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FARMACOGNOSIA

PURA

Leticia Freire de Oliveira


Antraquinonas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer o conceito, classificação e biossíntese das antraquinonas.


„„ Descrever métodos de extração, doseamento e identificação.
„„ Explicar as propriedades fisiológicas e farmacológicas das
antraquinonas.

Introdução
As quinonas são compostos presentes em plantas e são utilizadas há
séculos para tratar constipação. A babosa e o ruibarbo, por exemplo,
são usados também como corantes naturais.
As quinonas têm diversas formas estruturais, sendo uma delas as
antraquinonas, também conhecidas como antranoides, derivados an-
tracênicos ou hidroxiantracênicos. Essas substâncias são conhecidas por
suas propriedades laxativas. Entretanto, há estudos que relatam outras
aplicações farmacológicas.
Além das propriedades fisiológicas e farmacológicas das antraqui-
nonas, neste capítulo, você verá seu conceito, classificação, biossíntese,
métodos de extração, doseamento e identificação.

Conceito, classificação e biossíntese


das antraquinonas
As quinonas são compostos que podem ser encontrados em bactérias, fun-
gos, líquens e plantas (folhas, galhos, caules e raízes) como gimnospermas e
angiospermas. Também, foram encontradas quinonas no reino animal, como
em esponjas, ouriços do mar e alguns artrópodes, como cochonilhas e os
besouros-bombardeados. Estas substâncias apresentam vital importância, tanto
para vegetais superiores, artrópodes e fungos, como para o próprio ser humano
(MONKS et al., 1992; FERREIRA et al., 2010; SIMÕES et al., 2017). Em geral,
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os referidos compostos contribuem na defesa da planta contra insetos e outros


patógenos. Além disso, são importantes para os organismos vivos, pois atuam
como cofatores de proteínas no transporte de elétrons (SILVA et al., 2013).
Como as antraquinonas estão amplamente espalhadas no reino dos fungos,
como por exemplo, as espécies de Aspergillus spp., Eurotium spp., Fusarium
spp., Drechslera spp., Penicillium spp., Emericella purpurea, Curvularia
lunata, Mycosphaerella rubella, Microsporum sp., entre outros. Estes orga-
nismos estão envolvidos em interações interespecíficas, e as antraquinonas,
sintetizadas por fungos endofíticos, são necessárias para proteger a planta
hospedeira contra insetos ou outros microrganismos. Ainda, elas possuem
uma grande gama de atividades biológicas, como os efeitos bacteriostáticos,
fungicidas, antivirais, herbicidas e inseticidas (CARO et al., 2012; GESSLER;
EGOROVA; BELOZERSKAYA, 2013). Como exemplo será citada a benzo-
quinona primina, comum no gênero Primula, que demonstrou ação protetora
contra insetos fitófagos. Outro fator, relacionado à função de defesa química
atribuída às quinonas, é a ação alelopática que exercem sobre a germinação
de diversas espécies (SIMÕES et al., 2017).

A juglona é uma naftoquinona excretada pelas raízes da Juglans regia L., conhecida
como nogueira. Esta substância é capaz de inibir a germinação de outras plantas,
tendo ação alelopática, protegendo a planta contra outros vegetais competidores.
Outros exemplos de quinonas alelopáticas são: lawsona, 7-metiljuglona e plumbagina
(SIMÕES et al., 2017).

As quinonas são produtos da oxidação de fenóis, sua principal característica


é a presença de dois grupos carbonílicos que formam um sistema conjugado
com, pelo menos, duas ligações duplas entre átomos de carbono C=C.
As o- e p-quinonas são 1,2- e 1,4-dicetonas cíclicas conjugadas; m- ou
1,3-quinonas não são encontradas naturalmente na natureza. Já, as unidades
quinoides 1,4-dicetociclo-hexa-2,5-dieno ou 1,2-dicetociclo-hexa-3,5-dieno
ocorrem com relativa abundância em substâncias de origem biológica (SI-
MÕES et al., 2017).
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A nomenclatura das quinonas é definida pelo esqueleto do anel aromá-


