Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
European-Semester Thematic-Factsheet Taxation PT 0
European-Semester Thematic-Factsheet Taxation PT 0
FISCALIDADE
1. INTRODUÇÃO
1
Para mais informações sobre as questões
aqui suscitadas, ver: Comissão Europeia
(2017), «Tax Policies in the European Union:
2017 Survey», a publicar brevemente.
Página 1 |
2. DESAFIOS EM MATÉRIA DE
POLÍTICA FISCAL ENFRENTADOS
PELOS GOVERNOS DA UE
2
Este rácio inclui as contribuições para a
segurança social efetivamente pagas, mas não
contempla as contribuições respeitantes aos
funcionários públicos que alguns governos
assumem como tendo sido pagas por
imputação do referido pagamento.
Página 2 |
Figura 1: Carga fiscal total nos países da UE em percentagem do PIB, 2012 e 2018
Página 3 |
Figura 2: Taxas médias efetivas do imposto sobre o rendimento das sociedades dos
Estados-Membros em percentagem, 2016
Fonte: ZEW (2016), «Effective tax levels using the Devereux/Griffith methodology: intermediate report
2016». Projeto realizado para a Comissão Europeia.
Nota: (1) A taxa média efetiva do imposto sobre o rendimento das sociedades determina os impostos pagos
pelas empresas sobre os investimentos que geram lucros marginais acima do rendimento normal do capital.
(2) De modo a refletir a dedução da remuneração do capital próprio das empresas em Chipre, na Bélgica e
em Itália, assume-se que as taxas dessa dedução são equivalentes à taxa de juro de mercado no modelo.
Página 4 |
Figura 3: Taxas marginais efetivas do imposto sobre o rendimento das sociedades nos
países da UE em percentagem, 2016
Fonte: ZEW (2016), «Effective tax levels using the Devereux/Griffith methodology: intermediate report 2016».
Projeto realizado para a Comissão Europeia.
Notas: (1) O indicador baseia-se no modelo Devereux/Griffith. (2) De modo a refletir a dedução da remuneração
do capital próprio das empresas em Chipre, na Bélgica e em Itália, assume-se que as taxas dessa dedução são
equivalentes à taxa de juro de mercado no modelo.
Página 5 |
Figura 4: Taxa de emprego da população total; mulheres e trabalhadores pouco
qualificados, 2016
5
As prestações familiares reduzem a cunha fiscal global em França e na Dinamarca.
Página 6 |
Figura 5: Composição da cunha fiscal dos trabalhadores que auferem salários baixos em
diferentes países da UE, 2016
60
50
40
30
20
10
0
HU DE LV SE AT CZ RO LT IT BE PL FI SI BG HR EE SK EL DK ES PT FR LU NL UK MT IE
-10
Fonte: Base de dados da Comissão Europeia sobre indicadores dos sistemas fiscais e das prestações sociais,
com base no modelo de tributação e de prestações da OCDE, atualizada em 10.4.2017.
Notas: (1) Não existem dados recentes relativos a Chipre. (2) Os dados referem-se a trabalhadores solteiros,
sem filhos, que auferem 50 % do salário médio.
6
A armadilha da inatividade — ou o encargo fiscal implícito do regresso ao trabalho para as pessoas
inativas — corresponde à aferição da parte do salário bruto adicional que é absorvida pela fiscalidade
quando uma pessoa inativa (que não tem direito a prestações de desemprego, mas é elegível para
assistência social em função do rendimento) inicia uma atividade profissional. Por outras palavras, este
indicador mede os incentivos financeiros para passar da inatividade (e assistência social) para uma
situação de emprego.
Página 7 |
Figura 6: Armadilha da inatividade para quem assegura a segunda fonte de rendimento
familiar nos países da UE, 2015
Fonte: Base de dados da Comissão Europeia sobre indicadores dos sistemas fiscais e das prestações sociais,
com base no modelo de tributação e das prestações da OCDE.
Nota: (1) Os dados relativos à armadilha referem-se à pessoa que assegura a segunda fonte de rendimento
familiar, auferindo 67 % do salário médio, numa família com dois filhos em que os dois membros do casal
trabalham; o membro que assegura a principal fonte de rendimentos aufere o salário médio. (2) O
«contributo da política fiscal» refere-se à medida em que a tributação contribui para a armadilha da
inatividade, em pontos percentuais (sendo os outros fatores contributivos, por exemplo, a retirada de
subsídios de desemprego, de prestações de assistência social e de subsídios de habitação).
