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HIPNOTERAPIA

PARA CRIANÇAS
E ADOLESCENTES

1
MODELO DA MENTE

2
COINVINCER

Diga à pessoa que agora você vai demonstrar à ela o

quão poderosa é a nossa mente.

Que ela vai poder experimentar agora numa simples

demonstração o que é usar a mente a favor dela.

E use o Braço Giratório como um convincer.

Eu utilizo-o com todos os meus clientes.

BRAÇO GIRATÓRIO

Passo 1:

Peça à criança para que fique em pé, com os dois pés

levemente afastados, estique o braço direito à frente

dela, sem tirar os pés do lugar, gire o braço direito para

a direita fazendo um círculo até o máximo que ela

conseguir e marcar até onde foi o primeiro giro( pode

ser um objeto na parede, uma quina de um móvel, não

importa, mas ela precisa saber e te dizer onde foi o

máximo que ela conseguiu girar). E depois voltar para a

posição inicial com os dois braços abaixados.

Passo 2:

Agora peça para que a criança feche os olhos e diga

que ela vai repetir o mesmo movimento do passo 1, só

que desta vez, ela vai fazer todos aqueles movimentos

somente na mente dela. Diga que MENTALMENTE(ela

não vai fazer de verdade, só vai imaginar que está

fazendo) ela vai visualizar/imaginar que vai levantar o

braço direito, sem tirar os pés do lugar, girar o braço

direito para a direita fazendo um círculo, mas que dessa

vez, ela vai se superar, ela vai superar o primeiro giro e

ir bem mais longe do que foi a primeira vez. E depois

que for bem mais longe, ela mentalmente volta o braço

direito para a posição inicial com os dois braços

abaixados e permanece de olhos fechados. Peça para

ela te avisar quando ela tiver concluído e continuar de

olhos fechados.(criança avisa que já girou, superou o

primeiro giro e já voltou à posição inicial).

Passo 3:

Agora diga à criança que mais uma vez, ainda de olhos

fechados, ela vai repetir os mesmos movimentos do

passo 1, só que agora, assim como da segunda vez, ela

vai fazer todos os movimentos somente na mente dela.

Diga que MENTALMENTE(ela não vai fazer de verdade,

só vai imaginar que está fazendo) ela vai

visualizar/imaginar que vai levantar o braço direito, sem

tirar os pés do lugar, girar o braço direito para a direita

fazendo um círculo, mas dessa vez, ela vai se superar,

ela vai superar o segundo giro também e ir bem mais

longe.

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E depois que for bem mais longe, ela mentalmente volta o braço direito para a posição inicial, com os dois

braços abaixados e permanece de olhos

fechados. Peça para ela te avisar quando ela tiver concluído.(criança avisa que já girou, superou o segundo giro

e já voltou à posição inicial).

Obs: até aqui, a criança girou uma vez de verdade e duas vezes somente na imaginação dela.

Passo 4: Agora peça para a criança abrir os olhos e com os olhos abertos, de verdade,realmente fazer o mesmo

movimento do passo 1 e veja o que acontece: ela de fato supera a primeira marca dela. Daí você diz: UAU! O

que aconteceu? (criança responde algo do tipo: nossa! eu fui bem mais longe agora!) E o que você fez para

melhorar tanto a sua performance? (criança responde: eu treinei ou eu imaginei que treinava) Aqui você

aproveita para lembrá-la de que ela não treinou de fato para melhorar, o que ela fez foi imaginar que estava se

superando e que só de imaginar que conseguia, ela de fato conseguiu. A nossa mente não distingue o real do

imaginário. E aqui está o poder maravilhoso da nossa mente, se você diz que superou ela te leva a superar e se

você diz que não consegue, ela também te dá esse resultado. Vamos usar a sua mente como uma grande aliada?

Aqui temos outro convincer do qual eu gosto muito, porém uso menos.

BALDE E BALÃO

.Por favor, fique de pé. .Estique os dois braços para a frente. .Vire uma palma da mão para cima e deixe a outra

para baixo. .Agora feche os olhos. .Imagine agora que nessa mão que está virada para cima, eu estou colocando

um balde, mas esse balde não está vazio, ele está cheio de areia. Ele já está bastante pesado mas eu ainda

coloco um pouco de água dentro dele e isso faz a areia pesar mais ainda. .Na mão que está virada para baixo,

eu vou amarrar centenas de balões coloridos de gás hélio, daqueles que flutuam, eles ficam presos na sua mão,

subindo em direção ao céu. .Quanto mais pesado vai ficando esse balde de areia úmida, mais esses balões

sobem e flutuam. .E agora, eu resolvo colocar mais areia nesse balde, ele fica mais pesado e pesa mais ainda

quando eu coloco água nessa areia.

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E na outra mão, ela está tão bonita, que eu resolvo amarrar mais 1.000 novos balões de gás aí, porque eu sei que

quanto mais eles sobem, mais feliz você fica e mais o balde pesa.

Obs: caso a pessoa não mova os braços, continue dizendo que está colocando mais areia com água no balde e

mais chumaços de balões, vai acrescentando elementos emocionais, como alegria, paz, leveza ao flutuarem os

balões. E assim que você perceber que houve movimento de subida e/ou descida dos braços, peça para a pessoa

abrir os olhos e verificar o corpo reagindo ao que a mente imaginou.

Indução de Dave Elman e Aprofundamento

Indução Dave Elman

Essa indução é a minha preferida porque ela permissiva e a pessoa não

se sente pressionada.

A Indução de Dave Elman possui 5 passos:

-Relaxamento dos olhos

-Relaxamento de todo o corpo

-Fracionamento

-Teste do braço

-Amnésia dos números

E logo após os 5 passos da indução, você já pode começar a fazer o

aprofundamento.

Passo número 1:

De olhos abertos, respire fundo, puxando o ar pelo nariz e soltando pela

boca. (repetir isso 3x)

Agora feche os olhos e relaxe toda a musculatura do seus olhos, relaxe

completamente os olhos, deixe que seus olhos se desliguem a partir de

agora, se desliguem tão completamente ao ponto de não funcionarem

mais.

Quando você tiver certeza que seus olhos se desligaram e não se

abrirão mais, faça um único teste de tentar abrí-los e não conseguir.

Prove para si mesmo que os seus olhos estão totalmente colados, como

se eu tivesse passado uma cola super cola neles.

(cliente testa e os olhos estão colados)

Aqui você pode perguntar ao cliente:

Você tentou abrir e seus olhos estão colados?

Cliente responde que sim.

Muito bem! Você está indo super bem!

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OBS: caso os olhos não se colem, repita a sugestão lembrando ao

cliente que somente ele pode fazer com que aquilo aconteça e que ele

precisa desejar e permitir que os próprios olhos se colem).

Passo número 2:

Leve todo esse relaxamento dos seus olhos lá para o topo da sua

cabeça e permita que ele desça pela sua face relaxando toda a sua

mandíbula, vai indo em direção ao seu pescoço, ombro, braços ,

troncos, perna até chegar na pontinha dos seus dedos dos pés.

Sinta como se uma onda de relaxamento percorresse todo o seu corpo,

começando na cabeça e indo até os dedos dos pés. Todo o seu corpo

fica profundamente relaxado e você continua respirando profundamente

e relaxando cada vez mais.

Passo número 3:

Daqui a pouco eu pedirei para você abrir e fechar os olhos, e cada vez

que você abre e fecha os olhos, aprofunda ainda mais esse relaxamento

que você já tem agora.

O fechar dos olhos é o seu sinal para que todo o seu corpo aprofunde

ainda mais, vá mais fundo.

Muito bem ! Abra os olhos e feche os olhos.

Isso. Vá mais profundo.

Agora, pela segunda vez eu pedirei novamente para você abrir e fechar

os olhos e você já sabe que ao fechá-los, permitirá que o seu corpo

dobre esse relaxamento que você já alcançou.

Abra os olhos! Feche os olhos!

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E daqui a pouco pela terceira e última vez, eu pedirei novamente para

que você abra e feche os olhos, e dessa vez, ao fechar os olhos,

simplesmente se permita ir o mais profundo que você conseguir.

Abra os olhos! Feche os olhos!

Muito bem, (nome do cliente), você está indo muito bem!

OBS: Aqui você pode aproveitar para dizer o seguinte:

A partir de agora, nada mais te incomoda, nenhum barulho vindo lá de

fora, nenhum barulho meu aqui dentro, absolutamente nada te

incomoda a partir de agora, muito pelo contrário, esses barulhos te

levam a relaxar ainda muito mais.

Passo número 4:

“Se você tiver seguido as minhas instruções, nós já temos todo o

relaxamento físico que precisamos e seu corpo todo está pesado, como

uma toalha encharcada, como um pano molhado.

Daqui a pouco eu vou segurar o seu pulso (pode ser o direito ou

esquerdo, diga o pulso que estiver mais próximo a você), permita que

ele esteja solto, pesado como um pano molhado.

Vou levantar o seu braço a poucos centímetros da poltrona e você

permitirá que esse braço também fique pesado como um pano molhado.

Deixe que eu levanto sozinho, não precisa me ajudar, só deixe o braço

todo pesar.”

Levante o braço do cliente e veja se ele seguiu as instruções.

(Se o braço estiver duro e o cliente não o relaxou, diga:” Isso! Muito

bem! Relaxe mais, solta mais! Deixe seu braço todo solto e pesado!”)

‘Daqui a pouco eu vou soltar o seu braço e quando ele cair, permita que

todo o seu corpo fique como o seu braço, solto e pesado”.

Soltar o braço do cliente.

“Pode ser que você sinta sua perna direita mais pesada ou esquerda

pesar mais, e está tudo bem!”

Passo número 5:

Agora que você já relaxou o seu corpo, eu quero te também a relaxar a

sua mente.

Em algum momento eu vou pedir para você começar uma contagem

regressiva começando com o número 100.

E quando você chegar em 98 ou até mesmo antes permita que todos os

números vão embora.

E eles se vão.

Pode começar em voz alta com o número 100. E eles vão sumindo… 99

permita que eles se vão. Prepare -se agora para todos sumiram…

Sumiram?

OBS: caso ele conte o número 97, 96… fale para ele:

Muito bem! Pode parar de contar.

Inspire bem profundamente e expire. Isso, mais uma vez e ao expirar

assopre os que restaram para bem longe.

Todos sumiram?

Se o cliente disser que ainda não,diga: você pode apagá-los.

Todos sumiram?

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APROFUNDAMENTO

Imagine que à sua frente agora existe uma escada e essa escada pode

ser do jeito que você quiser, pode ser de madeira, de metal, escada

rolante, como preferir.

Eu farei uma contagem regressiva agora, começando com o número 10

e a cada número que eu contar, você vai descer um degrau,

aprofundando ainda mais esse estado maravilhoso de relaxamento que

você já atingiu.

Eu começo com o 10 e você pode descer o primeiro degrau, relaxando

muito mais, 9 você vai mais profundo, 8 continua descendo

aprofundando ainda mais, 7 sinta uma onda de relaxamento percorrer o

seu corpo dos pés a cabeça enquanto você desce, 6 quanto mais

profundo você vai, melhor você se sente, 5 quanto melhor você se sente

mais profundo você vai, 4 você relaxa e vai mais profundo, 3 mais

profundo e mais relaxado, 2 você continua aprofundando, 1 você desce

mais e mais.

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Dados importantes para ficha de atendimento

Nome e sobrenome da Criança:

Sexo:

Idade:

Data de nascimento:

Endereço (rua/numero):

Cidade:

Cep:

Telefone:

Celular:

E-Mail:

Nome e sobrenome da mãe:

Nome e sobrenome do pai:

Nome dos irmãos:

Estado Civil:

Religião:

Importância da religião:

O seu filho está ou esteve em algum tratamento médico ou

terapia (mental ou física) nos últimos anos?

O seu filho sofreu ou está sofrendo de alguma doença de longo prazo?

O seu filho esteve em tratamento por problemas cardíacos, diabetes ou epilepsia?

O seu filho está usando algum medicamento atualmente?

O seu filho tem problemas para dormir?

Algum problema com drogas, álcool ou cigarros?

Qual(ais) problema(s) você gostaria de resolver?

Você tentou qualquer outro método para resolver/mitigar os problemas

mencionados acima, e qual foi o resultado?

Como você chegou a mim?

Especificações relevantes na vida do seu filho:

Complicações durante a gestação ou parto, problemas na infância,

experiências marcantes, mudanças de residência, eventos traumáticos,

doenças na família, hobbies, forças e fraquezas, etc.

Muito obrigado por suas informações detalhadas. Estou ansioso para

conhecê-lo(a) e conhecer o seu filho(a) pessoalmente em breve.

Ficha completa disponível para impressão no módulo 05

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LAGO SUBCONSCIENTE (técnica de regressão infantil)

Passo 1: Peça à criança para fechar os olhos e respirar

bem profundamente soltando todos os músculos do

corpinho dela. (repetir isso 3 vezes) Usar a indução de

Dave Elman( com crianças acima de 10 anos) ou um

relaxamento disfarçado.

Passo 2: Dependendo da idade, se estiver tratando uma

criança acima de 10 anos, aplique a técnica do

aprofundamento (descer os degraus das escadas). Se

for uma criança menor, pule esse passo e já vá para o

passo 3.

