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Universidade de São Paulo

Escola de Artes, Ciências e Humanidades

PROJETO DE PESQUISA

Moda Vegana e Desenvolvimento Sustentável: Oum desafio contemporâneo

Projeto de Mestrado apresentado


como exigência para participar
do processo seletivo do
Programa de Pós-Graduação em
Têxtil e Moda, nível Mestrado,
da Escola de Artes, Ciências e
Humanidades, para o ano de
2022. Na área: Projeto de Têxtil
e Moda. Edital TXM 2014 –
EDITAL EACH/CPG 046/2021.

Nome: Flávia Herissa Uchida


Orientador: Prof. Dr. Antonio Takao.....

Setembro/2021
RESUMO

Houve um grande aumento do consumo mundial, desencadeando grandes impactos

ambientais. Sendo a indústria têxtil, uma das maiores responsáveis pelao poluição e

pela produção de resíduos sólidos no Brasilpaís, o presente trabalho abordará questões

sobre desenvolvimento sustentável e Moda Vegana. Com o aumento da preocupação

doem relação ao meio ambiente em relaçãodevido aos impactos gerados pelo consumo

exacerbado e supérfluo, há também deo aumento no número de indivíduos veganos que

procuram produtos com essa vertente. O tema do presente trabalho é de grande

relevância pelo crescimento de consumidores e carência de produtos com essa

característica. Desse modo, O presente trabalho tem como principal objetivo desbravar

os conceitos sobre de desenvolvimento sustentável e de moda vegana. Desse modo, , de

modo a perceber e analisar a moda vegana e sustentável à luz das mudanças do atual

consumidor pós pandemiapós-pandemia e o quecomo isso pode impactar a indústria da

moda. A metodologia O presentedeste trabalho teráconsistirá como metodologia ema

revisão bibliográfica, procedimentos iconográficos e fontes primárias, bem comoalém

de análise de documentos, artigos e teses. A análise de resultados será feita por meio...?

- desenvolvimento sustentável
- moda vegana
-objetivo
- metodologia
- análise de resultados
Sumário
1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o aumento significativo do consumo mundial ocasionou

grandes impactos ambientais devido à utilização descomedida de recursos naturais

(TONIOLLO et al., 2015). Segundo Mucelin (2004), desde 10 mil a.C. a revolução

agrícola tem afetado cada vez mais o planeta Terra, em função do desmatamento

desenfreado. Desse modo, com o do tempo, a humanidade começa a notar problemas

como a extinção de espécimes da fauna e da flora, a poluição do ar, do solo e o excesso

de matéria orgânica e erosão.

O acirramento da incidência de desastres e de desequilíbrios ambientais

acarretou a escolha e a decisão de governantes realizarem uma série de conferências

globais para tratar essa questão como problema mundial. Assim, já durante a década de

60, pesquisadores e ambientalistas começavam a analisar a questão ambiental

(BERLIM, 2020). No entanto, foi somente em 1972 que ocorreram os eventos mais

decisivos para uma mudança mundial perante as questões ambientais. Naquele ano, a

Organização das Nações Unidas promoveu a Conferência de Estocolmo, como ficou

conhecida mundialmente, na qual foi estabelecido um “Plano de Ação Mundial”, em

que a educação ambiental passou a ser considerada como campo de ação pedagógico,

apresentando relevância internacional (DIAS, 1991).

Diante ade tantas informações circulantes a respeito dos impactos das ações

humanas sobre planeta Terra, é nítido que há uma crescente preocupação com o meio

ambiente e com as gerações futuras. Considerando ainda o contexto da pandemia

mundial, pode-se dizer de que há, de certa forma, questionamentos a respeito da

efemeridade da vida, e do planeta Terra tornaram-se mais emergentes no momento


atual. Nesse cenário, notamos uma expansão no uso do termo “sustentabilidade” tanto

no contexto têxtil, tanto no meio social, educacional, econômico e empresarial. Segundo

Boff (2016), o termo teve origem no contexto da silvicultura, isto é, no manejo de

florestas. Como aponta o autor, a madeira era a principal matéria-prima na construção

de casas, tendo sido utilizada como lenha e na construção de móveis durante o mundo

antigo até o início da Idade Moderna. Também foi muito utilizada durante o século

XVI, a madeira também foi usada na época das Grandes Navegações. Desse modo, as

florestas tornaram-se, no decorrer dos anos, cada vez mais escassas – particularmente

na Espanha e em Portugal, as potências marítimas da época. Assim, em 1560, na

Alemanha, surge pela primeira vez, a preocupação com o uso racional das florestas, de

modo que elas pudessem se regenerar e ser conservadas no local. É, então, nesse

contexto, que nasce a palavra alemã Nachhaltigkeit, que tem como significado,

“sustentabilidade” (BOFF, 2016).

Atualmente, o conceito de sustentabilidade mais utilizado é o da Comissão

Brundtland, segundo o qual “o desenvolvimento sustentável deve satisfazer às

necessidades da geração presente sem comprometer as gerações futuras” (CLARO,

2008, p. 289).

