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BÍBLIA

SATÂNICA
Conhecido como “O Papa Negro” por muitos de seus seguidores, Anton LaVey começou seu
caminho para o Alto Sacerdócio da Igreja de Satã quando tinha apenas 18 anos e era tecladista em
um parque de diversões:

“No sábado à noite eu via homens desejando as garotas seminuas que dançavam no parque, e
no domingo pela manhã quando eu estava tocando o órgão para a barraca de apresentações dos
evangélicos do outro lado do parque, eu via estes mesmos homens se sentarem nos bancos com
suas esposas e filhos, pedindo a Deus que os perdoassem e os purgassem de seus desejos carnais.
E na próxima noite de sábado eles estariam de volta no parque ou em qualquer outro lugar de
indulgência.

“Soube então que a Igreja Cristã prospera em hipocrisia, e aquela natureza carnal do homem
prevalecerá!”

Desde então o caminho de sua vida estava claro. Finalmente, na última noite de abril de 1966 –
Walpurgisnacht, o festival mais importante dos crentes em bruxaria – LaVey raspou a cabeça na
tradição dos antigos feitores e anunciou a formação da Igreja de Satã. Ele tinha visto a necessidade
de uma igreja que retomaria o corpo do homem e seus desejos carnais como objetos de celebração.
“Visto que a veneração das coisas carnais produz prazer,” ele disse, “deveria haver então um
templo de gloriosa indulgência. . .”
Bíblia Satânica
Anton Szandor LaVey
Para Daiane
Para: Bernadino Logara, que sabe o valor do dinheiro
Karl Haushofer, um professor sem uma sala
Rasputin, que sabia a magia de uma criança
Sir Basil Zaharoff, cavalheiro
Cagliostro, desonesto
Barnabas Saul, o elo com Mount Lalesh
Ragnar Redbeard, cujo poder é certo
William Mortensen, que olhava . . . e via
Hans Brick, que conhece a lei
Max Reinhardt, feitor de sonhos
Orrin Klapp, o caminhante
Fritz Lang, que faz os projetos andarem
Friedrich Nietzsche, realista
William Claude Dukinfield, que poupou-me viajar ao Tibet
Phineas Taylor Barnum, outro grande guru
Hans Pöelzig, que sabe todos ângulos
Reginald Marsh, grande artista
Wilhelm Reich, que sabia mais do que marcenaria
Mark Twain, homem muito bravo

E para: Howard Hughes, James Moody, Marcello Truzzi, Adrian-Claude Frazier, Marilyn
Monroe, Wesley Mather, William Lindsay Gresham, Hugo Zacchini, Jayne Mansfield,
Frederick Goerner, C. Huntley, Nathaniel West, Horatio Alger, Robert Ervin Howard,
George Orwell, Howard Phillips Lovecraft, Tuesday Weld, H.G. Wells, Sister Marie
Koven, Harry Houdini, Togare, e os Nove Homens Inomináveis.
INTRODUÇÃO I (1969-1972) p o r Burton H. Wolfe

INTRODUÇÃO II (1972-1976) p o r Michael A. A Quino

INTRODUÇÃO III (1976-2005) por Burton H. Wolfe

INTRODUÇÃO IV (2005-) por Peter H. Gilmore

PREFÁCIO

PRÓLOGO

AS NOVE DECLARAÇÕES SATÂNICAS

(FOGO)
–O LIVRO DE SATÖ
A Diatribe Infernal

(AR)
–O LIVRO DE LÚCIFER–
A Iluminação

I Procurado!: Deus - Morto ou Vivo


II O Deus Venerado pode ser você
III Evidências de uma Nova Era Satânica
IV Inferno, Diabo, e como vender a Alma
V Amor e Ódio
VI Sexo Satânico
VII Vampiros sem chupar Sangue
VIII Indulgência... NÃO Compulsão
IX Sobre a Escolha de Sacrifício Humano
X Vida Após a Morte pelo Preenchimento do Ego
XI Feriados Religiosos
XII A Missa Negra
(TERRA)
–O LIVRO DE BELIAL–
O Domínio da Terra

I Teoria e Prática da Magia Satânica: (Definição e Propósito da Baixa e Alta


Magia)
II Os Três Tipos de Ritual Satânico
III O Ritual, ou Câmara de “Descompressão Intelectual”
IV Ingredientes Usados na Realização da Magia Satânica:
A. Desejo
B. Tempo
C. Imagem
D. Direção
E. O Fator de Equilíbrio
V O Ritual Satânico:
A. Notas Observadas Antes de Começar o Ritual
B. Os Treze Passos
C. Acessórios Utilizados no Ritual Satânico

(ÁGUA)
–O LIVRO DE LEVIATÖ
O Mar em Fúria

I Invocação a Satã
II Os Nomes Infernais
III Invocação Empregada para a Conjuração da Luxúria
IV Invocação Empregada para a Conjuração da Destruição
V Invocação Empregada para a Conjuração da Compaixão
VI Chaves Enoquianas e a Linguagem Enoquiana (As Dez e nove Chaves serão
listadas em ordem cronológica)

Extras da Edição
Bíblia Satânica
INTRODUÇÃO por Burton H. Wolfe

Esta é a introdução original usada na primeira edição de 1969 a 1972

INTRODUÇÃO
por Burton H. Wolfe*

No verão de 1966, alguns jornais da baía de São Francisco começaram a tomar conhecimento
de um grupo de adoradores do Diabo liderado por um antigo domador de leões do circo e tecladista,
Anton Szandor LaVey. Sua prática das artes negras não era nada de novo no mundo. Tinha traços
dos cultos vodu, de uma Seita do Fogo do Inferno que existiu na Inglaterra do século 18, de um
círculo satânico da Inglaterra liderado por Aleister Crowley um século depois, e da Ordem Negra
Germânica nas décadas de 1920 e 1930. Entretanto, dois aspectos do grupo de São Francisco
faziam a diferença em relação a seus predecessores: eles estavam infamemente organizados em
uma igreja, a Primeira Igreja de Satã, em vez do habitual Satanismo de seita e da bruxaria
folclórica; e eles praticavam sua magia negra abertamente, em vez de clandestinamente.
Casamentos, batismos, e cerimônias funerais dedicadas ao Diabo eram praticadas na Igreja de
Satã, com a imprensa convidada. Rituais da tradição das artes negras eram realizados à meia-noite
na antiga e escura casa Vitoriana de LaVey, uma construção incongruente entre todas aquelas casas
brancas e amarelas de estuque de sua vizinhança em São Francisco, a pouco caminho dos
penhascos ao longo da Golden Gate. Ocasionalmente o rugido de um leão adulto que morava
naquela casa negra com a família de LaVey (Anton, 39; esposa Daiane, 26; e filhas Karla, 17, e
Zeena, 6) reverberava pela noite adentro, assustando os vizinhos que já estavam fartos de viverem
tão perto do Inferno.
De alguma forma tudo isso era terrivelmente provocativo. Ademais, o Diabo sempre dava “boas
matérias,” como diziam na secretaria municipal. Em 1967, os jornais que enviavam repórteres para
escrever sobre a Igreja de Satã estendiam-se de São Francisco percorrendo o Pacífico até Tóquio e
pelo Atlântico até Paris. Quando um casamento ou funeral era realizado, com uma mulher pelada
servindo como um altar a Satã, a Imprensa Associada e outras agências de notícias estavam aptas a
divulgarem a história e as fotografias escandalosas a milhares de periódicos. Grupos afiliados à
Igreja de Satã foram organizados em outras partes da América e na Inglaterra, França, Alemanha,
África e Austrália. Existindo há menos de um ano, a Igreja de Satã já havia provado uma de suas
mensagens fundamentais: o Diabo está vivo e é muito popular entre um grande número de pessoas.
Anton LaVey, também chamado de “O Papa Negro” por alguns de seus seguidores, deu-se
conta disso há duas décadas enquanto tocava seu órgão numa apresentação paralela do parque. “No
sábado à noite,” lembra-se, “eu via homens desejando as garotas seminuas que dançavam no
parque, e no domingo pela manhã quando eu estava tocando o órgão para a barraca de
apresentações dos evangélicos do outro lado do parque, eu via estes mesmos homens se sentarem
nos bancos com suas esposas e filhos, pedindo a Deus que os perdoassem e os purgassem de seus
desejos carnais. E na próxima noite de sábado eles estariam de volta no parque ou em qualquer
outro lugar de indulgência. Soube então que a Igreja Cristã prospera em hipocrisia, e aquela
natureza carnal do homem prevalecerá, não importa o quanto ela seja purgada ou punida por
qualquer religião da luz branca.” Embora LaVey não percebesse naquela época – tinha apenas 18
anos – ele estava no caminho de formular uma religião que serviria de antítese ao Cristianismo e à
sua origem Judaica. Era uma religião antiga, mais antiga do que o Cristianismo ou o Judaísmo.
Porém nunca havia sido formalizada, organizada num corpo de pensamento e ritual. Esse seria o
papel de LaVey na civilização do século 20.
Todo o histórico de LaVey parecia prepará-lo para esse papel. Ele é descendente de avós
georgianos, romenos e alsacianos, incluindo uma avó cigana que lhe transmitiu as lendas de
vampiros e bruxas de sua Transilvânia natal. Logo aos cinco anos LaVey estava mergulhado em
revistas de Weird-Tales, e em livros como Frankenstein, de Mary Shelley, e Drácula, de Bram
Stoker. Ele sentia-se diferente das outras crianças, e ainda assim se tornou um líder, glorificando-
se na organização de ordens paramilitares.

* Autor dos livros “The Hippies” e “The Satanists.” Um artigo de Wolfe chamado “The Church That Worships Satan,” o
primeiro estudo completo sobre a moderna Igreja de Satã, apareceu em setembro de 1968 numa matéria da revista Knight (Vol. 6,
No. 8). A Publishers Service, Inc., produtora da Knight, gentilmente permitiu que partes do artigo aparecessem nesta introdução.
Em 1942, quando tinha doze anos, a fascinação de LaVey por soldadinhos de brinquedo
ramificou-se para o interesse sobre a guerra mundial. Ele mergulhou em catálogos militares e
descobriu que arsenais do equipamento do Exército e da Marinha podiam ser comprados como
doces no supermercado e usados para conquistar as massas. Formou-se em sua cabeça a ideia de
que, ao contrário do que dizia a Bíblia, a Terra não seria herdada pelos mansos, mas pelos fortes e
poderosos.
Após adentrar ao Ensino Médio, LaVey se tornou uma espécie de criança prodígio excêntrica.
Ele fazia a maior parte de seu estudo fora da escola, mergulhando na música, metafísica e nos
segredos ocultos. Aos dezesseis anos ele se tornou o segundo oboísta da Orquestra Sinfônica do
Ballet de São Francisco. Entediado com as aulas, ele abandonou os estudos no primeiro ano, saiu
de casa e se juntou ao Circo Clyde Beatty como menino de jaula, dando água e alimentando leões e
tigres. O adestrador Beatty notou que LaVey ficava confortável trabalhando com os gatinhos e fez
dele seu ajudante treinador.
Um dia o tecladista do circo ficou bêbado. LaVey tinha aprendido a tocar piano de ouvido e
sabia que daria conta do teclado para arranjar alguma música para a apresentação daquela noite.
Acabou que ele tocou melhor e sabia mais de música do que o tecladista oficial, então Beatty
manteve-o nos teclados. Ele acompanhava o “Canhão Humano,” Hugo Zachinni, e os atos de
corda bamba dos Wallendas, entre outros.
Com dezoito anos LaVey largou o circo e se juntou a um parque de diversões. Tornou-se
assistente de um mágico, aprendeu hipnose e estudou mais sobre o ocultismo. Era uma combinação
curiosa. Por um lado, ele trabalhava numa atmosfera de vida no seu nível mais cru – da música
mundana; o cheiro de animais selvagens; atos em que um segundo de desatenção significaria um
acidente; apresentações que exigiam juventude e força e despojavam os mais velhos como as
roupas do ano passado; um mundo de excitação física que tinha atrações mágicas. Por outro lado,
ele estava operando a magia do lado mais obscuro da mente humana.
Depois de se casar, LaVey abandonou o maravilhoso mundo do parque de diversões para
seguir uma carreira que melhor se adequava à vida doméstica. Matriculou-se como especialista
em criminologia no City College de São Francisco. Isso o levou a seu primeiro trabalho formal –
fotógrafo perito do Departamento de Polícia de São Francisco. No fim das contas, esse trabalho
teve tanta influência quanto os outros em levá-lo ao Satanismo.
“Vi o lado mais sangrento e sombrio da natureza humana,” recorda. “As pessoas eram baleadas
por nada, esfaqueadas por seus amigos, crianças espalhadas nas sarjetas atropeladas por motoristas
bêbados. Era nojento e deprimente. Eu então me perguntei: ‘Onde está Deus?’ Passei a odiar a
atitude hipócrita das pessoas em relação à violência, sempre falando que era a vontade de Deus.”
Ele saiu enojado depois de três anos e voltou a tocar teclado, dessa vez em boates, para ganhar a
vida enquanto continuava seus estudos na fascinação de sua vida: as artes negras. Uma vez por
semana dava aulas de magia ritual em sua casa. Elas atraíam muitos daqueles que eram, ou que
desde então se tornaram, bem versados nas artes, nas ciências e no mundo dos negócios .
Ocasionalmente, um “Círculo Mágico” evoluiu a partir desse grupo.
O maior propósito desse Círculo era se reunirem para a prática dos rituais negros que LaVey
tinha descoberto. Ele tinha acumulado uma coletânea de trabalhos que descreviam a Missa Negra e
outras cerimônias pagãs ministradas por grupos como os Cavaleiros Templários do século 14 na
França, e a Aurora Dourada do século 19 na Inglaterra. A intenção original dessas ordens negras
era blasfemar e zombar da igreja Cristã, e dirigir-se ao Diabo como uma divindade antropomórfica
que representava o inverso de Deus. Na visão de LaVey, o Diabo era muito mais do que isso. Satã
representava uma força obscura e oculta na natureza, responsável pelo funcionamento dos assuntos
terrenos, para os quais a ciência e a religião não tinham explicação nem controle.
“Primeiro detectei essa força nas pequenas coisas,” LaVey explica. “Poderia ser a descoberta
de um indivíduo cuja força de seu desejo fosse tão grande que poderia vencer corridas de cavalos.
No meu caso, descobri que podia conjurar vagas de estacionamento de última hora em frente aos
cinemas, quando nenhuma poderia se esperar lá. Também descobri uma habilidade através da
magia de trazer empecilhos para inimigos e obter vantagem para mim. Percebi que havia tocado
em algo, e continuaria a fazer isso mesmo sem nenhum Círculo Mágico. Todavia, também percebi
que para algumas coisas a magia individual era mais fraca do que o ritual mágico em grupo.”
Assim, na última noite de abril de 1966 – Walpurgisnacht, o festival mais importante no culto
da magia e bruxaria – LaVey raspou a cabeça conforme a tradição dos antigos feitores e anunciou
a formação da Igreja de Satã. Para a apropriada identificação como seu fundador, ele colocou o
colarinho clerical. Com aquele colarinho ele até parecia um santo. Porém a cabeça raspada como
Gengis Khan, sua barba de Mefistófeles, e seus olhos repuxados conferiam-lhe a aparência
demoníaca necessária para seu sacerdócio na Igreja do Diabo.
“Por um lado,” LaVey explica, “chamá-la de igreja me permitiu seguir a fórmula mágica de
nove parcelas de ultraje contra uma de respeitabilidade social necessária para o êxito. Porém o
objetivo principal era reunir um grupo de pessoas com ideias semelhantes para usar suas energias
combinadas na invocação da força sombria da natureza que é chamada Satanás.”
Como LaVey perfeitamente percebeu, todas as demais igrejas eram baseadas na veneração do
espírito e na negação da carne. Ele via a necessidade de uma igreja que retomasse o corpo e os
desejos carnais do homem como objetos de celebração. “E,” continua, “visto que a veneração das
coisas carnais produz prazer, deveria haver então um templo de gloriosa indulgência que fosse
atraente para as pessoas. Todas as outras igrejas são locais de abstinência com cultos que as
pessoas querem terminar o mais rápido possível para que possam sair e começar a aproveitar a
vida novamente.”
Na Igreja de Satã, LaVey iniciou psicodramas inteligentes que permitiam a um grupo de
adoradores da carne superar as repressões e inibições promovidas pela tradição judaico-cristã. Ele
sabia que o antigo conceito de Missa Negra para satirizar os serviços cristãos estava ultrapassado.
Havia uma revolução na igreja Cristã contra ritos e tradições ortodoxas. Já era algo popular
declarar que “Deus está morto.” Por isso, os rituais que ele praticava, enquanto ainda mantinham
as artimanhas da antiga Missa Negra, eram modificados de uma zombaria negativa para formas
positivas de cerimônia: casamentos satânicos, funerais desprovidos dos chavões hipócritas, rituais
de luxúria para ajudar os indivíduos a atingirem seus desejos sexuais, rituais de destruição para
permitir aos membros da Igreja de Satã triunfarem sobre seus inimigos e atingirem seus objetivos.
Não existe o conceito de altruísmo ou amor-ao-próximo na religião Satânica, exceto no sentido
de ajudar outros seguidores do Caminho Negro a atingir seus desejos através da energia grupal. O
Satanismo é uma religião descaradamente egoísta e brutal. É baseada na crença de que o homem é
uma criatura inerentemente egoísta e violenta, que a vida é uma luta Darwiniana pela
sobrevivência dos mais aptos, que a Terra será governada por aqueles que lutarem para vencer a
competição incessante que existe em todas as selvas – incluindo aquelas das sociedades urbanas.
Nesse aspecto, a Igreja de Satã pode ser justamente criticada, no entanto até os seus críticos devem
admitir que a sua filosofia se baseia na lógica e nas condições reais existentes no mundo.
Por outro lado, a grande contribuição ao pensamento civilizado feita pela Igreja de Satã é a
celebração exclusiva do ser humano, em vez de unicamente o seu espírito. Os sinais estão por toda
parte de que a humanidade está se esforçando para romper as amarras restritivas da religião. Foi
profetizado na Bíblia, aliás, em passagens simbólicas que tratavam de Satã acorrentado por mil
anos, depois do que ele se libertaria e fomentaria o mal na Terra. Agora é isso o que está
acontecendo. O sexo está explodindo nas mídias e na literatura, nas ruas e dentro de casa. As
mulheres dançam sem sutiã e calcinha. Os jovens estão se libertando das restrições que negam o
prazer do corpo e da mente. Há uma busca desenfreada por entretenimento, comidas gourmet e
vinhos, aventuras, e o desfrutar do aqui e agora. O homem não se inclina mais a esperar por
qualquer vida após a morte que lhe prometa a recompensa para seu espírito puro e limpo –
traduzindo: espírito ascético e entediado. Há uma tendência de neo-paganismo e hedonismo, e
disso têm emergido uma grande variedade de pessoas inteligentes – médicos, advogados,
engenheiros, professores, escritores, atores, corretores de ações, editores, enfermeiras – que estão
interessadas em propagar a libertação da carne até o estabelecimento de uma religião formal.
Nessa Bíblia Satânica, Anton LaVey explica a filosofia do Satanismo melhor do que qualquer
um de seus antecessores do Reino das Trevas, e descreve os vários rituais e sortilégios que foram
concebidos para criar uma verdadeira igreja de adoradores da carne. Está claro, do interesse pelo
Satanismo, juntamente com o fascínio dirigido ao livro de Ira Levin, “O Bebê de Rosemary,” que
há muitas pessoas interessadas em conhecer como se iniciar aos cultos Satânicos e aprender rituais
de magia negra. Esse livro mostra como fazer isso e preenche essa demanda. Também está claro
que aqui se encontra um lugar para a formulação de ensinamentos que constituem a antítese do
dogma repressivo, inibidor e antimaterial do Cristianismo e de outras religiões antiquadas.
Talvez o valor social mais importante desse livro é o seu desafio para outras religiões: lidar
com o desejo carnal de uma forma racional e lógica, ou perder a batalha não apenas para os corpos
dos homens, mas também as suas almas.
INTRODUÇÃO por Michael A. Aquino