Página 8 |
A crescente acumulação de riqueza necessidade de abordar o problema da
privada na Europa ao longo dos últimos desigualdade numa perspetiva conjunta
quarenta anos e o agravamento das em termos de rendimento e riqueza.
desigualdades suscitaram um intenso
debate público sobre a equidade dos Os dados disponíveis sugerem que as
sistemas fiscais em vigor. desigualdades em matéria de riqueza são
um problema particularmente importante
As desigualdades de riqueza na Letónia, na Alemanha, na Áustria e na
ultrapassam as desigualdades de Irlanda.
rendimento (Figura 7). Esta situação
levou a que fosse reconhecida a
Figura 8: Níveis de igualdade de rendimentos (2016) e de desigualdade de riqueza (2014)
Fonte: Cálculos da Comissão Europeia baseados no inquérito do BCE à situação financeira e ao consumo das
famílias, 2016 e Eurostat 2016.
Nota: A riqueza líquida é definida como a diferença entre o total de ativos e o total de passivos dos
agregados familiares.
7
Corak, M. (2013), «Income Inequality, Equality of Opportunity, and Intergenerational Mobility», IZA
Discussion Paper No 7520.
8
O planeamento fiscal agressivo e a elisão fiscal são analisadas numa ficha temática separada.
Página 9 |
características socioeconómicas das reduzir os pagamentos do IVA. Outro
pessoas refletem as dos seus pais. exemplo diz respeito ao trabalho não
declarado sobre o qual não são pagos
A mobilidade intergeracional constitui um impostos sobre o rendimento das
indicador importante para saber se os pessoas singulares nem contribuições
cidadãos conseguem singrar na para a segurança social.
sociedade, independentemente dos seus
antecedentes socioeconómicos. Está Existem várias estimativas do montante
estreitamente relacionada com a total de impostos que deveriam ser
igualdade de oportunidades. cobrados mas que acabam por não o ser.
Ainda assim, o diferencial do IVA é o
A tributação tem um papel a único para o qual existem estimativas
desempenhar no apoio à mobilidade comparativas baseadas em metodologias
social, por exemplo: comuns para todos os países da UE.
enquanto fonte de financiamento do O diferencial do IVA é a diferença entre o
ensino de qualidade, montante de IVA efetivamente cobrado e
enquanto meio de reduzir a o montante estimado de IVA que,
transmissão de privilégios ou segundo as regras em matéria de IVA,
desvantagens de uma geração para a poderia ser teoricamente cobrado.
seguinte,
através da redistribuição do Avalia a eficácia das medidas para
rendimento e, especialmente, da garantir o cumprimento e a aplicação das
riqueza, promovendo um regras do IVA em cada Estado-Membro.
comportamento favorável a uma
maior mobilidade social. O diferencial do IVA é mais elevado na
Roménia, na Eslováquia, na Grécia e na
Lituânia.
Fonte: CASE et al. (2017). «Study and Reports on the VAT Gap in the EU-28 COUNTRIES: 2017 Final Report»,
TAXUD/2015/CC/131.
3. INSTRUMENTOS ESTRATÉGICOS incentiva o investimento,
PARA FAZER FACE AOS DESAFIOS apoia a criação de postos de trabalho e
EM MATÉRIA DE POLÍTICA FISCAL o emprego,
corrige as desigualdades,
As principais características a ter em conta assegura elevados níveis de
na avaliação da equidade e da eficiência cumprimento das obrigações fiscais.
de um sistema fiscal são a medida em que
este De modo geral, embora possa haver, por
vezes, soluções de compromisso entre os
Página 10 |
objetivos da eficiência e da equidade, Um sistema fiscal bem concebido pode,
estes não são de modo algum portanto, contribuir para melhorar o nível
antagónicos. de vida, oferecendo incentivos ao
investimento inteligente e ecológico.
3.1. Incentivar o investimento
A eficiência da administração fiscal
Um baixo investimento significa um influencia o nível de confiança dos
menor crescimento, mas também reduz cidadãos no sistema. Os contribuintes
o crescimento da produtividade e implica tendem a confiar mais nas organizações
baixas perspetivas de emprego e de que são consideradas eficientes e eficazes.
crescimento a longo prazo.
