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Olá, iremos começar nossos estudos sobre o universo musical, trataremos através dessa
apostila de toda a parte teórica, os assuntos serão universais e a execução irá variar nos
instrumentos, pois cada um terá uma técnica exclusiva para executar os que foi lido
O QUE É O SOM?
Vamos deixar uma coisa bem clara: o som é uma onda! Sim, isso mesmo, usaremos os
mesmos conceitos da física. Vamos revisar algumas propriedades do som muito
importantes para os nossos estudos e também aprender o nome técnico desses elementos:
Altura: através dela temos sons graves e agudos. Os agudos são mais fáceis de
serem escutados, porém tem uma duração mais curta, o som desaparece mais
rápido, já os graves têm uma duração bem maior, porém são mais difíceis de
escutar. Faça o teste, toque uma nota aguda e uma grave, veja qual dura mais
Você pode conferir isso com um afinador, tente tocar uma nota ou mesmo um
acorde no seu instrumento e depois faça um barulho qualquer, chinelo sendo
arrastado no chão ou uma palma, veja como o afinador irá se comportar
NOTAS MUSICAIS
Agora sim entramos na área musical de fato, as notas serão a nossa base, entender
como elas se organizam na teoria e principalmente na prática é essencial para uma boa
performance e futuramente a improvisação e criação de músicas. Então vamos conhecer
as nossas notas:
Essas são as 7 notas musicais, mas repare que essa sequência pode ser reorganizada de
diferentes maneiras, começando e terminando em outras notas, entender onde as notas
estão quais estão antes e quais estão depois é um grande desafio no início, mas devemos
decorar tudo isso, com calma, tocar músicas também ajuda no processo. Procure estudar
as sequências ao contrário, esse treino irá ajudar muito a pegar mais facilmente matérias
mais avançadas
TOM E SEMI TOM
As notas também possuem uma unidade de medida, uma forma de quantificar
alterações. O tom é a nossa unidade padrão, porém temos uma medida menor, o semitom,
esse último corresponde a menor distância entre 2 notas, já o Tom seria o dobro,
correspondente a um salto de 2 notas. Vamos ver o gráfico abaixo:
Antes de seguirmos, vamos conferir alguns termos que iremos usar bastante daqui para
a frente
Oitava: é a sequência que começa e termina na mesma nota, com variação de
altura (grave para agudo ou aguda para grave)
Cromatismo: é a sequência de notas, dentro de uma oitava, que seque de meio em
meio tom, tendo assim um total de 12 notas
ACIDENTES MUSICAIS
Como vimos na sequência cromática, existem algumas notas com um símbolo
diferente. Para representar o semitom foram criados dois símbolos, eles indicam uma
alteração na nota
Sustenido: esse é o mais usado, seu símbolo é esse #. O sustenido irá aumentar
em meio tom a nota, ou seja, deixará ela mais aguda
Bemol: é representado por b. Ele irá abaixar em meio tom a nota, deixando-a mais
grave
Temos 2 observações a fazer: Não existe o Mi e o Si sustenidos e Fá e Dó bemol.
É bem fácil ver isso no teclado ou piano, há espaços sem teclas pretas entre essas
notas, a explicação é bem simples, a distância em Hertz entre essas notas é a
mesma de meio tom, não possibilitando inserir um acidente entre essas notas
MELODIA x HARMONIA
Vamos entender melhor como a música funciona e quais são os elementos que a
formam, a base vem desses dois conceitos bem simples:
Melodia: é a sucessão de notas individuais, como um solo de guitarra, a introdução
de uma música e até mesmo a letra da música
Harmonia: essa é a base, formada de acordes, será mais usada com o
acompanhamento
CIFRAS E ACORDES
Até agora temos trabalhado bastante as notas e a ideia de melodia, mas vamos entrar
na área da harmonia. Temos dois termos para entender:
Cifras: é uma maneira de simplificar a escrita de músicas, usando letras de “A”
até “G” para representar os acordes
Para efeitos práticos usaremos cifras apenas para nos referirmos a acordes, quanto
as notas, elas serão escritas por extenso
As cifras têm validade internacional! O material estrangeiro, principalmente o
norte americano usa cifra para representar TUDO, notas e acordes serão
apresentados como cifra, fique bem atento a isso
Até aqui vimos a base da música, acordes e notas devem ser estudados para melhor
entender o que vem pela frente, treine muito as sequencias de notas no seu instrumento e
principalmente longe deles, decore as sequencias e entenda bem todos os termos
apresentados até aqui
ESCALAS MAIORES
As escalas são sequências de notas que obedecem alguma ordem, existem várias
escalas com diversos padrões. Nós já conhecemos algumas escalas bem simples, são elas:
Escala Natural: é formada apenas por notas naturais, não possui acidentes. Essa
escala tem 8 notas, cobrindo assim uma oitava exata
Ex: Escala natural de Mi: Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi
Escala natural de Lá: Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá
Escala Cromática: é formada por todas as notas dentro de uma oitava, naturais e
acidentes. Ao todo essa escala contem 12 notas
Ex: Escala cromática de Ré: Ré Ré# Mi Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si Dó Dó# Ré
Escala cromática de Fá: Fá Fá# Sol Sol# Lá Lá# Si Dó Dó# Ré Ré# Mi Fá
Entrando agora nas escalas maiores temos uma formação diferente, ela será organizada
por tons e semitons e isso irá resultar em algumas notas naturais e outras com acidentes.
