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Uma das melhores formas de conseguirmos um real engajamento da criança aos processos de
aprendizagem – seja em casa ou na escola – é criarmos condições emocionais positivas e estimular-
mos uma boa interação desta com o ambiente e com seus pares. O principal combustível da aprendi-
zagem é a motivação e tais estratégias permitem atingi-lo com mais facilidade.
Costumeiramente, esta pergunta cerca sempre os pais e os professores, ansiosos por descobrirem a
fórmula do sucesso em unir interesse, engajamento e atividades pedagógicas. Mas, primeiramente, é
fundamental antes preparar a criança para este momento e um dos passos primordiais é permitir que
ela tenha um bom desenvolvimento emocional.
Estas características levam a respostas motoras e de atenção que geram consequências positivas ou
negativas na interação social e na execução de tarefas nos mais diversos ambientes.
Muitos pesquisadores nos últimos 30 anos tem trabalhado com a ideia do desenvolvimento do tempe-
ramento precoce como base para entender como auxiliar a criança nestes processos. O tempera-
mento pode ser entendido como um estado emocional que se divide em 2 dimensões: a reatividade e
a autoregulação.
A primeira pode ser entendido como a forma como a criança reage a uma situação desfavorável ou
frustrante de intensidades e formas diferentes. A segunda, como a criança se engaja e se autocorrige
demandando mais atenção e controle motor a cada contexto. O desenvolvimento de ambos inicia no
primeiro ano de vida e se desenrola durante a fase pré-escolar e escolar. O bebê, mais reativo no co-
meço, deve tender, com o tempo, a assumir uma postura mais autoreguladora1,2.
Levar a criança a buscar formas mais autoreguladas para expressar seu temperamento ou para mani-
festar-se emocionalmente em condições desfavoráveis é a grande missão de seus cuidadores. O per-
fil dos cuidadores da criança é decisivo para que ela aprenda a ser construtiva afetivamente e flexível
em suas ações motoras e atencionais. Pais explosivos e impacientes acabam criando filhos com perfil
muito parecido e o contrário é condizente.
Crianças resilientes são muitas vezes frutos de relações onde os temperamentos se acomodam e se
entendem apenas pelo olhar e para resultar num bem comum. Estas crianças aprendem melhor pois
seu ambiente cerebral consegue “abrir” mais conexões com os mais diversos momentos e pessoas
não se negando a viver estes momentos e com estas pessoas.
É na primeira relação com a figura materna ou com um cuidador substituto que o bebê vai estabelecer
o senso de confiança básica no ambiente que o cerca. O bebê que recebe afeto, amor e é atendido em
suas necessidades primordiais com segurança vai desenvolver um sentimento de confiança no ambi-
ente.
A mãe que consegue identificar as necessidades e posteriormente os estados afetivos do bebê ajuda-
o a ir reconhecendo as suas próprias sensações, impulsos e desejos. Ao longo do desenvolvimento, e
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DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SOCIAL
sendo uma criança normal, ela provavelmente terá mais condições de compreender e ser empática em
relação ao meio externo.
O Que é Empatia?
A empatia, segundo Hoffman (1981), é a resposta afetiva apropriada à situação de outra pessoa. Na
psicologia e nas neurociências contemporâneas a empatia seria uma espécie de “inteligência emocio-
nal" e pode ser dividida em dois tipos: a cognitiva - relacionada à capacidade de compreender a pers-
pectiva psicológica das outras pessoas; e a afetiva - relacionada à habilidade de experimentar reações
emocionais por meio da observação da experiência alheia.
A criança não nasce com esta habilidade, e por esta razão precisa de ajuda das figuras parentais e do
ambiente que a cerca para ir desenvolvendo
O estabelecimento de limites precisos é fundamental para o desenvolvimento social, pois ajuda o indi-
víduo a perceber até onde pode ir e agir sem prejudicar e comprometer o espaço do outro, podendo
assimilar melhor o que o ambiente espera dele.
Entretanto, a criança também necessita de uma boa dose de autonomia para explorar o ambiente e se
desenvolver como pessoa que tem vontade e escolhas próprias, se sentindo aceita em todos os as-
pectos de sua personalidade.
Os pais e cuidadores devem ter sensibilidade para oferecer espaço para que o filho possa exercitar
sua autonomia e liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo oferecer limites e contenção externa.
O equilíbrio contenção e autonomia dará segurança e a norteará a criança até onde prosseguir com
suas iniciativas.
É na família onde exercitamos as primeiras trocas sociais e posteriormente na escola com os colegas
e com figuras de autoridade, como por exemplo, o professor. A criança que entra na fase escolar com
uma segurança básica diante de suas capacidades estará mais habilitada a se lançar em novos víncu-
los, novas trocas podendo assumir sua individualidade no grupo.
A escola é o local que propicia o início da identificação da criança com alguns colegas, percebendo as
semelhanças e diferenças entre as pessoas. Exercitará sua capacidade de se expressar com os amigos
e ao mesmo tempo respeitá-los em sua individualidade.
Dificuldades de ajustamento social podem aparecer desde muito cedo, uma criança que tem todas as
suas vontades atendidas de imediato em casa terá dificuldade de tolerar frustrações, respeitar os de-
sejos dos outros, não saberá esperar sua vez e provavelmente vivenciará momentos de sofrimento e
inadequação.
Por outro lado, uma criança insegura poderá fazer tudo para agradar os colegas e ser aceita, aquelas
que não tem limites não aceitarão regras dos outros e podem tentar ser sempre o líder da turma ,
mesmo que seja usando a força e não a empatia.
As crianças hoje em dia vivenciam uma rotina intensa e repleta de atividades, quase sem tem tempo
para a brincadeira livre e espontanea. Dentro deste panorama, encontramos algumas mais estimuladas
e inteligentes, mas frequentemente cansadas, pouco criativas, inseguras e mais vulneráveis emocio-
nalmente.
O brincar e jogar são as maneiras que a criança expressa e constrói seu próprio modo de conduta.
Desenvolve a imitação e aprendizagem da vida dos adultos até mesmo favorece a elaboração de con-
flitos emocionais.
De acordo com a maneira como a criança brinca podemos fazer uma estimativa de seu nível emocional,
social e até intelectual.
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DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SOCIAL
Existe uma evolução natural na maneira da criança brincar. Antes dos 2 anos é a fase do jogo ou
brinquedo solitário onde a criança explora mais os objetos de maneira solitária. Do segundo para o
terceiro ano de vida a criança começa imitar outras na brincadeira, brinca ao lado de outras mas sem
muita interação. Mais próximo do terceiro ano é que a criança aprende o dar e o receber, participa de
jogos de fantasia e já existe uma organização maior dos níveis da brincadeira. Nesta fase começam a
reconhecer liderança ou lutar por ela.
Só a partir dos 4 anos que existe maior cooperação entre os colegas e muitas vezes meninos e meninas
se agrupam separadamente de acordo com seus interesses. Neste momento também conseguem em-
prestar e compartilhar mais os brinquedos.
Estes estágios podem acontecer em ritmos diferentes de acordo com a criança e os estímulos que
recebe, e ocorrem paralelamente ao seu desenvolvimento cognitivo e emocional, mas os pais precisam
saber que na rotina de seu filho deve existir também o tempo para a brincadeira não dirigida, para o
exercício da fantasia e da imaginação.
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