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Bianca no. 65
Renée era linda, rica, tinha tudo para ser feliz, mas sua vida era
triste, porque a garota sofria com a falta de um amor verdadeiro.
Obrigada pela mãe, mulher ambiciosa e má, a se casar com um rapaz
fraco, oportunista e sem personalidade, Renée fugiu de casa e foi
morar na Austrália, junto com uma tia que se afastara da civilização
para se dedicar à pintura. E lá, numa região linda, junto à natureza, a
garota pensou ter encontrado paz e alegria... Mas o destino lhe
preparava uma nova armadilha. Renée se apaixonou por um
fazendeiro rude, belo e... insensível!
CAPITULO I
Renée não teve que esperar muito para descobrir, pois o homem alto
foi em direção dela com toda a insinuante e coordenada graça de
uma pantera, seu olhar atraindo o dela.
— A senhorita parece perdida! — A voz dele era muito sedutora e ela
pareceu tão surpresa que ele quase deixou de sorrir. — Não está?
Havia qualquer coisa nele que Renée parecia reconhecer: o olhar
agudo, a aparência de poder, a autoridade masculina que a oprimia.
Ele a fazia lembrar-se de seu pai, um homem duro, frio e auto-
sufíciente.
— Há uma pessoa que vem me buscar — disse ela, sem muita
convicção.
— Tem certeza? — A voz dele era seca.
— Sim, obrigada. — respondeu, esperando que o rapaz fosse embora.
Homens como ele a perturbavam. Apesar da roupa extravagante, ela
sabia que ele não era um vaqueiro qualquer. Era seguro de si, muito
agradável e educado.
— Por acaso você é Renée? — perguntou o homem, franzindo a testa.
— Sim, sou... — Ela gostaria de saber como ele tinha descoberto.
— Então é você! — disse ele, olhando os olhos, o cabelo, o rosto e as
roupas caras dela. Até mesmo suas pernas longas e finas não
escaparam ao exame.
— Como você sabe? — Os olhos dela pareciam muito surpresos.
— Katie tem uma foto sua sobre o piano. Na época da foto, você
devia ter uns dez anos, mas não mudou muito. Ainda tem aquele
olhar de garotinha perdida. Permita que eu me apresente. Sou Nick
Garbutt, vizinho de sua tia. Não há necessidade de ficar tão
apavorada.
— Não estou! — Era incrível, mas ela estava tremendo e não
conseguia esconder isso. Não daqueles olhos.
— Você não está fugindo, está? — perguntou ele bruscamente. —
Katie me falou muitas vezes de sua linda sobrinha. O que a trouxe
aqui?
— Quero ver Katie.
— Então você deve estar em algum tipo de encrenca. — Ele a olhava
atentamente, notando a pulsação na garganta dela. — Ela sabia que
você viria?
— É lógico! — Havia um leve toque de irritação em sua voz macia e
gentil. — Estou esperando que minha tia chegue.
— Então é melhor verificarmos. Ou você trocou as datas ou Katie
está trabalhando e esqueceu a hora.
Renée não respondeu, embora já tivesse pensado nisso. Ela odiou
aquele olhar gozador nos olhos dele, um desconcertante brilho de
ironia.
— É melhor eu telefonar — disse ela, e fez menção de se levantar.
— Permita-me telefonar. Acho que talvez você esteja sob alguma
tensão emocional.
— Não. Eu estou muito bem.
homem tinha que ter muita fibra para conquistar a selva. Há muitas
histórias que podem interessá-la. Histórias sobre pérolas, ouro e
pedras preciosas; açúcar e gado, caçadores de búfalos e crocodilos.
Há até mesmo lendas sobre as pragas que os negros jogavam sobre
seus amos brancos. Nos maus tempos de outrora, os polinésios eram
tirados das ilhas e obrigados a trabalhar nos canaviais. A vida era
selvagem, com violências e criminosos. Em certas áreas, o homem
selvagem sentia prazer em alimentar os crocodilos com os seus
inimigos.
— E a sua família? Eu não sei nada sobre você.
— Meu pai está morto. Ele era um cavaleiro extraordinário, ainda que
tivesse sido imprudente com um animal desgarrado da manada.
Minhas duas irmãs, Anne e Louise, estão casadas. Uma delas vive em
Kentucky e a outra em Adelaide. Minha mãe divide o tempo entre nós
três. Eu normalmente a vejo no inverno, quando o tempo é perfeito.
Ela não suporta o calor.
— Então, você cuida da propriedade sozinho? Nick olhou para ela com
um meio sorriso.
— Para dizer a verdade, eu tenho muitos empregados. Mas vamos
esquecer isso, por enquanto. Fale-me de você.
— Não há muito a dizer. Algumas vezes acho que realmente eu não
existo.
— Santo Deus! — exclamou ele secamente. — E você está preparada
para aceitar essa situação?
— Não. Você está certo, eu estou em estado de crise.
— Por causa de um homem.
— Eu não disse isso.