tico, estabelecendo-se as posições dos dois grupos carbonílicos na molécula,
situados na posição 1,2- ou orto-,1,4- ou para- e, acrescentando-se o sufixo
quinona. Estas substâncias são classificadas, normalmente, de acordo com o
tipo de ciclo em que o sistema de ligações duplas e cetonas conjugadas está
inserido, podendo ser encontradas, assim: benzoquinonas, naftoquinonas,
fenantraquinonas e antraquinonas. Entretanto, apenas algumas nafto-, antra- e
fenatraquinonas podem ser consideradas como compostos com caráter aro-
mático (SOUSA, 2012; SIMÕES et al., 2017). Agora, acompanhe na Figura 1
os tipos de classificação das quinonas, segundo o seu sistema cíclico:

Grupo Sistema aromático Estruturas Básicas


Benzoquinonas → Anel benzênico

Naftoquinonas → Anel naftalênico

Antraquinonas → Anel antracênico

Fenantraquinonas → Anel fenantrênico

Figura 1. Classificação das quinonas em relação ao sistema cíclico.


Fonte: Adaptada de Sousa (2012).
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Além desses compostos, são encontradas na natureza quinonas terpênicas


e policíclicas de estruturas mais complexas, como as diterpenoquinonas, com
esqueleto do tipo abietano e as derivadas de fenantrenoquinonas, com dife-
rentes graus de instauração. As filoquinonas e plastoquinonas são metabólitos
primários, presentes em plantas superiores e algas, bem como em todos os
tecidos que realizam fotossíntese. As filoquinonas possuem função hormonal,
necessária para a formação de raízes. Enquanto que as ubiquinonas têm sido
encontradas em plantas e animais, diferenciando-se das plastoquinonas, pelo
tipo de substituintes no anel (SIMÕES et al., 2017).
As naftoquinonas são metabólitos secundários produzidos por algas, fungos,
plantas e animais. Dividem-se em 1,2- e 1,4-naftoquinonas, e em função do
anel heterocíclico oxigenado. Estes compostos podem ser subdivididos em
prenilnaftoquinonas, furanonaftoquinonas, difurnafatoquinonas e piranaf-
toquinonas (SILVA et al., 2013).

As ubiquinonas e as naftoquinonas da vitamina K são exemplos de bioquinonas que


participam da cadeia de transporte de elétrons na respiração celular procariótica e
eucariótica (SIMÕES et al., 2017).

As antraquinonas são encontradas em plantas superiores, das famílias


Rubiaceae, Fabaceae, Rhamnaceae, Verbenaceae, Asphodelaceae, entre outras.
Para a Fabaceae, são típicas as antraquinonas do tipo emodina-crisofanol,
sendo muito importantes no gênero Cassia e Senna.
As antraquinonas ou derivados hidroxiantracênicos são formados a partir
de unidades provenientes de acetil- ou malonilcoenzima A, levando à formação
de policetídeos com grupos OH em C1, C8 e, algumas vezes, em C6, podendo,
ainda, apresentar grupos CH3, CH2OH, CHO ou COOH em C3. É possível,
também, que o grupo carbonila, da terceira unidade mevalonato, seja reduzido
após a formação da cadeia de policetídeos, de modo que o derivado formado
não apresente OH em C6 (SIMÕES et al., 2017). Veja observe na Figura 2 a
biossíntese das antraquinonas:
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Figura 2. Biossíntese das antraquinonas pela via acetato/malonato.


Fonte: Simões et al. (2017, p. 251).

