naturalismo pode até incluir certas formas de religião – aquelas em que o
espiritual é concebido como totalmente inerente à natureza, como as religiões neopagãs e a
Nova Era. Em contraste, o Cristianismo ensina que há um Deus transcendente que existe antes
de o mundo vir a existência, que Ele é a origem última de todas as coisas. O universo é
dependente a todo o momento de seu governo e cuidado providencial.
Perspectiva deste mundo. Os naturalistas só consideram o que acontece neste mundo, nesta
época, nesta vida. Mas os cristãos vêem as coisas sob perspectiva eterna. Tudo o que fazemos
agora tem significado eterno, porque um dia haverá julgamento, e então se tornará evidente
que nossas escolhas na vida tiveram consequências que durarão por toda a eternidade.(E
Agora, Como Viveremos?; Charles Colson & Nancy Pearcey; CPAD; pp. 38-40)
Os contornos de um sistema de vida cristão se tornarão claros nas quatro secções que se
seguem: criação – Deus trouxe o mundo à existência através da sua palavra e criou a
humanidade à sua imagem; queda – a condição humana é desfigurada pelo pecado; redenção
– Deus em sua graça proveu uma maneira de nos reconciliar consigo mesmo; e restauração –
somos chamados a trazer esses princípios a todas as áreas da vida e criar uma nova cultura.
Equipados deste entendimento, podemos mostrar não somente que a cosmovisão cristã
oferece as melhores respostas – respostas que concordam com o senso comum e com a mais
avançada ciência – mas também que cristãos podem tomar as armas espirituais na grande luta
cósmica entre cosmovisões conflitantes.
(E Agora, Como Viveremos?; Charles Colson & Nancy Pearcey; CPAD; pp. 58)
Homem
Quando o homem viu-se como o centro de todo o conhecimento, ele definiu religião de acordo
com suas próprias expectativas e desejos. A religião não era mais estimada como busca do
homem para correctamente ajustar sua vida às exigências de Deus, mas como um sistema de
crenças que o ajuda a atingir seu pleno potencial.
O iluminismo não era contra a religião; apenas declarava que nosso conhecimento de Deus
não deveria vir da Bíblia, mas pela luz universal da natureza. Como tais, todas as religiões do
mundo eram essencialmente iguais, fundamentadas como estavam na observação natural e na
experiência. A Bíblia foi vista como um livro proveitoso, mas não considerada a revelação de
um Deus pessoal. A razão humana foi elevada acima da revelação.
O iluminismo foi uma benção mesclada. Por um lado, enfatizou a liberdade religiosa e a
tolerância no melhor sentido da palavra. Dois séculos antes, a Reforma tinha inspirado nova
vida espiritual em regiões da Europa. Esta luz, porém, era frequentemente oculta, senão
extinta, pelas controvérsias religiosas que se seguiram anos mais tarde. Podemos entender por
que as pessoas foram alimentadas com a intolerância da era. Ele deu ênfase muito necessária
na liberdade de aprendizagem e na liberdade de consciência.
É um escândalo, além de irónico, que quando os homens se livram das disciplinas da religião
revelada, a liberdade acabe em escravidão. A tirania religiosa deve, é claro, ser abominada;
mas quando o género humano usa a ambicionada liberdade para negar Deus, segue-se uma
tirania pior.
Esta troca de pensamento levou a outras óbvias mudanças no modo como a verdade (se é que
ela existe) foi vista. Ideias trazem consequências. Quando subimos a bordo de um trem
ideológico, temos de ir até o seu destino final.(Erwin E. Lutzer; Cristo Entre Outros Deuses;
CPAD; pp. 34-36)
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Nossas escolhas são formadas pelo que acreditamos ser real e verdadeiro, certo e errado, bom
e bonito. Nossas escolhas são formadas pela nossa cosmovisão ou “visão de mundo”.
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Nossa maior tarefa na vida é descobrir o que é verdadeiro e viver de acordo com essa verdade.
Como vimos anteriormente, toda cosmovisão pode ser analisada pela maneira como responde
a três perguntas básicas: De onde viemos, e quem somos (criação)? O que deu errado com o
mundo (queda)? E o que podemos fazer para consertar isso (redenção)? Estas três perguntas
formam uma grade que podemos usar para quebrar a lógica interna de todo o sistema de
crença ou filosofia que encontrarmos, dos livros escolares em nossas salas de aula até as
filosofias implícitas que dão forma à mensagem que ouvimos no programa de auditório de
Ophra Winfrey.
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
A base da cosmovisão cristã, é calro, é a revelação de Deus nas Escrituras. Ainda assim,
tristemente, muitos crentes não conseguem entender que as Escrituras são intencionadas para
ser a base de toda a vida. Nos séculos passados, o mundo secular estabeleceu uma dicotomia
entre ciência e religião, entre facto e valor, entre conhecimento objectivo e sentimento
subjectivo. Como resultado, os cristãos costumam pensar em termos da mesma falsa
dicotomia, permitindo que nosso sistema de crença seja reduzido a pouco mais que
sentimentos e experiências privados, completamente divorciado dos factos objectivos.(Charles
Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 32)
Mas a ênfase demasiada no relacionamento pessoal pode ser também a maior fraqueza de
todos nós, evangélicos, porque pode impedir-nos de ver o plano de Deus para a nossa vida
além do ponto da salvação pessoal. O Cristianismo genuíno é mais do que relacionamento com
Jesus, tanto quanto se expressa em piedade pessoal, frequência à igreja, estudo da Bíblia e
obras de caridade. É mais do que discipulado, mais do que acreditar em um sistema de
doutrinas sobre Deus. O Cristianismo genuíno é uma maneira de ver e compreender toda a
realidade. É uma cosmovisão, uma visão do mundo.