Esta introdução apareceu na Bíblia Satânica desde sua primeira edição de capa dura
em 1972. Durante a sua existência, e na edição de bolso da Avon de 1972 a 1976

Cada era sucessiva do desenvolvimento cultural e ético do homem tem trazido o seu
manifesto literário – um artigo que desafia as normas existentes e propõe uma nova abordagem
às questões duradouras da civilização. Não é raro que as realidades do nacionalismo político
tenham sido misturadas com os idealismos de ênfase estrangeiro para produzir o que agora
chamamos cautelosamente de existencialismo. Trabalhos pertinentes poderiam incluir a
República de Platão, a Política de Aristóteles, O Príncipe, de Maquiavel, assim como os
escritos de Nietzsche, Hobbes, Locke, Marx e Sartre.
Este é o livro de nossa era.
O despertar da Era Satânica foi celebrado em 30 de abril de 1966 – o Ano Um. Nessa data
Anton Szandor LaVey consagrou a Igreja de Satã na cidade de São Francisco e assumiu o posto
como seu primeiro Sumo Sacerdote. O que começou vários anos antes como um fórum intelectual
dedicado à investigação e aplicação das Artes Negras expandiu-se desde então para um movimento
filosófico internacional de grande magnitude. O Satanismo, outrora uma província isolada de
párias furtivos e excêntricos radicais, tornou-se agora uma alternativa séria às doutrinas do teísmo e
do materialismo. Em sua corrida de indulgência em vez de abstinência, a Igreja de Satã r ejeita a
noção de que o progresso do homem é contingente à sua aceitação de uma moralidade auto-
imposta. O bom julgamento deriva da comparação e resolução dos opostos, sustentam os
satanistas, e não se pode presumir a justiça honrando apenas um único padrão de comportamento.
Uma aproximação empírica à moralidade não é uma inovação recente; teóricos como
Pitágoras, Hegel, Spencer e Compte apresentaram as proposições originais para a
independência intelectual do homem em relação à ordem natural. E, embora este conceito tenha
invariavelmente provocado reações adversas por parte de instituições orientadas para a
sociedade, não é um ponto de vista insubstancial. Basta considerar os cataclismos espasmódicos
da história para ver quão inadequadamente o Homo Sapiens coopera com os seus semelhantes.
Por si só, entretanto, toda a teoria é inconsequente. Até agora, os únicos defensores de uma
moralidade subjetiva eram os abstracionistas professores e - ocasionalmente - os devotos
dispersos e desorganizados da tradicional magia “branca”. Na verdade, estes últimos têm
desfrutado de alguma notoriedade ultimamente, já que a sua suposta proclamação de uma
moralidade liberal temperada pelo politicamente correto apela ao diletante entediado e tímido.
Tais aficionados do ocultismo professam um justo horror à Magia Negra ou ao Satanismo, que
denunciam como uma entidade maléfica e degenerada de abuso moral e carnal.
O Satanista, por outro lado, considera a magia tradicional apenas como uma reação neurótica
contra as religiões estabelecidas da cultura patente. A adoração de quaisquer divindades – sob
qualquer pretexto – é repulsiva para o Mago Negro, que considera todas as demonstrações de fé ou
crença num poder sobrenatural protetor como mostras humilhantes de covardia e insegurança
emocional. O Satanismo frequentemente tem sido representado como a “adoração ao Diabo”,
quando na verdade constitui uma clara rejeição a todas as formas de adoração como um ingrediente
desejável da personalidade. Não é tanto uma anti-religião – uma simples refutação de qualquer
crença –, senão que uma não-religião, uma rejeição intransigente de todo misticismo insubstancial.
Sendo assim, representa uma ameaça muito mais grave para as teologias organizadas do que as
tradições arcaicas das antigas demonologias.
O ritual e a fantasia têm um papel bastante real nas atividades da Igreja Satânica, assumindo
que a experiência e o controle da irracionalidade mental e metafísica são necessários para o
fortalecimento da psiquê. Assim, é feito um esforço distinto para evitar o que talvez tenha sido o
calcanhar de Aquiles da escola Gurdjieff-Ouspensky de evolução psicológica subjetiva; os
primeiros discípulos do transcendentalismo autodeterminado postularam que todas as sensações
não materialistas eram um perigo para a coerência do aluno. Crucial ao conceito do ritual Satânico
é uma apreciação de suas qualidades esclarecedoras e inspiradoras sem necessariamente
considerá-lo como uma realidade imutável.
O Satanismo é mais precisamente identificado como uma disposição de ânimo do que uma
religião, já que é ativamente preocupado com todos os aspectos da existência humana, não somente
os espirituais. Mesmo aqueles que proclamam que se trata de um perigo para a justiça e para a
ordem cooperativa perderam totalmente seus argumentos. O Satanismo advoga uma liberdade
irrestrita, mas apenas na medida em que os direitos de alguém não colidam com os direitos de
outrem. Também deveria ser notado que o Satanismo é uma filosofia do indivíduo, e não das
massas. Não existem declarações políticas coletivas, exceto a famosa advertência de Crowley: “O
auto-engano é o mais grave de todos os ‘pecados’.” Embora a maioria da população possa
instintivamente inclinar-se para um Satanismo de fato, a Igreja adverte que as suas propostas não
são para os irresponsáveis. Não existem missionários satânicos, e para se afiliar é preciso atender a
padrões rigorosos. A inexperiência não é desonrada, mas a pretensão, a hipocrisia e a pomposidade
são tratadas com o desprezo que merecem. O Satanismo não é menos uma arte do que uma ciência,
e não há “um padrão de medida cultuado”. O Dr. LaVey estava predestinado para ser o autor do
novo Demonismo. Americano de ascendência georgiana, alsaciana e romena cigana, ele foi prestes
em demonstrar a inquietação característica de seus ancestrais nômades e uma empatia incomum
por sua tradição terrena e arcana. Uma precoce preocupação com os assuntos militares levou-o a
ler as várias publicações logísticas do tempo da Segunda Guerra Mundial, apenas para descobrir
que as honradas visões da glória militar difundidas na Primeira Guerra deram lugar a um realismo
imparcial e mercenário na Segunda. Suas experiências como estudante não conseguiram dissipar
essa primeira prova do cinismo humano, e a impaciência crescente de LaVey com a arregimentação
estéril da educação convencional o levou a buscar os encantos estranhos e surrealistas do circo. Ele
ajudou Clyde Beatty como domador de animais selvagens, e logo desenvolveria uma forte
afinidade com os leões, o que marcaria sua personalidade de uma forma bastante curiosa. Todas as
criaturas animadas são basicamente como feras, ele ponderava, e mesmo as classes sociais mais
refinadas conseguem, na melhor das hipóteses, apenas uma débil supressão desta selvageria inata.
Do circo migrou para um parque de diversões, onde o brilho das apresentações era tingido pela luta
sempre constante pela subsistência diária. Foi onde LaVey trabalhou em um cenário patético,
porém silenciosamente digno, de desajustados malucos por espetáculos e deformações humanas; e
foi onde aprendeu o ofício de mágico de palco, cujo sucesso depende da distração deliberada do
público. Com certa gravidade, ele notou o fascínio que exerce no homem “normal” a deformidade
de seus semelhantes – uma satisfação mórbida ao ver a desgraça cair em outra pessoa e não em si
mesmo. Ficando cada vez mais interessado nesse atributo cruel e monstruoso da natureza humana,
ele estudou criminologia na universidade e veio a trabalhar como fotógrafo perito para o
Departamento de Polícia de São Franscisco. Como um professional do circo ele tinha visto o
homem carnal em seu lado mais artístico; agora ele via o seu lado mais vicioso. Três anos de
sangue, brutalidade e miséria abjeta que permeiam a subcultura criminosa o deixaram enojado,
desiludido e irritado com a hipocrisia desenfreada da sociedade. Retornou aos teclados como meio
de sobrevivência e dedicou a maior parte dos seus esforços direcionados para aquilo que seria o
trabalho de sua vida – Magia Negra. LaVey há muito rejeitou os tratados estereotipados sobre
feitiçaria cerimonial como produtos histéricos da imaginação medieval. A “Velha Magia” com suas
superstições, maneirismos afetados e jogos infantis de terreiro, não era para ele; o que ele buscava
era uma psicologia metafísica que aproximaria o homem intelectual somente depois de dar a devida
consideração às suas origens brutais e animalescas. E assim ele chegou por fim ao Bode de Mendes.
O Satã é com certeza a figura mais enigmática da literatura clássica. Possuidor de todas as
riquezas concebíveis e o mais poderoso dos Arcanjos, ele rejeitou sua exaltada lealdade para
proclamar sua independência de tudo o que seu patrono celestial personificava. Ainda que
condenado aos domínios mais medonhos, um Inferno totalmente abdicado pela divindade, ele
abraçou tais privações como o fardo de sua prerrogativa intelectual. Em seu Império Infernal,
alguém poderia satisfazer até mesmo os gostos mais extraordinários com impunidade, mas em
meio a tal licenciosidade desenfreada, o Diabo manteve uma nobreza peculiar. Foi esta qualidade
indescritível que Anton LaVey decidiu descobrir. Depois de muitos anos de pesquisas e
experimentos, ele proferiu o princípio guia do Satanismo: que a consequência última do homem
não reside na unidade, porém na dualidade. É apenas a síntesese que estipula os valores; a adesão
a uma única ordem é arbitrária e, portanto, sem valor. As teorias perturbadoras e operações
bizarras de LaVey em cerimônias de Magia Negra acabaram atraindo seguidores com ideias
semelhantes. Desse primeiro pequeno círculo emergiu a Igreja de Satã, sintonizada com a
afirmação de seu fundador de que suas mensagens seriam apresentadas mais efetivamente através
de “nove partes de respeitabilidade social contra uma do mais flagrante ultraje”.
O impacto social e o crescimento espectacular da Igreja iriam tornar-se uma espécie de lenda,
mas era uma parte essencial das convicções de LaVey que o papel da instituição formal era
principalmente o de catalisador. A civilização contemporânea mostrou-se bastante independente
para permitir o luxo do isolamento monástico. O Satanismo deve, portanto, assumir uma posição
compreensível ao intelecto médio. Foi com esse intento que a Bíblia Satânica foi concebida.
A Bíblia Satânica é um documento bastante pernicioso. Estamos tentados a compará-lo com
aquela mitologia maléfica e obscura de O Rei de Amarelo, um trabalho psicológico que
supostamente levava seus leitores à loucura e danação. Por mais cândida e coloquial que a Bíblia
Satânica possa parecer à primeira vista, não é um volume que deva ser negligentemente ignorado.
É em grande medida o produto de nossa era, não somente porque um livro desses – juntamente com
seu autor – seria mais do que provavelmente queimado numa era anterior, mas porque a sua criação
foi uma inevitabilidade evolutiva.
Você, leitor, está prestes a ser empalado pelos chifres pontudos de um dilema Satânico. Se
aceitar as proposições deste livro, você está condenando seus santuários de fé mais estimados à
aniquilação. Como retribuição você será despertado – para o mais ardente dos Infernos. Se você
rejeitar o tratado, você se resignará a uma desintegração cancerígena do seu senso de identidade
subconsciente previamente estabelecido.
Não é de admirar que o legado do Arquirrival tenha conquistado uma legião de inimigos
ferrenhos!
Seja qual for a sua decisão, ela não poderá ser revogada. A Bíblia Satânica finalmente articula
aquilo que o homem instintivamente sempre sonhou proclamar: que ele mesmo é potencialmente
um Deus.
INTRODUÇÃO por Burton H. Wolfe

