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Texto I
Zygmunt Bauman
O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria
das ameaças que geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como
uma organização das coisas humanas: para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à
casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do próximo): mas, pelo menos até agora, as
nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o “medo dos medos”,
aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir
da morte.
Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é
inevitável é o principal motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura.
Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio,
interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa consciência
de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam humanos e que tornam
humano o nosso modo de ser-no-mundo.
A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da
mortalidade. E se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente)
sonhamos, a cultura pararia de repente [...].
Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da
possibilidade de que os projetos fiquem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação
humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou necessária a criação cultural e que transformou
os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o
motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o finito
do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para
outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade,
deixando nela um sinal imortal da nossa passagem, embora fugaz.
Tudo isso, naturalmente, não significa que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência
e o ponto focal das reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e
toda época histórica têm os seus próprios medos, específicos desse tempo e dessa sociedade. Se é
incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo “sem medo”, em vez disso, descrever
com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é condição
indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das propostas. [...]
(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-
mercadoria-politica-e-comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)
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a) O medo da morte, embora fugaz, cria a consciência de uma perene brevidade do tempo,
instaurando no ser humano a possibilidade de um mundo alternativo, de acordo com cada período
histórico.
b) O modo de ser-no-mundo é definido pelos traços distintivos dos diferentes contextos histórico-
culturais. O medo da morte é, nesse ínterim, dispensável para a definição de toda produção cultural e
artística.
c) As diversas origens do medo e seus significados sócio-históricos são fluidos, e compreendê-los é
tarefa obrigatória na finalidade de acessar sua funcionalidade nas diferentes épocas e contextos.
d) Separar a vida e a morte é tarefa da criação cultural, uma vez que as invenções humanas permitem a
superação da mortalidade humana e do medo desta.
e) A possibilidade da imortalidade não cessaria a produção cultural, tendo em vista que a cultura
independe da condição finita da vida humana.
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03 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária – Fonologia )
No excerto “[...] a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal motivo pelo
qual existe a cultura [...]”, a expressão em destaque pode ser substituída, sem gerar prejuízo
gramatical, por
a) por que.
b) porque.
c) cujo.
d) por qual.
e) porquê.
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05 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária – Morfologia )
Conjunções ou locuções conjuntivas são palavras invariáveis utilizadas para ligar orações ou
palavras da mesma oração. As conjunções destacadas nos trechos a seguir estabelecem
determinados sentidos, introduzindo uma relação semântica entre as orações. Assinale a
alternativa que apresenta, entre parênteses, a interpretação correta da conjunção destacada.
a) “[...] é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos
tornam humanos [...]” (justificativa)
b) “[...] se, por puro acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a
cultura pararia de repente [...]” (causa)
c) “Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo ‘sem medo’, em vez disso,
descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é
condição indispensável.” (hipótese)
d) “[...] interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo: é a nossa
consciência de ser mortais [...]” (finalidade)
e) “Embora hoje vivamos imersos em uma ‘cultura do medo’, a nossa consciência de que a morte é
inevitável.” (consequência)
Qual(is) é(são) o(s) item(ns) que reescreve(m), sem gerar prejuízo sintático ou alteração de
sentido, o excerto: “Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo ‘sem
medo’, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na
nossa sociedade é condição indispensável para a clareza dos fins e para o realismo das
propostas. [...]”?
II. Se é irrefletida a diversão pela possibilidade de um mundo alternativo livre do medo, não
obstante, a fim de delimitar a factualidade das propostas e clarificar os propósitos, é
imprescindível delinear precisamente as características do medo tal como vivemos.
III. Se é sensato divertir-se com a ideia de um mundo paralelo “sem medo”, ao invés disso, é
exigência oportuna descrever relativamente tudo o que define o medo nesta época e sociedade,
posto que há clareza dos fins e realismo nas propostas.
a) Apenas II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
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07 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Funções
morfossintáticas da palavra ATÉ )
Assinale a alternativa em que o termo “até” apresenta o mesmo valor semântico que recebe na
frase “Pode-se até conceber a cultura como esforço constante, perenemente incompleto e, em
princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se dar mais um passo [...]”.
Assinale a alternativa correta a respeito do excerto “[...] Desde o seu início e ao longo de toda a
sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o
transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma
ponte para passar de um lado para outro do precipício; o instinto de permitir que nós, mortais,
tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal da nossa passagem,
embora fugaz.”.
a) As expressões “desde” e “ao longo de” referem-se temporalmente à história da cultura, sendo que a
primeira está ligada a um ponto temporal de origem, enquanto a segunda está ligada à extensão
temporal a partir desse ponto.
b) O excerto constitui-se de variadas antíteses, as quais colocam em oposição ideias que se referem à
cultura e à história. Com isso, o autor traz maior impessoalidade, objetividade e formalidade ao texto.
c) Ao utilizar a expressão “nós, mortais”, o autor evita dialogar com o leitor do texto, com a finalidade
de potencializar eventuais contestações que possam ocorrer diante da sua argumentação.
d) O verbo “tenhamos” está flexionado de modo que se interpreta uma ação factual que ocorre no
momento da fala, por isso afirma-se que está no presente do modo indicativo.
e) As palavras “impulso” e “instinto” revelam o caráter finito da vida. Referem-se, semanticamente, ao
“abismo que separa o transitório do eterno, o finito do infinito, a vida mortal da imortal” e
complementam, sintaticamente, o verbo “preencher”.
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09 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária – Morfologia )
O Medo
a) O eu-lírico revela satisfação com o tempo presente e uma perspectiva futura otimista e de certezas,
o que se expressa pelo verso “Refugiamo-nos no amor”.
b) Os versos “E fomos educados para o medo. /Cheiramos flores de medo. / Vestimos panos de
medo.” consistem em uma extensão e complementação das ideias contidas nos versos que celebram
a cidade de São Paulo.
c) Há um conflito entre o sujeito lírico, o leitor e o medo, uma vez que ter medo é uma ação que regula
e limita a condição social do sujeito. Isso se expressa nos versos “As existências são poucas:/
Carteiro, ditador e soldado”.
d) O verso “E fomos educados para o medo” demonstra a necessidade de o ser humano se adequar à
realidade externa, expressa nos versos “Nascemos no escuro./ As existências são poucas”
e) Compreende-se que a exclusão social origina-se do medo e do comportamento apavorante e
melancólico dos indivíduos. Isso se comprova pelo verso “Somos apenas uns homens e a natureza
traiu-nos.”.
Em relação às ideias do texto II, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s)
correta(s).
I. Nos versos “Cheiramos flores de medo.” e “Vestimos panos de medo.”, observa-se que o
poeta utiliza-se da semelhança sintática com o intuito de ressaltar a imagem do medo que
aparece constantemente ao longo do poema.
II. Em “Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.”, o pronome “nos” poderia ser
anteposto ao verbo “traiu”, resultando em “Somos apenas uns homens e a natureza nos traiu”.
III. Trata-se de uma poesia de cunho social, na qual se expressa as inquietudes do poeta frente
às condições humanas desiguais e ao mundo fragmentado e caótico criado pelo próprio
homem.
a) Apenas I.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II.
e) I, II e III.
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12 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária – Morfologia )
a) Em “E o amor faltou: chovia,/ Ventava, fazia frio em São Paulo.”, os dois-pontos são utilizados para
indicar um esclarecimento e podem ser substituídos pela conjunção “porque”.
b) Em “Fazia frio em São Paulo.../ Nevava.”, as reticências são utilizadas para realçar a expressão
“Nevava” e podem ser substituídas pela conjunção “conquanto”.
c) Em “Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.”, o poeta utiliza de forma equivocada a
colocação do pronome “nos”, o que só é possível devido à licença poética própria desse gênero.
d) Em “Cheiramos flores de medo./ Vestimos panos de medo.”, os verbos vestir e cheirar são
bitransitivos, ou seja, ambos apresentam um complemento com preposição e um complemento sem
preposição.
e) Em “Nosso destino, incompleto.”, a vírgula está sendo utilizada para isolar um aposto explicativo.
A metonímia é uma figura de linguagem que consiste em usar uma palavra por outra com a qual
se relaciona. Essa troca se faz não porque as palavras são sinônimas, mas porque uma evoca a
outra. Assinale a alternativa que apresenta uma metonímia.
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14 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Redação Oficial - Manual de Redação da
Presidência da República )
a) Um dos atrativos da comunicação por Correio eletrônico é sua flexibilidade. Entretanto, é necessário
definir forma rígida para sua estrutura, já que se trata de um gênero de Comunicação Oficial.
b) O uso do Telegrama deve ser priorizado, tendo em vista que se trata de uma forma de comunicação
utilitária e econômica aos cofres públicos.
c) Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente
para: a) informá-lo de determinado assunto; b) propor alguma medida; ou c) submeter à sua
consideração projeto de ato normativo. Em regra, a Exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
República por um Ministro de Estado.
d) O Memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão,
que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Esse tipo de comunicação
tem caráter exclusivamente administrativo e apresenta complexidade de procedimentos burocráticos.
e) Aviso e Ofício são modalidades de Comunicação Oficial diferentes, porque o Ofício é expedido
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia. O Aviso, por outro
lado, é expedido para e pelas demais autoridades.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto e é ainda mais importante quando
se trata de textos oficiais. Assinale a alternativa que apresenta a grafia correta de todas as
palavras.
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16 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária )
Texto I
O Aleph e o Hipopótamo I
Leandro Karnal
O tempo é uma grandeza física. Está por todos os lados e em todos os recônditos de nossas vidas.
Dizemos que temos tempo de sobra para algumas coisas ou, às vezes, que não temos tempo para
nada. Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém
ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em
suas engrenagens. Tal é o tempo da sala de espera para ser atendido no dentista ou pelo gerente do
banco, por exemplo.
Em compensação, há o tempo que corre, voa, falta. Em nosso mundo pautado pelo estresse, por
mais compromissos que a agenda comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela
ampulheta é familiar e amarga. O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que
uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.
Vivemos um presente fugidio. Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado,
parafraseando o genial historiador Marc Bloch. Não é incomum querermos que o presente dure mais,
se estique, para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos.
Se o presente é esse instante impossível de ser estendido, o passado parece um universo em
franca expansão. Quanto mais envelhecemos, como indivíduos e como espécie, mais passado existe,
mais parece que devemos nos lembrar, não nos esquecer. Criamos estantes com memorabilia, pastas
de computador lotadas de fotos, estocamos papéis e contas já pagas, documentos. Criamos museus,
parques, tombamos construções, fazemos estátuas e mostras sobre o passado.
E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… “Pode deixar que amanhã
eu entrego tudo o que falta”; “Semana que vem nos encontramos, está combinado”; “Apenas um mês
e… férias!”; “Daqui a um ano eu me preocupo com isso”. Um cotidiano voltado para um tempo incerto,
mas que arquitetamos como algo sólido. E tudo o que é sólido se desmancha no ar, não é mesmo? Ah,
se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato! [...]
Saber sobre tudo que possa vir a ocorrer é um grande desejo. Ele anima as filas em videntes e
debates sobre as centúrias de Nostradamus. Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda
profecia deve ser vaga. “Vejo uma viagem no seu futuro”, afirma a mística intérprete das cartas. Jamais
poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de
Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis. Claro que mesmo uma predição detalhada
seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como
anunciado.
Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele ainda é
presente, é o sonho de todos os historiadores, desejo maior de todos os que lotam os consultórios de
psicólogos e psicanalistas. [...] Ao narrar o que vi e vivi, dependo da memória. Aquilo de que nos
lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa vontade ou escolhas. Quando digo:
quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me lembrando da situação. Alguns eventos
são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória.
Escamoteados pelo trauma, ficam ali condicionando nossas ações e não ações no presente. [...]
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(Adaptado de https://entrelacosdocoracao.com.br/2018/03/o-aleph -e-o-hipopotamo-i/ - Acesso
em 26/03/2018)
a) Há uma relação dialética entre passado e presente, em que a percepção temporal se dá de maneira
semelhante, já que ambos estão em intenso alargamento.
b) Fatos traumáticos são recalcados pela memória e, assim, não interferem nas vivências conscientes
dos indivíduos.
c) Se fosse possível saber fortuitamente do futuro, as pessoas agiriam para que as previsões não se
concretizassem, uma vez que seriam predições detalhadas.
d) Embora o futuro seja dubitável, os indivíduos o planejam como algo palpável. A causa desse hábito
humano está na percepção volúvel da velocidade de passagem do tempo.
e) A percepção humana do tempo é variável. A noção de seu decorrer depende da atividade que o
envolve ou que dele depende.
a) O texto se compõe de uma tese que se comprova com diferentes tipos de argumentos. No quarto
parágrafo, por exemplo, o autor utiliza exemplos factuais para defender seu ponto de vista.
b) O autor utiliza sequências injuntivas para defender seu ponto de vista. Tais sequências são
marcadas por verbos no modo subjuntivo e flexionados na primeira pessoa do plural.
c) O excerto “[...] Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus. [...]”
resume o que será desenvolvido no 6º parágrafo.
d) Em “[...] Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, [...]” (6º
parágrafo), o elemento em destaque faz uma referência anafórica à obra “A Cartomante”, de Machado
de Assis.
e) No 5º parágrafo, as aspas são utilizadas para ironizar a fala daqueles que atribuem ao futuro a
certeza da realização de seus planos.
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18 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária )
a) O excerto “[...] Em nosso mundo pautado pelo estresse, por mais compromissos que a agenda
comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela ampulheta é familiar e amarga.[...]” pode
ser reescrito da seguinte forma: “No nosso mundo, pautado pelo estresse, por mais compromissos que
comporte a agenda, a sensação que a areia escorre mais rapidamente pela ampulheta é funambulesca
e amarga.”.
b) O excerto “[...] Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus.
Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda profecia deve ser vaga.” pode ser reescrito da
seguinte forma: “Isso punge as fileiras em videntes e os debates acerca das previsões de
Nostradamus. A despeito disso, pela sua naturalidade e devir, toda profecia deve ser vaga.”.
c) O excerto “[...] Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele
ainda é presente, é o sonho de todos os historiadores [...]” pode ser reescrito da seguinte forma:
“Compreender o passado em toda sua magnitude e enredamento e perceber o quanto ele ainda se faz
presente são os objetivos de todos historiadores”.
d) O excerto “[...] Aquilo de que nos lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa
vontade ou escolhas. Quando digo: quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me
lembrando da situação. [...]” pode ser reescrito da seguinte forma: “O que lembramos ou esquecemos
nem sempre se sujeita a nosso desejo ou a nossas escolhas. Quando expresso que aspiro ao
esquecimento de algo, de fato estou recordando tal cenário”.
e) O excerto “[...] Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu
poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado. [...]” pode ser reescrito da
seguinte maneira: “Obviamente, inclusive uma previsão ínfima seria problemática pois, dela sabendo
eu, poderia organizar os fatos de modo que ocorressem como pronunciados.”.
Assinale a alternativa em que o termo “mesmo” apresenta o mesmo valor semântico que recebe
na frase “[...] Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo,
eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.”.
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20 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária – Morfologia )
Os advérbios, por meio das circunstâncias que exprimem, contribuem na intenção do falante
referente ao que ele deseja expressar, recebendo diferentes classificações quanto a tais
circunstâncias. Assinale a alternativa que apresenta corretamente, entre parênteses, a
circunstância expressa pelo advérbio em destaque.
a) “Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado [...]” (negação).
b) “[...] para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos [...]” (afirmação).
c) “Apenas um mês e… férias! [...]” (inclusão).
d) “[...] perceber o quanto ele ainda é presente [...]” (tempo).
e) “[...] estocamos papéis e contas já pagas, documentos. [...]” (modo).
a) Em: “[...] E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… ‘Pode deixar que
amanhã eu entrego tudo o que falta’; ‘Semana que vem nos encontramos, está combinado’ [...]”, todos
os termos em destaque têm função de conjunção integrante.
b) Em “[...] Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém
ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em
suas engrenagens.”, predomina a linguagem denotativa.
c) Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são
bloqueados pela memória.”, estabelece-se entre a primeira e a última oração uma relação semântica
de consequência.
d) Em “[...] Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são
bloqueados pela memória.”, o elemento em destaque estabelece uma relação semântica de
comparação entre os eventos traumáticos e as ideias de Freud.
e) Em “[...] Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do
Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, os dois pontos são
utilizados para apresentar uma citação indireta.
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22 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária – Pontuação )
a) Em “[...] no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de
Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis.”, é obrigatória a presença das vírgulas
porque os constituintes frasais estão ligados por processo de subordinação.
b) Em “[...] ‘Vejo uma viagem no seu futuro’ [...]”, o verbo “ver” apresenta a mesma regência e
transitividade que na frase “Aquele senhor não vê mais”.
c) Em “[...] Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens.”, o verbo “haver”
poderia ser substituído por “existissem”, sem gerar prejuízo gramatical ao texto.
d) Com base nas relações de concatenação de ideias estabelecidas entre os elementos textuais,
depreende-se que a expressão “ele”, em “Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias
de Nostradamus.” (6º parágrafo), refere-se ao tempo.
e) O excerto “Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato!”
poderia ser reescrito, sem prejudicar a correção gramatical ou mudar seu sentido, da seguinte maneira:
“Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, lhe sentir nas mãos, calcular-lhe de fato!”.
