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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO
MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
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Versão 7
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ii
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iii
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Ó Filho do Espírito!
Eu te criei rico; por que te empobreces? Nobre
te fiz; com o que te rebaixas? Da essência da
sabedoria, Eu te concedi a existência; por que
buscas iluminação de outro, senão de Mim?
Da argila do amor, te moldei; como é que te
ocupas com outro? Volta teus olhos a ti
mesmo, a fim de que, dentro de ti, Me possas
encontrar, forte, poderoso, O que subsiste
por Si Próprio.
Bahá’u’lláh
As Palavras Ocultas
iv
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***
Conteúdo
Apresentação ............................................................................................................................... vi
UNIDADE 1- O Alicerce Espiritual da Prosperidade .....................................................................vii
Seção 1 Este é um Novo Dia .................................................................................................... 1
Seção 2 Os Pilares para a Sociedade Futura ........................................................................... 1
Seção 3 A Construção de uma Nova Sociedade ...................................................................... 3
Seção 4 O Conceito de Lei na Fé Bahá’í .................................................................................. 5
Seção 5 A Natureza Física e Espiritual da Vida ........................................................................ 7
Seção 6 Um Paralelo nas Escrituras Sagradas Religiosas ....................................................... 9
UNIDADE 2- A Lei do Ḥuqúqu'lláh- O Direito de Deus ................................................................ 13
Seção 1 O que é o Ḥuqúqu’lláh? ................................................................................................ 14
Seção 2 Deus é Inteiramente Auto-Suficiente (parte 1) .......................................................... 17
Seção 3 Deus é inteiramente Auto-Suficiente (parte 2) .......................................................... 19
Seção 4 O Pagamento do Ḥuqúqu’lláh é um Teste Incomparável .......................................... 22
Seção 5 Solicitar o Ḥuqúq´lláh não é permitido ....................................................................... 24
Seção 6 Honestidade e Fidedignidade em Relação ao pagamento do Ḥuqúqu’lláh ............... 27
Seção 7 O Cálculo do Ḥuqúqu’lláh ......................................................................................... 30
Seção 8 O Ḥuqúqu’lláh, as Contribuição aos Fundos e outras doações à Fé ......................... 33
Seção 9 O Desenvolvimento da Instituição do Ḥuqúqu’lláh .................................................... 35
Seção 10 A Administração do Ḥuqúqu’lláh ........................................................................... 40
Seção 11 Algumas Histórias a Respeito do Ḥuqúqu’lláh ....................................................... 42
UNIDADE 3- A Contribuição aos Fundos .................................................................................... 48
Seção 1 A Participação de Cada Bahá´i ................................................................................ 49
Seção 2 Características do Fundo Bahá’í ............................................................................... 52
Seção 3 O Significado Espiritual do Sacrifício ....................................................................... 57
Seção 4 A Verdadeira Natureza da Felicidade .................................................................... 60
Seção 5 Um requisito da Justiça........................................................................................ 62
Seção 6 Os diversos Fundos Bahá’ís .............................................................................. 64
Seção 7 Algumas Histórias sobre Contribuições ................................................................... 67
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Apresentação
Uma iniciativa da Assembleia Espiritual Nacional dos Baha´is do Brasil e do Corpo de Vice-
Fiduciários do Ḥuqúqu'lláh, este material é fruto de pesquisa em outras fontes disponíveis e tem
como objetivo servir de referência de estudo aos baha´is sobre dois importantes temas: a Sagrada
Lei do Direito de Deus e a Contribuição aos Fundos. Em sua estrutura, o material adota uma
abordagem semelhante aos demais instrumentos aplicados mundialmente com o processo de
Instituto. Apesar desta semelhança, o material foi elaborado para que não houvesse a dependência
de um tutor para o estudo.
Este guia é organizado em três unidades, a saber: O Alicerce Espiritual da Prosperidade,
A Lei do Ḥuqúqu'lláh e A Contribuição aos Fundos, Um dever de todo bahá’í.
A primeira unidade traz importantes reflexões sobre a natureza dual do ser humano, e busca
satisfazer questões como: É possível conciliar o material e o espiritual? Qual é a natureza da criação
do homem? O que é necessário ser feito para construir uma nova sociedade? Como a religião pode
responder aos anseios da humanidade? A unidade finaliza apresentando um paralelo da Lei do
Direito de Deus em outras religiões.
Já a segunda unidade descreve diretamente o tema do Ḥuquq, de forma muito abrangente
incluindo sua relevância como uma das mais importantes leis de Bahá´u´lláh no Livro Sacratíssimo.
Entre outros pontos, a unidade aborda temas como a auto-suficiência de Deus, o pagamento do
Ḥuquq como um teste incomparável ao crente, e aspectos detalhados sobre sacralidade do Ḥuquq,
da necessidade de honestidade e fidedignidade em relação aos seus fundos. Além de mostrar
orientações sobre seu cálculo, a unidade ilustra as diferenças entre o Ḥuquq e as contribuições aos
Fundos da Fé. Exemplificando a característica de crescimento orgânico, tão presente na Causa, a
unidade ilustra como a Instituição do Ḥuqúqu'lláh foi desenvolvida, desde sua origem até os dias
atuais com sua Administração estabelecida no mundo bahá´í. Buscando ser além de material de
estudo uma fonte de inspiração e encorajamento, a unidade encerra com histórias a respeito do
Ḥuquq.
A terceira unidade educa os amigos sobre temas como a necessidade de participação
universal, tão enfatizada nos Escritos Bahá´is, as características do Fundo Bahá´í, o significado do
sacrifício, a verdadeira natureza da felicidade, a necessidade da justiça no mundo, o propósito dos
diferentes Fundos, e encerra com histórias inspiradoras sobre contribuições. Numa sociedade
marcada pela injustiça, individualismo, busca pelo luxo e prazer, agitação política, turbulência
econômica, e tantos outros males, é nossa crença que o estudo, a consulta e reflexão sobre este
material possa gerar frutos de longo alcance à Comunidade Bahá´í do Brasil.
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11. É a hora da ______________ dos filhos dos homens e da congregação de todas as raças
e classes.
“Ele não apenas enunciou certos princípios universais e propôs uma bem definida
filosofia, não importa quão potentes, sãos e universais eles sejam. Além disso, Ele,
1
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Exercícios:
1. Quais são os três pilares claramente enunciados por Bahá’u’lláh e ‘Abdu’l-Bahá que
são diferentes das religiões do passado?
a. ________________________________________________________________
b. ________________________________________________________________
c. ________________________________________________________________
4. Defina quais das seguintes afirmativas são elementos de uma Economia Divina:
b. Cada pessoa deve ter uma profissão útil. Sim ___ Não ___
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“Vamos suplicar a Deus para que nestes dias de obscuridade que envolve o
mundo, quando as tenebrosas forças da natureza, do ódio, da rebelião, da anarquia e
reação estão ameaçando a estabilidade da sociedade humana, quando os mais
preciosos frutos da civilização estão atravessando testes severos e sem paralelo,
possamos entender, mais profundamente do que nunca, que embora apenas uma mão
cheia em meio às efervescentes massas do mundo, somos nestes dias os instrumentos
escolhidos da graça de Deus, que nossa missão é mais urgente e vital para o destino
da humanidade e, fortalecidos por estes sentimentos, levantar-nos e realizar o sagrado
propósito de Deus para a humanidade”.4
Exercícios:
Materialismo sim ___ não ___ Nacionalismo sim ___ não ___
Moderação sim ___ não ___ Violência sim ___ não ___
Amor sim ___ não ___ Unidade sim ___ não ___
Superstição sim ___ não ___ Magnanimidade sim ___ não ___
Preconceito sim ___ não ___ Descrença sim ___ não ___
Harmonia sim ___ não ___ Desprendimento sim ___ não ___
Retidão sim ___ não ___ Racismo sim ___ não ___
Pureza sim ___ não ___ Rebelião sim ___ não ___
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2. O Guardião fala dos ”preciosos frutos da civilização”6. Estes são os elementos bons na
sociedade e estão ameaçados pelas forças tenebrosas. Decidam quais dos exemplos a
seguir são preciosos frutos da civilização:
Família sólida sim ___ não ___ Divórcio sim ___ não ___
Educação sim ___ não ___ Guerra sim ___ não ___
Justiça sim ___ não ___ Assassinato sim ___ não ___
Alcoolismo sim ___ não ___ Dependência de drogas sim ___ não ___
Limpeza sim ___ não ___ Honestidade sim ___ não ___
Linguagem amorosa sim ___ não ___ Cortesia sim ___ não ___
Bater na esposa sim ___ não ___ Respeito sim ___ não ___
Roubo sim ___ não ___ Mentiras sim ___ não ___
Amizade sim ___ não ___ Linguagem vulgar sim ___ não ___
Casamento sim ___ não ___
4. “Apenas uma mão cheia" significa uma pequena quantidade de alguma coisa. Marque a
afirmativa que melhor explica a frase "apenas uma mão cheia em meio às efervescentes
massas do mundo” 8:
8. O Guardião nos disse que “nossa missão é mais urgente e vital para o destino da
humanidade”.10 Assinale qual o significado correto das seguintes palavras:
“Urgente” significa:
4
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“Vital” significa:
a. De pouca importância.
b. Insignificante.
c. De fundamental importância.
9. “Fortalecidos por estes sentimentos”11 significa ser fortalecido por certas ideias e
valores. Através de quais sentimentos nós nos fortalecemos?
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10. “Fortalecidos por estes sentimentos”12 implica em ter fé e confiança em Deus? _
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11. Já que acreditamos que somos “os instrumentos escolhidos” 13 de Deus e que “nossa
missão é urgente e vital” 14, quando nos levantaremos para alcançar o santo propósito de
Deus para a humanidade? ____________________________________________
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“Não penseis que Nós vos revelamos um mero código de leis. Não! Mais do que
isso: deslacramos o Vinho seleto com os dedos da grandeza e do poder.” 15
Em geral, quando falamos de leis, vem logo à nossa mente algo que nos limita, que somos
obrigados, e forçados a obedecer. Bahá’u’lláh nos explica que Suas Leis não são desta natureza.
Elas são, pelo contrário, como o “Vinho escolhido” 16 – um instrumento capaz de nos aproximar do
nosso Criador. Ao “bebermos” deste “cálice” 17 divino, contendo “o Vinho seleto” 18 que infunde o
amor de Deus em nossas almas, nos sentimos estimulados pelo amor Àquele que é a Fonte de todo
o júbilo, de toda a felicidade e por Sua Causa. Neste estágio, a alma começa a voar e a progredir
nos Reinos de Deus. O seu veículo não é outro senão o Amor. O impacto espiritual deste amor foi
descrito por Bahá’u’lláh no livro Sete Vales em passagens como esta:
“Nessa cidade ergue-se o céu do êxtase, e brilha o sol do anelo que ilumina o
mundo, e arde o fogo do amor; e quando o fogo do amor flameja, converte em cinzas
a colheita da razão.” 19
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“... ainda que ele possuísse os tesouros da terra, renunciaria a todos eles, a fim de
vindicar a verdade de apenas um só de Seus mandamentos que se irradiam acima do
alvorecer de Seu generoso cuidado e Sua benevolência.”20
Tendo-se em mente que hoje testemunhamos o alvorecer de uma nova fase na história da
evolução espiritual da humanidade, uma fase que testemunhará uma efetiva e profunda
transformação da natureza humana, tanto individual quanto coletivamente, a lei deixa de ser um
limite externo que nos é imposto, passando a representar um agente liberador de energia, um
catalisador da nossa latente força interior. A visão bahá’í é de que as Leis reveladas nesta
Dispensação nos permitirão um melhor entendimento das capacidades da nossa própria consciência
e de que, ao nos libertarem de nossa natureza animal, nos protegerão de erros e infortúnios,
conduzindo-nos à verdadeira liberdade. A Abençoada Beleza, numa de Suas Epístolas, afirma:
“Os Profetas e Mensageiros de Deus foram enviados com o fim único de guiar a
humanidade ao Caminho Reto da Verdade. É o intuito fundamental de Sua Revelação
educar todos os homens para que possam, na hora de sua morte, ascender ao trono
do Altíssimo no grau máximo de pureza e santidade e com desprendimento
absoluto.”21
Exercícios:
1. Não pensemos que Deus nos revelou um mero __________________________. Não, Ele
deslacrou o ______________________ com ________________________ e do
_____________.
2. Fortalecido com o poder __________________ do ________, o único desejo do
___________ é o de atingir a ________________________de seu Bem-Amado.
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5. Explique o poder libertador das Leis de Bahá’u’lláh. Do que elas nos libertam e em direção
a que nos conduzem?
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6. Desde os tempos antigos, os Profetas e Mensageiros de Deus têm educado os homens por
meio de Seus Ensinamentos e do exemplo de Suas Vidas. Esta nobre Missão tem como
“intuito fundamental” 22 possibilitar aos seres humanos a aquisição de certas qualidades
que nos acompanharão após a nossa partida deste mundo físico. Quais são estas
qualidades?
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A outra força impulsora da vida humana é de natureza espiritual. Ela é fortalecida na medida
em que o espírito percorre a trilha da aquisição de virtudes e qualidades divinas – o caminho rumo
ao progresso e realização espiritual. Esta força ilumina a mais íntima realidade do homem e nos
libera da teia representada pela atração excessiva pelo mundo da matéria; purifica a alma, facilitando
o seu vôo aos mais ternos reinos do espírito.
Esta realidade miraculosa é o eflúvio da consciência espiritual nos homens, e o seu resultado
se manifesta através do gradual crescimento do espírito de desprendimento, da cooperação bondosa
e de uma generosidade tal que o interesse do próximo passa a sobrepujar em preferência ao nosso
próprio. A observância das orientações contidas nas Sagradas Escrituras nos ajuda a vivenciar o
seguinte conselho de Bahá’u’lláh:
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Para viver a vida em sua plenitude, faz-se necessário, portanto, estabelecer um equilíbrio
harmonioso entre estas duas forças, possibilitando uma existência sadia e moderada, que nos livra
de um estilo de vida voltado unicamente para a satisfação dos confortos terrenos, ao mesmo tempo
em que nos aproxima da sociedade da qual fazemos parte e para cujo progresso todos nós devemos
contribuir.
A Lei do Ḥuqúqu’lláh (O Direito de Deus) nos auxilia a compreender que os dois elementos
constitutivos da vida humana – espírito e matéria – devem conviver e se auxiliar mutuamente. Com
a observância do Direito de Deus, estes elementos passarão a se entrelaçar, tornando-se um só,
permitindo-nos, assim, alcançar o equilíbrio ideal.
