Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fabianoraco.oi.com.br
FFÍÍSSIICCO
O--Q
QUUÍÍM
MIICCAA
O SISTEMA GASOSO
Para entendermos o comportamento físico dos gases, devemos, antes de qualquer coisa, verificarmos a maneira pela qual um
determinado material atinge a fase gasosa. Para tanto, lançaremos mão de esferas para representar as espécies químicas constituintes do
material a ser analisado.
• Na fase sólida, teremos essas "esferas" muito unidas umas às outras devido à maior contribuição das forças de atração
(interações intermoleculares ou interatômicas) em detrimento das forças de repulsão. Nessa fase, o material encontra-se com
forma e volume fixos, pois as partículas não têm mobilidade.
• O material, ao passar para a fase líquida, teve de receber energia (calor), fazendo com que a distância entre as partículas
aumentasse. Significa que as forças atrativas tornaram-se menos intensas, enquanto as forças repulsivas se fizeram notar.
O volume é mantido, mas perde-se a forma fixa, pois as moléculas, afastadas umas das outras, adquiriram uma certa
mobilidade.
• Ao passar para a fase gasosa, há nova absorção de calor, provocando ainda mais o distanciamento entre as partículas.
Agora, além de perder a forma fixa, perde-se também o volume fixo, pois as moléculas adquiriram grande mobilidade.
PRESSÃO
Entretanto, o gás real tem comportamento adverso do gás ideal. Significa que as moléculas de um gás real apresentam volume
característico e também interações entre uma molécula e outra. Mas há situações em que o gás real tem comportamento aproximado ao
comportamento de um gás ideal: quando a temperatura for alta e a pressão for baixa. Significa que, tanto em altas temperaturas, quanto
em baixas pressões teremos as moléculas as mais distantes possíveis umas das outras, com baixíssima interação, caracterizando pobreza
nas interações entre uma molécula e outra. É esse gás ideal (ou o gás real em altas temperaturas e baixas pressões) que iremos enfatizar
neste estudo.
Um gás pode sofrer 3 tipos de variações: PRESSÃO, VOLUME e TEMPERATURA, portanto, essas são as variáveis de
estado de um gás.
PRESSÃO
Moléculas em movimento desordenado na fase gasosa de um material chocam-se com as paredes do recipiente que as contém.
Esses choques, considerados elásticos (as moléculas batem e voltam sem perder energia ou quantidade de movimento), provocam uma
força de dentro para fora do recipiente, isto é, geram uma PRESSÃO DE DENTRO PARA FORA. Então, PRESSÃO é o conjunto de
todas as forças geradas pelos choques das moléculas com as paredes do recipiente. Quanto maior o número de choques ou maior
a força com que as moléculas chocam com o recipiente, maior a pressão exercida por um gás.
Para se medir a pressão de um gás, usa-se aparelhos denominados manômetros e a unidade utilizada para se indicar essa pressão
é a Pascal (Pa). Porém, várias outras unidades são adotadas, como: mmHg (milímetro de mercúrio), atm (atmosfera), bar, Torr, etc.
Dessas, trabalharemos, nesse estudo, apenas com: mmHg, Pa e atm. Sendo que deveremos utilizar a seguinte equivalência:
1 atm = 760 mmHg = 101.325 Pa.
• A pressão 1atm (atmosfera) equivale à pressão exercida pelo ar atmosférico ao nível do mar.
• A pressão mmHg (milímetro de mercúrio) é fruto de um experimento do famoso Torricelli, em 1643. Torricelli, ao nível do
mar, encheu um tubo de vidro de mais ou menos 1.000 milímetros (1 metro) de comprimento com mercúrio (Hg). Em seguida,
fechou a "boca" do tubo com o dedo de modo a não permitir a entrada de ar e emborcou esse lado num recipiente contendo
mercúrio. Ao retirar o dedo, observou que o mercúrio escorreu até a altura de 760 milímetro. Isso ocorreu porque o que
mantém a coluna de mercúrio é a pressão externa do ar. As partículas do ar, colidindo com a superfície exposta do mercúrio no
recipiente, exercem sobre ela uma pressão que impede a saída do mercúrio do tubo.