— Vamos, o que mais poderia ser? Obviamente, não é dinheiro,
portanto só pode ser amor. — Nick riu enquanto falava.
— Isso, ria mesmo. Eu mereço.
— Eu não quero torturá-la, mas parece que você está fugindo.
— Você me faz sentir tola e fraca.
— Não é isso. Eu estou tentando descobrir o que a está abalando.
— Posso saber por quê? — disse ela, um pouco amarga.
— Katie é minha amiga e eu gosto muito dela. E bastante natural
que eu me interesse por sua sobrinha. Já ouvi muita coisa sobre
você. Para começar, sei como você é amável e despretensiosa.
— Você está querendo dizer que Katie é exagerada, que ela não falou
a verdade?
— Não. Você é amável, mas também muito tímida. O que
aconteceu?
— Isso não interessa. Você pode gostar muito de Katie, mas não quer
dizer que tenha obrigatoriamente que gostar de mim.
— Não, não tenho. Por que você não faz valer seus direitos e me
manda para o inferno?
— Porque isso não me interessa.
— Muito bem! Vejo que você tem personalidade.
Agora Renée estava envergonhada por ter sido tão ríspida, mas Nick
estava se divertindo. Por um momento ela teve uma irresistível
vontade de bater nele, um sentimento tão estranho à natureza dela,
que ficou horrorizada.
— Pense melhor nisso — disse ele.
— Em quê? — A idéia de que ele podia ler em sua mente era
insuportável.
— Você queria me bater. Seus olhos ficaram mais verdes.
— Odeio homens como você — disse ela, com a voz um pouco
trêmula. — Há anos que eu os conheço.
— Verdade? Essa é uma afirmação muito forte. Você nunca conheceu
um homem em sua vida...
— Onde está a casa de Katie? — reclamou ela, procurando mudar de
assunto.
— Está bem, pare de se preocupar. Talvez estas férias sejam
exatamente o que você quer. Você é uma garota fora do comum e
levará algum tempo para eu descobrir seus segredos escondidos.
— Definitivamente, eu não vou discuti-los com você.
— Você se trai toda vez que abre a boca. Uma coisa é certa, você
está com medo dos homens.
— Você está louco! Eu tenho muitos amigos.
— Você não sabia que tinha medo dos homens? — Ele a olhou com
pena. — O que é isso? Não chore, Renée!
— Você é cruel — murmurou ela.
— Sou realista. Você não gosta de se conhecer. É preciso coragem
para sair de uma prisão. — Enquanto falava, ele saiu da estrada,
entrando em um caminho de terra. — Katie alugou a fazenda em
frente. Como você disse, è bastante isolada, mas está sob minha
proteção. A terra me pertence e ninguém irá aborrecê-la. Em
consideração a todos nós, tente tirar essa expressão de mágoa do
rosto.
— É claro. — Renée abaixou o "quebra-sol", olhou no espelho que
havia atrás dele e recolocou-o no lugar. Seus olhos estavam enormes
e bem verdes, sua boca mais vulnerável do que o normal. Que
homem impossível! Nick tinha tudo que queria, e se quisesse mais,
pegaria da mesma maneira.
O pôr-do-sol deixava o céu maravilhoso. Ela nunca tinha visto nada
igual antes: o vermelho, o rosa, o amarelo e o violeta se misturavam
de maneira brilhante. Eles se aproximavam da casa da fazenda, um
bangalô branco com venezianas verdes e um telhado vermelho-
ferrugem. Para todos os lados que ela olhava havia árvores floridas,
as gloriosas poincianas e os jacarandás, o deslumbrante amarelo das
cáscaras-sagradas e das cássias, os jasmins e os oleandros que
pareciam crescer à vontade.
— Nunca vi árvores tão exóticas! O que realmente faz o norte tão
característico é toda essa florescência abundante — disse Renée,
apreciando a beleza.
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Ninguém foge do amor (The butterfly and the baron) Margaret Way
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último minuto ela também levantou a mão. Não que isso parecesse
necessário. Ela estava simplesmente sendo gentil com Katie.
— Vamos entrar — disse Katie, com um sorriso. — Você pode me
contar tudo que a preocupa enquanto eu preparo alguma coisa para
comermos.
CAPITULO II
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— Ele foi um pouco estúpido comigo, mas depois concordou que você
precisa de um pouco de sossego. Talvez esta tenha sido a única
vitória que ele teve sobre sua mãe. Ela vai telefonar de vez em
quando e me fazer prometer que tomarei conta de você, mas você
está livre para se divertir durante um mês. Depois disso, creio que
eles querem conversar sobre o casamento seriamente. Seus pais
acham que você simplesmente não pode desprezar a boa vida ali!
Simon manda lembranças e diz que compreende a razão de você ter
fugido...
— Que gentileza! Aposto que, no fundo, ele está com raiva.
— Faz anos que não perco a calma, mas minha irmã faz com que eu
a perca com muita facilidade.
— Obrigada, Katie! — exclamou Renée, beijando-a. — Eu não sei por
que comecei a tremer quando vi você falando com eles.
