DEL GUERSO - ADVOCACIA

Valentim Del Guerso Netto

Camila Xavier
Av. Nilo Peçanha, 214, loja 01, Cabo Frio / RJ.CEP. 28.907-000
(22) 2645-6001/ (22) 99938-3360
97402-7598/99232-1532
e-mail : valentimdelguerso@gmail.com

AO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE

CABO FRIO/RJ.

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO / IDOSO

(Art.1.048 Código de Processo Civil c/c art.71 Estatuto do Idoso.)

(art. 1.048, inc. I do CPC)

SANDRA CRISTINA DA SILVA, Casada, Aposentada, Residente e

Domiciliada na Rua Nossa Senhora Aparecida, nº88/casa 01, Unamá
/Cabo Frio, CEP 28927-000, inscrita no CPF sob o nº 60022540725,
Portadora da Identidade de nº 038182341 - DICRJ, natural do Rio de
Janeiro, data de Nascimento 05/05/1960, Filha de Alda Esteva da Silva,
Endereço Eletrônico: dinosandrasilva@hotmail.com , Telefone (22)
99943-8959.

Ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento

procuratório acostado–, esse com endereço eletrônico e profissional
inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada
no art.  106, inc. I c/c art.  287, ambos do  CPC,  indica-o para as
intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à
presença de Vossa Excelência, para, por intermédio seu patrono
– instrumento procuratório acostado –, ajuizar a presente,

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

DE URGÊNCIA,
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“ Bem aventurados os que observam o direito, o que pratica a justiça em todos os tempos.”
(Salmos 106)
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Em Face de ACREDITTO FINANCEIRA DE CRÉDITO E NEGÓCIOS LTDA -,

Estabelecida na Praça da República, nº 272, sala 52, Estado de São Paulo
(SP), CEP: 01045000, Inscrita no CNPJ sob o nº 35674137000106,
Endereço eletrônico: viviane.dp@acreditto.com, Telefone (11) 4504-
7000, representada nas pessoas dos Sócios Administradores: Verônica
Pochetto De Almeida Abreu e Romeu De Abreu Nunes. Em razão das
justificativas de ordem fática e de direito abaixo evidenciadas.

(A) BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA (CPC, ART. 98, CAPUT)

A Autora não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma
vez que, são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as
despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais.

Destarte, a Demandante ora formula pleito de gratuidade da justiça, o

que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c
105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta
no instrumento procuratório acostado.

(B) QUANTO À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (CPC, ART. 319, INC. VII)

A Promovente opta pela realização de audiência conciliatória (CPC,

art. 319, inc. VII), razão qual requer a citação da Promovida, por carta
(CPC, art. 247, caput) para comparecer à audiência designada para essa
finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º), antes, porém, avaliando-se o
pleito de tutela de urgência aqui almejada.

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(C) PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO PROCESSO(CPC, ART. 1.048, INC.

I)

A Autora, em face do que dispõe o Código de Processo Civil, assevera que

é portadora de doença grave – documento comprobatório anexo,
fazendo jus, portanto, à prioridade na tramitação do presente processo,
o que de logo assim o requer. (doc. 01)

I – CONSIDERAÇÕES FÁTICAS

A Promovente após se aposentar nos dias 14/01/2021, data início de

benefício pela Agência de Previdência Social, Começara a receber
ininterruptas ligações da parte Ré, que insistiam na concordância da
parte autora em formalizar algum empréstimo consignado com a mesma.

A parte Autora, embora não saber como a respectiva empresa tinha

obtido seus dados pessoais de sua tão recente aposentadoria, todavia,
devido à idade, doenças psíquicas e pouco conhecimento de como
funciona empréstimos consignados ao telefone, a parte Autora dissera
que aceitaria somente a quantia R$ 5.000,00 (cinco mil reais) de
empréstimo à medida que a parte Ré deixaria de importuná-la.

A parte Ré, dissera que iria depositar a quantia de R$ 20.000,00 (vinte

mil Reais), pois era o valor que estava liberado no sistema, A parte
Autora, dissera não precisar da respectiva quantia toda, que somente
desejaria a quantia R$ 5.000,00 (cinco mil reais). A parte Ré depositara a
quantia R$ 19.444,00 (Dezenove Mil quatrocentos e quarenta e quarto
reais), que seriam divididos para pagamento em 84 meses.