À medida que estudamos e nos aprofundamos nesta Sagrada Lei, novos horizontes abrem-
se diante de nossos olhos, ajudando-nos a compreender e apreciar termos tão frequentemente
utilizados nas Escrituras da Fé, como unidade mundial; solução espiritual dos problemas sociais e
econômicos; ser como as folhas de uma só árvore, as ondas de um só oceano, as gotas de um só
mar, cidadãos de um mesmo país.
Exercícios:
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7. Para viver a vida em sua plenitude, faz-se necessário estabelecer um equilíbrio entre
_____________________________________, possibilitando uma existência
_____________________ e _____________________, que nos livra de um estilo de vida
voltado unicamente para _______________________________________ ao mesmo
tempo em que nos ____________________________ da qual fazemos parte e para cujo
progresso ____________________________________.
“Ó Zayn!... Nada que existe no mundo do ser tem sido, nem jamais será, digno
de menção. No entanto, se uma pessoa fosse benevolentemente favorecida a oferecer
uma migalha - ou até menos ainda - no caminho de Deus, isto seria aos Seus olhos
preferível e superior a todos os tesouros da terra. É por este motivo que o Deus, Uno e
Verdadeiro - exaltada seja Sua glória - louvou em todas as Suas Escrituras Sagradas
aqueles que observaram Seus preceitos e empregam suas riquezas por amor a Ele." 24
No Bhagavad Gita, poema épico hindu, compilado na forma atual entre os séculos V e I a.C.,
encontramos:
“Eu aceito toda a oferenda que se Me faça com amor: seja uma folha, uma flor,
uma fruta ou apenas gotas de água. Eu não olho o valor da oferenda, mas olho o
coração de quem a faz.” 25
Paralelamente à honra de poder realizar um ato digno de ser agraciado com a aceitação
divina, o Budismo abordou também os benefícios que podemos alcançar, ainda nesta existência
efêmera, ao compartilharmos uma parte dos bens com os quais fomos agraciados:
“Antes de dar, o coração se alegra; durante o ato de dar, ele se purifica; depois
de dar, ele se sente satisfeito.”26
Provavelmente é no Antigo Testamento que aparece pela primeira vez a linha divisória que
diferencia a oferenda voluntária, uma prática comum na época, daquilo que, de direito, pertence ao
Criador único. A palavra hebraica usada para transmitir esta ideia é ma’aser’, cuja tradução literal
significa ‘a décima parte’, ou “DÍZIMO”.
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reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas. O dízimo era usado primariamente para cobrir as
despesas do culto e o sustento dos sacerdotes.
No âmago do dízimo encontra-se a ideia de que tudo pertence a Deus, sendo que tudo aquilo
que os seres humanos possuem e prezam, desde o fôlego de vida que os mantêm vivos até os bens
que temporariamente acumulam, advêm de uma Fonte maior que a todos ampara. Pagar o DÍZIMO
significa, portanto, devolver a décima parte que pertence ao Senhor. É interessante notar o uso do
verbo DEVOLVER, e não DAR, pois não damos, e, sim, devolvemos algo que não nos pertence.
O princípio de se oferecer uma parte da riqueza para fins de caridade se encontra presente
também no Cristianismo. Em uma de Suas Epístolas, ‘Abdu’l-Bahá afirma que “Cristo estabeleceu
um Fundo para fins caritativos”.27 Essa prática pode ter sido a base sobre a qual a instituição do
dízimo no Cristianismo foi estabelecida.
É no Islamismo, entretanto, que a ideia de que a totalidade dos bens de que dispomos não
nos pertence de fato, e que os mesmos não devem ser gastos apenas com o nosso próprio conforto
e luxo, viria a ser firmemente estabelecida e regulamentada. O “Zakát” representa um direito social
do grupo junto ao indivíduo, correspondendo não a um FAVOR, mas sim a um DEVER de todo fiel
seguidor do Profeta do Islã.
“Zakát”1, um termo árabe que não possui equivalente na língua portuguesa, abrange uma
série de significados, dentre eles: “crescimento”, “aumento” e “purificação”. É interessante
observar como os termos CRESCER e PURIFICAR, aparentemente sem nenhuma relação,
encontram-se justapostos na definição de “Zakát”. As nossas posses são purificadas com a
separação de uma parte delas para os necessitados e, a exemplo da poda das plantas, o corte
equilibra e estimula novos crescimentos. O “Zakát” é classificado como sendo um ‘tributo social
purificador’, uma obrigação econômica em benefício do bem comum, destinado a reduzir a
distância entre ricos e pobres.
1 Kitáb-i-Aqdas – Nota #161: O Zakát é apresentado no Alcorão como um donativo regular ordenado aos
muçulmanos. Com o tempo, o conceito transformou-se numa forma de imposto-donativo que impunha a
obrigação de se entregar uma porção fixa de certos tipos de renda, quando ultrapassados determinados limites,
para o amparo aos pobres, para vários fins caritativos e para promover a Fé Divina. O limite de isenção variava
conforme as mercadorias, assim como a alíquota sobre a parcela tributável. Bahá´u´lláh declara que a lei bahá´í
de Zakát segue “o que foi revelado no Alcorão” (P&R 107). Visto que não se menciona no Alcorão assuntos
como os limites de isenção, os tipos de renda envolvidos, a freqüência de pagamentos e a escala de alíquotas
para as diferentes categorias de Zakát, a Casa Universal de Justiça terá que legislar sobre tais questões no
futuro. Shoghi Effendi orientou que, enquanto tal legislação não existe, os crentes devem contribuir
regularmente para o Fundo Bahá´í de acordo com seus meios e possibilidades.
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“Não é homem de fé aquele que vai dormir saciado e se omite ficando indiferente
mesmo sabendo que seu vizinho tem fome.” 28
“O exemplo daqueles que despendem sua riqueza pela causa de Deus é como
o de um grão de trigo que produz sete espigas, contendo cada espiga cem grãos. Deus
multiplica a quem Lhe apraz: Deus é Munificente,3 Sapientíssimo4.” 30
“Quem será que irá conceder um generoso empréstimo a Deus? Ele lho
duplicará e lhe concederá uma generosa recompensa.” 31
“Em verdade, aqueles que dão esmolas, tanto homens como mulheres, e
aqueles que concedem um generoso empréstimo a Deus – ser-lhes-á retribuído em
dobro – e receberão uma nobre recompensa.” 32
Os estudiosos islâmicos têm compilado uma relação com os noventa e nove nomes e
atributos divinos que são mencionados no SAGRADO ALCORÃO. É interessante observar que, ao
lado de nomes como:
• O CLEMENTE - (ar-Rahman)
• O MISERICORDIOSO - (ar-Rahim)
• O AUGUSTO - (al-Quddus)
• O ORIENTADOR - O GUIA AO CAMINHO RETO - (ar-Rashid)
• O GUARDIÃO DA FÉ - (al-Mumin)
• O IRRESISTÍVEL - (al-Qahhar)
• O JUSTO - (al-Adl)
• A LUZ - (an-Nur)
• A FONTE DA PAZ - (as-Salam)
• O HERDEIRO SUPREMO - (al-Warith)
• O VIGILANTE - (ar-Raqib)
2 Clemência - do latim clementia. 1. Disposição para perdoar; indulgência. [ anistia, graça e indulto] 2. Bondade,
benevolência. 3. Brandura, amenidade.
3 Munificente - Generoso, magnânimo, liberal.
4 Sapiente (Sapientíssimo) - 1. Conhecedor das coisas divinas e humanas. 2. Sabedor, sábio, erudito.
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• O PACIENTE - (as-Sabur)
estão também:
• O GENEROSO - (al-Karim)
• O BENEFICIADOR - O PROPICIADOR - (an-Nafi)
• O DOADOR - (al-Wahhab),
• O AGRACIANTE - (ar-Razzaq)
• O RETRIBUIDOR - (ash-Shakur)
Vale a pena dedicarmos alguns momentos de reflexão acerca de cada um destes nomes. Um
dos atributos divinos que se manifesta em sua plenitude na Lei do Ḥuqúqu’lláh que estudaremos na
próxima Unidade é o de O RETRIBUIDOR. Conforme as Sagradas Escrituras, O CRIADOR
SUPREMO reconhece e recompensa as boas ações praticadas em Seu Nome, sempre retribuindo
com uma graça maior. Não importa quão pequena a ação possa parecer aos olhos dos homens,
Deus é retribuidor para com Seus servos. Que elevada honra espera os fiéis seguidores que
observam os Seus Mandamentos!
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Ḥuqúqu’lláh é uma expressão de origem árabe que significa o Direito de Deus. É uma sagrada
e das mais importantes leis de Bahá’u’lláh revelada no Livro Sacratíssimo (O Kitáb-i-Aqdas). Cumprir
com Lei do Ḥuqúqu’lláh significa o pagamento de uma parcela da riqueza que nos restou após a
dedução das despesas necessárias e indispensáveis. Embora o Ḥuqúqu’lláh trate das coisas
materiais deste mundo, ele está entre as obrigações espirituais, tais como a oração e o jejum, que
recaem sobre cada alma e cujo cumprimento é uma responsabilidade direta de cada crente para com
Deus, não sujeito às sanções ou imposições das instituições da Fé. Em outras palavras, o pagamento
do Ḥuqúqu’lláh é uma das obrigações espirituais básicas dos bahá'ís, e do mesmo modo como orar,
jejuar e outras leis, faz parte do Convênio de Deus com Seus servos.
Quando estudamos as leis de outras religiões, vemos que em cada religião existe uma
injunção para que se ofereçam contribuições como um sinal de gratidão a Deus. "Honra ao Senhor
com os teus bens” 36 e "Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto
das árvores, são do Senhor; santas são ao SENHOR.” 37
Em outras tradições, quando um filho conseguia o seu primeiro emprego, ele oferecia seu
primeiro salário a seus pais como um símbolo de seu apreço por tudo o que fizeram por ele. Os pais,
que podem nem sequer necessitar da oferta, a aceitam para abençoar os ganhos futuros de seu
filho.
5Mithqál: unidade de peso equivalente a 3,642 gramas, empregada no Kitáb-i-Aqdas com relação a quantidade
de ouro e prata para diversos fins.
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nossa incumbência espiritual pagar, a qual devemos cumprir com muita alegria e reverência. Em
troca disso, recebemos as contínuas bênçãos de Deus. Bahá’u’lláh ensina que o pagamento do
Ḥuqúqu’lláh "... é a fonte de graça, de abundância, e de todo o bem.” 38 E que nos permitirá "...
acercar dos graus que ninguém pode compreender, exceto os escolhidos por Deus." Ele nos
diz que, pagando o Ḥuqúqu'lláh, receberemos bênçãos espirituais, abundância, ganhos terrenos e,
o mais importante, aproximar-nos-á mais de Deus. O pagamento do Ḥuqúqu’lláh não só nos
beneficiará nesse mundo, mas suas bênçãos perdurarão para sempre. Bahá’u’lláh afirma:
“... pois seus resultados benéficos e os frutos destes durarão tanto quanto perdurarem
os reinos da terra e do céu.” 39
Esta citação nos descreve alguns dos benefícios que recebemos em virtude do pagamento
do Ḥuqúqu’lláh. Prosperidade sempre “eleva o homem a estágios mais altos de progresso e
realização”6. Bênçãos são ganhos e recompensas espirituais. Honra é ganho em respeito. Proteção
divina significa estar protegido ou cuidado pelos poderes de Deus. Todas estas dádivas nos advêm
pelo fato de devolvermos a Deus um pouco de nossa riqueza.
‘Abdu’l-Bahá diz:
Deus proverá para que nossos filhos se beneficiem melhor de nossa riqueza se pagarmos o
Ḥuqúqu’lláh. Bahá’u’lláh afirma:
6O conceito de prosperidade é bastante mencionado nos Escritos Bahá´ís, vide A Promulgação da Paz
Universal, páginas 471-472.
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“Suplicai a Deus - magnificada seja a Sua glória - para que permita que Seus bem-
amados possam ser privilegiados a tomar uma porção do oceano do Seu bel-prazer,
pois isto serviria como o meio para a salvação da humanidade...” 44
Nossa atitude em relação ao pagamento de Ḥuqúq é muito importante para que esse possa
ser aceito por Deus. Somos informados de que o pagamento de Ḥuqúq somente será aceito por
Deus e receberemos Suas grandes bênçãos se o mesmo for pago de bom grado e com entusiasmo,
e “... com a maior alegria e radiância, e no espírito de perfeita humildade e submissão...” 45 e
“... com o maior prazer e contentamento, ou antes, com insistência...” 46 Devemos pagar o
Ḥuqúqu’lláh com contentamento e por amor a Deus, caso contrário Deus não o aceitará.
“Se assim for a atitude, a aceitação é permissível, de outra forma não o será.
Verdadeiramente, teu Senhor é o Todo-Suficiente, o Todo-Louvado.” 47
Exercícios
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Ao iniciarmos esta lição, vamos refletir sobre os seguintes versículos revelados por Deus no
Sagrado Alcorão:
“Só a Deus pertence o reino dos Céus e da Terra, e quanto há entre ambos.” 49
“... e Ele criou o sol e a lua e as estrelas, submetidos a leis sob Seu comando: acaso
não Lhe pertencem toda a criação e seu império? Bendito seja Deus, Senhor dos
Mundos.” 50
Por outro lado, encontramos, neste mesmo Livro Sagrado, versículos como os citados a
seguir:
“Quem será que irá conceder um generoso empréstimo a Deus? Ele lho
duplicará e lhe concederá uma generosa recompensa.” 51
“Em verdade, aqueles que dão esmolas, tanto homens como mulheres, e
aqueles que concedem um generoso empréstimo a Deus – ser-lhes-á retribuído em
dobro – e receberão uma nobre recompensa.”52
Para um observador incauto, tais afirmações manifestam uma aparente contradição, pois não
faz sentido falar em se efetuar um ‘empréstimo’ ao Criador Supremo, “o Possuidor deste mundo
e do vindouro.”53
Vejamos o que o amado Mestre afirma a este respeito em Sua Última Vontade e
Testamento:
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“Aquele que oferece sacrifício ao Sol eterno... oferece-o à sua própria alma.” 58
Nestes dois trechos, observamos que o principal beneficiário é o próprio doador, que tem a
sua alma fortalecida em função de tal ato.
