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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO
FORO CENTRAL CÍVEL
1ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÕES JUDICIAIS
Praça João Mendes s/nº, Sala 1805, Centro - CEP 01501-900, Fone: (11)
2171-6505, São Paulo-SP - E-mail: sp1falencias@tjsp.jus.br
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1011844-91.2017.8.26.0564 e código A6C0648.
EDITAL DE CITAÇÃO

Processo Digital nº: 1011844-91.2017.8.26.0564


Classe: Assunto: Falência de Empresários, Sociedades Empresáriais, Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte - Inadimplemento
Requerente: Aços Trefita Ltda
Requerido: Steroc Indústria e Comércio Ltda

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO DE OLIVEIRA RODRIGUES FILHO, liberado nos autos em 10/03/2021 às 14:32 .
Citação. Prazo 20 dias. Proc. 1011844-91.2017.8.26.0564. O Dr. João de Oliveira
Rodrigues Filho, Juiz de Direito da 1º Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro
Central da Comarca de São Paulo/SP, na forma da lei, etc. Faz saber a Steroc Indústria e
comércio Ltda. CNPJ 02.666.186/0001-48, na pessoa de seu representante legal que
Aços Trefita Ltda., ajuizou Pedido de Falência por ser credora de R$ 69.484,96
(agosto/16), representada pelo protesto de 2 (duas) duplicatas vencidas em 18.08.16 e
28.08.2016. Estando a ré em lugar ignorado, expede-se o edital, para que no prazo de 10
dias, a fluir após os 20 supra, conteste a ação ou efetue o depósito da quantia reclamada,
acrescida de juros, correção monetária e honorários advocatícios, conforme art. 98, § único
da Lei 11.101/05, sob pena de confissão, revelia e decretação da falência, ficando
advertida de que no caso de revelia será nomeado curador especial. Será o presente edital,
afixado e publicado na forma da lei. São Paulo, 15.02.2021.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VANESSA SOUZA FREI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 06/05/2021 às 22:43 , sob o número WJMJ21407245775
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FALÊNCIA E
RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP. 1

PROCESSO Nº 1011844-91.2017.8.26.0564

STEROC SERVIÇOS DE CONSULTORIA EM GESTÃO


EMPRESARIAL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº
02.666.186/0001-48, localizada na Rua Cabo Adão Pereira, nº 55, Vila Pereira Barreto, São
Paulo, SP, CEP 02936-01, sem endereço eletrônico, por sua advogada que esta subscreve,
com procuração em anexo, nos autos da AÇÃO DE FALÊNCIA, que lhes move AÇOS TREFITA
LTDA, vem, mui respeitosamente a presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 335
e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar sua

CONTESTAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

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DA TEMPESTIVIDADE DA CONTESTAÇÃO
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Nos termos do art. 231, inciso IV, do Código de Processo Civil,


na citação por edital, há somatória de prazo. Assim, o prazo começa a correr da primeira
publicação do edital e transcorre o lapso temporal fixado pelo juiz para que a parte tome
conhecimento, no presente caso 20 dias.
Após, no dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz,
começa a correr o prazo para a apresentação da resposta do réu, qual seja, no presente caso
10 (dez), vejamos:

Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do


começo do prazo:
(...)
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a
citação ou a intimação for por edital; (...)

Outrossim, nos termos do art. 219 do CPC, a contagem dos


prazos ocorrerá somente nos dias úteis, assim, considerando que o Edital foi disponibilizado
no dia 15 de março de 2021 (segunda-feira), e publicado no dia 16 de março de 2021 (terça-
feira), o prazo para conhecimento começou a fluir no dia 17 de marca de 2021 (quarta-feira).
Entretanto, conforme Comunicado CSM 2603/21, os prazos
foram suspensos no período de 26/03 a 31/03, sendo que os dias 01, 02 e 21 de Abril foram
respectivamente ponto facultativo (endoenças), feriado de Sexta Feira Santa e feriado de
Tiradentes, assim, o prazo para conhecimento da parte terminou no dia 22 de abril de 2021
(quinta-feira).

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Portanto, iniciou o prazo para apresentação da presente defesa
no dia 23 de abril de 2021 (sexta-feira), sendo assim, tem-se que está plenamente 3

tempestiva a presente contestação, pois o prazo fatal para a apresentação da presente é dia
06 de maio de 2021 (quinta-feira).

DAS ALEGAÇÕES DA AUTORA

Alega a Autora que é credora da Contestante no valor de R$


69.484,96 (sessenta e nove mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais, e noventa e seis
centavos), referente a duas duplicatas, sendo elas 102524-2 e 102524-3.
Para comprovar suas alegações apenas juntou notas fiscais e os
protestos realizados pela própria Autora.
Essa é a síntese da exordial.

