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Esforços em

muros de
contenção
tipo grelha

Eng. Marcus Nóbrega


Eduardo Pezzinatto
1
SUMÁRIO
• Exemplo 01 – Solo estratificado em 3 camadas
 Inserção dos dados no software
Cálculo dos esforços horizontais e verticais atuantes sobre os
elementos estruturais
 Resultados
• Tutorial dos esforços atuantes nas estruturas de contenção segundo o
método de Rankine – Exemplo 1

2
O que a planilha faz?

• Calcula os carregamentos distribuídos ao longo das vigas devido às tensões horizontais


provocadas pelo solo;

• Calcula os carregamentos distribuídos ao longo das vigas devido às cargas de peso próprio
da viga e da alvenaria de fechamento;

• Fornece o diagrama de tensões horizontais ativas com indicação do nível d’água;

• Fornece o diagrama de tensão devido ao empuxo hidrostático;

• Calcula os carregamentos de força normal, cortante e momento fletor na base do pilar.


3
20 kN/m²

Exemplo 1 – Solo
estratificado em 3 Solo 1 – Argila Arenosa
ρ = 17 kN/m³
camadas rsat= 19 kN/m³
2m
Calcule os esforços atuantes sobre uma F’ = 27º
estrutura de contenção do tipo grelha com C = 15 kPa 3,5 m
dados:
Solo 2 – Areia pouco compacta
ρ = 18 kN/m³
• 6 metros de altura de contenção; rsat= 20 kN/m³ 2m
F’ = 30º
• Pilares espaçados a cada 1,5 C = 0 kPa N.A.
metros;
• 4 vigas;
Solo 3 – Areia Compacta
• Alvenaria de fechamento. ρ = 20 kN/m³
rsat = 22 kN/m³ 2m
F’ = 40º
C = 0 kPa

4
Inserção dos dados no
software

5
Inserção de dados
no software –
Página principal
Na tela principal do software, o usuário
poderá:
• Definir com quantas camadas de solo
deseja trabalhar;
• Ter acesso às páginas que dão acesso
aos campos necessários para atribuir as
características de cada camada de solo;
• Ter acesso à página para definir as
características geométricas da estrutura
(pilares e vigas);
• Ter acesso à página para definir as
características gerais da contenção;

6
Inserção de dados
no software –
Características solos
Ao clicar sobre o botão para definir as
características do Solo o usuário poderá:
• Selecionar a quantidade de solos
estratificados;
• Definir o tipo de solo que está
trabalhando. Essa opção preencherá
automaticamente todos os campos
relativos às características do solo com
valores padrões que podem ser alterados
de acordo com o usuário;
• Alterar as propriedades padrão do tipo
de solo que está trabalhando;
• Atribuir uma profundidade ao nível do
solo.

7
Inserção de dados
no software –
Características solos
Como o banco de dados do software não
possui o solo “Argila arenosa”, pode ser
atribuído o solo “Argila mole” e modificado
as propriedades do solo, como são
mostrados nas figuras ao lado.
Além disso, já pode ser atribuída a cota de
profundidade da primeira camada de solo.
O mesmo procedimento é realizado com as
camadas de solo 2 e 3.

8
Inserção de dados
no software –
Dados da estrutura
Nesta etapa são inseridos os valores
referentes às dimensões geométricas dos
elementos estruturais que compõe a
estrutura de contenção assim como a base
da alvenaria de fechamento (dimensão em
corte) e o peso específico da mesma.

9
Inserção de dados
no software –
Dados da estrutura
Considerações:
• A base do pilar é a dimensão em vista;
• A altura da viga é a dimensão em vista;
• A altura da viga baldrame é a dimensão
em vista;
• A altura do pilar é a dimensão em corte;
• A base da viga é a dimensão em corte;
• A base da viga baldrame é a dimensão
em corte;
• A base da alvenaria é a dimensão em
corte.

10
Inserção de dados
no software –
Dados do muro
Nesta etapa são inseridos os valores referentes
às características da estrutura a ser
contendida.
• A altura arrimada compreende da cota
superior da estrutura de contenção até o
topo da viga baldrame;
• O pano é a menor distância entre dois
pilares;
• A quantidade de vigas inclui a viga
baldrame e varia de 2 até 10;
• O nível freático é a distância do topo da
estrutura até o nível d’água do solo;
• A sobrecarga é a carga atuante sobre o solo
da estrutura a ser contendida.