— Não é uma sensação muito agradável ser descoberta. Vinte e dois
anos ainda é uma idade vulnerável e você atingiu seu limite. Você
precisa de algum tempo para amadurecer. Sabe, querida, há uma
tristeza e uma tensão em você que ficaram evidentes para Nick.
— Eu sei, mas como é bom estar aqui! — Renée sentia-se muito bem
com Katie, melhor do que com qualquer outra pessoa, porque ela era
segura e sincera. E agora estava segura em sua companhia, pelo
menos por um mês.
Na manhã seguinte, Renée acordou com o canto dos pássaros, que
era tão forte que a fez levantar-se imediatamente e ir até a janela.
Retirou a tela da janela e ficou olhando as árvores repletas de
pássaros e suspirou, aliviada.
Uma estranha sensação de paz e tranquilidade tomou conta dela e,
levantando os braços, espreguiçou-se vagarosamente. A natureza era
tão maravilhosa, tão abundante, e todos eram absolutamente livres
para apreciá-la. Agora ela entendia por que Katie gostava de pintar
aquelas paisagens. Era algo irresistível.
Enormes árvores floridas circundavam e protegiam a fazenda dos
fortes ventos e viçosas parreiras estavam espalhadas pelos campos.
Algumas das plantas Renée já conhecia, como os jasmins da
Tailândia e as trepadeiras, mas muitas também eram desconhecidas.
Havia uma grande variedade de folhas coloridas, arbustos cheios de
flores e orquídeas no jardim.
Renée havia dormido tão profunda e calmamente que tinha certeza
de que estava em outro mundo. Virando-se, apanhou o penhoar,
escovou o cabelo e foi procurar Katie. A casa da fazenda não tinha
sido habitada antes de Katie chegar, e agora ela estava repleta de sol
e cores, com a despretensiosa e confortável magia da decoração
artística de Katie. Havia sempre algo que encantava os olhos, uma
chaleira cheia de flores, os quadros de Katie cobrindo as paredes,
esculturas, cerâmicas e um arranjo de objetos antigos. Alguns amigos
de seus pais consideravam Katie um pouco excêntrica, mas se ela o
era, Renée adorava isso.
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manhã, mas agora ela estava comendo como nunca, ouvindo Katie
dizer que para ela o café da manhã era a refeição mais importante do
dia.
— Em casa não é assim — disse Renée, colocando mel na torrada. —
Mamãe costuma tomar apenas uma xícara de café. Ela faz isso para
manter a forma.
— Bem, mas você é jovem e precisa se alimentar bem. Você está
muito magra.
Renée riu muito, parecia mais jovem e descontraída.
— Eu vou engordar! Ei! Onde você conseguiu esta cerâmica? É tão
linda!
— Você gosta? Estas são de louça, mas eu tenho algumas peças de
enfeite muito bonitas. São de Harry Caswell. Provavelmente você já
ouviu falar nele. É um dos mais finos artesãos do país.
— Claro, H.C.! — Renée pegou uma das peças e ficou examinando. —
Ele também é escultor, não é?
— Ele é um homem extraordinário. Inicialmente foi treinado como
escultor, depois começou a se interessar pela argila. Ele sabe fazer de
tudo: arrumar um carro ou uma peça de uma máquina, construir uma
casa, até mesmo pintar.
— Onde ele mora? — perguntou Renée.
— Nick vendeu-lhe um terreno a alguns quilómetros daqui. Ele é
muito gentil com os artistas. Temos mais um companheiro artista por
aqui: Ken Thomas. Ele pinta paisagens e animais e acredito que
vende bem.
— Então vamos voltar para Harry. Você o acha atraente? —
perguntou Renée.
— Não comece a imaginar coisas, minha querida! Harry se mantém
afastado das mulheres, mesmo de solteironas inofensivas como eu.
Ele já foi casado há alguns anos, mas sua esposa morreu de câncer.
— Ele deve simpatizar com você, Katie. Eu notei todos esses vasos
ontem à noite.
— Ah, sim. Harry gosta de mim. Apesar de brigarmos de vez em
quando, nós conversamos muito sobre nossos trabalhos. Ambos
estamos felizes por terminarmos nossos dias aqui no norte da
Austrália. Se pelo menos ele me ouvisse quando lhe digo para fazer
uma exposição. Ultimamente ele está fazendo coisas maravilhosas.
— Estou curiosa para conhecê-lo. Principalmente porque ele deixa
você corada — comentou Renée. — Não importa o que você diga,
Katie, você é uma mulher muito atraente, daquelas que arrebatam
corações.
— Não espere que Harry goste de mim como você. Agora, antes de
levá-la para conhecer o pomar, eu preciso telefonar para Martha. Já
faz anos que ela é a governanta dos Garbutt. Vou me oferecer para
ajudá-la, mas ela não vai querer. Martha é ótima cozinheira e adora
festas. Nick se diverte muito e ela treinou os empregados muito bem.