Esta segunda introdução de Wolfe foi usada de 1976 até 2005

Numa noite de inverno de 1967, atravessei a cidade de São Francisco para ouvir uma palestra
de Anton Szandor LaVey numa reunião aberta da Liga da Liberdade Sexual. Fui atraído pelas
matérias dos jornais que diziam que ele era “o Papa Negro” de uma igreja Satânica na qual
cerimônias de batismo, casamento e funeral eram dedicadas ao Diabo. Eu era escritor free-lance de
uma revista, e senti que ali poderia haver uma história sobre LaVey e seus pagãos
contemporâneos; pois o Diabo sempre deu “boas matérias,” como diziam na secretaria da cidade.
Não era a prática das artes negras em si que eu considerava para ser a história, porque não há
nada de novo nisso. Existiram seitas de adoração ao Diabo e cultos vodu antes mesmo que
houvesse cristãos. Na Inglaterra do século 18, uma Seita do Fogo do Inferno, com ligações às
colônias americanas por intermédio de Benjamin Franklin, obteve uma breve notoriedade. Durante
a primeira parte do século 20, a imprensa divulgava Aleister Crowley como o “homem mais
perverso do mundo.” E houve indícios nas décadas de 1920 e 1930 de uma “Ordem Negra” na
Alemanha. Para essa história aparentemente antiga, LaVey e sua organização de faustos
contemporâneos ofereceram dois capítulos surpreendentemente novos. O primeiro, eles
infamamente se declaravam uma “igreja,” um termo previamente confinado aos braços seculares
do Cristianismo, em vez da cobertura tradicional sobre o Satanismo e a bruxaria. O Segundo, eles
praticavam sua magia Negra abertamente em vez de escondidos.
Em vez de conseguir uma entrevista preliminar com LaVey para discutir sobre suas inovações
hereges, meu método usual de pesquisa, decidi assistir e escutar o que ele tinha a dizer como um
membro não identificado de sua audiencia. Ele era descrito em alguns jornais como um ex-
domador de leões do circo e fazedor de truques em um parque de diversões, que agora se
proclamava o representante do Diabo na Terra, e primeiro eu gostaria de determinar por mim
mesmo se ele era um verdadeiro Satanista, um charlatão, ou um humorista. Eu já tinha conhecido
pessoas no âmbito dos negócios ocultos; na verdade, Jeane Dixon era minha senhoria e tive a
oportunidade de escrever sobre ela antes de Ruth Montgomery. Todavia, eu considerava todos os
ocultistas como falsos, hipócritas ou charlatões, e nunca gastaria cinco minutos escrevendo sobre
suas diversas formas de hocus-pocus. Todos os ocultistas que havia conhecido ou ouvido falar
eram da magia branca: supostos videntes, profetas, e bruxas envolvendo seus poderes místicos em
torno da comunicação com Deus e espiritual. LaVey, parecendo rir deles, se não cuspindo neles
com desprezo, emergiu das entrelinhas das matérias dos jornais como um mago negro que baseava
seu trabalho no lado negro da natureza e no lado carnal da humanidade. Não parecia haver nada de
espiritual em sua “igreja”. Quando ouvi LaVey falando pela primeira vez, percebi que não havia
nada que o ligasse aos negócios ocultos. Ele nem mesmo poderia ser descrito como um metafísico.
O discurso brutal e franco que proferia era pragmático, relativista, e acima de tudo, racional. Era
algo não ortodoxo, para falar a verdade: uma quebra ao culto religioso estabelecido, da repressão
da natureza carnal da humanidade, da falsa pretensão de Piedade no curso de uma existência
baseada em objetivos materiais. Tinha também uma veia sardônica sobre a loucura da humanidade.
Porém o mais importante de tudo, seu discurso era totalmente lógico. Não era a magia charlatã que
LaVey oferecia ao seu público. Era a filosofia do senso comum baseada nas realidades da vida.
Depois que fiquei convencido da sinceridade de LaVey, tinha de convencê-lo de que eu
também pretendia fazer uma matéria sincera em vez de fazer peso ao acúmulo de artigos falsos que
tratavam a Igreja de Satã como um novo tipo de show de horrores. Eu me aprofundei no
Satanismo, discuti sua história e raciocínio com LaVey e participei de alguns rituais noturnos na
famosa mansão vitoriana que já foi usada como sede da Igreja de Satã. Ao fim de tudo isso resultou
um artigo sério, apenas para descobrir que não era o que os editores de revistas “respeitáveis”
queriam. Eles estavam interessados apenas no tipo de artigo sensacionalista. Finalmente, foi uma
revista chamada “feminina”, Knight de setembro de 1968, que publicou o primeiro artigo definitivo
sobre LaVey, a Igreja de Satã, e a síntese de LaVey das antigas lendas do Diabo e da tradição da
magia negra na filosofia moderna e prática do satanismo que todos os seguidores e postulantes
usam agora como modelo, guia e até mesmo como sua Bíblia. Meu artigo para a revista foi o
início, e não o fim, de uma longa e íntima associação. Depois disso veio minha biografia de LaVey,
O Vingador do Diabo, publicada pela Pyramid em 1974. Após a publicação do livro, tornei-me
membro de carteirinha e, posteriormente, sacerdote da Igreja de Satanás, título que hoje divido com
muitas pessoas famosas. As discussões filosóficas pós-meia-noite que comecei com LaVey em
1967 continuam hoje, uma década depois, complementadas às vezes hoje em dia por uma bruxa
travessa ou alguma de nossa própria banda, ele no teclado e eu na bateria, em um cabaré bizarro
povoado por humanoides super-realistas da criação de LaVey. Todo o histórico de LaVey parecia
prepará-lo para esse papel. Ele é descendente de avós georgianos, romenos e alsacianos, incluindo
uma avó cigana que lhe transmitiu as lendas de vampiros e bruxas de sua Transilvânia natal. Logo
aos cinco anos LaVey estava mergulhado em revistas de Weird-Tales, e em livros como
Frankenstein, de Mary Shelley, e Drácula, de Bram Stoker. Ele sentia-se diferente das outras
crianças, e ainda assim se tornou um líder, glorificando-se na organização de ordens paramilitares.
Em 1942, quando tinha doze anos, a fascinação de LaVey por soldadinhos de brinquedo
ramificou-se para o interesse sobre a guerra mundial. Ele mergulhou em catálogos militares e
descobriu que arsenais do equipamento do Exército e da Marinha podiam ser comprados como
doces no supermercado e usados para conquistar as massas. Formou-se em sua cabeça a ideia de
que, ao contrário do que dizia a Bíblia, a Terra não seria herdada pelos mansos, mas pelos fortes e
poderosos. Após adentrar ao Ensino Médio, LaVey se tornou uma espécie de criança prodígio
excêntrica. Ele fazia a maior parte de seu estudo fora da escola, mergulhando na música,
metafísica e nos segredos ocultos. Aos dezesseis anos ele se tornou o segundo oboísta da
Orquestra Sinfônica do Ballet de São Francisco. Entediado com as aulas, ele abandonou os estudos
no primeiro ano, saiu de casa e se juntou ao Circo Clyde Beatty como menino de jaula, dando água
e alimentando leões e tigres. O adestrador Beatty notou que LaVey ficava confortável trabalhando
com os gatinhos e fez dele seu ajudante treinador.
Possuído desde a infância por uma paixão pelas artes, pela cultura, LaVey não estava contente
meramente com a emoção de treinar feras selvagens e lidar com elas no ringue como substituto de
Beatty. Com dez anos ele aprendeu a tocar piano de ouvido. Isso foi útil quando o tocador de
calíope do circo ficou bêbado antes de uma apresentação e não conseguiu continuar; LaVey se
ofereceu para substituí-lo, confiante de que poderia lidar com o teclado do órgão desconhecido
bem o suficiente para fornecer a música de fundo necessária. Ele se saiu melhor e sabia mais de
música do que o tecladista oficial, então Beatty ressarciu o bêbado e instalou LaVey no
instrumento. Doravante ele passou a acompanhar o “Canhão Humano,” Hugo Zachinni, e os atos
de corda bamba dos Wallendas, entre outros. Com dezoito anos LaVey largou o circo e se juntou a
um parque de diversões. Lá se tornou assistente de um mágico, aprendeu hipnose e estudou mais
sobre o ocultismo. Era uma combinação curiosa. Por um lado, ele trabalhava numa atmosfera de
vida no seu nível mais cru – da música mundana; o cheiro de animais selvagens e serragem; atos
em que um segundo de desatenção significaria um acidente ou a morte; apresentações que exigiam
juventude e força e despojavam os mais velhos como as roupas do ano passado; um mundo de
excitação física que tinha atrações mágicas. Por outro lado, ele estava operando a magia do lado
mais obscuro da mente humana. Talvez a estranha combinação influenciou a maneira com que ele
começou a enxergar a humanidade enquanto tocava teclado para suas apresentações no parque de
diversões.
“No sábado à noite,” LaVey recordava numa de nossas longas caminhadas, “eu via homens
desejando as garotas seminuas que dançavam no parque, e no domingo pela manhã quando eu
estava tocando o órgão para a barraca de apresentações dos evangélicos do outro lado do parque,
eu via estes mesmos homens se sentarem nos bancos com suas esposas e filhos, pedindo a Deus
que os perdoassem e os purgassem de seus desejos carnais. E na próxima noite de sábado eles
estariam de volta no parque ou em qualquer outro lugar de indulgência. Soube então que a Igreja
Cristã prospera em hipocrisia, e aquela natureza carnal do homem prevalecerá, não importa o
quanto seja purgada ou punida por qualquer religião da luz branca.” Embora LaVey ainda não
percebesse, ele estava no caminho de formular uma religião que serviria de antítese ao
Cristianismo e à sua origem Judaica. Era uma religião antiga, mais antiga do que o Cristianismo ou
o Judaísmo. Porém nunca havia sido formalizada, organizada num corpo de pensamento e ritual.
Esse seria o papel de LaVey na civilização do século 20. Depois de LaVey se tornar um homem
casado em 1951, com vinte-e-um anos, ele abandonou o maravilhoso mundo do parque de
diversões para seguir uma carreira que melhor se adequava à vida doméstica. Matriculou -se como
especialista em criminologia no City College de São Francisco. Isso o levou a seu primeiro
trabalho formal – fotógrafo perito do Departamento de Polícia de São Francisco. No fim das
contas, esse trabalho teve tanta influência quanto os outros em levá-lo ao Satanismo como um meio
de vida. “Vi o lado mais sangrento e sombrio da natureza humana,” LaVey recorda numa sessão de
sua vida pregressa. “As pessoas As pessoas eram baleadas por nada, esfaqueadas por seus amigos,
crianças espalhadas nas sarjetas atropeladas por motoristas bêbados. Era nojento e deprimente. Eu
então me perguntei: ‘Onde está Deus?’ Passei a odiar a atitude hipócrita das pessoas em relação à
violência, sempre falando que era a vontade de Deus.”
Então ele saiu enojado depois de três anos como fotógrafo perito e voltou a tocar teclado, dessa
vez em boates e teatros, para ganhar a vida enquanto continuava seus estudos na fascinação de sua
vida: as artes negras. Uma vez por semana dava aulas sobre assuntos arcanos: assombrações,
P.E.S., sonhos, vampiros, licantropos, adivinhação, magia ceremonial, etc. Elas atraíam muitos
daqueles que eram, ou que desde então se tornaram, bem versados nas artes, nas ciências e no
mundo dos negócios. Ocasionalmente, um “Círculo Mágico” evoluiu a partir desse grupo.
O maior propósito desse Círculo era se reunirem para a prática dos rituais mágicos que LaVey
tinha descoberto ou inventado. Ele tinha acumulado uma coletânea de trabalhos que descreviam a
Missa Negra e outras cerimônias pagãs ministradas por grupos como os Cavaleiros Templários do
século 14 na França, a Seita do Fogo do Inferno e a Aurora Dourada na Inglaterra dos séculos 18 e
19 respectivamente. A intenção original dessas ordens negras era blasfemar e zombar da igreja
Cristã, e dirigir-se ao Diabo como uma divindade antropomórfica que representava o inverso de
Deus. Na visão de LaVey, o Diabo era muito mais do que isso. Satã representava uma força
obscura e oculta na natureza, responsável pelo funcionamento dos assuntos terrenos, para os quais
a ciência e a religião não tinham nenhuma explicação. O Satã de LaVey é “o espírito do progresso,
o inspirador de todos os grandes movimentos que contribuem para o desenvolvimento da
civilização e o avanço da humanidade. Ele é o espírito de revolta que leva à liberdade, a
personificação de todas as heresias que libertam.”
Na última noite de abril de 1966 – Walpurgisnacht, o festival mais importante no culto da