Passo 3: Agora você convida a criança:

“Comece a se imaginar caminhando em uma grama

bem fofinha em um lugar muito bonito. Um lugar onde

tem muito verde, flores lindas e cheirosas pelo caminho,

tem passarinhos cantando ao redor, árvores com frutas

docinhas, o sol está brilhando, você sente os raios do

sol quentinho na sua pele, o dia está muito bonito. E

nesse lugar também tem um lago muito bonito.(OBS: Se

a criança tiver medo de água, dizer que esse lago é

bem rasinho, que dá pé para ela).

Então você caminha em direção a esse lago. Você

chega perto e vê a sua imagem refletida nele como num

espelho. E você se senta perto do lago, se quiser pode

até molhar as pontinhas dos seus pés aí.

E olhando para esse lago, você logo percebe que esse

lago é muito especial, porque ele é o seu lago. Ele é o

lago que representa a sua vida. Daqui a pouco eu vou

contar até 3 e vou estalar os dedos e esse lago não

será mais um lago normal, ele será um lago de bolinhas

coloridas, ele não terá mais água e sim inúmeras bolas

coloridas e cada bola dessa daí tem uma parte da sua

história.

Você já pescou alguma vez?

Ah! Então hoje você vai pescar! (de novo ou pela

primeira vez)

Se prepara que eu já vou contar: 1,2,3 e estala os

dedos.

Diga:

Olha quanta bola colorida aí no seu lago!!

Cada bola dessa daí representa um momento da sua

vida.

Quais cores você está vendo aí?

(Criança responde)

Todas essas bolas representam momentos muito bons,

positivos e alegres que você já viveu.


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Daqui a pouco nós iremos começar um trabalho para

encontrarmos aquelas bolas que representam aquele

problema que você veio tratar aqui.No meio de todas essas bolas coloridas aí, têm também

a bola ou as bolas que representam aquele problema

que você veio trabalhar.

Olhe para o seu lago!

As bolas que representam aquele problema têm que

cor? De que cor elas são?

(Criança responde)

E quantas bolas dessas você está vendo?

(Criança responde)

Muito bem!

Daqui a pouco eu vou estalar os meus dedos e vou

colocar nas suas mãos uma vara de pescar hipnótica.

1,2,3… estala os dedos.

Nas suas mãos agora há uma vara hipnótica incrível.

Você já está pronto para daqui a pouco começar a

pescar?

(Criança responde)

Daqui a pouco eu vou contar até 3 e no 3 você joga a

vara no lago e pesque a maior bola de problema que

você tiver enxergando aí, a maior de todas elas.

1,2,3 pode pescar!

Me avise quando já tiver pescado.

(Criança avisa que pescou)

Está com a bola aí?

Tire a bola da vara e segure-a em suas mãos.

Fique olhando para ela. Daqui a pouco eu vou contar

até 3 e essa bola vai te mostrar o que que tem aí dentro

dela, o que aconteceu que ela foi parar aí no seu lago

como uma bola problema.

1,2,3 olhe para a bola, o que ela está te mostrando?

(criança responde e descreve sobre algum fato ou

momento de dor, frustração ou que faça menção ao

problema)

Obs: ao descrever o problema daquela bola, a criança

se associará a ele, e para que você tire-a desse estado

negativo, faça a ela uma pergunta qualquer.

E onde é mesmo que você estuda? Ou para qual time

de futebol você torce? Ou você gosta mais de qual

sabor de sorvete?

(criança responde e quebra o estado negativo)

Agora, eu vou te levar para o futuro tá bom? (para que

ela se encontre com “eu” mais velho dela.

Eu vou contar de 1 até 3 e no 3 você vai ficar 10 anos

mais velho, no 3 eu estarei falando com o “fulano” de X

anos.

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Obs: aqui você pede para a criança se encontrar com

ela mesma mais velha e pedir algum conselho ou

ensinamento para aquele momento lá atrás onde ela

não soube lidar muito bem com a situação. Ou também

você pode promover um encontro da criança com o

super herói favorito dela e este lhe repassa seus

superpoderes ou você também pode perguntar para a

criança o que ela acredita que faltou pra ela ali naquele

momento do passado e onde ela poderia ir buscar esse

recurso. Independente da forma escolhida para buscar

os recursos que a criança precisa, ajude-a a se encher

desse recurso positivo e traga-a de volta para a

pescaria no momento em que ela está com a bola nas

mãos.

Diga:

Agora que você já possui esse recurso novo (cite o que

ela foi buscar, pode ser a força, coragem, confiança…),

reviva essa cena aí usando esse recurso maravilhoso

que agora é seu também.

Me diga o que está acontecendo aí…

(criança responde)

Olhe para a sua bola!

O que aconteceu com ela?

(criança responde. Se a bola estiver clara ou sumir,

ótimo. Se você perceber que ainda precisa trabalhar

aquele evento, repita o passo da busca de recursos,

empodere a criança e ajude-a a ressignificar até que a

criança te mostre que está tudo bem.)

E o que você quer fazer com essa bola?(caso ela não

tenha sumido)

Quer jogá-la de volta no lago?

Agora olha para o seu lago.

Ainda tem alguma bola “escura” ou bola problema?

(criança responde)

Se houver, diga:

Pegue sua incrível vara hipnótica e pesque a maior

dela.

(repetir os passos acima de ressignificação)

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Repetir os passos de ressignificação até que no lago

não reste mais nenhuma bola problema.

Quando o lago da criança estiver tranquilo e sem

nenhuma bola problema, diga:

E agora, o seu lago está legal?

Tem muita bola bonita e colorida aí? Quais cores você

mais vê aí?

Você gostaria de dar um mergulho nesse lago aí?

(criança responde)

Então se prepara que eu vou contar até 3 e no 3 você

mergulha no seu maravilhoso lago.

1,2,3 pode mergulhar!

Tá legal aí?

Seu mergulho está bom?

Qual é a cor que mais predomina aí?

Qual a cor que você mais vê a´?

(criança responde por exemplo: amarelo)

E você gostaria de entrar em uma bola amarela?

Então pode entrar!

Uau! Essa bola amarela é de um momento muito legal!

Que momento é esse?

(criança responde)

E como você se sente aí? (a criança vai dizer que está

sentindo uma emoção muito legal, muito positiva,

porque ali está associada a um momento feliz, então

você aproveita para reforçar esse recurso bom.)

E agora que essa bola amarela está te mostrando como

é bom sentir isso, isso e aquilo, todas as vezes que

você vir a cor amarelo, vai se lembrar de como você é

isso, isso e aquilo. O amarelo do sol, das frutas, das

roupas, dos móveis, dos carros, das casas… sempre o

amarelo vai te lembrar de coisas e sentimentos

bons.(aqui você estará ancorando o amarelo ao que é

positivo para a criança)

Você agora vai nadando para o final desse lago e vai

começando a sair dele se sentindo muito leve, muito

calmo e muito feliz.

E você começa a caminhar nesse lugar aí sentindo a

grama fofinha debaixo dos seus pés e de repente lá na

frente você vê uma enorme pedra, uma pedra gigante.

Você dá a volta nessa pedra e encontra nela uma

portinha.

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E quando você abre essa porta, você percebe que

organizaram uma festa surpresa para você e que você

está no dia do seu aniversário de X anos (o próximo

aniversário da criança).

Todas as pessoas que você ama e que amam você

estão aí nessa festa, sua família, seus amigos, seus

familiares…

E você vê como eles capricharam na sua festa

surpresa.

O que você vê aí? O que tem na sua festa?

Quem está aí?

(Criança responde)

Agora olhe ali naquele cantinho! Veja a quantidade de

presentes que você ganhou.

Pode abrir esses embrulhos, abra e me diga o que tem

aí dentro.

(criança responde)

Agora olhe com mais atenção! Ali naquele cantinho tem

um embrulho que você não tinha visto ainda.

Pegue ele! Veja como esse embrulho é lindo! Veja

como ele foi embrulhado com todo carinho. Ele é

mesmo um presente muito especial.

Como é esse embrulho? Ele tem que cor? Qual o

formato desse embrulho aí? Está dentro de uma caixa

decorada ou não?

Daqui a pouco você vai abrir esse presente que é o

mais especial de todos os que você recebeu hoje.

Eu vou contar até 3 e no 3 você começa a abrir esse

presente e quando você termina de abrir você percebe

que daí de dentro sai um lindo arco-íris que vai para o

topo da sua cabeça. Esse é o arco-íris da coragem( da

força, da confiança ou do que mais a criança desejar,

citar que é o arco íris do recurso que a criança

necessita).

E a medida que esse arco íris toca a sua cabeça você já

começa a perceber esse recurso fazendo parte de

quem você é. E você consegue sentir e localizar no seu

corpo onde está esse recurso e se sente muito feliz por

isso. Porque agora sim, você conseguiu aquilo que

tanto desejava não é mesmo?

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Como você se sente agora depois desse maravilhoso

arco-íris ter entrado aí em você?

(Criança responde algo do tipo: Eu me sinto muito

corajoso agora)

Então diga em voz alta: Eu sou corajoso! Eu sou

corajoso!

Eu sou corajoso!

Eu sou corajoso!

Eu sou corajoso!

(Pedir para ela repetir 15 vezes essa frase com

bastante vigor e emoção).

E agora se sentindo muito feliz e tranquilo, sabendo que

você já possui dentro de você tudo o que você precisa

para viver os seus dias de forma tranquila e feliz, você

se despede da sua família e amigos, agradeça-os pela

festa e presentes e sai desta pedra e começa a

caminhar de novo pelo jardim, sabendo que eu estou à

sua espera aqui no meu consultório, você vai saindo

desse lugar e vindo em direção à minha sala e me avisa

quando você já estiver sentado aqui na minha poltrona.

E continua caminhando nesse lindo lugar, curtindo as

belezas que tem aí e vai caminhando em direção ao

meu consultório até que você se veja sentado aqui na

minha poltrona pertinho de mim.

E quando você já estiver aqui você me avisa.

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Volta à infância

Passo 1: Fazer a indução de Dave Elman para relaxamento.

Passo 2: Aprofundamento (descer os 10 degraus)

Passo 3:

Imagine agora que há um túnel aí à sua frente. Esse é um túnel bem

bonito, bem interessante, colorido, brilhante, atraente, você gosta dele e

se interessa por ele.

Então você entra nesse túnel e começa a caminhar por ele.

E você se sente muito bem aí nesse seu túnel, você se sente

familiarizado com esse túnel porque percebe que está no seu próprio

caminho.

E você caminha olhando para esse chão colorido e ouve melodias e

sons que te agradam. Enfim, tranquilamente você caminha por esse

túnel aí que é só seu.

E depois de caminhar por esse túnel, você percebe, que ele te leva para

a frente da porta da casa da sua infância, você logo percebe que está

de frente para a porta da casa que você viveu a sua infância.

Olhe para a essa porta. Como é essa porta? De que cor é essa porta?

De que material ela é feita? (Cliente responde)

Apenas segure na maçaneta. Como é essa maçaneta? Como está a

temperatura dessa maçaneta aí?(Cliente responde)

Agora abra essa porta e entre. Em que cômodo você está? Como é

esse cômodo aí? Têm algum cheiro familiar? Descreva ele para

mim.(Cliente responde)

Perceba que ali no cantinho há uma criança.

Se aproxime dessa criança. Olhe para ela com bastante atenção.

Essa criança é você, ela é você bem pequeno.

O que ela está fazendo? O que essa criança faz agora?(cliente

responde)

Se abaixe, fique na mesma altura dela e olhe-a nos olhos.

Agora que você já é bem maior, você sabe exatamente o que está

faltando para essa criança nesse momento ou em outros que virão,

você sabe do que ela precisa para que ela se sinta bem.

Você tem liberdade para conversar com ela, brincar, pegar no colo,

contar uma historinha que ela goste, abraçar, beijar, dizer pra ela o que

você sabe que ela precisa ouvir, cuidar dela, mostrar fotos do seu

celular da sua vida adulta, mostrar suas conquistas, suas vitórias… sei

lá, você sabe o que faltou para essa criança e está aí justamente para

dar isso tudo à ela.

Então eu vou ficar em silêncio e vou te dar um tempo para que você

possa acolher essa pequenininha aí e dar para ela tudo o que ela

precisa. Leve o tempo que precisar. Essa conversa é só entre vocês

dois. E quando acabar, levante o dedo para que eu saiba que a

conversa acabou. (profissional faz silêncio e aguarda cliente levantar o

dedo) (cliente levanta o dedo sinalizando que a conversa acabou)

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Agora eu quero falar com o “fulaninho”(dizer o nome do cliente no

diminutivo, por exemplo: Cliente é Marcos você diz que quer conversar

com o Marquinhos)

Marquinhos, você gostou de conversar com o Marcos grandão?(cliente

responde)

O que ele te disse? O que ele fez? E como você se sente agora?(cliente

responde e você verifica se a criança está bem. Caso você perceba que

o Marquinhos não está muito bem, diga que quer falar com o Marcos

adulto e pergunte o que ele fez, como fez e o que falou. E se o adulto

tiver dificuldades em ajudar a criança, o profissional poderá ajudar

perguntando ao adulto o que ele acha de pegar a criança no colo por

exemplo e dizer que ela é muito amada e especial ou outras sugestões,

mas sem impor nada e sempre perguntando o que o adulto acha

daquela sugestão. Fazer isso até a criança se sentir tranquila, feliz e

acolhida).

Agora que sua criança está muito bem, está tranquila e feliz, se despeça

dela, diga à ela que você precisa ir, que você tem coisas para resolver e

que ela pode continuar ali brincando ou vir com você, morando dentro

do seu coração, vocês dois podem escolher o que é melhor. (cliente

atende ao seu pedido e te sinaliza que já se despediu).