Nessa perspectiva, a exploração de materiais tem sido a premissa para maior

parte de inovação e desenvolvimento sustentável (FLETCHER, 2019). A escolha de

recursos e processos de baixo impacto ambiental, como sublinham os autores Manzini e

Vezzoli (2002), é de crucial importância para garantir o mínimo de impacto ambiental

possível, bem como a utilização de materiais renováveis, materiais biodegradáveis e

materiais que provenham de refugos de processos produtivos, entre outros, em

detrimento do uso de matérias que estão para se exaurir,


Desse modo, é inevitável mencionar que os materiais são essenciais para as ideias de

sustentabilidade, uma vez que é a junção tangível de fluxos e recursos, uso de energia e

trabalho. A moda é também responsável pelos impactos sobre o meio ambiente, sendo a

indústria têxtil uma das mais poluentes do planeta, bem como a contaminação dos rios e

oceanos, consumo de água, desmatamento e a degradação do solo. Tendo em vista que o

Brasil é um dos maiores produtores de vestuário, produzindo mais de R$ 126, 00

bilhões; em 2014, equivalendo a 5,6% do valor total da indústria brasileira de

transformação, segundo dados do IEMI (2015), o país é responsável também pela maior

parte de resíduos sólidos, nos quais são consideradas como inúteis ou descartáveis. E

em relação aos resíduos sólidos têxteis, o Brasil descarta 10 % do volume da matéria

prima usada, ou seja, mais de 1.199.893 toneladas em um ano, gerando

aproximadamente mais de 120 mil toneladas de resíduos têxteis (MILAN; REIS;

VITORAZZI, 2010). Dessa forma, pode-se compreender que há um desperdício de

material que poderia ser reutilizado para fazer outros produtos.

Segundo Fletcher (2019), os materiais fornecem a matéria-prima e o meio físico

para tal expressão e criação de identidade e agir como seres sociais e indivíduos. No

entanto, essa expressão de moda fica restringida pelos mesmos limites naturais finitos,;

o esgotamento de reservas de petróleo é diretamente afetado, sendo influenciada pelo

preço e disponibilidade das fibras petroquímicas; assim, como a crise hídrica pode

afetar as práticas agrícolas e ocasionar a diminuição de algodão, por exemplo.

Assim, pode-se afirmar que os materiais sustentáveis são cruciais para moda.

Tem havido na sociedade, portanto, uma busca crescente por produtos que são

feitos a partir de materiais sustentáveis, que possuem o mínimo de impacto ao meio

ambiente e não degradam a natureza. Na esteira desse movimento, de preocupaçõesão

relativas asàs questões ambientais e aos impactos ecológicos, tem aumentado também,
no campo da moda, a procura por produtos na moda que não envolvem a exploração de

nenhuma vida animal em sua confecção: trata-se dos produtos veganos.

Para dar continuidade a essa abordagem, é necessário, primeiramente,

contextualizar o termo “veganismo”:

O veganismo é uma filosofia e um modo de vida que busca excluir –


na medida do possível e praticável – todas as formas de exploração e
crueldade contra os animais para alimentação, roupa ou qualquer outro
propósito; e, por extensão, promove o desenvolvimento e uso de
alternativas sem animais para o benefício dos animais, humanos e do
meio ambiente. Em termos dietéticos, denota a prática de dispensar
todos os produtos derivados total ou parcialmente de animais (The
Vegan Society, 2012).

No âmbito da moda, os adeptos ao veganismo não consomem nenhum tipo de

produto cuja matéria-prima é animal, tais como peles, lãs e sedas, uma vez que

consideram haver uma exploração e exaltação da morte dos animais na sua fabricação.

Assim, eles optam por peças que são confeccionadas a partir de fibras comde origem

vegetal ou feitas com fibras sintéticas.

O veganismo como movimento e como forma de expressão na moda, busca além

da proteção dos direitos dos animais, percorrendo outras dimensões, tal como a

mudança de comportamento do consumidor. Este passa a ter uma postura mais

investigativa sobre o produto, tratando-se deadotando um consumo mais consciente.

Comoe buscando, por exemplo, ter o conhecimento dos impactos causados ao meio

ambiente durante a fabricação daqueleo produto, saber o tipo de mão de obra utilizada, e

acompanhar órgãos e entidades responsáveis pela regulamentação de práticas de

produção e modificar padrões de consumo (URBAN FLOWERS, 2019).

Todavia, Aapesar de ter como objetivo o menor impacto ecológico, nem todos

os produtos veganos são sustentáveis. No entanto, no campo da moda vegana, há


algumas diferenças de ideologias PG 44. Por um lado, há uma vertente da moda vegana

que contempla somente materiais que não são de origem animal, independentemente se

gerarão impactos no meio ambiente; de outro lado, tem-se a moda vegana sustentável,

que além de prezar pela causa animal, utiliza-se também de materiais que não agridem o

meio ambiente (PROVIN, 2020).

Na visão de Fletcher (2011), o ciclo de uma marca vegana sustentável, desde a

plantação até a produção de fibras que não contenham origem animal, deve ser

acompanhado, uma vez que somente a escolha de uma fibra em detrimento de outra nos

primeiros estágios de produção não implica na sustentabilidade do produto final.

Portanto, é essencial investigar todas as fases de fabricação do produto – desde o

desenvolvimento das fibras diante dos métodos de tingimento e acabamento até a última

fase útil da peça (SALCEDO, 2014).