Essa escala também tem 8 notas cobrindo uma oitava completa
Grau: é a maneira técnica de se referir a posição de uma nota dentro de uma escala
Para ajudar os estudos aqui estão todas as escalas maiores, não se preocupe em gravá-
las agora, existe uma maneira mais fácil de fazer isso, estude bastante, execute e escute
cada escala, se familiarize com as sonoridades, isso irá facilitar muito a sua criatividade
e improviso
Escala Notas
C Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
D Ré Mi Fá# Sol Lá Si Dó# Ré
E Mi Fá# Sol# Lá Si Dó# Ré# Mi
F Fá Sol Lá Sib Dó Ré Mi Fá
G Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá# Sol
A Lá Si Dó# Ré Mi Fá# Sol# Lá
B Si Dó# Ré# Mi Fá# Sol# Lá# Si
Observe que os acidentes são cumulativos, o Fá# que apareceu na escala de Sol
se mantém até a escala de Si, a cada escala adicionamos um sustenido e mantemos
os anteriores
O Sustenido novo aparece sempre no Grau VII da escala, ou seja, na nota anterior
a Tônica. Em Sol o acidente aparece no Fá, em Ré o acidente aparece em Dó, etc...
INTERVALOS MUSICAIS
Nós já vimos a ideia de tom e semitom, agora veremos uma maneira mais técnica de
classificar a distância entre notas. Os intervalos são bem diretos e possuem um valor fixo!
Símbolo Nome Distância Exemplo
2m Segunda Menor Meio tom Dó > Dó#
2M Segunda Menor Um tom Dó > Ré
3m Terça Menor Um tom e meio Dó > Ré#
3M Terça Maior Dois tons Dó > Mi
4J Quarta Justa Dois tons e meio Dó > Fá
5din Quinta Diminuta Três tons Dó > Fá#
5J Quinta Justa Três tons e meio Dó > Sol
5aum Quinta Aumentada Quatro tons Dó > Sol#
6M Sexta Maior Quatro tons e meio Dó > Lá
7m Sétima Menor Cinco tons Dó > Lá#
7M Sétima Maior Cinco tons e meio Dó > Si
8j Oitava Justa Seis tons Dó > Dó
Através dos intervalos nós iremos entender melhor como montar acordes, fazer
improvisos e até mesmo tirar músicas de ouvido. Os intervalos têm VALOR FIXO, ou
seja, uma 2m será sempre o salto de meio tom, já a 5J será um intervalo de três tons e
meio. Para estudar os acordes é importante entende como funcionam os intervalos e
gravar o seu valor, assim teremos uma visualização mais limpa da matéria.