A base bíblica para esse entendimento é a narrativa da criação, onde nos é dito que Deus falou
e tudo veio a existir do nada (ver Génesis 1 e João 1:1-14). Tudo o que existe veio à existência
mediante o seu comando, e é por essa razão sujeito a Ele, encontrando propósito e sentido
nEle. A implicação é que em todo o assunto que investigamos, desde ética económica até
ecologia, a verdade só é encontrada em conexão com Deus e sua revelação. Deus criou o
mundo natural e as leis naturais. Deus criou os nossos corpos e as leis morais que nos mantêm
saudáveis. Deus criou as nossas mentes e as leis da lógica e da imaginação. Deus nos criou
como seres sociais e nos deu princípios para instituições sociais e políticas. Deus criou um
mundo de beleza e princípios de criação estética e artística. Em toda área da vida,
conhecimento genuíno significa discernir as leis e ordenanças pelas quais Deus estabeleceu a
criação, e então permitir que essas leis modeles a maneira pela qual devemos viver.Como
diziam os pais da igreja, toda verdade é verdade de Deus. (…)
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 33)
A guerra cultural não é sobre aborto, direitos dos homossexuais, ou o declínio da educação
pública. Esses são apenas os conflitos. A verdadeira guerra é uma luta cósmica entre a
cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e espirituais que estão em ordem de
combate contra ela. Isso é o que devemos entender se vamos ser efectivos tanto em
evangelizar nosso mundo hoje, como em transformá-lo para reflectir a sabedoria do Criador.
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 36)
Huntington predisse um conflito entre as cosmovisões das três mais tradicionais civilizações: o
mundo ocidental, o mundo islâmico e o leste confucionista. Mas um de seus ex-alunos, o
cientista político James Kurth, discordou dele afirmando que o conflito mais significativo seria
na própria civilização ocidental – entre os adeptos do modelo judaico-cristão e aqueles a favor
do pós-modernismo e do multiculturalismo.
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 37)
Devemos saber não só qual é a nossa cosmovisão e porque acreditamos nela, mas também
como defendê-la. Também devemos ter algum entendimento das cosmovisões contrárias e
porque as pessoas acreditam nelas. Somente então poderemos defender a verdade de
maneira encantadora e persuasiva.
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 45)
Os contornos de um sistema de vida cristão se tornarão claros nas quatro secções que se
seguem: criação – Deus trouxe o mundo à existência através da sua palavra e criou a
humanidade à sua imagem; queda – a condição humana é desfigurada pelo pecado; redenção
– Deus em sua graça proveu uma maneira de nos reconciliar consigo mesmo; e restauração –
somos chamados a trazer esses princípios a todas as áreas da vida e criar uma nova cultura.
Equipados deste entendimento, podemos mostrar não somente que a cosmovisão cristã
oferece as melhores respostas – respostas que concordam com o senso comum e com a mais
avançada ciência – mas também que cristãos podem tomar as armas espirituais na grande luta
cósmica entre cosmovisões conflitantes.
Ousaríamos acreditar que o Cristianismo pode ainda prevalecer? Devemos acreditar nisso.
Como afirmamos no começo, este é um momento histórico de oportunidade, e quando a
Igreja é fiel ao seu chamado, isso sempre leva a uma reforma da cultura. Quando a Igreja é
verdadeiramente Igreja, uma comunidade vivendo em obediência bíblica e contendendo pela
fé em toda área da vida, ela certamente reavivará a cultura em volta ou criará uma nova.
Religião não é reflexo ou produto da cultura, mas justamente o contrário. Como argumentou o
grande historiador do século XX, Christopher Dawson, o culto está na raiz da cultura
(considerando “culto” em seu sentido básico como um sistema de adoração religiosa). O já
falecido filósofo político Russell Kirk concordou: “É a partir da associação em um culto, um
corpo de adoradores, que a comunidade humana cresce”.
A ostra oferece uma boa analogia. Ostras fazem suas próprias conchas, de forma que se uma
concha é mal formada, o problema não está na concha, mas na ostra. Da mesma forma,
quando a cultura se deforma e degenera, não pergunte o que aconteceu de errado com a
cultura; pergunte o que deu errado com o culto – o cerne religioso. “Quando a crença no culto
tiver sido completamente enfraquecida, a cultura degenerará rapidamente”, escreveu Kirk. “A
ordem material repousa na ordem espiritual.”
A esperança para o mundo de hoje é uma ordem espiritual renovada e vibrante, um culto
criador de cultura, homens e mulheres de outra estirpe, em disposição de batalha para a
grande guerra de princípios contra princípios. Uma batalha que coeça assim: “No princípio…”
(Charles Colson & Nancy Pearcey; E Agora Como Viveremos?; CPAD; 58,59)