A Abençoada Beleza acrescenta, numa de Suas Epístolas, que o cumprimento daquilo que
está prescrito no Livro de Deus é um meio eficaz para “a purificação e a santificação das almas
dos homens” 60. O Centro do Convênio, ‘Abdu’l-Bahá, também afirma que “o pagamento do Ḥuqúq
capacitará os doadores a se tornarem firmes e constantes, e exercerá grande influência sobre
seus corações e suas almas.” 61
“A principal causa deste sofrimento, que pode ser testemunhado por todos os lados,
é a corrupção da moral humana e o predomínio do preconceito, da desconfiança, do
ódio e da falta de fidedignidade, do egoísmo e da tirania entre os homens. A
necessidade das pessoas não é meramente o bem-estar material. O que
desesperadamente necessitam é saber como viver suas vidas – necessitam saber
quem são, o propósito de sua existência e como devem agir uns com os outros...”62
Observando a Natureza
Ao observarmos a natureza, situando o ser humano num contexto mais amplo, no que tange
a sua existência neste plano físico, pode-se verificar que o conceito de que uma parte das
propriedades individuais de cada ser vivo pertence ao Criador Supremo, devendo, por direito, ser-
Lhe devolvido, é uma constante. Uma antiga constatação, presente em diversas tradições religiosas,
afirma que as leis que regem os mundos espirituais encontram-se refletidas neste plano material,
sendo as leis da física, contrapartes temporais das eternas leis espirituais.
Partindo deste ponto de vista, podemos verificar que a Lei do Ḥuqúqu’lláh, por exemplo,
encontra um paralelo no Reino Vegetal. Observando as plantas, podemos constatar que os botões,
as flores e os frutos, que aparentemente se originam da árvore, são formados a partir de elementos
químicos extraídos da terra, tais elementos são manifestações das propriedades da terra. A árvore
extrai da terra os nutrientes e faz brotar todas potencialidades entesouradas na semente. A terra é a
geradora e a produtora dos elementos necessários à manutenção da vida. Consequentemente, a
substância que origina a árvore como um todo também advém da terra. É ela que produz a raiz, o
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tronco, os ramos, as folhas e os frutos. Além disso, ela providencia todos os nutrientes necessários
para o pleno crescimento e a realização final da árvore.
Uma vez compreendido o fato de que a árvore deve a sua existência à fonte de nutrientes da
terra, notemos que, a cada ano, a árvore derrama as suas folhas sobre a terra. Ela devolve ao seu
“criador” uma porção da riqueza que lhe foi concedida. As folhas caídas não irão beneficiar a terra;
na realidade, elas atuarão como fertilizante, sendo a própria árvore a parte que, por seu intermédio,
virá a ser beneficiada.
A história a seguir é um exemplo típico de como Bahá’u’lláh respondia aos presentes que lhe
eram ofertados. Quando Bahá’u’lláh se encontrava em Adrianópolis, certo crente Lhe presenteou
com um pequeno tapete de seda. Bahá’u’lláh escreveu uma Epístola, agradeceu ao crente pelo
presente e derramou Suas bênçãos sobre ele. Disse-lhe que Ele havia aceitado o presente, mas que
agora estava devolvendo-o como um favor de Sua parte. Afirmou que preferia sentar-Se no chão
naquela remota prisão a sentar-Se em um tapete de seda.
A mesma atitude de desprendimento das coisas terrenas também era vista no caráter de
‘Abdu’l-Bahá, o Centro do Convênio de Bahá’u’lláh, e de Shoghi Effendi, o Sinal de Deus na Terra.
Era contra a natureza deles voltarem sua atenção para as coisas deste mundo. Ambos viveram vidas
simples, seguindo o exemplo de Bahá’u’lláh. Embora eles recebessem grandes somas destinadas
ao Ḥuqúqu’lláh e contribuições dos amigos, eles autorizaram que fosse gasto estritamente para a
promoção da Fé e nunca despenderam o dinheiro para seu próprio uso pessoal. Nenhum deles
jamais teve quaisquer bens pessoais, fossem eles de caráter monetário ou de qualquer outro tipo.
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O estudo da vida e dos Escritos de Bahá’u’lláh revelaria sem qualquer dúvida Sua total
desconsideração pelas coisas deste mundo. Em uma de Suas Epístolas a Napoleão III, Bahá’u’lláh
adverte o imperador com as palavras a seguir que demonstram claramente quão sem valor é este
mundo material em Seu conceito:
“Tu te exultas com os tesouros que possuis, sabendo que eles perecerão? Tu te
alegras por reinar sobre um pedaço de terra, quando o mundo todo, na apreciação do
povo de Bahá, vale tanto quanto a pupila dos olhos de uma formiga morta?” 67
Quando Bahá’u’lláh revelou o Kitáb-i-Aqdas, Ele ordenou que não fosse divulgado por algum
tempo. A razão para isto, Ele afirma em uma Epístola, foi porque continha a lei do Ḥuqúq, e Ele temia
que os amigos não a obedecessem, ou pior ainda, pudessem chegar a conclusões erradas. A própria
ideia de que algumas pessoas, em sua imaturidade, pudessem, eventualmente, assumir que o Ḥuqúq
era destinado para o uso pessoal de Bahá’u’lláh era-Lhe extremamente doloroso.
A lei do Ḥuqúq foi colocada em prática inicialmente cinco anos após a revelação do Kitáb-i-
Aqdas. Nesta ocasião, o trabalho de ensinar a Causa começou a se expandir pela Pérsia e pelos
países vizinhos, e havia necessidade de fundos. Mas, mesmo então, a coleta do Ḥuqúq era somente
permitida quando os amigos o ofereciam com total alegria e desprendimento. Caso contrário,
Bahá’u’lláh não tinha necessidade disso. Em uma de Suas Epístolas a Hájí Amín, o Fiduciário do
Ḥuqúq naquela época, Bahá’u’lláh o orientou, dizendo:
“Que minha Glória esteja sobre ti! Fixa teu olhar na glória da Causa. Proclama
aquilo que atrairá os corações e as mentes. Exigir o Ḥuqúq não é de maneira alguma
permissível. Esta ordem foi revelada no Livro de Deus para vários assuntos
necessários que Deus determinou que fossem dependentes de meios materiais.
Portanto, se alguém, com o maior prazer e contentamento, ou antes, com insistência,
desejar desfrutar desta bênção, tu poderás aceitar. Do contrário, a aceitação não é
permitida.” 68
É claro, então, que ao revelar a lei do Ḥuqúqu’lláh, Bahá’u’lláh não teve, de forma alguma,
como objetivo o Seu próprio benefício, ou mesmo o fato de que a Causa de Deus é dependente de
recursos monetários. Pelo contrário, Ele, por Sua graça, revelou esta lei em benefício do avanço
espiritual de nossas almas. Portanto, devemos insistir em poder participar desta generosidade, e dar
conta de sua importância antes que seja demasiadamente tarde.
Exercícios:
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1. Por que Bahá’u’lláh esperou antes que a lei do Ḥuqúqu’lláh fosse divulgada para os amigos?
______________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
4. O que acontece se alguém paga o Ḥuqúqu’lláh em um espírito que não seja de ”maior
prazer e contentamento”? ______________________________________________
_____________________________________________________________________
11. “Tu te exultas com os ________ que possuis, sabendo que eles _________? Tu te
alegras ____________ sobre um pedaço de terra, quando ______________, na
21
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
12. “______ o Ḥuqúq não é _________________ permissível. Esta ordem foi revelada no
Livro de Deus para vários ____________________ que Deus determinou que fossem
dependentes de _______________. Portanto, se alguém, com
___________________________________, ou antes, com _____________, desejar
desfrutar desta bênção, tu poderás aceitar. Do contrário,
____________________________________.”
“Apesar disso, de acordo com Sua sabedoria inescrutável e a fim de fazer um teste
incomparável para distinguir o amigo do estranho, Ele prescreveu o Ḥuqúq para Seus
servos e o tornou obrigatório.” 69
“Ó FILHO DO SER!
Não te ocupes com esse mundo, pois com o fogo experimentamos o ouro e
com o ouro pomos à prova os Nossos servos. ”72
Ouro, como um símbolo de riqueza material, é usado por Deus para testar seus servos. Apego
ao mundo material (riqueza, fama, etc.) é uma barreira entre Deus e Seus servos.
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com grande alegria e radiância, então Deus irá aceitá-lo e receberemos nossa recompensa. As
recompensas que recebemos de Deus são muito maiores do que o que pagamos como Ḥuqúqu’lláh.
Bahá’u’lláh nos disse:
“Incumbe a todos fazer esta oferenda, pois ela é a fonte de graça, de abundância e de
todo o bem. É uma bênção que permanecerá com cada alma em cada mundo dos
mundos de Deus...” 74
Devemos lembrar que ao seguir as leis de Deus sempre nos beneficiaremos, mesmo que não
nos pareça ser assim no momento. Tomemos novamente o exemplo da árvore. Ela perde as folhas
a cada ano e embora isso faça com que a árvore cresça e se desenvolva mais lentamente – até que
as folhas voltem a crescer – ao desfazer-se de suas folhas, o chão é fertilizado e a árvore é capaz
de receber os nutrientes que são necessários para o seu crescimento. Consequentemente ela é
capaz de continuar a crescer com vigor mais forte do que teria se o terreno não houvesse recebido
as folhas. Da mesma forma, quando pagamos o Ḥuqúqu’lláh, podemos ter o sentimento de estar
dando algo, mas na realidade estamos nos permitindo receber "nutrientes espirituais" ou bênçãos
que nos permitem crescer com mais vigor.
Bahá’u’lláh revelou uma oração para nos ajudar a sermos fiéis à lei do Ḥuqúqu’lláh:
Exercícios:
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_____________________________________________________________________
4. Você acha que os testes e dificuldades nos permitirão crescer espiritualmente e ter uma fé
mais forte? Por quê? _____________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
“Exigir o Ḥuqúqu’lláh não é de maneira alguma permissível. Esta ordem foi revelada
no Livro de Deus... Portanto, se alguém, com o maior prazer e contentamento, ou antes,
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“Todos devem ter a máxima consideração pela dignidade da Palavra de Deus e pela
exaltação da Sua Causa. Fosse uma pessoa oferecer todos os tesouros da terra à custa
do aviltamento da honra da Causa de Deus, mesmo que fosse menos que um grão de
mostarda, tal oferta não seria permissível.” 79
“Exigir o Huqúq nunca foi considerado favoravelmente. Todo ato deve ser realizado em
espírito de alegria e radiância. Se uma pessoa estiver disposta a fazer sua oferta com
o máximo contentamento, é permissível sua aceitação...” 80
“Temos escrito e ordenado repetidamente que ninguém deve solicitar tal pagamento.”
81
Solicitar o pagamento do Ḥuqúqu’lláh não é permitido, mas lembrar aos amigos sobre a
importância de se observar essa lei é aceitável desde que se o faça com sabedoria, preservando a
dignidade da Fe.
“O Direito de Deus é uma obrigação para todos. Este mandamento foi revelado
e inscrito no Livro pela Pena da Glória. Contudo, não é permissível solicitá-lo ou exigi-
lo... Como um lembrete aos amigos, um apelo generalizado deve ser feito uma vez na
reunião, e isso deve ser o suficiente. Aqueles que estão confiantes, firmes e dotados
de discernimento agirão espontaneamente e observarão aquilo que foi prescrito por
Deus, colhendo, desta forma, os benefícios do seu próprio ato. Verdadeiramente, Deus
é independente de toda a humanidade.” 84
“Sempre que fizerem referência ao Ḥuqúq, que se restrinjam a uma mera palavra
proferida por amor a Deus, e isto será o suficiente; a coerção é desnecessária,
porquanto Deus nunca desejou que aqueles empenhados em Seu serviço devessem
experimentar qualquer privação.” 85
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Em tudo o que fazemos, devemos nos lembrar de observar a dignidade e a honra da Causa
de Deus. Ao recordar os amigos a respeito da lei do Ḥuqúqu’lláh, e, na verdade, em todos os
momentos, devemos estar conscientes da dignidade da Causa de Deus. Estes gentis lembretes
devem ser dados em um espírito de amizade e concórdia. Se, ao pagarmos o Direito de Deus,
estivermos fazendo com que a Fé, não importa de que modo, esteja perdendo seu elevado prestígio,
é melhor que, independente do valor, não se efetue o pagamento.
“Vós podeis abrir mão do mundo inteiro, mas não deveis ceder em nada da
dignidade da Causa de Deus.” 88
Exercícios:
2. Por que ninguém está autorizado a pedir a outros para pagar o Ḥuqúqu’lláh? _______
_____________________________________________________________________
3. Como podem os amigos ser encorajados a pagar seu Ḥuqúqu’lláh se ninguém está
autorizado a pedir-lhes para pagar? ________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
4. O que pode ser feito se alguém não paga o seu Ḥuqúqu’lláh após vários lembretes?
_____________________________________________________________________
5. Como podemos atentar contra a dignidade e a honra da Causa de Deus por meio de
solicitação e lembretes frequentes sobre o Ḥuqúqu’lláh? _______________________
_____________________________________________________________________
6. A fim de reforçar o seu conhecimento da lei do Ḥuqúqu’lláh você desejará querer memorizar
a seguinte passagem:
“Exigir o Ḥuqúq não é de maneira alguma permissível. Essa ordem foi revelada
no Livro de Deus... Portanto, se alguém, com o maior prazer e contentamento, ou antes,
com insistência, desejar desfrutar desta bênção, tu poderás aceitar. Do contrário, a
aceitação não é permitida.” 89
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
14. “O Direito de Deus é uma ___________ para todos. Este mandamento foi __________
e __________ no Livro pela Pena da Glória. Contudo, não é
_____________________________ ou _____________... Como um lembrete aos
amigos, um _____________________deve ser feito uma vez na reunião, e isso deve
ser o suficiente. Aqueles que estão ____________, ________ e _________ de
_______________ agirão ___________________ e ____________ aquilo que foi
prescrito por Deus, colhendo, desta forma, ________________ do
_____________________. Verdadeiramente, Deus é ___________________ de toda a
humanidade.” 90
“Atentai, ó povo, para vos não privardes de tão grande bênção... Ò povo! Não
defraudeis7 o Direito de Deus nem o despendei livremente sem a Sua permissão. Assim
se estabeleceu o Seu mandamento nas Epístolas Sagradas, e neste Livro excelso.” 91
7Defraudar= fraudar.