I. A metáfora é uma figura de linguagem que consiste no desvio da significação própria de uma
palavra, nascido de uma comparação mental ou característica comum entre dois seres ou fatos.
Um exemplo está na frase “Criamos museus, parques, tombamos construções, fazemos
estátuas e mostras sobre o passado.”.
II. A gradação é uma figura de linguagem que consiste em uma sequência de ideias dispostas
em sentido ascendente ou descendente. Um exemplo está na frase “Em compensação, há o
tempo que corre, voa, falta.”.
III. A prosopopeia é uma figura de linguagem pela qual fazemos os seres inanimados ou
irracionais agirem e sentirem como humanos. Um exemplo está na frase “Em compensação, há
o tempo que corre, voa, falta.”.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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24 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Morfologia – Verbos )
“O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram
uma fração ínfima do tempo de que precisamos.”
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase apresentada está
grifado em
Texto II
[...] Saiu da casa da cartomante aos tropeços e parou no beco escurecido pelo crepúsculo —
crepúsculo que é hora de ninguém. Mas ela de olhos ofuscados como se o último final da tarde fosse
mancha de sangue e ouro quase negro. Tanta riqueza de atmosfera a recebeu e o primeiro esgar da
noite que, sim, sim, era funda e faustosa. Macabéa ficou um pouco aturdida sem saber se atravessaria
a rua pois sua vida já estava mudada. E mudada por palavras — desde Moisés se sabe que a palavra é
divina. Até para atravessar a rua ela já era outra pessoa. Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em si
uma esperança tão violenta como jamais sentira tamanho desespero. Se ela não era mais ela mesma,
isso significava uma perda que valia por um ganho. Assim como havia sentença de morte, a
cartomante lhe decretara sentença de vida. Tudo de repente era muito e muito e tão amplo que ela
sentiu vontade de chorar. Mas não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que morria. Então ao dar
o passo de descida da calçada para atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou veloz e guloso: é
agora é já, chegou a minha vez! E enorme como um transatlântico o Mercedes amarelo pegou-a — e
neste mesmo instante em algum único lugar do mundo um cavalo como resposta empinou-se em
gargalhada de relincho.
Macabéa ao cair ainda teve tempo de ver, antes que o carro fugisse, que já começavam a ser
cumpridas as predições de madama Carlota, pois o carro era de alto luxo. Sua queda não era nada,
pensou ela, apenas um empurrão. Batera com a cabeça na quina da calçada e ficara caída, a cara
mansamente voltada para a sarjeta. E da cabeça um fio de sangue inesperadamente vermelho e rico. O
que queria dizer que apesar de tudo ela pertencia a uma resistente raça não teimosa que um dia vai
talvez reivindicar o direito ao grito. [...]
(Excerto adaptado e extraído da obra “A Hora da Estrela”. LISPECTOR, Clarice. 23ª edição. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1995.)
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De acordo com o texto II, assinale a alternativa correta.
a) O narrador, em primeira pessoa, descreve o momento em que a personagem vai à casa de uma
vidente e descobre estar grávida.
b) Trata-se de um texto predominantemente dissertativo, em que se expõe o relato de uma tragédia
ocorrida com Macabéa.
c) A mudança na vida de Macabéa, citada em “[...] pois sua vida já estava mudada.”, refere-se à
viagem empreendida por ela, que se realizara após encontrar o carro que estava à sua espera.
d) O excerto demonstra a fragilidade social da personagem que, ironicamente, teve um momento de
esperança antes de ser atropelada.
e) A narrativa descreve uma cena trivial de final de tarde, em que Macabéa presencia o atropelamento
e a morte de um cavalo.
a) Alguns elementos textuais que compõem a descrição da cena formam um campo semântico
voltado à melancolia e ao findar da vida, como o “crepúsculo”, o “final da tarde”, a “mancha de
sangue” e o “sol que morria”.
b) O uso de verbos no presente do subjuntivo dá o tom profético ao texto, que se constrói a partir de
uma situação hipotética, de um desejo da personagem. Um exemplo desse uso está em “[...] Sentia em
si uma esperança tão violenta como jamais sentira tamanho desespero.”.
c) O excerto “Batera com a cabeça na quina da calçada e ficara caída, a cara mansamente voltada
para a sarjeta.” delineia um tratamento humano dado à personagem, haja vista a importância de suas
relações sociais, tanto com a cartomante, quanto com o motorista do carro de luxo.
d) Todos os travessões utilizados no excerto servem para inserir comentários do narrador de tom
explicativo, a fim de elucidar e amplificar as percepções do leitor diante da descrição da cena narrada.
e) O seguinte excerto “[...] é agora é já, chegou a minha vez!” representa a fala de Macabéa ao ver a
Mercedes chegando em sua direção.
Assinale a alternativa cuja substituição do elemento sublinhado pelo elemento entre parênteses
NÃO gera incorreção gramatical ou alteração de sentido no texto.
a) “[...] que um dia vai talvez reivindicar o direito [...]” (reivindicar-lhe).
b) “[...] isso significava uma perda que valia por um ganho.” (perca).
c) “[...] ela pertencia a uma resistente raça não teimosa que um dia vai talvez reivindicar o direito ao
grito.” (à qual).
d) “O que queria dizer que apesar de tudo ela pertencia a uma resistente raça [...]” (à).
e) “[...] E enorme como um transatlântico o Mercedes amarelo pegou-a [...]” (a atingiu).
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28 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Morfologia – Verbos )
O seguinte excerto “[...] um dia vai talvez reivindicar o direito ao grito.”, ao ser transposto para a
voz passiva analítica, terá como resultado:
a) O uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, bem como de contorcionismos
sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária.
b) Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a
comunicação), os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) levam a concordância para
a terceira pessoa.
c) A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,
clareza, verbosidade, formalidade e dissonância.
d) A verbosidade evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento
personalista dado ao texto.
e) As comunicações oficiais são necessariamente heterogêneas, pois há sempre um único
comunicador (o Serviço Público) e um receptor dessas comunicações, que é o próprio Serviço
Público.
a) Os ministros de Estado são tratados pelo pronome “Vossa Excelência” e o vocativo a ser
empregado em comunicações dirigidas a essas autoridades é “Excelentíssimo Senhor Ministro”.
b) Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento “digníssimo” (DD), uma vez que a
dignidade é pressuposta para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida
evocação.
c) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é “Magnífico Senhor”,
seguido do cargo ao qual se refere.
d) Os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da segunda pessoa,
como no exemplo "Vossa Senhoria nomeará teu substituto".
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e) O gênero gramatical deve estar sempre em concordância com o pronome de tratamento, ou seja,
com o substantivo que compõe a locução, e não com o sexo da pessoa a que se refere.
Texto I
Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou. Estamos saindo do cinema,
depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual gostamos muito. Na verdade, até que
gostamos do filme também: o sentido foi mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha sonora
reforçou a camada afetiva da narrativa. Por que então sentimos que algo está fora do lugar? [...]
O que sempre falta em um filme sou eu. Parto dessa ideia simples e poderosa, sugerida pelo
teórico Wolfgang Iser em um de seus livros, para afirmar que nunca precisamos tanto ler ficção e
poesia quanto hoje, porque nunca precisamos tanto de faíscas que ponham em movimento o
mecanismo livre da nossa imaginação. Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência
escondida por aquele monte de palavras impressas na página.
Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de nós, leitores. Não falo
do esforço de compreender um texto, nem da atenção que as histórias e poemas exigem de nós –
embora sejam incontornáveis também. Penso no tanto que precisamos investir de nós, como sujeitos
afetivos e como corpos sensíveis, para que as palavras se tornem um mundo no qual penetramos. [...]
Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos saturados de dados e de
interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável – oferece algo diferente. Trata-se
de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht chama de “presença” e que remete a um contato
com o mundo que afeta o corpo do indivíduo para além e para aquém do pensamento racional.
Muitos eventos produzem presença, é claro: jogos e exercícios esportivos, shows de música,
encontros com amigos, cerimônias religiosas e relações amorosas e sexuais são exemplos óbvios. Por
que, então, defender uma prática eminentemente intelectual, como a experiência literária, com o
objetivo de “produzir presença”, isto é, de despertar sensações corpóreas e afetos? A resposta está,
como já evoquei mais acima, na potência guardada pela ficção e a poesia para disparar a imaginação.
[...]
A leitura de textos literários [...] exige que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço
ficcional com que nos deparamos, sob pena de não existir espaço ficcional algum.
Mais ainda, a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades que, no
cotidiano, estão fechadas a nós: de explorarmos essas possibilidades como se estivéssemos, de fato,
presentes. E a imaginação é o palco em que a vivência dessas possibilidades é encenada, por meio do
jogo entre identificações e rejeições. [...]
(Adaptado de:<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/22/opinion/1519332813_987510.html> .
Acesso em: 27 mar. 2018)
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Em relação ao texto I, é correto afirmar que:
a) a autora defende que não deve haver adaptações cinematográficas de livros, uma vez que elas
fazem com que o espectador sinta que "algo está fora do lugar".
b) ao ressaltar a potência das palavras impressas na página, a autora considera que livros digitais não
colocam em movimento o “mecanismo livre da nossa imaginação".
c) a literatura oferece dados e interpretações verdadeiros sobre o mundo.
d) a literatura não proporciona prazer intelectual, apenas o que a autora chama de "presença".
e) o espaço ficcional dos textos literários é construído a partir da "presença" do leitor.
32 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Área Administrativa )
Em relação ao excerto “Estamos saindo do cinema, depois de termos visto uma adaptação de
um livro do qual gostamos muito. Na verdade, até que gostamos do filme também: o sentido foi
mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha sonora reforçou a camada afetiva da
narrativa.”, assinale a alternativa correta.
a) Em “Estamos saindo do cinema, depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual
gostamos muito.”, as preposições em destaque são exigidas pelo verbo ao qual se referem.
b) Em “[...] o sentido foi mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha sonora reforçou a
camada afetiva da narrativa.”, todas as orações estão flexionadas na voz passiva, o que possibilita que
o agente verbal seja omitido.
c) Em “Estamos saindo do cinema, depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual
gostamos muito.”, o uso da vírgula é obrigatório.
d) Os dois-pontos utilizados no excerto introduzem uma sequência que funciona como explicação da
oração “Na verdade, até que gostamos do filme também [...]”.
e) Em “[...] até que gostamos do filme também [...]”, a palavra em destaque denota realce, pois enfatiza
o gosto pelo filme.
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34 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário – Morfologia )
Em relação ao excerto “Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos
saturados de dados e de interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável –
oferece algo diferente.”, assinale a alternativa correta.
a) O trecho “[...] todo dia, o dia inteiro [...]” poderia ser reescrito da seguinte forma: “todo dia, o dia
todo”. Nesse último caso, a palavra “todo” funcionaria como adjetivo nas duas ocorrências, indicando
totalidade.
b) Em “Somos bombardeados todo dia [...]”, é utilizada a figura de linguagem que leva o nome de
anáfora, uma vez que é atribuída a um ser inanimado (informações) a característica de um ser animado
(a capacidade de bombardear).
c) O excerto é constituído por períodos simples, típicos de textos argumentativos. Esse tipo de
construção proporciona o desenvolvimento detalhado de ideias, com adição de circunstâncias e de
caracterizações mais apuradas dos eventos.
d) O verbo “somos”, flexionado no presente do indicativo, denota uma ação que ocorre
concomitantemente ao momento da fala.
e) É possível substituir a palavra “saturados” por “fartos”, sem com isso causar prejuízo sintático ou
semântico.
a) Em “Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de nós, leitores.”, que
consta no terceiro parágrafo, o termo em destaque poderia ser substituído por “esta”, sem prejuízo
sintático ou semântico.
b) Em “Não falo do esforço de compreender um texto, nem da atenção que as histórias e poemas
exigem de nós [...]. Penso no tanto que precisamos investir de nós [...]”, o segundo período estabelece
com o primeiro uma relação de contraste.
c) Em “A leitura de textos literários [...] exige que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço
ficcional com que nos deparamos, sob pena de não existir espaço ficcional algum.”, a expressão em
destaque introduz um segmento que estabelece relação de condição com a porção de texto anterior,
podendo ser substituída por “sob piedade de”.
d) Considere o excerto: “Muitos eventos produzem presença, é claro.”. Tal período pode ser reescrito,
pelo menos, de duas maneiras: “É claro que muitos eventos produzem presença.” e “Muito eventos
produzem presença, isso é claro.”. É possível afirmar que ambas as reescritas apresentam o mesmo
significado e a mesma estrutura sintática.
e) Em “E a imaginação é o palco em que a vivência dessas possibilidades é encenada, por meio do
jogo entre identificações e rejeições.”, o trecho em destaque indica a causa de a imaginação ser
considerada um palco, sendo, portanto, um adjunto adverbial de causa.
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36 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Sintaxe )
a) Em “Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou.”, o verbo em destaque
poderia estar no plural, concordando com o pronome “nós”
b) Em “Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência escondida por aquele monte de
palavras impressas na página.”, o sujeito em destaque é composto por dois núcleos ligados por “ou”.
Nesses casos, a concordância deve se dar sempre no singular, como no excerto em questão.
c) Considere o seguinte excerto: “Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura
exige de nós, leitores.”. Caso o sujeito do verbo em destaque estivesse no plural, tal verbo seria
grafado com o acento agudo.
d) Considere o seguinte excerto: “Trata-se de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht
chama de ‘presença’ [...]”. Caso a expressão em destaque estivesse no plural, o verbo “tratar-se”
estaria flexionado também no plural.
e) Em “[...] a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades [...]”, o verbo em
destaque está empregado no infinitivo, em sua forma não flexionada.
Qual(is) é(são) o(s) item(ns) que reescreve(m), sem gerar prejuízo sintático ou alteração de
sentido, o excerto: “Por que, então, defender uma prática eminentemente intelectual, como a
experiência literária, com o objetivo de “produzir presença”, isto é, de despertar sensações
corpóreas e afetos?” ?
II. Por quê, então, defender uma atividade implicitamente intelectual, como a experiência
literária, a qual “produz presença”, isto é, provoca reações corpóreas e sentimentais?
III. Por que, então, atuar em defesa de uma atividade acima de tudo intelectual, como a prática
literária, com o intuito de “produzir presença”, ou seja, de despertar sensações do corpo e
afetos?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III.
e) I, II e III.
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38 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – Téc. Judiciário - Funções morfossintáticas da palavra SE )
a) No excerto “Penso no tanto que precisamos investir de nós, como sujeitos afetivos e como corpos
sensíveis, para que as palavras se tornem um mundo no qual penetramos.”, o elemento “se” deve
obrigatoriamente estar posicionado antes do verbo.
b) Em “Trata-se de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht chama de ‘presença’ [...]”, o
elemento “se” é um pronome reflexivo e, por isso, deve obrigatoriamente estar posicionado depois do
verbo.
c) Em “[...] a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades [...]”, o pronome
“nos” pode estar posicionado tanto antes quanto depois do verbo.
d) Em “Mais ainda, a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades que, no
cotidiano, estão fechadas a nós: de explorarmos essas possibilidades como se estivéssemos, de fato,
presentes.”, o elemento “se” tem por função indeterminar o sujeito.
e) Em “Mais ainda, a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades que, no
cotidiano, estão fechadas a nós: de explorarmos essas possibilidades como se estivéssemos, de fato,
presentes.”, o elemento “se” pode estar posicionado tanto antes quanto depois do verbo.
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39 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Área Administrativa )
Texto II
* komsomolka: a jovem que fazia parte do Komsomol, Juventude do Partido Comunista da União
Soviética.
(Disponível em: ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Tradução de Cecília
Rosas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.)
a) segundo a narradora, em 1936, “era uma coisa rara” uma mulher estar no sétimo ano da escola.
b) o chefe do aeroclube autorizou a narradora a dar uma volta de avião com seu pai porque soube que
este era contra sua filha tornar-se piloto, pois “metalurgia era um trabalho de mulher, mas piloto não”.
c) quando o marido da narradora foi para o front, a filha do casal tinha 6 anos de idade.
d) a filha da narradora chorava muito quando esta a deixava para ir trabalhar de madrugada.
e) na última noite, a narradora ficou ao lado do berço de sua filha porque esta estava doente.