Nessa direção, Manzini e Vezzoli (2002) apresentam a expressão “Life Cycle

Design”, para se referirem a uma abordagem de desenvolvimento de produtos e serviços

na qual, durante todas as fases de seu projeto, sejam considerados os impactos

ambientais pertinentes ao ciclo de vida do produto – ou seja, nas fases de produção, de

distribuição, de uso e de descarte. Promove-se, assim, uma diminuição dos impactos

negativos possíveis associada ano todo o ciclo de vida do produto como um todo, de

modo a reduzir os insumos de materiais e de energia bem como impacto de refugos e de

todas as emissões.

Por sua vez o autor Leonardo Boff (2016) defende que, para alcançar o

objetivo de desenvolvimento sustentável, é necessário que haja uma mudança

conceitual e uma mudança de práticas, como ocorreram nas revoluções do

passado, no período Neolítico, por meio da agricultura, e no período dos tempos

modernos, por meio da automação e a industrialização. Nesse sentido, o autor


pontua pressupostos para a sustentabilidade, tais como assegurar a vitalidade dos

ecossistemas, manter o equilíbrio da natureza, tratar os danos causados pelo ser

humano aos biomas com seriedade, respeitar os limites de crescimento, e

reconhecer a urgência da mudança de paradigma que permeia a incapacidade de

mudança.

Podem-se enumerar ainda mais algumas estratégias para atingir tal objetivo, a

saber: redução do uso de materiais e de energia, promoção do uso de recursos de baixo

impacto ambiental, otimização da vida útil dos produtos, reutilização dos materiais

descartados e facilitação da desmontagem a fim de facilitar a separação dos materiais

(MANZINI; VEZZOLI, 2002).

Em síntese, a moda vegana e o desenvolvimento sustentável andam em linhas

paralelas, pois ambos os conceitos são complementares e possuem o principal

objetivo que colocar a preservação ambiental como prioridadeo meio ambiente em

primeiro lugar. PARTE NOVA ESCRITA EM AZUL Assim

Em síntese, o veganismo e o desenvolvimento sustentável são princípios que

devem andar juntos. Nesse sentido, é necessário que produtos considerados

veganos também sejam sustentáveis e produtos sustentáveis também sejam, de

certa forma, veganos. Conclui-se que não faz sentido um produto ser sustentável e

apoiar a exploração animal, e, da mesma maneira, não há sentido no fato de um

produto ser vendido como produto vegano, sendo que não é e não ser sustentável,

causando impactos no meio ambiente. Além dissodo fato, há um do uso inapropriado

dos termosdas palavras “ produto vegano” e “produto sustentável”....

Considerando esse impasse, é necessário o questionamento:. Oo termo

“sustentabilidade” está restrito somente ao meio ambiente, ao espaço em que


vivemos? Está relacionadoa somente e estritamente relacionado aos humanos? EOu

também aos animais que assim como nóstambém são habitamntes deste planeta?

Dessa forma, o presente trabalho irá aduzir os conceitos de veganismo e de

desenvolvimento sustentável, mostrando sua importância e urgência. Não obstante,

também mostrar questionamentos sobre a “sustentabilidade”, como um termo usado

erroneamente, pois há um esvaziamento deo seu real significado, não permitindo a

devida mudança ou intervenção. Nesse sentido, iremos apresentar e problematizar

os impactos que o consumo desregrado e o consumo de produtos não sustentáveis

podem gerar para o planeta e principalmente para as gerações futuras,

principalmente. Dessa forma, esperamos proporcionar mais informaçãor e

conscientizaçãor, de forma que as pessoas repensem seu estilo de vida...? que estão

dispostas a terem uma vida com menos impacto no planeta. Assim,Pretende-se

também demonstrar a crucial importância que da moda vegana é de crucial importância

nos dias atuais, uma vez que os recursos do planeta Terra são finitos.

Em síntese, o tema é de extrema urgência e significância, uma vez que é uma

necessidade abordar esse tipo de assunto com uma postura crítica e com embasamento

teórico, pois muitos meios estão deturpando e esvaziando seu real significado, por meio

de usos inadequados da palavra “sustentabilidade”.


2 JUSTIFICATIVA

A temática da sustentabilidade tem sido cada vez mais estudada; porém,

especificamente no ramo da moda vegana, encontram-se poucos trabalhos acadêmicos

em relação a esse tema no contexto brasileiro. Paralelamente, tem se observado o

crescimento do número de consumidores de moda mais conscientes, que buscam

produtos que causam menos impactos no meio ambiente.

De fato, diante da crise ambiental global, há uma grande quantidade de pessoas

interessadas em buscar mais informações a respeito da noção de sustentabilidade; no

entanto, esse conceito ainda é tratado de maneira errônea por diversos meios. O autor

Leonardo Boff (2016) afirma que frequentemente o termo “sustentabilidade” é uma

“falsidade ideológica”, uma vez que problemas ambientais como a contaminação

química dos alimentos e a violência contra a natureza são ocultados. Adicionalmente,

ele acrescenta que tal termo muitas vezes é usado no marketing comercial apenas para

vender e lucrar, raramente sendo algo realmente sustentável.

O conceito de veganismo é igualmente referido de maneira distorcida.

Majoritariamente, os indivíduos só obtêm a informação de que o veganismo é uma dieta

restrita e de que os veganos não se alimentam de carne animal tão somente pelo

sentimento de compaixão (BERNARDES, 2016). É preciso, portanto, esclarecer que o

veganismo vai além de uma questão de exploração animal, estando diretamente

relacionado também à consciência em relação a questões ambientais.