8NT: No original diz “individual or family”, no entanto, o Ḥuqúq é devido pelo indivíduo ou pelo casal e não
a família como um todo.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Ele então nos admoesta dizendo: “Quem age traiçoeiramente para com Deus, por justiça
sofrerá traição. Mas quem Lhe segue as exortações receberá uma graça do céu da
generosidade de seu Senhor, o Dadivoso, o Benévolo9, o Generoso, o Ancião dos Dias.” 93
Embora Bahá’u’lláh nos prometa muitas bênçãos quando somos honestos com relação ao
nosso dever de pagar Ḥuqúqu’lláh, Ele também nos adverte para não negligenciarmos o nosso dever
ou sermos desonestos ao calculá-lo. Ninguém pode nos forçar a pagar o Ḥuqúqu’lláh, mas se somos
elegíveis, mas não o pagamos ou não somos confiáveis e honestos ao calculá-lo, Deus nos punirá.
Na primeira citação, Ele nos adverte para não agirmos "traiçoeiramente" em relação ao Ḥuqúqu’lláh
e, na segunda citação, Ele nos diz qual seria a punição se assim o fizermos. Se agirmos
traiçoeiramente, Deus, com justiça, irá nos expor e também não receberemos as bênçãos de Deus.
“Por Deus! Fossem as pessoas saber aquilo que foi ocultado aos seus olhos e se
conscientizassem plenamente do oceano de graça que jaz oculto dentro desta ordem divina,
todos os povos do mundo ofereceriam tudo o que possuem a fim de serem mencionados por
Ele.” 94
Há ainda outras advertências. Bahá’u’lláh afirma que: “Quem atende a este chamado
receberá os benefícios e quem deixa de fazê-lo prejudica a si mesmo.” 95
E ainda mais: “Suplicai a Deus – exaltada seja Sua glória – que capacite o povo a honrar
a obrigação do Ḥuqúq, pois se todos tivessem percebido a vantagem de tal ato e tivessem
desistido de reter o Direito de Deus, os amigos naquela região não teriam experimentado
privação alguma.” 96
Falando sobre os pobres e os ricos do mundo, Bahá’u’lláh faz outro alerta sobre reter o
pagamento de Ḥuqúq: “Dizei: Eu juro por Deus! Ninguém é desprezado aos olhos do Todo-
Poderoso por ser pobre. Antes, é ele exaltado, se for considerado entre os que são pacientes.
Abençoados são os pobres que são constantes na paciência, e infelizes os ricos que retêm o
Ḥuqúqu’lláh e deixam de observar aquilo que lhes é prescrito em Sua Epístola Preservada.”
97
Ele esclarece ainda que as pessoas que são ignorantes quanto ao significado do Ḥuqúq:
“Esforçam-se continuamente para acumular riquezas, por meios lícitos ou ilícitos, a fim de
transmiti-las aos seus herdeiros, e qual a vantagem disto ninguém sabe. Dizei: Neste dia, o
verdadeiro Herdeiro é a Palavra de Deus...” 98
9 NT: Parece que há uma inversão na ordem dos atributos de Deus. Em inglês consta: “the Gracious, the
Bestower, the Generous, the Ancient of Days”, enquanto que em português os dois primeiros parecem
invertidos: “o Dadivoso, o Benévolo9, o Generoso, o Ancião dos Dias.”
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
a ser o quinhão deles, ou pode até cair nas mãos de seus inimigos! Buscamos abrigo
em Deus de tão evidente perda. A vida da pessoa é desperdiçada; dia e noite suporta-
se aborrecimento e a riqueza torna-se uma fonte de aflição. A maior parte da riqueza
dos homens não é pura. Fossem eles seguir aquilo que é revelado por Deus,
seguramente não seriam privados de Sua graça e em todas as circunstâncias estariam
protegidos por Sua generosidade e abençoados por Sua misericórdia.” 99
Bahá’u’lláh quer que ajamos com moderação em todos os momentos. Somos admoestados
a não gastar excessivamente no intuito de evitar o pagamento do Ḥuqúqu’lláh. Devemos agir com o
máximo de espiritualidade ao decidirmos quais são as nossas despesas essenciais. Ao mesmo
tempo, Ele nos aconselhou a que o pagamento do Ḥuqúqu’lláh não deveria nos causar tensão
financeira. Antes de pagá-lo, devemos nos assegurar de que foi provido o sustento de nossas
famílias, nossas dívidas estejam pagas e outras despesas essenciais (como o custo de um funeral)
tenham sido previstas. Os recursos para o pagamento do Ḥuqúqu'lláh provêm do excedente de nossa
riqueza.
“... Deus nunca desejou que aqueles empenhados em Seu serviço devessem
experimentar qualquer privação... O Direito de Deus deve ser pago sempre que possível
e deve ser oferecido em espírito de alegria e radiância. Aqueles que não tiverem
condições de pagar serão investidos com o ornamento do Seu perdão.” 100
Exercícios:
29
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
8. O que acontece com aqueles amigos que não têm condições de pagar o
Ḥuqúqu’lláh?__________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Responda se a afirmativa é verdadeira ou falsa:
“Sobre a questão do Ḥuqúq: ...o mesmo depende totalmente da boa vontade dos
próprios indivíduos... Quem quiser que o observe, e quem quiser que o desconsidere.
Verdadeiramente, teu Senhor é o Todo-Suficiente, o Todo-Louvado.” 101
30
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
“Toda quantia acrescida aos dezenove [mithqáls] está isenta do Ḥuqúq até que atinja
outros dezenove.” 103
“Portanto dezenove mithqáls são iguais a 69,191667 gramas. Uma onça troy é igual a
31,103486 gramas, por conseguinte, 19 mitháls são iguais a 2,224563 onças.” 104 (10)
Tudo o que um crente possui, com exceção de certos itens específicos, está sujeito uma vez,
e apenas uma vez, ao pagamento do Ḥuqúqu’lláh.
3. Quando uma pessoa recebe uma herança, presente ou legado, o valor do mesmo deve
ser acrescido aos seus bens anteriores, aumentando assim o valor total, da mesma
maneira como ocorre anualmente com um superávit de renda em relação aos gastos.
4. Caso uma propriedade aumente de valor, o Ḥuqúqu’lláh não é pagável sobre este
aumento até que o mesmo seja realizado, isto é, até a venda da propriedade.
5. Caso os bens diminuam de valor, em virtude, por exemplo, das despesas anuais
excederem a renda auferida, o Ḥuqúqu’lláh somente incide após a recuperação do
prejuízo e ocorrendo um aumento do valor total dos bens tributáveis da pessoa.
10Onça é uma unidade de medida massa de origem inglesa. Troy é um sistema de unidades. Uma onça troy
é a quantidade de massa equivalente a 31,1 gramas.
31
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
8. Quando um crente vem a falecer, deve ser pago o Ḥuqúqu’lláh ainda devido sobre os
seus bens. Na determinação do valor dos bens sobre os quais ainda não foi pago o
Ḥuqúq, os seguintes abatimentos estão entre aqueles a serem feitos:
i. as despesas do enterro,
ii. as dívidas do falecido,
iii. a perda de valor dos bens quando vendidos e
iv. as despesas havidas com a venda dos bens.
3. Marido e mulher estão livres para decidir se querem honrar de forma conjunta ou
separadamente as suas obrigações para com o Ḥuqúqu’lláh.
Exercícios:
1. Quando se torna uma incumbência sagrada para um bahá’í pagar o Ḥuqúqu’lláh? _______
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2. Pode um crente pagar o Direito de Deus ainda que não esteja obrigado a isso?________
_______________________________________________________________________
3. Quem decide o que é uma “despesa necessária”? _____________________________
_______________________________________________________________________
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
“Outrossim, a Antiga Beleza - magnificado seja o Seu louvor - afirmou que após o
estabelecimento da Casa Universal de Justiça seriam baixadas, neste contexto, as
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
“Portanto, os amigos não devem seguir sua própria vontade e julgamento ao utilizar
quaisquer importâncias destinadas ao Ḥuqúqu’lláh para qualquer outro propósito,
mesmo para contribuições caritativas da Fé.
“As contribuições aos fundos da Fé não podem ser consideradas como parte do
pagamento de alguém ao Ḥuqúqu’lláh; além disso, se uma pessoa estiver devendo o
Ḥuqúqu’lláh e não tiver condições tanto de pagá-lo como também de fazer
contribuições ao Fundo, o pagamento do Ḥuqúqu’lláh deverá ter prioridade sobre as
contribuições. Mas quanto a se as contribuições ao Fundo podem ser consideradas
como despesas no cálculo do montante dos haveres da pessoa sobre os quais o
Ḥuqúqu’lláh é pagável, isto é deixado ao julgamento de cada indivíduo, à luz das suas
próprias circunstâncias.” 107
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Exercícios:
A lei do Ḥuqúqu’lláh foi revelada no Livro Mais Sagrado. Bahá’ú’lláh, no entanto, não tomou
providências para a recepção desta oferenda. Após a revelação do Kitáb-i-Aqdas, Ele esperou por
cinco anos e, finalmente, em 1878, autorizou o recebimento de Ḥuqúqu’lláh. Bahá’u’lláh recebeu o
Ḥuqúqu’lláh somente nos últimos 14 anos de Sua vida terrena. Muitas Epístolas de Bahá’u’lláh
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
mostram que Ele tinha plena consciência de como no passado se havia admitido que o dinheiro e a
riqueza material degradassem a religião. Ele preferiu que a Fé Bahá'í sacrificasse todas as
contribuições, Ḥuqúqu’lláh e outros benefícios materiais, em lugar de permitir que esses, no menor
grau, viessem a afetar a dignidade e a pureza da Fé. Em todos os momentos, esta é uma grande
lição para todos os bahá'ís e para todas as instituições bahá'ís.
No entanto, Bahá’u’lláh explica que o próprio Deus fez o progresso da Fé dependente de
meios materiais. Por isso, o amado Guardião disse que os fundos são o sangue vital da Causa. Na
medida em que os amigos se tornavam mais conscientes, Bahá’u’lláh permitiu que o Ḥuqúqu’lláh
fosse aceito, desde que o doador fizesse a oferta de boa vontade, com entusiasmo, alegria,
consciência e gratidão. Para receber o Ḥuqúqu’lláh, Bahá’u’lláh trouxe a existência uma das grandes
instituições da Fé Bahá'í, o Fideicomisso do Ḥuqúqu’lláh11.
O primeiro Fiduciário:
O primeiro a ser honrado com a nomeação como Fiduciário12 do Ḥuqúqu’lláh foi Jináb-i-Sháh
Muhammad, de Manshád (Irã) que foi nomeado por Bahá’u’lláh e mais tarde recebeu dEle o título de
Amínu’l-Bayán (Fiduciário do Bayán). Com grande dificuldade, privações e perigo, Jináb-i-Sháh
Muhammad empreendeu muitas viagens para levar as doações dos amigos para Bahá’u’lláh e suas
petições ao Sagrado Limiar e, de retorno, lhes trazer notícias e Epístolas de Bahá’u’lláh. Mais tarde,
Jináb-i-Sháh Muhammad designou Hájí Abdu’l-hasan-i-Ardikání como seu ajudante, com quem
viajou por toda parte servindo a Bahá’u’lláh.
O segundo Fiduciário:
Após o falecimento de Jináb-i-Sháh Muhammad, Bahá’u’lláh designou Jináb-i-hájí Abu'l-
hasan-i-Ardikání que foi, mais tarde, intitulado Amin (o de Confiança), ou Jináb-i-hájí Amin. Ele era
uma estrela brilhante que serviu a Fé por 47 anos com disposição e zelo. Ele não tinha bens
materiais, nem casa ou abrigo próprio. Sofreu aprisionamentos e outras dificuldades no caminho de
serviço, mas nunca se queixou. Viajava constantemente de uma cidade para outra e de uma casa
para outra, visitando e aconselhando os amigos e levando as suas ofertas para o Centro do Convênio
da Fé. Jináb-i-hájí serviu como Fiduciário do Ḥuqúqu’lláh por 11 anos durante o Ministério de
Bahá’u’lláh, todo o período de 29 anos do Ministério de ‘Abdu’l-Bahá e por 7 anos durante o Ministério
de Shoghi Effendi. Perto do fim de sua vida, ficou doente e fraco e confinado ao leito, vivendo na
casa de seu amigo e ajudante, Hájí Ghulam-Riza, que, de acordo com o desejo expresso de ‘Abdu’l-
Bahá, tinha sido nomeado para ser o sucessor de Jináb-i-hájí Amin como Fiduciário do Ḥuqúqu’lláh.
Após a sua morte, em 1928, Ḥájí Amin foi nomeado por Shoghi Effendi uma das Mãos da Causa de
Deus.
O terceiro Fiduciário:
O terceiro Fiduciário do Ḥuqúqu’lláh, Jináb-i-hájí Ghulam-Riza, foi nomeado por ‘Abdu’l-Bahá
e foi intitulado Amin-i-Amin (O de Confiança do Fiduciário)13. Ele exerceu esta posição por 11 anos
durante o Ministério do amado Guardião. Depois de se tornar um bahá'í, Jináb-i-Hájí Ghulam-Riza,
11 Fideicomisso: instituição pela qual um testador cede ao testamentário ou legatário apenas o usufruto dos
bens legados, impondo-lhe a obrigação de, por sua morte, transferí-los íntegros ao seu herdeiro legatário..
12 Fiduciário: que revela confiança; (Dicionário Pratico da Língua Portuguesa, Ed. Melhoramentos, 1995).
13 Amin-i-Amin: Amin é traduzido de acordo com o texto acima como “O de Confiança” ao mesmo tempo é
usado como título da pessoa responsável por receber em nome do Cabeça da Causa o pagamento de Ḥuqúq,
ou seja, o Fiduciário do Ḥuqúqu’lláh. Assim sendo, poderia ser também traduzido como “O Fiduciário do
Fiduciário”.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
que provinha de uma família rica e bem conhecida de comerciantes de Teerã, mergulhou nas
atividades bahá'ís e, com a idade de 32, abandonou sua profissão para se dedicar plena e livremente
ao serviço da Fé. Sua casa era um centro para as reuniões dos amigos e para a administração dos
assuntos da Fé. Foi durante o seu Fideicomisso que os primeiros passos foram tomados para o
registro das propriedades e dotações bahá'ís no Irã. Ficou doente em 1939 e veio a falecer.