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40 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Área Administrativa )
a) Em “Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade.”, a oração em destaque
indica que o avião chegou à cidade da narradora quando ela tinha 7 anos de idade.
b) Em “Até então, todos em nossa família eram metalúrgicos [...]”, a expressão em destaque indica o
momento em que os membros da família da narradora começaram a exercer a profissão de
metalúrgicos.
c) Em “No fim de 1941, me mandaram uma notificação de óbito [...]”, a palavra em destaque poderia
ser substituída por “termo”, sem prejuízo sintático ou semântico.
d) Em “Voltava de tarde, e se ela comia eu não sei [...]”, a preposição em destaque poderia ser
omitida, sem causar prejuízo sintático ou semântico.
e) Em “Havia muito trabalho, da manhã à noite.”, a expressão em destaque poderia ser substituída por
“de manhã e à noite”, sem causar prejuízo sintático ou semântico.
Assinale a alternativa em que a palavra em destaque NÃO pode ser substituída por aquela entre
parênteses sem que isso resulte em mudança de significado.
a) o segundo parágrafo está centrado no relato do casamento da narradora e no fato de que ela teve
uma filha antes da guerra.
b) o tipo de narrador presente no texto é o narrador-onisciente, que tem acesso aos pensamentos e
sentimentos de todas as personagens e a todas as informações do enredo.
c) é possível dividir a narrativa em três grandes momentos: como a narradora se tornou piloto; o
trabalho da narradora durante a guerra; o fim da guerra, em 1941.
d) o questionamento “E como vivíamos?”, levantado pela narradora, é uma pergunta retórica, recurso
argumentativo que consiste em apresentar uma pergunta e não respondê-la, estimulando, assim, que
os leitores reflitam sobre possíveis respostas.
e) todos os parágrafos, com exceção do primeiro, iniciam-se com expressões que têm como função
localizar temporalmente os eventos narrados.4
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43 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário – Pontuação )
a) O texto apresenta reticências em diversas passagens. Nesses casos, tal pontuação é utilizada para
indicar uma enumeração inconclusa, podendo ser substituída por “etc.”.
b) Em “E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no avião!’”, o sinal de dois-pontos é
utilizado para introduzir uma explicação.
c) Em “Isso naqueles anos, imagine, em 1936.”, o uso de vírgulas é obrigatório, uma vez que elas
isolam um vocativo.
d) Em “Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade”, a crase é facultativa.
e) Em “Havia muito trabalho, da manhã à noite.”, a crase é facultativa.
a) A diagramação do texto não é um fator essencial para a padronização dos textos oficiais, pois o
mais importante é a padronização da linguagem.
b) A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, possibilitando a imediata compreensão
por parte do leitor.
c) De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, há um consenso de que o
padrão culto da língua, o qual deve ser utilizado na redação oficial, é aquele em que se emprega um
vocabulário específico da área da administração pública.
d) Em determinadas situações, é permitida a ininteligibilidade de um texto oficial em favor de uma
maior impessoalidade e de um uso mais acurado do padrão culto da linguagem.
e) As comunicações oficiais não são uniformes, pois há diversos comunicadores e diversos receptores
dessas comunicações.
45 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário - Redação Oficial - Padrão Ofício )
a) Tanto o Aviso quanto o Ofício têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da
Administração Pública entre si e, no caso do Aviso, também com particulares.
b) O Memorando é utilizado para comunicação entre unidades administrativas de órgãos diferentes,
sendo uma forma de comunicação eminentemente externa.
c) O Memorando não tem caráter administrativo.
d) Uma das finalidades da Exposição de Motivos é informar o Presidente da República ou o Vice-
Presidente sobre determinado assunto.
e) A Mensagem e o Correio eletrônico possuem a mesma finalidade, sendo que este está
progressivamente substituindo o uso daquela.
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46 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico de enfermagem )
A indústria do espírito
O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais
importante que você e dedique sua vida a isso”.
Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz
que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no
caso de um monge tino, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão
comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu
entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...]
A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo,
cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos
de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o
Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto
prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas
culturais. [...]
Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por
que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente, a
burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a
economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]
A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm
muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez
instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para
participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.
Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu
instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial
que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o
descaradamente para o corpo. [...]
Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de
cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da
humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos
eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser
sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado
que se preste a dar cursos. [...]
Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém
que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante
com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões
pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus
milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do
hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro
gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.
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(Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>.
Acesso em 27 mar. 2018)
a) a fórmula da felicidade proposta por Daniel Dennett vai ao encontro do que propõe a indústria do
espírito no século XXI.
b) o atribulado cidadão comum do Oriente, assim como um monge tino, encontra a felicidade em si
mesmo.
c) a indústria do espírito tem menos a ver com a felicidade das pessoas do que com a economia e
com o mercado.
d) o novo narcisismo, decorrente de uma postura intimista, prioriza o espírito em detrimento do corpo.
e) a indústria do espírito incentiva a leitura de livros em gratificante solidão.
a) Em "A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo
[...]", a palavra em destaque poderia ser grafada sem hífen, sem com isso acarretar prejuízo semântico
ou sintático.
b) Em “A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm
muito bem resolvidas as necessidades básicas [...]”, a expressão em destaque não poderia ser grafada
com hífen, já que utilizar o hífen acarretaria prejuízo semântico ou sintático.
c) Em “A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm
muito bem resolvidas as necessidades básicas [...]”, o acento da palavra em destaque é opcional.
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d) Em “[...] o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo [...]”, a palavra em
destaque é grafada com “ss” porque significa “cada uma das subdivisões interiores de um
estabelecimento”.
e) A palavra "subscritores" permite duas grafias: “subscritores” e “sub-escritores”.
Considerando o excerto “Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não
precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático
e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas
culturais.”, assinale a alternativa correta.
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51 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico de enfermagem )
a) “[...] a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.”.
b) “[...] um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio
altino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo.”.
c) “Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que
se envelhecia [...]”.
d) “[...] e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos.”.
e) “Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso [...]”.
a) “[...] os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos [...]”.
b) “[...] um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio
latino de mens sana in corpore sano [...]”.
c) “[...] os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação [...]”.
d) “Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar
a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito [...]”.
e) “[...] o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o
espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.”.
a) Um dos argumentos propostos pelo autor em defesa de sua tese é o de que a indústria do espírito
ganhou notoriedade atualmente porque as necessidades básicas do ser humano foram supridas nas
sociedades industrializadas.
b) A tese central defendida no texto é a importância do mindfulness e da ioga da forma como são
praticados pelos monges tinos e pelos mestres orientais.
c) O último parágrafo do texto oferece uma solução para o narcisismo, o egocentrismo e o egoísmo
decorrentes da busca pela felicidade empreendida por aqueles que se voltam para si mesmos.
d) O texto mescla sequências narrativas e descritivas para caracterizar as pessoas que contribuem
para o crescimento da indústria do espírito.
e) O texto é estruturado de maneira a apresentar dois momentos distintos: a apresentação dos
benefícios da indústria do espírito e a problematização das consequências negativas dessa indústria.
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54 - ( 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico de enfermagem )
Sobre o emprego dos modos e dos tempos verbais no texto “A indústria do espírito”, assinale a
alternativa correta.
a) Em "O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade [...]", o verbo em
destaque é utilizado no presente do indicativo e expressa a ideia de ação que acontece ao mesmo
tempo em que se fala.
b) Tanto em "Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso." quanto em “[...] a
pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.", os verbos em
destaque são utilizados para indicar uma ordem.
c) Em “[...] não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade
no caso de um monge tino [...]”, a expressão em destaque pode ser substituída por “é”, sem que isso
cause prejuízo sintático ou semântico, uma vez que ambas as formas estão flexionadas no presente.
d) Em “[...] o objetivo principal dessas sessões [é] manter estável a economia do espírito que, sem seus
milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX [...]”, a flexão do verbo
“regressaria” no futuro do pretérito do indicativo indica que a realização dessa ação depende da
satisfação de determinada condição.
e) Em "A indústria do espírito [...] cresceu exponencialmente nos últimos anos [...]", o verbo em
destaque poderia ser substituído tanto por "tinha crescido" quanto por “crescera”, pois ambas as
formas estão flexionadas no mesmo tempo verbal e conferem ao excerto o mesmo grau de
formalidade.
a) Uma vez que o princípio fundamental de toda administração pública é o tratamento igualitário, a
redação oficial deve utilizar-se de linguagem coloquial para que todos possam ter acesso aos atos e
comunicações oficiais.
b) A publicidade dos atos normativos implica que eles sejam escritos de forma prolixa, pois todas as
informações devem estar muito bem detalhadas.
c) A redação oficial deve primar pelo emprego de linguagem rebuscada, uma vez que o uso do padrão
culto da língua implica nesse emprego.
d) Existe um padrão oficial de linguagem a ser seguido na redação oficial que denomina-se linguagem
burocrática.
e) As comunicações oficiais devem ser sempre formais e obedecer a certa formalidade de tratamento.
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56 - ( 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal – Química )
Leandro Karnal
Uma crítica bem fundamentada destaca dados que um autor não percebeu. Um juízo
ponderado é excelente. Mais de uma vez percebi que um olhar externo via melhor do que eu.
Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento. Horácio garantia, com certa
indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar (QuandoquebonusdormitatHomerus -
ArsPoetica, 359). A crítica pode nos despertar.
a) Para o autor, a objetividade da crítica está ligada ao tom pessoal que se dá a uma discussão, tendo
em vista a abundância de adjetivações que devem existir para uma crítica relevante.
b) O autor destaca que o contraditório é a força motriz para a evolução das ideias, da sociedade e do
conhecimento.
c) O foco do texto consiste na crítica à passividade com a qual as pessoas lidam com as ideias
diferentes.
d) Uma avaliação satisfatória deve levar em conta a formação acadêmica e o conhecimento escasso
daquele que refuta as ideias de outrem.
e) O rótulo é uma forma de oposição que segue o paradigma filosófico em direção ao desenvolvimento
do conhecimento.
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57 - ( 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal – Química )
a) O título do texto traz uma referência à citação "Penso, logo existo”. Por meio de tal intertextualidade,
Leandro Karnal busca ironizar a filosofia de René Descartes, demonstrando uma forma de crítica
subjetiva.
b) Quando o autor afirma "[...] Há mais substantivos e menos adjetivos.[...]”, compreende-se que a boa
arguição prioriza classes de palavras ligadas à subjetividade, à percepção, ao julgamento e ao
pensamento abstrato.
c) Afirmar que "[...] Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho.[...]” corrobora
o que se diz em "[...] Mínguam questões subjetivas.[...]”.
d) O avanço das liberdades individuais é a causa de haver a possibilidade do questionamento de
paradigmas.
e) Ao afirmar que "[...] alguém babando e adjetivando foge um pouco do perfil objetivo. [...]”, o autor
busca demonstrar que o perfil objetivo é aquele que prioriza as relações pautadas mais na emoção do
que na razão.
a) No subtítulo: "No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte”
(labor).
b) No primeiro parágrafo: "Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do
questionamento de paradigmas” (padrões).
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59 - ( 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal – Química )
a) "No momento em que eu apenas uso o rótulo, perco a chance de ver engenho e arte.”
b) "Examino a obra em si, não a obra que eu gostaria de ter feito [...]”.
c) "Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas.”
d) "Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar [...]”.
e) "Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento.”
a) "Critico não por causa da minha dor, da minha inveja, do meu espelho.”
b) "Um juízo ponderado é excelente.”
c) "Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios.”
d) "Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei.”
e) "Não digo o que eu faria ou o que eu sou.”
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62 - ( 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal – Química – Pontuação )
a) Em "Não me refiro a títulos, mas à energia despendida em absorver conceitos.”, a crase ocorre pela
contração da preposição exigida pela regência do verbo "referir-se” e do artigo feminino que antecede
o substantivo "energia”.
b) Em "Grande parte do avanço em liberdades individuais e nas ciências nasceu do questionamento
de paradigmas.”, o verbo em destaque poderia estar no plural, concordando, assim, com o núcleo do
sujeito "liberdades”.
c) Em "Nada posso dizer sobre aquilo do qual nada sei.”, o termo em destaque pode ser trocado por
"cujo”, sem haver prejuízos gramaticais ou mudança de sentido.
d) Em "Horácio garantia, com certa indignação, que até o hábil Homero poderia cochilar [...]”, as
vírgulas são utilizadas para separar um aposto explicativo.
e) Em "Como saber se a avaliação é boa? Primeiro: ela mira no aperfeiçoamento do conhecimento e
não em um ataque pessoal.”, os dois-pontos são utilizados para introduzir uma síntese do que foi dito
anteriormente.
a) Em "Indico apenas como algo pode ser melhor e a partir de quais critérios. Que argumentos estão
bem fundamentados e quais poderiam ser revistos.”, os termos em destaque são conjunções
alternativas, que introduzem opções de complemento ao verbo "Indico”.
b) Em "Sociedades abertas crescem mais do que sociedades fechadas.”, o termo em destaque atua
como pronome relativo, referindo-se a "sociedades abertas”.
c) Em "Inexiste ser humano que não possa ser alvo de questionamento.” e em "Examino a obra em si,
não a obra que eu gostaria de ter feito”, os termos em destaque funcionam como pronomes relativos.
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64 - ( 2018 - ITEP - RN - Perito Criminal – Química – Fonologia )
a) porém, de fato.
b) conquanto, na verdade.
c) portanto, realmente.
d) ademais, mormente.
e) contudo, outrossim.
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66 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo )
Texto 1
Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse: "Não entendo muito bem o
que você falou, mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
— Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de tão difícil de se compreender
nisso?
Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota sobrevoando o mar, viajar é
sentir-se ainda mais pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de uma ave
mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada, sobrevivendo apenas de alpiste da melhor
qualidade e água filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência existencial... fadado ao
fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou viver presos em suas próprias armadilhas...
Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos ascendentes; que pássaro quer
ser; que lugares quer sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por mais e mais,
qual a serventia dessas asas enormes, herança genética de seus pais e que lhe confere enorme
envergadura? Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e pouse na cerca mais
próxima. Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a
preguiça, bata as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é de conhecimento
dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um lugar que não existe para quem voa rente ao céu
e viaja léguas e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no horizonte e os pés
socados em terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não deve ser, não; pois as Gaivotas
sacodem a poeira das asas, limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc lá.
a) O autor parece, ao longo do texto, trabalhar com níveis diferentes de abstração, partindo de uma
situação mais concreta para algo mais abstrato.
b) O texto explora a sensação de liberdade que a viagem proporciona, comparando-a à liberdade que
os pássaros têm ao voar.
c) O autor inicia o texto mencionando a viagem de avião, o que se revela pelo termo “Voamos”, e se
limita a essa modalidade de viagem ao longo do texto.
d) De acordo com o texto, as pessoas devem buscar explorar novos terrenos, sair de sua zona de
conforto, o que é feito por meio da viagem.
e) O autor desconstrói a ideia de que longe é um lugar inalcançável, desculpa muito utilizada pelas
pessoas que não querem sair de suas casas para explorar novos horizontes.
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67 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo )
a) o parágrafo inicial serve como pano de fundo para a reflexão a ser desenvolvida ao longo do texto.
b) o segundo parágrafo diverge completamente do primeiro, abordando o tópico viagem, quando o
primeiro trata do assunto festa.
c) o autor, no terceiro parágrafo, aponta para o fato de que as pessoas, de maneira geral, não viajam
porque têm medo de voar.
d) o último parágrafo trata da distância que as gaivotas precisam voar após sua alimentação.
e) no parágrafo final, o autor não responde à pergunta proposta no título.
O uso do termo “Gaivota” sempre com letra maiúscula ao longo do texto se deve ao fato de que
a) o autor busca, com isso, fazer uma conexão mais próxima entre o leitor e o animal.
b) o autor quis dar destaque ao termo, apesar de não haver importância da referência ao animal para o
texto.
c) há uma mudança no texto, em que, no início, as personagens eram duas pessoas e, a partir do
segundo parágrafo, é uma gaivota.
d) o texto faz uma reflexão sobre a ação humana de viajar, porém comparando os seres humanos com
gaivotas.
e) o autor utiliza o termo “Gaivota” como símbolo de imponência, o que se relaciona à forma como os
seres humanos são tratados no texto.
Em “Fica sob sua escolha e risco a liberdade para voar os ventos ascendentes; que pássaro quer
ser; que lugares quer sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz.”, tem-se, em
relação ao verbo “ficar”,
a) um sujeito desinencial.
b) um sujeito indeterminado.
c) um sujeito composto.
d) um sujeito paciente.
e) uma oração sem sujeito.
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70 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo )
Assinale a alternativa em que o uso da crase se justifica pelo mesmo caso de regência que
ocorre em “Claro que estou indo à festa”:
Quanto à colocação pronominal, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir
e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Em “Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota [...]”, tem-se um caso de
ênclise, justificado pela presença do artigo “uma”.
( ) Em “[...] que viagem ao inusitado mais lhe compraz.”, tem-se um caso de próclise, que se dá
em função da presença do advérbio “mais”.