Para além das despesas de cobrança dos
Estimular o investimento é, por isso, uma impostos, também é necessário ter em
das principais prioridades estratégicas da conta os custos associados ao seu
Comissão. pagamento, frequentemente designados
como custos de cumprimento das
É importante conceber um sistema fiscal obrigações fiscais. Estes podem
que mantenha a taxa marginal efetiva de desencorajar a criação de novas
imposto a um nível reduzido, por forma a empresas, estimular a economia paralela,
não desincentivar os investimentos aumentar o incumprimento e prejudicar a
rentáveis. competitividade das empresas e dos
próprios países.
Isto não significa que as taxas de imposto
tenham de ser diminuídas. Em 3.2. Apoio à criação de postos de
contrapartida, pode recorrer-se a planos trabalho e ao emprego
de depreciação acelerada ou despesa
imediata, bem como autorizar a A redução dos impostos que recaem
dedutibilidade dos custos de capital sobre o trabalho pode ser um meio de
próprio, o que reduz a tributação marginal promover níveis mais elevados de
efetiva, mesmo se tal tiver de ser emprego, designadamente quando os
compensado por uma alteração das taxas elevados custos do trabalho desincentivam
de imposto. a contratação (ou seja, suscitam
problemas a nível da procura de mão de
A segurança jurídica e a existência de obra) ou quando os incentivos ao emprego
normas fiscais estáveis, simples e são reduzidos e não compensa trabalhar
previsíveis são importantes para as (ou seja, levantam problemas em matéria
empresas e para os investidores aquando de oferta de mão de obra).
da tomada de decisões.
A redução dos impostos que recaem sobre
As distorções do sistema fiscal podem o trabalho, especificamente direcionada
afetar o acesso ao financiamento e para os grupos mais vulneráveis e mais
desencorajar os investimentos em capitais sensíveis, tais como os trabalhadores com
próprios. baixos salários ou as segundas fontes de
rendimento familiar, pode contribuir para
A fiscalidade constitui um dos
aumentar os níveis de emprego e, ao
instrumentos essenciais de que os
mesmo tempo, reduzir a pobreza e a
governos dispõem para estimular o
exclusão social.
espírito empresarial e a inovação. As
políticas fiscais podem ajudar a reduzir o Uma vez que são raros os países que
risco empresarial e os custos de exercício dispõem de margem orçamental suficiente
de uma atividade empresarial. A para estarem em condições de ponderar
fiscalidade contribui para corrigir as uma redução da carga fiscal sobre o
deficiências do mercado como, por trabalho, sem qualquer contrapartida, é
exemplo, o investimento insuficiente em necessário estudar a forma de financiar
I&D, o financiamento de risco e as essa redução.
externalidades ambientais, como a
poluição. Transferir a carga fiscal para outras
bases de tributação é uma opção
Página 11 |
possível. A potencial margem de uma rendimentos através da
reorientação da carga fiscal depende redistribuição. Continua a ser importante
da estrutura fiscal existente. Certas analisar o impacto social dos sistemas
matérias coletáveis são consideradas fiscais, de modo a assegurar o devido
menos prejudiciais para o crescimento, equilíbrio entre a eficiência e a equidade
como os impostos sobre o consumo, os na estrutura dos impostos, de acordo com
impostos recorrentes sobre a habitação e as preferências de cada país.
os impostos ambientais.
A fiscalidade também pode servir para
No entanto, publicações económicas induzir certos tipos de comportamento.
recentes chamam a atenção para as
reações heterogéneas, os efeitos não A estrutura do sistema desempenha
lineares e as diferenças de amplitude um papel fundamental. Para além da
entre os efeitos a curto e a longo prazo. A tributação dos rendimentos e das
composição pormenorizada do imposto é, prestações pecuniárias, a estrutura global
no mínimo, tão importante como a do sistema fiscal9 tem um papel a
estrutura do sistema fiscal. desempenhar na redução das
desigualdades, tanto em termos de
Não obstante, níveis elevados de riqueza como de rendimento e na
tributação do trabalho, conjugados com promoção da coesão social.
uma carga fiscal relativamente baixa sob a
forma de impostos sobre o consumo, É importante garantir que a carga fiscal
impostos recorrentes sobre o património global que recai sobre os cidadãos, que
ou impostos ambientais, podem indicar varia em função das suas fontes de
que existe margem para a reorientação da rendimento, seja progressiva e que o
carga fiscal que incide sobre o trabalho. sistema fiscal seja coerente e eficaz.