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A parte Ré prometera a parte Autora na negociação a Carência de 120

dias para que se começasse o desconto da primeira parcela e
consequentemente as vincendas posteriores. Ocorre que, no segundo
mês que a parte Autora recebera sua recente aposentadoria, viera
precocemente descontado a primeira parcela do empréstimo
erroneamente, não cumprindo o tempo de carência prometida ao
telefone.

A parte Autora solicitou o Contrato inúmeras vezes a Parte Ré, todavia,

não logrou êxito no direito básico à informação da Parte Autora.

II – DO DIREITO

DA NEGATIVA DE CÓPIA DO CONTRATO AO CONSUMIDOR

Conforme prevê o Artigo 6, III CDC, a Parte Ré violou Direitos Básicos da

Consumidora, como o Direito a informação do que estaria previsto na
relação contratual. A negligência de fornecimento do Contrato e
descontos intempestivos gerou Insegurança e imenso mal-estar na
consumidora, pois a parte Autora solicitou o Contrato inúmeras vezes a
Parte Ré, todavia, não logrou êxito em direitos básicos à informação da
Parte Autora.

Por apropriado, destacamos que a relação consumerista em liça resta

albergado pela interpretação do Código de Defesa do Consumidor.

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Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes

produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;
Caberá ainda à Administração Pública zelar pela proteção
desse direito consumerista, impedindo abusos por parte das
empresas. Observe:

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter

concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação
administrativa, baixarão normas relativas à produção,
industrialização, distribuição e consumo de produtos e
serviços.

§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização,
distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o
mercado de consumo, no interesse da preservação da vida,
da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do
consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.

DA NULIDADE E BOA FÉ OBJETIVA

A boa-fé objetiva é um princípio basilar do direito do consumidor,

segundo o qual as partes possuem o dever de agir com base em valores
éticos e morais da sociedade. Desse comportamento, decorrem outros

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deveres anexos, como lealdade, transparência e colaboração, a serem

observados em todas as fases do contrato.

Embora, a Parte Ré não tenha fornecido o Contrato a Parte Autora para

apreciação das respectivas informações, Contudo, de fato devem ser
nulas de pleno Direito as cláusulas que sejam incompatíveis com a boa fé
e a equidade, uma vez que, ficou acordado pelo telefone tacitamente, a
Priori , carência mínima de 120 dias para o começo do pagamento do
empréstimo, entretanto, a parte Ré inicia os descontos
antecipadamente colocando em desvantagem os proventos da parte
Autora de caráter Alimentar.

Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as

cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:
(... )
IV – Estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
equidade;
(... )
· 1º – Presume-se exagerada, entre outros casos, a
vantagem que:
(... )
II – Restringe direitos ou obrigações fundamentais
inerentes à natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

Sobressai-se da norma acima mencionada que são nulas de pleno direito

as obrigações consideradas “incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. “
(inciso IV).

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Nesse contexto professa Rizzato Nunes que: “Dessa maneira percebe-se

que a cláusula geral de boa-fé permite que o juiz crie uma norma de
conduta para o caso concreto, atendo-se sempre à realidade social, o
que nos remete à questão da equidade, prevista no final da norma em
comento. “ (NUNES, Luiz Antônio Rizzato. Comentários ao Código de
Defesa do Consumidor. 6ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 671)

III – DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência por se tratar de

idosa portadora também de doença, que venha cessar imediatamente os
descontos em folha do INSS fora do período de carência acordado pelo
telefone a parte Autora à medida que , em audiência seja refeito novo
acordo do valor que já fora depositado, agora numa data de fato correta
que esteja prevista no Contrato, que também a parte Ré emita o
contrato que negara fornecimento a parte Autora

Por esse norte, não resta outra alternativa senão requerer à antecipação
provisória da tutela preconizada em lei.