( ) Em “Por mais e mais, qual a serventia dessa asas enormes, herança genética de seus pais e
que lhe confere enorme envergadura?”, tem-se um caso de próclise, que se dá em função da
presença da partícula “que”.
a) F – F – V – V. b) V – V – V – V.
c) V – F – F – V. d) V – F – V – F.
e) V – F – V – V.
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73 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo )
Releia o terceiro e o quarto parágrafos do texto. A respeito do uso do pronome “seu” e suas
variações, assinale a alternativa correta.
a) Em todos os casos, os pronomes possuem os mesmos referentes. Apesar disso, percebe-se uma
mudança de intenção comunicativa entre um parágrafo e outro.
b) Não há como identificar o referente do pronome no terceiro parágrafo.
c) Apesar de haver referentes diferentes em cada parágrafo, não é possível dizer que há mudança de
intenção comunicativa no texto.
d) Os pronomes possuem referentes diferentes em cada parágrafo, o que marca uma mudança de
intenção comunicativa no texto.
e) Não há como identificar o referente do pronome “suas” no terceiro parágrafo.
Considerando o título “Longe é um lugar que existe?”, assinale a alternativa correta em relação a
sua análise morfológica/sintática.
a) “[...] viajar é sentir-se ainda mais pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de uma
ave mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada [...]”
b) “Ao primeiro sinal de perigo, debique e pouse na cerca mais próxima.”
c) “Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota sobrevoando o mar [...]”
d) “Pois, como é de conhecimento dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um lugar que não existe
[...]”
e) “Longe é a porta de entrada do lugar que não existe?”
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76 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo – Sintaxe )
Considerando o seguinte excerto “Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e vamos dona
Gaivota, espante a preguiça, bata as asas e saia do ninho!”, assinale a alternativa INCORRETA.
Texto 2
A oferta
Recentemente cancelei o serviço de TV a cabo por estar insatisfeita com a empresa. Após o
cancelamento, recebi dezenas de ligações deles tentando me convencer a voltar a ser cliente. A
última foi num sábado antes das oito da manhã e, claro, eu estava dormindo.
-Senhora, podemos lhe dar seis meses de isenção de mensalidade!
a) Sequência de eventos.
b) Presença de narrador e personagens.
c) Uso do vocativo “senhora”.
d) Discurso direto.
e) Quebra de expectativa.
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78 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo - Morfologia )
Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras com o mesmo processo de formação de
“insatisfeita”.
A respeito dos usos do verbo “poder” ao longo das falas do atendente, assinale a alternativa
correta.
a) Todos os casos possuem o mesmo sentido, de possibilidade, mostrando que o atendente mantém a
mesma estratégia para convencer a mulher.
b) Apenas os dois últimos casos possuem o mesmo sentido, de solicitação, pois, nesse momento, o
atendente está buscando captar novos clientes.
c) Os três usos possuem sentidos diferentes, apesar de todos estarem relacionados com a mesma
estratégia de captação de clientes.
d) Cada um dos usos possui um sentido, revelando as diferentes estratégias empregadas pelo
atendente para manter e captar novos clientes.
e) Todos os casos possuem o mesmo sentido, de solicitação, pois o tempo todo o atendente está
pedindo que a mulher, de alguma forma, mantenha o serviço oferecido pela empresa.
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80 - ( 2017 - Câmara de Maringá- PR - Assistente Legislativo - Morfologia )
Texto 1
Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse: "Não entendo muito bem o
que você falou, mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa."
— Claro que estou indo à festa. — respondi. — O que há de tão difícil de se compreender
nisso?
Enfim, sem nunca atingir o fim, imaginando-se uma Gaivota sobrevoando o mar, viajar é
sentir-se ainda mais pássaro livre tocado pelas lufadas de vento, contraponto, de uma ave
mirrada de asas partidas numa gaiola lacrada, sobrevivendo apenas de alpiste da melhor
qualidade e água filtrada. Ou ainda, pássaros presos na ambivalência existencial... fadado ao
fracasso ou ao sucesso... ao ser livre ou viver presos em suas próprias armadilhas...
Fica sob sua escolha e risco, a liberdade para voar os ventos ascendentes; que pássaro quer
ser; que lugares quer sobrevoar; que viagem ao inusitado mais lhe compraz. Por mais e mais,
qual a serventia dessas asas enormes, herança genética de seus pais e que lhe confere enorme
envergadura? Diga para quê serve? Ao primeiro sinal de perigo, debique e pouse na cerca mais
próxima. Ora, não venha com desculpas esfarrapadas e vamos dona Gaivota, espante a
preguiça, bata as asas e saia do ninho! Não tenha medo de voar. Pois, como é de conhecimento
dos "Mestres dos ares e da Terra", longe é um lugar que não existe para quem voa rente ao céu
e viaja léguas e mais léguas de distância com a mochila nas costas, olhar no horizonte e os pés
socados em terra firme.
Longe é a porta de entrada do lugar que não existe? Não deve ser, não; pois as Gaivotas
sacodem a poeira das asas, limpam os resquícios de alimentos dos bicos e batem o toc-toc lá.
a) adjetivo que traz a ideia de clareza; portanto, nos dois casos, é uma palavra variável.
b) adjetivo que traz a ideia de obviedade; apesar disso, nos dois casos, é uma palavra invariável.
c) advérbio que traz a ideia de obviedade; portanto, nos dois casos, é uma palavra invariável.
d) advérbio que traz a ideia de clareza; apesar disso, nos dois casos, é uma palavra variável.
e) adjetivo que traz a ideia de obviedade; sendo sempre uma palavra variável.
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81 - ( 2017 - EBSERH - Analista de Tecnologia da Informação - Processos e Desenvolvimento )
Contardo Calligaris
Um ano atrás, decidi seguir os conselhos de meu filho e abri uma conta no Facebook. A
conta é no nome da cachorra pointer que foi minha grande companheira nos anos 1970 e
funciona assim: ninguém sabe que é minha conta, não tenho amigos, não posto nada e não
converso com ninguém. Uso o Face apenas para selecionar um “feed” de notícias, que são
minha primeira leitura rápida de cada dia.
Meu plano era acordar e verificar imediatamente os editoriais e as chamadas dos jornais,
sites, blogs que escolhi e, claro, percorrer a opinião de meus colunistas preferidos, nos EUA e na
Europa. Alguns links eu abriria, mas sem usurpar excessivamente o tempo dedicado à leitura do
jornal, que acontece depois, enquanto tomo meu café.
Tudo ótimo, no melhor dos mundos. Até o dia em que me dei conta do seguinte: sem que
esta fosse minha intenção, eu tinha selecionado só a mídia que pensa como eu – ou quase. Meu
dia começava excessivamente feliz, com a sensação de que eu vivia (até que enfim) na paz de
um consenso universal.
Em sua grande maioria, eles não escreviam para convencer o leitor: preferiam levantar
dúvidas, inclusive neles mesmos. E era isso que eu apreciava.
Hoje, os colunistas desse tipo ainda existem, embora sejam poucos. Eles estão mais na
imprensa tradicional; na internet, duvidar não é uma boa ideia, porque é preciso criar e
alimentar os consensos do “feed” do Face.
O “feed” do Face, elogiado por muitos por ser uma espécie de jornal sob medida,
transforma-se, para cada um, numa voz única, um jornal que apresenta apenas uma visão,
piorado por uma falsa sensação de pluralidade (produzida pelo número de links).
A gente se queixa que a mídia estaria difundindo uma versão única e parcial de fatos e ideias,
mas a realidade é pior: não são os conglomerados, somos nós que, ao confeccionar um jornal
de nossas notícias preferidas, criamos nosso próprio isolamento e vivemos nele. Como sempre
acontece, somos nossos piores censores, os maiores inimigos de nossa possibilidade de
pensar.
De um lado, o leitor do “feed” não se informa para saber o que aconteceu e decidir o que
pensar, ele se informa para fazer grupo, para fazer parte de um consenso. Do outro, o
comentarista escreve, sobretudo para ser integrado nesses consensos e para se tornar seu
porta-voz. O resultado é uma escrita extrema, em que os escritores competem por leitores tanto
44
mais polarizados que eles conseguiram excluir de seu “jornal” as notícias e as ideias com as
quais eles poderiam não concordar: leitores à procura de quem pensa como eles.
Claro, que não é um caso de ignorância completa, mas a internet potencializa a vontade de
se perder na opinião do grupo e de não pensar por conta própria. Essa vontade é a mesma que
tínhamos no meu tempo de juventude – se não cresceu. O que temos, na verdade, é uma paixão
pelo consenso.
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82 - ( 2017 - EBSERH - Analista de Tecnologia da Informação - Processos e Desenvolvimento )
a) No excerto “Naquela época, eu lia “L’Unità” e, a cada dia, identificava-me com o editorial.”, a
expressão “naquela época” se refere à fase em que o autor do texto lia as notícias no feed do
Facebook.
b) No excerto “Eles estão mais na imprensa tradicional [...]”, o pronome “eles” poderia ser substituído,
sem prejuízos para o sentido expresso no texto, por “Os leitores”.
c) No excerto “[...] somos nós que, ao confeccionar um jornal de nossas notícias preferidas, criamos
nosso próprio isolamento e vivemos nele.”, o termo “nele” se refere a “jornal”.
d) No excerto “Nesses segundos jornais, eu verificava os fatos [...]”, a expressão “nesses segundos
jornais” se refere ao segundo jornal que o autor do texto lia diariamente, durante a sua juventude,
juntamente com a leitura do “L’Unità”.
e) No excerto “Essa vontade é a mesma que tínhamos no meu tempo de juventude [...]”, a expressão
“essa vontade” se refere à vontade que o autor tinha, na juventude, de se manter imparcialmente bem
informado.
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84 - ( 2017 - EBSERH – Anal. de Tec. da Informação - Processos e Desenvolvimento – Fonologia )
A respeito das palavras destacadas nos excertos “Um ano atrás, decidi seguir os conselhos
de meu filho e abri uma conta no Facebook.” e “Claro, que não é um caso de ignorância
completa [...]”, é correto afirmar que
a) há encontro consonantal em filho e conta, dígrafo em claro e seguir e ditongo crescente em meu.
b) há dígrafo em filho, claro e seguir, ditongo crescente em meu e encontro consonantal em conta.
c) há dígrafo em seguir, filho e conta, ditongo decrescente em meu e encontro consonantal em claro.
d) há dígrafo em filho e claro, ditongo em seguir e meu e encontro consonantal em conta.
e) há hiato em meu e seguir, dígrafo em filho e encontro consonantal em conta e claro.
Em relação aos termos que compõem o excerto “A conta é no nome da cachorra pointer que foi
minha grande companheira durante minha juventude nos anos 1970 e funciona assim: ninguém
sabe que é minha conta, não tenho amigos, não posto nada e não converso com ninguém.”, é
correto afirmar que
a) o primeiro “que” classifica-se como pronome relativo e o segundo “que” é uma conjunção
integrante.
b) o primeiro e o segundo pronome “minha” são possessivos e referem-se à palavra “cachorra”,
concordando com ela, e o terceiro pronome “minha” concorda com o feminino da palavra “conta”.
c) a palavra “funciona” concorda com o feminino da expressão “a conta” que inicia o excerto em
questão.
d) a palavra “assim” é invariável, pois trata-se de um advérbio de intensidade.
e) tanto o primeiro quanto o segundo “que” funcionam como conjunção integrante.
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87 - ( 2017 - EBSERH – Anal. de Tec. da Informação - Processos e Desenvolvimento - Morfologia)
Em relação ao excerto “Alguns links eu abriria, mas sem usurpar excessivamente o tempo
dedicado à leitura do jornal, que acontece depois, enquanto tomo meu café.”, assinale a
alternativa correta.
a) O verbo “abriria” é intransitivo e possui sujeito simples cujo núcleo se encontra no pronome “eu”.
b) O vocábulo “excessivamente” caracteriza-se por modificar a intensidade do substantivo “o tempo”.
c) A palavra “enquanto” introduz uma oração subordinada adverbial proporcional.
d) A conjunção adversativa “mas” funciona, nesse caso, como conjunção aditiva e poderia, sem
prejuízos sintáticos e semânticos, ser substituída pela conjunção “e”
e) O “que” tem função anafórica e retoma “leitura do jornal”, funcionando como sujeito.
Referente aos excertos “Uso o Face apenas para selecionar um “feed” de notícias[...]” e “O
resultado é uma escrita extrema[...]”, assinale a alternativa correta.
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89 - ( 2017 - EBSERH – Anal. de Tec. da Informação - Processos e Desenvolvimento - Fonologia )
a) No excerto “Meu plano era acordar e verificar imediatamente os editoriais e as chamadas dos
jornais[...]”, o termo “meu” introduz uma noção de posse e o termo “imediatamente” é um advérbio que
se formou a partir de um processo de derivação prefixal.
b) No excerto “Em sua grande maioria, eles não escreviam para convencer o leitor: preferiam levantar
dúvidas, inclusive neles mesmos.”, o termo “para” introduz uma noção de finalidade e “eles” pertence
à classe das preposições.
c) No excerto “Mesmo na minha juventude, eu nunca tinha conhecido um tamanho sentimento de
unanimidade.”, o termo “mesmo” introduz uma noção de condição e tanto a palavra “tamanho” quanto
a palavra “juventude” têm dígrafo.
d) No excerto “Hoje, os colunistas desse tipo ainda existem, embora sejam poucos.”, o “embora”
introduz uma noção de concessão e o verbo “existem” concorda com o núcleo do sujeito “colunistas”.
e) No excerto “[...] a internet potencializa a vontade de se perder na opinião do grupo e de não pensar
por conta própria.”, a conjunção aditiva “e” coordena dois complementos nominais que especificam o
substantivo “vontade” e o verbo “potencializa” é bitransitivo.
a) a palavra “surpreendo” possui tanto encontro consonantal quanto dígrafo e “profetas” está
flexionada no feminino plural.
b) a palavra “mesmo” é invariável e tanto a palavra “apocalipse” quanto a palavra “profetas” possuem
dígrafo
c) a expressão “em geral” pode ser substituída, sem prejuízo de valor para a compreensão do texto,
pela palavra “geralmente” e as palavras “chatérrimos” e “líquido” têm acentuação justificada pela
mesma regra.
d) o verbo “acho” é transitivo direto e o verbo “surpreendo” está na forma nominal do particípio
passado.
e) tanto a expressão “me surpreendo” como a expressão “se torne” são reflexivas, ou seja, o sujeito
pratica e, ao mesmo tempo, sofre a ação e o sujeito do verbo “estão” é “chatérrimos”.
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91 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo )
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo
potássio. E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias, deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o
dobro do tempo.
Todos os dias, deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é,
mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem
vai perceber.
Todos os dias, deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um
pulôver.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão
cerca de cinco horas do dia… E não se esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis
refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e
bochechar com Plax.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo
são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque
todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze
minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas
diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as
informações.
[...]
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não
tenha um bichinho de estimação.
50
Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que me ocorre é fazer várias dessas
coisas ao mesmo tempo!
Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5
minutos, uma colherada de leite de magnésio.
[...].
a) O texto permite ao leitor refletir sobre a forma como as pessoas se comportam diante dos afazeres
do dia a dia e o que elas priorizam. Assim, o objetivo do autor é transmitir ensinamentos para que
possamos selecionar táticas e cronometrar o tempo, a fim de cumprir todas as nossas atividades.
b) Na construção do texto, o autor não dialoga com o interlocutor. Desse modo, esse autor expõe suas
experiências diárias como se elas fossem comuns a todas as pessoas.
c) O texto expressa uma crítica velada à mídia, a qual nos impõe necessidades como se elas fossem
imprescindíveis para o desenvolvimento da nossa rotina. Nesse sentido, o autor expõe que devemos
seguir a nossa rotina sem nos preocupar com as atividades diárias que nos são impostas.
d) O autor, de forma irônica, evidencia a intensa rotina de atividades com as quais as pessoas têm que
lidar diariamente. Isso se denota, por exemplo, nas seguintes recomendações: comer determinadas
frutas todos os dias; ingerir uma xícara de chá verde sem açúcar; beber ao menos dois litros de água,
etc.
e) O principal objetivo do texto é mostrar como, na vida moderna, as pessoas estão criando atividades
para completar o tempo livre. Assim, os indivíduos preocupam-se mais com a alimentação, por
exemplo, organizando uma rotina diária, a fim de praticar todas as atividades necessárias a uma vida
saudável.
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92 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo )
Considerando o texto, assinale a alternativa que apresenta uma figura de estilo presente em
“Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora [...]”.
a) Eufemismo.
b) Ironia.
c) Sinestesia.
d) Prosopopeia.
e) Silepse.
a) Em “Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que [...]”, as reticências foram empregadas
para realçar o que foi exposto anteriormente.
b) Em “Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora [...]”, a vírgula
foi utilizada para isolar uma oração subordinada adverbial final.
c) Em “[...] você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições
[...]”, a vírgula foi empregada para separar elementos de mesma função sintática.
d) Em “[...] porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente [...]”, os dois-pontos foram
utilizados para anunciar uma enumeração.
e) Em “Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta [...]”, a vírgula foi utilizada para isolar o
adjunto adverbial.