Por outro lado, também importa ter em Idealmente, um sistema desse teor pode
consideração os efeitos distributivos do ajudar a corrigir a desigualdade dos
aumento da tributação nestes domínios. rendimentos de mercado. Mas, no mínimo,
tem de evitar o seu agravamento.
3.3. Correção das desigualdades e
promoção da mobilidade social 3.4. Cumprimento das obrigações
fiscais
A tributação desempenha um papel na
criação de uma sociedade justa, Melhorar o cumprimento das obrigações
nomeadamente ao fiscais e garantir assim a cobrança de
receitas fiscais que permitam às
garantir a conjugação adequada de autoridades públicas financiar a educação,
receitas para financiar a despesa os cuidados de saúde, as infraestruturas, a
pública; defesa, etc., é essencial para a criação de
atenuar as desigualdades; e/ou uma sociedade justa.
apoiar a mobilidade social e a
equidade intergeracional. Para combater a fraude e a evasão
fiscais, é importante desenvolver uma
Medidas como a igualdade de acesso ao estratégia que comporte canais
ensino ou a cuidados de saúde de múltiplos10. Uma melhor execução e um
elevada qualidade visam aumentar a melhor controlo são importantes, mas
igualdade de oportunidades. A consolidar a confiança e desenvolver uma
fiscalidade financia esta despesa pública,
recorrendo à dosagem fiscal adequada e
pressupondo o cumprimento efetivo das
9
obrigações fiscais por parte de todos os Incluindo o IVA, os impostos sobre o
contribuintes. património, o imposto sobre as mais-valias, o
imposto sucessório e a progressividade do
Além disso, os sistemas fiscais e de imposto sobre o rendimento das pessoas
singulares.
prestações sociais podem constituir 10
O planeamento fiscal agressivo e a elisão
um importante instrumento para fiscal são objeto de fichas temáticas separadas.
combater a desigualdade de
Página 12 |
cultura de respeito pela lei são aspetos dívida mais elevados, que fragilizam
igualmente relevantes. as empresas e tornam as economias
mais propensas a crises.
É necessário que as autoridades fiscais Consequentemente, agravam-se os riscos
reexaminem as políticas e os quadros em termos de estabilidade financeira, com
jurídicos existentes ou desenvolvam novas tendência para níveis desproporcionados
estratégias, de modo a assegurar que os de falência. Esta situação é
contribuintes cumpram as suas obrigações particularmente problemática para as
— de preferência a título voluntário. empresas jovens e inovadoras que, muitas
vezes, não têm acesso a financiamento
A natureza transfronteiras da fraude fiscal externo. São colocadas numa situação de
e a integração das economias nacionais desvantagem, não obstante a sua
em toda a UE exigem uma abordagem importância enquanto força motriz do
coordenada, não só através de iniciativas futuro crescimento.
europeias, como também através da
coordenação das políticas nacionais. O tratamento fiscal assimétrico da dívida e
do capital próprio é também explorado por
4. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL algumas multinacionais, que organizam a
sua dívida de forma estratégica para
4.1. Incentivar o investimento
reduzir a carga fiscal global.
A promoção do investimento tem sido
Os países que apresentam a maior
uma prioridade importante das
diferença entre os custos de capital para o
recentes reformas fiscais, sobretudo
financiamento com capitais próprios ou
nos países afetados pela crise. Têm
através de crédito (medida das distorções
sido igualmente envidados esforços no
fiscais a favor do endividamento) são a
sentido de simplificar o quadro
França, Malta, o Luxemburgo, Portugal e a
empresarial em matéria de fiscalidade. No
Grécia.
entanto, os governos nacionais podem
ainda fazer muito mais para estimular o A proposta da Comissão relativa a uma
investimento através das suas políticas matéria coletável comum consolidada
fiscais. do imposto sobre as sociedades
(MCCCIS) procura dar resposta a este
A maior parte dos regimes de tributação
problema das distorções fiscais a
das sociedades oferecem incentivos às
favor do endividamento através de
empresas para contraírem dívidas mais
uma dedução para o crescimento e
elevadas, permitindo a dedução dos
investimento. Trata-se de uma dedução
pagamentos de juros neste contexto, mas
fiscal concedida às empresas que optem
não aplicam um tratamento similar ao
por aumentar o capital próprio para efeitos
capital próprio.
