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DIREITO ADMINISTRATIVO APLICADO

(Este material destina-se EXCLUSIVAMENTE ao


acompanhamento em sala de aula, para melhor compreensão é
necessária a utilização do texto constitucional, a legislação em
vigor, além da doutrina indicada e da jurisprudência.)
RESUMO – PLANO DE AULA 8/12
AGENTES PÚBLICOS
Base jurídica:
1. Constituição Federal – Art. 37 ao 41; Art. 49 e Art. 84.
2. Lei 8112/90 – Estatuto do Servidor Público Federal
3. Lei 8429/92 – Lei de Improbidade Administrativa
4. Lei 9784/99 – Processo Administrativo Federal
5. Lei 9962/00 - Regime de Emprego Público
6. Lei 8745/93 – Regime de Contratação por Tempo Determinado

INTRODUÇÃO:
AGENTES PÚBLICOS:
- Reputa-se agente público, em sentido amplo, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função pública. (Art. 2º Lei 8429/92)

- Podemos entender a expressão “Agentes Públicos” como gênero de


diversas espécies de classificação:

- CLASSIFICAÇÃO:
I – Clássica:
1. Agentes Políticos: Ex. Chefes de Poderes; Delegados de Polícia
etc.
2. Agentes Administrativos: Ex. Servidores públicos e Empregados
Públicos.
3. Agentes Delegados: Ex. Leiloeiros, Concessionários etc.
4. Agentes Credenciados: Ex. médicos credenciados em hospitais
públicos etc.
5. Agentes Honoríficos. Ex. jurados, mesário etc.

II – Moderna:
1. Agentes políticos;
2. Ocupantes de Cargos em Comissão;
3. Empregados Públicos; (regime contratualista)
1
4. Servidores Públicos; (regime estatutário)
5. Militares;
6. Contratualistas Temporários;
7. Agentes Honoríficos (particulares em colaboração)

*Outra classificação doutrinária de agentes públicos:


1. Agentes Políticos;  
2. Servidores Estatais, abrangendo os servidores públicos e os
servidores governamentais de direito privado;  
3. Particulares em colaboração com o Poder Público

* Algumas escolas classificam os agentes públicos,


genericamente, como:
1. Servidores estatutários, que são os agentes sujeitos ao
regime estatutário e ocupantes de cargos públicos; 
2. Empregados públicos, que são aqueles contratados sob o
regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego
público;  
3.  Servidores temporários, que são os contratados por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público, e que exercem função, sem
estarem vinculados a cargo ou emprego público.

ATENÇÃO

A Emenda Constitucional 18/1998 extinguiu a expressão “Servidores


públicos civis e Servidores públicos militares”. Segundo o art. 142,§
3º da C.F./88: os membros das forças armadas denominam-se
militares...
Sendo assim, temos os Militares e Servidores Públicos.

DOS SERVIDORES PÚBLICOS


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de


sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.          (Vide ADIN nº
2.135-4)

Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
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Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios.           

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. .....

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes,


além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:         (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

REGIMES JURÍDICOS:

ESPÉCIES:
1. Contratualista;
2. Estatutário.

1. Contratualista:
A) por tempo determinado – Art. 37, inciso IX. (regulamentado pela
Lei 8745/93)

Art. 37, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;

REQUISITOS CONSTITUCIONAIS:
i) necessidade temporária de excepcional interesse público.
ii) aplicável às pessoas jurídicas de direito público federal.

Art. 1º(Lei 8745/93) Para atender a necessidade temporária de


excepcional interesse público, os órgãos da Administração Federal
direta, as autarquias e as fundações públicas poderão efetuar
contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e
prazos previstos nesta Lei.

*ATENÇÃO: DISPENSA DO PROCESSO SELETIVO


SIMPLIFICADO
Art. 3º, § 1o da Lei 8745/93 A contratação para atender às
necessidades decorrentes de calamidade pública, de
emergência ambiental e de emergências em saúde pública
prescindirá de processo seletivo. 