magia e bruxaria – LaVey raspou ritualisticamente a cabeça conforme a tradição dos antigos
feitores e anunciou a criação da Igreja de Satã. Para a apropriada identificação de seu fundador, ele
usou o colarinho clerical. Com esse colarinho ele quase parecia um santo. Porém a cabeça raspada
como Gengis Khan, sua barba de Mefistófoles, e seus olhos repuxados conferiam-lhe a aparência
demoníaca necessária para seu sacerdócio na Igreja do Diabo na Terra. “Por um lado,” LaVey
explica, “chamá-la de igreja me permitiu seguir a fórmula mágica de nove parcelas de ultraje
contra uma de respeitabilidade social necessária para o êxito. Porém o objetivo principal era reunir
um grupo de pessoas com ideias semelhantes para usar suas energias combinadas na invocação da
força sombria da natureza que é chamada Satanás.”
Como LaVey perfeitamente percebeu, todas as demais igrejas eram baseadas na veneração do
espírito e na negação da carne e da inteligência. Ele via a necessidade de uma igreja que retomasse
o corpo e os desejos carnais do homem como objetos de celebração. O interesse racional seria
encorajado e um ego saudável seria defendido. Ele começou a perceber que o velho conceito de
uma Missa Negra para satirizar os serviços cristãos estava ultrapassado, ou, como ele bem colocou,
seria como “sacrificar um cavalo morto”. Na Igreja de Satã, LaVey iniciou psicodramas
inteligentes em vez dos serviços autodegradantes do Cristianismo, exorcizando assim as repressões
e inibições promovidas pelas religiões da luz branca. Havia uma revolução na Igreja Cristã contra
ritos e tradições ortodoxas. Tinha se tornado comum declarar “Deus está morto”. Por isso, os
rituais alternativos que LaVey operava, enquanto ainda mantinham as artimanhas da antiga Missa
Negra, eram modificados de uma zombaria negativa para formas positivas de cerimônia e
expurgos: casamentos satânicos consagrando o prazer da carne, funerais desprovidos dos chavões
hipócritas, rituais de luxúria para ajudar os indivíduos a atingirem seus desejos sexuais, rituais de
destruição para permitir aos membros da Igreja de Satã triunfarem sobre seus inimigos.
Em ocasiões especiais como batismos, casamentos e funerais em nome do Diabo, a cobertura
da imprensa, embora não solicitada, era fenomenal. Em 1967, os jornais que enviavam repórteres
para escrever sobre a Igreja de Satã estendiam-se de São Francisco percorrendo o Pacífico até
Tóquio e pelo Atlântico até Paris. A foto de uma mulher pelada, semi-coberta por uma pele de
leopardo, servindo como altar a Satã numa cerimônia de casamento concebida por LaVey, foi
transmitida pelas principais agências de notícias a jornais diários de todos os lugares: e aparecia nas
capas desses baluartes da mídia como a Times de Los Angeles. Como resultado dessa publicidade
as seitas afiliadas à Igreja de Satã espalharam-se por todo o mundo, provando uma das mensagens
fundamentais de LaVey: o Diabo está vivo e é muito popular entre um grande número de pessoas.
É claro que LaVey dizia para qualquer um que quisesse ouvir que para ele e seus seguidores o
Diabo não era o sujeito estereotipado vestido com traje vermelho, chifres, cauda e tridente, porém
as forças da natureza que as pessoas estão apenas começando a compreender. Como LaVey
combinou essa explicação com sua própria aparência, às vezes com manto preto e chifres? Ele
respondeu: “As pessoas precisam de rituais com símbolos como aqueles que você encontra em
jogos de beisebol, serviços religiosos ou guerras, como veículos para expressar emoções que
não conseguem liberar ou mesmo assimilar por conta própria.” Mesmo assim, até mesmo
LaVey rapidamente se cansou dessas brincadeiras.
Houve contratempos. Primeiro, alguns vizinhos de LaVey começaram a reclamar do leão adulto
que ele mantinha como animal de estimação e, por fim, o grande felino foi doado ao zoológico
local. Em seguida, uma das bruxas mais devotadas de LaVey, Jayne Mansfield, morreu sob uma
maldição que ele colocou na cabeça de seu pretendente, o advogado Sam Brody, por uma variedade
de razões que expliquei em O Vingador do Diabo; LaVey a alertou persistentemente para se afastar
de Brody e se sentiu deprimida com sua morte. Foi a segunda morte trágica nos anos 60 de um
símbolo sexual de Hollywood com quem esteve intimamente envolvido; a outra foi Marilyn
Monroe, amante de LaVey por um breve mas crucial período em 1948, quando ele abandonou o
parque de diversões e tocava teclado para dançarinas na região de Los Angeles. Além de tudo isso,
LaVey estava cansado de organizar entretenimentos e expurgos para os membros de sua igreja. Ele
havia entrado em contato com os últimos remanescentes vivos das fraternidades ocultas da Europa
antes da guerra, estava ocupado adquirindo suas filosofias e rituais secretos remanescentes da era
pré-Hitler e precisava de tempo para estudar, escrever e elaborar novos princípios. Há muito que
ele experimentava e aplicava os princípios dos conceitos espaciais geométricos no que chama de
“A Lei do Trapézio”. (Ele zomba dos atuais modistas que estão “latindo para as pirâmides
erradas”.) Ele também estava se tornando amplamente procurado como palestrante, convidado em
programas de rádio e televisão e produção e/ou consultor técnico para dezenas de produtores de
televisão e cineastas que produziam filmes satânicos. Às vezes ele também era ator. Como aponta o
sociólogo Clinton R. Sanders: “...nenhum ocultista teve um impacto tão direto nas apresentações
cinematográficas estereotipadas do satanismo como Anton Szandor LaVey. O simbolismo ritual e
esotérico são elementos centrais na igreja de LaVey e os filmes em que ele participou contêm
retratos detalhados de ritos satânicos e estão repletos de símbolos ocultistas tradicionais. A ênfase
no ritual na Igreja de Satã “pretende concentrar os poderes emocionais dentro de cada indivíduo”.
Da mesma forma, o ritualismo ornamentado que é central nos filmes de LaVey pode razoavelmente
ser visto como um mecanismo para envolver e focar a experiência emocional do público do
cinema.” Por fim, LaVey decidiu transferir rituais e outras atividades organizadas para as seitas da
Igreja de Satã em todo o mundo, e dedicar-se a escrever, dar palestras, ensinar - e à sua família: a
esposa Diane, a bela loira que serve como Alta Sacerdotisa da Igreja; a filha de cabelos negros,
Karla, agora com vinte e poucos anos, formada em criminologia como seu pai, passando grande
parte do tempo dando palestras sobre Satanismo em universidades em muitas partes do país; e
finalmente Zeena, lembrada por pessoas que viram a famosa foto do batismo da Igreja Satânica
como uma criança pequena, mas agora uma adolescente maravilhosamente desenvolvida atraindo
uma matilha crescente de lobos, uma variedade de machos humanos. Do período relativamente
calmo de LaVey surgiram seus livros pioneiros e amplamente lidos: Primeiro, Bíblia Satânica, que
no momento em que estou escrevendo está em sua décima segunda edição (e esta é minha segunda
introdução revisada, depois de ter escrito a introdução original da primeira edição). Em segundo
lugar, Os Rituais Satânicos, que cobre mais do material sombrio e complexo que LaVey
desenterrou de suas fontes crescentes. E terceiro, A Bruxa Satânica, um best-seller na Itália, mas,
infelizmente, a sua editora americana não permitiu que fosse publicado com todo seu potencial. A
migração de LaVey das atividades organizadas da Igreja para a escrita de livros para distribuição
mundial aumentou grandemente o número de membros da Igreja de Satã. A popularidade crescente
do Satanismo tem sido naturalmente acompanhada por histórias assustadoras de grupos religiosos
que se queixam de que a Bíblia Satânica vende agora mais do que a Bíblia Sagrada nos campus
universitários e é um dos principais fatores causadores do afastamento dos jovens de Deus. E
certamente suspeitamos de que o Papa Paulo tinha LaVey em mente quando emitiu a sua
proclamação mundial, há dois anos, de que o Diabo está “vivo” e é “uma pessoa”, um personagem
vivo que cospe fogo e espalha o mal sobre a terra. LaVey, sustentando que o mal está vivo e que
deveria ser tolerado e apreciado, responde ao Papa e aos grupos religiosos assustados desta forma:
“Pessoas, organizações e nações estão ganhando milhões de dólares conosco. O que eles fariam
sem nós? Sem a Igreja de Satã eles não teriam ninguém com quem se enfurecer e por levar a culpa
de todas as coisas podres que estão acontecendo no mundo. Se eles realmente se sentem assim,
não deveriam ter nos dado tamanha repercussão. O que você realmente precisa saber é que eles
é que são os charlatões e estão muito contentes em nos ter por perto para que possam nos
explorar. Somos uma mercadoria extremamente valiosa. Ajudamos os negócios, levantamos a
economia e alguns dos milhões de dólares que geramos, por sua vez, manaram para a Igreja
Cristã. Já provamos muitas vezes na Nona Declaração Satânica que diz que a Igreja – e
inúmeros indivíduos – não podem existir sem o Diabo.”
Por isso a Igreja Cristã pagará um preço. Os eventos que LaVey previu na primeira edição da
Bíblia Satânica aconteceram. Pessoas reprimidas romperam suas amarras. O sexo explodiu, a libido
coletiva foi liberada, no cinema e na literatura, nas ruas e dentro de casa. As mulheres estão
dançando completamente peladas. As freiras abandonaram seus hábitos tradicionais, expuseram as
pernas e dançaram a “Missa Solemnis Rock” que LaVey pensou estar inventando como uma
brincadeira. Há uma busca universal incessante por entretenimento, comidas gourmet e vinhos,
aventura, e o desfrutar do aqui e agora. O homem não se inclina mais a esperar por qualquer vida
após a morte que lhe prometa a recompensa para seu espírito puro e limpo – traduzindo: espírito
ascético e entediado. Há uma tendência de neo-paganismo e hedonismo, e disso têm emergido uma
grande variedade de pessoas brilhantes – médicos, advogados, engenheiros, professores, escritores,
atores, corretores de ações, editores, construtores imobiliários, atores e atrizes, pessoas da mídia de
comunicação de massa (para citar apenas algumas categorias de Satanistas) – que estão interessadas
em formalizar e perpetuar esta religião e estilo de vida que a tudo permeia.
Não é uma religião fácil de ser adotada numa sociedade regulada tanto tempo por éticas
puritanas. Não existe o falso altruísmo ou o conceito obrigatório de amor ao próximo nessa religião.
O Satanismo é uma filosofia descaradamente egoísta e brutal. Baseia-se na crença de que o homem
é uma criatura inerentemente egoísta e violenta, que a vida é uma luta Darwiniana pela
sobrevivência dos mais aptos, que a Terra será governada por aqueles que lutarem para vencer a
competição incessante que existe em todas as selvas – incluindo aquelas das sociedades urbanas.
Abomine essa perspectiva brutal se preferir; baseie-se, como tem sido durante séculos, nas
condições reais que existem no mundo em que habitamos, e não nas terras fantásticas de leite e mel
descritas na Bíblia Cristã.
Nessa Bíblia Satânica, Anton LaVey explica a filosofia do Satanismo melhor do que qualquer
um de seus antecessores do Reino das Trevas, e descreve os vários rituais e sortilégios que foram
concebidos para criar uma Igreja para os realistas. Está claro, desde a primeira edição, que há
muitas pessoas interessadas em conhecer como se iniciar aos cultos Satânicos e aprender rituais de
magia negra. A Bíblia Satânica e Os Rituais Satânicos são os únicos livros que demonstraram, de
uma forma autêntica e fiel às tradições relevantes, como tudo isso pode ser feito. Houve muitos
imitadores, nunca atribuindo sua fonte, e com boas razões: porque uma vez que a mesquinhez e a
superficialidade dos imitadores tivessem sido comparadas ao trabalho pioneiro de LaVey, não
poderia mais haver mercado para esses artistas farsantes.
As evidências são claras para qualquer um que esteja disposto a ver seu trabalho: Anton
LaVey conseguiu tirar Satanás do armário e a Igreja de Satã é a fonte de todo Satanismo
contemporâneo. Este livro resume tanto quanto comunica a mensagem, e permanece ao mesmo
tempo um desafio e uma inspiração, tão atual hoje como quando foi escrito.
SÃO FRANCISCO
25 de Dezembro de 1976 (XI Anno Satanas)
INTRODUÇÃO por Peter H. Gilmore