Eles sabem fazer festas!
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CAPÍTULO III
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CAPÍTULO IV
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— Por favor...
— Não me olhe com essa cara de ingênua. — Sharon ria
cinicamente. — Seja honesta comigo, ele atrai você?
— Talvez um pouco! Ele é um homem muito atraente. —
Propositalmente, Renée manteve a voz suave. — Eu não quero
prejudicar você, Sharon. Eu tenho muitas outras coisas em mente.
— Quais, por exemplo? Você é muito misteriosa, não é? — Sharon
mexeu suavemente no cabelo de Renée.
— Apenas comigo mesma — respondeu Renée, e depois comentou
casualmente: — Foi um dia adorável!
— Bem, certamente você deu um dia maravilhoso para Pip. Desde
que mamãe morreu, parece que meu irmão vive em outro mundo,
mas você tem algo de que ele gosta. Precisamos marcar um jantar na
próxima semana. Eu gostaria que você conhecesse a nossa casa. Nós
a decoramos há pouco tempo, e ela parece especial. Não como
Emerald, claro, mas agradável o suficiente para convidarmos nossos
amigos.
Sem esperar pela resposta de Renée, ela foi até a porta e colocou a
mão na maçaneta.
— Vou ajudar Nick com os drinques. Vejo você no terraço. Acho que
até vou nadar, eu deixei minhas roupas aqui. — Por um instante os
olhos negros dela olharam diretamente para os de Renée e a
mensagem que eles transmitiram não poderia ter sido mais clara:
"Afaste-se. Ele é meu!"
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— Querida, será que você não quer dizer que o meu trabalho é
vendido?
— Devo confessar que nunca vi um dos seus trabalhos.
— Você deve ter visitado as galerias erradas. Eu não tenho a classe
de Katie, nunca terei, mas há um mercado para o que faço e o preço
é alto. Além disso, tenho uma vida agradável. Eu sempre relutei em
trabalhar e isso veio fácil e de maneira agradável. Katie acha que
tudo é espantoso, mas ela é muito gentil em dizer isso. Caswell é de
certa forma frio, mas Nick Garbutt é cruel. Tenho certeza de que você
viu a colecão de Garbutt. Eu não me preocupo com o que Nick ou
qualquer outro homem pense.
— Eu gostaria de ver seu trabalho — disse ela, consolando-o.
— E verá. O que acha de ir agora? — Os olhos dele se fixaram nela
e, pela primeira vez, Renée teve consciência do charme dele. É certo
que era um charme vulgar, mas existia.
— Eu não sei... — Ela olhou incerta para dentro da casa.
— Ah, vamos agora, com certeza você não precisa de uma
acompanhante. Só vou levá-la até o meu estúdio. Estaremos de volta
em uma hora. — De repente ele segurou sua mão. — Vamos, Renée,
vamos nos deliciar com os meus quadros. Pessoas exóticas gostam
de pendurá-los em suas paredes.
— Tenho que avisar Katie.
— Ela não se importa quando está inspirada. — Não creio. Dê-me
apenas alguns minutos.
Katie deu uma risadinha seca quando Renée lhe disse que Ken a
havia convidado para ir ver seu trabalho.
— Vá, querida, mas não fique desapontada.
— Eu gosto dele — admitiu Renée.
— Eu também. Ken é um demônio convencido. Uma vez ele até fez
uma brincadeira com Sharon, e agora eles são inimigos mortais.
— Ninguém se compara a Nick—disse Renée imprudentemente.
— Hum! Eu gostaria de saber o que você acha dele. — Katie deu uma
outra risadinha, mas seus olhos estavam aguçados.
— Ah, Katie!
— Que gracinha! Vá, então, e divirta-se. Se você vive só o presente,
Ken é uma boa companhia.
Quando eles finalmente chegaram ao estúdio, Renée estava quase
que entorpecida para poder apreciá-lo. Ken Thomas era o pior
motorista que ela já tinha encontrado, não por ser imprudente, mas
por sua falta de consideração com o carro. Normalmente ela poderia
olhar pela janela e apreciar a paisagem, mas a maneira de Ken dirigir
e os roncos do motor davam a impressão de que ele estava
participando de uma batalha. Pelo menos nada de terrível poderia
acontecer realmente, pois o carrinho não tinha força para tanto, ou
ele tinha sempre sido dirigido tão mal que estava esgotado.
Foi ótimo abrir a porta e sair para o sol.
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CAPITULO V
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— Acho que está na hora de ir para casa, Nick. — Ela mal conseguia
falar.
— Mais tarde eu a levo para casa.
Renée estava tremendo. Ela não tinha nada para dar a um homem e
logo ele iria perceber isso.
— Por favor, Nick, está ficando tarde! — Ela estava sendo levada pelo
pânico.
— Pare de tremer — disse ele, demonstrando também um pouco de
tensão. — Você já me atordoou por bastante tempo.
— Não, eu nunca quis fazer isso! — Sua voz estava fraca, e ela
tentou afastar-se, levantando inconscientemente a cabeça para
desafiá-lo.
