Você está na página 1de 4

1.

1- A RACIOLOGIA

1.5.1- As origens das raças

Na antropologia são estudadas duas teorias para explicar a origem das raças humanas, são
elas: a teoria Policêntrica e a teoria Monocêntrica, que passamos a descrever.

TEORIA POLICÊNTRICA – esta teoria foi fundada nos Estados Unidos da América, por
Franz Weidenreich, e segundo esta, a formação do homem actual ter-se-ia realizado em vários
territórios independentes. Na base desta teoria, está o facto de, segundo estes seguidores,
existirem semelhanças entre os representantes dos vários grupos humanos actuais e os
representantes de grupos que existiram no passado e dos quais existem fósseis, tais como o
Homem de Java, Homem de Pequim, Homem da Rodésia e do Homem de Neanderthal, ou
seja, segundo esta teoria os actuais grupos humanos são descendentes dos grupos que
existiam no passado, e como tal, são diferentes uns dos outros, com um passado evolutivo
diferente, em territórios diferentes.

TEORIA MONOCÊNTRICA - esta teoria, pelo contrário, considera que inúmeras provas
existentes apontam para o facto, de que o homem actual surgiu num território único, que se
pensa ser uma região situada entre a Ásia central e Meridional e o Nordeste Africano.

Os apoiantes desta teoria consideram que, nesse território terá ocorrido cruzamentos
genéticos entre os vários hominídeos existentes, facto esse, que só terá contribuído para o
enriquecimento do seu património genético, só mais tarde se teriam formado várias
populações, que devido à posterior evolução, teriam dado origem aos vários grupos humanos
actuais.

QUAL DESTAS TEORIAS É A MAIS CORRECTA? - Graças à genética, hoje em dia é


possível afirmar que cientificamente a única teoria com credibilidade, é a Monocêntrica.
Fazendo uma análise ao DNA mitocondrial é-nos possível concluir que todos os grupos
humanos terão derivado de uma população base, com características muito semelhantes às do
Homo erectus, nesta população existiriam três principais tipos de DNA.

Hoje em dia, na população mundial humana, existem 35 tipos de DNA mitocondrial que
derivaram dos originais e que se foram modificando devido à substituição progressiva de
alguns nucleótidos.

1.2- Definição biológica da raça

Nas ruas de qualquer cidade grande podemos ver uma amostra da variedade aparente da
humanidade: tons de pele que vão do leite claro ao marrom escuro; texturas de cabelo
variadas, desde as finas e lisas até as grossas e crespas. As pessoas usam frequentemente
características físicas como essas – juntamente com a área de origem geográfica e a cultura
compartilhada – para se agruparem a si mesmas e a outras em “raças”. Mas qual é, do ponto
de vista biológico, a validade do conceito de raça? As características físicas transmitem
alguma informação confiável sobre a constituição genética da pessoa, para além da indicação
de que possui os genes associados a olhos azuis ou cabelos enrolados?

A raça, do ponto de vista da Biologia, é um conceito pouco empregado e é sinônimo de


subespécie. Entretanto este termo foi utilizado historicamente para identificar categorias
humanas socialmente definidas. Para a Antropologia interessa como termo de raça é utilizado
para construir identidades culturais e experiências de sentido.

A ideia de “raça” há muito tempo vem sendo questionada pela chamada genética de
populações, que se debruça sobre a variabilidade biológica das populações humanas. Desde
as atrocidades do nazismo, no contexto da Segunda Guerra Mundial, a ideia de “raça”, do
ponto de vista biológico, vem sendo refutada por biólogos e cientistas sociais. Falar em raças
humanas, do ponto de vista biológico, não faz mais sentido.

Os genes, unidades que carregam todas as informações sobre o organismo de um ser humano,
determinam as características físicas. Mas as partículas que definem a cor do cabelo ou
formato do rosto são tão poucas que perdem seu significado quando comparadas ao número
total de genes. A cor da pele de uma pessoa pode representar uma adaptação biológica a
certas condições geográficas ao longo da sua evolução. Na região dos negros, por exemplo, o
sol é bastante forte. Como o excesso de energia solar prejudica o organismo, a cor negra
protege a pele contra os raios nocivos.