3
- prescinde (dispensa) concurso público, obedece a um
processo seletivo simplificado (art. 3º da Lei 8745/93).
- prazo de contratação – Ver Art. 4º da Lei 8745/93 (mínimo seis
meses e máximo quatro anos, admitida a prorrogação)

B) por tempo indeterminado – Lei 9962/00

- aplicação da CLT e Leis Trabalhistas Correlatas


- não se aplica aos cargos públicos em comissão
- leis específicas disporão sobre a criação dos empregos de que
trata esta Lei no âmbito da Administração direta, autárquica e
fundacional do Poder Executivo, bem como sobre a transformação dos
atuais cargos em empregos.
- aplica-se, basicamente, aos empregados públicos (sociedade de
economia mista e empresas públicas). Também, pode ser aplicado aos
servidores públicos em determinados casos.
- a contratação de pessoal para emprego público deverá ser
precedida de concurso público de provas ou de provas e títulos,
conforme a natureza e a complexidade do emprego.
- não há estabilidade.
- a rescisão do contrato por tempo indeterminado se dará nas
seguintes hipóteses:
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da
Consolidação das Leis do Trabalho;
II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso
de despesa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 169
da Constituição Federal;
IV – insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no
qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito
suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio conhecimento
dos padrões mínimos exigidos para continuidade da relação de
emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as
peculiaridades das atividades exercidas.

*ATENÇÃO:
Excluem-se da obrigatoriedade dos procedimentos previstos
no caput as contratações de pessoal decorrentes da autonomia
de gestão de que trata o § 8º do art. 37 da Constituição Federal.

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Art. 37 (CF/88)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:               (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

2. Estatutário - Art. 39 da C.F/88 c/c Lei 8112/90 (cada entidade da


Administração Pública Direta deverá instituir o seu Regime Jurídico
Próprio)
- regidos por Regime Jurídico Próprio (Estatuto dos Servidores).
- adquirem estabilidade após três anos de efetivo exercício (ver
art. 41 e art. 169 §4º da CF/88).
- alcança os servidores públicos da Administração Direta,
Autarquias e Fundações Públicas.
- necessidade de concurso público (art. 37, incisos II, III e IV da
CF/88)

DIREITOS CONSTITUCIONAIS ASSEGURADOS AOS SERVIDORES


PÚBLICOS:
Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.          

Art. 39, § 3º da CF/88


- Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art.
7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo
o exigir.

Art. 7º (CF/88): São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
...
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
...
5
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
...
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;  (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
...
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
...
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
...
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
...

CONCURSO PÚBLICO:
É o procedimento administrativo que visa selecionar candidatos
para o preenchimento de cargos ou empregos públicos.
Pode ser de dois tipos:
1. provas;
2. provas e títulos.

* alguns concursos sempre serão de provas e títulos


(magistratura, ministério público etc.)

1) FUNDAMENTOS:
A) existência de vagas;
B) recursos financeiros.

Art. 37 (C.F./88)
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou
de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
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 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:(CF/88)
...
VI – dispor, mediante decreto (DECRETO AUTÔNOMO), sobre:                
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos;               
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;                   

2) PRAZO DE VALIDADE:
- fixado no edital, sendo de até dois anos, prorrogável uma
única vez por igual período(Art.37, III da CF/88).
PV = PRAZO DE VALIDADE
PP = PRAZO PRORROGAÇÃO

Ex.:
Edital do Concurso estabelece o prazo de validade em 90 dias.
Admitir-se-á a prorrogação, uma vez, por igual período, ou seja, 90
dias.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
Certo Edital estabelece 6 meses de prazo para o Concurso Público. É
possível prorrogar por mais três meses? (sim) (não)

*ATENÇÃO:
- Algumas doutrinas denominam o período de prorrogação como
“prazo improrrogável”, para efeitos de interpretação do Art.37, IV da
CF/88: durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;
- Ver também o art. 12, § 2º da Lei 8112/90: Não se abrirá novo
concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado.