— Seus olhos dizem a verdade!
Agora ela tinha sido descoberta. Nick tomou-a em seus braços e
dirigiu-se para o sofá, com um movimento curioso e gracioso.
— O que você espera, se você me provoca?
— Por favor, Nick!
— Você não pode deixar de perceber que eu quero beijá-la.
— Mas eu sou fria... frígida... um gelo!
— Você não é nada disso — murmurou ele. — Você é muito bonita.
Tão bonita!
— Você não sabe, Nick. É impossível você saber.
— Beije-me, eu preciso que você me beije.
Rapidamente, Renée atendeu ao pedido dele. Desde a primeira vez
que ela o vira, novas forças tinham entrado em ação. Agora ela tinha
que aceitar as consequências, tremendo, enquanto Nick a trazia para
mais perto de si e a abraçava com força, acariciando seu cabelo.
Quando ele encostou seus lábios sobre os dela, Renée ficou tensa,
quase chocada, por causa do contato íntimo.
— Renée! — A respiração dele a atingia como incenso e sua mão
tentava acalmá-la.
— Não posso, Nick — sussurrou ela, horrorizada com o que sentia.
— Tenho certeza de que você pode.
A voz dele parecia vir de muito longe e ela era incapaz de controlar o
que estava acontecendo. Nick apoiou-a um pouco em seu ombro para
poder beijá-il por todo o rosto e pescoço, provocando-a suavemente,
de forma que ela não conseguia relaxar, apesar de estar nos braços
dele.
Era bonito e terrível, a boca dele movendo-se por sobre sua pele. Se
Nick tocasse seus seios, ela morreria. Mas ele não o fez; continuou
beijando-lhe o rosto, o pescoço e orelhas, e Renée o apertou
convulsiva mente.
— Beije-me! — Ela nunca tinha pedido tal coisa em toda a sua vida.
Quando ela passou os braços em volta do pescoço de Nick, sentiu o
estremecimento do corpo dele e então abriu os lábios,
instintivamente, querendo sentir aquela excitação da mesma forma
que a temia.
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Mas ela quer mais, pensou Renée, sentindo vontade de ajudar Katie.
Entretanto, naquele gesto simples, mais do que em suas palavras,
Harry havia revelado o profundo sentimento que ainda tinha por sua
falecida esposa.
Harry afastou-se repentinamente da escultura.
— Bem, tudo isso deve ser muito deprimente para você e não quero
que seja assim. Eu vivia feliz quando não tinha essas lembranças tão
dolorosas, e o mais incrível é que você, a sobrinha de Katie, me deu
uma nova inspiração. Seu rosto é maravilhoso, muito sensível e
confiante. E quanto ao seu cabelo, acho que vou esculpi-lo em volta
do pescoço. Ele flui naturalmente sobre o contorno de sua cabeça.
Sente-se naquela cadeira.
— Nesta? — Renée tirou algumas revistas.
— Sim. — Harry estava moldando um pouco de cera nas mãos. — Eu
quero que esta seja uma imagem poética, mas forte. Há delicadeza
em seu rosto, mas também há uma força iatente. Esse seu queixo é
maravilhoso... — Da dor e da tristeza, a voz dele tinha ido para um
tipo de exaltação profissional. — Agora, quando você se aborrecer,
grite!
O tempo passou e Harry nem percebeu que Renée tinha afundado na
cadeira. Ela havia dormido tão pouco que suas pálpebras estavam
pesadas. Agora ela observava a expressão dele, o brilho nos seus
olhos, o ar de aprovação. Harry não falava com ela e Renée também
não devia falar com ele.
Quando Harry falou, ela quase caiu da cadeira por causa do susto.
— O quê?
— Eu disse que você é unia ótima garota, mas não vou deixar que
durma aí.
— Desculpe, mas eu não dormi bem esta noite.
— Por quê? — Harry pegou um pedaço de pano.
— Problemas. Não consigo me livrar deles.
— Não fuja deles! — Harry olhou para ela. — Eu fugi.
— Posso ver? — perguntou ela.
— Ainda não. Você terá que posar mais algumas vezes.
— Ficarei muito orgulhosa! — Renée levantou-se e se espreguiçou.
Harry sorriu ao ver sua pose graciosa e impensada. — Agora você
promete que vai me mostrar suas peças de exibição?
— Katie gosta delas. — Em contraste com seu humor anterior, Harry
parecia feliz e calmo, obviamente cheio de ideias na mente. — Veja,
não é o carro velho dela?
Renée riu e foi até a porta aberta do estúdio.
— Realmente, ela precisa de um carro novo. Mas desta vez tem que
ser um automático, pois a embreagem desse está com-pletamente
estragada.
— Falando de maus motoristas, Ken Thomas deve muito a você. — A
Nick, com certeza. — Renée parecia surpresa.
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— Nick não teria feito isso se você não tivesse querido ajudar Ken.