Referente ao excerto “Todos os dias, deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra.”, assinale a
alternativa correta.
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95 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo – Sintaxe )
a) Em “Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.”, há uma oração subordinada substantiva
objetiva indireta.
b) Em “Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos,
uma colherada de leite de magnésio.”, há uma oração subordinada adverbial final.
c) Em “Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as
informações.”, o termo em destaque introduz uma oração subordinada adverbial causal.
d) Em “As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.”, o termo em destaque foi
utilizado para introduzir uma oração subordinada substantiva subjetiva.
e) Em “[...] enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar
com Plax.”, o excerto em destaque evidencia uma oração subordinada adverbial temporal.
Assinale a alternativa em que o termo em destaque NÃO pertence à mesma classe gramatical
que o termo destacado em “Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã [...]”.
a) Em “Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã [...]” há duas orações, sendo que, na
primeira, o sujeito está elíptico e, na segunda, é o termo “você”.
b) Em “Ainda bem que somos crescidinhos”, o termo em destaque funciona como objeto direto do
verbo “ser”.
c) No excerto “[...] assim você toma água e escova os dentes.”, há duas orações sindéticas ligadas
pela conjunção “e”, todavia os dois verbos possuem funções sintáticas distintas.
d) Em “Chame os amigos junto com os seus pais.”, a expressão em destaque funciona como objeto
direto e o sujeito, que está elíptico, é “você”.
e) No excerto “E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta [...]”, há um período
composto por subordinação e o sujeito das orações é o mesmo.
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98 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo - Morfologia – Verbos )
a) O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é um verbo
anômalo. O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo
subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
b) O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo subjuntivo e é um verbo
anômalo. O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo
subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
c) O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é um verbo
anômalo. O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo
subjuntivo e pertence à segunda conjugação.
d) O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é um verbo
defectivo. O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo
subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
e) O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é um verbo
defectivo. O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo
subjuntivo e pertence à terceira conjugação.
a) Em “E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.”, o excerto poderia ser
reescrito, sem comprometer as regras gramaticais, da seguinte forma: “E nunca esqueça-se de
mastigar [...]”.
b) Em “E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.”, o pronome “los” retoma “ao menos dois litros
de água”, mas seu uso está inadequado no excerto, pois a colocação correta seria “E os urinar, o que
consome o dobro do tempo”.
c) Em “E não se esqueça de escovar os dentes depois de comer.”, a colocação do pronome está
inadequada, pois, da forma como o excerto está, a pronúncia soa estranha.
d) Em “[...] o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando”, o excerto
poderia ser reescrito, sem comprometer as regras gramaticais, da seguinte forma: “[...] o que faz-me
pensar em quem [...]”.
e) Em “A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!”, justifica-se a
próclise, pois o pronome relativo “que” é atrativo.
54
100 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo – Sintaxe )
a) Em “Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.”, há uma inadequação, pois
faltou o acento indicativo de crase em “à diabetes”.
b) No excerto “[...] mas que aos bilhões, ajudam a digestão [...]”, há uma inadequação, pois faltou o
acento indicativo de crase em “à digestão”.
c) Em “[...] e enquanto tiver dentes, passar fio dental [...]”, há uma inadequação, pois faltou a
preposição exigida pela regência do verbo passar.
d) No trecho “As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia”, há uma
inadequação, pois o verbo assistir, nesse caso, exige a preposição “a”.
e) Em “[...] dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma”, há uma inadequação, pois faltou
o acento indicativo de crase em “à meia hora”.
SOLIDÃO INTERATIVA
A primeira vez que vi esse termo foi por meio de um jeca superjóia: Juraildes da Cruz.
Tocantino de Aurora, radicado em Goiânia, Goiás e um dos maiores compositores
contemporâneos brasileiros. Não seria pra menos! Afinal, foi ele quem criou o hit que Genésio
Tocantins espalhou pelo Brasil por meio do Domingão do Faustão, na TV Globo, em 1999. “Nóis
é jeca, mas é joia”, aquele da farinhada, feita da mandioca, da macaxeira ou do aipim, a
depender da região brasileira. Sacada de mestre, de quem está sempre antenado ao mundo e
aos seus. Juraíldes da Cruz em sua letra, visionária – como tudo o que os gênios, as antenas da
raça fazem – já arrepiava: “Tiro o bicho de pé com canivete, mas já tô na internet”. E isso quando
a www ainda engatinhava.
Mas com esse achado que agora evoco aqui, o artista quer mesmo é alertar para o mau uso
das tecnologias, sobre coisas que o homem cria, mas que geralmente acaba escravo delas.
Solidão interativa foi cunhado pelo sociólogo francês Dominique Wolton. Em sua tese, o autor
alerta quanto ao cuidado para com o uso da internet, principalmente das redes sociais,
chamando a atenção para um detalhe vital no avanço das tecnologias de comunicação: não
importam formas e meios de expressão, a comunicação humana não foi, não é e nunca será algo
tão simples, sempre vai conter grandeza e dificuldade. Wolton justifica-se dizendo que a internet
é incrível para a comunicação entre pessoas e grupos que tenham os mesmos interesses, mas
está longe de ser uma ferramenta de comunicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes.
E que por isso, a internet não é uma mídia, mas um sistema de comunicação comunitário. Ele
prova isso afirmando que podemos passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter
uma verdadeira relação humana com quer que seja.
A solidão interativa grassa nas redes sociais, especialmente no facebook. São fotos e fotos
postadas – a maioria – forjando uma felicidade quando, na verdade, é tudo fake. As mais usuais
são aquelas em que o autor se autofotografa – as famosas selfies – e sai espalhando-as de um
dia para o outro, quando não, de uma hora para outra.
55
Tem as gastronômicas. Aquelas em que o autor antes de comer um prato ou uma iguaria
especial, fotografa e já a lança na rede como a dizer que está podendo. Mas aquela comidinha
do dia a dia, a da vida real, ele jamais vai postar. Ovo frito? Nem pensar! E aquelas dos
momentos felizes? Sim, tem gente que acha que os seus instantes de lazer e diversão têm que,
obrigatoriamente, ser vistos por todos. E lá vai um post ao lado do namorado ou namorada, dos
amigos, geralmente com ares de forçação de barra. Porque a gaiola do tempo, forjada por nós
mesmos, só pode ser aberta pela chave da felicidade plena.
E tem aquela que é emblemática: a mensagem em que o internauta revela o status do seu
sentimento. Mas o ápice da solidão interativa está naquela figura que posta alguma coisa e ela
mesma vai lá e a curte. De dar dó, não? Temos milhares de ‘amigos’ nessa cornucópia virtual.
Nessa Caixa de Pandora do Século XXI, eis-nos diante de uma incoerente quimera: o
autoengano. [...]
O autoengano é peça-chave para a nossa sobrevivência. Mentimos – a partir dos dois meses
de idade – não só para os outros, mas, principalmente, para nós mesmos. Mesmo protegidos na
redoma da interatividade, continuamos sós, ali, onde apenas a solidão nos alcança. Enquanto
teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida verdadeira continua OFF.
E nunca nos damos conta de que, no fim, toda a solidão que nos rodeia, essa sim, é real. Porque
bytes, bits e pixels não transmitem calor. E o verbo sem o hálito quente é apenas palavra morta.
Adaptado de:< http://lounge.obviousmag.org/espantalho_lirico/2016/08/solidao-interativa.html >.
a) a definição de solidão interativa, com base em Juraíldes da Cruz e Dominique Wolton. Para isso,
utiliza experiências pessoais, relatando estar sempre cercado de amigos virtuais, que compartilham os
mesmos interesses, publicando apenas as partes positivas dos acontecimentos diários e escondendo
a solidão real que enfrenta.
b) a utilização da internet em sociedades contemporâneas. Para isso, mostra a visão de outros autores,
descrevendo características positivas e negativas desse uso, mostrando que as pessoas estão sempre
cercadas de muitos amigos e costumam compartilhar momentos agradáveis e felizes. A partir disso, o
autor postula a não existência de uma solidão real e interativa.
c) o uso da internet em sociedades modernas. Para isso, associa a sua visão à de outros autores,
apontando características essencialmente positivas desse processo interativo. Assim, enfatiza o
quanto a internet aproxima grupos com interesses diferentes e mostra o cotidiano real dos indivíduos
que a usam.
d) o conceito de solidão interativa, cunhado por Dominique Wolton. Para o sociólogo francês, a
expressão está relacionada a características psicológicas de indivíduos que trabalham com
comunicação, os quais passam grande parte do tempo conectados, enfrentando, diariamente, uma
solidão real.
e) a relação das pessoas com o uso da internet. Para isso, concilia sua visão à de outros autores,
apontando características prioritariamente negativas desse processo interativo. Assim, ressalta o
caráter ilusório da comunicação e da expressão virtual, mostrando que, por trás da grande quantidade
de amigos e da aparente positividade dos acontecimentos diários, está oculta uma solidão real.
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102 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo )
a) Em “o ápice da solidão interativa está naquela figura que posta alguma coisa e ela mesma vai lá e a
curte.”, o autor propõe que, na sociedade atual, ter a atitude de curtir as próprias publicações é um
gesto admirável que deve ser propagado.
b) O excerto “Porque bytes, bits e pixels não transmitem calor. E o verbo sem o hálito quente é apenas
palavra morta.” permite afirmar que, apesar de o contato físico ter pontos positivos, ele não supera os
benefícios possibilitados pelo contato virtual.
c) No trecho “[...] o artista quer mesmo é alertar para o mau uso das tecnologias, sobre coisas que o
homem cria, mas que geralmente acaba escravo delas.”, Ronaldo Coelho Teixeira faz uma
interpretação da canção de Juraíldes, destacando que não é a internet que é nociva ao indivíduo, mas
sim o uso inadequado que é feito dela.
d) O autor, no excerto “[...] podemos passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma
verdadeira relação humana com quer que seja.” afirma que, para termos um contato físico mais
verdadeiro, é necessário ter um contato virtual por um longo período.
e) Com base em “Enquanto teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida
verdadeira continua OFF.”, pode-se afirmar que, para que a vida verdadeira esteja sempre ligada, é
preciso estar continuamente conectado.
a) No excerto “Juraíldes da Cruz em sua letra visionária [...] já arrepiava: ‘Tiro o bicho de pé com
canivete, mas já tô na internet.’”, o verbo em destaque está conjugado na terceira pessoa do singular,
no modo indicativo e no tempo pretérito imperfeito.
b) Em “E isso quando a www ainda engatinhava.”, o verbo em destaque está conjugado na terceira
pessoa do singular, no modo indicativo e no tempo pretérito perfeito.
c) No excerto “[...] não importam formas e meios de expressão, a comunicação humana não foi, não é
e nunca será algo tão simples [...]”, o verbo em destaque está conjugado na terceira pessoa do plural,
no modo subjuntivo e no tempo presente.
d) Em “Mesmo protegidos na redoma da interatividade, continuamos sós [...]”, o verbo em destaque
está conjugado na primeira pessoa do plural, no modo indicativo e no tempo futuro do presente.
e) No trecho “Afinal, foi ele quem criou o hit que Genésio Tocantins espalhou pelo Brasil por meio do
Domingão do Faustão [...]”, o verbo em destaque está conjugado na terceira pessoa do singular, no
modo indicativo e no tempo pretérito mais-que-perfeito.
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104 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo – Pontuação )
a) Em “A solidão interativa grassa nas redes sociais, especialmente no facebook.”, a vírgula antecede
uma conjunção explicativa.
b) Em “Enquanto teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida verdadeira
continua OFF.”, a vírgula destacada separa o sujeito do verbo.
c) Em “[...] a comunicação humana não foi, não é e nunca será algo tão simples [...]”, a vírgula
antecede uma conjunção aditiva.
d) Em “[...] a internet é incrível para a comunicação entre pessoas e grupos que tenham os mesmos
interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comunicação de coesão entre pessoas e grupos
diferentes.”, a vírgula antecede conjunção adversativa.
e) Em “Afinal, foi ele quem criou o hit que Genésio Tocantins espalhou pelo Brasil por meio do
Domingão do Faustão [...]”, a vírgula marca a presença de um vocativo.
Em “Nessa Caixa de Pandora do Século XXI, eis-nos diante de uma incoerente quimera: o
autoengano.”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
a) verdade.
b) ilusão.
c) tristeza.
d) constatação.
e) situação.
No excerto “Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre
pessoas e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de
comunicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma
mídia, mas um sistema de comunicação comunitário.”, os termos destacados são,
respectivamente:
58
107 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo – Morfologia )
a) Em “Mas aquela comidinha do dia a dia, a da vida real, ele jamais vai postar.”, o termo é um
advérbio de lugar.
b) Em “As mais usuais são aquelas em que o autor se autofotografa – as famosas selfies [...]”, o termo
cumpre a função de adjetivo.
c) Em “A primeira vez que vi esse termo foi por meio de um jeca superjóia: Juraildes da Cruz.”: o termo
é um pronome demonstrativo.
d) Em “E lá vai um post ao lado do namorado ou namorada, dos amigos, geralmente com ares de
forçação de barra.”, o termo é uma conjunção aditiva.
e) Em “O autoengano é peça-chave para a nossa sobrevivência.”, o termo é uma conjunção integrante.
a) No excerto, “(...) os seus instantes de lazer e diversão têm que, obrigatoriamente, ser vistos por
todos.”, o verbo destacado está acentuado, pois concorda com o sujeito, cujo núcleo está no plural.
b) A conjugação do verbo destacado a seguir está incorreta, pois ele deveria estar no singular, por
concordar com “a comunicação”: “[...] a internet é incrível para a comunicação entre pessoas e grupos
que tenham os mesmos interesses [...]”
c) Em “Aquelas em que o autor antes de comer um prato ou uma iguaria especial, fotografa e já a lança
na rede como a dizer que está podendo.”, o verbo destacado está no singular, porque concorda com
“iguaria especial”
d) O termo em destaque no excerto a seguir deveria estar no gênero feminino (comunitária), para
concordar com “mídia”; “[...] a internet não é uma mídia, mas um sistema de comunicação
comunitário.”.
59
e) No trecho, “Mesmo protegidos na redoma da interatividade, continuamos sós, ali, onde apenas a
solidão nos alcança.”, o termo destacado deveria estar no plural, pois, sintaticamente, concorda com o
pronome oblíquo “nos”.
O trecho destacado em “Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação
entre pessoas e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma
ferramenta de comunicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes.”, é uma oração
A CULTURA DO ESTUPOR
Pelo menos que eu saiba, felizmente não vivo nem perto da cultura do estupro, mas vivo, sim,
dentro da cultura do estupor. Vivemos todos.
Não ouço piadas machistas. Não consumo nem ouço músicas apelativas ou com conteúdo
violento nem sobre a mulher nem sobre ninguém. Não dou legitimidade nem por hipótese a
preconceitos, seja de que espécie forem. Entretanto, porque não viva em contato direto com ela,
a tal cultura do estupro, não é por isso que vou dizer que não exista. E isso porque esse é o
mesmo comportamento negacionista de quem vive na cultura do estupor e não percebe.
A cultura do estupor é quase o mesmo que a cultura da indiferença, com a diferença de que ela
implica numa espécie de assombro perpétuo perpetuamente sem ação, estéril, de quem não
age, de quem não toma qualquer atitude, de quem tem toneladas de informação, mas ação que é
bom, quase nenhuma. Na cultura da indiferença, por outro lado, há uma escolha prévia, o que a
torna ainda mais comprometedora, pelo menos no que diz respeito as mentalidades. Dessa eu
não vivo dentro, mas fatalmente vivo perto, porque em alguma medida todo mundo vive. Uns
mais, outros menos.
Não estou querendo dizer que a cultura do estupor é mais grave que a do estupro porque não
é, mas elas têm entre si um alto grau de parentesco, se é que uma não está contida na outra. Só
que, enquanto uma vítima de estupro se vê forçada a reinventar a própria vida, na cultura do
estupor às vítimas resta apenas trocar a fonte, o canal ou o link dos terrores diários. Sair e voltar
a entrar no Facebook, por exemplo.
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Mesmo dentro disso que chamo de cultura do estupor parece haver graus variados de
acometimento. Pode ir do embasbacamento à inconsciência. Da surpresa à alienação.
