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assinala de forma expressa a garantia de liberdade de manifestação do pensamento - liberdade

de expressão – (artigo 5º, inciso IV), independentemente de censura ou licença (artigo 5º,
inciso IX) e o direito de acesso à informação (artigo 5º, inciso XIV).

Em meio ao atual modelo pátrio, a vertente libertária de uma liberdade


pública de expressão acarreta o reconhecimento de um dever imputado ao Poder Público de se
abster de praticar qualquer ato atentatório à liberdade de informação em sua múltipla
perspectiva, ou seja, há de ser coibida qualquer forma de censura na esfera civil e social, tanto
no que diz respeito às manifestações artísticas quanto na seara comunicativa50. No âmbito
constitucional brasileiro, tal pensamento vem a ser corroborado pela redação do artigo 5º,
incisos IV e IX, ipsis litteris:

Art. 5º. (...)


IV – é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato;
(...)
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença.

Distintamente da Carta Constitucional anterior, de 1967-196951, o texto


fundamental em vigor somente permite uma restrição à liberdade de expressão nos casos
expressamente previstos no disposto na Ordem Social, especificamente no teor do artigo 220
e parágrafos, in verbis:

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a


informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer
restrição, observado o disposto nesta Constituição.

Parágrafo 1º. Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço
à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de
comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

Parágrafo 2º. É vedada toda e qualquer censura de natureza política,


ideológica e artística.

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V., a respeito da dimensão defensiva da liberdade de expressão, MENDES, Gilmar Ferreira et. alli. Curso de
Direito Constitucional. São Paulo: Editora Saraiva, 2007, p. 351: “(...) A liberdade de expressão, enquanto
direito fundamental, tem, sobretudo, um caráter de pretensão a que o Estado não exerça censura. Não é o Estado
que deve estabelecer quais as opiniões que merecem ser tidas como válidas e aceitáveis; essa tarefa cabe, antes,
ao público a que essas manifestações se dirigem. Daí a garantia do art. 220 da Constituição brasileira. (...)
Estamos, portanto, de um direito de índole marcadamente defensiva – direito a uma abstenção pelo Estado de
uma conduta que interfira sobre a liberdade do indivíduo (...)”.
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O artigo 8º, inciso VIII, alínea “d” da Carta de 1967-1969 preceituava ser competência da União organizar a
Polícia Federal com a finalidade de “prover a censura de diversões públicas”.

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