Isso porque o consumo desregrado de carne em larga escala gera grandes

impactos ao meio ambiente em função dos recursos empregados para a criação dos

rebanhos bovinos. Segundo Magalhães e Oliveira (2019), os impactos são diversos;

dentre eles, os autores mencionam a elevada emissão, pelo gado, de um dos principais
gases que aumentam o efeito estufa – o metano – na atmosfera. Além disso, destacam a

devastação desenfreada de amplas áreas verdes a fim de serem transformadas em pastos

e a enorme quantidade de água utilizada para o cultivo de grãos e para a sobrevivência

desses animais (MAGALHÃES; OLIVEIRA, 2019). Nesse contexto, vale ressaltar

inclusive que uma das principais causas do desmatamento da Amazônia é a pecuária,

uma vez que milhares hectares de fauna e flora são desmatados para a criação de gado e

a plantação de grãos destinados à produção de ração, base da alimentação dos rebanhos

(RIVERO et al., 2009). Desse modo, pode-se dizer que uma vasta área da floresta

amazônica está sendo dizimada por conta do consumo de carne bovina.

Perante esse quadro, e com a maior conscientização em relação a esses processos

de degradação da natureza, tem se visto um aumento significativo na adesão ao

vegetarianismo e ao veganismo no Brasil. Estima-se que 4% da população brasileira já

é vegetariana ou vegana (RIBEIRO, 2019). Por conseguinte, o aumento no número de

indivíduos adeptos leva também a uma maior procura por produtos com essa ideologia.

Diante desta mudança de nicho de mercado, é inegável que este fenômeno produz

repercussões na indústria têxtil.

Diga-se de passagem, deve-se lembrar de que a indústria têxtil é uma das

principais responsáveis por problemas ambientais, pois além do alto consumo de água,

ela promove o descarte inadequado de materiais, o que pode ser fonte de contaminação

e trazer riscos à vida humana (QUEIROZ et al., 2016). Ainda, somado ao impacto

ambiental gerado durante seus processos de produção, destaca-se também o consumo

exagerado e a rapidez do descarte de produtos induzidos por essa indústria (BERLIM,

2020).
Em contrapartida, a exposição dos impactos que certos produtos têxteis causam

no meio ambiente e a mudança de postura dos consumidores atuais fez com que estes

passassem a exigir produtos mais sustentáveis e com menor impacto ambiental, de

modo que peças feitas com algodão orgânico ou com plástico reciclado, por exemplo,

têm ganhado mais espaço no mercado. Recentemente ainda, impulsionadas pela

pandemia mundial, essas significativas alterações no comportamento do consumidor

trouxeram consequências consideráveis para o mercado da moda. Tendo em vista

produtos mais ecológicos, que agridam menos o meio ambiente, o consumidor opta por

itens mais duráveis e por marcas mais responsáveis em relação ao meio ambiente.

No entanto, existe um paradoxo na ideia de moda sustentável, uma vez que

muitas marcas que recebem essa denominação ainda continuam a incentivar

consumo massivo. Com efeito, pautado em uma sociedade que, de maneira narcisista,

preza sobretudo pelo estético e excede o limite do que é realmente necessário e o que é

supérfluo, o mercado da moda atual é efêmero e leva a um consumismo desenfreado por

parte do consumidor (PROVIN, 2020). Tal forma de consumismo, como discorre

Zygmunt Bauman (2001), discorre sobre o consumo desenfreado não está ligadoa

necessariamente coma questões de pura necessidade, mas com ao mero desejo de “ter”

por capricho. Em síntese, o consumismo de hoje não está mais relacionadoa deà

satisfação da aquisição de objetos em si, mas ao desejo que contempla tudo que é

volátil, caprichoso e efêmero. Ademais, acrescentamos ainda que a indústria da moda é

uma grande colaboradora nda exploração animal, ejá que anular essa exploração

implicaria na diminuição de grandes fontes de rendimento econômico. – embora, é

preciso destacar, existamem vários meios de obter lucro sem a necessidade da

exploração animal e ambiental (COUTO, 2018).


Segundo Ribeiro (2019), a procura por produtos ecologicamente corretos está

mudando o mercado e gerando grande impacto nos bens de consumo.

AdicionalmentePor outro lado, os seres humanosa sociedade estáão cada vez

mais críticaos e questionadaores em relação ao consumo exacerbado, e buscando cada

vez mais formas dealternativas para que a degradação impactar menos do meio

ambiente seja cada vez menor. , levando-se em conta que não existe impacto ambiental

nulo. Embora, Ssegundo Boff (2016), o impacto ambiental zero não sejaé possível, –

razão pela qual toda a geração de energia resulta em algum custo ambiental –, . No

entanto, o esforço deve estar na direçãoem função de proteger a natureza, preservá-la, e

não retirar mais do que a natureza oferece, de forma a exercerndo, assim, o conceito de

“pegada ecológica” – isto é, a capacidade de o planeta Terra repor aquilo que foi tirado

pelo consumo humano, conforme define o mesmo autor. , o conceito de “pegada

ecológica” é a capacidade de o planeta Terra repor aquilo que foi tirado pelo consumo

humano. Por conseguinte, estimou-se que em 1961 precisava de 63% da Terra para

atender a demanda humana, em 1980 de 100,6%, em 2005 de 145% e finalmente, em

2030 precisará de 3 planetas Terra.