DA NULIDADE DA CITAÇÃO POR EDITAL

Percebe-se nos autos uma tremenda confusão com várias


citações em diversos endereços, porém em nenhum deles foi logrado o êxito na citação.
Contudo, no caso em tela, percebe-se que não houve o
exaurimento das tentativas de localização, sendo que as escolhas foram aleatórias por conta
do autor.
Conforme se colaciona do acórdão abaixo,

“A citação por edital, medida excepcional, só deve ser promovida se


comprovado o exaurimento dos meios hábeis para a localização do
endereço da parte ré. Não esgotadas todas as tentativas de
localização, a citação por edital é nula. Por representar medida
extraordinária, a citação por edital deve ser precedida de providências

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exaurientes voltadas à localização do demandado. Acórdão 910693
TJDF”. 4

Portanto, a decretação da nulidade da citação por edital é


medida que se impõe, pois, conforme o artigo 256 do Novo Código de Processo Civil:

Art. 256. A citação por edital será feita:


I - Quando desconhecido ou incerto o citando;
II - Quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se
encontrar o citando;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país
que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a
notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na
comarca houver emissora de radiodifusão.
§ 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se
infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante
requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros
de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.

No presente caso, percebe-se que não houve a tentativa de


citação através de oficial de justiça no endereço de sua sede, qual seja Avenida Cabo Adão
Pereira, 55, Vila Pereira Barreto, São Paulo, SP.
Assim, a decretação da nulidade da citação é medida que se
impõe, bem como, tendo em vista que foi alegando dolosamente pela Autora o
esgotamento das tentativas citatórias, é medida de justiça que seja condenada ao

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pagamento da multa de 5 salários mínimos, nos termos do artigo 258 do Código de Processo
Civil. 5

INÉPCIA DA INICIAL: DA NARRAÇÃO DOS FATOS NÃO DECORRE LOGICAMENTE A


CONCLUSÃO

Apura-se, ao verificar o teor da exordial, que as pretensões


formuladas pela Autora não merecem prosperar, pois impossível a ligação entre os fatos
genericamente narrados, documentação dos autos e o pedido de pagamento apresentado.
Senão vejamos.
A ação visa o recebimento de crédito inadimplido no valor total
de R$ 69.484,96 (sessenta e nove mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais, e noventa e seis
centavos), relativo a supostas duplicatas que originaram-se de contratos de compra e venda
mercantis.
Com efeito, não há como se traçar uma lógica entre os fatos
genericamente lançados à peça inicial, com a pretensão ao recebimento do valor
pretendido.
Nesse plano, temos que a inadmissibilidade da vestibular
encontra sustentáculo no Código de Processo Civil, artigo 330, I e seu parágrafo único, inciso
II, verbis:

“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I – quando for inepta ..............................................................
Parágrafo 1º. Considera -se inepta a petição inicial quando:
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;”

Ora, Excelência, evidente que a petição inicial é ato de


inteligência, sendo indispensável sua lógica e coerência. Se a Autora formula pedido com

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base em determinados dados, óbvio que entre tais elementos deve haver respeito à lógica,
sob pena de comprometer a compreensibilidade do caso. 6

Em suma, o recado contido no inciso III, do 1º§, do artigo 330


do CPC, visa esclarecer, precisamente, que a incoerência lógica entre a causa de pedir e o
pedido é vício semelhante à falta de narrativa dos fatos. Portanto, o emprego do advérbio
“logicamente” no dispositivo processual demonstra o silogismo que deve revestir a inicial, o
que nos leva a asseverar que para que seja lógica a conclusão (petitum), é indispensável que
a premissa -menor (fatos) se enquadre no enunciado geral da premissa -maior (previsões
contidas na lei material).
Ressalta-se, por oportuno, que a vestibular é genérica, sendo
que suas três laudas não trazem os elementos necessários à discussão da controvérsia.
Logo, a ausência de narrativa fática impossibilita a
compreensão da controvérsia trazida ao debate judicial.
Temos assim que a inicial franqueada pela Autora não
apresenta as obrigatórias características para adequada formulação do pedido de
recebimento dos valores postulados na ação.
Seria minimamente indispensável que a Autora explicasse em
sua inicial qual a relação entre as partes, e comprovasse essa relação, ainda, juntasse os
contratos de compra e venda, explicasse como foi feito a contratação, e como que se dava a
cobrança, e de que forma se chegou a valor tão elevado?
Isso prova, Excelência, que por mais que se tente entender, é
simplesmente impossível traçar uma lógica entre os fatos e o pedido, na medida em que a
peça é genérica, tornando-se assim abusiva, de forma a impossibilitar o regular exercício do
direito de defesa dos Réus, afrontando os artigos 322 e 330, parágrafo 1º, todos do Código
de Processo Civil.
Corroborando a assertiva jurídica explicitada, confira -se
ementa proferia em acórdão dos nossos Tribunais de Justiça:

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Processo Civil - Ação de Cobrança - Narração dos fatos de onde não
decorre logicamente a conclusão - Inépcia da inicial - Extinção do 7

processo sem julgamento de mérito - Recurso desprovido. I -


Analisando-se a inicial, constata-se que da narrativa nela veiculada não
decorre logicamente a conclusão, o que acarreta a inépcia da peça
vestibular e, por conseqüência, a extinção do processo sem julgamento
de mérito, nos termos do art. 267, I, do CPC; II - Recurso conhecido e
desprovido. (TJ-SE - AC: 2007211307 SE, Relator: DESA. MARILZA
MAYNARD SALGADO DE CARVALHO, Data de Julgamento: 17/12/2007,
2ª.CÂMARA CÍVEL).

A Autora alega que é credora da Ré em face de saldo devedor


referente a duplicatas. Para comprovar seu crédito, instruiu a petição inicial com apenas
notas fiscais e protestos. Contudo, a Autora não apresentou o contrato de compra e venda
mercantis, o qual comprovaria a relação jurídica e os valores combinados supostamente
entre as partes.
Por esses fundamentos, indispensável a atuação desse D. Juízo
para atestar a inépcia do petitório inaugural, indeferindo-o com base no artigo 330, inciso I,
do Código de Processo Civil, extinguindo-o sem resolução de mérito.
De qualquer sorte, para que se evite qualquer alegação de
preclusão, passa a Ré a refutar as matérias de mérito da demanda.

MÉRITO

A Contestante impugna todos os fatos articulados na inicial o


que se contrapõem com os termos desta contestação, esperando a IMPROCEDÊNCIA DA
AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos.

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INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA
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Não bastassem as considerações preliminares, fato é que há


insuficiência probatória.
Ainda que indiretamente, deveria a peça inicial e prova escrita
apresentada demonstrar a relação jurídica existente entre as partes, ou seja, o contrato de
compra e venda mercantis, o qual deveria conter os valores acertados, para que assim
pudesse chegar a constituição de todo o crédito em comento.
Destaca-se que foi juntado apenas notas fiscais e os protestos.
Incide aqui o artigo 333 do Código de Processo Civil, haja vista
que a Autora não demonstrou os fatos constitutivos do suposto direito, que não poderão ser
detectados por este D. Juízo se não for possível entender-se qual a soma em dinheiro que é
devida.
O que ocorre é que para que haja liquidez, certeza e
exigibilidade, deve provar a relação entre as partes, ou seja, o contrato que comprova as
duplicatas, bem como, os valores acertados, para assim termos o débito efetivo, não
podendo o mesmo ser subordinado a qualquer prova ou complementação.
Admitindo-se o contrário, estaria se autorizando que o credor
unilateralmente complementasse um requisito ausente, legitimando-se a possibilidade de
aceitar a Contestante uma liquidez, com base em apontamentos unilaterais advindos do
credor.
Portanto, não há como este D. Juízo obter convicção de liquidez
e certeza do crédito cobrado. Mediante isto, necessário que a presente contestação seja
julgada totalmente procedente e que a ação de cobrança seja julgada totalmente
improcedente.

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DO ÔNUS DA PROVA
Impõe o artigo 333, inciso I, do Estatuto Ritual que o ônus da 9

prova incumbe a Autora, quanto ao fato constitutivo de seu direito.


No caso concreto, temos que a premissa não foi atendida a
contento pela Autora, na medida em que:
Apontou os fatos de forma genérica, sem informações básicas
necessárias a compreensão da pretensão deduzida;
Não logrou êxito em explicar os valores cobrados;
E principalmente não comprovou o contrato formalizado com a
Contestante.
Não bastassem tais fatos, sabidamente a petição inicial deve
ser instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Entretanto, a dos
autos não foi instruída, de modo que precluiu para a Autora o direito à produção de prova
documental.
Considerando as disposições cogentes, temos que a Autora não
atendeu ao seu munus probatório, razão pela qual reforçam a Ré o pedido de total
improcedência da demanda.

DA CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA

Trata-se de empresa com inúmeras dificuldades, com despesas


superiores à receita, em especial pela crise que assola o país desde 2015. E
lamentavelmente, a situação financeira da Contestante piorou no ultimo ano, diante da
pandemia do COVID-19 (coronavirus), que foi instalada no Brasil a partir do meio de março
de 2020, momento avassalador e sem precedentes na história recente, que impactou, e
continuam impactando negativamente todos os setores que fomentam a economia do país,
as Recorrentes requerem a isenção do recolhimento do preparo.

