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ALEXANDRE GUILHERME LENZI DE OLIVEIRA

O PASTOREIO RACIONAL VOISIN COMO INSTRUMENTO NO MANEJO


SUSTENTÁVEL DAS PASTAGENS

FLORIANÓPOLIS
2009
ALEXANDRE GUILHERME LENZI DE OLIVEIRA

O PASTOREIO RACIONAL VOISIN COMO INSTRUMENTO NO MANEJO


SUSTENTÁVEL DAS PASTAGENS

Trabalho apresentado para Concurso Público


de Títulos e Provas para Professor Adjunto do
Departamento de Zootecnia e
Desenvolvimento Rural do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal de Santa
Catarina.

FLORIANÓPOLIS
2009
Desafio

Há um potro dentro de mim, pedindo cancha.

Sinto-lhe o bater do coração inquieto


como um tambor a rufar em véspera de peleia braba.

No meu olhar o seu olhar de fogo se confunde


na ânsia de devassar a vastidão de todos os caminhos
que os seus cascos de bronze e asas não pisaram.

Potro de sangue ancestral,


telúrico em seu ímpeto selvagem,
maior porque contido no seu lance
como um cartucho que sente o gatilho pronto para o tiro.

Tudo o que fica além de meu passo de nômade prisioneiro,


tudo o que não alcança o meu braço de músculos dormidos,
tudo o que meu olhar não pressente na distância
- isso tudo a chamá-lo,
tudo a chamá-lo
como um toque de cincerro no silêncio da noite.

Seus ouvidos de animal selvagem


são sensíveis ao apelo da distância,
ao apelo da noite,
ao grito dos que rompem cancelas e aramados
para abrir a golpes de audácia o seu caminho de aventuras.

Há um potro dentro de mim, pedindo cancha...

No laço de chegada,
que fica sempre além,
e ainda mais além,
e sol não se põe nunca,
para vestir de ouro os que tiveram pata

para engolir todo o estirão da raia


que é um desafio de léguas pela frente.

Mas como custa arrebentar o laço


do andarivel de partida desta cancha!

(Apparicio Silva Rillo)


RESUMO

A crescente demanda mundial por produtos de origem animal oriundos da criação em


pastagens, demonstra a tendência dos consumidores por produtos que tenham qualidade
biológica gerados por processos produtivos que, além de proteger os recursos naturais,
contemplam o bem-estar animal. Nesse sentido, as pastagens passam a ter importância
econômica e ambiental que pode ser facilmente identificada uma vez que se constituem na
base dos sistemas de produção de ruminantes. Entretanto, o modelo conceitual que vigora na
produção animal em pastagens, seja baseado em sistema de pastejo contínuo ou rotativo,
porém atrelado a altas doses de nitrogênio, tem se mostrado ineficiente do ponto de vista
bioeconômico. Verifica-se, assim, a necessidade de tornar os sistemas produtivos mais
competitivos e viáveis economicamente, uma vez que a produção animal no Brasil, ainda
apresenta índices de produtividade muito baixos, em virtude, principalmente, da deficiência
na alimentação, seja em quantidade e/ou qualidade. Com o enfoque de sustentabilidade, o
manejo passa a ser o principal fator a ser utilizado na manutenção e perenidade dos pastos, e,
por conseqüência para a condução dos animais em pastoreio. Para que isso ocorra Voisin
postulou quatro leis básicas, sendo a primeira relacionada ao Tempo de Repouso adequado,
que permita à planta armazenar em suas raízes reservas suficientes para um novo e vigoroso
rebrote. A segunda lei prevê que o Tempo de Ocupação de um piquete pelos animais deve
ser suficientemente curto para que uma planta não seja pastoreada mais de uma vez em um
mesmo período de pastoreio. A terceira lei tem como meta os Rendimentos Máximos, para
isto é preciso ajudar os animais que tenham as maiores necessidades nutricionais na obtenção
de alta ingestão voluntária de forragem em termos quantitativos e qualitativos. A quarta lei
busca o equilíbrio, pelos Rendimentos Regulares, nesse sentido os animais não devem
permanecer por mais de três dias em um mesmo piquete. Para se obter êxito no manejo
racional das pastagens, deve-se lançar mão de uma ferramenta essencial, e esta diz respeito
ao Ponto Ótimo de Repouso entendido como o estádio de crescimento em que a planta se
encontra no momento ideal para o consumo. Nesta condição, a planta tem bom
desenvolvimento do sistema radicular com reservas suficientes para um novo rebrote e a sua
parte aérea se encontra com um bom índice de área foliar, composto por folhas tenras,
colmos não-lignificados, e ausência de material senescente. A Arte de Saber Saltar refere-
se à habilidade do humano, que comanda o pastoreio, em identificar, escolher e utilizar os
piquetes que tenham alcançado o ponto ótimo de repouso, independentemente de sua
localização na pastagem. O manejo correto dos animais em pastoreio pode influenciar
beneficamente o processo de reciclagem dos nutrientes, criando um ambiente favorável ao
desenvolvimento da biocenose. Para se ter biocenose ativa é necessário boa fonte de alimento
para os microrganismos do solo e uma das maneiras mais eficientes de cumprir esta meta é
pela distribuição uniforme dos excrementos dos animais na pastagem. No início do processo
são muito evidentes as manchas de fertilidade, locais onde as forrageiras crescem abundantes
e com altos valores nutricionais. Com o passar do tempo, a tendência é que essas manchas de
fertilidade deixem de se destacar, pelo fato de ocorrer uma homogeneização na fertilidade
solo, influenciando toda a área de pastagem. Essas características fazem do Pastoreio
Racional Voisin um instrumento eficiente no uso das pastagens, pois por meio deste sistema,
têm-se obtido aumentos substanciais na fertilidade natural do solo, o que torna as pastagens
perenes e produtivas, permitindo melhorias na produtividade animal.
Palavras-chave: Consumo. Pastoreio Voisin. Produção animal. Qualidade da forragem.
ABSTRACT

The world increasing demand for animal-derived food products, based on pasture production,
demonstrate the tendency of consumers for products that has biologic quality with no injury
for the environment, protecting natural resources, and promoting animal welfare. In this
mean, pastures have been economical and environmental importance that can be easily
characterized because represent the basis for production systems for ruminants. However, the
conceptual model that operates animal production on pasture, based on continuous or rotative
grazing systems, nevertheless linked to high nitrogen doses, has been demonstrated to be bio-
economical inefficient. It is find, consequently, the necessity to turn out the productive
systems more economical competitive and viable, once the animal production, in Brazil, still
presents very low production rates, mainly caused by feeding deficiencies, in quality and/or
amount. Focusing on sustainability the management turns the mainly factor for pasture
maintenance and perennial, that will be used, and for this reason, for the conduction of
grazing animals. For this scenario to take place, VOISIN postulate four basic law, being the
first in relation to the adequate rest time that allow the plant to store in the root enough
reserve for a new and vigorous regrowth. So, the second law emphasize that the total time of
animal’s permanence in the paddock should be short enough to avoid that the plant could be
grazed more than once, in the same Occupation Time. The third law look for the Maximum
Yield, so it is needed to help the animals that have the highest nutritional requirements,
contributing to then to have a higher forage voluntary intake, both quantitative and
qualitative. The fourth law search for the equilibrium, through the Constant Yield, in this
meaning the animals should not remain more than tree days in the same paddock. To get
success on rational management of pastures, one should use an essential tool, and this is
about the Optimum Point of Rest, where the growing stage of the plant is at the ideal
moment to be consumed, has a good development of root system with enough reserves for a
new regrowth and the aerial part has a good leaf area index, composed by tender leaves, not
lignified stem and absence of dead material. The Art of Know How to Jump, refers to the
human ability, that commands the grazing, to identify, choose and utilize the paddocks that
has achieved the optimum point of rest, independently of it’s localization on pasture. The
correct grazing management could have a beneficial influence on the nutrient recycling
process, creating a favorable ambient for the biocenosis development. To obtain an active
biocenosis it is necessary a good source of food for the soil microorganisms and one of the
most efficient ways could be done by the uniform distribution of animal’s excrement on
pasture. The fertility spot emerges, where the forages grow abundantly and with high
nutritional values. With the time the tendency is that this fertilities spot don’t detach
anymore, by the fact of a homogenization of soil fertility, influencing all pasture area.
Therefore the Voisin Rational Grazing is an efficient tool on pasture utilization, because
through the rational management, besides to promote the animal welfare, it has been
promoting substantial increasing on soil natural fertility, turning the pastures perennial and
productive, reflecting best results for animal production.
Keywords: Intake. Voisin Grazing. Animal production. Forage quality.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representação gráfica do crescimento aéreo e a mobilização de carboidratos


não estruturais nas raízes da alfafa .................................................................. 21

Figura 2 Curva sigmóide que expressa o rebrote do pasto, para as condições da


Austrália ........................................................................................................... 22

Figura 3 Balanço entre a taxa de fotossíntese bruta, respiração, senescência e a taxa de


acúmulo líquido de forragem em um pasto de azevém perene durante
rebrotação ................................................................................................................. 24

Figura 4 Consumo de forragem em condições de pastoreio .......................................... 30

Figura 5 Relação entre a altura do dossel forrageiro e a profundidade potencialmente


pastejável em pastos de azevém perene ........................................................... 32

Figura 6 Qualidade da forragem em função do estágio de maturação ........................... 36

Figura 7 Dinâmica do acúmulo de forragem durante a rebrotação do capim-mombaça .... 39

Figura 8 Esquema de uso dos piquetes, conforme o método convencional de


pastoreio rotativo com tempos fixos (seis dias de ocupação e 30 dias de
repouso) ........................................................................................................... 43

Figura 9 Representação do modelo de distribuição espacial aleatório, agregado e


uniforme de excretas de bovinos em condições de pastagens ......................... 50
LISTA DE FOTOS

Foto 1 No primeiro plano piquete em rebrota; ao fundo a direita, piquete logo após a
saída dos animais; ao fundo a esquerda, piquete em ponto ótimo de repouso ..... 37

Foto 2 Efeito xadrez na área da pastagem ........................................................................ 43

Foto 3 Besouros coprófagos incorporando a bosta ao solo em PRV ............................... 52

Foto 4 Implantação do PRV ............................................................................................. 53

Foto 5 Dois anos após a implantação do PRV ................................................................. 53


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Ganho médio diário de novilhos Nelore em função da altura do pasto .......... 41

Gráfico 2 Relação linear e inversa entre o conteúdo de parede celular e a ingestão de


MS ................................................................................................................... 41
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Composição de diferentes estratos de pasto estrela – Cynodom nlemfuensis


– com 18 dias de repouso na vacaria 7 – Niña bonita – Cuba, em 19 de
junho de 1992 ................................................................................................. 29

Quadro 2 Planta inteira pastoreada por novilhos comparada com pastoreios das
partes altas e das partes baixas, Virginia, 1958 .............................................. 29
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Médias dos conteúdos de proteína bruta (PB) e digestibilidade “in vitro”da
matéria orgânica (DIVMO) em amostras simulando o pastoreio animal, nos
períodos das águas e da seca ............................................................................. 31

Tabela 2 Comparação das respostas dos grupos de desnate e repasse obtidos em


pastagem consorciada de gramínea e leguminosa ............................................. 33

Tabela 3 Teores médios de proteína bruta e digestibilidade “in vitro” da matéria seca
de folhas verdes em pastagens de capim-elefante submetidas a diferentes
períodos de ocupação durante uma seqüência de dias de pastoreio – época
chuvosa ............................................................................................................. 35

Tabela 4 Conteúdo de proteína bruta (PB), digestibilidade “in vitro” da matéria seca
(DIVMS) e consumo voluntário da matéria seca (CVMS) de capim-colonião
(Megathyrsus maximus Jacq.) ........................................................................... 38

Tabela 5 Percentual de digestibilidade e consumo da forragem de acordo com o seu


estádio de desenvolvimento .............................................................................. 40

Tabela 6 Relação de alguns trabalhos comparando o método contínuo e o rotativo ....... 45

Tabela 7 Porcentagem dos nutrientes retornados via urina e bosta pelos animais em
pastoreio ............................................................................................................ 50
LISTA DE ABREVIATURAS

an animal
C Carbono
cab cabeça
cm Centímetro
CNE Carboidratos não estruturais
CVMS Consumo voluntário de matéria seca
DIVMO Digestibilidade “in vitro” da matéria orgânica
DIVMS Digestibilidade “in vitro” da matéria seca
FDA Fibra em detergente ácido
FDN Fibra em detergente neutro
g Grama
ha hectare
IAF Índice de área foliar
IL Interceptação de luz
kg kilograma
Mcal Megacaloria = 1.000.000 cal = 1.000 kcal
MO Matéria orgânica
MS Matéria seca
N Nitrogênio
NRC National Research Council
P Fósforo
PB Proteína bruta
PRV Pastoreio Racional Voisin
PV Peso vivo
UA Unidade animal, equivalente a 450 kg de peso vivo.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2 DESENVOLVIMENTO DO TEMA ............................................................... 18
2.1 Leis universais do pastoreio racional Voisin ................................................... 18
2.1.1 Tempo de repouso ............................................................................................... 19
2.1.2 Tempo de ocupação ............................................................................................. 25
2.1.3 Rendimentos máximos ........................................................................................ 28
2.1.4 Rendimentos regulares ........................................................................................ 34
2.2 Ponto ótimo de repouso ..................................................................................... 37
2.3 A arte de saber saltar ........................................................................................ 42
2.4 O modelo estático .............................................................................................. 44
2.5 A vida ativa do solo ........................................................................................... 46
2.5.1 Distribuição espacial dos excrementos ............................................................... 48
2.5.2 As manchas de fertilidade ................................................................................... 52
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 57
14