DIREITO SUBJETIVO DE NOMEAÇÃO:


- O entendimento é de que o candidato aprovado em concurso
público dentro de número de vagas estabelecido no edital, tem direito
de ser nomeado, salvo situações excepcionais.

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*ATENÇÃO: - Há entendimentos no sentido de que a norma
jurídica que impõe ao Chefe de Poder nomear candidato aprovado
em determinado prazo, viola o princípio da separação de poderes.

- Direito de precedência: Art. 37, inciso IV da CF/88: durante o


prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira;

* ATENÇÃO:
- Súmula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o
candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido
sem observância da classificação.

Exercício de Fixação:
Assiste a Administração Pública o direito de definir qual o momento em
que o candidato aprovado será nomeado. (certo) (errado)

Limites de idade para concursos públicos:


- SÚMULA 683 do STF:
O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima em face
do artigo 7º, inciso XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
- Sendo assim, admite-se, em certos casos o limite de idade para
participar de concursos públicos, ainda que exames médicos e físicos
admitam a capacidade do concursado. Apenas por Lei poderá ser
estabelecido o limite de idade para participação em concursos públicos.
- SÚMULA 684 do STF:
- É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a
concurso público
* A Lei 8112/90 em seu Art. 5º, inciso V, estabelece a idade
mínima de 18 anos. A idade é considerada no momento da
investidura.
Apesar das divergências no tocante a “emancipação”. O
entendimento atual tem sido na direção de considerar a idade
mínima de 18 anos na investidura como regra objetiva, não se
admitindo a alegação de emancipação.

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(TRF-1 - APELAÇÃO CIVEL AC 23624 BA 2003.33.00.023624-5 (TRF-1)Data de
publicação: 10/03/2009 Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR.
REINTEGRAÇÃO. IDADE INFERIOR A DEZOITO ANOS NA DATA DA POSSE.
IMPOSSIBLIDADE. LEI 8.112 /90. ATO NULO. SÚMULA 473/STF.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. O requisito
de idade mínima de dezoito anos para investidura em cargo público
federal é de ordem objetiva, e, como bem salientou o Juiz sentenciante, tem
razão de ser, principalmente, na circunstância de ser inimputável o menor
de dezoito anos, mesmo que emancipado...) (GRIFO NOSSO)

*Atenção: O edital do concurso não é a ferramenta adequada


para definir o limite de idade para participação em concursos
públicos. O instrumento apropriado é a Lei.

Exames psicotécnicos como condição para admissão em cargo


público:
- SÚMULA VINCULANTE 44     
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a
cargo público.
A ausência de motivação específica no exame psicotécnico em que fora
excluído o impetrante do concurso público viola os consagrados princípios
constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, além do direito de defesa e do contraditório, isto à luz das
disposições da Súmula 684, do excelso STF, ao preconizar a ilegalidade do
veto imotivado de participação de candidato a concurso público.

CRIAÇÃO E EXTINÇÂO DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS:

- Regra Geral: - Criação por Lei. Art. 61,§ 1º,II, alínea “a”, da
C.F./88.
- Iniciativa: Depende do Poder de Estado. Ex.:
Executivo – Presidente da República (Art. 61, II da C.F./88); Judiciário
– ver o Art. 96, II, b da CF/88.
*ATENÇÃO:
1. Possibilidade de criação de cargos públicos sem Lei. Cargos
de serviços internos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
podem ser criados por “Resoluções”, conforme os Art. 51, IV e 52, XIII
(CF/88)