Outra via biossintética está relacionada ao ácido o-succinilbenzoico, em


que são sintetizadas lawsona, filoquinona e juglona e naftoquinonas como
a chiconina, formadas a partir do ácido p-hidroxibenzoico. As antronas e
os antranóis são os primeiros policetídeos antranoides que se formam nas
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plantas, possuem função oxigenada apenas na posição C9, e a maioria ocorre


na natureza, em forma de glicosídeos. As antraquinonas são mais estáveis,
geralmente, são formadas por antronas livres, auto-oxidação ou ação de en-
zimas próprias das plantas, como peroxidases ou oxidases. As antronas são
transformadas, também, em diantronas e naftodiantronas.
Nos derivados antracênicos, são característicos os grupos hidroxilas em
C1 e C8, bem como a presença do grupo cetônico em C9 e C10. Grupamentos
metila, metoxilas e carboxila podem estar presentes em C6. Grande parte
desses derivados se apresenta, originalmente, como o-glicosídeos, com ligação
glicosídica nos grupamentos hidroxilas, nos carbonos C1, C8 ou C6. Dessa
forma, os compostos c-glicosídeos são derivados das antronas, sendo a ligação
C-C ao açúcar sempre em C10 (SIMÕES et al., 2017).
As quinonas apresentam-se como substâncias cristalinas, variando da cor
amarela à vermelha, e, ocasionalmente, azuis, verdes ou pretas. As antronas e
antranóis costumam ser amarelados, enquanto que as antraquinonas costumam
ser laranja ou vermelhas e as naftodiantronas cor violeta-avermelhada.
As estruturas quinoides condicionam uma alta reatividade química, con-
ferindo às quinonas propriedades oxidantes em processos que reduzem as
1,4-benzoquinonas a hidroquinonas. Assim, derivados antracênicos contidos
em drogas vegetais secas, costumam se apresentar em estado mais oxidado do
que as substâncias desse mesmo grupo, presentes em plantas frescas.
As reações de oxidorredução são responsáveis pelo papel das quinonas
como carreadoras de elétrons, nos processos metabólicos das células. Logo,
as atividades e propriedades das quinonas baseiam-se em sua capacidade de
interagir com sistemas redox ou transferir elétrons em ambiente físico ou
biológico (SIMÕES et al., 2017). Estas propriedades, ainda, permitem que elas
participem de reações do ciclo redox e reações de Michael. Desta forma, o
potencial redox de uma quinona é, fortemente, influenciado pelo pH do meio e
pela presença de substituintes em sua estrutura, pois a presença de moléculas
receptoras de elétrons aumenta o poder antioxidante e, em contrapartida,
moléculas doadoras de elétrons reduzem o potencial antioxidante (LITTLE;
MASJEDIZADEH; WALLQUIST, 1995; MONKS et al., 1992).
As quinonas protonadas são oxidantes mais fortes do que as formas não
protonadas. No caso das semiquinonas, que são geradas por redução envolvendo
um elétron, elas não são suficientemente básicas para serem protonadas. Com
isso, a maioria das semiquinonas está sob a forma de ânion-radical em pH
fisiológico que, devido á repulsão entre as cargas, é um oxidante muito mais
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fraco do que a quinona original. Contudo, estes ânions-radicais semiquinonas


podem causar mais danos às células em razão de sua habilidade de gerar
peróxido de hidrogênio em ambiente biológico, via ciclo redox (SOUSA,
2012). Assim, analise na Figura 3 as semiquinonas produzidas a partir de um
processo de redução:

Figura 3. Semiquinonas produzidas pela redução de quinonas ou pela oxidação de para- e


orto- difenóis.
Fonte: Budziak, Maia e Mangrich (2004, documento on-line).

Métodos de extração, doseamento e


identificação
Para a extração de quinonas, é possível utilizar solventes orgânicos, como
clorofórmio e acetona, sendo que o clorofórmio é melhor aplicável para obtenção
de quinonas poliméricas. A extração desses compostos não é problemática,
tendo em vista que são substâncias estáveis. Para a retirada de quinonas, a
partir de material vegetal, emprega-se técnicas de pressurização, microondas
e ultrassom, com auxílio de água. Entretanto, a extração com metanol pode
levar à formação de artefatos metoxilados.
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Entre os derivados antracênicos, as antraquinonas são as mais estáveis,