Confesso que tive de ler bastante sobre tudo o que se divulgou sobre a cultura do estupro após
o trágico evento do RJ para entender como é que isso me afetava e a resposta que encontrei é
que, como a maioria dos homens, pelo menos os que não tiveram a sombra do estupro
rondando sua vida, é um assunto quase extraterreno. É como uma hipótese sobre a qual não se
quer nem pensar. Mas isso é assim porque não estamos no lugar de ser sem mais nem menos
uma vítima ocasional da situação e por isso minimizamos o horror alheio, submersos na cultura
do estupor.
De certa maneira, eu penso que o bombardeio dos últimos dias, em sua extensa maioria feita
por mulheres, foi providencial e embora acredite na necessidade de uma política penal eficiente
contra os criminosos, é preciso vencer o estupor social. Denunciar e não só denunciar, não
permitir a impunidade, desnormalizar a violência de gênero. Não se trata apenas de empatia,
mas de um compromisso do laço humano em não fechar-se em si mesmo e na sua perspectiva
individual. Nesse ponto de vista, a questão de violência de gênero é até primária e simples
demais, mas é justamente (e não coincidentemente) dela, da integridade do corpo feminino, que
viemos todos.
Lembro ainda que, assim como o estupro, violências sexuais acontecem diariamente – quase
sempre na invisibilidade – contra pessoas com deficiência (especialmente a intelectual), crianças
de qualquer sexo, gays, travestis, transgêneros, idosos e quaisquer pessoas em situação de
vulnerabilidade. A violência é uma excrescência do convívio social e deve ser punida e
combatida em sua origem, sob pena de sua permanente reprodução.
A questão é bem mais complexa que um meme. Embora se assuma rápida e repetidamente a
atribuição de culpabilização social e se deseje fazer crer que esta seria uma característica
encruada na sociedade brasileira, eu discordo dessa ideia. Penso que não existe este ente
coletivo: a sociedade brasileira. Existem sociedades brasileiras. No plural. E a exacerbação da
violência costuma acontecer em territórios conflagrados, não necessariamente os periféricos.
Discordo que a violência seja um traço cultural da sociedade brasileira, população acostumada
a enfrentar violências e privações seculares sem maiores registros de levantes e revoltas
populares. A violência extremada implica um complexo dinâmico envolvendo tanto a expressão
do ódio quanto ao escasso cerceamento moral. Não por acaso costuma ocorrer contra
segmentos vulneráveis, como os indígenas e moradores de rua eventualmente incinerados em
espaços públicos, contra prostitutas e contra pessoas sem qualquer defesa.
Não se trata de invocar aqui mais uma vez a platitude da necessidade de investimento em
educação, mas na de uma educação humanizante, cujos resultados não visem meramente o
sucesso econômico e social, mas o aprendizado do humano, suas pulsões e de uma ética capaz
de garantir, ou pelo menos promover, a integridade de todos e o respeito ao sujeito e às
individualidades.
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de uma cultura de poder. Ou seja, reproduz-se com argumentos precários e de dominação
violenta aquilo que em outras esferas econômicas e culturais está dito e representado de outra
maneira, mas de uma forma essencialmente idêntica, que é a preponderância do poder
econômico e sua simbologia.
Seja como for, é preciso seguir o exemplo das mulheres que, diante do horror de uma situação
inadmissível como a que se repetiu recentemente no RJ, romperam justamente a acachapante
cultura do estupor, como se irrompendo de dentro de uma bolha estourada. É absolutamente
triste que precisemos de casos tão extremados para fazê-lo, mas esse é justamente o indicativo
do alto grau de naturalização cultural da violência social em que vivemos todos.
A cultura do estupor funciona como a película dessa bolha, abrigando em seu interior diversos
tipos de violência, entre as quais a de gênero e a própria cultura do estupro. Se regularmente é
possível viver em seu interior longe de uma ou de outra, mais ou menos repugnante, é de
perguntar como podemos nos abrigar dentro disso e com estes mesmos valores. E como e por
que razões, uma vez saídos dali, desejaríamos voltar. A multiplicação de denúncias e o expurgo
coletivo em função do crime de estupro coletivo, dessa vez no RJ, que não deveria ter existido
nem sequer ter nenhuma função social, eu quero crer que pelo menos serviu para nos mostrar o
quão hediondo é ter de viver sob a cultura do estupor e o quanto nos habituamos e
dessensibilizamos em suas muitas derivações violentas.
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito do texto e o que o envolve.
a) O autor relaciona as informações do seu texto a outro(s) com o tema “a cultura do estupro”. Ao dizer
“Não ouço piadas machistas. Não consumo nem ouço músicas apelativas ou com conteúdo violento
nem sobre a mulher nem sobre ninguém [...]”, está tratando da cultura do estupro.
b) A cultura do estupor é a mesma que a cultura da indiferença, mas diferente da cultura do estupro.
c) O autor do texto compara a cultura do estupro e a cultura do estupor para, ao final, chegar à
conclusão de que as duas manifestam as mesmas características.
d) O autor expõe as informações sem, em momento algum, apresentar a sua opinião ou o seu
posicionamento.
e) O autor, desacreditado nas políticas públicas do país, trata desse tema: a cultura do estupor.
Portanto, acredita que de nada serviu a repercussão e as tantas denúncias em função do crime de
estupro coletivo que aconteceu no Rio de Janeiro.
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112 - ( 2017 - EBSERH - Engenheiro civil )
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma entre parênteses a respeito da palavra em
destaque.
a) “Não se trata de invocar aqui mais uma vez a platitude da necessidade de investimento em
educação, mas na de uma educação humanizante [...]” (pode ser substituída por “plenitude” sem
prejuízo semântico).
b) “E isso porque esse é o mesmo comportamento negacionista de quem vive na cultura do estupor e
não percebe.” (está relacionada com o termo negacionismo, que é a escolha de negar a realidade
como forma de escapar de uma verdade desconfortável).
c) “Pode ir do embasbacamento à inconsciência. Da surpresa à alienação. Da imobilidade à
dessensibilização completa.” (significa conhecimento).
d) “Da empatia seletiva à misantropia, essa que parece ser sua forma mais extremada (pode ser
subtituída por “filantropia”, tendência para ajudar os mais necessitados, sem prejuízo semântico).
e) “[...] como a que se repetiu recentemente no RJ, romperam justamente a acachapante cultura do
estupor, como se irrompendo de dentro de uma bolha estourada.” (pode ser substituída por
“aceitável”, sem prejuízo semântico).
Em “[...] embora acredite na necessidade de uma política penal eficiente contra os criminosos, é
preciso vencer o estupor social.”, há, entre as orações, uma relação de
a) finalidade.
b) causa.
c) conformidade.
d) concessão.
e) comparação.
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114 - ( 2017 - EBSERH - Engenheiro civil – Sintaxe )
Existem alguns verbos que apresentam mais de um sentindo e, muitas vezes, diferentes
regências. Em alguns casos, atualmente, o dicionário Houaiss e até alguns gramáticos já
consideram uma regência pela outra. No entanto, de forma geral, nas gramáticas, o que se
prescrevia como língua-padrão-culta eram as diferentes regências. Assinale a alternativa que
apresenta uma inadequação quanto a esse padrão conservador da língua a respeito da regência
verbal.
a) A cultura do estupor é quase o mesmo que a cultura da indiferença, com a diferença de que ela
implica numa espécie de assombro perpétuo [...]” (há uma inadequação quanto à concordância verbal).
b) “Não dou legitimidade nem por hipótese a preconceitos, seja de que espécie forem.” (há uma
inadequação quanto à concordância verbal).
c) “[...] há uma escolha prévia, o que a torna ainda mais comprometedora, pelo menos no que diz
respeito as mentalidades.” (há uma inadequação quanto à regência nominal).
d) “[...] na cultura do estupor às vítimas resta apenas trocar a fonte, o canal ou o link dos terrores
diários.” (há uma inadequação quanto à concordância verbal).
e) “[...] mas elas têm entre si um alto grau de parentesco, se é que uma não está contida na outra.” (há
uma inadequação quanto à colocação pronominal).
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116 - ( 2017 - EBSERH - Engenheiro civil )
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma entre parênteses a respeito dos
elementos coesivos em destaque.
a) “Entretanto, porque não viva em contato direto com ela, a tal cultura do estupro, não é por isso que
vou dizer que não exista. E isso porque esse é o mesmo comportamento negacionista de quem vive na
cultura do estupor e não percebe”. (retomam o mesmo referente).
b) Seja como for, é preciso seguir o exemplo das mulheres que, diante do horror de uma situação
inadmissível como a que se repetiu recentemente no RJ, romperam justamente a acachapante cultura
do estupor.” (retoma “mulheres”).
c) “Na cultura da indiferença, por outro lado, há uma escolha prévia, o que a torna ainda mais
comprometedora [...]” (retoma “cultura da indiferença”).
d) “Nesse ponto de vista, a questão de violência de gênero é até primária e simples demais, mas é
justamente (e não coincidentemente) dela, da integridade do corpo feminino, que viemos todos.”
(remete à “violência de gênero”).
e) “A violência é uma excrescência do convívio social e deve ser punida e combatida em sua origem,
sob pena de sua permanente reprodução.” (retoma “origem”).
O autor do texto utilizou um recurso da linguagem aproximando a grafia das palavras (estupro e
estupor), o que criou o efeito de sentido na temática do texto. Assinale a alternativa que
apresenta esse recurso.
a) Comparação.
b) Aliteração.
c) Trocadilho.
d) Eufonia.
e) Anástrofe.
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118 - ( 2017 - EBSERH - Engenheiro civil - Sintaxe )
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma entre parênteses a respeito do que estiver
em destaque na estrutura sintática.
a) “Só que, enquanto uma vítima de estupro se vê forçada a reinventar a própria vida, na cultura do
estupor às vítimas resta apenas trocar a fonte, o canal ou o link dos terrores diários. Sair e voltar a
entrar no Facebook, por exemplo.” (Adjunto adverbial que indica modo).
b) “Só que, enquanto uma vítima de estupro se vê forçada a reinventar a própria vida, na cultura do
estupor às vítimas resta apenas trocar a fonte [...]” (adjetivo de dois gêneros que, no caso, tem o
mesmo sentido de: desacompanhado, unicamente, somente).
c) “Existem sociedades brasileiras.” (objeto direto).
d) “É absolutamente triste que precisemos de casos tão extremados para fazê-lo [...]” (objeto direto).
e) “Embora se assuma rápida e repetidamente a atribuição de culpabilização social e se deseje fazer
crer que esta seria uma característica encruada na sociedade brasileira” (sujeito).
Assinale a alternativa cujo item em destaque NÃO esteja funcionando como pronome relativo no
caso.
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121 - ( 2017 - SEJUS - CE - Agente Penitenciário (Médio) )
TEXTO 1
Raphael Martins
O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia
parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?
O psicólogo complementa: “Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma mãe
de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15, ela não
cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais intervalos”.
Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
concorda: “É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a percepção temporal muda
por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no cotidiano, que fazem não se dar
conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila”.
O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas
relações com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional ou
uma interação social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: “Nós somos nossas relações
sociais, nós acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas, comprometem
toda a nossa vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada vez menos a gente
tem autonomia sobre ela”.
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Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em
horários mais compatíveis com uma vida saudável. “Exercício físico, relações sociais e
familiares ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no
trabalho excessivo”, completa.[...]
a) Trata-se de um texto narrativo, que busca contar, em ordem cronológica, fatos e acontecimentos
cotidianos.
b) O tema central do texto é o prejuízo causado pelo trabalho na vida das pessoas.
c) De acordo com o texto, o tempo tem passado cada vez mais rápido. Por isso, atualmente, os dias
são mais curtos.
d) Segundo Florival Scheroki, as relações interpessoais são as mais afetadas pelos inúmeros
compromissos da vida moderna.
De acordo com o Texto 1, assinale a alternativa que apresenta consequências do estilo de vida
atarefado.
a) Prejuízo nas interações sociais, mudança da percepção temporal, falta de tempo para o lazer.
b) Impressão de que o tempo voa, ansiedade, trabalho em excesso.
c) Deixar as crianças na escola, ter poucos intervalos, estresse.
d) Cobranças cada vez mais intensas, depressão e angústia, dias mais curtos.
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124 - ( 2017 - SEJUS - CE - Agente Penitenciário (Médio) – Morfologia )
a) No excerto “É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas, depressivas e
estressadas que se encontra.” o verbo “encontra” deveria estar no plural.
b) No excerto “[...] uma sensação crônica de falta de tempo.”, o termo em destaque classifica-se
morfologicamente como um verbo, conjugado no presente do indicativo.
c) No excerto “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou.”, a preposição “de” é
utilizada por causa da regência do verbo “acelerou”. Nesse caso, a preposição se coloca
imediatamente antes do pronome relativo “que”.
d) No excerto “Elas percebem o tempo passando rapidamente e, por isso, tem pressa de
viver intensamente.”, os dois termos em destaque são advérbios de tempo e de modo,
respectivamente.
a) Em “O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas relações
com amigos ou familiares.”, o verbo “acredita” está conjugado no presente do subjuntivo e a perífrase
verbal “é sentido” é formada por um verbo no presente do indicativo e um verbo no pretérito perfeito
do indicativo.
b) Em “O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O
dia parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?”, os verbos sublinhados
estão conjugados, respectivamente, no pretérito imperfeito do indicativo, no presente do subjuntivo, no
presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo.
c) Em “Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que não tínhamos.”, os verbos
sublinhados estão conjugados, respectivamente, no presente do indicativo, no pretérito imperfeito do
indicativo, no presente do indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo.
d) Em “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percepção que
as pessoas têm que não cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer”, os verbos
sublinhados estão conjugados, respectivamente, no presente do indicativo, no pretérito imperfeito do
subjuntivo, no presente do subjuntivo e no presente do indicativo.
Referente ao Texto 1, assinale a alternativa cuja oração subordinada em destaque exerça função
de sujeito da oração principal.
a) As palavras “nítida” e “horário” recebem acento agudo pelo mesmo motivo: são paroxítonas
terminadas em ditongo.
b) As palavras “impressão” e “relações” recebem o til pelo mesmo motivo: são paroxítonas terminadas
em ditongo nasal.
c) As palavras “inúmeros” e “prejuízos” recebem acento agudo por motivos diferentes. No caso de
“inúmeros”, a acentuação se dá por ser uma palavra proparoxítona terminada em “s”. No caso de
“prejuízos”, a acentuação se dá por ser uma palavra paroxítona no plural.
d) As palavras “têm” e “inglês” recebem acento circunflexo por motivos diferentes. No caso de “têm”, a
acentuação se dá para marcar que o verbo concorda com a terceira pessoa do plural. No caso de
“inglês”, a acentuação se dá por ser uma palavra oxítona terminada em e(s).
a) No excerto “[...] as cobranças são cada vez mais intensas e frequentes [...]”, os termos em destaque
constituem uma relação de sinonímia.
b) No excerto “O acúmulo de compromissos preenche horários livres, adia o lazer e a vida social [...]”,
tem-se a figura de linguagem chamada Zeugma.
c) No excerto “As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e qualificações
acadêmicas [...]”, o termo “demandas” pode ser substituído por “vicissitudes” sem alterar o sentido da
frase.
d) No excerto “Uma mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola.”, tem-
se a figura de linguagem chamada Sinédoque.
Assinale a alternativa em que a função do “que”, sublinhado nos excertos do Texto 1, está
corretamente indicada entre parênteses.
a) “[...] dando a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido [...]” (pronome relativo).
b) “[...] Hoje temos várias tarefas que não tínhamos.” (partícula expletiva).
c) “As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades [...]” (conjunção integrante).
d) “As pessoas tentam alocar dentro do tempo mais ações do que cabem nele.” (conjunção
explicativa).
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130 - ( 2017 - SEJUS - CE - Agente Penitenciário (Médio) )
TEXTO 2
a) No excerto “Tenho que fazer minha lição de casa!”, o termo em destaque é um objeto indireto.
b) A palavra “guerra” possui 6 letras, 4 fonemas e dois dígrafos.
c) No segundo quadrinho do Texto 2, a palavra “então” pode ser substituída por “conquanto”.
d) No excerto “Tenho que fazer uma entrega!”, a função morfológica do termo em destaque é de
pronome relativo.
71
132 - ( 2017 - SEJUS - CE - Agente Penitenciário (Médio) )
a) No Texto 2, nas falas “Tenho que fazer minha lição de casa!”, “Tenho que fazer uma entrega!” e “Eu
tenho que ver meu programa de TV!”, os termos sublinhados têm função de preposição.
b) Os Textos 1 e 2 abordam questões similares, especialmente o fato de que não há mais tempo para o
lazer por causa das exigências do dia a dia.
c) No terceiro quadrinho do Texto 2, há a ocorrência de uma figura de linguagem chamada
prosopopeia.
d) Para tratar do assunto, o Texto 1 utiliza testemunhos e citações de autoridades e o Texto 2 utiliza o
humor e a linguagem não verbal, além da verbal.