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2. Em regra, a criação, transformação e extinção de cargos,
empregos e funções públicas se dará por Lei. Entretanto, a Emenda
Constitucional 32/2001 estabeleceu a possibilidade do Presidente da
República, através do “Decreto Autônomo” extinguir funções ou
cargos públicos vagos (Art. 84, VI, b (CF/88).
*ver também o Art. 48, X (CF/88).
3. A Constituição Federal manteve a possibilidade de o Congresso
Nacional exercer o controle político repressivo sobre atos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar. (Art. 49, V (CF/88) –
Decreto Legislativo – “veto do poder legislativo”).
4. Aplica-se o “Princípio da Simetria”, no que tange, as regras
sobre a criação dos cargos, empregos e funções públicas.
5. A remuneração dos cargos públicos será fixada em lei, em
regra, salvo quanto aos subsídios de Deputados Federais e Senadores;
Presidente e Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado,
que serão fixados por Decreto Legislativo do Congresso Nacional (Art.
49, VII e VIII da CF/88).
Art. 61(CF/88). A iniciativa das leis complementares e ordinárias
cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração.
  

CLASSIFICAÇÃO DOS CARGOS PÚBLICOS:

a) cargos isolados – nestes casos não temos a progressão funcional.


Estes cargos possuem natureza extraordinária, haja vista, que a
organização administrativa requer, em regra, o escalonamento em
carreira.

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b) cargos de carreira – são aqueles agrupados em classes e admitem
a progressão funcional na carreira, através de promoção.

Atenção:
1. Classe: Reunião de cargos da mesma categoria funcional.
2. Carreira: É o agrupamento de servidores da mesma categoria funcional
de forma hierárquica.
3. Quadro: É a expressão genérica usada para designar o conjunto de
carreiras, cargos e funções da mesma estrutura administrativa.

c) cargos efetivos: são aqueles preenchidos exclusivamente por


concursos públicos e produzem estabilidade aos seus ocupantes.

d) cargos em comissão: são os cargos ocupados de forma livre, ou


seja, sem concursos públicos, não produzem estabilidade e admitem
exoneração “ad nutum”.
- Os cargos em comissão e as funções de confiança são exclusivas
para as atribuições de direção, chefia e assessoramento (Art. 37, V da
CF/88).
- As funções de confiança são exclusivas de servidores ocupantes
de cargos efetivos. Todavia, os cargos em comissão poderão ser
preenchidos por servidores ou não, obedecidos os limites mínimos
estabelecidos em lei.

* ATENÇÃO:
Cargo em comissão e Função de Confiança:
Cargo em comissão não pode ser confundido com Função de Confiança.
As funções de confiança são próprias dos Servidores Públicos concursados e
efetivos. Essas funções de confiança possuem como característica essencial, o
desempenho de funções especiais.

Art. 37, V (CF/88)


V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

CARGO EM COMISSÃO   X     FUNÇÃO DE CONFIANÇA 


Escalões do Governo Direção, Chefia e  Assessoramento
(Ministros, Secretários e
Dirigentes da
Administração Indireta).
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Qualquer pessoa (art. 37, V, Exclusivo de servidor de cargo
da  Constituição) efetivo (art. 37, V, da Constituição)
Ato Político Ato Administrativo
Efeito Externo Efeito Interno

e) cargos vitalícios: são aqueles que garantem aos seus ocupantes o


direito a demissão apenas após a sentença judicial transitada em
julgado. Podem ser preenchidos por concursos públicos ou não.
Ex. Juiz de Direito Substituto, cargo inicial da carreira da
magistratura, requer concurso público (Art. 93, I da CF/88); Ministros do
S.T.F. independem de concurso público, nomeação na forma do Art.
84, XIV da CF/88.

  Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I - Vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo,
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado;

Exercício de fixação de conteúdo:


O Juiz de direito substituto adquire vitaliciedade após dois anos.
Quando o Desembargador do T.J., originário do “quinto
constitucional”, adquirirá vitaliciedade?
A) na investidura;
B) após dois anos de efetivo exercício.

SISTEMA DE REMUNERAÇÃO:

I - SERVIDOR ATIVO
1. VENCIMENTOS:
VENCIMENTO BASE
VANTAGENS (GRATIF., ADICIONAL, PRÊMIO)
ABONO

2. SUBSÍDIO: Ver o Art. 39, § 4º da CF/88


§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados
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exclusivamente por subsídio fixado em parcela única , vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, X e XI. (grifo nosso)  
      
 Art. 39: § 8º A remuneração dos servidores públicos
organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do §
4º.  