Desse modo, há um aumento de consumidores que estão à procura de produtos

veganos e sustentáveis. Segundo Ribeiro (2019), a procura por produtos ecologicamente

corretos está mudando o mercado e gerando grande impacto nos bens de consumo.

Tendo em vista a carência desse tipo de produto no mercado atualmente e de produtos

mais acessíveis, este trabalho será um meio de estudo e de conhecimento sobre a área do

veganismo no âmbito da moda e sustentabilidade, dando sua devida urgência e

importância para a sociedade.


mas também para a sociedade, cujo tema é de extrema urgência e que carece de

visibilidade e de conhecimento.

Nesse sentido, este trabalho é essencialmente motivado pela necessidade e

urgência da temática, uma vez que houve um aumento significativo ... questões

ambientais, preocupação com o meio ambiente e questionamentos sobre

desenvolvimento sustentável.

Dessa maneira, é um tema atual que será de grande relevância na área de Têxtil e

Moda, assim como para a área de sustentabilidade e suas articulações. Como referido

anteriormente, a questão da urgência de apresentar informações relevantes e de

esclarecimentos de certos conceitos em relação ao questionamento sobre o que é

sustentabilidade e o papel da sociedade diante da problemática do consumo exacerbado

à luz de um cenário de pós-pandemia mundial.

Por conseguinte, esse trabalho será de grande esclarecimento para a área de

Têxtil e Moda, uma vez que abordará conceitos fundamentais acerca do

desenvolvimento sustentável e da moda vegana no contexto atual – haja

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

O principal objetivo do presente trabalho é apresentar o veganismo como movimento

crescente e suas vertentes, juntamente com os desdobramentos do desenvolvimento

sustentável. Investigar toda a cadeia produtiva da moda vegana e averiguar se produtos

veganos estão sendo também produtos sustentáveis. Essencialmente, o projeto tem

como finalidade analisar o mercado têxtil vegano e sustentável, analisar quais são as
dores do consumidor que está cada vez mais em expansão atualmente. Adicionalmente,

perceber e analisar a moda vegana e sustentável à luz das mudanças do atual

consumidor pós pandemia e o que isso pode impactar a indústria da moda.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para atingir o objetivo principal foram estabelecidos quatro objetivos específicos:

A. Realizar levantamentos bibliográficos sobre veganismo. E verificar na literatura

pesquisas que exploram seguimentos do setor da moda e em outras áreas;

B. Verificar se empresas intituladas de veganas estão de acordo com as diretrizes

desta.;

C. Analisar a cadeia produtiva da moda vegana;

D. Averiguar se as empresas que se intitulam decomo sustentáveis e veganas estão

realmente de acordo e seguindo tais critérios.

4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E PLANO DE TRABALHO

Meses

Atividades 1 1
2 4 6 8 10 12 18 20 22 24
4 6
Cumprimento de créditos
Delimitação temática
Revisão bibliográfica
Análise de dados
Organização do roteiro
Redação do trabalho
Revisão
Defesa da dissertação
5 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho terá como metodologia a revisão bibliográfica, procedimentos

iconográficos e fontes primárias, bem como documentos, artigos e teses. Pesquisas

bibliográficas serão feitas com o objetivo de conhecer a moda vegana e

desenvolvimento sustentável; tal como levantar pesquisas sobre a cadeia produtiva têxtil

vegana em diversos aspectos, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de

produtos sustentáveis e a importância de seus impactos no meio ambiente e na

sociedade.

A metodologia a que se filia esta proposta de pesquisa é predominantemente qualitativo.

Conforme explica Alves-Mazzotti e Gewandsznajer (1999, p.131), a principal

característica das pesquisas qualitativas é o fato de que estas seguem a tradição

“compreensiva” ou interpretativa dos dados. Isto significa que essas pesquisas partem

do pressuposto de que as pessoas agem em função de suas crenças, percepções,

sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um sentido, um significado

que não se dá a conhecer de modo imediato, precisa ser desvelado.

Tendo em vista essa questão, o tipo de pesquisa que será utilizado é o tipo

bibliográfico, visto que será necessário o aprofundamento de conceitos que estão

alicerçados com o objeto de pesquisa em questão, apresentados na seção introdutória no

presente projeto. Nesse sentido, serão abordados conceitos fundamentais no âmbito da

moda vegana e do desenvolvimento sustentável, bem como produções e estudos mais

recentes envolvendo veganismo e desenvolvimento sustentável.

6 FORMA DE ANÁLISE DE RESULTADOS


Os resultados obtidos pela análise serão interpretados pelo crivo das noções,

ideias e teorias que conformam o objeto investigado. Isso quer dizer que

conduzirão o processo de interpretação e as relações necessárias com o

conhecimento científico recente e firmado da psicanálise, sobremaneira.

O cotejo das diferentes percepções teóricas também será realizado para a

adequação e análise dos dados. Exempli gratia, a noção de subjetividade que possui

nuances diferentes, dependendo da fonte teórica considerada.