1 INTRODUÇÃO

A crescente demanda mundial por produtos de origem animal oriundos da criação em


pastagens, demonstra a tendência dos consumidores por produtos que tenham qualidade
biológica sem agredir o ambiente e protejam os recursos naturais, bem como promova o bem-
estar animal.
Para Euclides e Euclides Filho (2001), é essencial nessa ótica, que o “boi verde” ou o
“boi ecológico” seja entendido como produto oriundo de sistemas de produção que, além do
respeito ao ambiente, provêm os animais somente de alimentação de origem vegetal.
De acordo com Pinheiro Machado (2002), na produção bovina à base de pasto, os
efeitos de uma produção limpa é o produto da ação de sua principal fonte energética, a energia
solar, sem custo e infinita em termos humanos, assim, torna-se possível à utilização plena dos
recursos naturais, sem os efeitos deletérios impostos pelo formato “moderno” de agricultura.
A ocorrência da doença da vaca louca e da febre aftosa, na Europa, afetou de forma
marcante o mercado e a cadeia produtiva de carne bovina no mundo inteiro (PIRES, 2001).
Estes fatos tornaram os consumidores mais exigentes em relação à origem, forma e qualidade
do produto que estão consumindo. Neste contexto, o Brasil pode viabilizar, então, uma oferta
de alimentos certificados, ou seja, com garantia de origem, de qualidade ambiental e de
qualidade de produto (EUCLIDES FILHO, 2004).
O Brasil, por ser detentor do maior rebanho comercial de bovinos do mundo, com
aproximadamente 199 milhões de cabeças (IBGE, 2008), participa com 14,3% do rebanho
bovino mundial (FAO, 2004) e tem 172 milhões de hectares de pastagens (IBGE, 2006),
passando, portanto, a ter um destaque internacional na produção animal em pasto.
As áreas de pastagens chegam a representar 70% da superfície agrícola do Brasil e
70% das áreas cultivadas do mundo (FAO, 2006). O seu manejo é um fator essencial para
assegurar a produtividade animal em longo prazo e manter a sua estabilidade, perenidade e
incrementar a produção de biomassa vegetal.
Nesse sentido, as pastagens passam a ter uma importância econômica que pode ser
facilmente caracterizada porque se constituem na base dos sistemas de produção de
ruminantes.
O pasto, exclusivamente, é responsável por quase 90% da carne bovina produzida e
consumida no Brasil e pela maior parte dos 26 bilhões de litros de leite produzidos
anualmente no País (IBGE, 2008). Por isso, há necessidade de se continuar tendo nas
15

pastagens a principal fonte de nutrientes do rebanho, pois é a forma mais prática e econômica
de alimentação dos bovinos (SOUZA et al., 2005).
Entretanto, o modelo que vigora na produção animal em pastagens, baseado no
sistema de pastejo contínuo ou no rotativo, porém atrelado a altas doses de nitrogênio, tem se
mostrado ineficiente do ponto de vista bioeconômico.
Segundo Corsi e Aguiar (2003), a produtividade animal das pastagens tropicais é de,
aproximadamente, 150 kg/ha/ano e no bioma1 campos sulinos é de 60-70 kg/ha/ano
(CARVALHO et al., 2006).
Esses resultados são reflexos da flutuação estacional que ocorre nas pastagens ao
longo do ano, onde os animais chegam a perder 50% do peso obtido durante a estação de
crescimento das forrageiras. Todavia, os índices podem ser melhorados pelo aumento do
ganho de peso individual e, principalmente, pelo incremento de sua capacidade de suporte.
Verifica-se, assim, a necessidade de tornar os sistemas produtivos mais competitivos e
viáveis economicamente, uma vez que, a produção animal, no Brasil, ainda apresenta índices
de produtividade muito baixos, em virtude, principalmente, da deficiência na alimentação,
seja em quantidade e/ou qualidade, ao longo de todo o ano.
Hodgson (1990) sugere algumas condições básicas que devem ser atendidas para que
se possa alcançar alta produção animal em pastagens, a saber: a) alta produtividade da
forragem com bom valor nutritivo e boa distribuição estacional; b) elevado consumo animal
voluntário; c) elevada conversão alimentar pelos animais.
Com o enfoque de sustentabilidade o manejo passa a ser o principal fator para a
manutenção e perenidade dos pastos, a ser utilizado e, por consequência para a condução dos
animais em pastoreio.
O manejo eficaz da pastagem permite que haja melhor aproveitamento da forragem
por parte do animal, possibilitando um aumento substancial na produtividade do sistema. Para
isto, é necessário que se tenham conhecimentos básicos da dinâmica de crescimento2 e
desenvolvimento3 das plantas forrageiras.

1
Bioma - é conceituado como um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de
vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história
compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria (IBGE, 2004).
2
Crescimento – aumento irreversível de tamanho que, frequentemente, mas não necessariamente, é
acompanhado de um aumento de matéria seca. É um processo quantitativo (VIANNA, 1972).
3
Desenvolvimento – ocorrem modificações de ordem anatômica e morfológica que caracterizam a
especialização para determinadas funções. É um processo eminentemente qualitativo (VIANNA, 1972).
16

Deve haver um elo harmônico entre o animal, a forragem que é colhida e os


excrementos que são depositados no solo, possibilitando ocorrer às interações benéficas que
podem se expressar no ecossistema pastoril4, quando se atribui um manejo racional às
pastagens.
Os processos que ocorrem no ecossistema pastoril são dinâmicos e resultantes da
complexa interação que existe entre os seus componentes, ou seja, das inter-relações entre as
condições climáticas, edáficas, microrganismos, plantas e animais que as pastoreiam
(BRISKE; HEITSCHMIDT, 1991) e, naturalmente, a ação antrópica. Uma alteração em
qualquer um destes componentes se refletirá nos demais, pois o inter-relacionamento além de
complexo é inevitável.
É importante ressaltar que as alterações que ocorrem nesse sistema são consequências
inevitáveis dos efeitos do manejo nas pastagens. Se o humano, pelas suas atividades,
modificar qualquer um dos componentes, seja de maneira positiva ou negativa, esta alteração,
irá desencadear processos de várias ordens, conduzindo o sistema à sustentabilidade ou à
insustentabilidade.
O manejo das pastagens deve consistir na aplicação dos princípios de sucessão e da
ecologia vegetal (WOOLFOLK, 1957), adequando o sistema de pastoreio para que seja
aplicável às condições da unidade de produção. Gardner e Alvim (1985), complementam que
o manejo das pastagens seria a busca da manutenção do equilíbrio no ecossistema pastoril.
Da mesma forma, Blaser (1994) salienta que o manejo das plantas forrageiras deve ter
o intuito de obter um equilíbrio dinâmico entre o rendimento e a qualidade da forragem
produzida e manter a população de plantas e a composição botânica desejada para o pasto.
Simultaneamente, os animais devem ser manejados para a obtenção de uma produção ótima,
por animal e por hectare.
Em sua recente obra, Pinheiro Machado (2004) comenta que o manejo deve ser o
conjunto de técnicas oriundas da investigação científica e/ou do uso consagrado (empírico)
que, respeitando e compreendendo o bem-estar animal, por meio do estudo de seus hábitos, é
aplicado no processo produtivo, com a finalidade de torná-lo mais eficiente econômica,
administrativa, técnica, ambiental, social e culturalmente.

4
O ecossistema pastoril é uma unidade funcional e dinâmica, na qual os componentes do ambiente interagem,
ocorrendo fluxos de energia e nutrientes, com reflexos nas comunidades de plantas e animais, produto das
inter-relações existentes (LENZI; PINHEIRO MACHADO, 2003).
17

Por outro lado, é de fundamental importância que os princípios de manejo sejam


conhecidos e praticados para que as pastagens possam se manter produtivas e persistentes. A
constituição genética da planta define seu potencial produtivo e qualitativo. No entanto, o
manejo é o responsável pela sua expressão (EUCLIDES, 2001).
A partir disso, os sistemas de pastoreio utilizados nos pastos perenes não têm sido os
mais convenientes, para um uso racional e econômico, em longo prazo. Isto é observado com
mais ênfase nas pastagens cultivadas, onde os índices de degradação são maiores e as taxas de
produtividade de forragem e animal declinam acentuadamente, ano após ano.
Martha Júnior e Corsi (2001) citam que 50% das áreas de pastagens no Brasil estão
degradadas e outros 50% encontram-se em processo de degradação, principalmente pelo
método de pastejo contínuo usado no manejo das pastagens.
Desta maneira então, o melhor sistema de pastoreio seria aquele em que, por meio do
manejo, busque as interações benéficas que podem ocorrer entre o solo, a pastagem e o
animal, de forma que um usufrua do outro, simbioticamente. Sendo o humano o responsável
pelo equilíbrio desses fatores.
Portanto, é necessário que se compreenda e respeite as interações que ocorrem no
ecossistema pastoril a fim de alcançar a tão almejada sustentabilidade, e o Pastoreio
Racional Voisin (PRV) tem-se mostrado um instrumento eficiente no uso das pastagens, pois
pelo manejo racional, além de promover o bem-estar animal, têm-se conseguido aumentos
substanciais na fertilidade natural do solo, tornando as pastagens perenes e produtivas,
resultando em melhorias na produtividade animal.
18

2 DESENVOLVIMENTO DO TEMA

2.1 Leis universais do pastoreio racional Voisin

O Pastoreio Racional Voisin (PRV), a partir do respeito às leis da natureza, atende às


exigências e às necessidades da planta forrageira, do solo e do animal, de maneira que estes
não venham a se contrapor. O manejo racional das pastagens é um dos fatores de maior
relevância para a produção animal sustentável: é necessário que seja o mais eficaz, para a
proteção da pastagem e, ao mesmo tempo, resulte em bom desempenho animal (VOISIN,
1974), tanto individual como por área.
Baseado nesses princípios e após ampla consulta à bibliografia disponível na época
(década de 50 do século XX) e anos de vivência, aliado às observações, André Voisin
elaborou teses objetivas e consistentes para a condução do pastoreio racional, dando ênfase ao
manejo racional das pastagens.
O PRV é um manejo de pastagens sustentável que leva em conta o comportamento de
pastoreio dos animais, a ecofisiologia das pastagens, a biologia do solo de pastos e como os
humanos poderão manejar os recursos disponíveis num determinado ambiente (PINHEIRO
MACHADO FILHO, 2007).
O termo racional aplica-se pela presença do humano para conduzir, definir a eficiência
técnica, econômica, etológica, cultural e social do sistema (PINHEIRO MACHADO, 1999).
A intervenção do humano no PRV deve contribuir para o melhor crescimento das pastagens e
de sua colheita pelo animal, utilizando recursos tecnológicos que preserve os fatores naturais,
com a finalidade de maiores e melhores resultados econômicos na produção animal, o que
implica, axiomaticamente, na divisão da área, em parcelas.
O manejo deve ser o produto das observações sobre o comportamento do animal frente
à pastagem e desta, ante o pastoreio que o animal exerce sobre ela, de onde resulta a
conclusão fundamental de Voisin: o pasto não deve crescer só, e o gado não deve comê-lo
sem orientação do humano (PINHEIRO MACHADO et al., 2000), respeitando os princípios
ecológicos do ecossistema pastoril.
O comportamento dos animais em pastoreio, dentre uma série de outras respostas, é
seguramente uma porção importante do conhecimento para o entendimento das relações
planta-animal no ecossistema pastagem (DA SILVA, 2006).
19

O enfoque então deixou de ser apenas a produtividade animal e passou-se a investigar


os processos e as razões envolvidas no ato do animal em buscar o seu alimento na pastagem
(CARVALHO; MORAES, 2005). A estrutura do pasto passou a ser entendida como fator
determinante do consumo de animais em pastoreio (CARVALHO et al., 2008).
Por meio da divisão da área, a qual tem como principal finalidade oportunizar ao
pastor o poder de comandar a desfolha com eficácia e dar o tempo adequado de repouso e
ocupação à pastagem faz-se com que o animal consuma a melhor forragem, no momento mais
propício aos bons rendimentos.
Neste contexto, o pastoreio racional é o encontro do animal com o pasto (VOISIN,
1974), comandado pelo humano (PINHEIRO MACHADO, 2002). O ato de fazer pastar
consiste em satisfazer plenamente as necessidades de um e do outro, com o fim de viabilizar o
máximo rendimento entre ambos.
Com este intuito, André Voisin estabeleceu quatro leis que devem ser rigorosamente
respeitadas (VOISIN, 1974). A primeira estabelece que:

2.1.1 Tempo de repouso

Para que uma forragem pastoreada pelo animal possa dar o seu máximo
rendimento, é necessário que, entre dois pastoreios sucessivos, haja ocorrido um tempo
necessário, que possibilite a planta:
a) armazenar em suas raízes, reservas suficientes para um início de rebrote
vigoroso.
A remoção da parte aérea, pelo corte ou pastoreio, representa um estresse para as
plantas, cuja magnitude depende da intensidade (GOMIDE et al., 2002) e frequência da
desfolha a que a planta é submetida (CORSI; MARTHA JÚNIOR; PAGOTTO, 2001). Estes
autores sugerem, ainda, que à medida que se aumenta o número de folhas expandidas antes do
corte, há incremento na matéria seca da raiz.
Isso demonstra que plantas colhidas (mais frequentemente) com intervalos
insuficientes têm seu sistema radicular comprometido, uma vez que o estresse da desfolha
precoce e muito intensa promove mobilização de reservas das raízes para recuperação da área
foliar (MARTUSCELLO et al., 2005), sem o necessário tempo para a recomposição do
sistema de reservas.
20

À medida que as folhas novas são iniciadas a partir do meristema apical do colmo, as
folhas mais velhas muitas vezes são sombreadas e perdem a capacidade de funcionar
eficientemente no processo fotossintético (VEIT, 2009). Podemos ter inclusive, situações em
que várias folhas encontram-se em ponto de compensação5 e folhas situadas mais abaixo que
são “parasitárias”, efetuam a respiração, mas não recebem luz suficiente para efetuar a
fotossíntese (VIANNA, 1972), ou já se encontram em processo de senescência.
Assim, a rebrota das plantas fica, num primeiro momento, a mercê dos carboidratos
não-estruturais (CNE). Dawson, Grayston e Paterson (2000) salientam que o maior beneficio
das raízes é a capacidade de mobilizar substâncias de reservas para o desenvolvimento da
parte aérea da planta em momentos de rebrota. De modo geral, logo que a planta inicia a
rebrotação e há aumento do índice de área foliar (IAF), as reservas não atuam mais como
fonte de energia para a rebrotação e passam novamente a ser acumuladas (DA SILVA;
NASCIMENTO JUNIOR; EUCLIDES, 2008).
Vincenzi (1994) concluiu sobre alguns aspectos fundamentais no manejo dos pastos
principalmente visando à persistência. Segundo o autor fica evidente a necessidade de repouso
para que o sistema radicular não se debilite. Logo quanto maior o tempo de repouso, mais
vigoroso, mais abundante, mais profundo, mais ativo será o sistema radicular. Períodos de
repouso curtos são insuficientes para a recuperação do sistema radicular e acabam
debilitando-o, por isso o pastoreio rotativo só é eficiente utilizando-se períodos de repouso
adequados.
Nesse sentido, é essencial um tempo de repouso apropriado, justamente para permitir
que as raízes tenham reservas suficientes para auxiliar a parte aérea no rebrote, sendo este
tempo variável de acordo com a espécie forrageira, a intensidade de pastoreio e as condições
edafoclimáticas, que variam dia-a-dia.
Kerber (2005), trabalhando com PRV, verificou que houve um incremento significativo
da matéria seca da raiz por hectare na camada superior do solo [0-5 cm]. Esse aumento
significativo no sistema radicular foi ocasionado pela mudança no manejo de pastoreio dos
animais, ampliando o volume de solo explorado pelas plantas, a fim de possibilitar maior
absorção de nutrientes, capacidade das plantas em armazenar (CNE), área de atuação da rizosfera
e de deposição de materiais orgânicos, além de aumentar a qualidade ambiental.

5
Ponto de compensação – é uma intensidade luminosa de tal ordem que acarreta, no vegetal, uma igualdade
entre a fotossíntese e a respiração (VIANNA, 1972).
21

Já foi demonstrado de forma inquestionável que o nível de concentração dos carboidratos


de reserva da planta interfere no vigor de rebrota do pasto, tanto em plantas tropicais (ADJEI;
MISLEVY; WEST, 1988) como em temperadas, observados na Figura 1 (BLASER, 1994).

Figura 1 – Representação gráfica do crescimento aéreo e a mobilização de carboidratos não-estruturais nas raízes
da alfafa.
Fonte: Blaser (1994).

O crescimento radicular durante a rebrotação do pasto é importante para a absorção de


nutrientes e de água pela planta para a retomada do crescimento da parte aérea, que após o
pastoreio depende do suporte radicular da forrageira (SARMENTO et al., 2008).
Cecato et al. (2004) relatam que há correlação positiva entre a concentração de CNE
nas raízes e o vigor de rebrota da planta, ocorrendo depleção dos carboidratos após o corte da
pastagem.
A produtividade da parte aérea é reflexo do que acontece com o sistema radicular, pois
ambos se interagem. Logo, qualquer fator que limite o crescimento de raízes pode prejudicar a
produção de matéria seca da planta forrageira (GIACOMINI et al., 2005).
b) Realizar a sua “labareda de crescimento”, ou uma alta taxa de acúmulo
líquido de matéria seca/hectare/dia.
O período de repouso é um fator decisivo no sistema de pastoreio rotativo de plantas
forrageiras, pois determina: 1 - o rendimento forrageiro, 2 - o valor nutritivo da forragem, 3 -
a perenidade da pastagem (DERESZ, 2001). Autores como Fonseca et al. (1998), Fulkerson e
Donaghy (2001), Alexandrino et al. (2005), Cândido, Alexandrino e Gomide (2005) e
22

Sarmento et al. (2008) também salientam a importância do período de repouso para o bom
desenvolvimento das pastagens, contribuindo também para a descompactação do solo pelo
crescimento do sistema radicular, durante a rebrotação da forrageira.
A evolução dos diversos processos fisiológicos da produção primária (fotossíntese,
respiração, perfilhamento, expansão e senescência foliares) sofre alteração ao longo do
período de repouso, o que também influencia as características estruturais do dossel e o valor
nutritivo da forragem (CÂNDIDO et al., 2005).
O crescimento da forragem pode ser melhor observado e representado por meio de
uma curva sigmoide que acompanha o rebrote do pasto (Figura 2) e mostra que o mesmo não
produz sua máxima intensidade diária, até que transcorra um período de repouso suficiente,
para que as suas reservas radiculares se expressem (BONNER; GALSTON, 1952;
MAGALHÃES, 1985; EMMICK; FOX, 1993).

Curva sigmoide de rebrote da pastagem


Ponto ó timo de repouso

Sobre-pastoreio
Pastoreio Pasto passado
Matéria seca (%)

Te m po (nú me ro de dia s tr ansc or ridos apó s o pa stor e io)

Figura 2 – Curva sigmoide que expressa o rebrote do pasto, para as condições da Austrália.
Fonte: Adaptado de Sounness (2004).

Para que ocorra esta fase de expansão foliar é necessário que a planta tenha
crescimento linear, sem interrupções. Tal fato levou Corsi (1994) a concluir que é de extrema
importância o período que Voisin (1974) denominou de “labareda de crescimento”, seja
atingido no menor espaço de tempo após o pastoreio, mas para que isto aconteça é primordial
que se tenha, elevada eficiência fotossintética, por parte da planta, havendo formação de
23

folhas novas, contribuindo na captação da energia solar e este índice de área foliar que,
realmente atua favoravelmente na taxa de acúmulo de forragem.
A intensidade do rebrote aumenta, até chegar ao ponto ótimo de repouso6, quando o
pasto deve ser consumido pelo animal. É inconveniente o pastoreio após o ponto ótimo de
repouso, pois não se obterá o máximo rendimento da pastagem e a sua qualidade decresce
com o incremento do conteúdo de parede celular, isto é, da lignina.
No entanto, se é permitido ao animal pastorear a forragem antes do período necessário
de repouso, estará sendo infringida a primeira lei, pondo em risco a perenidade da pastagem, a
qual não terá tempo suficiente, antes do próximo pastoreio, para acumular em suas raízes as
reservas para obter um rebrote vigoroso, manutenção e desenvolvimento (VOISIN, 1974).
Após o pastoreio, ocorre a produção de novos afilhos, folhas e raízes que provêm da
fotossíntese ou de reservas orgânicas previamente acumuladas nas raízes e pontos de crescimento
durante o intervalo entre pastoreio. Deste modo, o sistema de pastoreio deve ser adotado visando
proporcionar à planta forrageira condições para uma rebrota rápida e vigorosa (KLAPP, 1971).
A pastagem necessita de um período adequado para se refazer do último pastoreio.
Entretanto, se este tempo é reduzido gradativamente, chegando a ser quase nulo, pode-se
comprometer o desenvolvimento da forragem, levando-a a um colapso. Ocorrendo então, o
fenômeno que Voisin (1974) denominou de “aceleração fora do tempo”.
Vale lembrar que o impacto negativo que se produz no sistema radicular, ao dar-lhe
pastoreio antecipado ao ponto ótimo de repouso, é irreversível e muito superior ao ocasionado
quando se pastoreia uma forragem em estágio de desenvolvimento avançado (KLAPP, 1971).
As plantas forrageiras tropicais têm crescimento muito rápido e têm grande sensibilidade à
formação de parede celular, que é composta principalmente por lignina tornando a forragem mais
resistente, o que, como consequência para o animal, trará dificuldade de mastigação, ruminação e
fermentação pelos microrganismos do rúmen (DOVE, 1998).
Sob o aspecto de manejo, isto significa que o ponto ótimo de repouso, quando se
obtém a melhor qualidade nutritiva do pasto, tem curta duração, demandando assim, maior
atenção e observação no uso dos piquetes.
Euclides (2005) assinala os resultados de trabalhos recentes sobre o manejo das pastagens
de gramíneas tropicais, mostrando que a manutenção de alta produtividade de forragem de boa
qualidade só é alcançada quando se procede ao monitoramento capaz de assegurar equilíbrio

6
Ponto Ótimo de Repouso – Voisin (1974) chamou de ponto ótimo de repouso da pastagem, quando esta se
encontrava no momento de ser pastoreada e cuja identificação para a entrada do gado é um fundamento básico
do manejo racional dos pastos. A planta, ao longo da curva sigmoide, não tem apenas mudanças quantitativas,
mas também qualitativas, que interferem na produção.
24

perfeito entre o crescimento, a senescência da planta e o seu consumo pelos animais. Em outras
palavras, quando se respeitam os tempos adequados de repouso e ocupação.
Como revela o trabalho de Barbosa (2004), que mostrou serem os intervalos fixos
entre ocupações ou pastoreios limitantes, para a prática do manejo rotacionado. Pedreira;
Pedreira; Da Silva (2007) salientam que os métodos tradicionais de uso de estratégias de
pastoreio baseadas em calendário para colheita de gramíneas tropicais, com períodos fixos e
predeterminados de rebrotação, são inflexíveis e generalistas ao extremo.
Voisin (1974), Klapp (1971) e Pinheiro Machado (2004) em três obras clássicas já
salientavam a importância de tempos de ocupação e repouso variáveis, obedecendo às
condições edafoclimáticas, de maneira a não prejudicar o bom desenvolvimento das plantas,
bem como, permitir ao animal uma colheita de forragem em quantidade e qualidade, sempre
comandada pelo humano.
Estudos recentes com base no uso da interceptação de luz (IL) como forma de
controlar e monitorar o processo de pastoreio têm demonstrado resultados promissores, pois
sugerem que essa técnica pode contribuir para a otimização da produtividade de sistemas de
produção animal em pastagens (DA SILVA, 2004; CARNEVALLI et al., 2006).
Parsons e Penning (1988), apontaram que o melhor balanço entre fotossíntese,
produção e senescência para o pastoreio rotativo são obtidas quando a forragem é colhida ao
atingir a máxima taxa de acúmulo líquido, conforme se observa na Figura 3.

Figura 3 – Balanço entre a taxa de fotossíntese bruta, respiração, senescência e a taxa de acúmulo líquido de
forragem em um pasto de azevém perene durante rebrotação.
Fonte: Adaptado de Parsons (1980 apud SBRISSIA; DA SILVA, 2007).
25

A eficiência fotossintética obtida pelas plantas no pastoreio rotativo contribui


favoravelmente para que ocorra alta taxa de crescimento da pastagem, resultando em maior
produção de forragem por hectare em relação à ocorrida normalmente no sistema de pastejo
contínuo (WALLER et al., 2001).
Lenzi (2003) comparando o PRV com o pastejo contínuo, também verificou melhores
produções de forragem por área, no manejo racional, resultando em uma capacidade de carga
animal 50% superior a obtida no pastejo contínuo.
Cauduro et al. (2007) observaram que a carga animal nos tratamentos de pastoreio
rotativo foi superior à dos de pastejo contínuo, provavelmente porque as ofertas de forragem
não foram diferentes para os sistemas de pastoreio adotados e porque a massa de forragem na
pastagem nos tratamentos de pastoreio rotativo foi maior.

2.1.2 Tempo de ocupação

Os períodos de ocupação devem ser curtos (PARSONS; PENNING, 1988), ou seja, o


tempo de permanência dos animais no piquete em uso, no qual, devem permanecer até que a
forragem disponível7 seja totalmente consumida; mas para isto é necessário que se use alta
carga instantânea, pois haverá maior eficiência na colheita da forragem, reduzindo o tempo de
ocupação.
O tempo total de permanência de um piquete deve ser suficientemente curto para
que uma planta não seja pastoreada mais de uma vez, em um mesmo período de
ocupação. De acordo com Gomide (1997), se esta recomendação não for atendida pode-se
comprometer a recuperação da planta, para um novo rebrote.
A segunda lei está intrinsecamente ligada à primeira. Com efeito, se a forragem é pastoreada
mais de uma vez pelo animal durante o mesmo período de permanência deste no piquete, esta
forragem não terá um período de repouso suficiente para atender o que determina a primeira lei.
Logo, para que a primeira lei não seja negligenciada, é necessário que a segunda também
não seja. Somente com um tempo de ocupação reduzido, fará com que os animais não consumam
o rebrote das plantas durante esse mesmo período de permanência no piquete.