II - SERVIDOR INATIVO;
- PROVENTOS

      
1. Garantia de Salário Mínimo aos Servidores Públicos:
- SÚMULA VINCULANTE 15   
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide
sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.
- SÚMULA VINCULANTE 16 
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-
se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

EXEMPLO DIDÁTICO:
VENCIMENTO 500,00 500,00
VTGS 500,00 (100%) SAL. MÍN.
(HIPOTÉTICO)
1000,00
ABONO 500,00 0,00
REMUNERAÇÃ 1.000,00 1.000,00
O
SERV. (2018) SERV. (2020)

EXERCÍCIO:
É possível que servidores públicos recebam de vencimento
básico, quantia inferior ao salário mínimo. ( c ) ( e )

Teto remuneratório (art. 37, XI)


Na acumulação o “teto constitucional” deve ser considerado
individualmente cada cargo, emprego ou função pública.

Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de


cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da
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Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos
vínculos formalizados, afastada a observância do teto
remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente
público.
STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info
862).

ATENÇÃO:
i. As Leis que fixam a remuneração de Servidores Públicos devem
obedecer a “Reserva de Iniciativa” – por exemplo Art. 61, §1º, II,
alínea “A”, parte final (CF/88).
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração.

*A sanção do Presidente da República não convalida o vício de


iniciativa.

  
ii. Ver também: Art. 48, Inciso XV
Art. 49, Incisos VII e VIII
Art. 48, (CF/88). (LEI) - SE SUBMETE A SANÇÃO OU VETO.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os
arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.             

Art. 49, (CF/88). (DECRETO LEGILSLATIVO) – NÃO SE SUBMETE A SANÇÃO OU VETO.


VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem
os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;            
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de
Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;      

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iii. Importante também é a remuneração proporcional no caso do
servidor público em disponibilidade remunerada.
Art. 41, (CF/88).
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.         
   
REGIME ESTATUTÁRIO
(LEI 8112/90)
- A Lei 8112/90 institui o Regime Estatutário do Servidor Público
Federal.
Art. 1o  Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
Públicos da União, das autarquias, inclusive as em regime
especial, e das fundações públicas federais.
ESTABILIDADE:
Art. 21 (Lei 8112/90).  O servidor habilitado em concurso público e
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade
no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
(prazo 3 anos - vide EMC nº 19/1998 – ver o Art. 41 da
CF/88)*

 Art. 41(CF/88). São estáveis após três anos de efetivo exercício os


servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.                 (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:            (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;             (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa;             (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.                  (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem,
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.                 (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado

15
aproveitamento em outro cargo.              (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.               (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:

Este artigo 21 na Lei 8112/90, conforme o novo ordenamento


jurídico pátrio, pode ser considerado INCONSTITUCIONAL?

JUSTIFIQUE:

ESTÁGIO PROBATÓRIO:
- Art. 20 da Lei 8112/90
- Corresponde ao período de 24 (vinte e quatro) meses.
*ATENÇÃO: Segundo a jurisprudência o prazo do estágio
probatório é de 36 meses, conforme a alteração do prazo
para a estabilidade (Art. 41 da CF/88).
- OBJETO DE AVALIAÇÃO:
I) aptidão;
II) capacidade.

- FATORES:
        I - assiduidade;
        II - disciplina;
        III - capacidade de iniciativa;
        IV - produtividade;
        V- responsabilidade.

  Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo


de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por
período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão
e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do
cargo, observados os seguinte fatores: (vide EC nº 19/1998)
        I - assiduidade;
        II - disciplina;
        III - capacidade de iniciativa;
        IV - produtividade;
16
        V- responsabilidade.
        § 1o  4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
probatório, será submetida à homologação da autoridade
competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por
comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que
dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores
enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 11.784, de 2008

Exercício de Fixação:
1 - Assinale dentre as opções abaixo aquela que apresenta os objetos de
avaliação do Estágio Probatório, conforme o Estatuto Federal:
A) produtividade e o desempenho
B) eficiência e a legalidade
C) aptidão e a capacidade
D) assiduidade e a responsabilidade

2 - Assinale a opção que indica fatores do Estágio Probatório:


A) legalidade;
B) aptidão;
C) responsabilidade;
D) eficiência.

PROVIMENTOS:

- Conceito: É o ato administrativo de preenchimento do cargo público.


A Lei considera Servidor Público toda pessoa física, legalmente
investida em cargo público (art. 2º da lei 8112/90).
- Espécies de Provimento:
1. Quanto à estabilidade:
A) de caráter efetivo: o cargo produz estabilidade ou
vitaliciedade.
B) em comissão: não produz estabilidade ou vitaliciedade,
admite exoneração “ad nutum”.

2. Quanto à origem:
A) originário (PRIMNÁRIO): nomeação – não houve vínculo
anterior.

17
B) derivado (SECUNDÁRIO): promoção, readaptação,
reversão, aproveitamento, reintegração e recondução – existência de
vínculo anterior.

   FORMAS DE PROVIMENTO NA LEI 8112/90 (ART. 8º)


        I - nomeação; -- >>> PROVIMENTO ORIGINÁRIO
        II - promoção;
        III - readaptação;
        IV - reversão;
        V - aproveitamento; --->>>>> PROVIMENTOS DERIVADOS
        VI - reintegração;
        VII - recondução.

I – NOMEAÇÃO: (Art. 9º e 10 da Lei 8112/90)


- A nomeação far-se-á:
        I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
provimento efetivo ou de carreira;
 II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de
confiança vagos.
        - O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza
especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em
outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que
atualmente ocupa hipótese em que deverá optar pela remuneração de
um deles durante o período da interinidade.
       - A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de
provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público
de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação
e o prazo de sua validade.

II – PROMOÇÃO: (Art. 10, parágrafo-único da Lei 8112/90)


- É o provimento derivado previsto em lei, aplicável apenas aos
servidores públicos efetivos, ocupantes de cargos em carreira.
- A Lei estabelecerá o sistema de carreira na Administração
Pública.

*CONCURSO PÚBLICO, POSSE, EXERCÍCIO:


* Ver os art. 11 ao 22 da Lei 8112/90
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

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1. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da
publicação do ato de provimento.
2. A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
3. No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e
valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
4. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção
médica oficial. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto
física e mentalmente para o exercício do cargo.
5. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo
público ou da função de confiança.
6. É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo
público entrar em exercício, contados da data da posse. Há exceções a
este prazo para entrar em exercício, conforme o art. 18 da Lei 8112/90.
7. Jornada de trabalho de 40 horas semanais.
*Atenção: Servidor ocupante de cargo em comissão ou função de
confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço.
- O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular
licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento
em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese
em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades
envolvidos. (art. 120 Lei 8112/90)

READAPTAÇÃO:
É a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em
sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
        Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será
aposentado.
        A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,
respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência
de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência
de vaga.

REVERSÃO:
Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: 
        I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou 
19
        II - no interesse da administração, desde que:        
a) tenha solicitado a reversão; 
        b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
        c) estável quando na atividade;        
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
solicitação; 
        e) haja cargo vago. 
 A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua
transformação. 
 O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para
concessão da aposentadoria. 
 No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
 O servidor que retornar à atividade por interesse da administração
perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a
remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as
vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria.
 O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos
calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos
cinco anos no cargo.
 O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. 
     ATENÇÃO:
Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70
(setenta) anos de idade.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
Certo servidor público, estável, com 66 anos de idade,
aposentado por invalidez com proventos integrais. Após
três anos, é submetido a inspeção médica que comprova
que desapareceram os requisitos para aposentadoria por
invalidez e, a Adm. Pública determina o retorno imediato.
Acontece que o servidor completou 70 anos.

a) Neste caso, continuará aposentado?


b) E como ficarão os proventos da aposentadoria?