Agora que está tudo bem com essa criança linda, vá se direcionando

para a porta dessa casa, saia por ela, feche-a e entre de volta no seu

túnel.

E comece a caminhar de volta para o hoje, em direção à minha sala se

sentindo muito bem, com uma leveza no peito e com a certeza de que

você deu o melhor a si mesmo. Trazendo consigo a alegria, a doçura, a

leveza, o sorriso e os sonhos daquela criança.

E daqui a pouco eu vou contar de 1 até 3 e no 3 você estará aqui

comigo no consultório, sentada na minha poltrona se sentindo em paz e

muito tranquilo.

Passo 4:

Emergir o cliente.

Agora eu vou contar de 1 até 5 e no 5 você estará de olhos abertos no

presente no aqui e agora se sentindo muito bem e muito tranquilo.

1 respira fundo puxa o ar pelo nariz e solta pela boca

2 mais uma vez respira fundo

3 se sentindo tranquila e em paz

4 pode mexer o corpo, braços, pernas, pescoço, se preparando para

emergir

5 no seu tempo quando quiser olhos abertos se sentindo muito bem e

muito tranquilo.

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Eu sou sufuciente

Passo 1:

Fazer indução de Dave Elman (sempre de acordo com a idade do cliente, que poderá ser a

indução completa ou reduzida)

Passo 2:

Eu agora vou contar de 1 até 5 e no 5 você estará no dia no seu nascimento, lá no hospital onde

você nasceu, você estará assistindo ao seu nascimento, você acabou de nascer e está no berço ou

no colo da sua mamãe.E você vê esse bebezinho lindo que acabou de chegar ao mundo e você

observa como ele é lindo, como ele é perfeito, como ele é completo, como ele é

suficiente.Quando alguém brinca com esse bebezinho, ele se esconde e diz: “não olhe para mim,

eu sou banguela” ou ele muito confiante e seguro sorri de volta?

Ele sorri de volta né?! Porque ele sabe que é suficiente e merece amor e atenção.

Olhe como ele é confiante, olhe como ele sabe que é totalmente suficiente. E sabe por quê ele

tem essa certeza da suficiência dele? É porque desde que estava na barriga da mamãe dele, todas

as necessidades dele eram atendidas. Ele tinha comida, a temperatura era ideal, ele ia com a

mamãe para onde ela ia, ele estava sempre sendo atendido e por isso ele sabe que merece o

melhor. Veja como ele é completo, veja como ele é inteiro, veja como ele é seguro de si. Ele não

está com vergonha. Ele não está tímido. Ele não se acha incapaz. Ele não está constrangido.Olhe

como ele é fofinho, bonitinho, feito de amor. Veja como ele é especial e puro.Muito bem! Deixe

essa cena desse bebezinho lindo aí de lado como se fosse um filme, porque eu ainda quero te

mostrar outras cenas daqui a pouco.

Passo 3:

Agora eu vou contar de 5 até 1 e no 1 você estará em algum momento da sua vida onde você por

algum motivo aprendeu que não era suficiente.5 Você vai ficando cada vez mais jovem4 Você

vai voltando no tempo3 Você vai ficando mais leve e menor2 As marcas do tempo vão

desaparecendo do seu corpo e está chegando nesse momento1 Estamos lá.É dia ou noite?Você

está sozinho ou acompanhado?Você está num lugar aberto ou dentro de algum lugar?Onde você

está? O que está acontecendo?(cliente descreve)Muito bem! Reserve essa cena aí também como

se fosse um outro filme que mais tarde voltaremos a ela. Agora vamos rever mais algumas cenas.

Passo 4:

Agora eu vou contar de 5 até 1 e no 1 você estará em algum outro momento da sua vida onde

você por algum motivo aprendeu ou reforçou que não era suficiente.5 Você vai ficando cada vez

mais jovem4 Você vai voltando no tempo3 Você vai ficando mais leve e menor2 As marcas do

tempo vão desaparecendo do seu corpo e está chegando nesse momento1 Estamos lá.É dia ou

noite?

Você está sozinho ou acompanhado?Você está num lugar aberto ou dentro de algum lugar?Onde

você está? O que está acontecendo?(cliente descreve)Muito bem! Reserve essa cena aí também

como se fosse um outro filme que mais tarde voltaremos a ela. Agora vamos rever mais uma

cena.(aqui surgirá uma segunda cena onde o cliente aprendeu que não era suficiente.)

18
Passo 5:

Agora eu vou contar de 5 até 1 e no 1 você estará na cena mais importante que em algum momento da sua vida

fez você acreditar que não era suficiente.5 Você vai ficando cada vez mais jovem4 Você vai voltando no tempo3

Você vai ficando mais leve e menor2 As marcas do tempo vão desaparecendo do seu corpo e está chegando nesse

momento1 Estamos lá.É dia ou noite?Você está sozinho ou acompanhado?Você está num lugar aberto ou dentro

de algum lugar?Onde você está? O que está acontecendo?(cliente descreve)Muito bem! Reserve essa cena aí

também como se fosse um outro filme que mais tarde voltaremos a ela. (aqui surgirá uma terceira cena onde o

cliente aprendeu que não era suficiente.)

Passo 6:

Bom agora nas suas mãos há vários filmes da sua vida.Em uma das mãos há 3 filmes onde você aprendeu,

percebeu que não era suficiente.E em outra mão, há um filme onde você tem ali a prova, a certeza de que você já

nasceu muito suficiente.Por um lado você tem 3 filmes te mostrando onde você aprendeu que não era suficiente.E

por outro lado, tem 1 filme te mostrando que você é suficiente porque já nasceu assim, suficiente.E daqui a

pouco, com essa certeza do filme 1, a certeza de que você é suficiente, porque você nasceu assim e essa é a sua

essência, sua natureza, com essa certeza de que você merece coisas boas, merece atenção, merece amor, você vai

voltar em cada uma daquelas 3 cenas daqueles 3 filmes que você reservou. Mas você vai assistir àquelas 3 cenas e

vai dizer a si mesmo: “Esse não sou eu! Eu sei quem eu sou. Eu sou suficiente.”Pode ir para a cena número 1

onde você achou que não era suficiente, reveja a cena e diga a si mesmo: “Esse não sou eu!Eu não sou mais essa,

porque agora eu sei quem eu sou. Eu sou suficiente.”Muito bem!Agora vá para a cena número 2 e leve o seu

aprendizado de que você é muito suficiente, reveja a cena e diga a si mesmo: “Esse não sou eu!Eu não sou mais

essa, porque agora eu sei quem eu sou. Eu sou suficiente.”Muito bem!E agora vá para a cena número 3 e faça a

mesma coisa, reveja a cena e diga a si mesmo: “Esse não sou eu!Eu não sou mais essa, porque agora eu sei quem

eu sou. Eu sou suficiente.”OK! Deixe essas 3 cenas aí por enquanto.

Passo 7:

Agora vamos voltar para aquele primeiro filme, aquele lá do hospital.Eu vou contar de 3 até 1 e no 1 você estará

lá na cena número 1.3,2,1 esteja lá no hospital vendo aquele bebezinho tão fofinho, tão especial.Pegue-o no colo,

sinta o cheirinho gostoso que ele tem. Diga a esse bebezinho o quão amado ele é e como é bom saber que aquele

bebezinho tão completo e perfeito é você.Diga que o ama, que você é grato por aquele bebê guardar toda a sua

essência, toda a sua verdade. Agradeça-o por ele te mostrar o quanto é bom ser você mesmo.Agora abrace bem

carinhosamente esse bebê e sinta ele vindo morar dentro do seu coração. Sinta esse bebezinho com toda a ampla

suficiência que ele tem começar a se fundir em você, a se unir a você até que você e ele se transformem em um

só.

Passo 8:

Agora nós vamos revisitar aquelas outras 3 cenas e como você já sabe quem você é, como você já tem a certeza

da sua suficiência, você vai perceber que algo mudou naquelas 3 cenas. E mudou porque você agora sabe quem

você é.Eu vou contar de 3 até 1 e no 1 você estará lá na cena número 1.3,2,1 esteja lá e experimente essa cena

como alguém que sabe que é muito suficiente, você vai se comportar diferente e se sentir diferente. E me diz o

que está acontecendo.(cliente responde)Agora eu vou contar de 3 até 1 e no 1 você estará lá na cena número

2.3,2,1 esteja lá na cena número 2 e experimente-a como alguém que sabe que é bastante suficiente,você vai se

comportar diferente e se sentir diferente. E me diz como acontece.(cliente responde)E agora eu vou contar de 3

até 1 e no 1 você estará lá na cena número 3.

3,2,1 esteja lá na cena número 3 e faça o mesmo, reviva a cena como quem sabe que é amplamente suficiente,

você vai se comportar diferente e se sentir diferente. E me diga o que está acontecendo aí.(cliente responde)

19
Passo 9:

Muito bem! Se sentindo muito capaz, muito suficiente, você pode deixar aí todas essas cenas e quando eu

contar até 3 você estará no presente, no hoje, no aqui e agora.1,2,3 você está no presente se sentindo muito

feliz por ter essa certeza de que é suficiente. E agora que você se sente capaz, se sente suficiente, diga para

mim, aonde no seu corpo está essa certeza?(cliente responde por exemplo: na mente)E com essa certeza aí na

sua mente de que você é muito suficiente e capaz, repita comigo:“EU SOU SUFICIENTE”“EU SOU

SUFICIENTE”“EU SOU SUFICIENTE”(Pedir para o cliente repetir essa frase 15 vezes com bastante vigor e

emoção)

Passo 10:

(Opcional)Agora que você já está mais do que certa da sua ampla suficiência, imagine que está sentada em

uma máquina do tempo e que daqui a pouco você irá avançar 10 anos na sua vida. Eu vou contar até 3 e no 3

estaremos no ano X.Como é a sua vida?O que você está fazendo aí? O que ser muito suficiente te permite

fazer e viver aí?Se você pudesse se definir em uma palavra que palavra seria essa?Muito bem! Agora vou

contar de 3 até 1 e estaremos de volta para o dia de hoje aqui na minha sala. 3,2,1 voltamos para o aqui e

agora.

Passo 11:

Emergir o cliente.Agora eu vou contar de 1 até 5 e no 5 você estará de olhos abertos no presente no aqui e

agora se sentindo muito bem e muito tranquilo.1 respira fundo puxa o ar pelo nariz e solta pela boca2 mais

uma vez respira fundo3 se sentindo tranquila e em paz4 pode mexer o corpo, braços, pernas, pescoço, se

preparando para emergir5 no seu tempo quando quiser olhos abertos se sentindo muito bem e muito tranquilo.

20
Resumo de técnicas

Técnica do diretor

(Técnica que pode ser utilizada para mudanças de comportamento e mudanças de percepções) Não precisa de

transe formal nem profundo. Eu costumo dizer à criança que se ela quiser fechar os olhos, ela poderá imaginar

melhor.

Passo 1:

Peça à criança para se imaginar sozinha sentada em uma poltrona de teatro em frente a um palco, onde daqui a

pouco ela assistirá à uma cena da própria vida. Essa cena demonstrará o quanto ela teve que lutar contra o

problema X. Mas ela não é a atriz daquela cena, ela não estará na cena. Informe à criança que ela será a

diretora daquela cena, que ela poderá montar o cenário que ela quiser. Você pode dar sugestões dela mexer na

luz, música, efeitos de som, objetos do cenários, posição dos outros atores…

Passo 2:

Diga à criança que alguém está entrando no palco e que aquela pessoa é um ator ou atriz, que pode ou não se

parecer com ela. E que como diretora da cena, ela terá que instruir aquele ator a fazer o papel da criança,

ensiná-lo como fazer para sofrer, reagir mal, chorar, enfim, representar ali o sofrimento ou problema daquela

criança. O ator precisa saber como é se sentir como a criança se sente para representá-la a contento.]

Passo 3:

Peça para a criança gritar:AÇÃO! E deixar o ator representar a cena enquanto ela somente assiste o transcorrer

da cena. Criança precisa se certificar que toda a dor está ali sendo representada pelo ator. Caso seja necessário,

peça a criança para pausar a cena e dar mais instruções para que o ator aja exatamente como a criança agiria na

vida real. Quando a criança estiver satisfeita com a atuação do personagem naquela cena peça a ela que grite:

Corta!! E a cena será pausada.

Passo 4:

Peça agora para a criança criar um roteiro diferente. Ela agora vai dirigir uma nova cena da própria vida, mas

essa cena irá retratar a solução, o problema já resolvido ou a vida na ausência daquele problema. Peça para ela

mudar o cenário, a música, luzes e fazer todos os ajustes devidos. Peça para ela instruir o ator sobre o que falar,

fazer, como respirar, como é a postura dele, como ele deve se sentir, como deve andar,como se sentir em

relação a ele mesmo, o que ele deve pensar sobre si… Depois de passadas todas as informações, voltar para a

sua poltrona e gritar: Ação!!

Passo 5:

Criança deixa rodar a cena do ator sendo auto suficiente e bem sucedido na vida dele, fazendo e vivendo de

uma maneira saudável e positiva. Lembre a criança de que ela é a diretora e pode colocar em cena qualquer

elemento que ela quiser ali, até que ela fique muito satisfeita com aquela representação da própria vida.

Quando a cena estiver satisfatória, peça para a criança gritar:Corta!! Depois parabeniza o ator pelo excelente

trabalho e o dispensa. Passo 6: Diga a criança que agora é a hora dela ir para o palco e estrelar a própria peça.

Peça para ela se imaginar flutuando até o palco e assumindo o papel dela mesma, naquela cena positiva.