O quarto Fiduciário:
Shoghi Effendi, o Guardião da Fé, nomeou Jináb-i-Valíyu'lláh Varqá, o terceiro filho de Varqá,
o mártir, e irmão de Ruhu'llah-i-Varqá, como o quarto Fiduciário do Ḥuqúqu’lláh. Um dos privilégios
da vida para Jináb-i-Valíyu'lláh Varqá foi acompanhar o Mestre para a Europa e os Estados Unidos
como intérprete. Ele serviu a Fé em múltiplas capacidades e por 16 anos como o Fiduciário do
Ḥuqúqu’lláh. A fim de dedicar todo o seu tempo a essa tarefa sagrada, ele se demitiu do trabalho
onde se encontrava empregado. Durante o tempo em que serviu nessa posição, a observância da
lei de Ḥuqúqu’lláh foi difundida por todo o Irã, de modo que um número ainda maior dos amigos
cumpriu com as suas obrigações, oferecendo grandes somas e muitas propriedades à Fé. Em 1951,
Jináb-i-Valíyu'lláh Varqá foi nomeado por Shoghi Effendi como uma das Mãos da Causa de Deus.
Ele continuou seus serviços incansáveis para a Fé até novembro de 1955 quando ascendeu ao Reino
de Abhá.
O quinto Fiduciário:
No mesmo cabograma anunciando o falecimento de Valíyu’lláh Varqá, Shoghi Effendi
nomeou (em 1955) Dr. ‘Alí-Muhammad Varqá, o filho de Valíyu’lláh Varqá, como o quinto Fiduciário
do Ḥuqúqu’lláh e também como uma das Mãos da Causa de Deus. Sob a orientação da Casa
Universal de Justiça, Dr. Varqá levou a expansão da instituição do Ḥuqúqu’lláh a muitos países em
todos os continentes e ajudou os bahá’ís do mundo a ter uma compreensão melhor desta poderosa
lei.
Até 1992, a observância da lei do Ḥuqúqu’lláh se aplicava somente aos bahá’ís da Pérsia e
áreas circunjacentes. Seu cumprimento em escala mundial por todos os bahá’ís foi iniciado nesse
ano (1992). Durante diversos planos internacionais de ensino muitos bahá’ís deixaram a Pérsia para
ir a outros países como pioneiros, tornando necessário que Dr. Varqá designasse Vice-Fiduciários
nesses países situados além das fronteiras da Pérsia a fim de facilitar o pagamento do Ḥuqúq por
esses amigos. Gradualmente, bahá’ís em outros países tomaram conhecimento da lei do Ḥuqúqu’lláh
após a tradução das Sagradas Escrituras. Aqueles que estavam ansiosos de observar essa lei foram
encorajados, em seu lugar, a fazerem contribuições aos fundos da Fé, até a época quando a
aplicação universal da lei do Ḥuqúqu’lláh seria declarada pelo Centro de Autoridade da Fé.
A aplicação universal da Lei do Ḥuqúq´lláh
Em 1978/79, o Dr. Varqá, perguntou à Casa Universal de Justiça, se era chegado o tempo
para o estabelecimento do Ḥuqúqu’lláh em alguns dos outros países. A Casa Universal de Justiça
respondeu que o Ḥuqúqu’lláh é uma lei muito importante e seu estabelecimento requer tempo e
futura consulta. Em abril de 1984, durante a 75ª Convenção Nacional Bahá'í dos bahá'ís dos Estados
Unidos da América, centenas de bahá'ís assinaram um pergaminho solicitando à Casa Universal de
Justiça a que considerasse permitir que o estabelecimento da lei do Ḥuqúqu’lláh viesse a ser
universal. Em resposta, a Casa Universal de Justiça aprovou duas grandes metas para o Plano de
Seis Anos (1986-1992). Uma delas foi a tradução para o inglês, pela primeira vez, do Livro
Sacratíssimo - O Kitáb-i-Aqdas – e a outra meta foi a educação dos crentes em todo o mundo a
respeito da lei do Ḥuqúqu’lláh, preparando assim o caminho para o estabelecimento dessa lei através
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do mundo bahá'í. Durante este período, apesar da lei ainda não ter se tornado universalmente
aplicável a todos os bahá'ís, se os amigos desejassem pagar o seu Ḥuqúq, foram permitidos de
assim fazê-lo.
Em antecipação à aplicação mundial da lei do Ḥuqúqu’lláh, o Escritório do Ḥuqúqu’lláh foi
estabelecido na Terra Santa em novembro de 1991, sob a direção do Fiduciário-Mór do Ḥuqúqu’lláh,
Dr. 'Alí-Muhammad Varqá. A Casa Universal de Justiça denominou esse fato de um "passo muito
significativo na evolução desta instituição sagrada." Em abril de 1991, a Casa Universal de Justiça
anunciou ao mundo bahá'í que a partir do Riḍván de 1992 (21 de abril de 1992), o início do Ano
Santo Bahá'í e o centésimo aniversário do falecimento de Bahá’u’lláh, a implementação da lei do
Ḥuqúqu’lláh se tornaria universal e os bahá'ís em todo o mundo eram carinhosamente convidados a
observá-la e a participar das bênçãos divinas desta poderosa lei.
O Corpo Internacional de Fiduciários do Ḥuqúqu´lláh
Agora, que a lei do Ḥuqúqu’lláh passara a vigorar para os bahá’ís tanto no Oriente como no
Ocidente e uma rede de Fiduciários e Representantes se estabelecia para servir aos fieis servos da
Abençoada Beleza em todas as partes da Terra, era chegado o momento para fortalecer ainda mais
essa “instituição sagrada”. Por ocasião do Riḍván de 2005, em sua mensagem dirigida aos bahá`ís
do mundo, a Casa Universal de Justiça anunciou:
“Decidimos que o momento é propício para estabelecer um Corpo Internacional de
Fiduciários do Ḥuqúqu’lláh para guiarem e supervisionarem o trabalho dos Corpos
Regionais e Nacionais de Fiduciários do Ḥuqúqu’lláh espalhados pelo mundo. Irá
funcionar em estreita colaboração com o Fiduciário-Mór, a Mão da Causa de Deus,
Dr. ‘Alí Muḥamad Varqá, podendo se beneficiar com o seu conhecimento e conselho
no desempenho dos seus deveres. Os três membros agora nomeados para o Corpo
Internacional de Fiduciários são Sally Foo, Ramin Khadem e Grant Kvalheim. A
duração de seu mandato será determinada em data posterior. Os membros do Corpo
não irão transferir a sua residência para a Terra Santa, mas no desempenho de suas
funções, se utilizarão dos serviços do Escritório do Ḥuqúqu’lláh no Centro
Mundial.”108
Por ocasião do falecimento do Dr. Varqá, ocorrido em 22 de setembro de 2007, após 52 anos
de serviço ininterrupto como Fiduciário-Mor do Ḥuqúqu’lláh, a lei havia tido um desenvolvimento
marcante e números crescentes de bahá’ís por todo o planeta a haviam abraçado, apoiados agora
por uma rede de Corpos Nacionais e Regionais de Fiduciários se estendendo por todo o mundo. O
progresso e desenvolvimento pelo qual a instituição passou, durante um período de tempo tão curto,
são sem precedentes e o exemplo demonstrado por Dr. Varqá servirá como um farol de guia para o
trabalho agora sendo levado avante sob a guia infalível do Corpo Supremo.
Dr. Varqá será sempre lembrado por suas qualidades singulares de humildade, delicadeza e
ilimitado amor para com todos. Nas palavras da Casa Universal de Justiça:
“... sua maneira de ser estava imbuída de uma delicadeza luminosa, uma bondade
genuína e uma dignidade natural, que se combinavam para refletir o caráter de uma
personalidade santa. Por essas características exemplares, ele será para sempre
lembrado.”109
Os Vice-Fiduciários e Representantes
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Exercícios
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“É o mando obrigatório de Deus que em toda localidade, tudo aquilo que foi
ou será colocado à disposição para o Ḥuqúqu’lláh, deva ser submetido à Sua Santa
Presença.” 112
Bahá'u'lláh designou alguns bahá'ís para servir a Causa como Fiduciários do Ḥuqúqu’lláh. O
Fiduciário recolhia os pagamentos de Ḥuqúqu’lláh e os enviava a Bahá’u’lláh. ‘Abdu’l-Bahá e Shoghi
Effendi também nomearam Fiduciários do Ḥuqúq. Hoje, o Corpo Internacional de Fiduciários do
Ḥuqúqu’lláh é designado pela Casa Universal de Justiça.
Disposição do Ḥuqúqu’lláh
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
“A disposição do Ḥuqúq, em todo ou em parte, é permissível, mas isto deve ser feito
com a permissão da autoridade na Causa à qual todos devem se volver.” 115
“‘Existe uma norma prescrita para o Ḥuqúqu’lláh. Depois que a Casa de Justiça estiver
em existência, a lei do mesmo se tornará manifesta, em conformidade com a Vontade
de Deus. De acordo com estes textos explícitos, está claramente dentro da jurisdição
da Casa Universal de Justiça decidir sobre o recebimento e desembolso do
Ḥuqúqu’lláh atualmente.” 116
Exercícios
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Somos encorajados a pagar o nosso Ḥuqúqu’lláh antes de virmos a falecer, já que isso nos
libera para avançar para os próximos mundos sem ter dívidas para com Deus. Se não honramos
nossas dívidas para com Deus, caberá a nossas famílias liquidá-las em nosso nome. A seguir se
encontra uma história que relata a dedicação de uma senhora à Fé e sua determinação em cumprir
com sua obrigação para com o Ḥuqúqu’lláh antes de falecer.
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A alegria sentida na ocasião por todos os envolvidos bem pode ser imaginada, pois a velha
senhora teve a profunda satisfação de cumprir com sua obrigação espiritual.
Essa história real ilustra a perseverança, firmeza e dedicação de que nós bahá’ís somos
capazes de alcançar.
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Exercícios
1. Por que você acha que é importante liquidar a nossa dívida para com Deus antes de
morrermos? __________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2. Se não tivermos liquidado esta dívida, o que acontecerá? ______________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3. Nas histórias, o que mais o impressiona? ___________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Pouco tempo após o amoroso convite feito pela Casa Universal de Justiça, informando que a
Lei do Ḥuqúqu’lláh passava a ter aplicação universal, uma família no continente africano manifestou
o seu anseio por cumprir esta sagrada determinação. Após efetuarem as contas, descobriram,
porém, que não dispunham de posses suficientes para caracterizar a necessidade do cumprimento
da Lei. Uma vez que não queriam se privar de atender a este tão nobre convite, e ansiosos por
merecer as bênçãos que acompanham tal ação, tomaram a decisão de pagar certa quantia a título
de Ḥuqúq.
O homem partiu triste e com o coração despedaçado, pois, apesar das privações pelas quais
sua família vinha passando, acreditava que a maior privação é deixar de atender a um chamado
divino, e que eles não mais viriam a ser recipientes das tantas bênçãos prometidas para os que
observam o Direito de Deus.
Após alguns meses, ele voltou a visitar o Representante, oferecendo, com alegria e regozijo,
o seu pagamento do Ḥuqúqu’lláh. Em seguida, explicou que o anseio por participar das bênçãos
que o pagamento do Direito de Deus nos aufere, fez com que sua família fizesse uma detalhada
revisão da sua situação financeira, efetuando certas mudanças nos gastos rotineiros, na esperança
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
de que pudesse efetuar o pagamento o mais depressa possível. Ele acrescentou que mais membros
de sua família estavam agora trabalhando e contou as mudanças que efetuaram nos hábitos de
consumo. “Agora”, finalizou, “decorridos seis meses, encontramo-nos melhor financeiramente, temos
conseguido economizar e estamos aptos a realizar o pagamento do Ḥuqúq. É com júbilo que
efetuamos este primeiro pagamento.”
Simplicidade e Constância
No Irã, perto da cidade de Esfahan, existe uma aldeia chamada Najáf’abád. As primeiras
famílias bahá’ís desta localidade remontam aos dias iniciais da história da Fé. A maior parte destes
seguidores era constituída por prósperos agricultores, cujo principal plantio era o de amendoins.
Naquela época não havia muitas aldeias no Irã cujos habitantes soubessem ler e escrever.
Desta forma, o cálculo do Ḥuqúqu’lláh era um tanto complicado para aquelas pessoas. A fim de
contornar esta dificuldade, eles desenvolveram um interessante sistema de cálculo: cada décima-
nona planta de suas plantações era marcada e destinada ao Ḥuqúqu’lláh. Quando os amendoins
estavam prontos para a colheita, eles separavam os frutos das plantas marcadas e os vendiam
separadamente, enviando a quantia recebida à Terra Santa como pagamento do Direito de Deus.
Além disso, amarravam cordas ao redor dos galhos mais carregados de diversas outras
plantas, sendo o produto destes galhos doado voluntariamente aos diversos Fundos da Fé.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Amor e Sacrifício
Kazim, que era um dos estudantes que frequentemente ia a sua casa para ajudá-lo em seu
trabalho, notou que antes de usar o dinheiro para suas necessidades, ele primeiro separava
dezenove por cento da ajuda que recebia para destinar ao pagamento do Ḥuqúqu’lláh. Kazim estava
surpreso, porque sabia que essa era a única fonte de renda daquele bahá´i e o valor que recebia
dificilmente supria as necessidades do seu professor, por isso resolveu perguntar-lhe: “O senhor
sempre nos ensinou a respeito do Ḥuqúqu’lláh e nos disse que o Ḥuqúqu’lláh somente era devido
por aquele que tem lucros em seus ganhos. Como, então, o senhor destina uma parte de seus
recursos ao Ḥuqúqu’lláh, quando tem tão pouco para viver?”
“Meu filho”, respondeu o professor, “você acredita que o valor que eu utilizo para viver,
pertence a mim? Esta parte também por justiça pertence a Deus. É dEle o recurso que eu estou
gastando e o pouco que devolvo a Ele, é só para aplacar a minha própria consciência.”
Kazim, então, percebeu que os amantes verdadeiros não estão presos aos padrões de
prudência comumente considerados. A medida do seu sacrifício não tem limites.
Um médico que havia declarado sua fé em Bahá’u’lláh há apenas dois dias participava em
uma reunião. Ao final do encontro, uma Epístola de Bahá’u’lláh onde Ele declara: “Está claro e
evidente que o pagamento do Direito de Deus é conducente à prosperidade, à benção, à honra
e à proteção divina...” foi distribuída aos amigos. Ao receber sua cópia, este entusiasmado bahá’í
falou aos amigos de como se sentia feliz em estar participando da reunião e por ter recebido estas
palavras de Deus, que ele acreditava serem fatos da vida que deviam ser do conhecimento de todos.