ao mesmo tempo que as antronas e diantronas são relativamente estáveis
em soluções aquosas acidificadas. Mas, as antraquinonas, na presença de
álcalis, são rapidamente oxidadas. Em meio alcalino, elas se transformam
em ânions fenolatos correspondentes, os quais apresentam intensa coloração
que varia entre púrpura ae violeta. Os grupos de hidroxilas, na posição C1
e C8, possuem uma acidez comparável a dos ácidos orgânicos. A alcalini-
zação necessária para essa reação, pode ser obtida, inclusive, com soluções
de bases fracas, como por exemplo, o hidróxido de amônio. Esta reação em
meio alcalino é denominada reação de Bornträger e é usada na detecção
de compostos antraquinônicos hidroxilados. Também, permite diferenciar
hidroxiantraquinonas, como alizarina que apresenta coloração azul-violeta,
em meio alcalino, e 1,8-di-hidroxiantraquinonas, como a emodina, que
apresentam coloração vermelha.
Assim, a reação de Bornträger é utilizada para ensaios qualitativos e
quantitativos. Pode-se, por exemplo, determinar a concentração de antra-
quinonas em farmacógenos ou em extratos vegetais, por meio de técnicas
espectrofotométricas. Já, a reação com o reagente de Craven (cianoacetato
de etila e solução etanólica de hidróxido de amônio) permite detectar p-
-benzo- ou naftoquinonas que apresentam pelo menos um dos carbonos
adjacentes a carbonilas livres de substituição, mediante produção de cor
azul intensa.
Entre as metodologias analíticas mais comuns, que são usadas para quan-
tificar as quinonas, estão os métodos cromatográficos, como Cromatografia
Líquida de Alta Eficiência acoplada ao Espectro de Massas (CLAE-EM) e
a Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectro de Massas (CG-EM) que são
técnicas versáteis e sensíveis (SOUSA, 2012).
Entretanto, o processo de isolamento dessas substâncias requer cuidado, pois
são facilmente oxidáveis, quando não estão na matriz vegetal. Para resolver
este problema, é possível utilizar técnicas de extração anaeróbicas, com o uso
de CO2 sólido ou nitrogênio líquido.
O isolamento e purificação das quinonas são, geralmente, realizados com
técnicas cromatográficas, como cromatografia em coluna, utilizando-se gel
de sílica ou resinas, como sephadex LH-20 e amberline XAD-2. Pode-se,
também, realizar a separação por meio de Cromatografia em Camada Delgada
(CCD) preparativa, cromatografia em contracorrente ou, ainda, Cromatografia
Líquida de Alta Eficiência (CLAE) preparativa. Contudo, algumas quinonas,
como a 7-metiljuglona, são instáveis e podem sofrer oxidação ou dimerização,
quando em contato com gel de sílica durante processos cromatográficos.
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Após o isolamento dessas substâncias, é identificada a estrutura química


desses compostos por meio de técnicas espectroscópicas, como Espectrosco-
pia de Infravermelho (Espectroscopia IV), Espectroscopia de Massas (EM),
Espectroscopia de Ressonância Magnética (RMN) e difração em raio X.
Ainda, no espectro de infravermelho, os grupamentos carbonila das quinonas
apresentam bandas intensas e típicas, entre 1.630 a 1.700 cm-1, diferentemente
de cetonas, ésteres ou ácidos carboxílicos que costumam apresentar a banda
carbonila acima de 1.700 cm-1 (SIMÕES et al., 2017).

