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Ciências da Natureza

Física
Cinemática I
Porque Estudamos movimento?

3
Porque ordenar os movimentos?

A posição dos astros:


 Elaboração dos calendários
 Previsões climáticas
 Compreensão dos ciclos naturais e fenômenos
periódicos como eclipses.

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Porque ordenar os movimentos?

Estudos de balística e lançamentos:


 Construção de flechas e armas mais eficientes
para caça
 Canhões e Catapultas para guerras
 Defesa e ataques mais eficientes

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Porque ordenar os movimentos?

Mobilidade urbana:
 Viagens mais eficientes
 Uso seguro e consciente das vias públicas
 Debate sobre políticas públicas de saúde
no trânsito

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Simplificando o estudo: O ponto material

Em determinados contextos, objetos serão tratados como


ponto material. Neste caso, a análise do seu movimento irá
desconsiderar suas dimensões.

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Trajetória
É a linha formada pelas diversas posições de um
corpo em movimento em um dado intervalo de
tempo. No contexto da física (grandezas
mensuráveis) a trajetória é associado a unidades de
medida de comprimento.

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Trajetória

9
Referencial
Lugar no espaço que serve
como referência para análise do
movimento. A trajetória de um
corpo (e até sua condição de
movimento) depende do
referencial.

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Referencial

O referencial, em uma Referencial – Origem


Coordenada = 0
trajetória, determina uma Coordenadas
origem, a partir da qual temos negativas na
trajetória Coordenadas
coordenadas positivas e
positivas na trajetória
negativas na trajetória.

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Posição (S) Posição do objeto: a
4 cm da origem

A posição (S) de um corpo em


-6 -4 -2
-8 0 6 8
uma determinada trajetória, é 4
2
sua coordenada na trajetória
em relação ao referencial
(origem). Trajetória com posições marcadas em centímetros

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Posição (S)

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Distância (D) Distância percorrida:
6 cm

É o comprimento da trajetória
-6 -4 -2
-8 0 6 8
descrita por um corpo em um 4
2
dado intervalo de tempo, ou
seja, durante um movimento.

Trajetória com posições marcadas em centímetros

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Deslocamento (ΔS)

É a diferença entre a posição final (SF) e a posição inicial (SI) de um corpo. Expresso
em termos do operador Δ que indica variação.

ΔS = SF – SI

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Deslocamento x Distância

Considere o movimento de
uma pessoa que saiu da
padaria (no começo da rua)
e seguiu até a “casa da
Maria” no final da rua
seguindo dois caminhos
diferentes.

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Deslocamento x Distância

A distância percorrida no
caminho da esquerda é
menor que no caminho da
direita (trajetórias
diferentes). Mas o
deslocamento em ambos é
igual.

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Deslocamento x Distância

Um objeto se moveu em uma trajetória circular. Ele saiu e


voltou ao mesmo ponto. O deslocamento total dele é 0
(posição final igual a posição inicial  ΔS = SF – SI = 0
porque SF = SI). Mas a distância percorrida é o perímetro
da trajetória circular.

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Em movimento, temos velocidade...

Velocidade média, é definida como o espaço percorrido em um


dado intervalo de tempo. Matematicamente temos:
∆S m km
Vm = Vm = Vm =
h
∆t s

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Velocidade instantânea
Imagine um carro S (m) ΔS (m) t (s) Δt (s) Vm (m/s)
viajando de modo que 0 0 0 0 0
sua velocidade varie ao 10 10 1,85 1,85 5,4
longo do trajeto. Porém,
através de sensores, a 20 10 2,87 1,02 9,8
posição do carro na 30 10 3,78 0,91 10,9
estrada é registrada em 40 10 4,65 0,87 11,5
intervalos de tempo
bem curtos como na 50 10 5,50 0,85 11,7
tabela. 60 10 6,32 0,82 12,2

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Velocidade instantânea
Velocidade instantânea é uma aproximação
da velocidade média, quando obtida em
intervalos de tempo bastante reduzidos.
Matematicamente escrevemos:

∆S
Vinst = lim
∆𝑡→0 ∆t

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Vamos Praticar...
Livro Física 360 – Material de Apoio - Física 360º - Parte I

Página 36 – Exercício 1

Página 37 – Exercícios 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8

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Movimento Retilíneo Uniforme
Movimento que ocorre sempre em linha reta e com a velocidade constante.
Ocorre apenas em duas situações:
1 – Um objeto se desloca em uma direção sem que nenhuma força atue
sobre ele
2 – Um objeto se desloca em uma direção em que várias forças agem sobre
ele, mas elas se compensam e se anulam umas em relação às outras.