de financiamento, em vez de contraírem
Uma vez que o investimento em dívida dívida. A dedução seria calculada
beneficia de um tratamento fiscal multiplicando a variação dos capitais
preferencial, o rendimento mínimo, antes próprios por uma taxa fixa composta de
de impostos, necessário para que o uma taxa de juro sem risco e de um
investimento seja rentável (o «custo do prémio de risco.
capital») será menor para um
A dedução para o crescimento e
investimento financiado por meio de
investimento seria reforçada por sólidas
empréstimo. A dimensão destas distorções
disposições antielisão. Esta seria uma
fiscais a favor do endividamento diverge
forma de assegurar que o capital próprio
na UE.
beneficiasse do mesmo nível de vantagens
As distorções fiscais a favor do fiscais que a dívida, criando assim um
endividamento induzem níveis de enquadramento fiscal mais neutro e mais
favorável ao investimento.
Página 13 |
Figura 10: Distorções fiscais a favor do endividamento no financiamento das empresas nos
países da UE, 2016
6
4
Pontos percentuais
0
FR MT LU PT EL ES DE AT NL DK SK SE HR FI EE UK CZ PL HU SI RO LT IE LV BG CY BE IT
Distorções fiscais a favor do endividamento 2010 Distorções fiscais a favor do endividamento 2016
Fonte: ZEW (2016), «Effective tax levels using the Devereux/Griffith methodology: intermediate report 2016».
Projeto realizado para a Comissão Europeia.
Notas: (1) A figura mostra as distorções fiscais a favor do endividamento no domínio da tributação das
sociedades, aferida como a diferença no custo de capital para novos investimentos sob a forma de capital
próprio e dívida. O custo de capital mede o rendimento mínimo, antes de impostos, necessário para que um
investimento real («investimento marginal») alcance o mesmo rendimento após impostos que um investimento
seguro no mercado de capitais. A taxa normalmente assumida pelo ZEW para a rentabilidade efetiva do
investimento seguro é de 5 %. (2) De modo a refletir a dedução da remuneração do capital próprio das
empresas em Chipre, na Bélgica e em Itália, assume-se que as taxas dessa dedução são iguais à taxa de juro de
mercado no modelo. Relativamente a Chipre, subsiste ainda uma pequena distorção, uma vez que a dedução
não se aplica aos investimentos em ativos financeiros.
Página 14 |
Incentivos fiscais à I&D bem I&D. Estudos mostram que estes regimes
concebidos estimulam o investimento não estimulam a I&D e podem, pelo
em I&D e a inovação. As deduções ou os contrário, ser utilizados como instrumento
créditos fiscais baseados nos custos reais de transferência de lucros, causando
de I&D são considerados uma boa prática elevadas perdas de receita.
comparativamente aos regimes baseados
em resultados, como os regimes fiscais No total, 25 países da UE utilizam
preferenciais para patentes. atualmente incentivos fiscais para
encorajar o investimento em I&D. A figura
Os regimes fiscais preferenciais para seguinte mostra os tipos de incentivos
patentes concedem uma redução fiscal fiscais utilizados em cada país.
sobre o produto a partir das atividades de
Figura 11: Número de incentivos fiscais à I&D nos países da UE, 2016
4
0
CY
HU
UK
EL
SI
CZ
ES
FR
HR
SK
AT
SE
EE
FI
DK
IT
IE
LT
MT
DE
BE
LV
RO
BG
NL
LU
PL
PT
Créditos fiscais Maior dedutibilidade Depreciação acelerada Regime preferencial para patentes
Página 15 |
fase de arranque, oferecendo fiscal sobre as mais-valias é um fator
antecipadamente créditos fiscais ou a relacionado com o desempenho suscetível
possibilidade de dedução dos prejuízos de promover a qualidade do investimento.
numa base favorável. O desagravamento
Figura 12: Número de incentivos fiscais a favor do capital de risco e dos investidores
providenciais propostos pelos países da UE e no exterior da Europa.
7
5
Número de incentivos
CA
TR
FR
ES
AU
KR
UK
IT
IE
SI
SE
DE
IL
US
MT
RO
JP
BE
PT
PL
Crédito fiscal Isenção fiscal Dedução fiscal Dedução de prejuízos Combinação de políticas
Fonte: PWC & IHS (2017), «Effectiveness of tax incentives for venture capital and business angels, Final report».
Estudo encomendado pela Comissão Europeia.