760mm
Pressão do ar Pressão do ar
Mercúrio (Hg)
VOLUME
Volume é o espaço ocupado pelas partículas do gás. Como elas estão em constante movimento, ocupam todo o espaço em que
se encontram: se colocarmos gás numa garrafa de 2 litros, o volume ocupado pelo gás será de 2 litros e assim com qualquer recipiente.
Para trabalhar com as unidades de volume, devemos utilizar as equivalências abaixo:
1 dm3 = 1 L
1 cm3 = 1 mL
O m3 é a unidade recomendada pelo Sistema Internacional de Medidas (SI).
TEMPERATURA
Temperatura é a medida do estado de agitação das partículas que constituem um corpo.
• Temperatura Kelvin: É a temperatura Termodinâmica: essa temperatura deverá ser utilizada quando estivermos
trabalhando com gases.
• Graus Celsius ou Centígrados: 0ºC = 273K
273K 0ºC
ESCALA ESCALA
KELVIN CELSIUS
0K -273ºC
TK = TºC + 273
EM RESUMO:
• 1atm = 101.325Pa = 760mmHg.
• 1dm3 = 1L = 1000mL.
• K = ºC + 273
1.0
0.8
0.6 T3
0.4 T2
0.2
T1
Na prática, quanto maior as temperaturas, mais afastadas dos eixos estarão as isotermas (T1, T2 e T3).
Os pesquisadores que verificaram as transformações isotérmicas, instituiu uma Lei que recebeu seus nomes, a LEI DE BOYLE-
MARIOTE: Com temperatura constante, o volume ocupado por uma certa massa de gás é inversamente proporcional à sua pressão. P1V1 = P2V2.
Com uma mesma pressão, se aumentarmos a temperatura, o volume aumenta. Dizemos então, que na transformação isobárica de um
gás, a temperatura é diretamente proporcional ao volume. Quando a temperatura dobra, triplica, etc., o volume dobra, triplica, etc.,
respectivamente.
50
40
30
20
10
Esse gráfico só é válido para os gases ideais e não para os reais, pois note que, quando chegamos ao zero absoluto (0K ou -
273ºC), o volume tende a zero e isto não é possível, pois a matéria não desaparece!
O pesquisador que verificou as transformações isobáricas, instituiu uma Lei que recebeu seu nome, a LEI DE CHARLES: Sob uma
mesma pressão, uma certa massa de gás ocupa um volume diretamente proporcional à sua temperatura termodinâmica (temperatura
kelvin). T1/T2 = V1/V2.
Num volume constante, se aumentarmos a temperatura, a pressão aumenta na mesma proporção do aumento da temperatura.
Dizemos, então, que, na transformação isocórica de um gás, a temperatura e a pressão são diretamente proporcionais. Quando a
temperatura aumenta o dobro, o triplo, etc., a pressão aumenta na mesma ordem.
T/K P/mmHg
80 150
160 300
240 450
320 600
V1=V2 T 1 P1 400 750
P1<P2 = 160 300 320 600
T1<T2 T 2 P2 = ; = ; etc .
T V 80 150 240 450
750
600
450
300
150
Os pesquisadores que verificaram as transformações isocóricas, instituíram uma Lei que recebeu seus nomes, a LEI DE GAY-
LUSSAC: A um volume fixo, a pressão de uma certa massa de gás é diretamente proporcional à temperatura termodinâmica (escala
kelvin). T1/T2 = P1/P2.