Lembrando-a de incorporar em si mesma todos os recursos que ela já havia colocado ali naquela cena positiva.

Nessa cena, a criança precisa se sentir muito empoderada e vivenciar,

21
experimentar, ali aquele momento de glória dela mesma.

Passo 7:

Agora, com a criança ainda no palco, peça para que ela se imagine e vivencie cenas futuras da própria vida, cenas

maravilhosas onde ela poderá ser ela mesma com todos os recursos poderosos que existem na mente e no corpo

dela, agora que ela já sabe que é capaz e que consegue superar o que antes não conseguia.

Passo 8:

Trazer a criança de volta para o aqui e agora, com todos os aprendizados.

Medo de dormir Podemos usar o EFT e o meta padrão para ajudar uma criança a dormir

sozinha no quarto dela.

(Essa técnica não necessita de transe profundo, somente o uso da imaginação)

Passo 1:

Peça para a criança se imaginar dormindo sozinha no próprio quarto. Peça para que ela se visualize lá no quarto

agora do jeito que acontece à noite e peça para ela te dizer como se sente e onde no corpo dela está aquela

sensação ruim. Agora peça para que a criança dê uma nota de 0 a 10 para a sensação ruim. Onde o 10 é a nota

máxima para um medo muito grande por exemplo e o 0 é quando todo o medo já foi embora.

Passo 2:

Bom, agora olhe para mim e faça isso também, estes são os pontos assustadores e podemos tirar o medo agora

que nós o pegamos. Basta tocar os pontos assustadores e repetir comigo essa frase: “sinto-me muito melhor

agora” (fazer 3 rodadas de EFT). Após as 3 rodadas perguntar: Como se sente agora? (caso não tenha abaixado

muito ou zerado a sensação negativa, repetir o EFT mais vezes)

Passo 3:

Agora que você se sente bem e aquele velho medo foi embora, me diga como seria se você se imaginasse

acordando amanhã depois de ter conseguido dormir na sua cama a noite toda, se sentindo muito bem? Criança

responde que seria bom. Como seria esse seu acordar sabendo que você conseguiu o que tanto queria, que era

dormir sozinho no seu quarto? Criança diz que acordaria feliz.

Passo 4:

E como é no outro dia acordar se sentindo ótimo na sua cama sabendo que você já dorme lá há duas noites

seguidas, como você tanto queria e você conseguiu e se sente muito bem? E como é saber que já faz mais de uma

semana que você dorme aí no seu quarto se sentindo cada vez melhor quando faz isso e acordando cada dia mais

feliz? Criança responde que é muito bom.

Passo 5:

E como é você fazendo isso todos os dias e vendo sua mãe feliz, seu pai orgulhoso de você e você mesmo se

sentindo muito bem? Como você se sente? Criança responde que está feliz por saber que consegue.

Passo 6:

E se sentindo muito feliz, sabendo que você consegue, como é se imaginar ir pra cama hoje à noite e

adormecendo lá se sentindo muito bem? Como é saber que você consegue fazer isso e se sente muito bem e

orgulhoso de você quando está fazendo isso? Criança diz que não tem mais medo de dormir sozinha.

Passo 7:

Fazer uma ponte para o futuro. Imagine e me diga como é o (dizer o nome da criança) de X anos(criança se

visualiza com 1 ou 2 anos a mais que sua idade atual) super tranquilo dormindo sozinho no quarto dele? Passo 8:

Dizer que a criança fez um ótimo trabalho e que já está pronta para experimentar isso hoje e que você não vê a

hora de saber ótimas notícias sobre ela. Co Criar Histórias( metáfora reversa) Essa técnica serve para crianças

mais velhas ou adolescentes, mas também pode ser usada com adultos. Ela não precisa de transe profundo.

22
Co Criar Histórias( metáfora reversa)

Essa ferramenta é ótima para ajudar adolescentes que não conseguem expressar muito bem o que

estão sentindo.

Passo 1:

Peça ao cliente que te conte uma história, pode ser algo que aconteceu de verdade ou ele pode inventar uma

história ali na hora. Diga: “vamos começar um jogo? Eu gostaria que você me contasse uma história, algo que

aconteceu ou você pode inventar uma se quiser, pode ser sobre um animal ou sobre uma pessoa, ou qualquer

outro assunto que você queira. Ele vai começar a contar, e você, prestando bastante atenção e anotando os pontos

chave, pergunta sempre: “e o que mais que aconteceu?” até que a pessoa

te dê uma boa narrativa e conclua a história. Depois você diz: “deixe-me ver se entendi direito” e reconta a

história e pergunta para o cliente se foi assim mesmo, se você contou a história corretamente. Se ele disser que

sim, vá para o próximo passo.

Passo 2:

Bom, e se tivesse algo na sua vida hoje que se parecesse com essa história, o que seria? E se nessa história

houvesse algo que se parecesse com você, com sua vida de hoje, você seria qual personagem? Quais outras

pessoas e situações estão representadas aí nessa história? Quem ou o quê seria a coisa X ou a coisa Y aí nessa

história? Aqui a pessoa vai começar a fazer correlações de fatos e pessoas reais com a história que ela contou. E o

seu papel é perguntar o que precisaria acontecer com o personagem para que aquilo se resolvesse, extraindo do

próprio cliente os recursos e soluções para o problema real que ele tem.

Passo 3:

Pergunte ao cliente: Você gostaria de criar um novo capítulo ou um novo desfecho para essa história? Cliente

responderá que sim. Crie com ele uma ponte para o futuro. Peça para ele se visualizar no futuro sendo como

gostaria de ser e vivendo como gostaria de viver. Após a ponte para o futuro, diga ao cliente que se ele quiser,

poderá desenhar a nova história e levar com ele.

Linha do Tempo (não precisa de transe formal, só diga a criança que se ela quiser fechar os

olhos ela poderá imaginar melhor)

Ferramenta para eliminar bloqueios, ansiedade, medos e empoderar crianças.

Passo 1:

Coloque no chão uma linha de barbante ou uma fita bem comprida e fale para a criança que aquela linha ali no

chão representa a linha do tempo da vida dela.

Passo 2:

Peça a ela que pise em cima da linha no lugar onde ela imagina que seja o hoje, o presente.

Passo 3:

Agora peça para a criança andar para trás, andar para o passado e parar onde foi a última vez que ela sentiu ou

vivenciou o problema dela. Peça para ela descrever o que estava acontecendo(criança associada, criança na cena).

Passo 4:

Peça pra ela sair de cima da linha (aqui ela vai se dissociar do problema), vir para o seu lado e quebre o estado,

perguntando por exemplo, o que ela comeu no café da manhã hoje.

Passo 5:

Peça para a criança olhar lá na linha do tempo para onde foi aquela cena negativa no passado dela e pergunte

como ela gostaria de ter se sentido naquela cena, ao invés de se sentir mal, o que ela gostaria de ter sentido ali

naquele lugar e naquele momento. Criança responde por exemplo que queria ter se sentido calma ou corajosa.

Passo 6:

23
Peça para ela pisar de novo na linha do tempo onde é o presente e andar para um momento onde ela já teve aquele

recurso positivo (calma ou coragem), um momento onde ela se sentiu da forma como gostaria. A criança vai

andar na linha e descrever onde estava e porque se sentiu bem.

Passo 7:

Peça a criança, que se sentindo bem e carregando a calma e a coragem, vá para outro momento onde ela também

se sentiu calma e corajosa e peça que ela descreva o momento para você.

Passo 8:

Diga a criança que se sentindo muito bem como ela está agora, sabendo que consegue se sentir calma e corajosa,

levando junto com ela a calma e a coragem que ela vá lá para aquele local do passado na linha do tempo onde ela

estava com o problema. Mas que vá para lá levando a sua calma ou coragem.

Passo 9:

Se sentindo muito calma e corajosa, como é para você agora vivenciar essa cena ai? Vivencie essa cena aí de uma

maneira totalmente positiva como você realmente gostaria que ela tivesse sido..

Passo 10:

Peça para ela descrever a nova cena que ela criou e você vai reforçando os bons sentimentos e fortalecendo o uso

dos novos recursos.

Passo 11:

Feito isso, faça agora uma ponte ao futuro pedindo a criança que ande na linha do tempo, para o futuro e se veja

daqui a 1 ano sendo bem sucedida em algum momento adiante. Peça a ela que descreva o que está vivenciando ali

no futuro dela e reforce o aprendizado.

Passo 12:

Traga a criança de volta para o presente, para o lugar da linha que representa hoje. E dê a ela os parabéns pelo

brilhante trabalho.

Baixar um novo programa (Trauma)

Ferramenta muito boa para usarmos com crianças mais velhas ou adolescentes que sofrem

de algum trauma e sabem disso, algum acidente ou situação com forte impacto emocional.

Comece com uma conversa do tipo: Você sabia que nossa mente é muito parecida com um computador? A partir

do momento que nascemos ou até mesmo antes, quanto estamos lá na barriga da nossa mãe, a nossa mente

começa a baixar alguns programas, como por exemplo, o programa que faz chorar, rir ou gritar. Alguns

programas vão se atualizando sozinhos com o passar do tempo, como aquele programa que fazia a gente fazer

xixi na roupa e agora nós já conseguimos segurar e ir ao banheiro. A nossa mente é capaz de baixar novos

programas. É tipo quando seu celular te informa para baixar uma nova versão, mais atualizada, entende? Então,

naquele dia que aconteceu X coisa, sua mente baixou um programa sobre isso, fazendo você se sentir assim como

você se sente agora. Como é pra você pensar sobre aquilo que aconteceu? Como é isso pra você? (aqui criança

fala do medo ou outra emoção negativa) Onde no seu corpo você sente isso hoje? Entendi. E é meio estranho que

até hoje você consiga sentir isso, né? Já que X coisa aconteceu há bastante tempo. Isso porque o programa X foi

instalado. E cada vez que você pensa nisso ou se preocupa com isso esse programa vai ficando cada vez mais

forte. Foi assim que você chegou nesse ponto de estar aqui conversando comigo e por conversar sobre aquele

problema, você sofre como se estivesse lá de verdade. Certamente esse programa está aí, não está? E o que você

acha da gente tirar ele daí? Aqui você vai começar a aplicar a TÉCNICA DO DIRETOR( a que eu ensinei em

aula anterior) A criança como diretora de uma peça de teatro, faz o ator encenar a situação problema, depois faz o

ator encenar a situação resolvida, depois dispensa o ator e flutua para o palco e desempenha o papel de si mesma,

experimentando uma cena melhor ainda. Após a criança subir ao palco e vivenciar a situação resolvida, pergunte

24
a ela: “o que você aprendeu sobre si mesmo e sobre a sua própria mente?”(Aqui você vai reforçar os

aprendizados). E agora quando você pensa em estar na situação X como você se sente? Criança responde que não

sente mais medo, por exemplo. Fazer aqui uma ponte para o futuro, onde a criança se vê numa situação nova,

conseguindo ser muito bem sucedida. Traga de volta a criança para o hoje e dê a ela os parabéns.

Círculos do sucesso (não precisa de transe formal, só diga a criança que se ela quiser fechar

os olhos ela poderá imaginar melhor) Ferramenta para buscar e reforçar recursos positivos

internos.

Passo 1:

Peça para a criança imaginar alguém que ela admira muito ou alguém que já tenha conseguido aquilo que ela

tanto quer ter ou ser. Pode ser alguém conhecido ou desconhecido, famoso ou não, pode ser até ela mesma no

futuro, não importa. Pergunte a ela quais as características que fazem dessa pessoa uma pessoa admirável, quais

os recursos que essa pessoa tem e que são muito bons. Poderá ser a coragem, a força, a inteligência… Quais as

características daquela pessoa que ela gostaria de pedir emprestado? Peça para que ela escolha 3 características e

te falar quais são as 3 características.

Passo 2:

Se a criança for um desportista, peça para que ela mentalmente se visualize pisando no local da competição e

enxergando ali em frente a ela um círculo dourado no chão, e se não for um desportista, peça que ela somente

visualize mentalmente à sua frente um círculo dourado.

Passo 3:

Escolha uma das 3 características que a criança escolheu e estruture para que ela saiba que ali dentro daquele

círculo, há a primeira daquelas características que ela tanto deseja e que daqui a pouco ela entrará naquele círculo

e aquela super característica começará a fluir para dentro dela.

Passo 4:

Diga que vai dizer o número 1 e logo após a criança dará um passo à frente e entrará no círculo (o círculo da

característica número 1). Vá descrevendo as possíveis sensações dela, por exemplo, perceba como é ter pés

velozes ou os pés sobre a coragem, ou essa força que agora está debaixo dos seus pés e você já pode senti-la…

Diga que o círculo vai começando a subir até parar no joelho e a medida em que vai subindo, vai trazendo aquela

habilidade e aquela característica que a criança deseja.

Passo 5:

Quando o círculo chegar no joelho diga para ela dar um passo à frente e observar que há um outro círculo ali na

frente, você vai contar 2 e ela vai entrar no segundo círculo brilhante que está no chão levando junto com ela, o

primeiro círculo. Lembre à criança que o segundo círculo é o círculo da segunda característica que ela escolheu.

Passo 6:

Repita o processo de fazer o segundo círculo subir, entregando para a criança o segundo recurso ou característica

que ela tanto queria e reforce isso. Diga que o aro vai subir até o nível do peito trazendo aquela habilidade incrível

para dentro dela.