No que concerne à tutela, especialmente para que a Requerida seja

compelido o Fornecimento do Contrato justificando-se a pretensão
nos moldes do Princípio da Informação ou do Direito de  informação.
– É dever da empresa informar o consumidor sobre o valor que está
pagando pelo serviço acessado, disponibilizando gravação ou mesmo
comunicação por escrito sobre o valor desse serviço, conforme
determina o art. 31 do Código de Defesa do Consumidor

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O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de urgência

quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo”:

Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando

houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a

concessão da tutela requerida, existindo verossimilhança das alegações,
além de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação,
mormente no tocante à necessidade de o requerente ter o amparo do
empréstimo na data contratada.

O Fumus boni júris se caracteriza pela própria requisição do Contrato a

parte Autora. Periculum in mora, eis que a demora na concessão de
cessação de descontos na folha do INSS da parte Autora conforme
acordado que é, objeto da lide, certamente acarretará ameaça aos
proventos de caráter alimentar de idosa portadora de doença.

Desse modo, à guisa os elementos fáticos e indicativos de ilegalidades

contido na prova ora imersa traz à tona circunstâncias de que o direito
existe.

IV – DA REPARAÇÃO DE DANOS

A parte Ré, de outro contexto, deve ser condenada a reparar os danos

sofridos pela parte Autora. A mesma fora tomada de forte stress e
angústia ao surpreende-se com intempestivos descontos
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antecipadamente, contrário ao que fora prometido ao telefone a uma

pessoa idosa portadora de Doença e que também a negativa da emissão
de Contrato a parte Autora. Isso vem tornando a Promovente
extremamente nervoso e absurda negligente recusa.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do que foi exposto, pleiteia a parte Autora que Vossa Excelência
defira os seguintes pedidos:

a) Que sejam JULGADOS PROCEDENTES todos os pedidos formulados

nesta demanda.

b) Que seja concedida a Tutela de Emergência e Cesse imediatamente

os Descontos intempestivos na folha do INSS da parte Autora pela
Parte Ré, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (Um Mil Reais).

c) Que seja determinado por esta via que a Parte Ré emita Cópia do
Contrato a parte Autora.

d) Que seja declarado Nulo de pleno Direito a relação tácita

contratual viciada da parte Autora com a Parte Ré, consoante ao
Princípio da Informação do Código De Direito Do Consumidor.

e) Que seja realizado em Audiência entre representante legal da

parte Ré com a parte Autora, novo Contrato, com nova data de
carência para começo de pagamento via descontos pela folha dos
proventos do INSS/ consignado de valor referente à R$ 19.444
(dezenove mil quatrocentos e quarenta e quatro reais) em 84

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meses com juros de 1.8%, conforme prometido pelo telefone a

parte Autora.

f) Que seja concedido o novo Contrato realizado em audiência à

parte Autora pela parte Ré, sob pena de Multa Diária de R$
1.000,00 (Um Mil Reais).

g) g) A parte Autora pleiteia a condenação da parte Ré a pagar, a

título de reparação de danos morais sofridos, o valor de R$
44.000,00 (Quarenta e quatro mil reais);

h) Por fim, seja a Ré condenada em custas e honorários advocatícios,

esses arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da
condenação (CPC, art. 82, § 2º, art. 85 c/c art. 322, § 1º), além de
outras eventuais despesas no processo (CPC, art. 84). Com a
inversão do ônus da prova, face à hipossuficiência técnica do Autor
frente à Requerida (CDC, art. 6º, inciso VIII), protesta e requer a
produção de provas admissíveis à espécie, em especial a oitiva do
representante legal da requerida e de testemunhas.

i) Que sejam citadas as partes.

j) Que a parte Ré fique submetida a inversão do ônus da prova, uma

vez que, foi a mesma que por telefone ofereceu proposta de
empréstimo através de telemarketing ativo que descumpriu a
carência de começo de pagamento, e também negligenciou todos
os pedidos da parte Autora Cópia de Contrato que todo
consumerista deve ter por Direito.

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V – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor da pretensão condenatória de R$ 44.000,00

(Quarenta e quatro mil reais). (CPC, art. 292, inc. V)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cabo Frio/RJ, 18 de agosto de 2021.

CAMILA XAVIER

OAB/RJ 223.918

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