Art. 40 (CF)
20
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de
tempo de contribuição fictício.         

REINTEGRAÇÃO:
A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação,
quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou
judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
       Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em
disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31 da Lei 8112/90.
        Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Exercício de FIXAÇÃO DE CONTEÚDO:


1. Em Certa situação administrativa a nova autoridade constituída,
ao rever processos disciplinares, cancelou determinada decisão,
por considerar ilegal e determinou a revogação do ato
demissionário do servidor público e sua imediata reintegração. O
ato desta nova autoridade é válido? (s) (n)

Art. 41 (CF)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço.

RECONDUÇÃO:
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
ocupado e decorrerá de:
        I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
        II - reintegração do anterior ocupante.
        - Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será
aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30 da Lei 8112/90

DISPONIBILIDADE E APROVEITAMENTO
21
- Lei 8112/90: Art. 30 ao 32.
Da Disponibilidade e do Aproveitamento
        Art. 30.  O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-
se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
        Art. 31.  O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará
o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que
vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública
Federal.
        Parágrafo único.  Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da
Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento
em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
   Art. 37§ 3o   (Lei 8112/90) Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou
entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade,
o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade,
até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

        Art. 32.  Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a


disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal,
salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Súmula vinculante 43
É inconstitucional toda modalidade de provimento que
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em
concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
que não integra a carreira na qual anteriormente investido.

EX. Não se admite promoção vertical (acesso).


Exceção, Art. 93, III da CF/88

VACÂNCIA:
A vacância do cargo público decorrerá de:
        I - exoneração;
22
        II - demissão;
        III - promoção;
         IV - readaptação;
        V - aposentadoria;
        VI - posse em outro cargo inacumulável;
        VII - falecimento.

Exercício de Fixação:
- Assinale dentre as opções abaixo aquela que REPRESENTA simultaneamente
PROVIMENTO e VACÂNCIA:
A) REVERSÃO E READAPTAÇÃO;
B) NOMEAÇÃO E APOSENTADORIA;
C) REINTEGRAÇÃO E PROMOÇÃO;
D) READAPTAÇÃO E PROMOÇÃO.

1. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou


de ofício.
       - A exoneração de ofício dar-se-á:
        I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
        II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido.

2. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de


confiança dar-se-á:
        I - a juízo da autoridade competente; (AD NUTUM)
        II - a pedido do próprio servidor.

Jurisprudências:
● Concurso público: vagas previstas em edital e direito subjetivo à
nomeação
"Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o
momento no qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a
própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um
direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder
23
público. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de
vagas, o ato da Administração que declara os candidatos aprovados no
certame cria um dever de nomeação para a própria Administração e,
portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado dentro
desse número de vagas." (RE 598099, Relator Ministro Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, DJe de 3.10.2011, com repercussão
geral - tema 161)

● Situações que excepcionam o direito subjetivo à nomeação


"Quando se afirma que a Administração Pública tem a obrigação de nomear
os aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se levar em
consideração a possibilidade de situações excepcionalíssimas que
justifiquem soluções diferenciadas , devidamente motivadas de acordo com o
interesse público. Não se pode ignorar que determinadas situações
excepcionais podem exigir a recusa da Administração Pública de nomear
novos servidores. Para justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do
dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a
situação justificadora seja dotada das seguintes características:
a) Superveniência : os eventuais fatos ensejadores de uma situação
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do
certame público; b)Imprevisibilidade : a situação deve ser determinada por
circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;
c) Gravidade : os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser
extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;
d) Necessidade : a solução drástica e excepcional de não cumprimento do
dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a
Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional
e imprevisível. De toda forma, a recusa de nomear candidato aprovado dentro
do número de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma, passível
de controle pelo Poder Judiciário." (RE 598099, Relator Ministro Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, DJe de 3.10.2011, com
repercussão geral - tema 161)