Passo 7:

Finalmente, diga a criança para visualizar um terceiro círculo a frente dela e que você vai contar o 3 e ela vai

entrar no terceiro círculo levando os outros dois círculos junto com ela e todos os talentos que ela já adquiriu.

Reforce qual é a terceira característica escolhida por ela que estará ali naquele terceiro círculo. E que ali, ela

começa a absorver a terceira característica importante e que enquanto o círculo sobe até cobri-la com aquele

brilho, a mente dela e o corpo dela, absorvem tudo aquilo e incorporam a ela todas aquelas super caracteristicas,

fazendo uma transformação completa. Reforçar isso na criança e perguntar como ela se sente. Dizer que ela foi

brilhante nesse exercício e na transformação de si mesma. Passo 8: Diga que vai contar até 3 e estalar os dedos e a

criança poderá abrir os olhos se sentindo muito bem! 1,2,3… Abra os olhos e veja como você está incrível.

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Enurese noturna

(Técnica para ser utilizada quando a criança já passou da idade de parar de fazer xixi na

cama enquanto dorme, mas que por algum motivo, que não seja um problema físico ou

fisiológico, permanece acordando com os lençóis molhados).

Passo 1:

Pedir para a criança ir ao banheiro sozinha ou acompanhada pelos pais e fazer xixi aos pouquinhos, soltando o

xixi e travando, faz mais um pouquinho e trava, para que ela perceba que ali há um músculo sobre o qual ela tem

controle.

Passo 2:

De volta ao consultório, pedir para a criança se desenhar num papel e fazer ali no corpo dela, o desenho da

bexiga(caso ela não saiba, explicar para ela o que é e para que serve) e o desenho do cérebro.

Passo 3:

Explicar que durante o dia ela não faz xixi na roupa porque a bexiga dela “grita” para o cérebro que já está cheia

e o cérebro faz com que ela vá ao banheiro se aliviar. Mas que durante a noite, a bexiga pede socorro, só que o

sono muito pesado faz com que ela não ouça esse pedido e acaba por fazer o xixi na cama.

Passo 4:

Dizer à criança que dentro de nós tudo se comunica, que os nossos órgãos estão sempre conversando entre eles.

Pedir que a criança desenhe ao lado da bexiga, um botão de controle onde ela poderá aumentar o volume da

“voz” da bexiga e também ao lado do cérebro e ouvidos, para que a mente fique mais atenta e os ouvidos mais

sensíveis aos pedidos da bexiga. Pedir que ela já faça os ajustes necessários ali no desenho dela, tanto na bexiga

quanto na mente e nos ouvidos. Ela também poderá desenhar a bexiga num tamanho um pouco maior para que

caiba todo o volume do xixi que será produzido durante a noite.

Passo 5:

Ensinar à criança que antes de ir para a cama, ela precisa fazer algumas coisinhas como: -parar de beber líquidos

pelo menos 1 hora e meia antes do horário de dormir; -fazer xixi antes de se deitar; -evitar alimentos que

contenham cafeína, como chocolates, cafés, alguns chás, refrigerantes.

Passo 6:

Aqui você vai começar a fazer um ensaio mental com a criança.(não precisa de transe formal, apenas o uso da

imaginação) Peça para ela se visualizar num dia normal quase na hora de ir dormir e parando de beber líquidos,

comendo só o que é permitido comer à noite, fazendo xixi e se deitando em sua própria cama. Peça para ela se

imaginar fechando bem fechadinha a torneirinha por onde sai o xixi, que é aquele músculo que ela treinou

enquanto ela foi fazer xixi e travar, fazer xixi e travar.

Passo 7:

Diga à criança que antes de adormecer, ela vai se imaginar ficando bem pequenininha, bem pequenininha e que

ela vai encontrar uma maneira de entrar dentro do próprio corpo dela e fazer alguns ajustes lá dentro (tem criança

que entra pela boca, ouvido, nariz ou simplesmente num passe de mágica já está dentro dela, não importa como,

mas a criança vai parar dentro dela mesma). Depois que a criança já estiver lá dentro, peça para ela começar a

fazer uma viagem pelo próprio corpo e que em primeiro lugar vá lá na bexiga para colocar o botão do volume no

máximo, para o caso da sua bexiga precisar pedir alívio durante a noite a sua mente e seus ouvidos escutarem o

pedido dela. Agora fale para ela continuar viajando dentro dela e ir subindo em direção à mente e aos ouvidos

para ajustá-los de maneira que ambos fiquem alerta e preparados para todos os chamados. Pergunte à criança se

ela acha que precisa ajustar mais alguma coisa ali dentro do corpo dela para que tudo se resolva. Você pode até

pedir para a criança fazer um teste e pedir para a bexiga gritar por alívio para saber se o cérebro dela está de fato

ouvindo bem.

26
Passo 8:

Quando ela disser que já fez tudo o que precisava ser feito, comece a dar sugestões de que a partir de agora ela

irá acordar todos os dias com os lençóis secos porque a mente dela já solucionou aquele problema que ela tinha,

que se ela precisar ir ao banheiro durante a noite ela vai acordar e resolver aquela necessidade, que tudo agora

dentro dela colabora para que ela acorde feliz e orgulhosa de si mesma por ter conseguido, que cada dia é mais

fácil acordar sequinha… Vá aqui dando sugestões positivas de mudanças e reforçando as alterações que vocês

fizeram. E conclua dizendo que ela já está pronta para acordar com os lençóis secos.

Dragão(mudança de comportamento)

(não precisa de transe formal, só diga a criança que se ela quiser fechar os olhos ela poderá

imaginar melhor) Técnica para ser usada quando a criança tiver um mau hábito ou um

mau comportamento.

Passo 1:

Fale com a criança sobre o problema dela. “Então, eu ouvi dizer que você costuma fazer isso ou aquilo…” E

você gosta disso? A criança pode dizer que não gosta ou que gosta, não importa. Se disser que gosta você

pergunta o porquê? O que aquele mau comportamento faz de bom para você? Aí você diz: que legal, uma parte

de você encontrou uma forma de te ajudar! Explore onde, como, quando, o quê ou até mesmo quem está

relacionado com aquele mau hábito ou mau comportamento.

Passo 2:

Encontrar também os malefícios daquele comportamento ou hábito. “Bem, isso aí te ajuda de várias formas, mas

do que é que você não gosta nesse seu hábito? O que isso tem de ruim? Criança vai respondendo e você vai

reforçando o quanto aquilo é ruim mesmo.

Passo 3:

E como vai ser quando você não fizer mais isso? Não tiver mais esse problema? Aqui você vai fazer uma ponte

para o futuro e encorajar a criança a fazer a mudança em si mesma. A criança vai se imaginar vivendo sem

aquele problema. Peça para ela te descrever como seria viver sem aquele problema.

Passo 4:

Eu tenho um jogo que pode te ajudar nisso, você quer jogar? Quando o jogo acabar você vai perceber que aquele

problema melhorou muito. Vamos começar?

Passo 5:

Imagine aquela parte de você que faz você fazer X. Pense com força agora: E se essa parte de você fosse um

dragão, como ele seria? De que cor seria essa dragão? E a pele dele teria escamas ou seria lisa? Fina ou grossa?

Como são os pés, tem garras? E a cauda dele? E a cabeça? Como é a cabeça? E qual a cor dos olhos?

Passo 6:

E o seu dragão tá olhando para o outro lado ou tá olhando pra você? E seu dragão é menino ou menina? Olha aí

pro seu dragão, tem mais alguma coisa sobre ele? O seu dragão está na sua frente ou do seu lado? De que lado ele

está?

Passo 7:

Agora eu vou falar uma coisa bem baixinho no seu ouvido porque eu não quero que o seu dragão ouça( falar do

lado oposto que o dragão estiver,rsrs). Sussurre no ouvido da criança, fale bem baixinho: “Comece a mudar o seu

dragão agora, nós não queremos nos livrar dele, porque ele ajuda você, mas nós podemos mudar a forma como

ele te ajuda”. Você pode começar mudando a cor dele, de que cor você gostaria que ele fosse? Como seria a pele

dele pra te agradar mais? Olhe para o dragão e veja como ele já está diferente. E o que mais? E a cauda? Quer

mudar os olhos ou os dentes? Ele pode ter um jeito mais legal? Você pode mudar o temperamento dele…

27
Passo 8:

Como o seu dragão se sente agora? E como você se sente também? Você pode se imaginar brincando agora com

seu dragão ou se divertindo com ele quando tiver fazendo tal e tal coisa?( falar os lugares e momentos onde

antes acontecia o problema) .

Passo 9:

E como vai ser sua vida agora? (fazer aqui um reforço da mudança e ponte para o futuro) Peça para a criança se

imaginar no futuro dela reforçando que agora já está tudo resolvido.

Passo 10:

Quer dar um abraço no seu dragão? Quer agradecê-lo? Você pode deixar ele com você ou pode deixá-lo ir

brincar. Você sabe que ele ama caçar borboletas não sabe? Aqui a criança pode escolher ficar com ele ou deixá-

lo ir. E você finaliza reforçando os ganhos da criança com essa sessão.

BOLHA DE PROTEÇÃO

Essa abordagem oferece à criança um dispositivo de segurança que ela poderá usar como

quiser. Pode ser um meio de se transportar para o passado e futuro numa terapia de

regressão ou até mesmo explorar o desconhecido se sentindo segura e até mesmo se tornar

um meio de fazer a criança mudar as próprias perspectivas.

Passo 1:

Quer que eu te ensine um truque que você poderá usar em muitas ocasiões? Que tal uma bolha mágica? Ela te

protegerá não importando o que estiver acontecendo do lado de fora. Lembra que você tem medo do dentista?

(um exemplo de quando usá-la) Como seria estar lá no dentista sem se sentir incomodado? Bora fazer essa

bolha?

Passo 2:

Inspire bem profundamente e quando expirar, imagine que está fazendo uma grande bolha ao seu redor. Agora

você está inteirinho dentro dessa bolha. E esta é a sua bolha. Você consegue respirar muito bem aí dentro, a

temperatura aí é super agradável pra você. É como se você pudesse flutuar aí dentro. Pode imaginar tudo isso? E

é uma bolha transparente, você consegue ver tudo do lado de fora. E porque a bolha é sua, ela pode ser do jeito

que você quiser, mole ou dura, colorida ou só transparente mesmo, com brilhos ou sem brilhos, pode ser grossa

ou fininha,pode ter o seu cheiro favorito aí dentro também. Essa bolha te mantém afastado de tudo o que te

incomoda. Se você ouvir algo que te deixa triste, essas palavras pularão para fora da bolha e não te machucarão

e cheiros ruins também ficarão de fora. Você está dentro da bolha não está? Estique ela bem muitão até ela ficar

do tamanho dessa sala. Você pode querer que ela cresça e caiba todos que você ama aí com você e às vezes você

pode deixar ela pequena para caber só você aí dentro. E como a bolha flutua, você pode ir agora para o futuro,

para quando você estiver no dentista. Se imagine no dentista com a sua bolha em volta de você. Está lá? Percebe

como é diferente estar aí. O cheiro é o da sua bolha né? O barulho das máquinas e do dentista estão bem suaves

não é? E se você quiser, pode até mesmo colocar a sua música favorita para tocar aí dentro da sua bolha. O que

achou disso? Você poderá usar sua bolha de proteção quando quiser. Está tudo em suas mãos, você agora é o seu

próprio chefe.

28
NARRAÇÃO DE HISTÓRIAS (técnica utilizada para promovermos mudanças internas e

mudanças de comportamentos)

As crianças amam contar histórias e quando ela está participando de uma história de maneira ativa, a sua sessão

vai para outro nível. Você pode usar os brinquedos do seu consultório, pode desenhar numa folha junto com a

criança, pode usar fantoches, máscaras e etc… Você pode começar mais ou menos assim: Vi que você gostou do

meu cachorrinho! Vamos criar uma história pra ele? Qual será o nome dele? E esse outro bichinho aqui vai ser

quem? Como ele vai se chamar? Mas você sabe né, que toda história tem um problema para ser resolvido. Qual

seria o problema do nosso cachorrinho(chamar pelo nome escolhido pela criança) O ideal é que a criança diga

que o problema do cachorrinho seja o mesmo problema dela, mas se não acontecer, traga a criança de volta para o

que você deseja trabalhar com ela. E vá perguntando o que mais acontece naquela história até que vocês tenham

uma boa narrativa. Pergunte à criança, como vocês podem ajudar o cachorrinho, encontrem juntos soluções para

aquela questão do cachorrinho(que é a mesma questão da criança). Fale para a criança ajudar o cachorrinho a

colocar a estratégia criada por vocês em prática. E para finalizar, pergunte à criança como o cachorrinho se sente

agora com o problema dele resolvido. E como o outro bichinho se sente também? Se todos estiverem bem com

aquele desfecho da história, finalize-a e dê os parabéns à criança pela fantástica história que ela criou. E saiba que

para a criança reproduzir externamente aquela cena, ela primeiro a experimentou dentro dela, e que,

provavelmente, mudanças positivas também já aconteceram ali.

TIRANDO O PESO DO CORAÇÃO

(Técnica para sugerir desabafos e perdão. Pode ser usada com crianças mais velhas e

adultos também)

Essa técnica nos permite dar a oportunidade para a criança ou adolescente tirar do peito ou da garganta tudo

aquilo que ela quis dizer e por algum motivo não disse. Essas palavras entaladas na garganta costumam sufocar e

fazer adoecer. Crianças que vivem em famílias disfuncionais podem ter essa necessidade de desabafo e de se

desfazerem de emoções não resolvidas em família. Essa oportunidade de dizerem o que precisam e serem

ouvidas, ainda que de forma imaginativa, faz muito bem a elas. E o bom dessa ferramenta, é que a criança não

precisará dividir nada com você, sentindo se mais à vontade para desabafar. Você fornece o cenário e abre o

espaço, a criança faz o que precisa em silêncio em sua própria mente.