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Isso porque, em razão das medidas restritivas fixadas pelo
Governo Estadual, as atividades empresariais foram bruscamente afetadas, de modo que as 10

compras de mão de obra, e as vendas para a indústria foram suspensas, bem como, clientes
cuja as vendas foram realizadas, com pagamento futuro, acenaram, e continuam acenando
pela inadimplência e impontualidade do pagamento, em razão de estarem impossibilitados
de exercerem qualquer das atividades que geram o capital para o pagamento de suas
obrigações.

Diariamente têm sido noticiadas diversas medidas na esfera


pública e privada que visam minimizar esses impactos para que possamos passarmos por
esse período sem tantas cicatrizes.

Na esfera jurídica já se fala que a pandemia do novo


coronavirus (COVID-19) poderá ser classificada como um evento de caso fortuito ou força
maior, no entanto, sem precedentes dos nossos Tribunais até o momento.

Sendo assim, a Contestante, vêm enfrentando momentos


delicados financeiramente, o que se comprometeu 100% com a Pandemia, e ainda mais
tendo folha de pagamentos a honrar, bem como, as despesas mensais para serem
cumpridas, contudo, sem rendimentos.

Diante dos fatos, não pode ser permitido deixar de apreciar


uma Defesa pela atual situação financeira da Requerida, diante de uma pandemia mundial
que vem afetando o mundo inteiro, é por óbvio que o recolhimento do preparo traria um
prejuízo ainda maior para as pessoas jurídicas.

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Dessa maneira, a concessão do benefício da justiça gratuita é
medida que se impõe nesse momento, evitando-se assim, prejuízos irreparáveis as 11

empresas, que já enfrentam atualmente uma crise financeira sem precedentes.


A possibilidade da gratuidade de justiça já foi sumulado pelo
STJ, nos seguintes termos:

Súmula 481 -Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica


com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de
arcar com os encargos processuais. (Súmula 481, CORTE ESPECIAL,
julgado em 28/06/2012, DJe 01/08/2012)

No mesmo sentido é o entendimento firmado em inúmeros


precedentes:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO. GRATUIDADE.


PESSOA JURÍDICA. A gratuidade judiciária pode ser concedida às
pessoas jurídicas. Caso em que se mostra pertinente a concessão do
benefício, diante do contexto probatório existente. RECURSO
PROVIDO. (TJRS, Agravo de Instrumento 70074513037, Relator(a): Ana
Maria Nedel Scalzilli, Décima Sexta Câmara Cível, Julgado em:
22/02/2018, Publicado em: 01/03/2018).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE. PESSOA JURÍDICA.


DESTITUIÇÃO DE SÍNDICO. QUORUM. MAIORIA ABSOLUTA DOS
PRESENTES NA ASSEMBLÉIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1.
Dispõe o enunciado 481 da Súmula do STJ que faz jus ao benefício da
justiça gratuita, a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.

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Ausente qualquer elemento que infirme a hipossuficiência do
agravante, o deferimento da gratuidade de justiça é medida que se 12

impõe. 2. Segundo interpretação literal do artigo 1.349 do Código Civil,


para a destituição do síndico, é necessário o voto da maioria absoluta
dos condôminos presentes à assembleia convocada e não do total dos
co-proprietário. 3. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJDFT, Acórdão
n.1080086, 07149328720178070000, Relator(a): LUÍS GUSTAVO B. DE
OLIVEIRA, 4ª Turma Cível, Julgado em: 07/03/2018, Publicado em:
14/03/2018).

Portanto, deve ser concedido o benefício da justiça gratuita


para a Contestante.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer:

a) A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos


termos do art. 98do CPC;

b) Preliminarmente, necessária a decretação da nulidade da


citação, e consequentemente a condenação da Autora ao pagamento da multa de 5
salários mínimos, nos termos do artigo 258 do Código de Processo Civil. Outrossim,
necessário o indeferimento da petição inicial porque da narração dos fatos não decorre
logicamente a conclusão, conforme o artigo 330, I e seu parágrafo 1º, inciso III do CPC;

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c) Não acatando, Vossa Excelência, as preliminares prejudicial
de mérito aqui exposta, a presente Contestação deve ser julgada totalmente PROCEDENTE 13

e, como corolário, a improcedência total da ação de falência, por insuficiência de provas.

d) Por fim, a produção de todas as provas em direito


admitidas.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
São Paulo, 05 de maio de 2021.

VANESSA SOUZA FREI


OAB/SP 231833

13/13

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