Nota: A «combinação de políticas» refere-se à combinação dos tipos de incentivo. A figura retrata a situação em
cada país em 31 de outubro de 2016. Desde então, foram instituídos novos regimes fiscais em Chipre e na
Hungria.
Página 16 |
3. sensibilização, informação e cumprimento das obrigações fiscais e são
aconselhamento das empresas incentivados a continuarem a simplificar e
contribuintes para as assistir no a clarificar a aplicação das regras fiscais à
cumprimento das regras fiscais, economia colaborativa. São também
utilizando canais como as redes incentivados a facilitarem e a melhorarem
sociais. a cobrança de impostos, explorando o
potencial das plataformas colaborativas,
A exploração de novos modelos que são encorajadas a cooperar com as
empresariais inovadores é importante autoridades nacionais.
para o futuro dos sistemas fiscais. Os
países da UE dependem cada vez mais da
integração digital para facilitar o
Figura 13: Número de horas por ano de que uma empresa de dimensão média necessita para
cumprir as suas obrigações fiscais, 2012 & 2015
500
450
400
350
300
Horas
250
200
150
100
50
0
HU
CZ
SI
HR
IT
EL
SK
ES
FR
AT
CY
SE
EE
UK
FI
IE
DE
BG
LV
LT
RO
MT
DK
NL
LU
PL
BE
PT
2012 2015
Fonte: Banco Mundial (2016), «Doing Business 2017: Equal Opportunities for All», Washington DC, EUA:
Banco Mundial.
Página 17 |
Figura 14: Receitas fiscais provenientes dos impostos sobre o consumo e carga fiscal
implícita sobre o consumo, 2010-2015
20 35
18
30
16
14 25
12
20
% do PIB
em %
10
15
8
6 10
4
5
2
0 0
FR
HR
HU
SE
FI
EE
SI
CZ
EL
ES
AT
SK
UK
CY
DK
IE
IT
LU
DE
NL
MT
LV
LT
BG
BE
RO
PL
PT
Receitas fiscais provenientes dos impostos sobre o consumo, 2015 Carga fiscal implícita sobre o consumo, 2015
Fonte: Comissão Europeia (2017), «Taxation trends in the European Union: 2017 edition», com base nos dados
do Eurostat
Nota: A carga fiscal implícita sobre o consumo não existe para a Hungria.
A tributação recorrente do Nos países cujos atuais sistemas de
património é o segundo tipo de imposto tributação dos imóveis dependem
que poderia ser considerado como um fortemente dos impostos sobre as
meio de compensar as reduções na transações, uma reorientação interna
tributação do trabalho. dos impostos sobre as transações para
impostos recorrentes também poderia
A figura seguinte mostra as receitas proporcionar ganhos de eficiência12.
provenientes dos impostos recorrentes Uma análise detalhada desta questão é
sobre o património em percentagem do delineada na ficha temática sobre o
PIB nos países da UE. mercado da habitação.
12
Os impostos sobre as transações tendem a desincentivar as transações que resultariam numa
afetação mais eficiente dos imóveis, reduzindo assim a dimensão do mercado. Estes impostos também
têm um impacto negativo na mobilidade dos trabalhadores, tendo em conta os elevados custos de
transação inerentes à mudança de propriedade.
Página 18 |
Figura 15: Receitas fiscais provenientes dos impostos sobre o património em percentagem
do PIB, 2015
5,0
4,5
4,0
3,5
em % do PIB
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
FR
DK
BE
SE
RO
HU
MT
HR
UK
CY
NL
FI
SI
DE
SK
BG
IT
PT
LV
IE
LT
CZ
LU
UE-28
ES
PL
AT
EL
EE
Impostos recorrentes sobre o património imobiliário Outros impostos sobre o património
Fonte: Comissão Europeia (2017), «Taxation trends in the European Union: 2017 edition», com base nos
dados do Eurostat
Nota: Os dados não incluem impostos sobre o rendimento das pessoas singulares respeitantes a rendas
imputadas.
Página 19 |
Figura 16: Receita fiscal ambiental, 2015
4,5
4,0
3,5
3,0
em % do PIB
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
IT
BG
UK
BE
IE
DK
MT
PL
HU
PT
HR
SI
EL
NL
CY
FI
EE
LV
FR
CZ
DE
ES
LU
UE-28
RO
AT
SE
LT
SK
Fonte: Comissão Europeia (2017), «Taxation trends in the European Union: 2017 edition», com base nos dados
do Eurostat.