Passo 1:

Coloque a criança em transe hipnótico(aqui eu sugiro a indução de Dave Elman)

Passo 2:

Peça para a criança se imaginar em um lugar confortável, que pode ser um parque florestal, uma sala de T.V. ou

um outro local que ela goste, porque daqui a pouco ela terá um encontro. Diga que o eu mais novo dela, ou seja,

ela menorzinha estará ali naquele local mas que o eu de hoje, o eu grande também estará para dar apoio e até

mesmo segurar-lhe a mão caso ela necessite.

Passo 3:

Agora peça para que ela coloque ali naquele local todas as pessoas que ela gostaria de dizer alguma coisa boa ou

ruim e nunca teve a oportunidade. Que hoje ela poderá fazer isso. Hoje ela terá a chance de colocar tudo para

fora, ela não precisará guardar mais nada. Podem ser pessoas da família ou de qualquer outro lugar.

Passo 4:

Diga à criança que isso é só entre ela e essas pessoas e que vai acontecer somente na sua mente dela, que ela não

precisa falar em voz alta porque você quer que ela realmente tenha a chance de colocar tudo para fora.

Passo 5:

29
Então, com você grande aí do lado da criancinha, deixe ela falar tudo o que ela está sentindo e pensando. Ela

pode falar com todas as pessoas desse local e as pessoas não farão nada, elas estão aí somente para ouví-la.

Passo 6:

Leve o tempo que precisar e quando acabar, só acene com a cabeça para que eu saiba que você já tirou tudo o

que carregava no seu coração. Dar um tempo e aguardar criança sinalizar que já acabou.

Passo 7:

Bem, agora, cada uma dessas pessoas vai te responder com um aceno de cabeça para que você saiba que foi

ouvido. Pedir para ela avisar quando todos acenarem com a cabeça.

Passo 8:

Agora é a vez do seu eu mais velho, da criança de hoje dizer algumas palavras diferentes caso ela queira. Vou

fazer silêncio para que você fale e me avise quando tiver acabado.(criança avisa)

Passo 9:

Agora, deixe o seu eu mais novo saber que é amado, que está seguro e que pode contar com você para o que

ele precisar. Diga ao seu eu mais novo que você vai cuidar dele e protegê-lo. Visualize-se abraçando ele e se

misturando a ele para que ele agora esteja unido a você, para que ele se misture a você e cresça aí dentro de

você, ficando do seu tamanho. E se você quiser perdoar essas pessoas que estão aí, pode dizer a elas que você

as perdoa, e se não quiser perdoá-las, somente as dispense para que você não precise nunca mais carregar nada

daquilo em você.(dar um tempo para a criança fazer o que precisa ser feito) E quando você estiver pronto, vai

querer se espreguiçar na minha poltrona e me encontrar aqui nesse consultório de novo.

TAGARELA INTERIOR (Técnica utilizada para crianças que costumam ter um diálogo

interno negativo)

Diga a criança que você está colocando um controle remoto hipnótico na mão dela e Peça a criança que te diga

quando foi a última vez que se sentiu travada ou constrangida por falar em público ou na sala de aula, por

exemplo. Quando ela começar a descrever a cena peça para ela pausar antes do momento em que ela fica

nervosa ou em pânico. Pergunte a criança: o que você está dizendo a si mesma aí nesse momento? Ela vai

responder com algo do tipo: “eu não vou conseguir” ou “está todo mundo rindo de mim”. Pergunte à criança de

onde vem essa voz, se é do lado direito, do lado esquerdo, de frente, de trás e peça para ela mover a voz para o

lado oposto e perceber como muda a maneira como ela se sente. Agora, depois de mudar a direção da voz, peça

a ela que deixe a voz bem fininha ou bem engraçada como a de um personagem de desenho animado que só faz

besteira. Pergunte à criança se aquela mesma frase tem alguma verdade agora para ela, pergunte à criança

como ela responde emocionalmente àquela frase agora. Você pode pedir também para além de mudar a direção

da voz, colocar por exemplo a voz do Pato Donald e diminuir a velocidade da voz, o pato Donald vai falar a

frase bem devagarzinho e aqui a criança já estará dando risada da frase que anteriormente a atormentava e a

paralisava. Agora peça para a criança voltar lá para a sala de aula e se imaginar na mesma cena que antes

causava medo ou nervoso e apertar o play e deixar a cena seguir. Se a voz aparecer ela já sabe o que fazer com

ela. Peça que ela o faça e continue a cena e te diga como é saber que agora ela tem o poder de mudar como se

sente. Agora, a criança já sabe que tem o poder de mudar a voz interior que tanto a atormentava e até mesmo a

paralisava. FOCO Muitos pais me procuram porque os filhos foram diagnosticados com TDAH ou têm

problemas para conseguir se concentrar e focar nos estudos. Aqui, você pode usar o mesmo foco que a criança

tem e usa quando está jogando vídeo game ou praticando a sua atividade favorita e ancorá-lo, para que ela use

essa âncora sinestésica na hora dos estudos. Pergunte à criança qual a atividade que ela gosta de fazer, uma que

a mente dela fique feliz e concentrada, “tem alguma coisa que você pode ficar ali fazendo por horas e se

sentindo focado? Acredite! Sempre tem. Diga: quando você está fazendo isso, como se sente? Imagine por um

30
instante que você está fazendo isso agora, se visualize fazendo isso e perceba se está focado, concentrado. Me

descreva o que você está fazendo aí na sua mente. O que você ouve? O que você vê? O que você sente aí? E

agora, vá para o momento que requer mais atenção no que você está fazendo. Tá focado? Tá concentrado? E

conforme você sente isso, todo esse foco, toda essa concentração e essa capacidade, aperte os seus pés no chão e

continue fazendo o que está fazendo muito focado e muito concentrado. Imagine que quanto mais aperta os pés

no chão, mais focado e concentrado você fica. Aperte os dois pés no chão e sinta isso. Sentiu? Não foi incrível?

Agora, apertando os pés no chão e muito concentrado, imagine que você está na sua carteira da escola ou na mesa

de estudos da sua casa, concentrado em matemática(ou outra matéria). Você é muito bom nisso! Agora volte ao

jogo ou a atividade, vai jogando até perto de chegar no próximo nível e sinta aquela concentração. Como seu

corpo se sente? Deixe a criança descrever a sensação do corpo dela. E se sentindo bem, sentindo isso e aquilo no

seu corpo, pressione os pés no chão e veja a matemática, focado e concentrado, você sabe que é bom nisso aí. E

agora, apertando os pés no chão esteja na sua mesa de estudos ou na escola, como você está e como se sente ai? E

a qualquer hora que você estiver estudando sentado em casa ou na escola, você pode apertar os pés no chão e se

sentir focado, concentrado, sentindo aquele isso e aquele aquilo(descrever as sensações que a criança diz sentir),

quando você se concentra, fica focado e se sai muito bem nas suas outras atividades.

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CRIANDO UMA NOVA VERSÃO DE UMA MEMÓRIA

Essa ferramenta pode ser muito útil para mudar as emoções negativas sobre algo que

aconteceu e oferecer novos recursos para a criança lidar com as mesmas situações no

futuro.

Exemplo de uma criança que sofreu bullying na escola anterior e se sente temerosa em ir para uma nova

escola: E quando você se imagina chegando na nova escola, como é isso pra você? Ah! Eu me sinto mal. E

quando você se sente mal isso te faz lembrar de quê? Do que é que você está se lembrando agora?

Provavelmente ela vai dizer do dia em que sofreu o bullying. E como você se sente aí no seu corpo agora?

Criança diz alguma sensação ruim que sente enquanto se lembra e fala da cena. Você faz o gesto de arrancar

aquela sensação ruim de dentro do corpo e peça para ela pegar aquele sentimento negativo e jogá-lo na parede,

como se estivesse arrancando-o de dentro dela. Espere ela fazer o gesto. Agora veja aquela cena ali no chão ou

na parede como se fosse um filme. Se você pudesse enviar emoções e recursos para “aquele você” ali do filme

o que você enviaria? Criança diz: eu mandaria isso, isso e aquilo. O que você sabe agora que poderia ter feito

ali naquele momento e que “aquele você” do filme não sabia? Criança responde eu poderia fazer tal e tal coisa.

E se você tivesse por exemplo saído dali deixando aquele menino falando sozinho e fazendo papel de bobo?

Seria uma boa? Se você tivesse feito isso, qual seria a sua sensação? Ou, se na hora em que ele te batia você

tivesse empurrado ele e ele caísse no chão como uma fruta madura? Como você se sentiria? Eu me sentiria

forte ou feliz ou tranquilo. E se sentindo forte, feliz ou tranquilo, envie para aquela cena ali na parede essa

sensação boa, envie para “aquele você” ali da cena essas sensações boas e imagine-o também se sentindo bem,

capaz e feliz. Veja ele se sentindo bem ali naquela cena e tirando aquilo ali de letra. Agora que “aquele você”

ali da cena sabe exatamente o que fazer, o que acontece? O que acontece depois lá naquela cena? O que ele

faz? Criança responde por exemplo: Ele sabe que ele é forte ou que ele pode se defender. E enquanto você

assiste a isso, a essa cena dele forte se defendendo, se imagine agora flutuando para dentro daquela cena e se

sinta tambem forte e capaz de se defender. É bom se sentir assim? E se sentindo assim, mantendo essa

sensação de força e coragem, se imagine entrando na nova escola. Como é agora? Ah! Agora eu me sinto mais

tranquilo. E se essa tranquilidade tivesse uma cor, que cor seria? Amarelo. Ok! Deixe o amarelo preencher

todo o seu corpo e comece a flutuar se sentindo leve e tranquilo. Imagine que você pode flutuar para frente e

para trás, indo para o passado e para o futuro. Imagine-se indo para a sua linha do tempo e colorindo todo o seu

passado com esse amarelo da tranquilidade, como uma onda de tranquilidade chegando em todos os momentos

que você gostaria de ter se sentido assim. Você pode até ver esses momentos mudando de cor enquanto eles

começam a se transformar. E você também pode ir agora para o seu futuro, vá flutuando e derramando desse

amarelo da tranquilidade por toda a sua linha do tempo, sabendo que você tem e pode sentir a tranquilidade

dentro de você. E todos os dias de sol amarelo brilhando te lembram que você é capaz e tranquilo e nos dias

nublados o sol estará aí dentro de você, te lembrando da sua capacidade e da sua tranquilidade. Imagine-se

agora entrando na escola amanhã. Como é agora? Uau! É muito legal! Assim como você!!

32
EU SOU UM PERSONAGEM

(Ferramenta que pode ser usada com crianças depressivas e desesperançosas. Não precisa

de transe formal, só o uso da imaginação)

Você pode começar mais ou menos assim: Que bom que você decidiu que já sofreu o bastante e está aqui para

trabalharmos juntos! Imagine como será quando você não tiver mais aquela tristeza ou preocupação! Como você

estará se sentindo? Feche os olhos por um momento e imagine isso, você vivendo como gostaria de ser e viver.

O que você pode fazer ou ter, agora que não tem mais aquele problema? Criança diz por exemplo: eu posso

descer para o playground e brincar e conversar com meus amigos. E o que mais que você pode fazer? Criança

vai responder. E se você fosse um personagem numa história, para onde esse personagem iria? Criança

responde. E o que mais acontece? E depois?(deixe a criança ir construindo uma narrativa aqui) A criança pode

dizer que era um alienígena que ficava em um local escuro mas que ele iria para a cidade dos zumbis e ficava

com medo de falar com eles e coisas desse tipo. Aqui você perguntaria o porquê do alienígena estar assim, se era

mesmo verdade que o zumbi chefe agiu daquele jeito, e o que o alienígena poderia fazer de diferente e viajar na

história da criança, encontrando recursos que fortaleçam a criança e seu aprendizado e transformação. Pegue

carona na imaginação da criança e use os personagens dela para levar a solução ao problema. Para ela, é mais

fácil falar de como o alienígena se sente, porque não estará falando dela mesma, entende? E é isso que faz com

que a ferramenta seja um sucesso. Se você começar a contar a história de um lindo ursinho com problemas em

ter amigos, pode ser que a criança não se conecte, porque ela prefere dragões e alienígenas. Por isso, a

importância de se trabalhar com o material que a criança vai trazer e não ficar preso a scripts.

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LANTERNA DA CONCENTRAÇÃO (ferramenta para melhorar o foco e a

concentração.)