Por fim, a caracterização dos aspectos relacionados aos prolegômenos que

orientam o saber psiquiátrico em relação à tensão pré-menstrual serão

devidamente relevados e respeitados na relação com os quais e assumimos no

presente projeto, e creditamos eminentemente importantes.

Compreendemos, portanto, o objeto de análise, de onde partirão os

resultados que são interpretados, como multifacetado e, por essa razão, passível de

diferentes representações e construções teóricas, o que não depõe contra seu valor.

Pelo contrário, mostra a complexidade e relevância para o conhecimento humano,

dentro do qual está o científico.

Papel do orientador

Consulta a especialistas

Atualização bibliográfica, referencia bibliográfica


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SINGER, Peter. Libertação Animal. Tradução de Marly Winck. São Paulo: Editora WMF Martins

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LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Rio de Janeiro: Rocco, 1997

SALCEDO, Elena. Moda ética para um futuro sustentável. Tradução de Denis Fracalossi.

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MANZINI E VEZOLO

BOFF

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https://www.vegansociety.com/go-vegan/definition-veganism> . Acesso em: 26 de julho de

2021.
Segundo Cain, a palavra “ecologia” tem como definição como o estudo científico das

interações entre os organismos e seu ambiente. Assim, a ecologia é a especialidade da

Biologia que estuda as interações do ser vivo com o meio ambiente (CAIN, 2018). ????

A diferenciação ambiental em marketing, tb denominade de mk verde, mk ambiental,

mkt ecológico e ecomarketing é um caso especia de mkt e de diferenciação de produtos.

Esse termo faz referencia aos instrumentos mercadológicos para explorar benefícios

ambientais proporcionados por um determinado produto, cujos benefícios mais

valorizados são aqueles que contemplam a sustentabilidade. De acordo com Gonzaga

(2005), com a utilização do Marketing verde, pressupõe-se a possibilidade de criar

riquezas com a diminuição de impactos ambientais negativos e o incentivo de mudanças

sociais que afetam hábitos de consumo.

Dessa forma, PROCURAR REFERENCIANo entanto, há uma resistência em relação

ao produto vegano, uma vez que o custo financeiro é mais elevado do que outros

produtos. Isso se deve ao fato de que tais produtos, na maioria das vezes são

confeccionados a partir de materiais mais sustentáveis e/ou orgânicos, que demandam

mais de qualidade do que quantidade. Dessa forma, tais produtos duram muito mais ou
até mesmo são biodegradáveis. Tendo em vista a grande propagação de informações

sobre os benefícios de uma vida mais saudável e mais duradoura, há um encarecimento

de tais produtos que apresentam tal característica, dessa forma, muitos produtos

veganos, principalmente do setor do vestuário.

QUAL O IMPECÍLIO PARA COMPRAR UM PRODUTO VEGANO?

Com o conceito de “moda sustentável” muitas magazines e marcas de roupas vendem

produtos com tal característica, porém são confeccionadas por indivíduos que trabalham

em condições irregulares e muitas vezes, por meio da mão de obra escrava. Desse

modo, é inegável pensar que mesmo sendo produtos etiquetados como sustentáveis, na

grande maioria é, provavelmente são peças feitas por trabalhadores que são submetidos

a terríveis circunstancias.

Por isso, vale ressaltar a importância e a urgência do tema deste trabalho, visto que o

conceito e desdobramentos sobre Moda Sustentável vai além da mudança de matéria

prima somente. A parte social da Sustentabilidade é extremamente importante, uma vez

que as pessoas que confeccionam as roupas são em primeiro lugar, indivíduos que

possuem sentimentos, personalidade e identidade.

Segundo Bauman em A Vida para o Consumo, ressalta a desumanização do trabalhador

como indivíduo, e questiona a existência do ser humano como consumidor ou o próprio

produto. O autor apresenta outras articulações referentes à essa questão. O autor

exemplifica sua afirmação por meio de exemplos. O indivíduo que se não tem uma vida

exposta nas mídias sociais e não tem interesse nenhum em mostra-la, tende ser um

indivíduo excluído ou diferente dos demais. Um indivíduo que está no começo de sua

carreira e está buscando oportunidades, quer se encaixar no mercado, se tornando aquilo


o que este pede. Por meio destes dois exemplos, o autor explica que o ser como

indivíduo se torna um produto a ser apto para o mercado exigente que é o mundo.

Nesse sentido, é possível comparar a obra de Bauman ao trabalho escravo

contemporâneo.

Infelizmente, ainda existe trabalho escravo, principalmente no setor têxtil.

Dessa forma, é inevitável ressaltar que a questão social, muitas vezes não apresentada

pelos meios de comunicação e de conhecimento, acabam sendo menosprezadas por

estes, uma vez que tais meios priorizam a questão de sustentabilidade somente pelo

âmbito de matéria prima, não o social.

A questão social é de extrema urgência, conjuntamente com a questão dos impactos da

indústria têxtil, essencialmente representado nesse trabalho.

LADO SOCIAL RELEVANTE PARA A JUSTIFICATIVA? Sim, sustentatabilidade

em todos os sentidos. É necessário que isso mude. Muitas peças são catalogadas como

“sustentáveis” mas são confeccionadas por indivíduos que vivem em condições

sunhumanas. De que adianta? Sustentável para todos, socialmente justa,

economicamente viável.

EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL

Segundo Lauv (2005), o atual distanciamento do ser humano com a natureza podem

gerar problemas mentais e físicos. As crianças são as que estão sendo mais afetadas,

pois as escolas estão deixando de fazer passeios ao ar livre e deixando jovens mais

tempo dentro das escolas. O autor revela que jovens e crianças estão cada vez mais sem

experiencias humanas e criatividade, focadas numa mesma rotina. Conforme o autor, os


principais problemas gerados pela falta de interação com a natureza estão a dificuldade

de concentração, obesidade, ansiedade e deficiência de vitamina D.

Por conseguinte, é relevante e importante ressaltar que o conceito de sustentabilidade

não se restringe somente as razões já citadas, mas também a inclusão social, igualdade

de direitos, democratização ..., .

Segundo Eça (2010), o desafio do desenvolvimento sustentável consiste em mudanças

sociais, políticas e econômicas no contexto do sentido de igualdade, visto que na

sociedade atual a desigualdade material é alicerçada pela forma como os indivíduos

revelam seu “papel na sociedade”, abdicando a sua categoria de subordinação aos que

tomam decisões sobre suas vidas. Esta postura social sempre é acompanhada pela

estrutura desigual do capital, contribuindo para o contato entre as estruturas materiais

reprodutivas e a dimensão cultural, criando indivíduos com subordinação acrítica.

Do ponto de vista da autora Eça (2010), a educação atual poderá, a longo prazo,

contribuir para e preparar jovens para o desenvolvimento sustentável futuramente.

Adicionalmente, esse caminho educacional poderá ser a única forma para preservar a

economia de uma nação e equilíbrio ambiental.

Nesse sentido, a educação sustentável não implica somente em responsabilidades

ecológicas, mas também pensar sobre a própria vida como indivíduo e cidadão na

sociedade (SATO et al, 2010).

A cadeia têxtil é formada por cinco principais etapas, são elas: produção das fibras,

manufaturadas e naturais; processo de fiação, no qual se obtém os fios a partir das

fibras; tecelagem e malharia, aonde os fios são convertidos em tecidos; e finalmente, o

beneficiamento, que apresenta todos os acabamentos aplicados no tecido (FUJITA et al,

2015).
O Brasil está entre os maiores produtores de vestuário, produzindo mais de R$ 126, 00

bilhões; em 2014. Isso equivale a 5,6% do valor total da indústria brasileira de

transformação, desconsiderando as atividades de extração e a construção civil, que

fazem parte do setor secundário da economia. Entre 2004 e 2014 a participação do setor

têxtil e de vestuário no PIB passou de 4.1% a 5,6% (IEMI, 2015).

Dessa forma, o país é responsável também pela maior parte de resíduos sólidos, em que

sua denominação seria restos ou sobras de um determinado processo produtivo, no qual

são consideradas como inúteis e descartáveis. E em relação aos resíduos sólidos têxteis,

o Brasil descarta 10 % do volume da matéria prima usada, ou seja, mais de 1.199.893

toneladas em um ano, gerando aproximadamente mais de 120 mil toneladas de resíduos

têxteis (MILAN; REIS; VITORAZZI, 2010).

Dessa forma, surgiu-se o slow fashion, cujo principal objetivo não é o consumo

exacerbado, mas a preocupação com a meio ambiente e nas questões socioculturais, no

qual contempla aspectos de novas formas de oportunidades e negócios (ANICET,

2011).

Adicionalmente, Livni (2011), complementa que o slow fashion consiste na produção de

peças com menos impacto ao meio ambiente, não visando a diminuição de

produtividade, mas aprimorá-la, priorizando a qualidade do produto final.

Segundo Cietta (2019), o movimento do fast fashion não foi desenvolvido pela moda

rápida, a razão pela qual houve grande aceitação desse tipo de movimento no século

XXI foi pela conexão de sistemas de informação, com uma rápida velocidade de

dispersão de qualquer tipo de informação, inclusive tendências.

A indústria têxtil é uma das mais desenvolvidas atualmente, com vários processos de

desenvolvimento para o produto final.


A cadeia têxtil é formada por cinco principais etapas, são elas: produção das fibras,

manufaturadas e naturais; processo de fiação, no qual se obtém os fios a partir das

fibras; tecelagem e malharia, aonde os fios são convertidos em tecidos; e finalmente, o

beneficiamento, que apresenta todos os acabamentos aplicados no tecido (FUJITA et al,

2015).

No contexto brasileiro, o país é um dos países que mais produz resíduos agroindustriais,

devido ao seu potencial agrícola (INFANTE, et al, 2013).

Muitas marcas de moda seguem a vertente do fast fashion, em que se contempla a moda

efêmera, seguem tendencias de moda, as peças são produzidas em alta escala, cujos

produtos apresentam baixa qualidade e o são focadas no consumo em massa.

Infelizmente, tais produtos são produzidos a partir do trabalho escravo ou outro tipo de

inconformidade. Desse modo, o descarte de roupas é mais frequente e não possui grande

durabilidade (ANICET, 2013).