72
133 - ( 2017 - DESENBAHIA – Escriturário )
Filipe Vilicic
Tenho ouvido essa pergunta com muita frequência, desde o início do ano. Há a noção de que
o app, antes adorado, entrou numa ladeira, em ponto morto
Comecemos com o popular termômetro do Facebook. Há um ano, entrava em meu perfil e via
uma penca de pessoas louvando o Uber. E não exagero com o “louvar”. Pois era exagerada a
reação da multidão facebookiana. Ao Uber era atribuída uma, nada mais, nada menos, revolução
no transporte urbano. Era o início dos tempos de motoristas particulares bem-vestidos e com
água gelada e balinha no carro. Desde o início do ano, o cenário mudou. Agora, o exagero é o
oposto. Há todo tipo de reclamação contra o Uber.
Nas últimas duas semanas, deparei-me com queixas de mais de dez pessoas, de meu círculo
de amigos no Facebook. Isso sem correr atrás dos lamentos; apenas como observador, um
receptor passivo. Fora do ambiente virtual, outros quatro clientes vieram me perguntar algo
como: “por que o Uber tá tão ruim?”. Todos haviam passado por problemas recentes com o
aplicativo. A reclamação mais comum, e que reproduz uma situação pela qual passei três vezes
(a última, em maio): motoristas cancelarem a corrida, sem avisar, sem perguntar, por vezes
próximos ao local de partida, aparentemente por 1. Não quererem aquela viagem específica ou
2. Calcularem que vale mais a pena fazer o usuário pagar uma “multa” pelo cancelamento.
Parece que, quando surgiu, em 2009, e até o ano passado, a empresa americana era
encarada como uma criança talentosa; e, sim, estava em seu início, em sua infância. Todos (ou
quase todos) se admiravam com os talentos dessa jovem (e inovadora) criança. Agora, o Uber
entrou na fase da adolescência, cheio de problemas. É comum que esse amadurecimento venha
às companhias, ainda mais às que se autoproclamam inovadoras. O Google, por exemplo, era
criticado na virada dos anos 2000 e, depois, em meados da década passada (chegou a se ver
como protagonista de uma CPI da Pedofilia no Brasil). O Facebook tem sofrido duras repressões
da mídia, e de usuários, pela proliferação de fake news, de vídeos violentos, e de outras coisas,
digamos, duvidosas, pela rede social. Essas duas empresas souberam amadurecer e dar a volta
por cima. Reagiram, ao menos por enquanto, de forma – na lógica que coloquei acima – adulta.
Será que o Uber conseguirá o mesmo?
Sim, a empresa entrou numa ladeira, em ponto morto. Mas ainda dá tempo de frear, dar a
volta e engatar a primeira marcha. Todas as gigantes do Vale do Silício, ou as já mais
estabelecidas, tiveram de encarar momentos-chave para suas histórias, nos quais quaisquer
deslizes poderiam levar a uma quebradeira geral. Foi assim com a Apple, cuja falência era tida
como quase certa no fim dos anos 90 (e, veja só, agora é a bola da vez). E com Twitter, Google,
Facebook… todas. Faz parte do processo de amadurecimento. A pergunta que fica: será que o
Uber conseguirá ultrapassar os obstáculos que ele próprio parece ter criado para si e, assim,
virará “adulto”? Ainda não se sabe qual será o destino final dessa corrida.
Considere o padrão de linguagem utilizado no texto de apoio, assim como o gênero ao qual
pertence, e assinale a alternativa correta.
a) A expressão “deu ruim”, embora popularmente utilizada, está gramaticalmente incorreta, pois o
adjetivo ‘ruim’ deveria modificar um substantivo e não um verbo.
b) A expressão “deu ruim” equivale a “foi mal” e ambas estão gramaticalmente corretas, pois “ruim” e
“mal” são advérbios de modo.
c) Em “[...] por que o Uber tá tão ruim?”, a utilização abreviada do verbo ‘estar’ é inadequada ao
gênero textual Artigo de Opinião, o qual exige extrema formalidade no uso da linguagem.
d) O texto “Deu ruim pro Uber?” é uma reportagem que se caracteriza por debater um tema atual e de
interesse do autor.
e) O texto “Deu ruim pro Uber?” é predominantemente expositivo, pois apresenta os motivos pelos
quais o aplicativo tem causado problemas entre os usuários.
74
136 - ( 2017 - DESENBAHIA – Escriturário - Crase )
a) A crase ocorreu em “à pergunta”, porque está inserida em uma locução prepositiva de base
feminina.
b) No primeiro trecho, a crase ocorreu para atender à regência do verbo “voltar”. No segundo trecho,
para atender a regência dos verbos “vir” e “autoproclamar”, respectivamente.
c) No segundo trecho, a crase ocorreu para atender a regência do verbo “vir”, em ambas as
ocorrências, pois o substantivo “companhias” está implícito na segunda ocorrência.
d) No trecho “[...] ainda mais às que se autoproclamam [...]” a ocorrência de crase é facultativa.
e) O sinal indicativo de crase em “às companhias” justifica-se pela regência de “amadurecimento” e
pela pela presença de artigo definido, feminino e plural.
Em “Parece que, quando surgiu, em 2009, e até o ano passado, a empresa americana era
encarada como uma criança talentosa; e, sim, estava em seu início, em sua infância.”, a respeito
da pontuação, é correto afirmar que
a) o ponto e vírgula foi utilizado para separar orações coordenadas que já apresentavam virgulas em
seu interior.
b) as vírgulas foram utilizadas para separar elementos coordenados entre si, no trecho anterior ao
ponto e vírgula.
c) a vírgula foi utilizada para separar uma oração apositiva antes do trecho “em sua infância”.
d) o ponto final, que sinaliza uma pausa máxima, foi utilizado para finalizar uma frase imperativa.
e) a vírgula que isola o termo “sim” justifica-se por estar separando um termo retificativo.
Assinale a alternativa em que a acentuação gráfica das duas palavras se justifica por regras
diferentes.
a) Frequência – início.
b) Últimas – círculo.
c) Já – será.
d) Três – só.
e) Conseguirá – virará.
75
139 - ( 2017 - DESENBAHIA – Escriturário - Fonologia )
a) “Parece que, quando surgiu, a empresa americana era encarada como uma criança talentosa.”
b) “Nas últimas duas semanas, deparei-me com queixas de mais de dez pessoas”.
c) “Reagiram, ao menos por enquanto, de forma – na lógica que coloquei acima – adulta”
d) “O Google, por exemplo, era criticado na virada dos anos 2000 e, depois, em meados da década
passada (chegou a se ver como protagonista de uma CPI da Pedofilia no Brasil)”.
e) “Tenho ouvido essa pergunta com muita frequência, desde o início do ano”.
76
142 - ( 2016 - IF-BA - Professor – Matemática )
Não restam dúvidas sobre a intensa presença da tecnologia no dia a dia dos jovens - uma
geração que já nasceu conectada com o mundo virtual - e os impactos que esse novo perfil de
aluno traz ao ambiente escolar. Esse contexto lança o desafio para escolas e professores sobre
como usar os novos recursos tecnológicos a favor do ensino. Lutar contra a presença deles não
é mais visto como uma opção.
“Estamos no século 21, não tem como dar aula como se dava há 10 anos”, diz Glaucia Brito,
professora do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
e especialista em Tecnologia na Educação. Para ela, a escola está atrasada. Os jovens são
outros e os professores precisam se transformar para seguir essa mudança.
O uso da tecnologia pode ser proveitoso no estudo interativo de conteúdos, tornando-os mais
atraentes e fazendo com que o aluno adote uma postura mais participativa. No Colégio Dom
Bosco, em Curitiba, tablets e netbooks são fornecidos aos alunos desde o 6.° ano do ensino
fundamental. “A ideia é tentarfalar a mesma linguagem [dos alunos]. Não adianta ser diferente
em casa. Trabalhamos o uso responsável”, explica o professor de Física e coordenador de
Tecnologias, Raphael Corrêa.
A escola trabalha de duas maneiras: recorre a objetos educacionais digitais, como vídeos,
animações, imagens e infográficos, para dar suporte às aulas, e estimula a pesquisa dos alunos
na internet, com a orientação do professor sobre como encontrar a informação desejada de
forma segura e a partir de fontes confiáveis. Entretanto, não são só benefícios que os
dispositivos móveis trazem. O colégio controla o uso quando a aula não necessita dos aparelhos
e bloqueia o acesso às redes sociais, os principais vilões quando o assunto é distração.
“Tem professor que reclama que os alunos não prestam atenção, ficam só no celular. Mas, na
minha época, por exemplo, nos distraíamos com gibi. A questão é como está a aula do
professor”, avalia Glaucia, que defende ser possível dar uma aula de qualidade e atraente
mesmo sem usar aparatos modernos.
Envolvimento
No Colégio Sion, a tecnologia é mais usada pelos professores, embora os alunos também
usufruam em determinados momentos. Para a coordenadora do ensino médio, Cinthia Reneaux,
é preciso fazer com que o estudante participe do processo, saiba contar o que aprendeu. “Para
não ficar muito no virtual, fazemos muitos seminários, debates e pesquisas. Tentamos resgatar o
diálogo, a conversa e discussão entre eles”, explica Cinthia, citando o formato semicircular na
disposição das carteiras nas salas para facilitar o método.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/o-desafio-de-usar-a-tecnologia-a-favor-do-ensino-
ealmosyp83vcnzak775day3bi
77
Assinale a alternativa correta a respeito do texto.
a) De acordo com o texto, não é uma opção tentar evitar as tecnologias no contexto educacional, uma
vez que usá-las pode ser proveitoso para ensinar.
b) Para os especialistas apresentados no texto, a escola não acompanhou a evolução da tecnologia e
apresenta-se defasada nessa área, o que se deve à falta de recursos tecnológicos presentes nas
instituições de ensino.
c) Segundo o texto, as redes sociais são o maior problema quanto ao uso das tecnologias e tal
dificuldade pode ser evitada proibindo-se o uso na escola e no contexto familiar.
d) Os exemplos trazidos pelo texto demonstram que um ponto importante para que o uso da
tecnologia seja proveitoso é a interatividade, ou seja, a participação dos alunos nas tarefas mediadas
pelos aparatos tecnológicos.
e) Glaucia Brito, professora do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), defende que é possível dar aulas atraentes sem utilizar aparatos modernos e, por isso,
seria ideal que os professores se especializassem para que não precisem utilizar a tecnologia.
Os textos, de acordo com a sua intencionalidade, estrutura e formato, podem ser classificados
de acordo com sua tipologia. Com relação ao texto “O desafio de usar a tecnologia a favor do
ensino”, é correto afirmar que ele pode ser classificado como
a) epistolar.
b) narrativo.
c) informativo.
d) injuntivo.
e) descritivo.
78
145 - ( 2016 - IF-BA - Professor – Matemática - Ortografia )
No texto, as palavras “ideias” e “dia a dia” estão grafadas conforme regem as regras de
ortografia oficiais. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente,
também de acordo com as regras de ortografia vigentes.
a) Em “[...] O uso da tecnologia pode ser proveitoso no estudo interativo de conteúdos, tornando-
os mais atraentes [...]”, o elemento em destaque refere-se ao uso da tecnologia.
b) No excerto “[...] fazemos muitos seminários, debates e pesquisas [...]”, o sujeito composto está
posposto ao verbo.
c) Em “[...] Para ela, a escola está atrasada [...]”, o elemento em destaque é o predicativo para o sujeito
“a escola”.
d) Em “[...] Não adianta ser diferente em casa [...]”, o elemento em destaque é um objeto indireto.
e) Em “[...] bloqueia o acesso às redes sociais [...]”, o elemento em destaque é um objeto indireto.
a) O excerto “[...] adotam estratégias integrativas, em que reúnem os alunos [...]” pode ser
corretamente reescrito da seguinte maneira: “[...] adotam estratégias integrativas, em cujas delas
reúnem os alunos [...]”.
b) O excerto “[...] Tem professor que reclama que os alunos não prestam atenção [...]” pode ser
corretamente reescrito da seguinte maneira: “[...] Tem professor os quais reclamam que os alunos não
prestam atenção [...]”.
c) O excerto “[...] fazendo com que o aluno adote uma postura mais participativa [...]” pode ser
corretamente reescrito da seguinte maneira: “[...] fazendo cujo o aluno adote uma postura mais
participativa [...]”.
d) O excerto “[...] não são só benefícios que os dispositivos móveis trazem [...]” pode ser corretamente
reescrito da seguinte maneira: “[...] não são só benefícios de que os dispositivos móveis trazem [...]”.
79
e) O excerto “[...] uma geração que já nasceu conectada com o mundo virtual [...]” pode ser
corretamente reescrito da seguinte maneira: “[...] uma geração a qual já nasceu conectada com o
mundo virtual [...]”.
Assinale a alternativa em que o verbo em destaque está flexionado no mesmo tempo e modo
verbais que o verbo “usufruam” em: “[...] No Colégio Sion, a tecnologia é mais usada pelos
professores, embora os alunos também usufruam em determinados momentos [...]".
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151 - ( 2016 - IF-BA - Professor – Matemática – Sintaxe )
Texto 1
A origem etimológica da palavra “pesadelo” diz muito sobre o sentimento que temos ao
despertar de um sonho apavorante. Em português, é derivada da palavra “pesado”, ou seja,
remete àquela sensação de peso sobre o peito que só um pesadelo dos bons pode causar. Em
inglês, a origem da palavra é ainda mais interessante: é uma conjunção de “night” (noite) e
“mare”, que faz referência a espíritos malignos que, para os antigos, possuíam as pessoas
durante o sono. Por muito tempo, foi assim que a ciência encarou os pesadelos: como algo
negativo, assombroso e estranho criado pelo cérebro. Mas estudos recentes vêm mostrando
que é hora de repensar o papel dos pesadelos na nossa sociedade.
Em um estudo recente publicado na New Scientist, a pesquisadora Michelle Carr, que estuda
sonhos na Universidade de Montreal, explica que existem duas teorias dominantes para o
surgimento dos pesadelos. Uma é que eles são uma reação a experiências negativas que
acontecem enquanto estamos acordados. A outra é a “teoria de simulação de risco”, a ideia de
que usamos os pesadelos para “treinar” adversidades, de forma que estejamos mais preparados
quando coisas ruins realmente acontecerem. Seja como for, os pesadelos trazem realmente
alguns benefícios reais. Um estudo de 2013, por exemplo, descobriu que pessoas que sofrem
com pesadelos de forma recorrente são, em geral, mais empáticas. Elas também demonstraram
mais tendência a bocejar quando outra pessoa boceja na frente delas, o que é um indicador de
empatia.
Além disso, Carr descobriu que pessoas que têm pesadelos constantes costumam pensar
mais “fora da caixa” em tarefas de associação de palavras. Essa é mais uma pesquisa que
relaciona sonhos ruins à criatividade; durante os anos 80, o pesquisador do sono Ernest
Hartmann, que trabalhou como psiquiatra em uma universidade de medicina em Boston,
descobriu que pessoas que buscavam ajuda para ter noites mais tranquilas não eram
necessariamente mais assustadiças ou ansiosas, mas tinham maior sensibilidade emocional
em geral. Segundo o Science of Us, ele concluiu que sensibilidade é a força motriz por trás de
sonhos intensos. Uma sensibilidade mais alta a ameaças ou medo durante o dia pode resultar
em sonhos ruins, enquanto paixão e empolgação causarão sonhos mais felizes. E ambos os
casos acabam criando impacto na vida real, seja aumentando níveis de estresse após um
81
pesadelo ou criando laços sociais mais fortes após um sonho positivo com alguém que você
conhece.
Mas os efeitos vão além. O estudo de Hartmann aponta que a sensibilidade influencia
percepções e pensamentos acordados. Pessoas que têm muitos pesadelos passam a ter
pensamentos mais parecidos com sonhos, fazendo conexões inesperadas. É aí que entra a
criatividade: estudos anteriores mostram que essas pessoas têm mais aptidão para a
criatividade e a expressão artística. Para comprovar isso, Carr realizou o teste com uma série de
voluntários, entre eles uma pintora e um músico. Batata: ambos tiraram notas altas no teste de
criatividade e, curiosamente, revelaram que sonham constantemente. Para Carr, “a riqueza da
imaginação não fica confinada ao sono, mas permeia o pensamento e os sonhos acordados”.
Outra conclusão de Carr é que pessoas que têm mais pesadelos acabam tendo mais sonhos
positivos que a média geral. Seria uma compensação do cérebro? Só mais pesquisa dirá.
a) Uma das razões de as pessoas que têm muitos pesadelos apresentarem mais aptidão para a
criatividade é que elas passam a ter pensamentos mais parecidos com sonhos, fazendo conexões
inesperadas.
b) Segundo Ernest Hartmann, as pessoas que buscam ajuda sempre são mais assustadiças, porque
têm maior sensibilidade emocional.
c) A pesquisadora Michelle Carr afirma que existe apenas uma teoria dominante para o surgimento dos
pesadelos: eles são uma reação negativa do que acontece conosco durante o dia.
d) Apesar de a riqueza da imaginação ficar confinada ao sono, ela permeia o pensamento e os sonhos
acordados.
e) Carr afirma que as pessoas que têm pesadelos têm mais sonhos positivos e isso se deve a uma
compensação do cérebro.