Tenha em seu consultório 3 lanternas. Diga a criança: Eu ouvi dizer que você está tendo problemas em se

concentrar na aula ou na tarefa ou em alguma atividade, é isso mesmo? Criança diz que sim. Me diz se é mais

ou menos isso o que acontece. Apague as luzes, ligue uma lanterna e foque no teto. Depois ligue outra e foque

em outra coisa. E faça o mesmo com a terceira lanterna. Pergunte a criança se é isso que acontece na mente

dela, se a mente dela fica distraída com várias coisas ao mesmo tempo, como aquelas lanternas ali focando e

iluminando coisas diferentes. Se ela disser sim. Diga: “se essa lanterna aqui tivesse apontando para alguma

coisa na sua vida o que seria? E essa outra lanterna aqui, estaria apontando para o quê? E essa? Em qual dessas

coisas você está precisando focar mais agora na sua vida? Apague as outras lanternas e deixe ligada só aquela

escolhida pela criança. Agora feche os olhos e se imagine na situação em que precisa focar. Está lá? Perceba aí

quais são as distrações que poderiam estar te atrapalhando aí e me diga. Essas distrações estão iluminadas pelas

suas lanternas interiores. O que você precisa focar também está aí, não está? Criança vai dizer que sim. Agora

estique a sua mão, como se estivesse segurando uma lanterna e faça um click, desligando a lanterna da

primeira distração. Agora com outro click desligue a segunda lanterna da outra distração. Quantas distrações

tem mais aí? Desligue uma por uma com um click e deixe ligada somente a lanterna em que você deseja focar-

se. E me avise quando acabar. Dar um tempo para a criança. Tudo pronto? Veja se está bem iluminada a sua

atividade ou tarefa ou obrigação? Ajuste bem o foco nisso e se quiser pode até aumentar a luz da sua lanterna

para que você fique muito focado nisso aí. Muito bem! Deixe só isso iluminado e me diga se você consegue

trabalhar nisso aí? Ok! Pode abrir os olhos sabendo que o poder de iluminar e focar estão nas suas lanternas

hipnóticas. E que toda vez que precisar de foco e concentração, é só desligar todas as outras lanternas aí na sua

mente. Você é poderoso e sua mente também. Vocês formam uma grande dupla.

34
MEDO DE CACHORRO

Eu ouvi dizer que você tem medo de cachorro, é isso? E pra você todos os cachorros são perigosos? Você tem

medo de todos eles? Qual foi a última vez que você ficou com muito medo de um cachorro? E você está aqui

hoje porque você não quer mais sentir isso, não é mesmo? Como é que você será quando isso não for mais um

problema para você? Então agora, eu vou te ensinar um truque para você resolver isso, você quer? Eu vou te

ajudar a criar uma bolha de proteção. É a sua bolha! Inspira bem fundo e assopre criando uma bolha bem gigante

em volta de você. Respire de novo e encha mais a sua bolha. Toque nas paredes da sua bolha e sinta se ela é forte

e segura.Se você quiser pode dar uma cor para ela, pode colocar brilho e glitter. Ela pode ser grossa ou fina,

mole ou dura. Pode ter até o seu cheiro preferido aí dentro ou até mesmo a sua música predileta. E agora, você

vai fazer a sua bolha começar a flutuar e você se sente muito bem aí dentro porque a temperatura é ótima, você

respira muito bem e sabe que nada pode te atingir, nada pode atravessar sua bolha de proteção. E agora você vai

flutuando para um lugar que tem cachorro, pode ser qualquer lugar que você queira ir e pode ter só um cachorro

ou vários cachorros, você é quem decide. Que lugar é esse? Quantos cachorros tem aí? Deixe a criança

descrever. Vá dando sugestões de que a criança está muito tranquila porque ela está muito segura na bolha dela.

Agora eu vou contar de 1 até 3 e no 3 você vai começar a falar e entender a língua dos cachorros. 1,2 e 3. Você

agora já entende tudo o que os cachorros querem falar e consegue se comunicar com eles e com os outros

animais também. Você pode abaixar a sua bolha e chegar bem pertinho dele e ouvir tudo o que ele está dizendo e

até mesmo conversar com o cachorro se você quiser. Cenário 1: Se o cachorro estiver tranquilo, siga por esse

caminho aqui: (se a criança for mais novinha, você pode até mudar sua voz e responder como se fosse o

cachorro) Você tá vendo o dono do cachorro aí com ele ou ele está sozinho? Esse cachorro tem um dono não é

mesmo? E ele ama o dono dele e muitas outras pessoas, ou ele é um cachorro muito mau? Os bichos na verdade

são bons, não é? (as crianças gostam de animais e sabem que eles são amorosos) Pergunte a esse cachorro aí se

ele é mau, pergunte se ele ama alguém ou se ele já teve filhotinhos e amava os filhinhos dele. Pergunta se ele

quer só morder e machucar as pessoas ou se ele só deseja brincar, pular e se divertir junto com a criança.

Pergunte a criança se ela quer passar a mão no cachorro e fazer um carinho. Fale para ela pedir permissão ao

cãozinho e se ele permitir, peça que ela faça isso e te diga como ela se sente. Peça para descrever como é a

sensação de tocar o pêlo do animal. Pergunte se você precisa ficar com medo de cachorro e achando que ele vai

te morder o tempo todo. Esse cachorro bonzinho pode dizer que só morde quando alguém o machuca e que ele

faz isso só para se defender. Que se ele recebe carinho ele também só dá carinho. Pergunte o que você pode fazer

para ficar tranquilo quando um cachorro estiver por perto. Aqui, se a criança não ouvir do cachorro boas

sugestões de como se proteger conscientemente, você pode ajudar dando dicas como: Pergunte ao cachorrinho o

que ele acha da ideia de você perguntar ao dono do próximo cachorro que você encontrar, se ele é mansinho

antes de fazer carinho no cãozinho. Porque pode ser que ele seja um cachorro bravo mesmo, mas se ele for

bravo, ela não estará solto, ele estará na coleira com uma focinheira para não morder ninguém não é mesmo?

Então você pode ficar tranquilo, é só não chegar muito perto de um cachorro. E o que mais você pode fazer para

ficar tranquilo e seguro? Peça para o cãozinho te ajudar. Cenário 2: Se o cachorro estiver bravo, vá por esse

caminho: Dentro da sua bolha, pergunte ao cachorro o que aconteceu para que ele ficasse tão bravo assim.

Cachorro pode dizer que está com fome, machucado ou nervoso porque não gosta de barulho ou está só

assustado mesmo. E quando fica com medo e assustado ele quer morder. Faça a criança perceber que houve um

motivo para ele ter ficado bravo, assim como ela também fica brava as vezes. Peça a esse cachorro bravo para

dizer a criança como fazer para que ela fique segura e tranquila. Aqui você pode ajudar dando a dica dela não

brincar com cachorro desconhecido sem antes perguntar ao dono se ele é manso, se ela pode tocar ou somente

não se aproximar muito do animal. Peça para o animal dizer a ela que ele é muito bravo mas que só vai para a

rua preso na coleira, com focinheira e com o dono dele, e que assim o cachorro não tem como morder nenhuma

pessoa. Mas que ele gostou muito de conversar com ela, apesar dele não ser muito bem humorado. Depois da

conversa com o cachorro manso ou com o cachorro bravo, fazer ponte ao futuro com a criança onde ela estará

sem a bolha de proteção em um ambiente com cachorro e se sentindo muito bem.

35
MANDANDO EMBORA A DOR

(Técnica para ser utilizada para diminuição de dores e não precisa de transe formal e

nem profundo)

Você pode começar perguntando: E se essa dor aí fosse uma cor, que cor ela seria? Criança vai dizer uma cor

qualquer. E qual cor que se estivesse aí te daria uma sensação melhor? Uma sensação de conforto? Criança

escolhe alguma outra cor. Exemplo: Verde. Verde como o quê? Ah! Verde como um campo de futebol. Muito

bem! Você gosta dessa cor? Eu também gosto muito dessa cor. Agora imagine toda aquela região mudando de

cor e ficando verde, se transformando no mais tranquilizante verde como um enorme campo de futebol, bem

reconfortante, deixando bem refrescante, espalhando por todo o seu corpo e te fazendo sentir uma sensação

muito boa de leveza, como aquele verde que você gosta muito, muito mesmo. Como você se sente aí com esse

verde tomando conta de todo o seu corpo? Criança responde que se sente melhor. E conforme você se sente

melhor, mais leve e mais refrescante, agora, você também pode escolher algo bem macio bem aconchegante

para envolver aquela região. Se você pudesse envolver aquela região com um material bem confortável, com

qual material você a envolveria? Ah! Eu gosto do macio do meu ursinho de pelúcia. Ótimo! Imagine o macio

do seu ursinho, só que mais macio ainda, bem mais macio e mais tranquilizante, enrolando-se em volta daquela

região todinha que está verde agora, para que toda a maciez e conforto também se espalhe por aquela área

verde, mantendo a região fresca e confortável… e qual a sensação agora? Criança responde que está muito

melhor. Muito bem!! Veja como essa sensação maravilhosa faz parte de você agora e você pode manter-se

confortável e tranquilo. E a partir de hoje, todas as vezes que você precisar, você pode pensar nesse verde

macio maravilhoso que te faz muito bem e ele poderá estar em qualquer objeto, em qualquer alimento,

qualquer peça de roupa ou qualquer lugar… Com você se sentindo muito bem, é um bom momento para a

gente encerrar esse momento? O segredo dessa técnica funcionar muito bem é porque ao pedir à para a criança

para dizer qual cor tem aquela dor, ela precisa sair do estado sinestésico para o estado visual, e ao fazer isso ela

já começa a se dissociar da dor. E quando a criança busca uma cor melhor, ela já está atendendo aos seus

comandos embutidos de conforto e tranquilidade. E para achar um material aconchegante, ela precisa sentir o

aconchego nela mesma para escolher um material, ou seja, ali ela já estava buscando uma relação sinestésica

muito melhor para ela. E um lembrete super importante aqui é não dizer essa dor e sim AQUELA dor, para que

a criança se dissocie do desconforto. Eu costumo nem usar o termo dor e sim DESCONFORTO.

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VISUALIZAÇÃO POSITIVA

Ensine à criança que à noite, antes de adormecer, ela vai fazer algo muito poderoso que vai ajudá-la a ser bem

sucedida naquilo que ela gostaria de realizar. Vamos usar aqui o exemplo de uma criança que está insegura

para fazer uma apresentação na escola. Peça para que ela, antes de adormecer, se visualize muito calma e

tranquila lá na escola momentos antes da apresentação. Depois diga para ela iniciar a apresentação e se ver

muito segura, falando calmamente, se lembrando do conteúdo que ela estudou, finalizando com êxito o

trabalho dela, sendo elogiada pelos professores, aplaudida pelos alunos, ela muito orgulhosa de si mesma… E

quando a cena terminar, peça para que a criança repita a mesma cena de sucesso muitas vezes até adormecer.

Cada vez que ela pensa em si mesma sendo bem sucedida, é um caminho neural que fica mais fortalecido e

mais fácil para a mente dela seguir, aumentando assim as chances desse ensaio mental se tornar uma realidade

para ela.

EXERCÍCIO PARA DORMIR

Após a rotina da noite que a criança faz, seja escovar os dentes, fazer xixi e outras coisas mais, quando ela já

tiver feito tudo o que ela costuma fazer antes de dormir, pode começar o exercício. Passo 1: Criança se deita e

se aconchega na cama. Diga à ela: Bem, agora nós vamos começar uma contagem regressiva começando com o

número 20 vamos até o número 1, ok?! (criança concorda) Então conta 20 , inspira bem profundo e expira.

Agora você vai fechar os olhos e vai somente fingir que está dormindo. Mas não é para dormir, é só para fingir.

Faça de conta que está dormindo e deixe todo o seu corpo acreditar que você está dormindo. Como você fica

quando está dormindo? Deixe suas pernas ficarem do jeito que elas ficam quando você dorme de verdade,

deixe os seus pés e os seus braços também se comportarem da mesma forma de quando você dorme um sono

bem pesado. Deixe todo o seu corpo bem pesado, como se você estivesse num sono bem profundo, mas não é

para dormir, é só para fingir que está dormindo. Eu preciso olhar pra você e acreditar que você está dormindo

mesmo. (Aqui, dê um tempo para a criança fazer de conta que todo o corpo dela dorme) Agora abra os olhos

porque a gente precisa contar agora o número 19. Conte 19, inspira bem profundo e expira. Feche os olhos e

finja que está dormindo. Mas não durma. Faça de conta que está dormindo e deixe todo o seu corpo acreditar

que você está dormindo. Deixe suas pernas ficarem do jeito que elas ficam quando você dorme de verdade,

deixe os seus pés e os seus braços também se comportarem da mesma forma de quando você dorme um sono

bem pesado. Deixe todo o seu corpo bem pesado, como se você estivesse num sono bem profundo, mas não é

para dormir, é só para fingir que está dormindo. (Aqui, dê um tempo para a criança fazer de conta que todo o

corpo dela dorme) Agora abra os olhos porque a gente precisa contar agora o número 18. Conte 18, inspira

bem profundo e expira. Feche os olhos e finja que está dormindo. Mas não durma. Faça de conta que está

dormindo e deixe todo o seu corpo acreditar que você está dormindo. Deixe suas pernas ficarem do jeito que

elas ficam quando você dorme de verdade, deixe os seus pés e os seus braços também se comportarem da

mesma forma de quando você dorme um sono bem pesado. Deixe todo o seu corpo bem pesado, como se você

estivesse num sono bem profundo, mas não é para dormir, é só para fingir que está dormindo. (Aqui, dê um

tempo para a criança fazer de conta que todo o corpo dela dorme) Repetir o processo até a criança adormecer…

Dificilmente chegará até o 1.

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Caminho de Recursos Essa técnica pode ser usada com crianças, adolescentes e até

adultos.

Passo 1:

Dar papel e canetinhas e pedir à criança para que ela desenhe o objetivo dela.(o que ela foi buscar lá no seu

consultório com a sua ajuda) Aqui vamos dar o exemplo de uma criança que gostaria de tirar boas notas. Diga

à criança: Desenhe nessa folha em branco o que você gostaria que acontecesse. Demonstre aqui neste papel

através do desenho, como que você gostaria de sair daqui do meu consultório. (criança desenha) Me diga o que

você desenhou aí. (criança fala sobre o desenho, explica o que desenhou) Exemplo: ela segurando um lindo

boletim com notas boas.