11
Exemplo 1 –
Cálculos a serem
realizados
Com todos os parâmetros cadastrados no
software, o botão “Calcular” mudará para a
cor verde, então é necessário clicar sobre o
botão “Calcular” para atualizar o relatório
que contém os diagramas de tensões e os
carregamentos sobre a estrutura.
Após o cálculo, é possível exportar o
relatório em formato PDF ou retornar para a
página principal e fazer alterações.
Caso o analista deseje, o botão “Novo
cálculo” apaga todos os dados cadastrados.
O botão encerrar encerra o processo e fecha
a planilha, apagando todos os dados
cadastrados no programa.

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Exemplo 1 –
Resultados
Os cálculos realizados são feitos todo em
ambiente Visual Basic, que é o ambiente de
programação do Microsoft Excel.
O cálculo detalhado deste exemplo
explicando como foi preparado no Visual
Basic será explicado nas páginas seguintes.
Além disso, clicando sobre o botão “Inserir
dados do e-book” dentro da página
“Explicação”, a planilha irá inserir todos os
dados deste material, para que o usuário
possa acompanhar com a planilha.

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Exemplo 1 –
Resultados
Os cálculos realizados são feitos todo em
ambiente Visual Basic, que é o ambiente de
programação do Microsoft Excel.
O cálculo detalhado deste exemplo
explicando como foi preparado no Visual
Basic será explicado para este exemplo nas
páginas seguintes.

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Cálculo dos esforços
horizontais e verticais
atuantes na estrutura de
contenção tipo grelha
Tutorial dos esforços atuantes nas estruturas de contenção segundo o método de
Rankine – Exemplo 1

15
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Para que as estruturas de contenção sejam adequadamente dimensionadas, é
necessário conhecer as pressões que o solo aplica nessas estruturas.
Pensando nisso, é necessário relacionar a tensão vertical do solo devido ao seu
peso próprio com a tensão equivalente horizontal que tende a deslocar o muro
lateralmente. Para isso, é utilizado um coeficiente de empuxo ativo, Ka, cuja
fórmula é desenvolvida na equação 1 onde ∅ é o ângulo de atrito do solo em
questão.

16
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
O empuxo atuante sobre a estrutura de contenção varia linearmente com a
profundidade para um mesmo solo de acordo com a equação 2 onde 𝜎ℎ é a
tensão horizontal em kN/m², 𝜎𝑣 é a tensão vertical total em kN/m², C é a
coesão em kN/m².

A tensão vertical é calculada de acordo com a equação 3 onde 𝛾 é o peso


específico do solo e h é a altura da camada.

17
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
O segundo termo dessa equação é negativo porque a presença de coesão num
solo possibilita manter um corte vertical sem a necessidade de escoramento.
Portanto quando o solo mais raso for coesivo, a tensão horizontal atuante
sobre a contenção pode ser nula até uma altura crítica (Z0) na qual o empuxo
resultante é nulo. A equação 4 defini a altura crítica para solos coesivos onde
“q” é a sobrecarga sobre o terreno.

Observação: Para este software, foi considerado que a altura crítica possui
uma profundidade menor que o nível freático e que o nível do solo 2.
18
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Observação 2: Para este memorial de cálculo, os cálculos serão realizados com
todas as casas decimais, assim como no software, no entanto os resultados
serão apresentados com apenas duas casas decimais.

Cálculo dos coeficientes de Verificação da altura


empuxo ativo: crítica:

Portanto, o empuxo efetivo


está abaixo do nível do
terreno.

19
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Empuxo ativo para a profundidade de 2 metros com as propriedades do solo 1:

𝜎ℎ = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎 − 2 × 𝐶 ∗ 𝐾𝑎 = 20 + 17 × 2 × 0,37 − 2 × 15 × 0,37 = 1,89 𝑘𝑁/𝑚²


Empuxo ativo para a profundidade de 2 metros com as propriedades do solo 2:

𝜎ℎ = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎 − 2 × 𝐶 ∗ 𝐾𝑎 = 20 + 17 × 2 × 0,33 − 2 × 0 × 0,33 = 18,00 𝑘𝑁/𝑚²