Segundo um estudo de Harvard, estima-se a eliminação de 27.000 a 100.000 espécies

anualmente no mundo todo. Além disso, mais de 122% das plantas do mundo estão com

risco de extinção, segundo uma pesquisa publicado pelo PNUMA de 2011 (BOFF,

2016)

SUSTENTABILIDADE E VEGANISMO

Articulação para encontrar melhores e mais éticos fornecedores, iniciativa para

idealizar sustentabilidade desde o planejamento do produto, persistência para

defender práticas sustentáveis na empresa, criatividade para desenhar peças

incríveis e conscientes, preocupação com o coletivo

Desenvolvimento sustentável é feito de pequenas atitudes, que ao todo fazem

grande diferença e para a humanidade e para o planeta.


Estabelece-se assim um critério metodológico que permite particularizar o conjunto das

conseqüências de uma proposta de produto, mesmo para aquelas fases que normalmente não

seriam consideradas no momento do projeto. Podem-se, assim, identificar e colocar, com mais

clareza e eficácia ,os objetivos de redução do impacto ambiental desejado. Obviamente, é

necessário que a perspectiva ambiental se integre em todos os aspectos do processo de

desenvolvimento, não somente no design, mas também, por exemplo, no management e no

marketing do produto.

Para este fim, no processo de projeto, deverá ser delinido um perfil das fases do ciclo de vida

do produto. punindoda extração da matéria-prima. até à eliminação dos seus refugos e dos

resíduos.

O objetivo do Life Cycle Design é o de reduzir a carga ambiental associada a todo o

ciclo de vida de um produto. Em outras palavras, a intenção é criar uma ideia sistêmica

de produto, em que os inputs de materiais e de energia bem como o impacto de todas as

emissões e refugos sejam reduzidos ao mínimo possível, seja em termos quantitativos

ou qualitativos, ponderando assim a nocividade de seus efeitos. P. 100

ONDE ENTRA O VEGANISMO?

A minimização dos recursos:

- minimizar o conteúdo material de um produto

-minimizar as perdas e refugos


Minimizar o consumo de energia para a produção

- minimizar o consumo de recursos no desenvolvimento dos produtos

A ESCOLHA DE RECURSOS E PROCESSOS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL

- Evitar inserir materiais tóxicos e danosos no produto

- minimizar o risco dos materiais tóxicos e danosos

- evitar aditivos que causam emissões toxicas ou danosas

- evitar acabamentos tóxicos e danosos

- escolher maérias com menor conteúdo toxico de emissões na pre-produção

- projetar produtos de maneira a evitar o uso de materiais de consumo toxico e danosos

- usar materiais renováveis

- evitar usar matérias que estão para se exaurir

- usar materiais que provenham de refugos de processos produtivos

- usar materiais biodegradáveis

ANO DESCRIÇÃO JAN- MAR- MAI- JUL- SET- NOV- DEZ


FEV ABR JUN AGO OUT DEZ
DAS ETAPAS

2022 Reformulação X X
do projeto
Revisão X X X X X
Bibliográfica
Análise de X
dados
Organização X X X
do Roteiro
2023 Redação do X X X X X
Trabalho
Revisão X X
Defesa da X
Dissertação

Com efeito, por muito tempo os animais têm sido submetidos a circunstâncias e

a tratamentos cruéis com a finalidade de atender as necessidades humanas. Entretanto, o

fato do ser humano possuir um elevado nível de inteligência não concede a ele o direito

de explorar seres não humanos para seus próprios fins, como sustenta Peter Singer

(1975), O principal filósofo e escritor sobre esse assunto. Ele nomeia tal atitude de

“especismo”, isto é, quando o indivíduo tende a ser favorável aos interesses da própria

espécie em detrimento de outras. Adicionalmente, Singer (2010), em seu livro

“Libertação Animal”, questiona a realização de experimentos em animais em

laboratórios, a criação intensiva de animais para consumo humano, entre outras práticas.

Para o escritor, todos os animais são iguais, e o estatuto do ser humano não é o de

superioridade sobre outras espécies, mas o de igualdade.

Desse modo, os indivíduos defendem e lutam pela causa animal, e não utilizam

nenhum serviço ou produto que tenha no seu processo de produção a exploração animal.

Desse modo, os indivíduos adeptos ao veganismo, não apenas não se alimentam de

peixe ou carne vermelha, como também não consomem mel, ovos, leite e seus
derivados. Além disso, como complementa Barros (2013),os adeptos ao veganismo são

contra a todos os produtos e serviços que envolvem animais, seja no âmbito da indústria

de cosméticos, da alimentação, de vestuários, entre outros.

Por muito tempo, peles e outros materiais de origem animal eram considerados

artigos de luxo e de ostentação. O período do final da Segunda Guerra Mundial e início

dos anos 70 foi considerado a era de ouro do comércio de peles provenientes da

Amazônia, bem como peles de capivara, onça pintada e outros felinos, além de couro de

crocodilianos. Durante o auge do comércio de couro de crocodilianos, entre 1950 e

1960, estima-se que dentre cinco a dez milhões de peles de crocodilos foram vendidos

no mundo todo anualmente (REDFORD, 1992). Segundo Lurie (1997), nas décadas de

60 e 70 houve o aumento do número de espécies ameaçadas de extinção, por

conseguinte, casacos de pele se tornaram menos populares entre as pessoas. Atualmente,

ainda existem casacos de peles de animais selvagens sendo vendidos no mercado, mas

com pouca procura, uma vez que tais produtos passaram a ser associados a desrespeito

aos valores ambientais.

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