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A Função Horária da Posição
No estudo e análise do movimento, buscamos um ordenamento na forma como o
movimento ocorre ao longo do tempo.

Função horária:
S t = Expressão(t)
 Descreve a posição do objeto (S) para cada
instante (t).
 Trás os elementos do movimento retilíneo
(V, S e t)

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A Função Horária da Posição
Vamos buscar essa relação entre posição e tempo através de uma
modelagem matemática? Para isso, precisamos simular um MRU em
um laboratório, e medir o instante de tempo para diferentes posições de
um objeto. A partir desses pares de dados “Posição (S) vs. Tempo(t)”,
organizados em uma tabela, podemos construir um gráfico S x t, e
analisar que tipo de comportamento a relação entre a posição e o tempo
tem no MRU.

Caso esse comportamento seja conhecido matematicamente, teremos


uma expressão matemática para relacionar posição e tempo no
movimento retilíneo uniforme.

25
A Função Horária da Posição
Posição – S(t) (cm) Tempo – t (s)
25 0
42 0,418
60 0,883
80 1,365
101 1,888

26
A Função Horária da Posição
Vamos construir um gráfico

Gráfico linear implica na relação matemática:

Y X =A+B∙X
Onde A e B são constantes da relação
entre as variáveis X e Y

SF (t) = A + B ∙ t
Vamos achar A e B.

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A Função Horária da Posição
Vamos construir um gráfico

Y X =A+B∙X
Se X = 0, Y = A

Y 0 =A+B∙0
SF (t) = 25 + B ∙ t
A = 25 cm
25 cm = Si ou seja, é a posição inicial (t = 0).

SF (t) = Si + B ∙ t
Se t = 0

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A Função Horária da Posição
Y X =A+B∙X
B é a tangente da inclinação da reta, ou seja:
Cateto oposto cateto oposto ∆S
B= B=
∆S = 101 − 25 cateto adjacente ∆t
α
76
B= B = 40,3 cm/s
1,888

SF (t) = 25 + 40,3 ∙ t
25 cm = Si e 40,3 = v

Cateto adjacente ∆𝑡 = 1,888 − 0 SF (t) = Si + v ∙ t

29
A Função Horária da Posição
Vamos construir um gráfico

SF (𝑡) = 20 + 22,8 ∙ t

SF (𝑡) = SI + V ∙ t

30
A Função Horária da Posição
∆S SF − SI
V= V= 0
tF − tI
∆t

SF − SI
V= SF − SI = V ∙ t F SF = SI + V ∙ t F
tF
SF (𝑡) = SI + V ∙ t

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A função horária da posição

SF (𝑡) = SI + V ∙ t

 SF(t) – Posição em um dado instante t


 SI – Posição inicial do corpo no início da contagem do tempo
 V – Velocidade do corpo
 t – Tempo decorrido

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ATENÇÃO

SF (𝑡) = SI + V ∙ t

A forma matemática que relaciona a posição (S) com o tempo (t) no


MRU é uma equação LINEAR. Isso implica que um gráfico que
relacione posição e tempo, para um movimento retilíneo uniforme
(MRU) deverá ser uma linha reta. Essa reta pode ser crescente
(velocidade positiva) ou decrescente (velocidade negativa). Mas, não
necessariamente devera ser crescente. Olhe o slide a seguir!!!