Propriedades fisiológicas e farmacológicas


das antraquinonas
Os compostos antracênicos constituem o maior grupo das quinonas, pos-
suindo algumas propriedades oriundas de sua relação estrutura‒atividade. Os
compostos glicosilados, por exemplo, apresentam maior transporte e potência
farmacológica, porém são menos absorvidos do que as antronas livres, devido
à sua maior lipossolubilidade.
Já, as antronas e diantronas são 10 vezes mais ativas do que as formas
oxidativas dos compostos antracênicos, sendo que os glicosídeos de antronas
são mais potentes, enquanto que os glicosídeos de antraquinonas só têm
ação laxante em doses bem maiores. Outro fator importante, é a presença de
hidroxilas na posição C1 e C8, que são essenciais para a ação laxante.
A aplicação terapêutica mais conhecida das antraquinonas é a atividade
laxante. Assim, esta utilização tem três mecanismos distintos: um deles é pelo
estímulo direto da contração da musculatura lisa do intestino, aumentando
a motilidade intestinal, o que pode estar relacionado ao aumento da síntese
de histamina; Outro mecanismo proposto é a inibição da reabsorção de água
pela inativação da bomba de Na+/K+-ATPase, pois a bomba de Na+/K+ parece
se inibida por reína, frângula-emodina, antronas e antraquinonas contendo
um grupamento de hidroxila fenólica adicional; O terceiro mecanismo em que
ocorre inibição dos canais de Cl- para 1,8-hidroxiantranoides (antraquinonas
e antronas) é mais intenso para aloe-emodina, que é utilizada pela indústria
farmacêutica na síntese de antibióticos do grupo das antraciclinas.
Do mesmo modo, as naftoquinonas desenvolvem algumas atividades farma-
cológicas, porém o seu emprego como laxante é utilizado em menor frequência.
Elas possuem diversas atividades biológicas, sendo uma das classes mais
investigadas no âmbito da farmacologia. Popularmente, são utilizadas para
tratar diversos males, como doenças parasitárias e alguns tipos de câncer. Parte
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da atividade destes compostos está associada ao caráter fortemente eletrofílico


das naftoquinonas, que promove reações com os grupos tióis das proteínas,
além de sua capacidade em induzir um ciclo redox, gerando espécies reativas
ao oxigênio (SILVA et al., 2013).
Por exemplo, pesquisas demonstraram o potencial antitumoral de diversas
espécies que contêm naftoquinonas, como o lapachol e a β-lapachona (FON-
SECA; BRAGA; SANTANA, 2003; HIRSCHMANN; PAPASTERGIOU,
2003). A β-lapachona demonstrou atividade contra linhagens de células ma-
lignas humanas em leucemia, melanoma, câncer colorretal, de mama e de
próstata, apresentando, também, ação sinérgica no tratamento radioterápico
de tumores, como melanoma humano, resistentes à radiação (FERREIRA et
al., 2010).
Os efeitos adversos de drogas vegetais, contendo compostos antracênicos,
estão associados a modificações morfológicas no reto e no cólon, como
fissuras anais, prolapsos hemorroidais e outras alterações que não regridem
espontaneamente, exigindo intervenção cirúrgica. Podem, assim, ocorrer
processos inflamatórios e degenerativos, com risco de redução severa do
peristaltismo, o que pode conduzir à atonia. Embora, haja poucos estudos
envolvendo interações medicamentosas com as antraquinonas, existe a redu-
ção da absorção de alguns fármacos, quando ingeridos concomitantemente.
Ainda, há relatos do uso de quinonas para outras atividades farmacológi-
cas, como o derivado diacetilado da reína, (diacereína), um monofármaco
utilizado no tratamento de artrite. Também, existem alguns nutracêuticos
à base de ubiquinonas, conhecida como ubidecarenona ou coenzima Q10
(SIMÕES et al., 2017).
A espécie Tabebuia avellanedae, mais conhecida como ipê roxo, oriunda
da América do Sul, bastante utilizada na medicina popular, contém como
principais princípios ativos as quinonas, naftoquinonas, taninos e flavonoides.
Esta planta é muito utilizada como auxílio no combate a determinados tipos
de tumores cancerígenos, tendo reconhecida suas ações anti-inflamatória,
analgésica, antibiótica e antineoplásica (MORESKI; BUENO; LEITE-
-MELLO, 2018).
Para finalizar, as quinonas possuem importância relevante na área alimen-
tícia, pois são frequentemente utilizadas como corantes naturais em alimentos.
Logo, neste grupo, estão as quinonas desprovidas de afeitos laxativos. Entre
as quinonas que apresentam alto valor comercial, podem ser citadas as nafto-
quinonas chicona e alcalina.
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