Empuxo ativo para a profundidade de 3,5 metros:
𝜎ℎ = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎 − 2 × 𝐶 ∗ 𝐾𝑎 = 20 + 17 × 2 + 18 × 1,5 × 0,33 − 2 × 0 × 0,33 = 27 𝑘𝑁/𝑚²

Empuxo ativo para a profundidade de 4 metros com as propriedades do solo 2

𝜎ℎ = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎 − 2 × 𝐶 ∗ 𝐾𝑎 = 20 + 17 × 2 + 18 × 1,5 + 20 − 10 × 0,5 × 0,33 − 2 × 0 × 0,33 = 28,67 𝑘𝑁/𝑚²

20
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Empuxo ativo para a profundidade de 4 metros com as propriedades do solo 3:

𝜎ℎ = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎 − 2 × 𝐶 ∗ 𝐾𝑎 = 20 + 17 × 2 + 18 × 1,5 + 20 − 10 × 0,5 × 0,22 − 2 × 0 × 0,22 = 18,70 𝑘𝑁/𝑚²

Empuxo ativo para a profundidade de 6 metros:


𝜎ℎ = 𝜎𝑣 × 𝐾𝑎 − 2 × 𝐶 ∗ 𝐾𝑎 = [20 + 17 × 2 + 18 × 1,5 + (20 − 10) × 0,5 + (22 − 10) × 2] × 0,22 − 2 × 0 × 0,22

𝜎ℎ = 23,92𝑘 𝑁Τ𝑚 ²
Tensão hidrostática para a profundidade de 6 metros:
𝜎ℎ = 𝛾 × ℎ = 10 × 6 − 3,5 = 25 𝑘 𝑁Τ𝑚 ²

Calculado as tensões horizontais efetivas (figura 2) e as pressão neutra (Figura


3) atuando sobre o muro, monta-se gráficos que irão auxiliar a calcular as
forças que atuam sobre o muro.
21
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine

1,89 kN/m²
18,00 kN/m²

27,00 kN/m² N.A.

28,67 kN/m²
18,70 kN/m²

23,92 kN/m²

Figura 2 – Tensões horizontais efetivas atuando sobre o muro de contenção


22
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine

N.A.

25 kN/m²

Figura 3 – Pressão neutra atuando sobre o muro de contenção


23
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine

Empuxo é a força que o maciço terroso atua sobre a estrutura


de contenção por metro de contenção. Essa força é calculada
obtendo-se a área do gráfico das tensões horizontais e a sua
posição de atuação é o centro de massa dessa área. Para
calcular o empuxo causado pelo maciço à estrutura de
contenção, a área do gráfico foi subdividida de maneira a facilitar
o cálculo assim como do centro de massa em relação ao eixo
vertical, que será utilizado posteriormente. A divisão das áreas
está demonstrada nas figuras 4 e 5.
24
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
1

2 3
4

5 6

7
8

Figura 4 – Tensão horizontal efetiva atuante sobre o muro subdividida em áreas


25
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine

Figura 5 – Pressão neutra atuante sobre o muro subdividida em áreas 26


Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Cálculo das áreas:
Área 1: Área 4:
1,89 × (2 − 1,70) 27,00 − 18,00) × (3,5 − 2
𝐴1 = = 0,28 𝑘𝑁/𝑚 𝐴4 = = 6,75 𝑘𝑁/𝑚
2 2

Área 2: Área 5:
𝐴2 = 1,73 × 3,5 − 2 = 2,84 𝑘𝑁/m 𝐴5 = 27,00 × 4 − 3,5 = 13,50 𝑘𝑁/m

Área 3: Área 6:
28,67 − 27,00) × (4 − 3,5
𝐴3 = 18,00 − 1,89 × 3,5 − 2 = 24,16 𝑘𝑁/𝑚 𝐴6 = = 0,42 𝑘𝑁/𝑚
2

27
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Cálculo das áreas:
Área 7:
𝐴7 = 18,70 × 6 − 4 = 37,40 𝑘𝑁/𝑚

Área 8:
23,92−18,70)×(6−4
𝐴8 = = 5,22 𝑘𝑁/m
2

Área 9:
25 × (6 − 3,5)
𝐴9 = = 31,25 𝑘𝑁/𝑚
2

28
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Cálculo do centro de massa dos triângulos e retângulos:
Área 1: Área 4:
(2 − 1,70) (3,5 − 2)
𝑌1 = 6 − 2 + = 4,10 𝑚 𝑌4 = 6 − 3,5 + = 3,00 𝑚
3 3