EM RESUMO:
• TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA (T1 = T2): P1V1 = P2V2
• TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA (P1 = P2): T1 V1
=
T2 V 2
• TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA (V1 = V2): T1 P1
=
T2 P2
• Combinando as Equações de Estado: P1V1 P2V 2
=
T1 T2
PRINCÍPIO DE AVOGADRO
Nas mesmas condições de pressão e temperatura, volumes iguais de quaisquer gases possuem o mesmo número de
espécies químicas.
O volume que um mol de qualquer gás ocupa nas CNTP (Condições Normais de Temperatura (273K) e Pressão (1atm)) é de 22,4
litros, chamado de Volume Molar.
Lembre-se de que o número de mols (também chamado quantidade de matéria) pode ser encontrado dividindo-se a massa (m) da
espécie química pela sua massa molar (M) através da expressão:
m
n=
M .
P = 1atm
1 P = 1atm
2
T = 273K
1 T = 273K
2
V =?
1 V =?
2
Se n = n , 1 2
V =V = 22,4L,
1 2
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON
Quando ocorre uma transformação de estado de uma certa massa fixa de gás em que o volume, a pressão e a temperatura variam
simultaneamente, podemos concluir que: PV = R (cons tan te.universal.dos.gases) . Assim, para cada valor de Temperatura, Pressão e
T
Volume, teremos um valor para R.:
Esses valores de R estão relacionados a 1mol de gás, para 2 mols R = 2.0,082 = 0,164, etc. Então, podemos modificar a equação
combinada dos gases ideais para podermos aplicá-la em qualquer quantidade de matéria e não necessariamente em 1mol.
PV m
= nR ⇒ PV = nRT ⇒ PV = RT
T M
Essa equação é chamada de equação de Clapeyron e não se esqueça de usar o valor de R em conformidade com as unidades respectivas de
Temperatura, Volume e Pressão.
MISTURAS GASOSAS
Toda mistura de gases é homogênea, desde que não haja reação química entre eles.
As partículas, por estarem bastante separadas umas das outras tendem a se distribuírem igualmente pelo espaço em que se
encontram. Dessa forma, o conjunto de todos os choques desses gases com as paredes do recipiente gerará uma pressão que será a soma
da pressão que cada gás exerce, isto é, a pressão total de uma mistura de gases é igual à soma das PRESSÕES PARCIAIS de cada
gás dessa mistura.
Pt = P1 + P2 + P3 + ...
10 20 30
atm atm atm
V = 1L V = 1L V = 1L
OBSERVE OS EXEMPLOS:
EXEMPLO 01:
Um sistema composto por 1 mol de N2(g), 2 mols de O2(g) e 3 mols de He(g) exerce uma pressão de 750mmHg. Qual a pressão que cada
gás exerceria se estivessem sozinhos no recipiente da mistura?
Dados do Comentários:
problema Como temos a pressão total e as quantidades de matéria, podemos usar P1 = X 1Pt . Falta, portanto, calcular as frações
Pt = 750mmHg parciais:
1mol 1
nH 2 = 1mol X N2 = =
6mols 6
2mols 1
nO2 = 2mols X O2 = =
6mols 3
nHe = 3mols
3mols 1
X He = =
6mols 2
nt = 6mols
Cálculos:
1
PN 2 = .750mmHg = 125mmHg
6
1
PO2 = .750 mmHg = 250mmHg
3
1
PHe = .750mmHg = 375mmHg
2
Verificando a Lei de Dalton:
Pt = PN 2 + PO2 + PHe = 750mmHg
EXEMPLO 02:
Amostras de H2, O2 e N2 gasosos contêm, cada um , massa de 1,00g. Suponha que os gases sejam colocados conjuntamente em um
recipiente de 10,0L a 125ºC. Considerando o comportamento ideal , calcule a pressão total em atm. (Massas Atômicas: H = 1,00, O =
16,00, N = 14,00)
Cálculos:
Como
nt = 0,5+0,03+0,04=0,57mol:
PV = nRT ⇒
0,57mols.0,0082atm.L.K −1.398K
P= ⇒
10 L
P = 1,86atm