Vamos ver mais dois conceitos bem importantes:
Quantidade – a ideia de quantidade se refere aos graus, ou seja, a posição da nota
dentro de uma escala, mais específico, dentro da escala natural. Para contar a
quantidade iremos usar apenas notas naturais
Assim estudamos as escalas menores bem mais rápido, não precisamos montar elas do
zero com o esquema de tons e semitons, usando os ciclos chegamos nelas bem mais rápido
e não precisamos gravar mais uma formula. Abaixo temos um quadro de relações entre
as escalas maiores e menores, ordenado pelo número de acidentes
CICLO DE QUINTAS
Escala Maior Relativa Menor Sustenidos Notas Alteradas
C Am 0
G Em 1 Fá#
D Bm 2 Fá# Dó#
A F#m 3 Fá# Dó# Sol#
E C#m 4 Fá# Dó# Sol# Ré#
B G#m 5 Fá# Dó# Sol# Ré# Lá#
CICLO DE QUARTAS
Escala Maior Relativa Menor Bemois Notas Alteradas
C Am 0
F Dm 1 Sib
Bb Gm 2 Sib Mib
Eb Cm 3 SIb Mib Láb
Ab Fm 4 SIb Mib Láb Réb
Db Bbm 5 SIb Mib Láb Réb Solb
Gb Ebm 6 SIb Mib Láb Réb Solb Dób
Sempre que aparecer uma música com tonalidade menor use essa tabela para saber
qual escala usar, é mais rápido e bem simples. Se a música estiver no Tom Dm
use a escala de F, Se estiver em Bm use a escala de D. Isso economiza muito
tempo!!!!
Escala Menor Melódica: é uma escala menor harmônica com alteração nos Graus
VI, meio tom acima
FORMAÇÃO DE ACORDES
Vamos entrar agora em um assunto mais complexo, a montagem dos acordes. Para
termos um acorde precisamos de no mínimo 3 notas e a relação dessas notas, seus
intervalos irão nomear a qualidade do acorde, também existem notas que irão deixar os
acordes mais complexos, adicionando tensão, mas vamos começar pelo básico:
Tríades: São os acordes mais simples, possuem 3 três notas e são divididos em 4
qalidades:
Acordes maiores: são formados por uma 3ªM e uma 5ªj. Ou seja, da tônica para a
segunda nota temos um salto de 2 tons e da segunda para a terceira nota temos um
salto de 1 tom e meio. Esse acorde é representado apenas pela sua cifra
Ex: C – Dó maior F – Fá maior A# - Lá sustenido Eb – Mi bemol
Acordes menores: são formados por uma 3ªm e uma 5ªj. Ou seja, da tônica para a
segunda nota temos um salto de 1 tom e meio e da segunda para a terceira nota
temos um salto de 2 tons
Acordes diminutos: são formados por uma 3ªm e uma 5ªdim. Ou seja, da tônica
para a segunda nota temos um salto de 1 tom e meio e da segunda para a terceira
nota temos um salto de 1 tom e meio
Acordes aumentados: são formados por uma 3ªM e uma 5ªaum. Ou seja, da tônica
para a segunda nota temos um salto de 2 tons e da segunda para a terceira nota
temos um salto de 2 tons
Esses são os acordes mais simples e que aparecem com maior frequência, eles também
seriam a base para simplificar uma música. Para entender bem o próximo grupo de
acordes estude bastante o que vimos até aqui!!!
Tétrades: são acordes formados por 4 ou mais notas, ou seja, uma tríade com notas
a mais. Para estudos de teoria musical esses acordes são a base, não se usa tríades
para estudar harmonia!!!
O acorde com sétima é o mais comum e também ajuda a entender assuntos mais
complexos. Existem duas sétimas e elas serão medidas da tônica do acorde
7ªM - Seria a nota a 5 tons e meio da tônica ou... o acorde meio tom antes da 8ª
É importante lembrar que as sétimas podem fazer parte de acordes maiores e menores,
entenda bem qual a diferença entre as sétimas para encaixa-las nos acordes e lembre-se:
elas são notas extras, mantenha a tríade e adicione a sétima no final do acorde
Existe uma outra forma de escrever essas tensões, que é até mais comum, usando os
intervalos compostos. Como vimos lá atrás os intervalos vão da tônica até a oitava, assim
passando por 11 noras diferentes, os intervalos compostos são os saltos acima de uma
oitava, mas lembre-se: a oitava é a mesma nota que a tônica, ou seja:
Intervalos
Simples 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª
Compostos 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª
CAMPO HARMÔNICO
Vamos concluir nossos estudos com os Campos Harmônicos, as escalas dizem como
a melodia irá seguir, notas, mas também influencia diretamente na Harmonia. Aqui
veremos o porquê da escolha dos acordes nas músicas e entenderemos as relações entre
tonalidade, escalas e harmonia
Campo Harmônico Maior (Tríades) – aqui veremos 7 acordes diferentes que
podem ser usados dentro de uma tonalidade maior
Campo Harmônico Maior (Tétrades) – é quase o mesmo das tríades, porém iremos
acrescentar as sétimas. Para estudos mais complexos de harmonia considere
apenas esse campo harmônico, as tríades não são muito usuais!