Esta introdução foi usada a partir de 2005

ABRINDO OS PORTÕES ADAMANTINOS


Uma Introdução à Bíblia Satânica
Pelo Mago Peter H. Gilmore

Este livro tem o potencial de mudar sua vida – mudou a minha. É um trabalho diabólico, escrito
com elegância, humanidade e poder, servindo magicamente como um espelho. Se você olhar para
essas páginas e se reconhecer nelas; se você sentir que seus princípios são os mesmos que você vive
há muito tempo; se você sentir a evocação de uma sensação avassaladora de retorno ao lar, então
terá descoberto que faz parte de uma “metatribo” dispersa e que o nome apropriado para o que você
é é “Satanista.”
Encontrei Anton Szandor LaVey pela primeira vez através da Bíblia Satânica, quando tinha
treze anos e era um ateu declarado. Não sendo parcial em relação à literatura que promove a fé de
qualquer tipo, fiquei agradavelmente surpreso ao ver que isso não era um discurso retórico de
alguém que alegava ter contato direto com Satã. Ao contrário, encontrei uma filosofia do senso
comum, racional e materialista, juntamente com técnicas rituais teatrais entendidas como
psicodrama autotransformador. Aqui havia uma ferramenta que se ajustava perfeitamente à minha
natureza como um meio de tirar o máximo proveito da vida. Eu sabia que o termo “ateu” já não era
suficiente como designação para mim. Este livro me levou a conhecer e ser amigo de LaVey,
trabalhando junto com ele para administrar a Igreja que ele criou, e finalmente para sucedê-lo como
Segundo Sumo Sacerdote da Igreja de Satã.
Um dos numerosos talentos de Anton LaVey é que suas palavras escritas são vívidas, repletas
de sua personalidade distinta. Suas frases bem elaboradas dão a sensação de encontrar o próprio
homem, e tal impressão não é uma ilusão. Quando eu e minha esposa, Peggy Nadramia,
conhecemos “O Doutor” (um apelido afetuoso usado por pessoas próximas a ele), concordamos que
aquele era exatamente o homem que esperávamos encontrar ao ler seus livros. Diferente dos
fundadores de outras religiões que alegavam “inspiração” transmitida por alguma entidade
sobrenatural, LaVey admitiu prontamente que usou suas próprias faculdades para sintetizar o
Satanismo. Ele baseou-se tanto na sua compreensão do animal humano adquirida a partir da
experiência de vida como na sabedoria que adquiriu de outros defensores do materialismo, do
pragmatismo e do egoísmo. A sua blasfema chamada “Igreja de Satã” foi conscientemente
concebida para ser uma adversária aos sistemas de crenças “espirituais” existentes. Foi a primeira
organização a promulgar a filosofia religiosa defendendo Satã como o símbolo da liberdade e do
individualismo. Relativamente ao seu papel como fundador, ele disse que “se ele próprio não o
fizesse, outra pessoa, talvez menos qualificada, o faria”. A sua perspicácia levou-o assim a dar um
nome próprio a um tipo humano que sempre fez parte da nossa espécie.
LaVey nasceu em Chicago em 1930, e seus pais logo se mudaram para a Califórnia, aquela
faixa ocidental onde ocorrem as manifestações mais brilhantes e sombrias desse “Sonho
Americano.” Era um terreno fértil para a criança sensível que eventualmente cresceria para se
tornar o que a imprensa apelidou de “Papa Negro.” Com sua avó do Leste Europeu o jovem
LaVey aprendeu sobre as superstições que ainda existem naquela parte do mundo. Esses contos
aguçaram seu apetite pelo desconhecido, levando-o a mergulhar na literatura clássica sombria,
livros como Drácula e Frankenstein. Ele também se tornou um ávido leitor das revistas pulp que
publicaram pela primeira vez os contos que hoje são considerados clássicos do gênero de terror e
ficção científica. Mais tarde ele viria a fazer amizade com os autores embrionários das Weird
Tales, Clark Ashton Smith, Robert Barbour Johnson, e George Has. Sua fantasia foi capturada por
personagens fictícios das obras de Jack London e Somerset Maugham, personagens de histórias em
quadrinhos como Ming, o Impiedoso, bem como por figuras históricas de um elenco diabólico
como Cagliostro, Rasputin e Basil Zaharoff. Mais interessantes para ele do que a literatura ocultista
disponível, que ele descartou como sendo pouco mais do que magia branca hipócrita, eram os
livros aplicados a conhecimentos obscuros, como as Lições Práticas de Hipnotismo, do Dr.
William Wesley Cook, Navios de Batalha, de Fred T. Jane, e manuais para análise cursiva da
escrita.
Suas habilidades musicais foram notadas desde cedo, e seus pais lhe deram liberdade para
experimentar vários instrumentos. LaVey foi atraído principalmente pelos teclados por causa de
sua versatilidade. Ele arrumou tempo para praticar e podia facilmente reproduzir as músicas de
ouvido sem o recurso de livros ou partituras musicais. Esse talento viria a ser uma de suas
principais fontes de renda por muitos anos, principalmente tocando calíope em seu tempo do
circo e, posteriormente, em suas diversas passagens como tecladista em bares, lounges e boates.
Esses locais deram-lhe a oportunidade de estudar como várias linhas melódicas e progressões de
acordes influenciavam as emoções de seu público, desde os espectadores do circo aos shows de
horrores até os indivíduos que buscavam consolo para as decepções de suas vidas em bebidas
destiladas e boates cheias de fumaça para as quais a música de LaVey fornecia uma trilha sonora
melancólica.
Seus interesses esquisitos rotulavam-no como um estranho, e ele não aliviou isso sentindo
qualquer compulsão por ser como “um daqueles meninos”. Ele desprezava as aulas de educação
física e os esportes coletivos e muitas vezes faltava às aulas para seguir seus próprios interesses.
Indo muito além dos textos escolares padrão, ele absorvia volumes que analisavam o
comportamento humano em todos os níveis, desde os impulsos do indivíduo até a dinâmica do
rebanho. Ele assistia a filmes que mais tarde seriam classificados como film noir, bem como ao
cinema expressionista alemão como M, The Cabinet of Dr. Caligari, e os filmes do Dr. Mabuse.
Seu gosto por roupas fora do comum também serviu para ampliar sua alienação do rebanho.
Ele abandonou o Ensino Médio para conviver com arruaceiros e gravitou trabalhando no circo e
nas feiras livres, primeiro como vagabundo e garoto de jaula e depois como músico. Sua
curiosidade sempre ativa foi recompensada quando ele “aprendeu o básico” com os feirantes. Ele
trabalhou com os grandes felinos - ele tinha afinidade com esses predadores poderosos - e mais
tarde ajudou nas maquinações dos shows de horrores. Ele se tornou versado nas muitas artes usadas
para separar os caipiras de seu dinheiro, bem como na psicologia que leva as pessoas a tais
atividades. Sob o nome de “O Grande Szandor”, ele tocava calíope e teclado nos shows obscenos
nas noites de sábado, bem como para os pragmáticos das tendas nas manhãs de domingo, vendo
muitos dos mesmos homens participando a ambos e percebendo essa contradição reveladora. Todas
essas atividades forneceram uma base sólida para a formação de uma visão de mundo cínica.
Quando o tempo do parque de diversões acabou, LaVey juntava dinheiro tocando teclado na
zona das casas burlescas de Los Angeles, e ele relata que foi durante esse período que conheceu e
teve um breve caso com a então desconhecida Marilyn Monroe, após acompanhá-la para uma
sessão de striptease no Teatro Mayan Burlesque. De volta a São Francisco, LaVey trabalhou por
um tempo como fotógrafo para o departamento de polícia, e, durante a Guerra da Coreia,
matriculou-se no City College de São Francisco como estudante de criminologia para evitar o
recrutamento. Tanto seus estudos quanto sua ocupação revelaram insights sombrios sobre a
natureza humana e confirmaram sua rejeição às doutrinas espirituais. Nessa época ele conheceu e se
casou com Carole Lansing, que lhe deu sua primeira filha, Karla Maritza, em 1952. Alguns anos
antes, LaVey havia examinado os escritos de Aleister Crowley, então em 1951 ele decidiu conhecer
alguns Telemitas de Berkeley. Ele não ficou impressionado, pois eles eram mais místicos e menos
“perversos” do que ele supunha que deveriam ser como discípulos do credo libertino de Crowley.
Durante a década de 1950, LaVey complementou sua renda como investigador de supostos
fenômenos sobrenaturais, atendendo “chamados absurdos” que lhe eram encaminhados por amigos
do departamento de polícia. Estas experiências provaram-lhe que muitas pessoas estavam inclinadas
a procurar uma explicação bizarra e “sobrenatural” para fenômenos que tinham causas prosaicas.
As suas explicações racionais muitas vezes desapontavam os queixosos, por isso LaVey inventou
fontes exóticas para os fazer sentir melhor, dando-lhe um entendimento sobre como a crença
funciona na vida das pessoas. Em 1956 ele comprou uma casa vitoriana na Rua Califórnia, distrito
de Richmond, em São Francisco. Tinha a reputação de ser um bar clandestino e era disfarçada com
passagens secretas, possivelmente para ajudar em atividades carnais escondidas. Ele pintou-a de
preto, criando assim uma intrusão assombrada numa quadra de casas típicas, combinando com sua
presença única. Era natural que mais tarde se tornasse o lar da Igreja de Satã. Após sua morte, a
casa permaneceu vaga, uma taciturna “casa evitada”, até ser demolida em 17 de outubro de 2001
pela imobiliária. LaVey conheceu e ficou fascinado por Diane Hegarty em 1959; deixou Carole em
1960. Diane e Lavey nunca se casaram, mas ela lhe deu sua segunda filha, Zeena Galatea, em 1964,
e foram companheiros por muitos anos. Diane e Lavey depois se separaram; ela o processou
pedindo pensão por união estável e isso foi resolvido fora dos tribunais.
Através de seu serviço de “Caça Fantasmas” e dos frequentes shows públicos como tecladista,
incluindo tocar o Wurlitzer no salão de coquetéis Lost Weekend, LaVey se tornou uma
celebridade local e suas festas de fim de ano atraíram muitas celebridades de São Francisco. Os
convidados incluíam Carin de Plessin, chamada de “A Baronesa”, pois ela provinha do palácio
real da Dinamarca, o antropologista Michael Harner, Chester A. Arthur III (neto do Presidente),
Forrest J. Ackerman (mais tarde seria o editor de Famous Monsters of Filmland e especialista em
ficção científica), o escritor Fritz Leiber, o excêntrico Dr. Cecil E. Nixon (criador do robô musical
Isis), e o cineaste Kenneth Anger. Desse grupo LaVey separou o que chamou de um “Círculo
Mágico” de associados que compartilhavam seu interesse pelo bizarro, o lado oculto que move o
mundo. À medida que sua experiência crescia, LaVey começou a fazer leituras nas noites de
sexta-feira resumindo os frutos de sua pesquisa. Em 1965, LaVey apareceu no “The Brother Buzz
Show”, um programa humorístico infantil apresentado por marionetes. O foco estava no estilo de
vida da “Família Addams” de LaVey – ganhando a vida como hipnotizador, investigador do
paranormal e tecladista, bem como em seu animal de estimação incomum, Togare, um leão núbio.
No processo de criação de suas leituras, LaVey percebeu muitos fios comuns, que ele então
começou a tecer em uma tenebrosa tapeçaria conceitual. Quando um membro do seu Círculo
Mágico sugeriu que ele tinha a base para uma nova religião, LaVey concordou e decidiu fundar a
Igreja de Satã como o melhor meio para comunicar as suas ideias. E assim, em 1966, na noite de
Santa Valburga – o Sabbath tradicional das Bruxas – LaVey declarou a fundação da Igreja de Satã
e renumerou 1966 como o Ano Um, Anno Satanas – o primeiro ano da Era de Satanás.
A atenção da imprensa logo se seguiu, principalmente com o casamento do jornalista radical
John Raymond com a socialite nova-iorquina Judith Case, em 1º de fevereiro de 1967. O famoso
fotógrafo Joe Rosenthal foi enviado pelo San Francisco Chronicle para tirar uma foto que foi
parar nas páginas da Times de Los Angeles e outros jornais proeminentes. LaVey iniciou a
disseminação em massa de sua filosofia através do lançamento de um álbum, A Missa Satânica
(Murgenstrumm, 1968). O álbum apresentava um gráfico de capa nomeado por LaVey como o
“Sigilo de Baphomet”: a cabeça de bode em um pentagrama, circulada com a palavra hebraica
“Leviatã”, que desde então se tornou o símbolo onipresente do Satanismo. Gravado no álbum
estava parte do rito de batismo escrito para Zeena, de três anos de idade (realizado em 23 de maio
de 1967). Além da gravação real de um ritual satânico, o lado B do LP trazia LaVey lendo trechos
da ainda não publicada Bíblia Satânica em cima da música de Beethoven, Wagner e Sousa. Suas
leituras de sexta-feira continuaram e ele instituiu uma série de “Oficinas das Bruxas” para instruir
as mulheres na arte de realizar sua vontade por meio do glamour, das artimanhas femininas e da
hábil descoberta e exploração dos fetiches masculinos.
No final de 1969, LaVey pegou manuscritos que escreveu para explicar a filosofia e as práticas
rituais da Igreja de Satã e as expandiu. Suas influências incluíram filósofos como Ayn Rand,
Nietzsche e Mencken, a sabedoria básica da bruxaria, as observações de P.T. Barnum e,
finalmente, as representações do Arquidemônio encontradas em Twain, Milton, Byron e outros
românticos. Ele prefaciou esses ensaios e ritos com trechos reformulados de Might is Right, de
Ragnar Redbeard, e concluiu-os com versões “satanizadas” das Chaves Enoquianas de John Dee
para criar a Bíblia Satânica. Nunca saiu de catálogo e continua sendo a principal fonte do
movimento satânico contemporâneo. A filosofia nele apresentada é um todo integrado, não uma
miscelânea onde se pode escolher apenas uma parte. Destina-se apenas a um grupo seleto de
pessoas epicuristas, pragmáticas, mundanas, ateístas, fortemente individualistas, materialistas,
racionais e sombriamente poéticas. Pode haver companheiros de viagem – ateus, misantropos,
humanistas, livres-pensadores – que vejam apenas um reflexo parcial de si mesmos nesta pedra-
angular. O Satanismo pode, portanto, atrair esses tipos de algumas maneiras, mas em última análise
não é para eles. Se fosse apenas uma filosofia, tais individualistas poderiam ser bem-vindos; é
mais. O Satanismo entra no reino da religião por ter um componente estético, um sistema de
simbolismo, metáfora e ritual no qual Satanás é abraçado não como um demônio a ser adorado,
mas como uma projeção externa simbólica do potencial mais elevado de cada Satanista. A
identificação que os Satanistas têm com Satanás é uma barreira intencional contra aqueles que não
conseguem ressoar com este arquétipo sinistro. A Bíblia Satânica foi seguida em 1971 por A Bruxa
Satânica, um manual que ensina a “Baixa Magia” – as formas e meios de ler e manipular as
pessoas e suas ações para a realização dos objetivos desejados. Os Rituais Satânicos (1972) foi
impresso como um volume complementar à Bíblia Satânica e contém rituais de “Alta Magia”
extraídos de uma tradição Satânica identificada por LaVey em várias culturas mundiais. Mais duas
coleções de ensaios, que variam do humorístico e perspicaz ao alegremente sórdido, O Caderno
do Diabo (1992) e O Diabo Fala (1998), completam seu cânone escrito.
Desde sua fundação, a Igreja de Satã de LaVey atraiu uma diversa gama de pessoas que
compartilhavam uma alienação das religiões convencionais, incluindo celebridades como Jayne
Mansfield e Sammy Davis Jr., e também estrelas do rock como King Diamond, Marilyn Manson, e
Marc Almond, todos se tornando, pelo menos por algum tempo, membros de carteirinha. Tinha
entre seus associados Robert Fuest, diretor dos filmes do “Dr. Phibes” com Vincent Price e A
Chuva do Diabo; Jacques Vallee, ufólogo e cientista da computação, que foi usado como arquétipo
para o personagem Lacombe, interpretado por Francois Truffaut em Contatos Imediatos do
Terceiro Grau, de Spielberg; e Aime Michel, conhecido como espeleólogo e editor de O Despertar
dos Mágicos.
A influência de LaVey se espalhou por meio de artigos na mídia de todo mundo, em revistas
populares tais como Look, McCalls, Argosy, Newsweek, Times, depois Seconds, The Nose, e
Rolling Stone, várias revistas masculinas e por meio de talk shows como os de Joe Pyne, Phil
Donahue, e Johnny Carson. Essa publicidade deixou uma marca em romances como O Bebê de
Rosemary (concluído por Ira Levin nos primeiros tempos da grande campanha midiática da Igreja)
e Our Lady of Darkness, de Leiber, assim como nos filmes O Bebê de Rosemary (1968), A Chuva
do Diabo (1975), O Carro, A Máquina do Diabo (1977), Dr. Drácula (1980), e muitos outros
filmes da “Cultura do Diabo” da década de 1970 até hoje que captam o simbolismo dos escritos de
LaVey. Um documentário de longa-metragem, Satanis: The Devil’s Mass (1969), cobriu os rituais
e a filosofia da Igreja, enquanto o próprio LaVey foi retratado no documentário de Nick Bougas, de
1993, como a Fala do Diabo.
A musicalidade do Doutor é preservada em várias gravações, principalmente em Strange
Music (1994) e Satan Takes a Holiday (1995). Isso reflete sua propensão para músicas dos anos
1930 até os anos 1950, que variam de humorísticas a carregadas de destruição, bem como músicas
com temas demoníacos. LaVey as reproduz em uma série de sintetizadores autoprogramados,
imitando vários grupos de instrumentos. Elas são impressionantes, pois não são gravações
sobrepostas, mas são feitas numa única tomada com os sons do conjunto instrumental completo
criado através do uso simultâneo de vários sintetizadores tocados pelos dedos hábeis de LaVey,
bem como por seus pés em um tipo de teclado de pedal conectado via interface digital.
Enquanto seu relacionamento com Diane Hegarty desmoronava no final dos anos 70, uma nova
mulher entraria em sua vida para se tornar sua última companheira. Blanche Barton tornou-se sua
companheira, conspiradora, Alta Sacerdotisa, amante e melhor amiga. Ela lhe deu seu único filho,
Satan Xerxes Carnacki LaVey, em 1º de novembro de 1993. À medida que sua saúde se
deteriorava em meados dos anos 90, LaVey preferia passar tempo apenas com as pessoas que
considerava enriquecedoras, ganhando a reputação de recluso. Ele faleceu em 29 de outubro de
1997, de complicações decorrentes de doenças cardíacas. Não houve arrependimento no leito de
morte. Ele seguiu orgulhosamente como viveu, como um Satanista, seu único arrependimento é
que ele estava deixando a grande festa que era a vida, e que sentiria falta de ver seu filho Xerxes
crescer até a idade adulta. De acordo com a vontade de LaVey, Barton o sucederia como líder da
Igreja após sua morte. Em 2001 ela passou essa posição para mim, Peter H. Gilmore, então um
administrador da Igreja de longa data e membro do Conselho dos Nove. Em 2002, a Magistra
Barton trocou sua posição como Alta Sacerdotisa com minha esposa, a Magistra Peggy Nadramia,
outra administradora veterana que estava ocupando uma cadeira do Conselho dos Nove.
Duas biografias foram escritas sobre LaVey: O Vingador do Diabo (1974), por Burton Wolfe, e
A Vida Secreta de um Satanista (1990), por Blanche Barton. Nos últimos anos detratores de LaVey
com perfis bastante óbvios contestaram a autenticidade de alguns dos eventos narrados nesses
livros. Eles o acusam de invenção exagerada para se promover. LaVey era um artista talentoso, um
talento que ele nunca negou. Entretanto, os incidentes detalhados em ambas as biografias podem
ser confirmados por meio provas fotográficas, testemunhais e documentais que não deixam
dúvidas quanto aos temas em disputa. O fato é que LaVey seguiu um caminho que o expôs a
indivíduos incomuns de todas as camadas da sociedade. O clímax foi com a fundação da Igreja de
Satã, alçando-o à notoriedade internacional. Ele recebeu um dom muito além do que normalmente
é considerado um padrão de excelência, dedicando-se a muitas artes com uma maestria geralmente
adquirida através da dedicação restrita a apenas uma. Ele viveu sua vida como um verdadeiro
exemplo de tudo o que exaltou – buscando seus prazeres irrestritamente enquanto produzia obras
alcançadas apenas por meio de rigorosa autodisciplina.
LaVey conseguiu evitar o destino da Sra. Cassan, uma personagem de The Circus of Dr. Lao,
de Charles G. Finney, romance favorito do Doutor. O destino dela era morrer e ser esquecida, pois
sua vida não produziu nada que fosse memorável, seja de maneira criativa ou destrutiva. Com suas
ideias, agora apresentada em muitas línguas, continuando a inspirar mentes semelhantes em todo o
mundo, Anton Szandor LaVey ganhou um lugar no território do discurso filosófico e religioso.
Nós, Satanistas, devemos a ele nossa gratidão por abrir simbolicamente os portões adamantinos do
Inferno, dando forma e estrutura a uma filosofia que nos nomeia como os Deuses de nossos
próprios universos subjetivos. A sua última heresia contra as massas complacentes foi rejeitar o seu
dizer idolatrado de que todos os homens são iguais. Consequentemente, ele desafiou seus
camaradas a exercitarem suas faculdades de julgar e serem julgados em tudo o que fazem. Ele
destronou a busca por salvadores do passado e defendeu a responsabilidade por todas as ações de
uma pessoa e pelas consequências delas resultantes. Este é talvez o princípio mais assustador para
uma sociedade onde ninguém é responsabilizado pelo seu comportamento.
A Igreja de Satã continua sendo uma comunidade global daqueles que trabalham para manter o
impulso humano da sociedade segundo o vetor estabelecido por LaVey. Continuará sendo o
domínio cobiçado de alguns poucos imperiosos que vivem de seu próprio sangue e inteligência, que
rejeitam orgulhosamente qualquer emblema de “bom menino” e abraçam o título de Satanista. Não
há nada o que temer nesta Bíblia Satânica, pois ela não o transformará em alguém que você não é.
Ela não pode convertê-lo ou persuadi-lo em direções não inerentes à sua própria natureza. Seu
poder reside na capacidade de mostrar o que você é por meio de sua reação ao seu conteúdo.
Abrace-o e sua vida ganhará um novo foco, pois você terá aguçado a compreensão de si mesmo e
verá mais claramente como você difere daqueles ao seu redor. Rejeite alguns ou todos esses
postulados tenazes e você estará livre para seguir em frente em direção a qualquer outro refúgio
espiritual ou conceitual que lhe proporcione satisfação. No entanto, você não mais será ignorante
sobre o que significa ser um Satanista. Se você compreender esses fundamentos e tiver o talento
para ler as pessoas, poderá notar que existem pessoas assim ao seu redor e, como o próprio LaVey,
são algumas das pessoas mais justas e fascinantes que você terá o prazer de conhecer.