Área 2: Área 5:
(3,5 − 2) (4 − 3,5)
𝑌2 = 6 − 3,5 + = 3,25 𝑚 𝑌5 = 6 − 4 + = 2,25 𝑚
2 2

Área 3: Área 6:
(4 − 3,5)
(3,5 − 2) 𝑌6 = 6 − 4 + = 2,17 𝑚
𝑌3 = 6 − 3,5 + = 3,25 𝑚 3
2
29
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Cálculo do centro de massa dos triângulos e retângulos:
Área 7:
(6 − 4)
𝑌7 = = 1,00 𝑚
2

Área 8:
(6 − 4)
𝑌8 = = 0,67 𝑚
3

Área 9:
(6 − 3,5)
𝑌9 = = 0,83 𝑚
3 30
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Como objetiva-se o momento máximo na base da estrutura, define-se o
ponto na base do pilar como o ponto de origem do eixo vertical. Assim é
possível calcular o ponto de atuação da força equivalente através da
equação 5 onde Ai é cada área calculada anteriormente e Yi é a
distância do centro de massa em relação a origem.

Cálculo do ponto de atuação da força equivalente por metro de largura:

𝐴1 𝑌1 + 𝐴2 𝑌2 + 𝐴3 𝑌3 + 𝐴4 𝑌4 + 𝐴5 𝑌5 + 𝐴6 𝑌6 + 𝐴7 𝑌7 + 𝐴8 𝑌8 181,31
𝑌′ = = = 2,00 𝑚
𝐴1 + 𝐴2 + 𝐴3 + 𝐴4 + 𝐴5 + 𝐴6 + 𝐴7 + 𝐴8 90,57
31
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine

90,57 kN

31,25 kN

Figura 6 – Forças equivalentes devido ao empuxo do maciço e da água

32
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Cálculo do momento na base da estrutura por metro de largura:
M = 90,57 × 2,00 + 31,25 × 0,83 = 207,35 kN. m

Como foi considerado que as vigas irão receber todos os esforços e só


então serão transmitidos aos pilares, é necessário encontrar as áreas
de influência do empuxo sobre cada uma das vigas.
Apesar de ser a maneira mais econômica de dimensionamento,
construtivamente não é interessante obter os esforços atuantes sobre
cada viga e adotar uma taxa de aço diferente para cada uma. Portanto,
a taxa de aço utilizada na viga mais solicitada será adotada para todas
as outras vigas.
33
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Observação 3: Como o objetivo deste software é facilidade e
praticidade de dimensionamento de estruturas de contenção, foi
necessário adotar uma simplificação para o cálculo da área de
influência das tensões horizontais com o acréscimo de um coeficiente
de segurança de 1,4 devido a simplificação.
Esta simplificação consiste em adotar a seguinte lógica: “Qual é a base
o triângulo de tensão horizontal com altura igual a altura arrimada que
provoca o mesmo momento na base da estrutura?” A resposta está
descrita na equação 6 onde B é a base do triângulo em kN/m², M é o
momento atuando na base da estrutura em kN.m e H é a altura da
estrutura de contenção em metros.
34
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Esta simplificação consiste em adotar a seguinte lógica: “Qual é a base
o triângulo de tensão horizontal com altura igual a altura arrimada que
provoca o mesmo momento na base da estrutura?” A resposta está
descrita na equação 6 onde B é a base do triângulo em kN/m², M é o
momento atuando na base da estrutura em kN.m e H é a altura da
estrutura de contenção em metros.

35
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Com o triângulo de tensões horizontais equivalente definido, é possível
obter a área de influência atuante sobre a viga mais solicitada, que
nesse caso é a segunda viga de baixo para cima. A verificação da viga
mais solicitada pode ser feita verificando-se a área de influência para
cada uma das vigas.

