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Estudo Sociológico: O impacto que o

WhatsApp tem sobre os jovens


Recensão Crítica

Ms. Anshu Bhatt, Faculty, Department of Sociology, Dr. B. R. Ambedkar


University, Agra, India.
Dr. Mohd. Arshad, Associate Professor & Head, Department of Sociology, Dr.
B. R. Ambedkar University, Agra, India.

Catarina Martins

Nº de aluno: 21902693

Sociologia dos Meios de Comunicação |Ciências da Comunicação e da Cultura|

3-12-2019
Resumo do artigo

O WhatsApp tornou-se a principal rede de comunicação entre todos os jovens.


Esta aplicação é um meio eficaz para compartilhar ideias e informações, porém
é essencial saber o impacto positivo e negativo que esta tem na vida dos jovens
e como pode afetá-los.

O estudo elaborado é uma tentativa de estudar o impacto do WhatsApp,


especificamente na região de Agra, na Índia, e conta com a participação de 100
jovens.

Através da análise dos gráficos, os dados revelaram que o WhatsApp é um meio


de comunicação fácil e rápido, sendo positivo estar presente na vida das
pessoas. Contudo, esta aplicação produz também um impacto negativo na vida
dos jovens pois afeta os estudos e o interesse pelo mundo real.

Introdução

Após a leitura do artigo os assuntos fundamentais a abordar são, o uso intensivo


do WhatsApp entre os jovens da região de Agra e o impacto positivo e negativo
do WhatsApp. Por essa razão, os autores realizaram um estudo para que se
possa entender e aprofundar melhor estas questões. Mas será que todos os
aspetos da pesquisa foram totalmente conseguidos?

Desenvolvimento

Numa primeira análise o artigo revela que o WhatsApp permite manter o contacto
com os amigos /família para além dos limites de distância, no entanto o artigo
deveria ter referido que sem a conexão com a internet essa comunicação não
seria possível.

É visível com este artigo perceber que as redes sociais, mais especificamente o
WhatsApp, tornaram-se num vicio difícil de controlar. No modo geral, os autores
reforçam a ideia de que vivemos na Era da Tecnologia e a procura por redes
sociais mais rápidas e modernas como o WhatsApp é cada vez maior.

No decorrer do artigo constata-se que, apesar de haver um grande impacto


positivo com a utilização do WhatsApp, é necessário proferir os impactos
negativos que esta aplicação provoca nos jovens.

Mas será que esse impacto é mais negativo do que positivo?

De acordo com os autores Johnson Yeboah e Georg Dominic Ewur Takoradi


Politécnica, Gana, foi realizada uma pesquisa para descobrir o impacto do
WhatsApp e o resultado indica que existe um impacto negativo sobre os jovens
principalmente porque afeta o desempenho acadêmico devido aos erros
ortográficos e à construção de frases. Esta pesquisa relaciona-se com os dados
presentes na Tabela 3 e através das suas percentagens, verifica-se que os
jovens de Agra não conseguem estar atentos aos seus estudos e a maior parte
utiliza “Hinglish” que é uma forma mais “simples” de conversar. Esta forma vai
enfraquecendo a escrita dos jovens.

Os autores Tsai e Lin (2012) afirmam que o vício da internet por parte dos
adolescentes é um problema grave, referindo que “…700 estudantes do ensino
médio de Tawain 88 foram considerados viciados na Internet”. Foi importante
esta análise ser abordada no artigo, uma vez que fornece dados significativos
que alertam para a necessidade da existência de um maior controlo do vício da
internet. Por exemplo em Portugal, de acordo com o estudo do Instituto Superior
de Psicologia Aplicada (ISPA), feito por uma equipa liderada por Ivone Patrão
(2017), mostra que 25% das crianças e jovens em Portugal são dependentes. A
autora considera que são “dados preocupantes”.

• Análise de dados

Este artigo procura analisar a intensidade do uso do WhatsApp entre os jovens


da região de Agra, investiga de que forma esta aplicação afeta a vida diária e por
fim avalia o grau do impacto positivo e negativo da aplicação. Por conseguinte,
esta pesquisa foi realizada selecionando aleatoriamente 100 jovens da região de
Agra, que utilizam o WhatsApp, cuja faixa etária é entre os 17 e os 30 anos. O
método utilizado foi o da observação direta com a participação de alguns
membros de família.