● Hipótese de direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora


do número de vagas 

24
"A tese objetiva assentada em sede desta repercussão geral é a de que o
surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo
cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das
vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e
imotivada por parte da administração, caracterizadas por comportamento
tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade
de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser
demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, a discricionariedade da
Administração quanto à convocação de aprovados em concurso público fica
reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o
direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses
excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas
dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver preterição na nomeação por
não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); iii) Quando
surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do
certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora das
vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos
acima." (RE 837311, Relator Ministro Luiz Fux, Tribunal Pleno, julgamento em
9.12.2015, DJe de 18.4.2016, com repercussão geral - tema 784)
"2. A simples consulta feita pelo Ministério das Relações Exteriores ao
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, acerca da viabilidade
orçamentária para o provimento de eventual vaga adicional ao Concurso de
Admissão à Carreira de Diplomata, não caracteriza a existência efetiva de
vaga excedente durante o prazo de validade do certame." (RMS 31478,
Redator para o acórdão Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, julgamento
em 9.8.2016, DJe de 21.10.2016)

● Desistência de candidato melhor posicionado e inclusão de candidato


dentro do número de vagas
"O direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do
número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas
em decorrência da desistência de candidatos classificados em colocação
superior. Precedentes." (RE 946425 AgR, Relator Ministro Roberto Barroso,
Primeira Turma, julgamento em 28.6.2016, DJe de 9.8.2016)
No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que, com a desistência da
candidata classificada em primeiro lugar, a ora agravada, classificada
inicialmente em quarto lugar, tornava-se a terceira, na ordem classificatória,
25
passando a figurar entre os classificados para as três vagas previstas no
instrumento convocatório, motivo pelo qual fazia jus à nomeação. Destarte,
aplica-se ao caso o que decidido pelo Plenário desta Corte, o qual, no exame
do RE nº 598.099/MS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe de 3/10/11,
reconheceu a repercussão geral do tema e, no mérito, concluiu que o
candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas tem
direito subjetivo à nomeação." (ARE 866016 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli,
Segunda Turma, julgamento em 12.5.2015, DJe de 9.6.2015)

● Inexistência de desrespeito à ordem de classificação em caso de


nomeação por força de decisão judicial
"É pacífica a jurisprudência da Corte de que não há falar em desrespeito à
ordem de classificação em concurso público quando a Administração nomeia
candidatos menos bem classificados por força de determinação judicial." (ARE
869153 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, julgamento em
26.5.2015, DJe de 19.6.2015)

BIBLIOGRAFIA:
1. Alexandre Maza - Manual de Direito Administrativo – Ed. Saraiva.
2. José dos Santos Carvalho Filho - Manual de Direito Administrativo
3. Gustavo Mello Knoplock – Manual de Direito Administrativo – Ed. Campus
Elsevier.
4. Fernanda Marinela – Direito Administrativo – Ed. Impetus.
5. Hely Lopes Meirelles - Ed. Malheiros.
6. Rafael Carvalho Rezende Oliveira- Curso de Direito Administrativo – Ed.
Método/GEN.

Pesquisa Internet:
www.planalto.gov.br
www.stf.jus.br

Bom Estudo.

BIBLIOGRAFIA:
1. Alexandre Maza - Manual de Direito Administrativo – Ed. Saraiva.
2. José dos Santos Carvalho Filho - Manual de Direito Administrativo

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3. Gustavo Mello Knoplock – Manual de Direito Administrativo – Ed. Campus
Elsevier.
4. Fernanda Marinela – Direito Administrativo – Ed. Impetus.
5. Hely Lopes Meirelles - Ed. Malheiros.
6. Rafael Carvalho Rezende Oliveira- Curso de Direito Administrativo – Ed.
Método/GEN
Pesquisa Internet:
www.planalto.gov.br
www.stf.jus.br

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