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Introdução

Nos céus estrelados do deserto, um tapete voador perpassa pela lua. Sobre as
ondas, um gênio espera em sua lâmpada que um mortal o encontre para poder realizar-
lhe desejos e aplicar inevitáveis consequências. De muito longe no oceano, um marinheiro
vislumbra com surpresa um ovo tão grande quanto as cúpulas das maiores mesquitas de
Bagdá.
Este livro é sobre histórias, e também sobre História. No Oriente Médio, uma
religião conquistadora, o Islã, absorveu antigos impérios. O resultado foi uma sofisticada
cultura, um centro de tradições e um alvo de muitos conquistadores. Tudo isso originou
muitas lendas, as quais escritores e poetas se dedicaram a recontar em outras terras. Isso
produziu uma grande confusão do que era fantasia e o que era verdade.
Os jogos de RPG costumam usar ambas, mas especialmente a fantasia; muitos
poucos jogos têm voltado à fonte que retratam, o que é uma pena. O problema em parte
se deve ao fato de que as lendas confundiram muitos fatos. Mas isso não é
surpreendente; trata-se de uma grande e rica mitologia, e ninguém poderia esperar não
ficar pelo menos um pouco seduzido por ela. A palavra definitiva, no entanto, pertence a
um poeta:

Tudo é como num tabuleiro de noites e dias/


Onde o destino faz dos homens suas peças/
Move para lá e cá, dá xeque, tira rainhas/
E, um a um, depois recoloca às suas raias/

Do Tradutor
A Língua Árabe tem seu próprio alfabeto e estilo de escrita (começando da direita
para a esquerda, por exemplo), o que hoje em dia ainda é usado em outras línguas (como
o Suaili). Infelizmente, nunca existiu um sistema “oficial” de tradução do árabe para as
línguas latinas. Escritores europeus antigamente faziam traduções ad hoc, o que
atualmente vem sendo substituído por programas mais sofisticados, os quais ainda assim
não evitam eventuais falhas.
Na tradução deste livro eu não tive acesso aos recursos desses programas
mencionados, e portanto fiz uso apenas de um dicionário bilíngue, e dos esclarecimentos
de meu vizinho cuja família procede de Cabul, e com quem tenho uma amizade de longo
tempo, pois sempre me interessei pela cultura árabe. Tentei utilizar as latinizações mais
consagradas do idioma, com exceção de algum número de palavras que são simplesmente
muito estranhas para se traduzir. Então misturei novas referências como “Algol”,
“Alcorão”, “Salah-al-Din”, “Shahrazad”, com palavras anacrônicas grafadas
respectivamente como: " ‫ زرازاد‬,"‫ “صالح الدين‬,"‫ “القرآن‬, "‫"الجول‬. Isso deve facilitar o trabalho
dos não especialistas; em todo caso, peço desculpas se alguns puristas entenderem que
eu corrompi a língua tornando-a mais acessível.
O Islã utiliza um calendário lunar. Todavia, para a conveniência dos leitores
ocidentais, preferi usar o calendário solar da era cristã.

Sobre o Autor
Phil Masters é um subproduto acidental gerado pelo sistema educacional inglês.
Nascido em 1959, estudou Economia na Universidade de Cambridge e realizou cursos de
oratória em diversas localidades. Fez contribuições para várias revistas de jogos
eletrônicos, como a “Anão Branco” (quando ainda era uma revista). Seu primeiro grande
trabalho foi “Reinado de Campeões”, para a Hero Games.
Atualmente Phil trabalha como programador de jogos (se necessário) e escritor
(quando possível). É casado e vive em uma pequena cidade fundada na Inglaterra pelos
Cavaleiros Templários, cujo nome foi dado em homenagem a grande Bagdá.

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