Em “[...] a ciência encarou os pesadelos: como algo negativo”, há quais das figuras de estilo
apresentadas a seguir?
a) Pleonasmo e prosopopeia.
b) Sinestesia e antítese.
c) Metáfora e hipérbole.
d) Onomatopeia e comparação.
e) Prosopopeia e comparação.
82
154 - ( 2016 - EBSERH - Técnico de Segurança do Trabalho – Sintaxe )
Em “[...] a pesquisadora Michelle Carr, que estuda sonhos na Universidade de Montreal, explica
que existem duas teorias dominantes [...]”, o excerto em destaque exerce a função de oração
subordinada
a) “[...] faz referência a espíritos malignos que, para os antigos, possuíam as pessoas durante o sono.”
b) “[...] diz muito sobre o sentimento que temos [...]”
c) “Além disso, Carr descobriu que pessoas que têm pesadelos constantes costumam pensar mais
‘fora da caixa’ [...]”
d) “[...] remete àquela sensação de peso sobre o peito que só um pesadelo dos bons pode causar.”
e) “[...] é uma conjunção de “night” (noite) e “mare”, que faz referência a espíritos malignos [...]”
83
157 - ( 2016 - EBSERH - Técnico de Segurança do Trabalho – Sintaxe )
Em “[...] ele concluiu que sensibilidade é a força motriz [...], o trecho em destaque exerce a
mesma função sintática que o excerto destacado em qual alternativa?
No excerto “E ambos os casos acabam criando impacto na vida real [...]”, as palavras em
destaque pertencem, respectivamente, a quais classes gramaticais?
a) Substantivo e adjetivo.
b) Substantivo e substantivo.
c) Adjetivo e substantivo.
d) Verbo e substantivo.
e) Verbo e adjetivo.
Texto 2
84
a) o personagem, ao fazer a pergunta “Não é perigo?”, refere-se aos problemas que os resíduos
tóxicos podem causar ao meio ambiente.
b) o descarte de resíduos tóxicos em ralos comuns, conforme evidenciam os personagens, é
totalmente apropriado.
c) as luvas de borracha não oferecem qualquer proteção ao personagem na manipulação do resíduo.
d) o personagem que faz as perguntas refere-se, de fato, à integridade do personagem que manipula
os resíduos tóxicos.
e) ambos os personagens se referem ao mesmo tipo de perigo, ou seja, à degradação do meio
ambiente.
Em “Que faz com seus resíduos tóxicos?”, o termo em destaque recebe acento, porque é uma
palavra
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162 - ( 2016 - EBSERH - Analista de Tecnologia da Informação – Redes )
“As relações humanas não são mais espaços de certeza, tranquilidade e conforto espiritual.
Em vez disso, transformaram-se numa fonte prolífica de ansiedade. Em lugar de oferecerem o
ambicionado repouso, prometem uma ansiedade perpétua e uma vida em estado de alerta. Os
sinais de aflição nunca vão parar de piscar, os toques de alarme nunca vão parar de soar.” -
Zygmunt Bauman
Em tempos líquidos, a crise de confiança traz consequências para os vínculos que são
construídos. Estamos em rede, mas isolados dentro de uma estrutura que nos protege e, ao
mesmo tempo, nos expõe. É isso mesmo?
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro Medo líquido, diz que estamos
fragilizando nossas relações e, diante disso, nos contatamos inúmeras vezes, seja qual for a
ferramenta digital que usamos, acreditando que a quantidade vai superar a qualidade que
gostaríamos de ter.
Bauman diz que, nesses tempos líquidos modernos, os homens precisam e desejam que seus
vínculos sejam mais sólidos e reais. Por que isso acontece? Seriam as novas redes de
relacionamento que são formadas em espaços digitais que trazem a noção de aproximação?
Talvez sim, afinal a conexão com a rede, muitas vezes, se dá em momentos de isolamento real.
O sociólogo, então, aponta que, quanto mais ampla a nossa rede, mais comprimida ela está no
painel do celular. “Preferimos investir nossas esperanças em ‘redes’ em vez de parcerias,
esperando que em uma rede sempre haja celulares disponíveis para enviar e receber mensagens
de lealdade”, aponta ele.
E já que as novas sociabilidades, aumentadas pelas pequenas telas dos dispositivos móveis,
nos impedem de formar fisicamente as redes de parcerias, Bauman diz que apelamos, então,
para a quantidade de novas mensagens, novas participações, para as manifestações efusivas
nessas redes sociais digitais. Tornamo-nos, portanto, seres que se sentem seguros somente se
conectados a essas redes. Fora delas os relacionamentos são frágeis, superficiais, “um
cemitério de esperanças destruídas e expectativas frustradas”.
A liquidez do mundo moderno esvai-se pela vida, parece que participa de tudo, mas os
habitantes dessa atual modernidade, na verdade, fogem dos problemas em vez de enfrentá-los.
Quando as manifestações vão para as ruas, elas chamam a atenção porque se estranha a
formação de redes de parceria reais. “Para vínculos humanos, a crise de confiança é má notícia.
De clareiras isoladas e bem protegidas, lugares onde se esperava retirar (enfim!) a armadura
pesada e a máscara rígida que precisam ser usadas na imensidão do mundo lá fora, duro e
competitivo, as ‘redes’ de vínculos humanos se transformam em territórios de fronteira em que é
preciso travar, dia após dia, intermináveis conflitos de reconhecimento.”
(http://www.fronteiras.com/artigos/zygmunt-bauman-estamos-isolados -em-rede)
De acordo com o texto, para o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações humanas modernas
86
a) estão em eterna crise de confiança, pois as redes substituíram o contato face a face, gerando,
assim, maior conforto espiritual.
b) são líquidas porque duram muito tempo e priorizam a qualidade ao invés da quantidade.
c) buscam, atualmente, enfrentar os problemas cotidianos, eliminando os conflitos de reconhecimento.
d) são aumentadas pelas telas de celulares, ganhando cada vez mais espaço e sendo concretizadas no
espaço físico.
e) constituem-se pela liquidez e ansiedade e prezam pela quantidade em lugar da qualidade, fato que
se expressa pelas relações em rede.
Segundo o texto, para Zygmunt Bauman, os homens precisam e desejam que seus vínculos
sejam mais sólidos e reais porque,
87
165 - ( 2016 - EBSERH - Analista de Tecnologia da Informação – Redes - Sintaxe )
Na frase: “[...] Tornamo-nos, portanto, seres que se sentem seguros somente se conectados a
essas redes.[...]”, o termo em destaque pode ser substituído, sem prejuízo gramatical ou
alteração de sentido, por
a) conquanto. b) porquanto.
c) contudo. d) pois.
e) todavia.
a) Em “[...] traz consequências para os vínculos que são construídos [...]”, o termo em destaque tem
função de conjunção integrante.
b) Em “[...] acreditando que a quantidade vai superar a qualidade [...]”, o termo em destaque tem
função de pronome relativo.
c) Em “[...] Bauman diz que apelamos [...]”, o termo em destaque tem função de partícula expletiva ou
de realce.
d) Em “[...] A liquidez do mundo moderno esvai-se pela vida [...]”, o termo em destaque tem função de
índice de indeterminação do sujeito.
e) Em “[...] se sentem seguros somente se conectados a essas redes. [...]”, o termo em destaque tem
função de conjunção condicional.
a) Em “[...] Bauman diz que, nesses tempos líquidos modernos, os homens precisam e
desejam queseus vínculos sejam mais sólidos e reais.[...]”, os dois termos em destaque introduzem
orações subordinadas substantivas objetivas diretas.
b) Em “[...]Quando as manifestações vão para as ruas, elas chamam a atenção [...]”, a oração em
destaque classifica-se como oração subordinada adverbial causal.
c) Em “[...] Seriam as novas redes de relacionamento que são formadas em espaços digitais que
trazem a noção de aproximação [...]”, o termo em destaque introduz uma oração subordinada
substantiva completiva nominal.
d) Em “[...] Estamos em rede, mas isolados dentro de uma estrutura [...]”, a oração em destaque
classifica-se como oração coordenada sindética alternativa.
e) Em “[...] esperando que em uma rede sempre haja celulares disponíveis para enviar e receber
mensagens de lealdade [...]”, o termo em destaque introduz uma oração subordinada adverbial
consecutiva.
88
168 - ( 2016 - EBSERH - Analista de Tecnologia da Informação – Redes – Morfologia )
Na frase “[...] Em vez disso, transformaram-se numa fonte prolífica de ansiedade. [...]”, o termo
“prolífica” pode ser trocado, sem gerar alteração de sentido, por
a) fecunda. b) lógica.
c) coerente. d) alternativa.
e) infértil.
Na frase “[...] Os sinais de aflição nunca vão parar de piscar, os toques de alarme
nunca vão parar de soar. [...]”, os verbos em destaque estão flexionados no
Em “[...] apelamos, então, para a quantidade de novas mensagens, novas participações, para as
manifestações efusivas nessas redes sociais digitais. Tornamo-nos, portanto, seres que se
sentem seguros somente se conectados a essas redes. Fora delas os relacionamentos são
frágeis, superficiais, “um cemitério de esperanças destruídas e expectativas frustradas” [...]”, o
termo em destaque se refere
a) às novas mensagens. b) às novas participações.
c) às manifestações efusivas. d) às redes sociais digitais.
e) às expectativas frustradas.
89
172 - ( 2016 - EBSERH – Fisioterapeuta )
a) A ética deve ser pensada individualmente, a partir de uma reflexão pessoal que não envolva a
relação com o outro.
b) As respostas sobre uma vida ética se encontram na educação, na opinião pública, nas escolas, com
os professores, os cultos e os intelectuais.
c) Os indivíduos não sabem exatamente o que é ética porque lhes faltam a crítica e o entendimento
sobre esse assunto.
d) Indignar-se moralmente com o que acontece de errado na prática cotidiana seria um exemplo de
como exercitar ética.
e) A prática ética se limita ao que é necessário para sobreviver.
91
174 - ( 2016 - EBSERH – Fisioterapeuta - Crase )
a) Em “[...] Falta, para se chegar a isso [...]”, poderia haver crase antes da palavra “isso”, uma vez que,
pela regência, o verbo “chegar” exige a preposição “a”.
b) Em “[...] emoções em relação à política, à miséria ou à violência[...]”, o uso da crase é facultativo
porque os termos “política”, “miséria” e “violência” estão em sequência.
c) Em “[...] ela diz respeito à relação entre um ‘eu’ e um ‘tu’ [...]”, o uso da crase se justifica porque o
termo regente “respeito” exige preposição “a” e o termo regido “relação” é um substantivo feminino
que pode ser antecedido pelo artigo “a”.
d) Em “[...] uma sensibilidade que possa dar sentido à felicidade [...]”, o uso da crase se justifica pela
regência do verbo “possa”.
e) Em “[...] o que nos levaria a sermos éticos [...]”, poderia haver o emprego da crase antes do verbo
“sermos”, já que antes de verbos o uso da crase é facultativo.
a) Em “[...] E isso não é opinião de ignorantes que não frequentaram escola alguma, mas de muitos
ditos ‘cultos’ e ‘inteligentes’ [...]”, as aspas em “cultos” e “inteligentes” foram utilizadas para marcar
uma ironia.
b) Em “[...] O que falta na abordagem sobre ética é justamente o que nos levaria a sermos éticos. [...]”,
há um eufemismo, marcado pelo termo “justamente”.
c) Em “[...] Ninguém é ético só porque quer parecer ético. [...]”, há hipérbole, marcada pelo termo “só”.
d) Em “[...] a urgência que se tornou essencial hoje – e que por isso mesmo, por ser essencial, muitos
não percebem – é tratar a ética como um trabalho da lucidez [...]”, os travessões são utilizados para
marcar uma metáfora.
e) Em “[...] A felicidade de que se trata é a ‘felicidade política’, ou seja, a vida justa e boa no universo
público. [...]”, o termo “vida justa e boa” marca uma antítese.
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177 - ( 2016 - EBSERH – Fisioterapeuta - Sintaxe )
a) Em “[...] E isso não é opinião de ignorantes [...]”, o sujeito é simples, cujo núcleo é formado pelo
pronome “isso”.
b) Em “[...] esperamos que os cultos, os intelectuais, os professores, os jornalistas, todos os que
constroem a opinião pública, tragam respostas [...]”, o termo em destaque é complemento nominal dos
elementos que o antecedem.
c) Em “[...] Falamos sobre ética em tom de clamor por salvação. [...]”, o sujeito é indeterminado.
d) Em “[...] evitam a profundidade da questão [...]”, a expressão em destaque é predicativo do sujeito.
e) Em “[...] é preciso diálogo [...]”, o termo “diálogo” é um objeto direto que complementa o termo
“preciso”.
a) o verbo “é” pode ser colocado no plural para concordar com o sujeito “emoções”. Assim, a frase
ficaria: “[...] A passagem das emoções indignadas para a elaboração de uma sensibilidade elaborada
que possa sustentar a ação boa e justa são o que está em jogo. [...]”
b) tem-se um período composto formado pela oração principal “A passagem das emoções indignadas
para a elaboração de uma sensibilidade elaborada é o que está em jogo.” e pela oração subordinada
“que possa sustentar a ação boa e justa”.
c) o termo “elaborada” poderia estar no plural para concordar com “emoções” e “sensibilidade”.
Assim, a frase ficaria: “[...] A passagem das emoções indignadas para a elaboração de uma
sensibilidade elaboradas que possa sustentar a ação boa e justa é o que está em jogo. [...]”
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d) os termos “passagem”, “indignadas”, “elaboração” e “sensibilidade” são adjuntos adnominais do
núcleo do sujeito “emoções”.
e) o sujeito da oração “que possa sustentar a ação boa e justa” é “a passagem das emoções
indignadas”.
Em “[...] Cheios de esperança, alguns com certa empáfia, exigimos ou reclamamos da falta de
ética, mas não sabemos exatamente o que queremos dizer com isso. [...]”, o vocábulo “empáfia”
poderia ser substituído, sem causar alteração de sentido, por
a) presunção.
b) carência.
c) dúvida.
d) parcimônia.
e) estranheza.
O excerto “[...] um novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista.
[...]” pode ser reescrito, sem gerar prejuízos semânticos e morfossintáticos, da seguinte
maneira:
a) “[...] um novo projeto de sociedade cujo o bem de todos esteja realmente em vista. [...]”
b) “[...] um novo projeto de sociedade em que o bem de todos esteja realmente em vista. [...]”
c) “[...] um novo projeto de sociedade cujo o qual o bem de todos esteja realmente em vista. [...]”
d) “[...] um novo projeto de sociedade sobre cujo o bem de todos esteja realmente em vista. [...]”
e) “[...] um novo projeto de sociedade aonde o bem de todos esteja realmente em vista. [...]”
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GABARITO
01: C 02: C 03: D 04: A 05: C 06: D 07: B 08: A 09: E 10: D
11: E 12: A 13: A 14: C 15: B 16: E 17: A 18: D 19: B 20: D
21: C 22: C 23: C 24: A 25: D 26: A 27: E 28: A 29: B 30: B
31: E 32: C 33: D 34: E 35: B 36: A 37: D 38: C 39: B 40: C
41: B 42: E 43: D 44: B 45: D 46: C 47: E 48: B 49: D 50: A
51: B 52: E 53: A 54: D 55: E 56: B 57: C 58: B 59: E 60: D
61: A 62: A 63: C 64: D 65: A 66: C 67: A 68: D 69: C 70: B
71: E 72: A 73: D 74: E 75: A 76: B 77: E 78: C 79: D 80: C
81: B 82: E 83: D 84: A 85: C 86: A 87: E 88: B 89: D 90: C
91: D 92: B 93: C 94: A 95: E 96: B 97: D 98: A 99: E 100: D
101: E 102: C 103: A 104: D 105: B 106: E 107: C 108: D 109: A 110: B
111: A 112: B 113: D 114: E 115: C 116: B 117: C 118: E 119: D 120: A
121: D 122: A 123: D 124: A 125: C 126: C 127: D 128: B 129: C 130: C
131: B 132: C 133: D 134: A 135: E 136: C 137: A 138: C 139: C 140: A
141: D 142: D 143: D 144: C 145: B 146: C 147: E 148: A 149: D 150: A
151: A 152: A 153: E 154: B 155: D 156: C 157: D 158: A 159: A 160: B
161: E 162: E 163: B 164: B 165: D 166: E 167: A 168: B 169: A 170: E
171: D 172: C 173: E 174: C 175: D 176: A 177: A 178: D 179: B 180: A
181: B
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