7
Forragem disponível – porção da massa de forragem, expressa como peso ou massa por unidade de área, que
está acessível para o consumo dos animais (PEDREIRA, 2002).
26

Para que o tempo de ocupação seja o mais breve, é necessário se utilizar alta carga
instantânea8, onde o animal consuma a forragem disponível no menor tempo possível e de
maneira uniforme, mas sempre se mantendo uma resteva que não deixe o solo exposto e tão
pouco comprometa nova rebrotação.
No PRV, as altas cargas instantâneas colaboram para que os animais exerçam boa
eficiência de pastoreio, aproximadamente de 75% (PINHEIRO MACHADO, 2002).
Klapp (1971) afirma que no sistema de pastoreio condicionado (como foi chamado por
ele o pastoreio rotativo racional) e com boas pastagens, serão consumidos, mais de 70% da
forragem disponível, podendo esta percentagem, em casos favoráveis, ir a mais de 90%. Por
sua vez (MOTT, 1968 apud KLAPP, 1971) estima esta eficiência de pastoreio entre 72% a
86% da forragem em boas condições de pastoreio.
Já Pinheiro Machado Filho9 (2003), em pesquisa sobre PRV realizada na
Universidade de British Columbia, Canadá, encontrou eficiência de pastoreio de 66%,
trabalhando com gado leiteiro e carga instantânea de (67 UA/ha), pelas condições em que se
realizou o experimento, especialmente porque os animais objeto do experimento tinham sido
criados em confinamento e “não sabiam pastar”.
Vale ressaltar que esta carga animal é baixa, em relação à mínima preconizada por
Pinheiro Machado (2002) que é de 200 UA/ha. Com a utilização de baixas cargas instantâneas
permiti-se que os animais exerçam certa seleção na sua dieta alimentar, consequentemente
diminuindo a eficiência de pastoreio.
Pela situação de subpastoreio que é criada quando utilizamos baixas lotações,
acabamos interferindo negativamente na eficiência de pastoreio, o que é comum no sistema de
pastejo contínuo, onde se tem variação de 20 a 25% (VINCENZI, 2002) pelo comportamento
seletivo exercido pelo animal ao consumir a forragem.
Da Silva e Nascimento Junior (2007) citando Hodgson (1976) que propôs o conceito
de oferta de forragem e demonstrou que o consumo era maximizado quando a oferta
correspondia de três a quatro vezes a capacidade de ingestão do ruminante. Entretanto, nessa
condição, apenas 25 a 33% da forragem ofertada seriam consumidos como forma de assegurar
a máxima ingestão de forragem, sendo os 67 a 75% restantes perdidos na forma de
senescência e material morto acumulado na base dos pastos, ou seja, conforme os autores
acima, baixa eficiência de utilização.

8
Carga instantânea – relação entre o número de animais ou de unidades animais (UA) e a área da unidade de
manejo por eles ocupada, medida num ponto específico do tempo (portanto, uma medida instantânea).
Também chamada de lotação instantânea (PEDREIRA, 2002).
9
Informação Pessoal.
27

Braga et al. (2007) concluíram que à medida que houve aumento da oferta de forragem
apresentava-se como consequência aumento contínuo da taxa de desaparecimento de
forragem, ao contrário da eficiência de pastejo que decresce exponencialmente.
Estes dados mostram a importância do manejo sobre a eficiência de colheita. Para
Hodgson (1990), este é responsável por 40 a 80% da produção animal em pastagens.
Lemaire e Agnusdei (1999) indicam que a eficiência do uso da forragem, em sistemas
de pastoreio, deve ser analisada, não apenas num ponto central, com objetivo à maximização
da relação forragem produzida e forragem consumida, mas também de assegurar a
persistência dos recursos forrageiros existentes.
Do ponto de vista prático, para esse evitar o pastoreio do rebrote da pastagem num
mesmo tempo de permanência, o mesmo não deve exceder, segundo a espécie forrageira e a
época do ano, a um ou dois dias, usando-se altas cargas instantâneas, propiciando um
consumo rápido e uniforme da forragem.
Cóser et al. (1999) verificaram que as produções de leite foram bastante uniformes
com um dia de pastoreio, pelo fato de a utilização da forragem disponível em um dia
proporcionar uma qualidade média uniforme, minimizando o pastoreio seletivo.
Trabalhando em pastagens tropicais, Santos et al. (2005) observaram que ocorria
queda significativa na produção de leite a partir do terceiro dia de ocupação. Todavia, era no
segundo dia de ocupação que a produção era superior numericamente, pela melhor qualidade
da forragem ingerida no início de ocupação do piquete, composta principalmente por lâminas
foliares, porção mais nutritiva da forragem.
Espera-se que ocorra comportamento semelhante na produção animal em sistemas de
criação de gado de corte, à medida que aumente o tempo de permanência dos animais nos
piquetes. Isto é, que haja, redução no ganho de peso, uma vez que a produtividade animal é
uma função direta do consumo de nutrientes digestíveis.
Em consequência a períodos mais longos de permanência nos piquetes, maior será a
quantidade de forragem desperdiçada e menor será a qualidade da alimentação disponível,
reduzindo a forragem colhida, influenciando negativamente no desempenho animal
(EMMICK; FOX, 1993).
As mudanças ocorridas na pastagem ao longo do período de ocupação dos piquetes
são desfavoráveis à seleção da forragem preferida, uma vez que há redução dos tamanho dos
bocados e aumento do tempo de pastoreio e da taxa de bocados (BRÂNCIO et al., 2003).
28

Lista et al. (2007), trabalhando com diferentes períodos de ocupação no pastoreio


rotativo, observaram que ocorreu aumento linear nos teores de lignina com o avanço do
período de ocupação, comprometendo a qualidade da forrageira pastoreada.
Não há dúvidas de que, o período de ocupação influencia a produção animal, e
ocupações não superiores a um dia fornecem as produções mais altas (KLAPP, 1971), já que
assim evita-se maior flutuação no valor nutritivo da forragem entre o início e o fim do
pastoreio (CLIPES et al., 2006).
No entanto, Herling (2006) salienta que poucos trabalhos são encontrados na
literatura, relatando a influência do período de pastoreio sobre a produção, perdas de massa
seca e valor nutritivo da matéria seca de plantas forrageiras.

2.1.3 Rendimentos máximos

Cumpridas as duas leis antes enunciadas, o desempenho individual será maximizado,


desde que se observe o seguinte:
é preciso ajudar os animais que tenham as maiores necessidades nutricionais,
contribuindo para que tenham alta ingestão voluntária de forragem em termos
quantitativos e qualitativos.
A qualidade da forragem varia entre diferentes espécies, entre estádios vegetativos e
estratos da planta (COSTA; FAVORETTO; MALHEIROS, 1992). As partes superiores das
folhas possuem menor conteúdo de parede celular e são, portanto, mais palatáveis e
digestíveis.
Rêgo (2001), estudando a densidade e a composição química do capim-tanzânia,
verificou que o teor de proteína bruta (PB) foi maior nos estratos superiores e a fibra em
detergente neutro (FDN) nos estratos inferiores. Para a autora, esses resultados ocorreram em
função da maior presença de folhas e colmos, respectivamente, nos estratos superiores e
inferiores.
No Quadro 1, observam-se as diferenças qualitativas nos diferentes estratos do
Cynodon nlemfuensis, onde o estrato superior é de melhor valor nutricional, favorecendo
maior ingestão de forragem, pela sua palatabilidade, refletindo positivamente na produção
animal.
29

Energia Ingestão Produção leiteira


Altura do MO digestível
metabolizável PB (%) estimada kg estimada
estrato - cm g/kg
Mcal/kg/MS MS/vaca kg/vaca/dia
+35 544 1,95 (2.1) 14,7 (14,8) 18 (20) 15 (18)
20-35 514 1,85 13,4 14 10
5-20 486 1,75 9,3 10 4
Quadro 1 – Composição de diferentes estratos de pasto estrela – Cynodom nlemfuensis – com 18 dias de repouso
na vacaria 7 – Niña bonita – Cuba, em 19 de junho de 1992.
Fonte: Adaptado de Pinheiro Machado (2004).
Nota: Os números entre parênteses correspondem ao feno de alfafa, para efeito comparativo.

Os teores mais elevados de proteína encontrados, na fração folha em relação ao colmo,


reforçam as afirmações de Burns, Lippke e Fisher (1989), em que o manejo das forrageiras
que permitam maior disponibilidade da porção lâmina foliar é necessário para o maior
desempenho animal em pasto.
Face à diferença entre os teores de proteína da folha e do colmo, seria importante
privilegiar práticas do manejo das pastagens que elevassem a proporção de folhas na forragem
ingerida, melhorando seu valor nutritivo (SARMENTO et al., 1997).
As folhas, além de apresentarem maior teor de PB, também possuem menor proporção
de proteína indisponível para o animal em comparação com a porção bainha + colmo verde
(PRADO et al., 2003).
Nesse sentido, o manejo do pasto deve ser direcionado à maior contribuição da massa
de forragem de folhas. Cano et al. (2004) verificaram que o valor nutritivo das lâminas
foliares era melhor que o encontrado para colmos + bainha, indicando que a biomassa vegetal
deve ser composta principalmente por folhas.
A quantidade de folhas na pastagem, sobretudo na porção efetivamente pastoreada
(estratos superiores), são características importantes para aumentar o consumo animal (STOBBS,
1973b), resultando em melhor desempenho animal, conforme se observa no Quadro 2.

Tipo de pastoreio Ganhos diários – kg


Planta inteira 0,513
Estrato superior 0,617
Estrato inferior 0,417
Quadro 2 – Planta inteira pastoreada por novilhos comparada com pastoreios das partes altas e das partes baixas,
Virginia, 1958.
Fonte: Adaptado de Pinheiro Machado (2004).

Tal fato pode ser explicado pela melhor relação folha/colmo encontrada nos estratos
superiores das forrageiras, resultando em melhor qualidade, conforme observação feita por
Paris (2006).
30

As folhas apresentam maior conteúdo intracelular e menor porcentagem de parede


celular quando comparadas aos colmos. Como consequência, as folhas são mais digestíveis do
que os colmos, de forma que a digestibilidade da planta está diretamente ligada à proporção
de folhas (VAN SOEST, 1994).
Em condições de pastoreio, o consumo é influenciado pela disponibilidade de
forragem e pela estrutura da vegetação como a relação folha/colmo (RODRIGUES et al.,
2008). É possível, por meio do manejo, modificar a estrutura dos pastos visando otimizar a
colheita da forragem pastoreada e, consequentemente, maximizar a produção animal pela
criação de ambientes de pastoreio mais favoráveis (CARVALHO; MORAES, 2005).
Matthews (2008) salienta que quanto maior a qualidade da pastagem, maior será o
consumo por animal. Vale ressaltar que o consumo só será controlado pelo valor nutritivo da
forragem se a quantidade de forragem disponível e a estrutura do dossel não forem limitantes
(GENRO; EUCLIDES; MEDEIROS, 2004).
Por isso, o conhecimento da interação entre estrutura do dossel forrageiro e
comportamento ingestivo é um passo fundamental, a fim de que o manejo do pastoreio possa
ser considerado dentro de uma realidade de eventos fisiológicos, baseados na forma e função
das plantas forrageiras e na maneira pelas quais estas influenciam e determinam o consumo de
forragem de animais em pastoreio (REIS; DA SILVA, 2006).
Poppi et al. (1987 apud DA SILVA; SARMENTO, 2003) afirmam que a ingestão de
forragem é regida por fatores nutricionais e não-nutricionais (Figura 4).

Figura 4 – Consumo de forragem em condições de pastoreio.


Fonte: Adaptado de Poppi et al. (1987 apud DA SILVA; SARMENTO, 2003).
31

Os fatores não- nutricionais seriam aqueles relacionados ao comportamento ingestivo


dos animais em pastoreio, e os fatores nutricionais aqueles relacionados a aspectos inerentes à
digestibilidade, composição química da forragem e fatores metabólicos.
Para atender aos requerimentos nutricionais variáveis dos ruminantes, com o objetivo
de aumentar-se a eficiência da produção animal em pasto, deve-se controlar e alocar, por meio
do manejo a qualidade e quantidade da disponibilidade de forragem (BLASER, 1994).
Euclides (2005) ressalta que, geralmente, em condições de pastejo contínuo, a qualidade
média da forragem disponível é inferior àquela observada na forragem sob pastoreio rotativo
(Tabela 1).

Tabela 1 – Médias dos conteúdos de proteína bruta (PB) e digestibilidade “in vitro” da matéria orgânica
(DIVMO) em amostras simulando o pastoreio animal, nos períodos das águas e da seca.

Gramíneas Métodos de PB (%) DIVMO (%) Referência


Tropicais Pastoreio A S A S
B. decumbens Rotativo 9,3 7,4 79,1 71,7 Otoya (1986)
B. decumbens Contínuo 7,7 5,8 57,7 50,8
Marandu Contínuo 8,1 5,5 58,8 50,6
Colonião Contínuo 12,4 10,3 59,6 52,0 Euclides et al. (1996)
Tobiatã Contínuo 10,8 8,4 55,9 49,3
Tanzânia Contínuo 10,6 8,0 57,7 53,3
Marandu Rotativo 10,1 9,9 61,9 58,8
Mombaça Rotativo 10,5 11,5 54,1 55,3 Thiago et al. (2000)
Cameroon Rotativo 10,8 9,2 61,3 55,8
Coastcross Contínuo 11,0 8,2 70,5 59,5
Postiglioni (1998)
Marandu Contínuo 9,5 6,5 66,0 57,0
Fonte: Adaptado de Euclides (2005).