Mago Peter H. Gilmore


Sumo Sacerdote da Igreja
PREFÁCIO

Este livro foi escrito porque, com muitas poucas exceções, todo livreto e papel, todo
grimório "secreto", todos os "grandes trabalhos" concernentes à magia, nada mais são do
que fraudes hipócritas – ladainhas cheias de culpa e jargões esotéricos de cronistas da
tradição mágica, incapazes ou relutantes em apresentar uma visão objetiva do assunto.
Escritor após escritor, no esforço de estabelecerem os princípios da "magia branca e
negra", conseguiram, em vez disso, obscurecer todo o assunto de forma tão tenebrosa
que o pretenso estudante de feitiçaria acaba estupidamente jogando uma prancheta
sobre um tabuleiro Quija, se posicionando dentro de um pentagrama esperando que
um demônio se apresente, jogando displicentemente varetinhas de I-Ching assim como
muitos biscoitos amanhecidos, embaralhando cartas para prever um futuro que já perdeu
totalmente o sentido, participando de seminários que certamente reduzirão seu ego –
enquanto fazem o mesmo com a sua carteira – e, em geral, fazendo papel de idiota aos olhos
daqueles que sabem!

O verdadeiro mago sabe que as estantes de livros sobre ocultismo abundam com frágeis
pérolas de mentes medrosas e corpos débeis, diários metafísicos de auto-engano e manuais
constipados do misticismo oriental. Desde muito tempo que o assunto da magia e filosofia
satânicas tem sido escrito por jornalistas perspicazes do caminho direito.

A antiga literatura é o produto de mentes aturdidas pelo medo e pela derrota, escrita de
maneira inconsciente em auxílio daqueles que realmente governam a Terra e que, de seus
tronos no Inferno, riem com uma alegria sarcástica.

As chamas do Inferno queimam mais intensamente pela gentil oferta desses volumes de
desinformação barata e falsas profecias.

Aqui você encontrará a verdade – e a fantasia. Uma depende da outra para que existam; mas
cada uma deve ser reconhecida pelo que de fato é. O que você verá pode não lhe agradar o
tempo todo; mas você verá!

Aqui está encerrado o pensamento Satânico de um ponto de vista verdadeiramente Satânico.

A Igreja de Satã
São Francisco, Noite das Bruxas 1968
PRÓLOGO

Os deuses do caminho direito discutiram e brigaram durante toda uma era da Terra. Cada
uma dessas divindades e seus respectivos sacerdotes e ministros tentaram encontrar a
sabedoria em suas próprias mentiras. A era do gelo do pensamento religioso pode durar
somente por um tempo limitado nesse grande esquema da existência humana. Os deuses
contaminados de sabedoria já completaram sua saga, e seu milênio passou como uma
realidade. Cada um, com seu próprio caminho "divino" para o paraíso, acusou os outros de
heresias e indiscrições espirituais. O Anel de Nibelungo carrega uma maldição eterna, mas
apenas porque aqueles que o procuram pensam em termos de "Bem" e "Mal" – eles mesmos
sendo sempre do "Bem". Os deuses do passado se tornaram seus próprios demônios para
existirem. Debilmente, seus ministros encenam o jogo do diabo para encher seus
tabernáculos e pagar a hipoteca de seus templos. Aliás, por tanto tempo eles vêm
estudando a "justiça", que criaram demônios parcos e incompetentes. Então todos eles juntam
suas mãos em "irmandade" e, em seu desespero, vão a Valhalla para seu último grande
concílio ecumênico. "Aproxima-se da escuridão o crespúsculo dos deuses." Os corvos da noite
voaram para invocar Loki, que pôs fogo em Valhalla com o tridente abrasador do Inferno. O
crepúsculo se foi. O fulgor de uma nova luz nasceu da noite e Lúcifer se levanta, mais
uma vez para proclamar: "É chegada a era de Satã! Satã governa a Terra!" Os deuses dos
injustos estão mortos. Este é o amanhecer da magia e da sabedoria pura. A carne prevalecerá e
uma grande Igreja deverá ser erguida, consagrada em seu nome. Não mais a salvação do
homem dependerá de sua abnegação. E será conhecido que o mundo carnal dos vivos será a
maior preparação para todos e quaisquer prazeres eternos!

REGIE SATANAS!

AVE SATANAS!

SALVE SATÃ!
AS
NOVE
DECLARAÇÕES
SATÂNICAS

1. Satã representa indulgência, em vez de abstinência!


2. Satã representa existência vital, em vez de castelos de ilusões espirituais!
3. Satã representa a sabedoria pura, em vez de auto-engano hipócrita!
4. Satã representa bondade para aqueles que a merecem, em vez de amor desperdiçado com
ingratos!
5. Satã representa a vingança, em vez de virar a outra face!
6. Satã representa responsabilidade ao responsável, em vez de se preocupar com
vampiros psíquicos!
7. Satã representa o homem apenas como outro animal qualquer, às vezes melhor,
porém frequentemente pior do que aqueles que caminham em quatro patas, porque
em seu "desenvolvimento intelectual e espiritual divino", tornou-se o animal mais
perverso de todos!
8. Satã representa todos os assim chamados “pecados”, já que todos eles levam à
gratificação física, mental, ou emocional!
9. Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja já teve, como é ele que a mantém em
funcionamento por todos esses anos!
(FOGO)

O LIVRO DE SATÃ

A DIATRIBE INFERNAL

O primeiro livro da Bíblia Satânica não é tanto uma tentativa de blasfemar quanto é uma
declaração do que poderia ser chamado de "indignação diabólica". O Diabo foi atacado pelos
homens de Deus implacavelmente e sem reservas. Nunca houve uma oportunidade, mesmo na
ficção, para que o Príncipe das Trevas falasse da mesma maneira como os arautos do Senhor
da da Justiça. Os oradores do passado eram livres para definir o "bem" e o "mal" como
achassem melhor, e prazerosamente relegaram ao esquecimento qualquer um que
discordasse de suas mentiras – tanto verbalmente quanto, às vezes, fisicamente. A sua fala de
"caridade", quando aplicada à Sua Majestade Infernal, torna-se uma farsa vazia – e
também bastante injusta, considerando o fato óbvio que sem seu inimigo Satânico as suas
próprias religiões entrariam em colapso. Quão triste é que o personagem alegórico mais
responsável pelo sucesso das religiões espirituais receba a menor quantidade de
caridade e os abusos mais consistentes – e por aqueles que mais suntuosamente
pregam as regras do jogo limpo! Durante todos os séculos de blasfêmia que o Diabo
recebeu, ele nunca pôde responder aos seus detratores. Ele se portou como um
cavalheiro todo esse tempo, enquanto que aqueles que ele sustenta reclamam e deliram.
Ele se mostrou um exemplo de comportamento, mas agora sente que é hora de bater de
volta. Ele decidiu que finalmente é hora de receber o que lhe é devido. Agora os
pesados livros de regras da hipocrisia não são mais necessários. Para reaprender a Lei
da Selva, uma pequena e sutil diatribe bastará. Cada verso é satânico. Cada palavra é
uma língua de fogo. As chamas do Inferno queimam ferozmente. . . e purificam!
Continue lendo e aprenda a Lei.
O LIVRO
DE
SATÃ

1. Neste deserto árido de aço e pedra, levanto minha voz para que você possa ouvir.
Para o Leste e para o Oeste eu aponto. Ao Norte e ao Sul mostro um sinal que
proclama: Morte aos fracos, prosperidade aos fortes!
2. Abram seus olhos para que possam ver, ó homens de mentes confusas, e ouçam-
me todos os milhões de desnorteados!
3. Pois eu me proponho a desafiar a sabedoria do mundo; interrogar as “leis” dos
homens e de “Deus”!
4. Solicito a razão da sua regra de ouro e pergunto o porquê dos seus dez
mandamentos.
5. Diante de nenhum de seus ídolos impressos eu me curvo em aquiescência, e aquele
que me diz “faça isso” é meu inimigo mortal!
6. Mergulho meu dedo indicador no sangue aguado de seu redentor louco e
impotente e escrevo sobre sua testa cortada por espinhos: O VERDADEIRO
príncipe do mal - o rei dos escravos!
7. Nenhuma falsidade consagrada será uma verdade para mim; nenhum dogma sufocante
deve atrapalhar minha caneta!
8. Eu me desfaço de todas as convenções que não levam ao meu sucesso e
felicidade terrena.
9. Eu ergo numa invasão declarada a bandeira dos mais fortes!
10. Olho nos olhos vidrados do teu temível Jeová e puxo-o pela barba; ergo um
machado de lâmina larga e abro seu crânio comido por vermes!
11. Explodo o conteúdo terrível dos sepulcros filosoficamente pintados de
branco e rio com ira sardônica!
O LIVRO
DE
SATÃ

II

1. Observem o crucifixo; o que ele simboliza? Pálida incompetência dependurada num tronco.
2. Eu questiono todas as coisas. Enquanto estou diante das fachadas purulentas e
envernizadas de seus mais arrogantes dogmas morais, escrevo sobre eles com letras
de ardente desprezo: “Vejam só, tudo isso é fraude!”
3. Se reúnam a minha volta, Ó! Vocês que desafiam a morte, a Terra será sua, para ter e
manter.
4. Por muito tempo foi permitido que a mão dos mortos esterilizasse o pensamento dos vivos!
5. Por muito tempo o certo e o errado, o bem e o mal, foram invertidos por falsos profetas!
6. Nenhuma crença deve ser aceita sob uma autoridade de natureza "divina". As
Religiões devem ser questionadas. Nenhum dogma moral deve ser levado como
certeza – nenhum padrão de medida divinizado. Não há nada de inerentemente
sagrado nos códigos morais. Assim como os antigos ídolos de madeira do passado, eles
foram construídos por mãos humanas, e o que o homem fabrica, o homem pode
destruir!
7. Aquele que demora a acreditar em tudo e qualquer coisa é de grande sabedoria,
pois acreditar em princípios falsos é o início de toda imprudência.
8. O principal dever de cada nova era é trazer novos homens a determinar suas liberdades,
para conduzi-los ao sucesso material – quebrar os cadeados enferrujados e as correntes
dos costumes mortos que sempre impedem a evolução saudável. As teorias e ideias que
podem ter significado vida, esperança e liberdade para os nossos antepassados podem
agora significar destruição, escravidão e desonra para nós!
9. Assim como o meio ambiente se modifica, nenhum ideal humano permanece inalterado!
10. Sempre que, portanto, uma mentira construiu para si um trono, que seja atacada sem
piedade e sem arrependimento, pois sob o domínio de uma falsidade inconveniente,
ninguém pode prosperar.
11. Deixe que sofismas estabelecidos sejam destronados, erradicados, queimados e
destruídos, pois eles são uma ameaça permanente para toda a verdadeira nobreza de
pensamento e ação!
12. Seja qual for a alegada "verdade" comprovada por evidências como sendo apenas
uma ficção vazia, deixe-a ser lançada sem cerimônia nas trevas exteriores, entre os
deuses mortos, impérios mortos, filosofias mortas e outras madeiras e destroços
inúteis!
13. A mais perigosa de todas as mentiras entronadas é a sagrada, a santificada, a
privilegiada – a mentira que todo mundo acredita como um modelo da verdade. Ela
é mãe fértil de todos os erros e ilusões populares. É uma árvore de irracionalidade
cujos galhos crescem aos milhares como na cabeça de uma Hidra. É um câncer
social!
14. A mentira que é sabida por ser uma mentira é parcialmente erradicada, mas a mentira
que as pessoas inteligentes aceitam como verdade – a mentira que foi instilada numa
criança que repousa no colo de sua mãe – é mais difícil de ser contida do que uma
doença contagiosa!
15. As mentiras populares sempre foram os piores inimigos da liberdade individual. Só há
um jeito de lidar com elas: Cortá-las fora, desde a raiz, exatamente como um câncer.
Exterminar sua raiz e seus ramos. Aniquilá-las ou elas nos aniquilarão!
O LIVRO
DE
SATÃ

III

1. "Amai-vos uns aos outros" foi dito como sendo a lei suprema, mas com base em qual
poder? Sob que autoridade racional se baseia o evangelho do amor? Por que eu não
deveria odiar meus inimigos – se eu amá-los, isso não me colocaria à sua mercê?
2. É algo natural que inimigos façam o bem uns aos outros – e o que é fazer o bem?
3. Pode a vítima dilacerada e ensanguentada “amar” as mandíbulas salpicadas de
sangue que a dilaceram membro por membro?
4. Acaso não somos todos animais predadores por instinto? Se os seres-humanos
deixassem completamente de brigar entre si, eles poderiam continuar a existir?
5. Acaso não é "luxúria e desejo sexual" um termo mais apropriado para descrever o
"amor" quando aplicado à continuação da espécie? Acaso não seria o "amor" das
escrituras simplesmente um eufemismo para a atividade sexual, ou era o
“grande mestre" um glorificador de viados?
6. Ame seus inimigos e faça o bem para aqueles que lhe odeiam e abusam –
acaso não é essa a filosofia desprezível do cachorro que encolhe o rabo
quando é chutado?
7. Odeie seus inimigos com toda força de seu coração, e se um homem lhe bater em uma
das faces, estoure-lhe a outra face! Bata nele sem dó nem piedade, pois a auto-
preservação é a maior de todas as leis!
8. Aquele que oferece a outra face é um cachorro covarde!
9. Retribua golpe por golpe, escárnio por escárnio, destruição por destruição – mas com
juros compostos generosamente aplicados! Olho por olho, dente por dente, só que
quadruplicado, centuplicado! Faça de si mesmo um Terror para seu inimigo, e assim
quando seguir seu caminho, ele irá ruminando uma nova sabedoria. Assim você se
tornará respeitado perante seus inimigos e em todas as esferas da vida, e seu espírito –
seu espírito imortal – viverá, não em um paraíso inalcançável, pero na lembrança e
temores daqueles cujo respeito você conquistou.
O LIVRO
DE
SATÃ

IV

1. A vida é a grande indulgência – a morte a grande abstinência. Portanto, aproveite a


vida ao máximo – aqui e agora!
2. Não existe um paraíso de glorioso esplendor, nem um inferno onde os pecadores
queimam. Aqui e agora é o nosso tormento diário! Aqui e agora é a nossa alegria
diária! Aqui e agora é a nossa oportunidade! Escolham como queiram, nesse dia, nessa
hora, pois nenhum salvador está vivo!
3. Diga ao seu próprio coração, "Eu sou meu próprio salvador."
4. Impeça o caminho daqueles que querem persegui-lo. Que aqueles que planejam a sua
ruína sejam lançados de volta à confusão e à infâmia. Deixe-os ser como palha depois
do furacão e quando caírem, regozije-se de sua própria salvação.
5. Então todos os seus ossos dirão orgulhosamente, "Quem é como eu? Não fui forte
o bastante perante meus inimigos? Não consegui a salvação através de meu
próprio corpo e mente?”
O LIVRO
DE
SATÃ