Ele continuou dizendo que, na localidade onde residia na Índia, era costume que o filho desse
o seu primeiro salário à sua mãe, como um sinal de gratidão, tendo certeza de que este ato iria atrair
prosperidade, graças e bênçãos. Ele confirmou que tinha experimentado pessoalmente este
privilégio e tinha sido agraciado com bênçãos incríveis em sua vida. Depois concluiu que, se o ato
de oferecer à mãe o primeiro salário, em sinal de gratidão, é conducente a bênçãos, graças e
prosperidade, imaginem o quanto mais a pessoa não receberá, quando entregar a Deus o que é Seu
direito!
Este relato doce, sincero e espontâneo, de uma pessoa que era bahá’í por apenas dois dias,
elevou a atmosfera espiritual da reunião gerando grande alegria e inspiração.
Exercício
Conclua esta Unidade, escrevendo algumas linhas sobre um ato de desprendimento das coisas
materiais que você tenha oferecido para o progresso da Causa de Deus.
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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Nas unidades anteriores aprendemos que, como bahá'ís, nós temos o privilégio de contribuir
para a construção do Reino de Deus na terra. A Casa Universal de Justiça em sua mensagem de
setembro de 1964 explica o esforço a ser desempenhado por cada indivíduo bahá'í na construção
do Reino Divino. Esta mensagem nos diz que o desenvolvimento saudável da Causa requer:
“... o esforço dedicado de cada crente em ensinar a Fé, em viver a vida Bahá’í, em
contribuir aos Fundos e particularmente em se esforçar continuamente para
compreender cada vez mais a significação da Revelação de Bahá’u’lláh.” 121
Exercícios
1. Neste parágrafo a Casa Universal de Justiça menciona quatro tarefas mínimas que cada
bahá’í pode fazer. Quais são?
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
c. __________________________________________________________________
d. __________________________________________________________________
2. O que significa “se esforçar continuamente para compreender cada vez mais a
significação da Revelação de Bahá’u’lláh”? _______________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
3. O que é aprofundamento? _______________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Nas seguintes palavras da mesma mensagem, a Casa Universal de Justiça passa a explicar
o que se requer de cada crente:
“No corpo humano, cada célula, cada órgão e cada nervo têm o seu papel a
desempenhar. Quando todos assim o fazem, o corpo está saudável, vigoroso, radiante
e pronto para atender a qualquer demanda. Nenhuma célula por mais humilde que seja,
vive separada do corpo, seja para servi-lo ou ser por ele servida. Isto é verdade
tratando-se do corpo da humanidade no qual Deus ‘dotou cada ser humilde de talento
e habilidade’ e é supremamente verdadeiro tratando-se do corpo da comunidade
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
mundial bahá’í, sendo que este corpo já é um organismo, unido em suas aspirações,
unificado nos seus métodos, buscando ajuda e confirmação da mesma Fonte e
iluminado com o conhecimento consciente de sua unidade. Portanto neste corpo
orgânico divinamente guiado, abençoado e iluminado, a participação de cada crente, é
de extrema importância, e é uma fonte de poder e vitalidade ainda desconhecida por
nós.” 122 (14)
Exercícios
“Além de ensinar, cada crente pode também orar. Cada crente pode se esforçar
‘espelhando em sua vida íntima e com seu próprio caráter os múltiplos aspectos do
esplendor que emana daqueles eternos princípios que foram proclamados por
Bahá’u’lláh. Cada crente pode contribuir aos Fundos. Nem todos os bahá’ís podem dar
palestras públicas, nem todos são chamados para servirem nas instituições
administrativas. Mas, todos podem orar, ter sua própria batalha espiritual, e contribuir
ao Fundo, Se cada crente cumprir estes deveres sagrados, ficaremos admirados com
o aumento da força resultante no corpo inteiro, o qual por sua vez causará maior
crescimento e o derramamento de mais bênçãos sobre todos nós.” 124
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Exercícios
1. De acordo com o desejo expresso pelo Mestre, qual o verdadeiro segredo da participação
universal?
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
c. __________________________________________________________________
d. __________________________________________________________________
2. Um corpo saudável é animado pelo espírito. Quando o corpo funciona bem o espírito pode
se manifestar melhor.
a. Devem as partes do corpo cooperar entre si para que haja o funcionamento correto?
__________________________________________________________________
b. Poderia um corpo funcionar corretamente se o seu estômago se recusar a digerir os
alimentos que o corpo necessita? _______________________________________
c. Os diferentes órgãos do seu corpo lutam entre si? __________________________
d. Seu corpo todo é afetado se uma parte dele está enferma? ___________________
e. Pode seu corpo ser forte e cheio de vitalidade se não existir harmonia e cooperação entre
os diferentes órgãos? __________________________________
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
f. Pode uma determinada célula de seu corpo cumprir sua finalidade, sem dar algo para o
corpo? ____________________________________________________________
g. Quando seu corpo está em harmonia? ___________________________________
h. Quando a comunidade bahá’í está em harmonia? __________________________
__________________________________________________________________
i. Devem os bahá’ís cooperar uns com os outros para que a comunidade bahá’í possa
funcionar apropriadamente? ___________________________________________
j. Devem os bahá’ís da comunidade lutar entre si?___________________________
k. Toda a comunidade bahá’í é afetada se um indivíduo está triste ou é negativo?___
__________________________________________________________________
l. A comunidade baha'i pode ser forte e vibrante se não existem harmonia e cooperação
entre os seus membros? ______________________________________________
m. Pode um bahá'í cumprir seu propósito espiritual sem participar na vida da comunidade?
__________________________________________________________________
n. Pode um bahá'í cumprir o seu propósito espiritual sem contribuir para o Fundo?
__________________________________________________________________
o. Todos os órgãos da comunidade baha'i precisam ser unidos e ativos para que a
comunidade possa funcionar corretamente. A comunidade pode ser saudável se o Fundo
não puder sustentar as atividades bahá'ís? __________________________
p. A atividade do corpo humano é mantida unida por um fluxo contínuo de sangue fresco.
Qual é o sangue vital da comunidade mundial bahá'í? ______________________
__________________________________________________________________
Agora, vamos descobrir algumas das características do Fundo, que são definidas nas
citações das Escrituras Bahá'ís.
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"Contribuir ao Fundo é um serviço que todo crente pode prestar, seja pobre ou seja
rico.”126
“A espinha dorsal do Fundo deve ser as contribuições regulares de cada bahá’í.” 127
“É a sagrada obrigação de todo consciente e fiel servo de Bahá’u’lláh que deseja ver
o avanço de Sua Causa, contribuir livre e generosamente para o crescimento desse
Fundo.” 128
“É o grau de sacrifício do doador, o amor com que ele faz sua doação, e a unidade de
todos os amigos neste serviço que traz confirmações espirituais.” 131
“Deve ser deixado claro e evidente a cada um que qualquer forma de compulsão,
ainda que leve e indireta, abala diretamente a raiz do princípio subjacente à formação
do Fundo desde seu encetamento." 133
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
“... os interesses gerais da Causa têm precedência sobre os interesses dos indivíduos
em particular. Por exemplo, as contribuições ao bem-estar de indivíduos são
secundárias às contribuições para os Fundos Nacional e Local e o do Templo.” 141
“Ele deseja que se enfatize mais uma vez que, sob nenhuma circunstância, devem os
crentes aceitar qualquer ajuda financeira de não-bahá'ís para uso em atividades
específicas da Fé, tais como o fundo de construção do Templo e outros fundos
administrativos bahá'ís a nível local ou nacional.” 142
13. De acordo com as citações acima faça uma lista das características do Fundo Bahá'í.
a) ________________________________
b) ________________________________
c) ________________________________
d) ________________________________
e) ________________________________
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
f) ________________________________
g) ________________________________
h) ________________________________
i) ________________________________
j) ________________________________
k) ________________________________
l) ________________________________
Usando sua lista como referencia decida se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas:
Usando sua lista como referencia decida se as seguintes afirmações são verdadeiras ou falsas:
15. Uma pessoa pode contribuir para o Fundo logo que declara
a sua fé em Bahá’u’lláh. V F
19. Um dos crentes pensava que outro bahá'í não estava contribuindo
para o Fundo e decidiu lembrá-lo de sua obrigação sagrada de dar.
Este crente está prestando um grande serviço à Fé. V F
21. Não pode haver um Fundo Local sem uma Assembléia Espiritual Local
para administrá-lo. V F
22. Um bahá’í precisa consertar o telhado de sua casa. Como ele tem
poucos recursos para os reparos, pede à sua Assembleia Espiritual
Local dar-lhe dinheiro dos fundos que está economizando para
construir uma sede bahá'í. A Assembleia deve dar-lhe o dinheiro. V F
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Agora leia o texto abaixo que está baseado nas citações anteriores e analise-o em seu grupo.
O ato voluntário de contribuir para o fundo é privilégio de cada crente. Não é um favor que
fazemos a Deus. O Fundo Bahá'í não é uma caridade. Geralmente damos à caridade o que nos
sobra. Dar o excesso não implica necessariamente em sacrifício. As contribuições para o fundo
devem ser feitas com sacrifício.
Se não doarmos com sacrifício, não estaremos cumprindo totalmente com a nossa obrigação
espiritual. Embora seja um ato físico, contribuir para o Fundo é um sinal de nosso amor pela Causa
e parte integrante do nosso trabalho na edificação do reino de Deus na Terra.
O Fundo Bahá'í é sagrado e deve ser usado para cumprir o sublime propósito de Deus para
a humanidade. Ele não é usado para manter um clero. O Fundo pertence à Comunidade Bahá´í. Ele
pertence à criança pobre, a viúva, ao trabalhador, ao jovem, ao velho, em suma, a toda a
comunidade. Pegar recursos do fundo e usá-lo de forma injusta ou egoísta seria como roubar dos
pobres e necessitados da nossa comunidade.
Juntos, como uma comunidade, precisamos consultar na Festa de 19 Dias e dar sugestões
de atividades para nossa comunidade. A Assembleia Espiritual Local considerará as sugestões e
decidirá quais atividades serão realizadas. Utilizará os fundos parcimoniosamente e com cuidado e
sabedoria para realizar essas atividades. A Assembleia é a administradora do Fundo. Confiamos na
Assembleia e acatamos suas decisões. A Assembleia informa a comunidade de suas decisões, mas
a comunidade não deve questionar as decisões da Assembleia.
O Fundo Local é utilizado para promover os interesses gerais da Causa em uma localidade.
Não deve ser usado para o benefício de indivíduos, embora haja casos em que a Assembleia pode
querer ajudar um indivíduo. Por exemplo, o Fundo pode ser usado para ajudar os indivíduos em seus
esforços de ensino por um curto período de tempo quando eles próprios não podem assumir todos
os custos de suas atividades de ensino. O Fundo também é usado para a administração dos afazeres
da Causa, tais como correio e serviços de secretariado. Com o crescimento da comunidade, haverá
uma demanda cada vez maior e outras formas de utilização do Fundo, inclusive relacionadas com
ajuda humanitária e social.
Além de cobrir as despesas locais, cada comunidade também irá designar uma quantia do
Fundo Local para ser enviado, a cada mês, para os diversos Fundos Bahá’ís. A Assembleia Espiritual
Local junto com a comunidade consultará para definir as metas quanto à quantidade a ser enviada
para esses outros Fundos a cada ano. Essas metas são alcançadas através das contribuições feitas
por cada um dos crentes.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
também podemos fazer contribuições diretas para esses Fundos. Estas contribuições podem ser
enviadas para o Tesoureiro Nacional ou Regional, ou depositadas nas contas bancárias definidas
para cada um dos Fundos.
Sabemos que somente os bahá'ís têm o privilégio de contribuir para o Fundo Bahá'í. Existem
razões pelas quais só os bahá'ís podem contribuir para o Fundo. Primeiro, as instituições bahá'ís que
estamos construindo são nosso presente para a humanidade. Presentes são gratuitos e não devem
ser pagos por aqueles que os recebem. Segundo, aceitar dinheiro de pessoas não-bahá’ís para uso
específico bahá'í, eventualmente causaria complicações e dificuldades. Isto pode fazer mal à Causa.
Contudo, tais valores podem ser recebidos desde que não sejam gastos em atividades diretamente
relacionadas com a Fé e sejam despendidos em nome do doador para fins humanitários.
Devem os bahá'ís contribuir além do Fundo Bahá'í para causas humanitárias? Naturalmente
estamos livres de fazê-lo e seria louvável. Mas, nós bahá’ís, somos poucos em número e as
necessidades do mundo são tão grandes que nossas doações para instituições de caridade não
podem resolver os problemas do mundo.
Até agora, nós aprendemos sobre a natureza do Fundo Bahá’í, suas características e seu
papel na construção do Reino de Deus na terra. Agora, há uma pergunta que todo bahá’í deve fazer
a si mesmo e deve responder sinceramente antes de contribuir para o Fundo: A minha contribuição
para o Fundo é algo que eu devo fazer quando tenho o desejo de fazê-lo ou é um dever sagrado que
eu devo cumprir?
"Da mesma forma, quando as almas são libertadas dos grilhões do mundo,
daquelas imperfeições da humanidade e daquela escuridão animalesca, e entraram no
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
c. __________________________________________________________________
d. __________________________________________________________________
4. Em poucas palavras, o que requer a proximidade a Deus?
a. __________________________________________________________________
b. __________________________________________________________________
c. __________________________________________________________________
Agora, pense a respeito da seguinte questão: É possível progredir sem que haja sacrifício?
Considere a semente de uma árvore. Dentro da semente existe o potencial para que ela cresça e se
torne uma árvore frutífera, mas para que isso ocorra, ela tem que cessar de ser semente. A semente
necessita se romper para que possa surgir a árvore. Em um sentido mais profundo, a semente se
auto-sacrifica para que a árvore possa crescer e se tornar frutífera.
Considere um adolescente que deseja ser homem. Será que poderá fazê-lo se não deixar de
lado as características próprias de uma criança e adquirir as de um homem? Ele deve sacrificar os
prazeres infantis para alcançar os prazeres mais duradouros de um ser maduro. Suponha que
queremos encher um copo com uma bebida deliciosa, mas ele se encontra cheio de uma bebida não
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tão desejável. Poderá encher novamente o copo sem esvaziá-lo? Se um receptáculo deve ser
preenchido com algo novo, deve sacrificar o que já contém para disponibilizar o espaço necessário.