Cecato et al. (1985) verificaram que a altura de corte em pastejo contínuo, como sendo
um dos fatores que influencia a composição bromatológica da forrageira, uma vez que cortes
ou pastoreios mais baixos proporcionam a colheita de materiais fibrosos e com menor teor de
proteína bruta.
No pastejo contínuo, o animal tem maior oportunidade de seleção, e a forrageira
rejeitada continua decrescendo em qualidade. Nesse caso, a pastagem disponível será uma
combinação da rebrota e da forragem recusada.
Nesse aspecto, vale mencionar a afirmativa de Corsi (1994) que o pastoreio rotativo,
parece ser mais benéfico do que o sistema contínuo para garantir produtividade, qualidade e
reduzir a seletividade pelo animal.
Segundo Carvalho, Canto e Moraes (2004), o aumento na intensidade de pastoreio em
decorrência do aumento da lotação no sistema de pastejo contínuo, menor quantidade de
32

forragem fica disponível para cada animal, instalando-se uma competição pelo alimento, e a
forragem ingerida é apenas para mantença.
No entanto, Pinheiro Machado Filho (1999) salienta que com altas cargas instantâneas
em PRV, os animais passam de seletivos a vorazes, pelo aumento na competição alimentar,
mas sem alterar a produção (SILVEIRA, 2002), principalmente pelo alto valor nutritivo
encontrado na forragem.
Essa melhor qualidade da forragem no PRV se deve a melhor relação folha/colmo que
existe no momento em que a planta deve ser pastoreada, onde há participação mais expressiva
de folhas jovens e tenras, contribuindo para que as mesmas tenham boa composição química e
alta digestibilidade.
De maneira geral, as plantas perdem seu valor nutritivo com o avançar da idade pelo
aumento da lignificação e pela diminuição na relação folha/colmo. A relação folha/colmo,
portanto, deve ser utilizada como índice de qualidade da forrageira (VAN SOEST, 1994).
Stobbs (1973a) ressaltou que não só a massa de forragem, como também a proporção
de folhas, é uma característica favorável ao consumo, determinando o rendimento animal. Em
pastagens tropicais, o consumo máximo ocorre quando os animais estão em pastagens com
alta densidade de folhas acessíveis ao animal (GENRO, 1999; GONTIJO NETO, 2003).
Portanto, práticas de manejo que procuram manter maior proporção de lâminas
foliares na pastagem podem determinar aumento na qualidade nutritiva da forragem e maior
consumo voluntário (Figura 5).

Figura 5 – Relação entre a altura do dossel forrageiro e a profundidade potencialmente pastejável em pastos de
azevém perene.
Fonte: Adaptado de Hodgson (1990).
33

No PRV, logo que entram no piquete, os animais estabelecem uma estação de


pastoreio, onde realizam a seleção interespecífica (entre espécies forrageiras) e intraespecífica
(dentro de uma espécie forrageira).
Assim, ao pastar estabelecem uma hierarquia da dieta, priorizando algumas plantas e,
dentre essas plantas as partes mais novas, tenras e com mais folhas (PINHEIRO MACHADO
FILHO, 2007).
A condução do pastoreio deve proporcionar aos animais de maiores necessidades
(vacas em lactação, novilhos em terminação) essas partes mais digestíveis, permitindo que os
mesmos façam o desnate da pastagem, ou seja, consumam principalmente a ponta das folhas,
onde se encontram os maiores teores de PB.
Aos animais de menores exigências alimentícias (vacas de descarte), os estratos
inferiores da forragem fornecem os requerimentos necessários, podendo então se realizar o
repasse, consumindo a forragem por inteiro, mas sempre atendendo a segunda lei.
Pinheiro Machado (2004) menciona ganhos superiores a 1.400 g/cab/dia em machos e
1.250 g/cab/dia em fêmeas no desnate. Para gado leiteiro, o autor salienta que há registros
superiores a 25 kg leite/dia no desnate de pastagens C3.
Bryant et al. (1961), trabalhando com vacas leiteiras em pastoreio rotativo durante três
anos, obtiveram maiores produção de leite no lote de desnate, cerca de 42,5% a mais em
relação ao lote de repasse. Resultado semelhante foi observado por Klapp (1971) que obteve
produções de 19,4 kg leite/ha/dia para as vacas que pastorearam o estrato superior e 13,8 kg
leite/ha/dia para as vacas que pastorearam o estrato inferior.
Em trabalho desenvolvido por Blaser et al. (1986) observaram resultados semelhantes,
onde as melhores produções foram obtidas no lote de desnate, com um ganho por animal de
40% e com uma produção de leite em torno de 35% em relação aos animais de repasse
(Tabela 2).

Tabela 2 – Comparação das respostas dos grupos de desnate e repasse obtidos em pastagem consorciada de
gramínea e leguminosa

LOTE Ganho de peso por novilhas Vacas Holandês em lactação


Diária (kg) Estacional (kg/ha) kg/leite/dia
Desnate 0,61 267 13,1
Repasse 0,37 161 8,5
Diferença 0,24 106 4,6
Média grupo combinado 0,49 214 10,8
Total .... 428 ....
Fonte: Adaptado de Blaser et al. (1986).
34

Pereira Neto, Lobato e Simeone (1999), trabalhando com novilhas de corte em campo
nativo melhorado, observaram que o sistema de pastoreio com dois lotes proporcionou peso
vivo (PV) significativamente maior para as novilhas do lote de desnate em relação ao de
repasse.
Esse manejo permite maximizar a produção animal pela elevada carga e alto
desempenho individual (PINHEIRO MACHADO et al., 2000), tornando assim, o manejo da
pastagem cada vez mais eficaz.

2.1.4 Rendimentos regulares

É necessário que haja regularidade na produção. Para isso, deve-se levar em conta:
para que um animal possa dar rendimentos regulares é preciso que este não
permaneça por mais de três dias em um mesmo piquete. Os rendimentos serão máximos,
se o animal não permanecer por mais de um dia no mesmo piquete.
De fato, um animal alcança o máximo rendimento no primeiro dia de pastoreio, e os
rendimentos vão diminuindo à medida que o tempo de permanência em cada piquete aumenta
(BLASER, 1994).
Segundo Pinheiro Machado (2004), os rendimentos vão diminuindo à medida que o
tempo de permanência em cada piquete aumenta, particularmente, em condições tropicais e
subtropicais.
Ao analisar um sistema de pastoreio rotativo com três dias de ocupação, observa-se
que o valor nutricional do pasto é elevado durante os primeiros dias e pior ao final do período
de ocupação (GARCIA et al., 2004).
Em trabalhos realizados por Van Der Molen e colaboradores, citados por Klapp (1971)
mencionam resultados segundo os quais o teor proteico da forragem consumida em três dias
de pastoreio baixou de 16,8 para 6,5%.
Lopes et al. (2004), trabalhando com pastagem de capim-elefante (Pennisetum
purpureum cv. Schumack) sob pastoreio rotativo, com período de ocupação de três dias por
piquete, observaram que para cada dia adicional de ocupação ocorreu um decréscimo de 2,1%
no teor de proteína bruta e um aumento de 2,7% de fibra em detergente ácido (FDA) e 1,8%
de fibra em detergente neutro (FDN) nas amostras coletadas.
35

Cóser et al. (1999) observaram que a forragem de um piquete de capim-elefante em


pastoreio durante vários dias, o valor nutritivo da forragem é mais alto no primeiro dia e mais
baixo no último de ocupação (Tabela 3).

Tabela 3 – Teores médios de proteína bruta e digestibilidade “in vitro” da matéria seca de folhas verdes em
pastagens de capim-elefante submetidas a diferentes períodos de ocupação durante uma sequência de
dias de pastoreio – época chuvosa

Ocupação (dia) Sequência de dias de pastoreio


1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia 6º dia
Proteína bruta (%)
1 18,6 11,7 - - - -
3 17,3 14,8 13,1 11,3 - -
5 17,2 15,6 14,1 12,8 11,9 10,9
Digestibilidade “in vitro” da matéria seca (%)
1 71,3 60,9 - - - -
3 72,4 68,9 63,5 59,5 - -
5 70,2 70,0 67,6 61,7 60,4 58,1
Fonte: Cóser et al. (1999).

Observa-se que com o aumento no tempo de ocupação dos piquetes, houve decréscimo
linear nos teores proteicos e na digestibilidade da forrageira, à medida que aumenta a
permanência dos animais nos piquetes ocorre queda no valor nutritivo da pastagem,
diminuindo a taxa de ingestão voluntária de forragem, consequentemente havendo reflexos
negativos na produção animal.
Pinheiro Machado (2004) afirma que, para o uso eficiente da pastagem, deve-se
trabalhar com a técnica de desnate e repasse, e deste modo maximizar a produção. Além da
utilização de uma alta carga, que resulte em alta produtividade por área, é possível também
obter alto desempenho individual em um grupo de animais, o de desnate, que é beneficiado
por realizar seu ciclo de pastoreio em um momento em que a forragem apresenta alta
qualidade e disponibilidade. Por outro lado, para que não se desperdice alimento, o repasse é
absolutamente imprescindível.
A desfolhação por meio do pastoreio é relativamente uniforme, sob sistemas de
manejo nos quais altas densidades animais são utilizadas nas pastagens e, por períodos curtos
de tempo (FAVORETTO, 1993).
Conforme analisaram Deresz et al. (1994) em sistema de pastoreio rotativo, devem-se
usar altas taxas de lotação, buscando assim melhor aproveitamento do potencial produtivo do
pasto, em um curto período. Bertelsen et al. (1993) relataram aumento de 42% na taxa de
lotação, sem diminuir os ganhos por animal em pastagens de alfafa (Medicago sativa L.),
festuca (Festuca arundinacea Schreb.) e capim dos pomares (Dactylis glomerata L.). O
36

aumento do ganho individual dos animais, assim como a maior capacidade na taxa de lotação,
pode ser pelo aumento da produção forrageira ou qualidade.
Boyd et al. (2001), em um estudo preliminar com diferentes tempo de ocupação nos
piquetes, verificaram que os animais que permaneceram um dia tiveram ganho superior aos
que permaneceram (seis ou sete dias), ganhando respectivamente 1.18 e 1.09 kg/an/dia.
Silveira e Pinheiro Machado Filho (2006) observaram que altas cargas instantâneas,
juntamente com tempos muito curtos de ocupação (12 a 24 h), dos piquetes resultaram em
melhor aproveitamento da pastagem e maior produção de massa no rebrote seguinte, mas sem
alterar a produção de leite.
A diminuição do ganho por animal, em ofertas de forragem acima do ótimo, tem sido
associada à diminuição do valor nutritivo da forragem, fruto da baixa eficiência de utilização
da pastagem, acúmulo de colmos e material senescente (CARVALHO et al., 2007).
Alta carga instantânea, aliada a uma oferta de forragem compatível com as exigências
nutricionais do animal, contribui para o consumo de toda a planta disponível em poucas horas,
não permitindo que ocorram grandes perdas de forragem e, tampouco, queda na qualidade
nutricional desta forragem; muito maior será a perda qualitativa quando se tem grandes
disponibilidades de forragem no decurso das épocas de pastoreio (KLAPP, 1971), tal fato é
confirmado na Figura 6 por Undersander et al. (2002 apud MOUSEL; GATES; MAALAND,
2006).

Figura 6 – Qualidade da forragem em função do estágio de maturação.


Fonte: Adaptado de Mousel et al. (2006).
37

Por conseguinte, a sua capacidade de carga é muito reduzida à medida que avança a
estação de pastoreio. De acordo com as práticas vigentes, muito do crescimento inicial é
subpastoreado, ocorrendo acúmulo de forragem para utilização posterior.
Conforme Moore et al. (2004), um grande problema com o método de pastejo contínuo é
que, com o subpastoreio, não há controle sobre o processo de amadurecimento da forragem. Vale
lembrar as palavras de Boom (2002) de que o manejo do pastoreio tem um grande impacto sobre
o valor nutritivo do alimento em termos de teor energético, proteico, de fibras e carboidratos,
podendo também afetar o teor de minerais das pastagens, com uma diminuição percentual da
maioria dos elementos à medida que a planta vai amadurecendo. Essa afirmação é respaldada
pelos resultados de Blaser et al. (1986), observando que quando alta disponibilidade de forragem
está associada ao excesso de material senescente ou lignificação do colmo, o consumo de matéria
seca digestível e o desempenho animal decrescem.

2.2 Ponto ótimo de repouso

O ponto ótimo de repouso (Foto 1) se refere ao estádio de crescimento a que a planta


se encontra no momento ideal para o corte, seja por meio da ceifa ou pelo animal. Neste
ponto, há um conjunto de fatores favoráveis para o uso da pastagem, em que se tem bom
desenvolvimento do sistema radicular com reservas de (CNE) suficientes para um novo
rebrote, sem que haja comprometimento da raiz. Em relação à parte aérea da planta esta se
encontra com um bom IAF, composto por folhas jovens e tenras, colmos não-lignificados, e
ausência de material senescente, favorecendo a ingestão voluntária.