Cálculo da base do triângulo das tensões horizontais equivalentes:


6×𝑀 6 × 207,35
𝐵= = = 34,56 𝑘 𝑁Τ𝑚 ²
𝐻2 62

36
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine

17,28 kN/m²

28,80 kN/m²

34,56 kN/m²
Figura 7 – Diagrama de tensões horizontais equivalentes atuante sobre a estrutura de
contenção e área de influência suportada pela viga
37
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
Como a área de influência (trapézio azul da Figura 7) irá fornecer o
carregamento distribuído por metro na viga, basta encontrar qual é essa
área.
Cálculo da área de influência:
(28,80+17,28)×2
𝐴= × 1,4 = 64,51 𝑘𝑁/m
2

Para encontrar a força cortante na base do pilar, basta encontrar a área


do triângulo da Figura 7 e multiplicar pela distância entre pilares:

34,56 × 6
𝐴= × 3 = 311,04 𝑘𝑁
2
38
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
O carregamento distribuído vertical aplicado sobre as vigas leva em
consideração a alvenaria que está apoiada sobre cada viga e o peso
próprio da viga, sendo o mesmo cálculo é realizado para a viga
baldrame. A equação para o cálculo é definido abaixo:
𝐹𝑑𝑣 = 𝑃𝐸𝑎𝑙𝑣 × 𝐵𝑤𝑎𝑙𝑣 × 𝐻𝑒𝑛𝑐ℎ + 𝑃𝐸𝑐𝑜𝑛𝑐 × 𝐻𝑣𝑖𝑔𝑎 × 𝐵𝑤𝑣𝑖𝑔𝑎 = 18 × 1,8 × 0,20 + 25 × 0,2 × 0,4 = 8,48 𝑘𝑁/𝑚
Onde:
𝑃𝐸𝑎𝑙𝑣 = Peso específico da alvenaria
𝐵𝑤𝑎𝑙𝑣 = Dimensão da base da alvenaria em corte
𝐻𝑒𝑛𝑐ℎ = Vão livre entre vigas
𝑃𝐸𝑐𝑜𝑛𝑐 = Peso específico do concreto (adotado 25 kN/m³)
𝐻𝑣𝑖𝑔𝑎 = Altura da viga em vista
𝐵𝑤𝑣𝑖𝑔𝑎 = Dimensão da base da viga em corte 39
Tutorial dos esforços atuantes nas
estruturas de contenção segundo o
método de Rankine
A fundação terá que suportar o peso próprio do pilar, o peso próprio das vigas e o peso
próprio da alvenaria que está apoiada sobre cada viga. Portanto, para determinar a força
normal que atua na base do pilar, o seguinte cálculo é feito:
𝑁𝑝𝑖 = 𝑃𝐸𝑐 × 𝐵𝑤𝑃 × 𝐻𝑃 × 𝐻𝑎𝑟𝑟𝑖𝑚𝑜 + (𝑃𝐸𝑎𝑙𝑣 × 𝐵𝑤𝑎𝑙𝑣 × 𝐻𝑒𝑛𝑐 × 𝑁𝑣 − 1 + 𝑁𝑣 − 1 × 𝑃𝐸𝑐 × 𝐻𝑣𝑖𝑔𝑎 × 𝐵𝑤𝑣𝑖𝑔𝑎 +
𝑃𝑒𝑐 × 𝐵𝑤𝑣𝑖𝑔𝑎,𝑏𝑎𝑙𝑑 × 𝐻𝑣𝑖𝑔𝑎,𝑏𝑎𝑙𝑑 ) × 𝐿𝑝𝑎𝑛𝑜 = 25 × 0,4 × 0,6 × 6 +
18 × 0,20 × 1,8 × 4 − 1 + 4 − 1 × 25 × 0,2 × 0,4 + 25 × 0,3 × 0,6 × 3,0 = 125,82 𝑘𝑁
Onde: 𝐻𝑒𝑛𝑐 = Altura livre entre vigas
𝑃𝐸𝑐 = Peso específico do concreto (adotado 25 kN/m³) 𝑁 = Número de viga
𝑣
𝐵𝑤𝑃 = Dimensão da base do pilar em vista 𝐻𝑣𝑖𝑔𝑎 = Altura da viga em vista
𝐻𝑃 = Dimensão da base do pilar em corte 𝐵𝑤𝑣𝑖𝑔𝑎 = dimensão da base da viga em corte
𝐻𝑎𝑟𝑟𝑖𝑚𝑜 = Altura arrimada 𝐻𝑣𝑖𝑔𝑎,𝑏𝑎𝑙𝑑 = Altura da viga baldrame em vista
𝑃𝐸𝑎𝑙𝑣 = Peso específico da alvenaria 𝐵𝑤𝑣𝑖𝑔𝑎,𝑏𝑎𝑙𝑑 = dimensão da base da viga baldrame em corte
𝐵𝑤𝑎𝑙𝑣 = Dimensão da base da alvenaria em corte 𝐿𝑝𝑎𝑛𝑜 = Vão livre entre pilares 40
Considerações finais