Lembre-se, ele tem talento e Nick sabe como tirar proveito de todos,
mas você também fez o seu papel.
Harry também foi até a porta e os dois foram se encontrar com Katie.
Durante o almoço, Harry e Katie conversaram longa e en-
tusiasticamente sobre seus trabalhos, uma conversa interrompida por
algumas discussões, mas muito satisfatória para ambos. Renée ficou
sentada calmamente, prestando atenção, enquanto Harry gesticulava
muito e Katie se esquecia de comer para esperar o momento de
expor a sua opinião.
Olhando amorosamente para a tia, Renée imaginava se Harry sabia o
quanto ele dependia de Katie. Além de alimentá-lo várias vezes por
semana, Katie dava a palavra final em todas as ideias dele. E era
óbvio que Harry respeitava suas opiniões, apesar de ela, às vezes, ter
que lutar para que ele a ouvisse. Em tudo eles eram o par ideal, e
alguma coisa dizia a Renée que dentro em breve Harry deixaria o
passado de lado e procuraria uma vida nova...
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travavam uma luta cerrada e ela mal podia vê-los, devido às lágrimas
que escorriam por seu rosto pálido.
Ouviu-se um tiro, depois outro, e Renée deitou-se no chão, tremendo
e soluçando, até que Nick apareceu a seu lado. O rosto dele estava
tão tenso que parecia de bronze, seus olhos tão brilhantes que
pareciam um raio de luz.
— Está tudo bem. Renée. Tudo bem! — Nick colocou a espingarda no
chão cuidadosamente e então virou sua atenção para o corpo dolorido
dela.
Ao primeiro toque suave das mãos dele, a dor pareceu diminuir.
— É o meu tornozelo — conseguiu ela dizer, com grande esforço. — O
esquerdo.
— Meu Deus! — exclamou ele. — A égua tropeçou...
— Psiu! Não fale. Nós percebemos que havia algo errado quando ela
começou a galopar pelo campo. Dê-me aquela faca, Tom. — Nick
levantou a mão para um de seus empregados.
— O que aconteceu ao cachorro? — perguntou Renée. — Parecia que
ele estava me protegendo.
— E, estava. — Ele olhou-a profundamente. — Vou ter que tirar esta
bota, Renée. Depois vou levá-la para casa. — Nick levantou a cabeça
para falar com um de seus empregados. — Geoff, vá e chame o dr.
Stevens. Quero que ele esteja em casa o mais rápido possível. Conte-
lhe o que aconteceu. Kelly, volte também e traga o jipe.
— Você ainda não me disse nada sobre o cachorro! — Renée estava
tão pálida que sua pele parecia de papel.
— Ele está bem! — respondeu Nick, acomodando-a melhor.
— Foi tudo culpa minha! Você não me disse a verdade, disse? —
perguntou ela, chorando.
— Fique quieta! Vou tentar ser o mais cuidadoso possível. Renée
ouviu vagamente a ordem, mas quando ficou livre
da bota, já tinha desmaiado.
A volta para casa foi tumultuada, e o médico chegou dez minutos
depois de Nick ter colocado Renée dentro de casa. Ela havia sofrido
uma contusão no tornozelo, apenas isso.
— Você teve sorte, minha querida! — disse o médico. — Mas acho
que você já sabe.
— Sim — respondeu Renée, olhando para aquele rosto calmo. —
Ninguém vai me contar o que aconteceu com o cachorro? O que
aconteceu?
— Nós não conseguimos salvá-lo, querida. — O médico acariciou a
mão de Renée. — Mas ele fez o que realmente inten-cionava fazer:
protegeu você.
— Eu nunca vou esquecer! — Seus olhos se encheram de lágrimas e
ela virou a cabeça para o outro lado. — Ele estava tão feliz, correndo
ao lado da égua. E pensar que morreu!
— Ele não podia deixar que o porco ferisse você. — Disse-lhe o dr.
Stevens. — Uma vez tive um cachorro que se atirou na minha frente
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CAPITULO VI
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— Estou aqui. — Ele foi para o lado da cama,' fixando seus olhos no
rosto confuso dela. — Como você está se sentindo?
— Confusa. — Ela passou a mão pelos olhos.
— Você dormiu quase dez horas. São três horas da manhã.
— Você ficou acordado? — Ela olhou para ele como que fascinada.
— Mas é lógico! Eu queria estar a seu lado quando você acordasse.
Você está em Emerald.
— Eu sei! — Ela olhou para todo o quarto. — Onde está Katie?
— Ela já esteve aqui, mas voltou para a fazenda. Com a confusão,
deixou Honey trancado dentro de casa. Ela sabe que você está sendo
bem cuidada e que eu vou levá-la mais tarde para Já.
— Coitada de Katie! — Renée estava tremendo, e o que ela queria
naquele momento era que Nick a tomasse em seus braços e a
confortasse. Não, não que a confortasse. Ela sabia perfeitamente bem
o que queria. — Posso tomar um pouco de água?