Sendo assim, é possível que a nossa amada Causa progrida sem que façamos algum
sacrifício? Será que podemos nos considerar firmes em nosso propósito de construir o Reino de
Deus na Terra, se não contribuirmos regular e generosamente para os fundos da Fé?
1. “... a felicidade humana consiste apenas em ser atraído para mais perto do Limiar de
Deus Todo-Poderoso, e em assegurar a paz e o bem-estar de cada membro individual
da raça humana, eminentes e humildes, igualmente; e os instrumentos supremos para
a realização destes dois objetivos são as excelentes qualidades com as quais a
humanidade tem sido dotada.”(Abdul-Bahá) 150
i. ________________________________________________________________
ii. ________________________________________________________________
b. Quais são os supremos instrumentos para que nos aproximemos ao Umbral de Deus
Todo Poderoso e obtenhamos a paz e bem estar de cada membro individual da raça
humana? ____________________________________________________________
c. Indique algumas das qualidades com as quais a humanidade tem sido dotada:
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_____________________________________________________________________
b. Em que sentido a humanidade foi agraciada acima de todas as outras formas de vida?
____________________________________________________________________
c. O que significa inexpugnável”?____________________________________________
____________________________________________________________________
d. O que significa “a inexpugnável fortaleza do conhecimento”?_____________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
e. Usando a perceptividade e a razão a serviço do bem comum, que deve fazer a
humanidade? _____________________________________________________________
_________________________________________________________________________
i. ________________________________________________________________
ii. ________________________________________________________________
iii. ________________________________________________________________
3. “Quão excelente, quão nobre é o homem que se levanta para cumprir suas
obrigações; quão vil e desprezível é aquele que fecha seus olhos para o bem-estar da
sociedade e desperdiça sua vida preciosa na procura de seus próprios interesses
egoístas e vantagens pessoais. Suprema é a felicidade do homem, e ele observa os
sinais de Deus no mundo e na alma humana, se ele se apressa sobre o corcel de
elevados esforços na arena da civilização e justiça.” 154
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4. “... a honra e distinção do indivíduo consistem nisto, que dentre todas as multidões
do mundo ele deve tornar-se uma fonte de bem-estar social. Existe alguma graça
concebível maior do que esta para um indivíduo que, olhando para dentro de si
mesmo, deve descobrir que pela graça confirmadora de Deus ele tornou-se a causa
de paz e bem-estar, de alegria e favor ao seu semelhante? Não, pelo Deus único e
verdadeiro, não existe maior bem-aventurança, nem mais completo deleite.” 155
3. “Que felicidade a nossa, haver Deus assim decidido, a fim de podermos trabalhar
juntos para a vinda do Reino!” 158
“Nós suplicamos a Deus que dote as almas humanas de justiça, a fim de que
possam ser justas, e possam se esforçar para prover conforto para todos, para que
cada membro da humanidade passe sua vida no maior conforto e bem-estar. Então este
mundo material tornar-se-á o próprio paraíso do Reino, este mundo elementar
encontrar-se-á em um estado celestial e todos os servos de Deus viverão em extrema
alegria, felicidade e contentamento. Nós todos devemos nos esforçar e concentrar
todos os nossos pensamentos a fim de que esta felicidade possa advir ao mundo da
humanidade.” 159
a. __________________________________________________________________
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b. __________________________________________________________________
2. Se as almas humanas forem justas e se esforçarem para prover o bem-estar de todos, como
será a vida de cada indivíduo? _______________________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________________________________________________________
“... nossas contribuições à Fé são com certeza a forma mais segura de tirar de uma vez
para sempre o peso da fome e da miséria da humanidade, pois será apenas através do
Sistema revelado por Bahá’u’lláh – divino em origem – que o mundo poderá ver
eliminado de seu meio a guerra, a fome, o temor e as injustiças sociais.” 160
2. Como se eliminará injustiças tais como a penúria, o medo, a fome e a guerra? ______
_____________________________________________________________________
3. Desde que é somente através do Sistema de Bahá’u’lláh que o mundo pode aprumar-se e
que a penúria, o medo, a fome e a guerra podem ser eliminadas, qual é a forma mais segura
de estabelecer a justiça sobre a terra? ________________________________
_____________________________________________________________________
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“Esperamos que possas fazer com que a luz da Justiça se irradie mais brilhantemente.
Pela retidão de Deus! A justiça é uma força poderosa. É ela que, acima de tudo o mais,
conquista as cidadelas do coração e da alma dos homens, revela os segredos do
mundo do ser e carrega o pendão do amor e da generosidade.” 161
"O princípio geral de contribuição dos amigos é imutável, a saber, todos são livres de
contribuírem para quaisquer fundos que desejem, e em valores que sua consciência e
sentimento de sacrifício levá-los a decidir.” 164
1. Fundo de Dotações para o Centro Mundial (prazo a ser determinado pela Casa Universal
de Justiça)
2. Fundo do Templo do Chile
Fundo Internacional
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O Fundo Internacional sustenta a vasta gama de atividades promovidas pela Casa Universal
de Justiça. Ele é usado, entre outros propósitos, para financiar as operações do Centro Mundo Bahá'í
e da Comunidade Internacional Bahá'í em todo o mundo, ajudar várias Assembleias Espirituais
Nacionais em suas atividades, programas de desenvolvimento sócio-econômico, e apoio em
programas conjunto com agências de várias organizações, como as das Nações Unidas.
Fundo Continental
Fundo Nacional
Este fundo apoia o trabalho da Assembleia Espiritual Nacional. Ele é usado para a
proclamação, expansão e consolidação da Fé em todo o território de uma nação; para manter as
sedes e propriedades nacionais; promover atividades e para a proteção dos crentes.
“... O Guardião recomenda à sua Assembléia que continue a alertar os crentes sobre a
necessidade de suas contribuições regulares ao Fundo Nacional, independentemente
de existir ou não uma emergência a ser atendida. Nada, a não ser um fluxo contínuo de
contribuições àquele fundo, pode, em verdade, assegurar a estabilidade financeira
sobre a qual muito do progresso das instituições da Fé devem agora, inevitavelmente,
depender.” 166
Fundo Regional
Trata-se de um ramo do Fundo Nacional cujo objetivo é apoiar as operações dos Conselhos
Regionais Bahá’ís nas atividades de ensino e administração da Causa, sendo complementado, se
necessário, com recursos do Fundo Nacional. No Brasil, devido à sua enorme extenção territorial, o
papel dos Conselhos Bahá´is é cada vez mais relevante para o progresso da Causa Divina na frente
interna. Em uma carta escrita pela Casa Universal de Justiça, datada de 30 de maio de 1997 se lê:
"Um Conselho Regional Bahá'í pode ser autorizado pela Assembleia Espiritual
Nacional a agir como o responsável na operação de um ramo regional do Fundo
Nacional Bahá’í.” 167
Fundo Local
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Fundo de Dotações
O Fundo de Dotações foi estabelecido pela Casa Universal de Justiça para cobrir as despesas
anuais necessáarias à manutenção e ao desenvolvimento das propriedades existentes no Centro
Mundial Bahá'í. Este fundo será
"... usado para a preservação, conservação e segurança dos edifícios e dos recintos
dos Centros Espirituais e Administrativos da Fé - atividades que atualmente formam
uma parte tão importante das responsabilidades do Fundo Internacional".169
Desta forma o Fundo Internacional será usado principalmente para apoiar o trabalho de
ensino em outros países e prestar apoio às Assembleias Espirituais Nacionais que são
financeiramente prejudicadas pelos efeitos adversos de guerra, conflitos econômicos e outros
desastres nacionais.
Fundo destinado para a futura construção de sete Casas de Adoração Bahá'í, um projeto
anunciado pela Casa Universal de Justiça no Riḍván de 2012. Estas novas Casas de Adoração serão
duas nacionais, respectivamente na
• República Democrática do Congo e em
• Papua Nova Guiné
e cinco Casas de Adoração locais, nos agrupamentos de
• Battambang, Camboja;
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"O amado Guardião explicou que os interesses gerais e nacionais da Causa têm
precedência sobre os locais, assim as contribuições para fundos locais são
secundárias aos respectivos fundos nacionais.” 173
3. A Assembleia deve educar os amigos para contribuírem diretamente para todos os Fundos
"Ao educar os amigos a se tornarem conscientes de contribuir para o fundo como
um elemento fundamental da vida bahá'í, a Assembleia deve torná-los cientes da
prerrogativa do individuo bahá’í de contribuir diretamente para todos os fundos da
Fé: internacional, continental e nacional bem como o local." 174
Um bahá’í africano que morava numa vila tinha uma casa bem modesta e uma pequena terra
cultivada que lhe dava sustento, mas ele dificilmente tinha algum dinheiro. O que oferecia ao Fundo
Bahá’í era tão pouco que ele mesmo se admirava se teria alguma utilidade. Ele pensou consigo
mesmo: “Minha contribuição é como uma gota, mas se colocá-la com as outras gotas ela se misturará
no oceano de Bahá’u’lláh”. Assim ele deu sua parte para o Fundo.
Não eram apenas os bahá’ís pobres que fizeram sacrifícios para os Fundos. Muitos bahá’ís
ricos também se privaram de conforto pessoal para doar à Fé generosamente. Um destes foi a Mão
da Causa Amélia Collins que era muito rica, porém, vivia uma vida simples e doava grandes somas
aos Fundos. Gastava pouco com si mesma e lá pelo fim de sua vida morava em um único quarto
com o mínimo de pertences. Sua alegria era dar sua riqueza para a promoção da sua amada Fé.
Jamais mencionava as suas generosas doações aos diversos Fundos e não esperava qualquer
reconhecimento ou elogio, porém as suas contribuições silenciosas se estenderam à compra de
dotações de amplas terras no Centro Mundial, à construção de Casas de Adoração e Centros
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Bahá’ís, à publicação de livros, execução de projetos de ensino em todo o mundo e apoio a muitos
pioneiros.
A coisa mais preciosa em relação às volumosas doações que ela constantemente fazia,
estava no espírito com que eram oferecidas. A partir do dia em que acreditou em Bahá’u’lláh, a
senhora Collins dedicou sua vida à Sua Causa e serviu a Sua Fé de diversas maneiras, dedicando
seu tempo e energia até o seu último suspiro.
A senhora Collins, uma vez disse que seu único desejo era obedecer ao que ‘Abdu’l-Bahá
escrevera na Sua Vontade e Testamento – que os bahá’ís deveriam tentar fazer o Guardião feliz.
Esta foi a força motivadora para sua vida e o principio orientador atrás de tudo o que ela fazia. Toda
vez que ela depositava o seu voto durante os vinte e cinco anos que serviu na Assembléia Espiritual
dos Estados Unidos e Canadá, toda vez que apresentava uma sugestão ou saia em viagem, ela se
perguntava: “Isto tornaria Shoghi Effendi feliz?”.
A senhora Collins nunca perdeu a oportunidade de executar qualquer desejo que o Guardião
tivesse manifestado. Um dia ia apressada para uma reunião da Assembléia Nacional em Wilmette,
quando notou que uma das casas, do outro lado da rua em que se encontra a Casa de Adoração,
estava a venda. Imediatamente se lembrou de um comentário momentâneo que o Guardião fizera
muitos anos antes, incentivando os bahá’ís a comprar quaisquer casas ao redor do Templo. Ela
imediatamente contatou um corretor e comprou a casa para a Fé.
Emily foi professora na Inglaterra durante muitos anos, porém, teve que aposentar-se cedo
por motivo de doença. Os professores, naquele tempo ganhavam muito pouco, e como Emily
aposentara-se antes do tempo, não recebia a sua pensão por inteiro. Morava em um pequeno quarto
e economizava tudo o que era possível para equilibrar o orçamento. No entanto, ela contribuía
regularmente para o Fundo Nacional. Para poder fazer isso Emily jejuava um dia na semana; o valor
economizado era contribuído.
Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’í nos deixou um exímio exemplo de como devemos
proceder ao administrar os recursos da Fé que são doados com muito sacrifício, amor e devoção,
por parte dos crentes do mundo inteiro. A história a seguir reflete perfeitamente como ele mesmo
agia em relação à economia e finanças da Fé. Rúhíyyih Khánum relata que: “Nunca viajava a não
ser de terceira classe, mesmo quando já era um homem de meia-idade.” 175
Rúhíyyih Khánum recorda: “de muito poucas vezes nas quais íamos de trem na primeira ou
segunda classe e isso só ocorria quando o trem estava muito sujo ou lotado, tornando impossível a
viagem na terceira classe. Se viajava de noite, ele dormia nos bancos duros de madeira, com a
cabeça repousando sobre sua mochila o que era muito mais do que podiam suportar seus
acompanhantes.”176
Ele tinha duas normas: uma era para si mesmo como representante da Fé, identificado ante
o público e com a honra da Causa, que era sinônimo de sua honra; a outra era como indivíduo que
jamais gastava em luxos os fundos que sua elevada posição colocava à sua disposição.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Na platéia havia um joalheiro que não era muito rico, mas que por acaso, possuía uma grande
esmeralda que ofereceu para o anel de marfim. Uma vez pronto Rúhíyyih Khánum entregou-o para
os membros Assembleia Nacional do Irã, presentes à Conferencia Internacional em Haifa em 1973.
Ela lhes disse: “Vou confiar-vos este anel, que será a primeira contribuição ao futuro Templo a ser
erguido no próximo Plano”.
No Irã, o anel de esmeralda arrecadou a inacreditável soma de cem mil dólares. Um simples
anel de marfim que um humilde bahá’í em Moçambique fez e que custava menos de um dólar, porém
o amor e a sinceridade com a qual fora oferecido, realizaram milagres. O dólar foi multiplicado mais
de cem mil vezes e se tornou a primeira doação destinada à construção do magnífico Templo da
Índia.
Um jovem médico acabara de abrir seu consultório particular. Ele separou uma pequena
quantia de dinheiro com o qual esperava manter-se até que pudesse ganhar a vida com a sua prática
médica.
Para a sua decepção, a clínica não começou a dar lucro tão cedo como ele esperava e as
suas reservas estavam diminuindo rapidamente. Os meses iam se passando velozes e a situação
não melhorava. Chegou então a hora em que ele tinha apenas o dinheiro que sobrava para pagar as
suas despesas de mais um mês. Resolveu procurar um emprego de meio expediente que pudesse
lhe dar algum dinheiro até que pudesse depender apenas de sua clínica.
