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Gestação e doença renal

a dificuldade de diagnóstico da gestação na paciente renal, principalmente se ela estiver em


diálise. O maior motivo é que essas pacientes, tipicamente, apresentam ciclos menstruais
irregulares, e, além disso, os sintomas associados à gravidez, como distensão e aumento da
circunferência abdominal, náuseas e obstipação, confundem-se com os da uremia.

É comum que os bebês dessas gestantes nasçam prematuros e pequenos para a idade
gestacional.

O sucesso na gravidez é maior quando a mãe tem função renal ainda significativa, quando está
em diálise ou quando a gestação ocorre antes de iniciar o programa dialítico crônico. Para
gestantes com DRC, é primordial o controle rigoroso da pressão arterial e o controle adequado
da anemia, da uremia e da proteinúria. Em HD, o controle do volume hídrico pode ser
extremamente difícil, se mantidos os procedimentos usuais. É necessário evitar a hipotensão,
o parto prematuro e as complicações do feto. Por outro lado, há o risco da hipertensão e do
edema pulmonar para a mãe. Para equilibrar esses riscos, a HD de gestantes deve ser mais
frequente

A dieta recomendada é menos rigorosa do que a para pacientes não gestantes, visando
alcançar as necessidades nutricionais mais elevadas. Por outro lado, é essencial acompanhar e
orientar a paciente para que a ingestão alimentar descontrolada seja evitada

No total, a perda de aminoácidos pode chegar a 2 g por dia. 7 Esse fato pode influenciar, de
maneira adversa, o estado nutricional das mulheres quando a ingestão de proteína não é
adequada

A glicosúria pode ocorrer normalmente durante a gestação. A condição deve-se ao aumento


da carga filtrada de glicose e à menor eficiência na reabsorção tubular. A sua excreção é cerca
de 1 O vezes superior à das mulheres não grávidas.

A taxa de filtração glomerular (TFG) aumenta no início e mantém-se elevada até o último mês
de gravidez

Durante a gravidez ocorre maior retenção de sódio, estimulada pelo decréscimo da resistência
vascular periférica. Esse aspecto contribui para o aumento do volume líquido extracelular, o
ganho de peso e o surgimento do edema de extremidades. 1 A sobrecarga de sódio não
aumenta a pressão arterial, mas induz alterações hemodinâmicas. 16 Portanto, não há
necessidade de restrição da ingestão de sódio, porém excessos devem ser evitados.

Para gestantes com DRC, é primordial o controle rigoroso da pressão arterial e o controle
adequado da anemia, da uremia e da proteinúria.

A DRC altera o metabolismo de nutrientes, e, no estágio dialítico, também ocorre aumento


significativo das perdas de nutrientes. Adicionado a isso, em gestantes normais, há aumento
das necessidades de proteínas, tiamina, ribofl.avina, piridoxina, niacina e cobalamina, além das
vitaminas A e C.18- 21 Também, há aumento das necessidades de cálcio, folato, ferro, zinco,
iodo e selênio. A deficiência do folato no primeiro trimestre de gestação está associada a
anormalidades congênitas e alterações do tubo neural. Caso a ingestão alimentar seja
insuficiente e as reservas maternas estejam baixas, o feto lança mão das reservas
préconcepcionais. Porém, quando a desnutrição já era um problema prévio da DRC, o risco
para a mãe e o feto torna-se extremamente significativo.

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