A ABNT NBR 11682 informa que todas as estruturas de contenção deverão ser
projetadas para suportar, além dos esforços provenientes do solo, uma sobrecarga
acidental mínima de 20 kPa, uniformemente distribuída sobre a superfície do
terreno arrimado.
Para solos muito estratificados, como o do exemplo citado neste material, fica
complicado obter o carregamento distribuído ao longo da viga considerando a sua
área de influência, cujo valor real é de 57,92 kN/m.
No entanto, considerar o carregamento com base triângulo de tensões horizontais
equivalente fornece um valor de carregamento muito discrepante em relação ao
real (46,07 kN/m). Por isso, após várias verificações, determinou-se que o
coeficiente de segurança igual a 1,4 satisfaz os erros por aproximação.
41
Considerações finais

Apesar do software aceitar qualquer altura para arrimo, ele não leva em
consideração as verificações de tombamento e deslizamento da estrutura de
contenção;
O software possui apenas o objetivo de fornecer os carregamentos atuantes
nas vigas e os esforços na base do pilar considerando este como uma viga
engastada na base e livre no topo;
O Software não fornece a taxa de armadura para vigas e nem pilares. No
entanto, é possível utilizar outra planilha ou software para obter tais
informações;

42
Considerações finais

O software não calcula estruturas de fundação;


O software não fornece os custos unitários e/ou quantitativos de materiais
para a execução da estrutura de contenção;
O software não fornece uma interação Excel-AutoCAD para fornecer o
detalhamento do projeto;
Versões futuras do software poderão ser desenvolvidas com as seguintes
implementações: Determinação da taxa de armadura; Cálculo da fundação
rasa ou profunda; Fornecimento do orçamento dos custos de materiais para
execução; Fornecimento do detalhamento da estrutura em AutoCAD.

43
Esforços em muros de contenção tipo
grelha

Confira abaixo o relatório


exportado da planilha para
o exemplo desenvolvido
neste material.

44
Resumo das etapas de cálculo
• Usuário atribui:
Quantidade de camadas de solo;
Características geotécnicas de cada solo;
Características geométricas dos elementos estruturais;
Características gerais da estrutura de contenção.

45
Resumo das etapas de cálculo
• Programa calcula:
Coeficientes de empuxo ativo;
Altura crítica, caso existir;
Empuxo ativo na extremidade de cada camada de solo e nível freático;
Força resultante das tensões horizontais devido ao maciço e ao nível
freático;
Ponto de aplicação dessas forças em relação à base da estrutura.

46
Resumo das etapas de cálculo
• Resultados apresentados:
Diagrama das tensões horizontais;
Diagrama do empuxo hidrostático;
Momento fletor na base do pilar;
Força normal na base do pilar;
Força cortante na base do pilar;
Carregamento horizontal distribuído aplicado sobre a vigas;
Carregamento vertical distribuído aplicado sobre as vigas;
Carregamento vertical aplicado sobre a viga baldrame.

47
Eng. Marcus Nóbrega
Graduado em Engenharia Civil pela Universidade
Estadual de Maringá (UEM). Mestrando em
Engenharia Hidráulica e Saneamento pela
Universidade de São Paulo (USP) na Escola de
Engenharia de São Carlos – EESC. Desenvolvedor
do projeto Engenheiro Planilheiro, que visa
desenvolver e disponibilizar planilhas didáticas e
práticas para a solução de problemas de maneira
segura. Especialista em desenho de planilhas na
área de Concreto Armado, Fundações, Hidrologia e
Saneamento.

48
Eduardo Pezzinatto
Graduando em Engenharia Civil pela Universidade
Estadual de Maringá (UEM) com mobilidade
acadêmica de 1 ano na North Carolina State University
(NCSU). Membro fundador da Parthenon Empresa
Junior de Engenharia Civil. Possui conhecimentos
avançados em Excel e Visual Basic for Applications
(VBA). Desenvolveu uma planilha de análise estrutural
tridimensional com possibilidade de ligações
rotuladas como Trabalho de Conclusão de Curso.

49
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