Foto 1 – No primeiro plano piquete em rebrota; ao fundo à direita, piquete logo após a saída dos animais; ao
fundo à esquerda, piquete em ponto ótimo de repouso10.

10
Foto do arquivo pessoal de Cícero Teófilo Berton - Fazenda Alvorada - Cascavel - PR, 2003.
38

No que diz respeito à qualidade da forragem, a ingestão é inversamente proporcional à


porcentagem de parede celular e esta aumenta com o avanço da idade da planta e se encontra
nos seus estratos mais baixos (NRC, 1981; PINHEIRO MACHADO et al., 2000).
Pastos velhos e lignificados possuem menor valor nutritivo, pelo fato de diminuir os
teores de proteína bruta e aumentar o conteúdo de fibra à medida que as plantas envelhecem
(WALTON et al., 1981), fazendo com que o animal aumente o tempo de pastoreio, ocorrendo
maior taxa de bocadas e diminuindo o consumo voluntário de forragem, afetando a
produtividade do sistema.
Os resultados expressos na Tabela 4 fazem parte do trabalho realizado por Euclides
(1995), em que esta autora compilou dados de avaliação do capim-colonião (Megathyrsus
maximus Jacq.), em dois estágios vegetativos (imaturo e maduro) e encontrou melhores
valores qualitativos quando a forragem estava no estágio vegetativo classificado como
imaturo, confirmando assim a afirmação de Walton et al. (1981) de que pastos passados ou
velhos diminuem a eficiência do sistema produtivo.

Tabela 4 – Conteúdo de proteína bruta (PB), digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS), e consumo
voluntário de matéria seca (CVMS) de capim-colonião (Megathyrsus maximus Jacq.), em dois
estádios vegetativos: imaturo (I) e maduro (M)

PB (%) DIVMS (%) CVMS (g/kg PV0,75) Referências


I M I M I M
18,2 5,9 65,5 51,0 69,2 52,1 Minson (1971)
19,0 9,5 65,7 54,2 x x Euclides et al. (1993)
Fonte: Adaptado de Euclides (1995).

Cândido et al. (2005) concluíram que as características morfogênicas e estruturais


variaram em resposta aos períodos de repouso, sendo as maiores respostas verificadas nas
variáveis relacionadas ao processo de alongamento de colmos, como a taxa de alongamento
das hastes e a relação folha/colmo.
De acordo com os mesmos autores, o prolongamento do período de repouso propiciou,
com o decorrer dos ciclos de pastoreio, o desenvolvimento de dossel mais alto e maior
biomassa de forragem verde, no início do período de pastoreio, porém com proporção
crescente de colmos, acarretando acentuado comprometimento da relação folha/colmo.
Além deste inconveniente, ocorre também o aumento de perdas de forragem pela
senescência. Em estudo recente com forrageiras tropicais, Carnevalli (2003) e Barbosa (2004)
observaram que a máxima taxa de acúmulo líquido em pastagens no sistema rotativo estava
relacionada ao ponto em que o estádio de desenvolvimento interceptava 95% da radiação
incidente.
39

Pastoreios iniciados com 95% de (IL) pelo dossel forrageiro resultaram em forragem
com valores mais elevados de proteína bruta e digestibilidade, consequência das maiores
proporções de folhas e menores proporções de hastes e material morto na massa de forragem
em pré-pastoreio (DA SILVA; NASCIMENTO JUNIOR, 2006). Esta condição foi
confirmada por Carnevalli (2003), que trabalhando com capim-mombaça, reporta os dados
apresentados na Figura 7.

90 cm

250
acúmulo e senescência

95 % IL

acúmulo de colmos
(cm/perfilho.dia)

(cm/perfilho.dia)
200 16
de folhas

folhas 12
150

100 Colmos 8

50 4

senescência
0 0
49,3 82,9 94,3 110,3
altura do pasto (cm)
2,26 2,71 4,85 6,56

IAF
Figura 7 – Dinâmica do acúmulo de forragem durante a rebrotação do capim-mombaça.
Fonte: Carnevalli (2003).

A partir desse ponto, os autores observaram modificação na dinâmica de produção de


forragem caracterizada por elevação das taxas de senescência e acúmulo de colmo e redução
na taxa de acúmulo de lâminas foliares.
Quando a planta forrageira atingiu o índice de interceptação luminosa (IL) de 95%,
este equivale ao ponto ótimo de repouso. Para forrageiras de crescimento rasteiro, esta
condição ocorre com o início da senescência das folhas basais, enquanto para plantas de
hábito ereto este momento coincide com dobramento das folhas pelo próprio peso.
A partir deste ponto, o acúmulo de forragem não compensa as perdas que ocorrem
pela lignificação dos colmos e morte das folhas por senescência, além do que há modificação
na arquitetura da planta, diminuindo a sua capacidade fotossintética.
É de se supor também que entre frequências de desfolhação que levem em
consideração a relação de equilíbrio entre o animal e a forragem, dentro do dossel forrageiro,
exista uma combinação de frequência e intensidade de desfolhação que otimize o acúmulo
40

líquido de forragem, mantendo baixos os processos de senescência e acúmulo de colmos


(LOPES, 2006).
Como coloca Parsons, Johnson e Harvey (1988), para otimizar a produção de
forragem, em pastoreio rotativo, os estudos sobre manejo devem estar centrados em encontrar
o ponto ótimo entre a necessidade da planta forrageira de conservar área foliar para
fotossíntese e a prerrogativa fundamental de remover esse tecido antes de sua senescência,
para a manutenção da produção animal.
Além, do efeito direto da intensidade da desfolha sobre a capacidade fotossintética do
rebrote é necessário também considerar o seu efeito sobre a taxa de perdas por senescência.
Quanto mais intensa é a desfolha, menor é a quantidade de folhas velhas remanescentes e
maior é a renovação (NABINGER, 2002b).
Na Tabela 5, observa-se a relação que existe entre consumo voluntário da forragem e o
estádio de desenvolvimento em que a mesma se encontra. À medida que avança a maturidade
da planta, diminui a sua ingestão voluntária.

Tabela 5 – Percentual de digestibilidade e consumo da forragem de acordo com o seu estádio de desenvolvimento

Forragem Digestibilidade (%MS) Consumo (%PV)


Leguminosas-azevém (início crescimento) + de 70% 2,75-3,0
Gramíneas (estádio vegetativo) 60-65 2,5-3,0
Gramíneas (pré-florescidas) 55-60 2,0-2,5
Gramínea florescida Leguminosas c/ semente 45-50 1,5-2,0
Gramínea c/ semente 40-45 1,0-1,5
Fonte: Adaptado de Stiles (1984) (dados não-publicados).

De acordo com Gomide (1993), o consumo de matéria seca das pastagens está
diretamente ligado ao desempenho dos animais, porque determina a quantidade de nutrientes
ingeridos, os quais são necessários para atender às exigências de manutenção e à produção
animal.
A qualidade da forragem em pastoreio está em contínua mudança, fruto da dinâmica
de crescimento e senescência dos componentes morfológicos do pasto (folhas, hastes etc.),
bem como de sua composição química e fenologia (CARVALHO et al., 2005).
Em trabalho desenvolvido com capim-tanzânia Canto et al. (2002) observaram que os
ganhos médios diários por animal reduziam à medida que ocorria aumento da altura da
forragem oferecida aos animais (Gráfico 1), devendo-se este fato, provavelmente, ao efeito da
estrutura e idade das plantas sobre o valor nutritivo da forragem disponibilizada aos animais.
41

Gráfico 1 – Ganho médio diário de novilhos Nelore em função da altura do pasto.


Fonte: Canto et al. (2002).

A elevação da altura do dossel compromete o consumo, em virtude da menor


proporção de folhas em suas camadas superiores, reduzindo o tamanho do bocado (STOBBS,
1973b).
Segundo Cano et al. (2004), em pastos mais altos, há manutenção de folhas em fase de
maturação. Isso é evidenciado pelo aumento de FDN e FDA e redução da DIVMS na fração
lâmina com a maior altura do dossel.
O NRC, em 1981, (Gráfico 2), mostrou a relação linear e inversa entre o conteúdo de
parede celular e a ingestão de MS. Isso explica porque os pastos passados, com maior teor de
parede celular, são de difícil ingestão, ao passo que os pastos mais tenros são mais facilmente
ingeridos, contribuindo para maior consumo voluntário de forragem.

Gráfico 2 – Relação linear e inversa entre o conteúdo de parede celular e a ingestão de MS.
Fonte: NRC (1981).
42

Os componentes da parede celular podem variar de 25% a 85% na matéria seca da


forragem, dependendo da espécie da planta e do seu estágio de desenvolvimento (DOVE,
1998).
A qualidade da forragem pode variar em função do estádio de desenvolvimento da
planta em decorrência de alterações na composição química, digestibilidade e estrutura da
vegetação os quais têm influência direta no consumo dos animais em pastoreio (REIS; DA
SILVA, 2006). Assim, quanto maior a digestibilidade do pasto (e menor o teor de fibra bruta),
maior será a ingestão em matéria seca, visto que pastagens com menor teor de fibra têm maior
densidade. Quer dizer, para um mesmo volume o animal estará ingerindo mais massa
(PINHEIRO MACHADO FILHO, 2007; GONÇALVES et al., 2009).
Fazer com que o animal pastoreie a forragem antes do seu ponto ótimo de repouso é
sinônimo de perda em quantidade e comprometimento da perenidade da pastagem; fazer o
pastoreio após, significa perda de qualidade e quantidade (PINHEIRO MACHADO, 2002).
Portanto, no PRV é possível compatibilizar adequada oferta de pasto em termos
quantitativos e qualitativos, ocorrendo a otimização da colheita do pasto pelo animal,
maximizando a produtividade do sistema (LENZI, 2003).

2.3 A arte de saber saltar

Refere-se à habilidade do humano, que comanda o pastoreio, ou seja, o pastor,


para identificar, escolher e utilizar os piquetes que tenham alcançado o ponto ótimo de
repouso, independentemente de sua localização na pastagem.
Este conhecimento gera a consciência e a necessidade de se aceitar períodos de
repouso variáveis, de forma que o ritmo de crescimento das plantas determine a natureza das
ações de manejo empregadas.
Estratégias de manejo definidas desta forma respeitam o equilíbrio entre processos de
crescimento e desenvolvimento das plantas forrageiras, de acordo com a condição de
utilização e produção.
Para se cumprir fielmente as leis do PRV, os animais deverão sair de um piquete já
utilizado, para um outro que esteja no seu ponto ótimo de repouso, independentemente da
distância que o animal deva percorrer, dando assim à área onde se maneja os animais um
formato semelhante a um tabuleiro de xadrez (Foto 2).
43

Foto 2 – Efeito xadrez na área da pastagem.


Fonte: Pinheiro Machado (2004).

Só assim o animal manterá alto nível de ingestão voluntária de forragem em


quantidade com qualidade.
A arte de saber saltar, somada ao rigoroso respeito aos tempos variáveis de repouso e
ocupação, é o pilar fundamental para se obter altas produtividades e a perenidade das
pastagens (PINHEIRO MACHADO, 2004).
É oportuno salientar que esta é uma das ferramentas mais importantes para o manejo
racional das pastagens, pois é por meio dela que o piquete é utilizado quando este se encontra
em seu estádio de desenvolvimento adequado, ou seja, existe boa produção de biomassa área,
sistema radicular bem desenvolvido, e, valor nutritivo da forrageira, capaz de atender aos
requerimentos nutricionais dos animais em pastoreio.
Esta técnica é um dos fatores que mais diferencia o PRV dos outros métodos de
pastoreio rotacionado, pois nestes últimos ocorre uma sequência lógica de uso dos piquetes,
com tempos de repouso e ocupação fixos, conforme a Figura 8.

Figura 8 – Esquema de uso dos piquetes, conforme o método convencional de pastoreio rotativo com tempos
fixos (seis dias de ocupação e 30 dias de repouso).
Fonte: Adaptado de Matches e Burns (1995).
44

Neste modo de uso das pastagens, acaba-se utilizando os piquetes de maneira


incorreta, pois nem sempre o piquete na sequência estará em seu ponto adequado de uso,
contrariando as leis do manejo racional, propostas por Voisin (1974) e Pinheiro Machado
(2004).

2.4 O modelo estático

Para Nascimento Junior, Sbrissia e Da Silva (2008), nos últimos anos tem havido
avanço significativo no Brasil na compreensão dos fatores condicionantes ao manejo do
pastoreio, podendo ser entendido, de maneira bem simplificada, como a forma com que se
permite aos animais terem acesso ao pasto, ou seja, a determinação do tempo de repouso do
pasto e/ou a duração do período de ocupação.
A pesquisa na área de manejo das pastagens tem evoluído gradativamente em relação
a estas variáveis (tempo de ocupação e repouso). No entanto, o caminho a ser percorrido ainda
é longo, pois precisam-se superar as amarras que circundam as linhas de trabalho, acabando
com um ciclo negativo contra o PRV, que há muito vem sendo seguido por pesquisadores
idôneos.
A busca por períodos pré-determinados ou pacotes tem levado pesquisadores a erros
conceituais, que vem sendo repassados ao longo dos anos, comprometendo a evolução do uso
racional das pastagens, consequentemente refletindo no decréscimo da fertilidade natural do
solo (erosão, degradação e ausência da biocenose11), no desempenho e bem-estar animal
(baixos índices zootécnicos).
Outro equívoco que vem sendo cometido no manejo rotativo convencional é o uso de
baixas cargas instantâneas, resultando em maiores perdas de forragem por senescência,
irregularidades no consumo de forragem, compactação do solo (por longos períodos de
ocupação e tempos de repouso fixos, coibindo o bom desenvolvimento do sistema radicular,
que junto com aumento da matéria orgânica do solo pela biocenose auxiliam na
descompactação do solo, após a saída dos animais), além de haver o pastoreio do rebrote.