No entanto, veio a saber que a Assembleia Espiritual da sua cidade estava com enorme
necessidade de fundos. Ele então pensou, “o dinheiro que possuo pode durar apenas um mês. No
final do mês não sobrará mais nada, assim, o dinheiro é na realidade, de pouca utilidade para mim.
Entretanto, pode ser útil para a Assembleia Local.” Decidiu então contribuir para o fundo.
Com a sobra que ficou no bolso entrou num restaurante para tomar café. Lá encontrou com
um colega que lhe disse: “Gostaria de saber se pode me ajudar. Tenho um bom emprego no hospital,
mas desejo me afastar para fazer uma pós-graduação. O diretor do hospital, entretanto, recusa me
liberar a menos que eu encontre alguém para me substituir. Você poderia trabalhar no hospital três
dias por semana?”
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Em sua vida, a preocupação de Anita Munsen foi sempre com os outros. Ela era uma alma
abnegada, cuja alegria era trazer felicidade para as outras pessoas, e durante os Dias Intercalares
cada criança na comunidade recebia dela um presente feito à mão.
Perto do fim de sua vida ela foi incapaz de participar de reuniões, mas ela nunca deixou de
enviar sua contribuição para o Fundo a cada mês pelo correio. A fim de ajudá-la, a Assembléia
Espiritual Local decidiu lhe fornecer envelopes selados e endereçados. Anita escreveu para
agradecer à Assembleia pelos envelopes, mas acrescentou: "Por favor, não coloquem selo nos
envelopes, o Fundo precisa do dinheiro."
Por um longo período, Kate e Ivan se esforçaram muito para economizar o suficiente para
realizar uma grande e necessitada reforma em sua casa no Canadá. A garagem precisava de uma
nova porta, o telhado de novas telhas e a chaminé de ser reconstruída. Porém, antes de iniciarem
os reparos que desejavam, receberam uma mensagem de sua Assembléia Espiritual Nacional
informando aos bahá’ís de todo o país sobre as severas necessidades do Fundo Nacional e
chamando a todos para ajudarem-na a superar a crise que se instalara naquele momento.
Kate e Ivan responderam imediatamente! Eles enviaram todos os recursos que dispunham
para a reforma da casa para o Fundo Nacional. Logo após terem oferecido esta generosa
contribuição algo inesperado aconteceu, o pior furacão em muitos, muitos anos assolou a cidade
onde moravam. O forte vento arrancou a porta da garagem, destelhou a casa toda e demoliu
completamente a chaminé. O seguro que tinham, claro, pagou pela maior parte de todos os danos
causados à casa em que residiam. “Ao colocarmos os Fundos em primeiro lugar”, disse Kate, “Deus
cuidou do resto para nós”.
Shidan era um jovem bahá’í descendente de família muito rica, que morava na parte mais
rica de Teerã. A Festa de Dezenove Dias que ia, era frequentada por bahá’ís tão ricos como ele. A
razão para isto era que havia milhares de bahá’ís em Teerã e todos não podiam participar de uma
única Festa. A Assembleia Espiritual Local teve de dividir a cidade em diversas áreas e os crentes
frequentavam a Festa realizada na sua própria área.
Shidan contou muitos anos depois esta historia a um amigo: “Nossas Festas de Dezenove
Dias eram sempre realizadas em grandes casas atapetadas com tapetes caros e bela mobília”. Mas,
entre nós havia um bahá’í que ganhava a vida vendendo água. Naquela época não havia água
encanada em Teerã, e as pessoas ricas costumavam comprar a água para beber. A água vinha de
uma fonte e era transportada em carroças pelos aguadeiros. Estes ganhavam muito pouco, porque
o preço da água era bem barato.
Eles costumavam estar sempre molhados e enlameados e o que freqüentava a nossa Festa
apresentava-se desta maneira. Ele nunca perdia uma Festa. Entrava calmamente e se sentava perto
da porta. Ele parecia preocupado que a sua presença não ofendesse aos demais e tinha o máximo
cuidado em não tocar nos objetos ao redor com suas botas e roupas molhadas. Eu me admirava
como o aguadeiro teve a oportunidade de morar na nossa área ou, pensei, talvez viesse direto do
trabalho.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Uma noite foi lido um boletim que trazia um apelo especial para os fundos. A Assembleia
Espiritual não podia cumprir com os seus compromissos e o desenvolvimento da Causa em nosso
país dependia dos donativos sacrificiais dos amigos. A resposta daqueles presentes à Festa foi
instantânea. Os homens tiraram as suas carteiras, as senhoras abriram as suas bolsas e grandes
cédulas, uma a uma eram colocadas na caixa do Fundo. Olhei para o aguadeiro. Não mostrava
qualquer sinal de reação. Teria ele compreendido sobre o que a circular tratava?
Quando chegou a parte social da Festa, as pessoas levantaram e começaram a falar umas
com as outras. Eu estava observando o aguadeiro e vi que ele olhava ao redor, como que para ter
certeza de que ninguém estava observando, então tirou a sua bolsa, abriu o cordão e derramou todo
o seu conteúdo na palma da mão. As pequenas moedas encheram a sua mão. Depois, ainda
apreensivo de que pudesse ser observado, aproximou-se da caixa do Fundo, derramou o dinheiro
dentro e silenciosamente foi embora.
Eu estava dominado pela emoção e disse a mim mesmo. Será que ele tem o que comer? E
se tiver família, para alimentar? E se ficasse doente e não pudesse trabalhar no dia seguinte? Ele
dera tudo o que tinha – até o último centavo. Qual de nós dera tudo o que tinha? O quão precioso
não era o dinheiro desse homem?”
Certa vez, Haji Amín estava de partida rumo à Terra Santa, quando uma pobre e idosa
senhora entregou-lhe a sua contribuição, que consistia em uma única moeda, pedindo que a levasse
consigo. Haji Amín agradeceu e guardou a moeda no bolso.
Desta vez, no entanto, para sua surpresa, após conferir a quantia, ‘Abdu’l-Bahá
carinhosamente olhou para Amín e lhe disse que algo estava faltando. Ele tentou lembrar, sem
sucesso, o que poderia ter acontecido, deixando a presença do Mestre com grande pesar pelo
ocorrido.
Haji Amín imediatamente pegou a moeda e levou-a até ‘Abdu’l-Bahá. O amado Mestre, que
já estava aguardando o retorno de Amín, passou a elogiar bastante a sua conduta. Em seguida,
beijando a moeda, disse que ela era mais valiosa do que todas as demais doações, pois tinha sido
oferecida com o maior grau de sacrifício.
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
Bibliografia
• ‘Abdu’l-Bahá
o Alicerces da Unidade Mundial. Tradução das palestras 10, 11 e 14 por Rubens André
Kirche Dantas demais palestras de livros já publicados. 1ª ed. Mogi Mirim: Editora
Bahá’í do Brasil, 2005
o Palestras de ‘Abdu’l-Bahá – Londres 1911. Compilado por Eric Hammond e tradução
de Bijan Ardjomand. 1ª ed. Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2005
o Palestras de ‘Abdu’l-Bahá – Paris, 1911. Compilado por Lady Blomfield. 4ª ed.
(revisada) Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2005
o Promulgação da Paz Universal – Palestras de ‘Abdu’l-Bahá – Estados Unidos e
Canada – 1912. Compilado por Howard MacNutt. Tradução de Bijan Ardjomand. 1ª
ed. Mogi Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2005
o O Segredo da Civilização Divina. Tradução de Rubens André K. Dantas. 1ª ed. Mogi
Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2003
o Tablets of ‘Abdu’l-Bahá, Volume 2. Chicago: Bahá’í Publishing Committee, 1930
• ‘Abdu’l-Bahá/Báb/Bahá’u’lláh
• Bahá’u’lláh
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
o Os Sete Vales. Tradução de Leonora S. Armstrong e Luis Henrique Beust. 5ª ed. Mogi
Mirim: Editora Bahá’í do Brasil, 2004
o Epístola ao Filho do Lobo. Tradução de Merle Scoss. 1ª ed. Mogi Mirim: Editora Bahá’í
do Brasil, novembro de 1997
• Bhagavad Gîtâ
• Bíblía Sagrada
74
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
o Lights of Guidance – A Bahá’í Reference File. 4ª ed. New Delhi, India: Bahá’í
Publishing Trust, 1996
• J. M. Rodwell
o The Koran. Translated from the Arabic. First published in Everyman’s Library in 1909.
Last reprinted 1983. London, England, J. M. Dent & Sons Ltda, 1983
Obs: em sua monumental obra “Muhammad and the Course of Islam” Balyuzi utiliza as traducões do
Alcorão de George Sale, recomendada pelo Guardião e também a de Arthur John Arberry.
• Rúḥíyyih Rabbani
• Shoghi Effendi
• O Zend Avesta16
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
REFERÊNCIAS
Nacional na Internet)
27 “Abdu’l-Bahá, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh - O Direito de Deus, p. 47
28 Tradição islâmica. Dito atribuído ao Profeta, (falta identificar a fonte)
29 Maomé, The Koran, Sura 7, verse 155, p. 307
30 IBID., The Koran, Sura 2, verse 261, p. 368
31 IBID., The Koran, Sura 57, verse 11, p. 408
32 IBID., The Koran, Sura 57, verse 18, p. 408
33 A Casa Universal de Justiça, citada em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 56
34 Bahá’u’lláh, O Kitáb-i-Aqdas – O Livro Sacratíssimo, pp. 44-45
35 Bahá’u’lláh, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 28
36 Bíblia Sagrada, Antigo Testamento – Provérbios 3:9
37 IBID., Levítico – 27:30
38 Bahá’u’lláh, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 17
39 IBID., p. 31
40 IBID., p. 17
41 ‘Abdu’l-Bahá, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 44
42 Bahá’u’lláh, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 36
43 IBID., p. 22
44 IBID., p. 23
45 IBID., p. 16
46 IBID., p. 18
47 IBID., p. 16
48 Maomé, The Koran, Sura 63, verse 7, p. 442
49 IBID., The Koran, Sura 57, verse 20, p. 488
50 IBID., The Koran, Sura 7, verse 53, p. 299
51 IBID., The Koran, Sura 57, verse 11, p. 408
52 IBID., The Koran, Sura 57, verse 18, p. 408
53 Bahá’u’lláh, Orações e Meditações de Bahá’u’lláh, p. 181
54 ‘Abdu’l-Bahá, A Última Vontade e Testamento de ‘Abdu’l-Bahá, p. 17
76
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
1996–2006, p. 192
109 IBID., Mensagem aos Báhá’ís do Mundo datada de 23 de setembro de 2007 comunicando o falecimento de
77
EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
51
114 Bahá’u’lláh, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 39
115 ‘Abdu’l-Bahá, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 45
116 A Casa Universal de Justiça, citada em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 60
117 ‘Abdu’l-Bahá, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 47
118 Bahá’u’lláh, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 39
119 IBID., citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 39
120 ‘Abdu’l-Bahá, citado em A Lei do Ḥuqúqu’lláh – O Direito de Deus, p. 45
121 A Casa Universal de Justça, Wellspring of Guidance – Messages from the Universal House of Justice, p. 37
122 IBID., p. 38
123 IBID., p. 38
124 IBID., p. 38
125 IBID., pp. 38-39
126 IBID., p. 19
127 IBID., Messages from the Universal House of Justice – 1968-1973, p. 59
128 Shoghi Effendi, Administração Bahá’í [1922-1932], p. 54
129 A Casa Universal de Justiça, Wellspring of Guidance – Messages from the Universal House of Justice, p.
19
130 ‘Abdu’l-Bahá, citado em Agriculture and Rural Life, exerto número 4
131 A Casa Universal de Justiça, Wellspring of Guidance – Messages from the Universal House of Justice, p.
19
132 Shoghi Effendi, Administração Bahá’í [1922-1932], p. 135
133 IBID., p. 135
134 Shoghi Effendi, Bahá’í Funds, Contributions and Administration, p. 11
135 IBID., p. 11
136 IBID., Administração Bahá’í [1922-1932], p. 54
137 IBID., p. 54
138 IBID., The Compilation of Compilations – Volume I, p. 543
139 IBID., Administração Bahá’í [1922-1932], p. 54
140 IBID., Administração Bahá’í [1922-1932], p. 54 [NT: trecho omitido na tradução em português]
141 IBID., Bahá’í Funds and Contributions, p. 4
142 IBID., Bahá’í Funds and Contributions, p. 15
143 ‘Abdu’l-Bahá, Tablets of ‘Abdu’l-Bahá, Volume 2, pp. 354-355
144 IBID.,
145 IBID.,
146 IBID.,
147 IBID.,
148 IBID.,
149 IBID., Promulgação da Paz Universal – Palestras de ‘Abdu’l-Bahá – Estados Unidos e Canada – 1912, p.
183
150 ‘Abdu’l-Bahá, O Segredo da Civilização Divina, p. 72
151 IBID., p. 4
152 IBID., p. 4
153 IBID., p. 4
154 IBID., p. 4
155 IBID., p. 3
156 Bahá’u’lláh, Epístolas de Bahá’u’lláh Reveladas após o Kitáb-i-Aqdas, p. 62
157 IBID., p. 186
158 ‘Abdu’l-Bahá, Palestras de ‘Abdu’l-Bahá – Paris, 1911, p. 28
159 Abdu’l-Bahá, Alicerces da Unidade Mundial, p. 62
160 Shoghi Effendi, Contribuição aos Fundos Bahá´ís. Editora Bahá´i do Brasil, 2004, p.19.
161 Bahá’u’lláh, Epístola ao Filho do Lobo,p. 46
162 IBID., As Palavras Ocultas, p. 3
163 Shoghi Effendi, Bahá’í Funds, Contributions and Administration, p. 11
164 IBID., Compilations of Compilations – Volume I, p. 543
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EDIÇÃO DE PRÉ-PUBLICAÇÃO - MATERIAL EM DESENVOLVIMENTO
165 A Casa Universal de Justiça, Messages from de Universal House of Justice – 1963-1986 – The Third Epoch
of the Formative Age, p. 26
166 Shoghi Effendi, Bahá’í Funds, Contributions and Administration, p. 9
167 A Casa Universal de Justiça, Turning Point – Selected Messages of the Universal House of Justice and
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