— Você pode ter tudo o que quiser. Para mim já é suficiente poder
vê-la bem.
— A dor de cabeça passou. — Seus olhos verdes estavam fixos nele.
Nick ainda estava usando as mesmas roupas do dia anterior e agora
Renée sabia que ele realmente não tinha dormido. — Você está sendo
maravilhoso comigo, Nick.
Ele ergueu-a gentilmente, segurando-a enquanto ela bebia. —
Maravilhoso é bem diferente de cruel.
— Eu nunca imaginei que poderia deixar alguém...
— Fique quietinha. — Ele a deitou novamente no travesseiro. — Eu
sou do tipo cavalheiro.
— Mesmo assim... — Com um suspiro, ela ergueu o braço.
— Katie confia em mim — murmurou Nick, segurando a mão dela.
— Eu também.
— Você é que não deveria! — Ele a soltou, com um sorriso nos lábios.
— Você acha que vai dormir de novo?
— Não,
— Parece decidida.
— Eu nem tenho certeza se tudo isso não está acontecendo em um
sonho. Nunca tive um homem em meu quarto, antes.
— Nunca? — O tom de voz dele era suave.
— De vez em quando papai ia até o meu quarto para dizer boa-noite,
quando eu era criança.
— Ele é um homem de muita sorte por ter uma filha tão bonita.
— Acho que ele já contava com isso. Você não viu minha mãe. —
Você não aproveitou muito a sua infância, não é verdade? — Nick
sentou-se novamente na poltrona.
— Por que você se afastou de mim? — perguntou ela.
— Achei que era uma boa idéia — disse ele suavemente.
— Você é a única que tem certeza da força do meu desejo.
— Só se Sharon estivesse aqui conosco.
— Não tenho resposta para ísso. Durma, pequena. E melhor.
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menos ele estaria por perto quando Renée precisasse ser carregada.
Katie estava quase concordando, quando Alice apareceu.
Ela estava muito bonita e fria, querendo saber o que acontecera com
sua filha.
— Apenas um pequeno acidente, mamãe. Não é nada! — Renée
beijou o rosto macio e maquilado de sua mãe. — Como vai?
— Aborrecida, e mais, transtornada. Você poderia me arranjar uns
dois comprimidos, Katie? Estou com uma terrível dor de cabeça. É
esse sol horrível! E péssimo para a pele. Renée, espero que você
esteja usando um chapéu nesses dias.
Simon foi até ela para beijar seus lábios, mas Renée impediu-o,
esticando a mão.
— Olá, Simon, o que o trouxe aqui? Tenho certeza de que não foi o
prazer de viajar.
— Tenho sentido saudade de você — disse ele ardentemente, e
mesmo seus olhos estavam cheios de sentimento. — Você realmente
me ama, querida? Você não quer voltar conosco? É tão quente aqui!
— Eu gosto do calor.
— Não posso acreditar! — Alice a encarou. — O que você tem a dizer
sobre esse tombo do cavalo? Você nunca fez nada semelhante nos
últimos doze anos.
— Acidentes acontecem, mamãe. — Renée ergueu a cabeça quando
Katie entrou na sala. — Mas não se preocupe, é só uma distensão.
— Você parece pálida. — Simon acariciou o cabelo dela e Renée teve
o terrível desejo de dar um tapa na mão dele. Como pudera alguma
vez achá-lo atraente? Ele parecia positivamente tolo, sorrindo para
ela, um manequim de alfaiate, com um rosto suave e bonito.
— Vocês vão ficar? — perguntou Katie à irmã, enquanto ela tomava
as aspirinas.
— Obrigada, não. — Mesmo fazendo careta, Alice parecia
excepcionalmente bela. — Nós reservamos as passagens de volta e
garantimos uma passagem para Renée.
— Mas ela não vai embora...
— Ela já deve ter resolvido o que a estava atormentando — disse
Alice, cruzando os longos dedos. — É hora de ela voltar à vida
normal.
Renée queria gritar, mas se reprimiu. Sua mãe era sempre tão
controlada, mesmo quando estava furiosa, e Renée tinha que
obedecer-lhe toda a vida.
— Sinto muito, mamãe, mas eu não vou — disse ela calmamente.
— O que você disse? — Alice apertou os lábios, os olhos soltando
faíscas.
— Eu não vou me casar com Simon, sinto muito. Gostaria que você
tivesse me ouvido quando eu lhe disse pelo telefone, e isso teria
evitado uma viagem desnecessária.
— Acho que você deve estar louca! — Alice levantou-se. — Não pode
continuar assim, fugindo das responsabilidades. Você já não é mais
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uma criança e nem mesmo pode me dar uma boa razão para estar
aqui. No mínimo, a próxima coisa que vai me dizer é que vai se casar
com um fazendeiro.
— O que há de errado nisso? — interveio Katie. — Pelo menos ela
não morreria de fome.
— Você poderia nos preparar uma xícara de chá, Katie? — Alice sorriu
friamente para a irmã. — Espero que você não tenha enchido a
cabeça de Renée com bobagens.