O primeiro gráfico (Figura 1) refere-se ao prepósito da utilização do WhatsApp,


e demonstra que: 72% dos jovens utilizam-no para estar em contacto com a
família/amigos, 18% utilizam para “matar” o tempo e 10% porque é um símbolo
de estatuto privilegiado. Desta forma, o artigo demonstra que a aplicação é
utilizada também de uma forma positiva, pois o principal prepósito é o contacto
com as pessoas dos seus meios familiares e amigos, que muitas vezes se
encontram a longas distâncias.

O segundo gráfico (Figura 2) demonstra uma tabela da atividade que é feita no


WhatsApp. Assim, verifica-se que, cerca de 48% dos jovens utilizam esta
aplicação para conversar, 25% partilham imagens e vídeos, 12% utilizam-no
como uma ferramenta de entretenimento, 10% partilham informações gerais e
5% atualizam o seu perfil e veem o perfil dos outros. No entanto os autores
demonstraram-se admirados com os dados adquiridos, pois a ideia que tinham
é que a maior atividade passava pela troca de imagens e vídeos.

Contudo, num estudo feito por a Intercorm - Sociedade Brasileira de Estudos


Interdisciplinares da Comunicação - através de um questionário (que contou com
a participação de 206 entrevistados, entre os 14 estados do Brasil), verificou-se
que 85% dos entrevistados utilizam o WhatsApp para conversar. Desta forma é
possível concluir que a atividade da aplicação é utilizada geralmente para este
fim.

Por fim, a tabela 4 indica o impacto que o WhatsApp tem nas relações sociais,
sendo que 67% dos jovens afirma que a aplicação tem um impacto negativo uma
vez que se apodera dos relacionamentos e o contacto que existe com a
família/amigos é deixado de parte substituído por um contacto superficial. No
entanto, 33% dos jovens entrevistados têm uma opinião positiva. Os dados
apresentados anteriormente são fundamentais e dão-nos uma perceção de
como o mundo virtual tem se refletido na vida das pessoas provocando
consequências negativas como o isolamento do mundo real, sendo esta falta de
socialização entre amigos/família um fator importante a ser abordado.
• Análise Crítica

Numa analise mais concreta, este artigo apresenta aspetos bem fundamentados,
de acordo com os dados presentes nos gráficos e com as pesquisas dos autores
é possível perceber que o impacto negativo é superior ao positivo. O estudo feito
aos jovens de Agra levanta questões importantes como por exemplo: o objetivo
da utilização do WhatsApp, qual a atividade mais frequente, e o impacto do
WhatsApp nos estudos académicos, nas relações sociais e nas questões do foro
psicológico.

No entanto, o artigo apresenta também aspetos menos conseguidos,


nomeadamente o título do artigo que deveria especificar que o impacto era
apenas sobre os jovens da região de Agra e não nos adolescentes em geral. O
facto de o estudo ter sido feito apenas a 100 jovens não é suficiente para
determinar que os dados são iguais para toda a região, se efetivamente este
estudo abrangesse um maior número de entrevistados tornava-se mais realista.

Conclusão

Em suma, o artigo baseia-se num estudo que permite avaliar o comportamento


dos jovens face ao WhatsApp assim como os impactos positivos e negativos que
a aplicação apresenta.

Tanto nos gráficos como nas pesquisas dos autores conclui-se que o WhatsApp
é uma aplicação importante que possibilita a comunicação a longas distâncias,
contudo a frequência com que é utilizado traz inúmeras desvantagens sendo a
dependência uma das mais problemáticas.

O artigo apesar de estar bem ilustrado através dos gráficos não alcança todos
os pontos necessários para estar completamente fidedigno pois a questão da
participação de apenas 100 jovens é insuficiente para determinarmos se todas
as questões abordadas são vistas da mesma forma por todos os jovens da
região.
Referências Bibliográficas

• Bhatt, A., & Arshad, M.(2016). Impact of WhatsApp on youth: A


Sociological Study. IRA-International Journal of Management &
Social Sciences(ISSN 2455-2267), 4(2), 376-386.
Doi:https://researchadvances.org/index.php/RAJMSS/article/view/
421

• DN, Diário de Notícias. (2017). Vício da Internet já atinge 25% dos


jovens.URL:https://www.dn.pt/sociedade/vicio-da-internet-ja-
atinge-25-dos-jovens-5783779.html

• Sabrina Medeiros Wanderley de Queiroz, Givysson Rodrigues dos


Santos, Juliano Mendonça Domingues Silva, Universidade Católica
de Pernambuco, Recife, PE. (2017). O Impacto do Aplicativo
WhatsApp Messenger nas Relações de Trabalho e os Reflexos na
Comunicação Interna das Empresas.
URL:http://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12
-2812-1.pdf

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