Passo 2:

Agora me fala uma coisa, o que uma pessoa que já conseguiu atingir esse objetivo aí que você tanto quer e não

conseguiu ainda, precisa ter, precisa saber e precisa fazer para alcançar esse objetivo? Exemplo: uma criança

que tira boas notas e passa de ano tem o quê? Faz o quê? Sabe o quê? Como ela é? Por que ela tira notas boas?

(criança responde) Obs: peça para a criança citar 3 ou 4 recursos que ela considera importante para alcançar o

objetivo que ela deseja. Exemplos de recursos: coragem, força, inteligência, autoconfiança...

Passo 3:

Dar uma folha branca para cada recurso que a criança escolheu e dizer a ela para escrever o nome de cada

recurso em uma folha separada. Exemplo: ela vai escrever inteligência numa folha, boa autoestima em outra e

assim por diante...

Passo 4:

Pedir para a criança ficar de pé e colocar no chão lá na frente, o desenho com o objetivo desejado dela. E entre

a criança e o desenho do objetivo, colocar as 3 ou 4 folhas com o nome de cada recurso escrito.(os recursos

serão o caminho para ela percorrer até chegar ao objetivo dela.

Passo 5:

Agora dê um passo para frente e fique de pé em cima desse primeiro recurso aí que você escolheu. (criança dá

um passo e fica em cima da folha branca com o primeiro recurso, por exemplo, a inteligência). Diga a ela:

Agora feche os olhos e me diga: Qual foi um momento da sua vida em que você foi inteligente? Quando na sua

vida você usou a sua inteligência e foi bem sucedido? (criança vai descrever o momento) Faça mais perguntas

sobre esse momento que ela relatou como por exemplo o que ela estava fazendo, onde ela estava, quem estava

com ela, como ela estava fazendo, como ela estava se sentindo… Essas perguntas vão trazer clareza para a

criança de que ela já tem o recurso que julga importante e já até fez uso dele e muitas vezes nem se lembrava.

Passo 6:

gora abra os olhos, dê mais um passo e fique de pé sobre esse outro recurso aí. (criança fica de pé sobre o

segundo recurso) Agora feche os olhos e me diga: Qual foi um momento da sua vida em que você foi ou teve

“nome do recurso”? Quando na sua vida você usou a sua “recurso” e foi bem sucedido? (criança vai descrever

o momento) Faça mais perguntas sobre esse momento que ela relatou,como por exemplo o que ela estava

fazendo, onde ela estava, quem estava com ela, como ela estava fazendo, como ela estava se sentindo…

Passo 7:

Agora abra os olhos, dê mais um passo e fique de pé sobre esse outro recurso aí. (criança fica de pé sobre o

próximo recurso) Agora feche os olhos e me diga: Qual foi um momento da sua vida em que você foi ou teve

“nome do recurso”? Quando na sua vida você usou a sua “recurso” e foi bem sucedido? (criança vai descrever

o momento) Faça mais perguntas sobre esse momento que ela relatou,como por exemplo o que ela estava

fazendo, onde ela estava, quem estava com ela, como ela estava fazendo, como ela estava se sentindo…

Passo 8:

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Agora abra os olhos, dê mais um passo e fique de pé sobre esse outro recurso aí. (criança fica de pé sobre o

próximo recurso) Agora feche os olhos e me diga: Qual foi um momento da sua vida em que você foi ou teve

“nome do recurso”? Quando na sua vida você usou a sua “recurso” e foi bem sucedido? (criança vai descrever

o momento) Faça mais perguntas sobre esse momento que ela relatou,como por exemplo o que ela estava

fazendo, onde ela estava, quem estava com ela, como ela estava fazendo, como ela estava se sentindo…

Passo 9:

Agora pode abrir os olhos. Veja o que está aí na sua frente! UAU! Você aprovado com um boletim lindão

recheado de boas notas. E o que você percebeu nesse seu caminho para chegar até aí? Obs: -Se a criança

disser que não percebeu nada, você diz: Lembra que você me disse que para atingir o seu objetivo você

precisava disso, disso, disso e disso? E o que você percebeu quando você me disse que já usou da sua

“recurso” naquele dia assim assim assado, depois você teve “recurso” naquela outra vez que aconteceu tal

coisa e depois você teve “recurso” quando aconteceu a outra coisa… (vai relembrando a criança o que ela te

contou durante o exercício. A criança irá refletir e dizer algo do tipo: É mesmo! Eu já usei isso! E se você já

usou é porque você tem ou não tem esse recurso? (criança responde e você vai para o passo 10) -Se a criança

disser algo parecido com: Eu percebi que já tenho o que preciso.(vá para o passo 10)

Passo 10:

Agora que você já sabe que aí dentro de você está tudo o que precisa para viver aquele momento que está bem

aí na sua frente, você já está apto a dar o próximo passo e viver o seu objetivo. Eu vou contar de 1 até 3 e no 3

você vai para o futuro, somente no 3 você vai dar um passo, vai ficar em cima do seu objetivo e vai se

imaginar vivendo aquela cena. 1,2 e 3 pode dar um passo à frente e experimentar como é pegar um boletim

lindão desses aí na sua mão. Me diga como você está se sentindo aí nesse momento, o que você ouve das

pessoas a sua volta, o que você está vendo aí, o que você diz para si mesmo… Passo 11: Agora eu vou contar

de 3 até 1 e você no 1 vai começar a dar passos para trás até que você se sinta no hoje, no presente, aqui e

agora. 3,2,1 pode vir. (criança retorna e você a parabeniza pelo belo trabalho).

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Cartas de Perdão

Esse exercício não requer transe.

É uma conversa, um bate papo. Há uma metáfora sobre a Roma Antiga, que diz que lá, naquele local, se

praticava a necroforia. Quando algum assassino era descoberto e condenado, a forma dele pagar pelo crime que

cometeu, era ser obrigado a carregar a pessoa morta, a pessoa que ele matou nas próprias costas pelo resto da

vida. E com o passar do tempo, aquele corpo morto que o assassino condenado carregava nas costas, ia se

decompondo e o assassino ia ficando cada vez mais fragilizado, tanto pelo peso absurdo que carregava dia e

noite, quanto pelos vermes e bactérias que decompunham o corpo do cadáver, que com o passar do tempo

também começavam a consumir o corpo dele. E assim, o assassino era consumido, era devorado até ser

dizimado. Eu sei que essa história é muito forte e nada agradável de se ouvir. Mas ela serve como uma analogia

muito boa para usarmos na nossa vida. Quando carregamos dentro de nós uma mágoa, uma raiva de alguém que

nos feriu profundamente, podemos dizer que é como se nós fôssemos aquele condenado lá e estamos carregando

um peso morto em nossas costas. Pesa, incomoda, dói, e aos poucos, essa mágoa vai roubando de nós a paz, a

alegria, os sonhos e outras tantas coisas lindas que trazem vida à nossa vida. É como se morrêssemos um pouco

a cada dia. Muitos de nós já dissemos ou ouvimos alguém dizer: “Pra mim, fulano morreu.” quando queremos

afirmar que estamos muito magoados com alguém. E quando não trabalhamos esse perdão, o fulano morto

caminha conosco dia e noite sobre nossos ombros. O que você acha disso? Você acredita que há sobre você um

peso morto te atrapalhando? Você gostaria de se livrar disso e seguir adiante mais leve? Lembrando que perdoar

não é esquecer e nem concordar com o que o outro fez. Nem tampouco conviver novamente com a pessoa.

Perdoar é decidir deixar isso no seu passado e seguir adiante. (cliente responde se gostaria ou não de fazer o

exercício) Caso ela diga sim, vá para o primeiro passo.

Passo 1:

Escreva numa folha de papel uma carta para o seu ofensor dizendo a ele tudo o que ele te fez e que o magoou

bastante. Escreva como se você estivesse falando pessoalmente com ele. Diga a ele tudo o que ele fez, como ele

te feriu. Escreva com total liberdade, é uma escrita livre. Não se preocupe com gramática ou concordância

verbal, o intuito da carta é somente dizer a pessoa como ela te feriu. Perceba todas as emoções negativas que

estão em você, tudo aquilo que você costuma remoer e transcreva para o papel.

Passo 2:

Agora escreva nessa segunda carta, todos os prejuízos que você teve com as atitudes daquela pessoa que te

magoou. Por exemplo: Se a pessoa te chamou de incapaz, você pode dizer: “naquele dia em que você me

chamou de incapaz eu acreditei em suas palavras e nunca mais pude tirar uma boa nota em uma prova, eu não

tenho coragem de arriscar porque deixei de confiar em mim…” ou algo parecido. Nessa segunda carta você vai

escrever todas as consequências que a ofensa trouxe para a sua vida.

Passo 3:

E agora, como você já decidiu se libertar de tudo isso, já não que mais carregar nenhuma mágoa dentro do seu

peito, você vai escrever essa terceira carta dizendo que você decidiu perdoar essa pessoa. Você pode dizer

também que está devolvendo à ela tudo aquilo que você carregou e era dela. Também pode dizer que continua

não concordando com o que ela fez, mas que isso não será mais problema seu, que a partir de agora você só vai

lidar com o que é seu, vai dedicar seu tempo à sua vida, vai assumir só a sua vida.

Passo 4:

(Profissional senta-se de frente para o cliente e diz a ele que naquele momento fará o papel do ofensor e que o

cliente vai ler para a pessoa que o ofendeu aquilo que escreveu) Peça ao cliente que leia cada uma das 3 cartas na

ordem em que foram escritas(acusação, prejuízos e perdão) como se estivesse falando com o agressor. O

profissional não faz nada além de ouvir.

Passo 5:

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Agora que tudo isso já está resolvido, o que você gostaria de fazer com essas cartas agora? Quer queimar?

Rasgar? Jogar no meu lixo aqui? Deixar comigo para eu jogar fora? (só não deixe o cliente levar para casa,

não seria nada terapêutico ficar relendo isso) Cliente escolhe o que fazer com as cartas e o faz. Agora, respire

profundamente, e sinta-se leve para seguir adiante com paz e tranquilidade.

História das Ecas

Em um reino muito distante, havia um pequeno vilarejo, uma pequena vila onde moravam algumas pessoas.

Esse lugar era muito tranquilo e todas as pessoas se conheciam. Lá nesse lugar tinha um morador muito

especial que era um mago. E esse mago se chamava Mago Margôt. O Mago Margôt tinha uma varinha

mágica e todas as vezes que as pessoas daquele lugar tinham algum problema, elas procuravam Margôt para

pedir ajuda e Margôt as ajudava. Um dia uma senhora precisou de ajuda e foi até a casa do Mago. Chegando

lá ela disse: Mago Margôt eu hoje não estou muito bem estou sentindo bastante raiva. E Margôt pegou a sua

varinha mágica e começou a tocar em alguns lugares do corpo daquela senhora e logo a raiva se foi. E aquela

senhora voltou para casa bastante aliviada. Porém um dia, aconteceu uma grande tempestade em um reino

bem distante. Mas aquela tempestade veio com um furacão que passou pelo vilarejo do Mago. E nesse

furacão, estavam muitas ecas, esse furacão trouxe muitas ecas junto com ele. Tinha a eca do medo, a eca da

raiva, a eca da tristeza, a eca da saudade e todas as ecas que nos fazem sofrer. E depois que esse furacão foi

embora, as pessoas daquele vilarejo ficaram todas cheias de ecas. E quando o Mago Margôt percebeu, tinha

uma fila de pessoas na porta da casa dele pedindo ajuda para se livrarem de muitas ecas. E Margôt começou

a trabalhar. Começou a usar sua varinha mágica para mandar as ecas embora. Mas naquele dia, Margôt usou

tanto, tanto, tanto a varinha mágica que ela quebrou-se. E o Mago teve que pedir para as pessoas irem

embora sem resolver os problemas delas porque ele não teria mais como ajudá-las. Margôt ficou super triste

e foi dormir chateado. Mas durante a noite, Margôt sonhou que alguém lhe dizia que ele poderia ajudar sim

todas aquelas pessoas. Que bastaria ele ensiná-las a tocarem nelas mesmas com os próprios dedos nos pontos

onde a varinha tocaria e tudo se resolveria. No dia seguinte, a campainha da casa dele tocou. Era alguém com

uma eca e que não sabia que a varinha mágica havia quebrado. Porém, Margôt não mandou aquela pessoa

voltar para casa, ele queria testar e saber se aquele sonho tinha sentido. Ele disse: Olha, eu não tenho mais a

varinha, mas faça assim, use o seu dedo e toque o seu corpo mandando essa eca embora. A pessoa seguiu as

instruções dele e a eca desapareceu. Margôt ficou extremamente feliz e a partir daquele dia, nunca mais

ninguém precisou do Mago para sentir alívio, cada morador descobriu o poder de tocar o próprio corpo e

mandar para bem longe aquilo que estava incomodando. Cada um aprendeu a cuidar de si mesmo. E todos

eles voltaram a viver bem felizes assim como eram antigamente. E hoje eu vou ajudar você a ser o seu

próprio Mago Margôt. Nós vamos colar botões no seu bichinho de pelúcia nos mesmos lugares que

precisamos tocar para que as ecas saiam de nós. (Junto com a criança, use cola quente e cole botões nos

pontos do EFT e ensine à criança como aplicar a técnica).

PDF com o EFT está disponível para impressão no módulo 10 aula 5.

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