11
Biocenose - é o desenvolvimento dinâmico da vida do solo (PINHEIRO MACHADO, 2004).
45

Nas últimas décadas, foram desenvolvidos vários experimentos que comparam os


métodos de pastejo contínuo e o pastoreio rotativo. Observar-se que mesmo com alguns
equívocos conceituais no que diz respeito ao manejo racional das pastagens, o pastoreio
rotativo mostrou-se superior em 12 experimentos, e os sistemas foram compatíveis em 14
trabalhos, sendo o sistema de pastejo contínuo superior ao rotativo em apenas quatro
experimentos.
A Tabela 6 nos traz uma síntese dos principais resultados obtidos em diversos países,
nas mais variadas regiões do mundo e com diferentes forrageiras comparando os dois
principais métodos de manejo utilizados em pastagens.

Tabela 6 – Relação de alguns trabalhos comparando o método contínuo e o rotativo

Autor Ano País Forrageiras Resultados


Nasca, J. A. et al. 2006 Argentina Chloris gayana Rotativo
Stewart, R. L. et al. 2005 USA Paspalum notatum Rotativo
Lenzi, A. 2003 Brasil P. maximum Rotativo
Teague, W. R. et al. 2003 USA Campos Naturais Rotativo
Otani, L. 2003 Brasil M. sativa Contínuo
Aiken, G. E. 1998 USA L. perenne + trigo Rotativo
Aiken, G. E. 1998 USA C. dactylon Similar
Popp, J. D. et al. 1997 Canadá M. sativa Similar
Hafley, J. L. 1996 USA L. perenne Rotativo
Thomas, V. M. et al. 1995 Não citado Dact. glomerata + M. sativa Similar
Mathews, B. W. et al. 1994 USA C. dactylon Similar
Villiers, J. F. de et al. 1994 África Sul P. clandestinum Contínuo
Cavallero, A. et al. 1993 Itália L. perenne + T. repens Similar
Allen, V. G. et al. 1992 USA Festuca spp. Contínuo
Chestnut, A. B. et al. 1992 USA F. arundinacea + Trif. spp. Similar
Berti, R. N 1989 Argentina Melilotus alba Similar
Jones, R. J. et al. 1989 Austrália Setaria sphacelata Similar
Jones, R.J. et al. 1989 Austrália Chloris gayana Similar
Tharel, L. M. 1989 USA Cynodon dactylon Rotativo
Gonçalves, C. A. et al. 1988 Brasil Setaria sphacelata Rotativo
Grant, S. A. et al. 1988 Inglaterra Lolium perenne Similar
Blaser, R. E. et al. 1986 USA M. sativa + Dact. glomerata Rotativo
Chen, C. P. 1986 Malásia Digitaria setivalva Rotativo
Smith, M. A. et al. 1985 Austrália B. decumbens Contínuo
Aguirre, H. A. et al. 1984 México B. mutica Similar
Aguirre, H. A. et al. 1984 México Digitaria decumbens Similar
Eguiarte, V. J. A. et al. 1984 México C. plectostachyus Similar
Irulegui , G. S. de et al. 1984 Brasil Paspalum guenoarum Rotativo
O’Sullivan, M. 1984 Austrália L. perenne Rotativo
Lucci, C. de S. et al. 1983 Brasil Chloris gayana Similar
Fonte: A partir de Nabinger (2002a).

Os resultados observados na Tabela 6 sinalizam grande potencial que existe no sistema


rotativo dos pastos, maior ainda será a eficácia do uso das pastagens se estas forem manejadas
racionalmente, respeitando as características morfofisiológicas das plantas.
46

O manejo baseado em dias fixos e pré-determinados de repouso, apesar de facilitar o


planejamento do pastoreio rotativo, restringe as possibilidades de ganhos em eficiência do
sistema, pois não gera padrão uniforme de respostas fisiológicas de plantas e estruturais do
dossel. Em vez disso, resulta em dosséis de estrutura variável, o que provavelmente afeta o
consumo de forragem e o desempenho animal de forma variável e pouco previsível
(PEDREIRA; PEDREIRA; DA SILVA, 2009).
Antes que outro tipo de intervenção possa ser considerado, o manejo do pastoreio deve
ser o ponto inicial de mudanças no sistema, para ser parte integrante de uma cadeia produtiva
eficiente necessitará de inversões diversas, especialmente tecnológicas (EUCLIDES, 2001),
dentre as quais o PRV figura como a mais moderna, a mais eficiente e a mais econômica
(PINHEIRO MACHADO, 2004).
Contrariando o que é postulado por Sbrissia, Nascimento Junior e Da Silva (2007), em
que o método de pastejo contínuo deveria ser usado, preferencialmente, em sistemas mais
intensivos de produção, ou seja, para produtores mais tecnificados.
Vale esclarecer que a dependência de sistemas de irrigação, o uso de herbicidas no
controle de plantas “invasoras” e altas doses de adubação com fertilizantes industriais, não é
sinônimo de tecnologia eficiente e sim um passo para a insustentabilidade do sistema.

2.5 A vida ativa do solo

O solo é um dos componentes mais importantes para a viabilidade dos sistemas, seja
ele para a agricultura ou para a pecuária. Sabe-se que a sustentabilidade de um ecossistema
pastoril é dependente da interação de vários fatores, entre eles o solo em seus aspectos físicos,
químicos e biológicos que irão propiciar o bom desenvolvimento das plantas, refletindo no
desempenho animal.
No entanto, nos sistemas atuais de produção animal, pouca importância tem sido dada
a este aspecto, e vem ocorrendo crescente perda de fertilidade nos solos. Com a degradação
das áreas de pastagens, altera-se a qualidade e a quantidade de matéria orgânica do solo
(MOS). Consequentemente, há diminuição da atividade da biomassa microbiana, principal
responsável pela ciclagem de nutrientes e pelo fluxo de energia no solo (DALAL, 1998; DE-
POLLI; GUERRA, 1999), e que exerce influência tanto na transformação da MO, quanto na
47

estocagem do carbono e minerais, ou seja, na liberação e na imobilização de nutrientes


(JENKINSON; LADD, 1981).
Assim, a biomassa microbiana é a fração ativa da matéria orgânica no solo e a
determinante na dinâmica da matéria orgânica, atuando na mineralização ou na imobilização,
aumentando ou reduzindo a disponibilidade de nutrientes para as plantas (DUDA, 2000).
O papel da MO é destacado por Pinheiro Machado (2004), que enfatiza a sua
importância, não apenas como um nutriente no desenvolvimento do solo, mas com a função
básica e mais importante, segundo esse autor, que é atuar como um biocatalizador da vida do
solo.
A MO passa a ser forte indicador de vida ativa no solo. A manutenção e a dinâmica da
mesma pode ser fortemente influenciada pelo manejo da pastagem. Muitas técnicas de manejo
pretendem aumentar a produção da forragem, mas desconsideram o potencial de aumento da
MO do solo.
O conhecimento desses componentes e sua atuação sobre a MO podem promover uma
agricultura sustentável fundamentada na promoção da fertilidade crescente12, aumentando a
produtividade dos solos e consequentemente das pastagens ao longo do tempo (RIGOTTI,
2000), condição essa essencial à manutenção da produção animal sustentável.
Pode-se afirmar que, quanto mais intensa a atividade biológica, mais rico é o solo,
mais sadias são as plantas que nele crescem, mais saudáveis são os animais que delas se
alimentam. Nesse sentido, Franz (1968) ressalta que é preciso que se mantenham bons teores
de MO para se ter um solo rico em biocenose. Confirmando a afirmativa de Russell (1934), de
que todos os microrganismos ativos no solo estão relacionados de uma forma ou de outra com
a MO, pois todos eles tomam dela o seu alimento e energia.
Com o manejo racional ligado a altas cargas instantâneas, o efeito vivificador dos
excrementos dos animais (bosta e urina) criados a pasto, passa a estimular a vida dos
microrganismos do solo, acelerando a decomposição da MO, a fim de permitir o seu
incremento no solo e contribuir para o desenvolvimento de um ambiente favorável ao
crescimento das plantas verdes, aumentando-se, assim, o volume de raízes, principal fonte de
alimento dos seres vivos do solo (KLAPP, 1971).
Em sua última obra, Voisin (1964) aborda a influência do solo sobre o desempenho
animal por meio da planta. O autor salienta que o ecossistema pastoril deve ser compreendido

12
Lei da fertilidade crescente - a fertilidade do solo, quando manejado sem agressão – aração e procedimentos
similares – e com técnicas que estimulem a biocenose é crescente indo a limites ainda não identificados
(PINHEIRO MACHADO, 2004).
48

como um todo e não em partes. Pois existe uma forte inter-relação entre os diferentes
componentes (solo-planta-animal).
Corsi e Martha Júnior (1999) ressaltam que os animais podem interferir
significativamente no sistema, alterando a distribuição e o aproveitamento dos nutrientes
reciclados. A eficiência do pastoreio é um dos principais mecanismos que irá regular a forma
de retorno dos nutrientes para a pastagem (DUBEUX JÚNIOR et al., 2006).
O manejo correto dos animais em pastoreio pode influenciar beneficamente no
processo de reciclagem dos nutrientes. Criando um ambiente favorável ao desenvolvimento
da biocenose.
Para se ter uma biocenose ativa é necessária que haja boa fonte de alimento para os
microrganismos do solo. Uma das maneiras mais eficientes pode ser feita pela distribuição
uniforme dos excrementos dos animais na pastagem.

2.5.1 Distribuição espacial dos excrementos

O manejo do pastoreio exerce influência marcante no retorno dos nutrientes na pastagem,


alterando a proporção de nutrientes retornados pelas excreções e da liteira (THOMAS, 1992).
No sistema de pastejo contínuo, a distribuição dos excrementos não tem uma
uniformidade, são distribuídas de maneira agregada. Ou então, poderão ser concentradas em
alguns locais da pastagem, próximo aos bebedouros, porteiras, sombras, saleiros
(CANTARUTTI et al., 2001).
Essa heterogeneidade de fertilidade do solo, bem como, a irregularidade de produção
de forragem nestes ambientes é desenvolvida e mantida pelo pastejo seletivo exercido pelo
animal (HIRATA; SATO; OGURA, 2002), em sistemas de pastejo contínuo ou quando se
trabalha com baixas cargas instantâneas em pastoreio rotativo.
Ao contrário do que se pensa nestas áreas as forragens, inicialmente, crescem
vigorosas e tenras, no entanto pela alta concentração de animais nestes locais, essas
forrageiras são excessivamente pastoreadas, comprometendo o seu sistema radicular,
infringindo a lei do tempo de repouso.
White et al. (2001), trabalhando com vacas de leite em pastoreio rotativo, observaram
que 86% das excreções ocorriam na pastagem, contudo, apenas 10% da área total era afetada.
49

Mas vale lembrar que estes autores cometeram um equívoco conceitual grave ao
utilizarem uma baixa carga instantânea (29 UA/ha), resultando numa má distribuição dos
excrementos na pastagem.
As baixas cargas instantâneas, característica do sistema de pastejo contínuo e rotativo
convencional, resultam em má distribuição dos excrementos, e isto inibe o desenvolvimento
da biocenose. Tornando o sistema dependente de fertilizantes industriais, entrando na rota da
dependência13, portanto comprometendo a sustentabilidade do sistema.
Para Hynes e Willians (1993), há indicações de que maiores taxas de lotação, a
subdivisão da pastagem e o pastoreio rotativo racional diminuem a concentração de excreções
em áreas restritas e aumentam a distribuição na área do pasto.
Marchesin (2005), trabalhando com pastoreio rotativo e diferentes intensidades, concluiu que
piquetes submetidos a maior intensidade de pastoreio tiveram maior área coberta pelas placas de bosta.
Peterson e Gerrish (1996) e Dubeux Júnior et al. (2007) salientam que períodos curtos
de ocupação, aliados a altas cargas instantâneas favorecem para uma distribuição mais
uniforme dos excrementos no piquete, pela competitividade pelo alimento.
Dubeux Júnior (2005), comparando pastejo contínuo e rotativo com diferentes períodos de
ocupação, verificou que o pastoreio rotativo com um dia ou sete de pastoreio por 21 dias de
repouso promoveu maior uniformidade na distribuição de bosta na área de pastagem.
Estudos recentes mostram que em pastoreio com altas cargas instantâneas, aliadas a
curtos tempos de permanência nos piquetes, o bosteio cobre aproximadamente 13% da
superfície pastoreada e é superior à detectada em condições de pastoreios mais prolongados
(DÍAZ-ZORITA, 2002).
Deve-se destacar que no decorrer do ano um piquete pode ser utilizado várias vezes (oito a
dez) ampliada gradativamente à área da pastagem afetada pelo bosteio ao longo das ocupações.
Em termos de manejo, uma alta taxa de lotação, aplicada no pastoreio rotativo, permite
menor tendência dos animais em se agruparem e, consequentemente, há melhoria na
distribuição das excretas na área pastoreada do piquete. Tal fato pode proporcionar redução
nas perdas de nutrientes das excretas e melhor aproveitamento pelas plantas aumentando a
eficiência da sua reciclagem (FERREIRA et al., 2004).
Recentemente, Dubeux Júnior et al. (2006) verificaram que quanto maior a pressão de
pastoreio (carga instantânea), maior a proporção de nutrientes retornada via excreta. O aumento

13
Rota da dependência - foi a partir de Liebig (1803-1873) que as indústrias de máquinas e implementos e de
insumos agrícolas (fertilizantes solúveis, agrotóxicos e aditivos) desenvolveram uma política de envergadura
junto à agricultura convencional, cujas práticas passaram a ser uma sucessão de etapas de dependência do
processo produtivo a essas indústrias (PINHEIRO MACHADO, 2004).
50

da concentração de animais na pastagem leva a maior concentração de bosta e urina, que age
como um catalisador da vida do solo, cuja ação resulta em recuperar, melhorar e incrementar a
sua fertilidade, agindo como forte acelerador da biocenose (PINHEIRO MACHADO, 2004).
No PRV, pela alta carga instantânea que é utilizada como forma de melhor
aproveitamento da forragem, também há distribuição aleatória, que pelo uso variável dos
piquetes, passa a ocorrer a uniformidade na distribuição dos excrementos na área da pastagem
ao longo do tempo (Figura 9).