1. Abençoados os fortes, pois eles herdarão a Terra – Malditos os fracos, pois eles
herdarão a submissão!
2. Abençoados os poderosos, pois eles serão reverenciados entre os homens –
Malditos os fracos, pois eles serão esquecidos!
3. Abençoados os corajosos, pois serão os donos do mundo – Malditos os
rigorosamente humildes, pois serão pisados sob cascos fendidos!
4. Abençoados os vitoriosos, pois a vitória é a base da lei – Malditos os derrotados, pois
serão servos para sempre!
5. Abençoados aqueles de punho de ferro, porque os inaptos fugirão de sua presença –
Malditos os pobres de espírito, pois serão cuspidos!
6. Abençoados aqueles que arrostam a morte, pois seus dias serão longos na Terra –
Malditos aqueles que procuram uma vida melhor após a morte, pois eles perecerão
como todos os outros!
7. Abençoados aqueles que destróem falsas esperanças, pois eles são os verdadeiros
Messias – Malditos os adoradores de Deus, pois sempre serão ovelhas do rebanho!
8. Abençoados os valentes, pois obterão grandes tesouros – Malditos aqueles que
acreditam no Bem e no Mal, pois eles se assustam com suas sombras!
9. Abençoados aqueles que acreditam naquilo que é melhor para si, pois sua mente
nunca será aterrorizada – Malditos os "cordeiros de Deus", pois serão sangrados ao
fundo mais branco do que a neve!
10. Abençoado é o homem que possuir uma certa quantia de inimigos, pois eles farão dele
um herói – Maldito o que faz o bem para aquele que lhe paga com zombaria, pois ele
será desprezado!
11. Abençoados os de mentes poderosas, pois eles contornarão os furacões – Malditos
aqueles que ensinam mentiras por verdades e verdades por mentiras, pois eles são
uma aberração!
12. Três vezes malditos são os fracos cujas inseguranças os tornam vis, pois estão
fadados à servidão e ao sofrimento!
13. O anjo da ilusão habita os espíritos dos "justos" – A chama eterna do poder sobre a
alegria habita dentro da carne do Satanista!
(AR)

O LIVRO DE LÚCIFER

A ILUMINAÇÃO

O deus Romano, Lúcifer, era o portador da luz, o espírito do ar, a personificação da


iluminação. Na mitologia Cristã ele virou sinônimo do mal, o que era de se esperar de uma
religião cuja própria existência é perpetuada por definições nebulosas e valores dúbios! É a hora
de esclarecer as coisas. Os falsos moralismos e as imprecisões ocultas devem ser corrigidos.
Por mais divertidas que sejam, a maioria das histórias e peças sobre a adoração ao Diabo
devem ser reconhecidas como os absurdos ultrapassados que são. Muito se diz que "a verdade
vos libertará". A verdade sozinha nunca tornou ninguém livre. É somente o
questionamento que trará a emancipação mental. Sem o maravilhoso elemento da dúvida, a
porta por onde a verdade passa seria firmemente fechada, impávidas às batidas mais
extrênuas de mil demônios. Como é incompreensível que as Sagradas Escrituras se refiram
ao monarca Infernal como o "pai das mentiras" – um exemplo magnífico de uma inversão
de papel. Se alguém quiser acreditar nessa acusação teológica de que o Diabo representa a
falsidade, então certamente deve-se concordar que foi ele, e não Deus, que estabeleceu todas as
religiões espirituais e que escreveu todas as Bíblias Sagradas! Quando um questionamento é
seguido de outro, a bolha, que cresceu devido a falácias acumuladas há muito tempo, ameaça
estourar. Para aqueles que já questionam as supostas verdades, esse livro traz revelação.
Então Lúcifer terá levantado. Agora é a vez do questionamento! A bolha de falsidade está
para estourar e o seu sonido é o rugido do mundo!
- PROCURADO! -
DEUS
MORTO OU VIVO

É um erro comum as pessoas pensarem que o Satanista não acredita em Deus. O


conceito de "Deus", como interpretado pelo homem, tem sido tão variado ao longo das
eras, que o Satanista simplesmente aceita a definição que mais lhe convir. O homem
sempre criou seus deuses, em vez de seus deuses terem-no criado. Deus é, para alguns,
bondoso – para outros, temível. Para o Satanista, "Deus" – seja por qual nome for
chamado, ou mesmo que não tenha nenhum nome – é visto como o fator de
equilíbrio na natureza, e não um ser que se preocupa com o sofrimento. Essa força
poderosa que permeia e balança o universo é por demais impessoal para se preocupar com
a felicidade ou a miséria das criaturas de carne e osso que habitam esse monte de lixo.

Qualquer um que pense em Satã como sendo do mal deveria primeiro considerar todos os
homens, mulheres, crianças e animais que morrem porque é "a vontade de Deus". Tenha
certeza que uma pessoa que sofre pela perda precoce de um ente querido preferiria muito mais
ter seu ente querido de volta do que nas mãos de Deus! Em vez disso, ela é suntuosamente
consolada pelo padre que diz: "Foi a vontade de Deus, minha querida"; ou "Ele está nas
mãos de Deus agora, meu filho." Tais frases são uma forma conveniente de os religiosos
justificarem ou explicarem a misericórdia de Deus. Todavia, se Deus tem o controle
absoluto e é bondoso tanto quanto dizem, por que Ele permite que todas essas coisas
aconteçam? Já faz muito tempo que os religiosos vêm recorrendo às suas bíblias e escrituras
sagradas para provar, justificar, condenar ou interpretar.

O Satanista sabe que o homem, e as ações e reações do universo, é que são responsáveis
por tudo o que acontece, e não se engana em pensar que alguém se preocupa com ele. Não
vamos mais ficar sentados e aceitar o “destino” sem fazer nada a respeito, só porque está
escrito no Capítulo e Versículo tal e tal, no Salmo de Davi – e que assim seja! O Satanista
sabe que rezar não faz nenhuma diferença – na verdade, reduz a probabilidade de sucesso,
pois o devoto religioso frequentemente senta complacentemente e reza para uma situação
que, se ele fizesse alguma coisa para resolver, poderia ser terminada muito mais
rapidamente!

O Satanista desdenha de termos como "esperança" e "oração", pois são um indicativo de


apreensão. Se esperamos e rezamos para que algo aconteça, não estaremos agindo de uma
forma positiva para que realmente aconteça. O Satanista, ciente de que tudo o que alcança é
fruto de seu trabalho, assume o comando da situação em vez de rezar a Deus para que
aconteça. O pensamento positivo e a ação positiva é que produzem resultados.

Assim como o Satanista não reza pelo auxílio de Deus, ele também não pede perdão por
suas ações erradas. Em algumas religiões, quando alguém comete um erro ele deve rezar
para que deus lhe perdoe, ou se confessar a um intermediário para que este peça a Deus o
perdão de seus pecados. O Satanista sabe que rezar não adianta, e confessar-se a outro ser
humano, assim como ele, resolve ainda menos – e além do mais, é degradante.

Quando um Satanista comete um erro, ele admite que é natural cometer erros – e se ele
realmente se arrepende do que fez, ele aprenderá com isso e cuidará para não fazer de novo.
Se ele não estiver realmente arrependido do que fez, e sabe que fará a mesma coisa várias
vezes, então não há razão para que se confesse pedindo perdão. No entanto, isso é exatamente o
que acontece. As pessoas confessam seus pecados para que assim estejam de consciência limpa
– e estejam livres para sair e pecar novamente, geralmente o mesmo pecado.
Existem tantas interpretações diferentes sobre Deus, no sentido comum da palavra, quanto
existem tipos de pessoas no mundo. As imagens variam desde uma crença em um deus que
é uma espécie vaga de “consciência cósmica universal” a uma divindade antropomórfica
com uma longa barba branca e sandálias que acompanha todas as ações de um indivíduo.

Mesmo nos limites de uma determinada religião, as interpretações pessoais de Deus diferem
imensamente. Algumas religiões chegam ao ponto de rotular qualquer um que não pertença à
sua seita religiosa como um herege, muito embora as suas doutrinas e visões gerais de Deus
sejam basicamente as mesmas. Por exemplo: Os Católicos acreditam que os Protestantes
estão condenados ao Inferno simplesmente porque não pertencem à Igreja Católica. Da
mesma forma, muito grupos dissidentes da fé Cristã, como as igrejas evangélicas, acreditam
que os católicos são pagãos que adoram a gravura de seus ídolos. (Cristo sempre é retratado
de uma forma que psicologicamente mais favorece a sua adoração, e ainda assim os cristãos
criticam os “pagãos” por adorarem seus ídolos.) E aos Judeus sempre foi dado o nome do
Diabo.

Apesar de Deus ser em todas essas religiões basicamente o mesmo, cada uma considera a
forma escolhida pelas outras como repreensível, e para completar, os religiosos chegam a
rezar por uma ou por outra! Eles desprezam os irmãos do caminho direito porque as suas
religiões carregam diferentes bandeiras e, de alguma forma, esta animosidade deve ser
aliviada. Que melhor maneira do que por meio da “oração”! Que maneira simplória e polida
de dizer: "Eu odeio suas entranhas," é a sutil arte mal disfarçada conhecida como rezar
por seu inimigo! Rezar por seu próprio inimigo nada mais é do que raiva reprimida,
um tipo de raiva definitivamente desvalida e de baixa qualidade!

Se existe uma discrepância tão grande sobre como adorar a Deus, quantas diferentes
interpretações de Deus podem existir – e quem está certo?

Todos os devotos da “luz branca” estão preocupados em satisfazer Deus de maneira que
possam passar pelos "Portões do Céu" quando morrerem. Sem menoscabo, se um homem
não viveu sua vida de acordo com os mandamentos de sua fé, ainda assim ele pode no
último minuto chamar um padre ao seu leito de morte para uma absolvição final. O padre
ou ministro então virá correndo para “acertar tudo” perante Deus e garantir que seu
passaporte para o Reino Celestial esteja em ordem. (Os Iazidis, uma seita de adoradores do
Diabo, têm um ponto de vista diferente. Crêem que Deus é todo-poderoso, mas também
todo-misericordioso, e por isso acham que é ao Diabo que devem agradar, visto que é ele
quem governa a sua vida enquanto estão aqui na Terra. Eles acreditam tão fortemente que
Deus perdoará todos os seus pecados uma vez que tenham recebido a extrema unção, que
não sentem necessidade de se preocupar com a opinião que Deus pode ter deles enquanto
estão vivos.)

Com todas as contradições das escrituras Cristãs, muitas pessoas com frequência não
conseguem aceitar racionalmente a forma como o Cristianismo era praticado no passado. Um
grande número de pessoas estão começando a duvidar da existência de Deus, no exato sentido
cristão da palavra. Então eles passaram a se autodenominarem de "Cristãos Ateus". Verdade
seja dita, a Bíblia Sagrada é cheia de contradições; mas o que poderia ser mais contraditório
do que o termo "Cristão Ateu"?

Se até os líderes proeminentes da fé cristã estão rejeitando as interpretações passadas de Deus,


como então se pode esperar que os seus seguidores adotem a tradição religiosa do passado?
Com toda essa discussão sobre Deus estar morto ou não, se não estiver é melhor que tenha um
ótimo plano de saúde!
With all the debates about whether or not God is dead, if he isn't he had better have MEDICARE!

O DEUS VENERADO
PODE SER VOCÊ

Todas religiões de natureza espiritual são invenções do homem. Ele criou todo um
sistema de deuses com nada mais do que seu cérebro carnal. Apenas porque tem um
ego, e não pode compreendê-lo, ele tem que externalizá-lo numa grande forma
espiritual a qual chama de "Deus". Deus pode fazer tudo o que para o homem é
proibido – como matar pessoas (relembrem do Dilúvio), realizar milagres a seu bel-
prazer, controlar tudo sem nenhuma aparente responsabilidade, etc. Se o homem
necessita de um Deus assim e o reconhece como tal, então ele está venerando
uma entidade inventada por um ser humano. Sendo assim, ele acaba venerando
por procuração o ser humano que inventou Deus. Não seria mais sensato primeiro venerar um
Deus que ele mesmo criou, de acordo com suas próprias necessidades emocionais – um que
melhor representa o verdadeiro ser carnal e físico que teve o poder criativo para inventar esse
Deus?

Se o homem insiste em externalizar seu próprio ego na forma de "Deus", então por que temer
a "Deus", por que louvar a "Deus", por que manter um “Deus” externalizado e se engajar
em cerimônias e rituais religiosos em seu nome?

O homem necessita de rituais e dogmas, mas nenhuma lei estabelece que um Deus
externalizado é necessário para se engajar em cerimônias e rituais realizados em nome de
um Deus! Será que quando ele fecha a lacuna entre ele e seu “Deus”, ele vê o demônio do
orgulho rastejando – aquela mesma personificação de Lúcifer aparecendo em seu meio? Ele
não consegue mais se ver em duas partes, a carnal e a espiritual, mas as vê fundirem-se
como uma só, e então, para seu terror abismal, descobre que elas são apenas carnais - E
SEMPRE FORAM! Então ele se odeia até a morte, dia após dia - ou se regozija por ser o
que é!

Se ele passa a se odiar, vai em busca de novos e mais complexos caminhos espirituais de
“iluminação” na esperança de poder se dividir novamente em sua busca por “deuses” cada
vez mais fortes e externalizados para flagellar seu pobre e miserável ego. Se ele passa a se
aceitar como é, embora reconheça que as cerimônias e rituais são mecanismos importantes
que suas religiões inventadas utilizam para manter sua fé numa mentira, então é o mesmo
método de ritual que manterá sua fé na verdade – o antigo paganismo que trará a
consciência de sua própria majestade acrescida de substância.

Quando todas as religiões baseadas em mentiras desaparecerem, é porque o homem se


tornou mais próximo de si mesmo e mais distante de "Deus"; mais próximo do "Diabo." Se
é isso o que o demônio representa, e se o homem vive sua vida no afã do Diabo, com a
fêvera de Satana correndo em sua carne, então ele escapa das gargalhadas e
reprovações dos justos, ou permanece orgulhosamente nos lugares secretos do mundo
e manipula as massas guiadas pela cegueira através de seu próprio poder Satânico, até
aquele dia em que poderá se levantar em esplendor proclamando: “Eu sou um
Satanista! Ajoelhem-se, pois eu sou a mais elevada personificação da vida humana!"
EVIDÊNCIAS DE
UMA NOVA ERA
SATÂNICA

Os sete pecados capitais da Igreja Católica são: cobiça, orgulho, inveja, ira, gula,
luxúria e preguiça. O Satanismo advoga a indulgência para cada um desses
“pecados” porque todos levam à gratificação física, mental ou emocional. Um
Satanista sabe que não há nada de errado em ser ganancioso, visto que apenas
significa que ele deseja mais do que já tem. A inveja significa olhar cobiçosamente
para a posse alheia, e ser desejoso de obter coisas semelhantes para si mesmo. A
inveja e a cobiça são as forças motivadoras da ganância – e sem a ganância, muita
pouca coisa de importância poderia ser conquistada.
A gula é simplesmente comer mais do que o necessário para se manter vivo. Quando
você tiver comido ao ponto de se tornar obeso, outro pecado – o orgulho – irá lhe
motivar para que recupere uma aparência que renove a sua autoestima.

Qualquer pessoa que compre uma peça de roupa com um propósito além de cobrir seu corpo e
protegê-lo do tempo é culpado de orgulho. Os Satanistas muitas vezes se encontram com
reprochadores que dizem que as etiquetas não são necessárias. Deve-se lembrar a esses
destruidores de etiquetas que uma ou muitas peças que eles próprios estão usando também
não são necessários para mantê-los aquecidos. Não há uma só pessoa neste mundo que esteja
completamente desprovida de algum tipo de ornamentação. O Satanista faz lembrar que
qualquer ornamentação usada pelo reprochador também mostra que ele é culpado de orgulho.
Indiferente de quão prolixo o cínico possa ser em sua descrição intelectual de quão desprovido
seja, ele ainda carrega consigo os elementos do orgulho.

Ser relutante em se levantar pela manhã recebe a mácula da preguiça, e se você gosta de ficar
na cama por um tempo ainda maior poderá descobrir que está cometendo outro pecado – a
luxúria. Ter o mais leve estímulo de desejo sexual é ser culpado de luxúria. De modo a
garantir a preservação da espécie humana, a natureza fez da luxúria o segundo instinto
mais poderoso, perdendo apenas para o da auto-preservação. Concebendo isso, a
Igreja Católica fez do sexo o "Pecado Original". Dessa maneira eles conseguiram
garantir que ninguém consiga escapar do pecado. O simples fato de você existir é o
resultado de um pecado – o Pecado Original!