— Vou preparar o chá — disse Katie rapidamente, recusando-se a
permitir que a arrogância de Alice a atingisse. — Também toma chá,
sr. Nichols?
— Chame-me de Simon, por favor! — Ele desviou os olhos de Renée
e olhou para o chão.
Katie estava mais calma, agora, tanto que fez uma observação
curiosa com relação ao poder. Alice o havia exercido a vida toda por
intermédio da sua beleza e da riqueza do marido,
mas sempre o usara muito mais do que era necessário. Por outro
lado, Katie sabia que Nick tinha um poder real, exercido apenas
quando necessário para não se tornar opressor. Talvez esse fosse o
segredo para se governar com mérito.
Quando Katie voltou para a sala, Alice ainda estava usando o mesmo
tom prepotente. Ela tinha gasto tanto tempo regulando todos os
aspectos da vida de sua filha que agora não podia aceitar a recusa de
Renée em se casar com Simon.
— Você não imagina o quanto está preocupando seu pai! — Alice
olhou para o rosto curiosamente tranquilo da filha.
— Por quê? Certamente não há com o que se preocupar; afinal,
estou com a minha tia favorita.
— A preocupação dele é de que você esteja neurótica! — salientou
Alice, com raiva. — As pessoas perguntam de você o tempo todo.
Que vamos dizer a elas? Estas férias com sua tia não podem
continuar. Já passou quase um mês e está na hora de voltar para
casa.
— Por que, mamãe? — Renée perguntou tão diretamente que por
instantes Alice ficou paralisada.
— Por mim! — Simon parecia chocado. — Querida, eu nunca mais
farei nada que a aborreça, mas por favor, vamos ficar oficialmente
noivos!
— Você não me ama — disse Renée.
— Amo. É claro que amo! — Ele se aproximou dela ansioso,
segurando-a pelas mãos. — Eu viria até aqui se não a amasse?
— Sim. — Mesmo quando disse isso, o rosto de Renée ficou corado.
— Você é um esnobe e é muito possessivo. Acontece que eu me
ajusto à sua idéia de uma esposa adequada, não perfeita, porque há
muitas coisas em mim que não o atraem, mas eu sirvo e minha
família tem o dinheiro. De fato, eu tenho muito pouco de mim
mesmo.
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CAPÍTULO VII
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segurou com tanta força que ela teve que se agarrar a ele para não
desmaiar. E então não havia mais nada no mundo além de Nick, seu
ardor e sua força, o incrível e vertiginoso desejo que a deixava
inconsciente, insensata.
— Eu a amo, Renée — disse ele.
— Não, Nick.
— Eu a amo! — A voz dele era tão doce, tão possessiva como nos
sonhos dela.
— Eu também o amo! — disse ela, e então toda a alegria
desapareceu. — Eu quero que você me fale de Sharon.
Os olhos dele cobiçaram ardentemente o corpo bonito e magro de
Renée. Ele não poderia beijá-la dessa forma, torturá-la e depois
voltar para Sharon.
— Você não sabe? — disse Nick secamente. — Ela ficou noiva de
Ken.
— O quê? — Os olhos dela se arregalaram e ele os beijou
delicadamente.
— Não faz mais do que uma semana. Então é isso? Ela lhe disse que
ficou minha noiva?
— Não, não. — Renée olhou novamente para ele. — Fui eu que
imaginei.
— Esqueça, querida. Eu conheço Sharon. — Ela vai mesmo se casar
com Ken?
— Acho que sim — disse Nick, sem interesse. — O que quer que
Sharon lhe tenha dito a meu respeito, simplesmente não é verdade.
Eu nunca amei outra mulher em minha vida antes de você. Na
verdade, apaixonei-me por você no mesmo dia em que a levei para a
casa de Katie. Tudo aconteceu tão rápido...
— E você me deixou sofrer todos esses meses?
— Você está certa! — Ele beijou-a novamente, com louca paixão. —
Diga-me, querida, você sofreu muito? Tem sido um inferno não tê-la
junto a mim, mas eu sempre sentia a sua presença quando estava
sozinho. Na casa. Na floresta. Eu a quero para sempre.
— E você achou que eu não conhecia meus próprios sentimentos? —
O rosto dela refletia seus sentimentos tão claramente quanto um
espelho. — Mas é incrível!
— Você tem que ter certeza, querida, porque eu nunca vou deixá-la ir
embora. Só no dia em que eu morrer a deixarei ir. — Ele a puxou
para mais perto de si e então viu lágrimas em seus olhos.
— Se essa é uma sentença de vida, eu agradeço a Deus!
— Renée. — Pela primeira vez ela viu o desejo claro no rosto dele, o
amor sem o qual ela não podia ficar.
— Eu tenho sido tão infeliz! — sussurrou ela.
— Agora você me tem. — Nick beijou-a suavemente. — Pelo menos
até que Katie e Harry cheguem. Eles vêm para cá.
— Então Katie sabe?
F I M