1.3- O conceito de raça

A origem da palavra raça é obscura. Alguns estudiosos entendem que a sua etimologia
provém da palavra latina “radix” que significa raiz ou tronco; enquanto outros acham que ela
tem origem na palavra italiana “razza”, que significa linhagem ou criação. Seja qual for a sua
origem, ela foi introduzida na literatura científica há cerca de 200 anos e desde então tem
aparecido em tantos diferentes contextos que até hoje a palavra “raça” não teve o seu
significado exactamente claro.

A questão é difícil, em parte porque a definição implícita a respeito de que torna a pessoa
membro de uma raça particular difere conforme a região do mundo. Alguém classificado
como “negro” nos Estados Unidos, por exemplo, pode ser considerado “branco” no Brasil e
“de cor” (uma categoria distinta do “negro” e do “branco”) na África do Sul.

Portanto, a raça, mais que uma realidade biológica, é uma categoria cultural. Desde o ponto
de vista do senso comum utiliza-se a palavra “raça” em vez de grupo étnico e também “raça”
no sentido de grupo étnico com base biológica (algo que não é assim, porém pensa-se assim).
Portanto, a “raça” é um grupo percebido culturalmente. A raça é um grupo ao qual se lhe tem
atribuído um nome, uma etiqueta, mas sem base genética ou biológica. Portanto, a raça não
existe como categoria biológica, senão que existe enquanto categoria simbólica e social, o
que a converte em um conceito mais real e importante.

Só existe uma raça, a humana, e os traços diferenciais exteriores só são resultado de


processos de adaptação ao meio que podem ser explicados por um número muito pequeno de
genes. Traços como a cor de pele, dos olhos ou o tamanho do nariz são controlados por um
número relativamente reduzido de genes (0,01%) e só respondem a pressões ambientais.
Traços como a inteligência, a criatividade artística e as atitudes sociais são condicionados por
80.000 genes que combinam de uma maneira complexa. Em 99,9% dos genes humanos são
iguais em qualquer pessoa. A noção de “raça” não tem base cientifico-genética, é só uma
etiqueta social, não biológica, que serve para justificar em muitos casos o racismo, o
etnocentrismo, o genocídio e a xenofobia.

1.4- Classificação das “raças” segundo a Antropologia

Os antropólogos decidiram classificar as “raças” em três principais grupos:

· CAUCASÓIDE, Europoide ou raça branca.

· AUSTRALÓIDE, Negroide ou raça negra.

· MONGOLÓIDE, Asiático-americano ou raça amarela.

Características do Caucasóides

Pele rosada pela transparência dos vasos sanguíneos, tom de pele mais claro nuns e mais
morenos nos outros. São de cabelos lisos ou ondulados, sistemas pilosos mais ou menos
abundantes no corpo e na cara. Lábio de espessura média, nariz bastante fino e proeminente,
raiz nasal bastante alta, queixo muito ou pouco saído e geralmente a cara não é larga.

Tipos de Caucasóides: Britânicos, franceses, alemães, russos, escandinavos, holandeses e,


etc.

Características do Australóides

Cabelos negros encaracolados, frisado em espiral ou ondulados, pele castanho-chocolate ou


quase negra, mas algumas vezes o tom é castanho-amarelo, olhos castanhos, nariz achatados
ou então em algumas situações bastantes achatados, a maior parte dos casos são
dolicocéfalos.

Tipos de Australóides

Negro africano, papuas, negros da Austrália ou Oceânia.

Características dos Mongolóides


A pele é morena com uma tonalidade amarela, olhos castanhos- escuros, cabelos negros de
um lado, liso e forte, habitualmente não tem bigode nem barba, o sistema piloso é pouco
desenvolvido no corpo, o rosto é bastante achatado, lábios de espessura moderada, estatura
mediana, são braquicéfalos.

Tipos de Mongoloides

Chineses, japoneses, mongóis, malaios índios-americanos, esquimós.

Você também pode gostar