Figura 9 – Representação do modelo de distribuição espacial aleatório, agregado e uniforme de excretas de


bovinos em condições de pastagens.
Fonte: Adaptado de Krebs (1999 apud BRAZ et al., 2003).

O animal herbívoro, além de converter continuamente a energia solar capturada pelas


plantas forrageiras (via fotossíntese) em produtos animais, participa ativamente da reciclagem
de nutrientes retornando grande parte dos mesmos consumidos na forma de bosta e urina
(MONTEIRO; WERNER, 1997; CANTARUTTI et al., 2001).
Segundo Moraes e Lustosa (1997), os animais usam somente pequena quantidade dos
nutrientes ingeridos, 60 a 90% dos nutrientes retornam a pastagem na forma de excrementos,
como mostra a Tabela 7.

Tabela 7 – Porcentagem dos nutrientes retornados via urina e bosta pelos animais em pastoreio

Nutrientes Urina Bosta


(%) (%)
N 60-70 30-40
P Traços 99
K 70-90 10-30
Ca <5 > 95
Mg 10-30 70-90
S 5-10 90-95
Fe Traços 99
Mn Traços 99
Zn Traços 99
Cu Traços 99
Fonte: Moraes e Lustosa (1997).
51

No entanto, Dubeux Júnior, Santos e Sollenberger (2004) salientam que a produção


animal representa perda de nutrientes do sistema, além do que os nutrientes que retornam ao
solo, via excreta, são desuniformemente distribuídos na área da pastagem.
Pinheiro Machado (2004) cita trabalhos na Estação Experimental de Escambray -
Cuba e em projeto localizado em Entre Rios - Argentina que contradizem esta afirmação.
Rigotti (2000), comparando pastagens manejadas sob os métodos de PRV e extensivo
colonial, apresentou melhores resultados para conteúdo de MO e fósforo (P) no sistema
racional. Estes autores apontam que houve incremento de nutrientes no solo, principalmente
pelo manejo racional adotado nas pastagens, favorecendo o desenvolvimento dos agentes
biológicos que participam da reciclagem de nutrientes.
O animal em pastoreio retém somente pequena quantidade de nutrientes da pastagem
na forma de produto animal, o restante é excretado. A retenção do nutriente consumido varia
de 5-10 a 15-30%, com o menor valor sendo retido no corpo do animal e o maior na
transformação em produtos (RUSSELLE, 1997).
Nesse sentido também, somente parte do carbono (C) removido pelos animais em
pastoreio é “perdida”, já que o C dos dejetos permanece no sistema. Consequentemente, a
perda de C do sistema é menor sob pastoreio, ao mesmo tempo em que o potencial de
sequestro de carbono é maior (BRAGA, 2006). Para Sollenberger et al. (2002), a extensão da
utilização da pastagem pelos herbívoros é que determina a principal fonte de carbono para o
solo. Assim, o retorno dos nutrientes a pastagem por meio da bosta dos animais é um
componente importante na reciclagem dos nutrientes (ROTZ et al., 2005).
Desta forma, verifica-se que a ação da bosta (MO) é muito mais qualitativa que
quantitativa; a bosta na forma mumificada aumenta a área de pasto rejeitada pelos animais, já
nas pastagens onde a bosta está humificada, e será rapidamente incorporada ao solo, por ação
dos agentes biológicos, contribuiu para o melhor retorno dos nutrientes ao solo, tornando a
forrageira mais atrativa ao animal.
Pinheiro Machado (2004) ressalta que há no campo dois tipos de bosta: uma que, pela
atividade biológica, sofreu um processo de mineralização da MO e está humificada e, outra,
que os agentes atmosféricos transformaram em material orgânico ressequido e inerte, que está
mumificada. A bosta humificada é própria dos campos com bom manejo PRV; a bosta
mumificada está nos campos com pastejo extensivo.
A deterioração da bosta (Foto 3) envolve intensa atividade biológica a qual resulta na
incorporação quase que total e imediata do bolo fecal. A degradação biológica da bosta é
52

promovida principalmente pela ação de fungos, bactérias, besouros e minhocas (HAYNES;


WILLIANS, 1993; FOLLETT; WILKINSON, 1995). Assim reduzindo as perdas por
desnitrificação e volatilização de NH3 das placas de bosta (DUBEUX JÚNIOR et al., 2006).

Foto 3 – Besouros coprófagos incorporando a bosta ao solo em PRV14.

2.5.2 As manchas de fertilidade

O vigor de crescimento do pasto é maior no sistema de PRV, principalmente pelo


tempo de repouso que é dado à planta forrageira e o incremento das dejeções que ocorre
uniformemente na pastagem, produzindo o “flush” de biomassa microbiana (ROMERO,
1994). De acordo com Perrott e Sarathchandra (1989), a biomassa microbiana pode apresentar
razoável aumento no “pool” de nutrientes, contribuindo aproximadamente com 150-225 kg de
N/ha e 10-60 kg de P/ha.
De acordo com Howard (1947), o sistema de subdivisão das pastagens aumenta a
formação de húmus nos solos, pelo fato da urina e da bosta serem distribuídas
sistematicamente nos piquetes (Fotos 4 e 5), dando origem às manchas de fertilidade15,
criando um ambiente favorável à ação dos microrganismos e as minhocas encarregam-se de
distribuir esse húmus.
14
Foto do arquivo pessoal de Cícero Teófilo Berton - Fazenda Bom Jesus do Culuene, Gaúcha do Norte - MT, 2006.
15
Manchas de Fertilidade - são os locais onde os bovinos urinam ou bosteiam, e aí cresce um pasto mais
viçoso, mais verde. Nas parcelas, notam-se as elevações do pasto. São as manchas de fertilidade. Nessas
manchas, onde a fertilidade do solo foi exaltada ou incrementada pela ação da urina e ou da bosta, o pasto
cresce mais do que nas áreas adjacentes. Nessas circunstâncias há uma significativa diferença no crescimento
do pasto, sendo o pasto da “mancha” mais viçoso (PINHEIRO MACHADO, 2004).
53

Foto 4 – Implantação do PRV16.

Foto 5 – Dois anos após a implantação do PRV17.

A melhor distribuição dos excrementos no sistema rotativo propicia bom


aproveitamento dos nutrientes pelas plantas forrageiras, reduzindo a necessidade do uso de
fertilizantes industriais usados ao longo do tempo (VENDRAMINI; SOLLENBERGER,
2007).
Vale ressaltar que a simples subdivisão não irá contribuir para a melhoria rápida da
pastagem, mas sim as quantidades e qualidade dos excrementos depositados nas pastagens
vão depender diretamente da quantidade e qualidade da forragem consumida pelo animal.
Por isso, é importante também que a planta esteja em seu ponto ótimo de repouso, ou
seja, encontrar-se em seu estádio vegetativo, com boa biomassa vegetal e que esta seja
composta principalmente por folhas jovens e tenras.

16
Foto do arquivo pessoal de Ricardo Machado, 2007.
17
Foto do arquivo pessoal de Ricardo Machado, 2007.
54

Como se observa nas Fotos 4 e 5, com o manejo racional das pastagens (respeitando o
ponto ótimo de repouso, tempo de ocupação e com altas cargas instantâneas) é possível
melhorar a distribuição dos excrementos nos piquetes, transparecendo o que se denomina de
manchas de fertilidade, em que as forrageiras crescem abundantes e com altos valores
nutricionais.
Com o passar do tempo, a tendência é que essas manchas de fertilidades deixem de se
destacar, pelo fato de ocorrer uma homogeneização na fertilidade solo, principalmente pelo
trabalho desenvolvido pela macro e micro fauna do solo, que incorporam e redistribuem os
nutrientes, assim influenciando toda a área de pastagem.
Willians e Haynes (1995) verificaram que a área de influência, beneficiada com os
nutrientes via excrementos dos animais, correspondiam a duas vezes a de urina e de uma a
seis vezes a da bosta, havendo aumento na produção de matéria seca de forragem, bem como
dos teores de nitrato, fósforo e carbono orgânico no solo.
Fonseca, Santos e Martuscello (2008) salientam que poucos estudos têm sido
realizados no que se refere à reciclagem de nutrientes da bosta dos animais. Contudo, os
autores citam Santos (dados não publicados) que observou os efeitos positivos da bosta sobre
as características morfogênicas do capim-braquiária, permitindo inferir que a produção do
pasto é incrementada nas regiões em que ocorre a deposição dessa excreta.
Marchesin (2005) observou que as áreas de influência da bosta (manchas de
fertilidade) tiveram papel importante para melhorar o acúmulo de forragem na pastagem. De
acordo com Fonseca, Santos e Martuscello (2008), isso pode ser justificado pela maior
disponibilização de nutrientes nessa região do pasto, o que exemplifica e evidencia a
reciclagem de nutrientes na interface solo-planta-animal.
55

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No sistema de PRV, a subdivisão das pastagens em piquetes, além de contribuir para o


aumento da produção de forragem, maior capacidade na taxa de lotação e incremento da
fertilidade natural do solo, permite que sejam tomadas medidas tecnológicas de ponta, como:
 efetuar um controle da desfolha com eficácia, facilita a utilização de estratégias de
manejo para o máximo aproveitamento da forragem, pelo uso de lotes de desnate
e repasse;
 o manejo praticamente diário com os animais, por meio da troca dos piquetes,
aumenta o contato entre o humano e o animal, criando uma interação positiva e
saudável.
 O uso de altas cargas instantâneas pode ser comprovado como eficiente, pois com
um dia de ocupação, pode se obter as melhores produções em termos animal, as
perdas em termos de valor nutritivo da forragem são mínimas, diminui a
seletividade do animal, aumentando a eficiência de pastoreio, ocorre uma
distribuição uniforme dos excrementos na área da pastagem, melhorando a
fertilidade natural do solo ao longo do tempo.

Os vários sistemas de pastoreio debatidos numa extensa literatura, muitas vezes não
são aplicáveis às condições reais de campo, por negligenciarem quase que totalmente as bases
ecológicas e as interações que ocorrem no ecossistema pastoril, principalmente por serem
desenvolvidos em condições totalmente controláveis o que, no entanto, não ocorre na
natureza.
Os sistemas de pastoreio requerem compreensão de todos os fatores que exercem
influência marcante no manejo das pastagens, sejam estas de ordem administrativa, técnica,
prática, ecológica, ou mesmo cultural.
O PRV é um sistema de manejo de pastagens complexo, que exige administração
qualificada e séria; é necessário que, quem trabalha com este sistema tenha conhecimento e
disciplina e se disponha a “dialogar com a natureza”, sem preconceitos, de maneira a observar
e entender, cada evento natural, que acontece cotidianamente no sistema.
Para que todos os benefícios que as pastagens possam oferecer na produção animal
sejam alcançados é imprescindível a atenção a ser dada ao manejo: com um manejo racional
as pastagens persistirão por meio dos tempos, com qualidade, quantidade e perenidade.
56

É necessário que se desenvolvam pesquisas na área de manejo de pastagens, com a


participação do animal herbívoro e principalmente em conjunto com os produtores, pois são
estes os que irão aplicar as técnicas desenvolvidas. Os resultados obtidos nas pesquisas devem
atender às necessidades e exigências da produção, sem menosprezar os aspectos ambientais.
Portanto, o conhecimento e a compreensão dos fatores que controlam o consumo de
forragem dos animais em pastoreio é condição básica para o planejamento de estratégias de
manejo do pastoreio que visem propiciar uma produção animal biologicamente, econômica e
energeticamente eficiente e sustentável.
57

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Este trabalho foi preparado seguindo as seguintes normas vigentes da


Associação Brasileira de Normas Técnicas:
NBR 14724/2002 (Trabalhos acadêmicos - Apresentação),
NBR 10520/2002 (Citações em documentos - Apresentação) e
NBR 6023/2002 (Referências - Elaboração).

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