Nota: Os impostos ambientais inserem-se em quatro categorias principais — energia, transportes, poluição e
recursos. Os impostos sobre a energia incluem os impostos sobre os produtos energéticos utilizados tanto para
fins de transporte como para instalações fixas. Os impostos sobre os transportes incluem os impostos associados
à propriedade e à utilização de veículos a motor. Incluem igualmente impostos sobre outros equipamentos de
transporte, tais como aeronaves e serviços de transporte conexos. Os impostos sobre a poluição incluem
impostos sobre as emissões atmosféricas medidas ou estimadas (exceto os impostos que incidem sobre as
emissões de dióxido de carbono), a água, a gestão de resíduos e o ruído. Os impostos sobre os recursos incluem
quaisquer impostos relacionados com a extração ou utilização de um recurso natural.
Página 20 |
Figura 17: Estrutura da tributação por função económica da matéria coletável, 2015
100
90
80
70
60
em % do PIB
50
40
30
20
10
0
EE
HU
HR
SE
AT
FR
SK
CZ
FI
SI
IT
ES
IE
EL
UK
CY
UE-28
DE
NL
DK
LV
LT
LU
RO
BG
MT
BE
PT
PL
Trabalho Capital Consumo
Fonte: Comissão Europeia (2017), «Taxation trends in the European Union: 2017 edition», com base nos dados
do Eurostat.
Nota: Para efeitos desta figura, a tributação do «capital» inclui todas as outras categorias de tributação não
classificadas como trabalho ou consumo.
Página 21 |
Figura 18: Grau de progressividade da tributação dos rendimentos do trabalho nos países da
UE, 2016
70
60
50
40
30
20
10
0
FR
UK
FI
ES
EL
SI
SK
HR
EE
CZ
HU
IE
LU
IT
AT
SE
UE-28
DK
DE
NL
BE
MT
LT
RO
LV
BG
PT
PL
Carga fiscal 50 % SM Carga fiscal 167 % SM
Fonte: Base de dados da Comissão Europeia sobre indicadores dos sistemas fiscais e de prestações com base
nos dados da OCDE.
Nota: (1) Os dados relativos à cunha fiscal dizem respeito a trabalhadores solteiros sem filhos. (2) Não existem
dados recentes disponíveis para Chipre. (3) Os países são classificados por ordem decrescente de magnitude do
rácio da cunha fiscal sobre 167 % do salário médio em comparação com a cunha fiscal sobre 50 % do salário
médio. (4) Os dados de 2016 não se encontram ainda disponíveis para Malta, Hungria, Lituânia, Roménia e
Bulgária.
A figura seguinte mostra o poder de A desigualdade de rendimentos continua a
correção dos sistemas fiscais e das ser elevada em alguns países da UE,
prestações sociais, comparando o nomeadamente naqueles onde o efeito
coeficiente de Gini para os rendimentos de redistributivo dos sistemas fiscais e de
mercado com o coeficiente de Gini para o prestações sociais é relativamente
rendimento disponível (em termos reduzido.
absolutos e relativos).
A Finlândia, a Bélgica e a Dinamarca são
Revela que, embora os sistemas fiscais e os países que apresentam os maiores
de prestações sociais intervenham no efeitos redistributivos, expressos na
combate à desigualdade de rendimentos redução relativa do índice de Gini.
em todos os países da UE, existem
diferenças na importância do seu impacto.
Página 22 |
Figura 19: Poder de correção dos sistemas fiscais e de prestações sociais nos países da UE
30
25
20
Descida do índice de Gini
15
10
0
HU
CZ
HR
IE
SK
FI
AT
EL
UK
SI
SE
FR
CY
EE
UE-28
DK
DE
IT
ES
NL
RO
LU
MT
LT
BG
LV
BE
PT
PL
Descida do índice de Gini em valores absolutos
Página 23 |
em matéria de IVA para as empresas e de 5. FONTES ÚTEIS
proporcionar maior flexibilidade aos
Estados-Membros na determinação dos Comissão Europeia, «Tax policies in
produtos que devem ser tributados a taxas the European Union: 2017 Survey»,
reduzidas. a publicar brevemente.
Comissão Europeia, «Taxation Trends
in the European Union: 2017
Edition», Luxemburgo, 2017
Data: 28.9.2017
Página 24 |