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Gráficos do MRU – S x t
MRU – gráfico linear com
MRU – gráfico linear com
velocidade negativa
velocidade positiva

SF (𝑡) = SI + V ∙ t SF 𝑡 = SI − V ∙ t
V > 0 – Movimento progressivo V < 0 – Movimento retrógrado

34
Gráficos do MRU – V x t

V > 0 – Movimento progressivo V < 0 – Movimento retrógrado

35
Gráficos do MRU – V x t

V = 20 m/s V = - 22 m/s

36
Vamos descobrir o deslocamento ΔS

V = 20 m/s V = - 22 m/s

37
Vamos descobrir o deslocamento ΔS
∆S
Δt V= V ∙ ∆𝑡 = ∆S
∆t

20 ∙ 4 − 1 = ∆S = 60 m
ΔS V
Agora vamos olhar para a área da
figura formada no gráfico para este
intervalo de tempo.

Área = b ∙ h = V ∙ ∆t = ∆S

V = 20 m/s

38
Vamos descobrir o deslocamento ΔS
O mesmo vale para o segundo caso.
V ∙ ∆𝑡 = ∆S
∆S = −22 ∙ 3 − 1 = − 44m
O sinal negativo indica apenas que o
deslocamento ocorreu no sentido
contrário ao sentido positivo da trajetória.
Área = b ∙ h = V ∙ ∆t = ∆S = 44 m
Para cálculo da área usamos apenas o
tamanho. Assim, o sinal de negativo não V = - 22 m/s
tem sentido e, por isso, usamos o módulo.

39
Assim, concluímos que...
Em um gráfico “velocidade por tempo”, a área calculada sob o gráfico, para
um dado intervalo de tempo, é numericamente igual ao deslocamento
descrito pelo objeto durante aquele intervalo de tempo.

40
Velocidade relativa VAV = ?

Quando dois objetos se movem, e VAP = 30 m/s


precisamos analisar o movimento de
um em relação ao outro, é importante
considerar a velocidade relativa.
Basicamente é a velocidade calculada
quando mudamos de referencial. Caso
os objetos viagem no mesmo sentido, a VVP = 10 m/s
velocidade relativa entre eles é dada
pela diferença entre as velocidades

VAV = VAP – VVP VAV = 30 – 10 VAV = 20 m/s

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Velocidade relativa VAV = ?

VAP = 30 m/s
Quando os objetos
viagem no sentido
contrário entre si, a
velocidade relativa entre
eles é dada pela
VVP = – 10 m/s
diferença entre as
velocidades

VAV = VAP - VVP VAV = 30 – (-10) VAV = 30 + 10 VAV = 40 m/s

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Vamos praticar...
Considere um objeto que se desloca em movimento retilíneo uniforme durante 10
segundos. O desenho ao lado representa o gráfico do espaço em função do
tempo.
A posição do objeto no instante t = 10 segundos, em metros, é:
SI
Solução: Vamos achar a função horária da posição para este movimento do
objeto.
∆S 12 − 3 Para t = 10 s
V= V= V = 3 m/s
∆t 3−0 S(10) = 3 + 3 ∙ 10

S(t) = SI + V ∙ t S(t) = 3 + 3 ∙ t S 10 = 33 m

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Vamos praticar...
Assinale o gráfico que representa CORRETAMENTE um movimento com velocidade constante e
diferente de zero.

a) b) c)

d) e)

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Vamos praticar...
Nas estradas brasileiras existem vários aparelhos com a finalidade de medir a velocidade dos
veículos. Em uma rodovia, cuja velocidade máxima permitida é de 80 km/h, um carro percorre a
distância de 50 cm entre os dois sensores no tempo de 20 ms. De acordo com a Resolução n. 396,
do Conselho Nacional de Trânsito, para vias com velocidade de até 100 km/h, a velocidade medida
pelo aparelho tem a tolerância de +7 km/h além da velocidade máxima permitida na via. Considere
que a velocidade final registrada do carro é o valor medido descontado o valor da tolerância do
aparelho.
Nesse caso, qual foi a velocidade final registrada pelo aparelho?

a) 38 km/h Dados: 0,5 Descontando a


V= V = 25 m/s
b) 65 km/h ΔS = 50 cm = 0,5 m 0,02 tolerância
Δt = 20 ms = 0,02 s
c) 83 km/h VF = 90 − 7 = 83 km/h
V = 25 × 3,6 V = 90 km/h
d) 90 km/h
e) 97 km/h

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