O mais forte instinto de todo ser vivo é o da auto-preservação, o que nos leva ao último dos
sete pecados capitais – a ira. Acaso não é o nosso instinto de auto-preservação que se
levanta quando alguém nos ameaça, e assim ficamos brabos o suficiente para fazer
frente a um possível ataque? O Satanista tem um mantra, "Se um homem lhe bater numa
das faces, exploda a sua outra face!" Não deixe as injustiças sem paga. Seja como um leão em
sua frente – seja temido até mesmo na derrota!

Uma vez que os instintos naturais do homem o levam a pecar, todos os homens são
pecadores; e todos os pecadores vão para o inferno. Se todo mundo vai para o inferno, então
você vai encontrar seus entes queridos lá. O Céu decerto é habitado por algumas criaturas de
fato estranhas que passaram toda sua vida procurando um lugar onde possam tocar flauta e
harpas celestiais por toda a eternidade.

"Os tempos mudaram. Os líderes religiosos deixaram de pregar que todas as nossas ações
naturais são pecaminosas. Já não pensamos que sexo é sujo – ou que ter orgulho de nós
mesmos seja vergonhoso – ou que desejar algo que outra pessoa possua seja vicioso."
É claro que os tempos mudaram! "Se você quiser uma prova disso, basta reparar em como
as igrejas se tornaram liberais. Porque elas estão praticando todas as coisas que você prega."
Os Satanistas escutam estas e outras declarações similares o tempo todo; e concordam de
todo coração. Todavia, se o mundo mudou tanto, por que continuar a se agarrar aos
postulados de uma fé em declínio? Se muitas religiões estão negando suas próprias
escrituras por estarem ultrapassadas, e estão pregando filosofias do Satanismo, por
que não chamar isso pelo seu nome correto, ou seja, Satanismo? Certamente isso seria
muito menos hipócrita.

Nos últimos anos tem havido uma tentativa de humanizar o conceito espiritual do
Cristianismo. Isso se manifesta pelos meios não espirituais mais óbvios. As missas que
antigamente eram proferidas em Latim hoje são pregadas em suas línguas nativas – o que
apenas faz com que o ininteligível seja mais fácil de se compreender e, ao mesmo tempo,
despoja a cerimônia de sua natureza esotérica que é de acordo com os princípios de seus
dogmas. É muito mais simples de obter uma reação emocional utilizando palavras e frases
que não podem ser compreendidas do que com declarações que até mesmo a mais tacanha
inteligência poderia questionar ao escutá-las em uma língua compreensível.

Se os padres e ministros fossem usar os meios que utilizam hoje para encher as igrejas
cem anos atrás, com certeza eles seriam acusados de heresia, chamados de demônios,
seriam perseguidos e excomungados sem hesitação.

Os religiosos argumentam, "Devemos nos atualizar com a mudança dos tempos," mas
esquecem que, devido a fatores limitantes e a dogmas profundamente enraizados
nas religiões da luz branca, nunca haverá mudanças suficientes que possam ser
feitas para satisfazer as necessidades dos homens.

As religiões do passado sempre representaram a natureza espiritual do homem, com pouca ou


nenhuma preocupação com as suas necessidades carnais ou mundanas. Elas consideravam
essa vida transitória, e a carne meramente uma carapaça; o prazer físico como trivial, e a
dor uma preparação valorosa para o "Reino de Deus". A maior hipocrisia vem quando o
"justo" muda a sua religião para que de adéque à mudança natural do homem! A única
maneira de o Cristianismo se adequar completamente às necessidades do homem é se
tornando o Satanismo de hoje.

Tornou-se necessário que surgisse uma nova religião baseada nos instintos naturais do
homem. Foi-lhe dado um nome, Satanismo. Foi esse impulso condenado que causou a
controvérsia religiosa sobre as medidas de controle da natalidade – uma admissão descontente
de que a atividade sexual por brincadeira veio para ficar.

É o "Demônio" que induz as mulheres a exibirem suas pernas para excitar os homens – as
mesmas pernas que agora são permitidas de se ver reveladas por jovens freiras quando
caminham com suas saias reduzidas. Que passo encantador para o lado direito (ou esquerdo)!
É possível que logo teremos freiras seminuas sensualmente balançando seus corpos na "Missa
do Rock Solemnis"? Satã sorri e diz que seria muito legal – muitas freiras são moças
realmente gostosas com peitos grandes e bonitas pernas.

Muitas igrejas com algumas das maiores congregações têm a música mais sensual e de bater
palmas - também inspirada satanicamente. Aliás, o Diabo sempre deu as melhores canções.

Os piqueniques na igreja, apesar de toda a conversa da Tia Maria sobre a abundante


colheita do Senhor, nada mais são do que uma boa desculpa para a gula dominical; e todo
mundo sabe que muito mais do que a leitura da Bíblia acontece atrás dos arbustos. O
complemento de arrecadação de fundos para muitos dos gastos da igreja é comumente
conhecido como um festival, que é usado como meio de celebração da carne; desde que o
festival esteja angariando dinheiro para a igreja está tudo bem que possa pregar contra as
tentações do Diabo! Será dito que essas coisas são apenas mecanismos e cerimônias pagãs
que os Cristãos se apropriaram. É verdade, mas os pagãos deleitavam-se com as delícias da
carne e foram condenados pelas mesmas pessoas que hoje celebram os seus rituais, mas os
chamam por nomes diferentes.

Os padres e ministros estão na linha de frente das manifestações pela paz, e deitados nos
trilhos em frente aos trens que transportam materiais de guerra, com tanta dedicação quanto
seus irmãos de batina, dos mesmos seminários, que abençoam as balas e as bombas e lutam
como capelães nas forças armadas. Alguém deve estar errado nesse caso. Será que Satanás é
o único qualificado para agir como acusador? Certamente eles o nominaram assim!

Quando um filhote alcança a maturidade ele vira cachorro, outros viram lata; quando o gelo
derrete, é chamado água; quando doze meses se passam, conseguimos um novo
calendário com o apropriado ano cronológico; quando a “magia” se torna um fato
científico, chamamos de medicina, astronomia, etc. Quando um nome já não é
apropriado para determinada coisa é simplesmente lógico mudá-lo para um novo que se
encaixe melhor ao tema. Por que, então, não fazemos o mesmo no departamento religioso?
Por que continuamos a chamar uma religião pelo mesmo nome quando ela não mais se
encaixa em seu nome original? Ou, se uma religião prega as mesmas coisas de sempre,
porém seus seguidores praticam quase nenhum de seus ensinamentos, por que eles
continuam a ser chamados pelo nome dado aos seguidores de tal religião?

Se você não acredita naquilo que sua religião ensina, por que continua a apoiar uma crença
que é contraditória a seus sentimentos. Você nunca votaria numa pessoa ou partido em que você
não confia, então por que dar seu voto eclesiástico para uma religião que não coaduna com suas
convicções pessoais? Você não tem o direito de reclamar sobre uma situação política se
você votou naquele partido político ou o apoiou de alguma forma – o que inclui sentar-
se acomodado e concordar com os vizinhos que desaprovam a situação, apenas porque
você é muito preguiçoso ou covarde para dizer o que pensa. O mesmo acontece com o
voto eclesiástico. Ainda que não consiga expressar agressivamente suas opiniões por causa das
consequências prejudiciais advindas dos empregadores, líderes comunitários, etc., você pode, no
mínimo, ser honesto consigo mesmo. Na privacidade do lar e entre amigos íntimos você deve
apoiar uma religião que guarda os seus maiores interesses.

"O Satanismo é baseado numa filosofia bastante ruidosa," diz o emancipado. "Mas por que
chamá-lo de Satanismo? Por que não chamá-lo por algo como 'Humanismo' ou pelo nome
que tenha a conotação de uma guilda, algo um pouco mais esotérico – algo menos
bombástico." Há mais de uma razão para tanto. O Humanismo não é uma religião. É
simplesmente um estilo de vida sem nenhuma cerimônia ou dogma. O Satanismo tem tanto
cerimônia quanto dogma. E dogma, como será explicado, é necessário.

O Satanismo difere grandemente de todas as assim chamadas religiões da luz branca, magia
branca ou seitas mágicas do mundo de hoje. Estas religiões hipócritas e arrogantes protestam
que os seus membros usam os poderes da magia apenas para fins altruístas. Os Satanistas
olham com desdém para os grupos de magia "branca" porque sentem que o altruísmo é
uma forma de pecar por prestações. É antinatural não ter o desejo de possuir coisas. O
Satanismo representa uma forma de egoísmo controlado. Não significa que você nunca possa
fazer algo de bom para seu semelhante. Se você fizer algo para deixar alguém feliz, a
felicidade dele lhe trará um sentimento de gratificação.

O Satanismo advoga uma prática modificada da Regra de Ouro. Nossa interpretação dessa
regra é: "Fazer o Bem àqueles que lhe fazem o Bem"; porque se você "Faz o Bem àqueles
que lhe fazem o Mal," é contra a natureza humana continuar a tratá-los com consideração.
Você deveria fazer aos outros aquilo que gostaria que fizessem a você, mas se a gentil cortesia
nunca é retribuída, eles deverão ser tratados com a ira que merecem.

Os grupos de magia branca dizem que se você amaldiçoa uma pessoa, então a maldição
retornará contra você três vezes pior, voltará à fonte, ou de alguma forma, como um
bumerangue que retorna ao seu lançador. Esta é mais uma indicação da filosofia cheia de culpa
que é defendida por estes grupos neo-pagãos e pseudo-cristãos. As bruxas brancas querem se
aprofundar na bruxaria, mas não conseguem se separar do estigma agregado. Por isso elas se
auto-denominam bruxas brancas, e baseiam setenta e cinco por cento de sua filosofia nos
princípios banais do Cristianismo. Qualquer pessoa que finja se interessar em magia ou no
ocultismo por razões outras além da obtenção de poder pessoal é o pior tipo de hipócrita. O
Satanista respeita o Cristianismo por, pelo menos, ser consistente na sua filosofia fundada na
culpa, mas só pode sentir desprezo pelas pessoas que tentam parecer emancipadas da culpa
juntando-se a um grupo de bruxaria, e depois praticam a mesma filosofia básica do
Cristianismo.

A magia branca é supostamente utilizada somente com propósitos puros e altruístas, e a


magia negra, como nos ensinam, é utilizada somente por razões egoístas ou "do mal". O
Satanismo não traça tal linha divisória. Toda magia é magia, pode ser usada tanto para ajudar
como para atrapalhar. O Satanista, sendo um mago, deveria ter a sabedoria para decidir o que é
justo, e então aplicar os poderes da magia para alcançar seus objetivos.

Durante as cerimônias de magia branca, os praticantes permanecem dentro de um pentagrama


para se protegerem das forças “do mal” que eles invocam para auxiliá-los. Para o Satanista,
parece muito duas-caras chamar essas forças para auxílio, enquanto ao mesmo tempo se
protegem dos próprios poderes de quem chamaram. O Satanista percebe que somente
colocando-se em aliança com essas forças poderá utilizar de forma plena e sem hipocrisia os
Poderes das Trevas para sua melhor vantagem.

Numa cerimônia mágica Satânica, os participantes não unem as mãos e dançam


"Cirandinha" em um círculo; velinhas coloridas para cada tipo de desejo; não dizem "Em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" enquanto supostamente estão praticando as
Artes Negras; não pegam um "Santo" como seu guia pessoal para ajudar em seus
problemas; não mergulham em óleos cheirosos e esperam que assim o dinheiro venha;
não meditam para que possam alcançar um "grande despertar espiritual"; nem recitam longos
encantamentos com o nome de Jesus incluído no meio de poucas palavras, etc., etc., etc., ad
nauseam!

Porque este não é o modo de praticar a Magia Satânica. Se você não consegue se separar de
seu auto-engano hipócrita, você nunca será exitoso como mago, muito menos como Satanista.

A religião Satânica não apenas tem girado o outro lado da moeda – ela inverteu o seu lado
completamente. Sendo assim, por que ela deveria apoiar os princípios a que se opõe
completamente chamando a si mesma de outra coisa que não esteja totalmente de acordo com
as doutrinas inversas que constituem a filosofia Satânica? O Satanismo não é uma religião da
luz branca; é uma religião da carne, do mundano, do carnal – tudo aquilo que é governado
por Satã, é a personificação do caminho da esquerda.

Inevitavelmente, a próxima questão arguida é: "É verdade que não se pode chamar isso de
Humanismo, já que o Humanismo não é uma religião; mas por que então ter uma religião,
afinal de contas, se tudo o que você faz nela acaba vindo naturalmente de qualquer jeito? Por
que simplesmente não ignorá-la e fazer as coisas naturalmente?"

O homem moderno passou por um longo caminho; ele ficou desencantado com os dogmas
sem sentido das religiões passadas. Estamos vivendo a era do verdadeiro Iluminismo. Grandes
avanços foram feitos pela psiquiatria em esclarecer ao homem sobre sua verdadeira
personalidade. Estamos vivendo numa era do despertar intelectual diferente de todas as outras
que o mundo já viu.

Tudo isso é muito bom, MAS – há um erro nesse novo estado de consciência . Uma
coisa é aceitar algo intelectualmente, outra bem diferente é aceitar algo emocionalmente. A
única necessidade que a psiquiatria não consegue preencher é a necessidade inerente do
homem de se emocionar através do dogma. O homem precisa de cerimônias e rituais, fantasia
e encantamento. A psiquiatria, apesar de todos os avanços que tem feito, roubou do homem a
maravilha e fantasia que as religiões proporcionavam no passado.

O Satanismo, atento às necessidades atuais do homem, preenche esse grande vazio entre a
religião e a psiquiatria. A filosofia Satânica combina os fundamentos da psicologia e da honesta
manifestação emocional, ou dogma. Proporciona ao homem a sua tão necessária fantasia. Não
há nada de errado com o dogma, desde que não esteja baseado em ideias e ações que vão
completamente contra a natureza humana.

O caminho mais rápido entre dois pontos é uma linha reta. Se todas as culpas que foram
acumuladas pudessem se transformar de repente em pontos positivos, isso eliminaria a
necessidade de remição intelectual da psiquê numa tentativa de purificá-la dessas repressões. O
Satanismo é a única religião conhecida a aceitar o homem do jeito que ele é, e promove a
lógica de transformar uma coisa ruim em um ponto positivo, em vez de se esforçar para
eliminar a coisa ruim.

Por essa razão, depois de avaliar intelectualmente os seus problemas através do bom senso e
guiando-se no que a psiquiatria nos ensina, se você ainda não consegue libertar-se
emocionalmente da culpa, e colocar suas teorias em prática, então você deveria
aprender a fazer com que a culpa trabalhasse a seu favor. Você deveria tentar agir
conforme os seus instintos naturais, e mesmo assim, se você não consegue agir sem se sentir
culpado, deleite-se com sua culpa. Isso pode parecer uma contradição, mas se você for pensar,
a culpa muitas vezes pode adicionar um estímulo aos sentidos. Os adultos fariam muito be
mem aprender uma lição com as crianças. As crianças geralmente sentem muito prazer em
fazer algo que sabem que não deveriam fazer.

Sim, os tempos mudaram, o homem não. A base do Satanismo sempre existiu. A única
coisa de novo é a organização formal de uma religião baseada nos tratos universais do
homem. Por séculos, grandiosas estruturas de pedra, concreto, argamassa e ferro foram
construídas para a abstinência do homem. É chegado o tempo em que os seres humanos
vão parar de lutar contra seus instintos, e devotarão seu tempo construindo templos para a
indulgência do homem.

Embora os tempos tenham mudado, e sempre mudarão, o homem permanece basicamente o


mesmo. Durante dois mil anos, o homem fez penitência por algo que nunca deveria ter se
sentido culpado, a início de conversa. Estamos cansados de negar a nós mesmos os prazeres da
vida que merecemos. Hoje, como sempre, o homem precisa se divertir aqui e agora, em vez de
tentar angariar aos tesouros do céu. Então, por que não ter uma religião baseada na
indulgência? Certamente é mais consistente com a natureza da besta. Não estamos mais
suplicando e tremendo diante de um “Deus” impiedoso que nem se importa com o nosso
sofrimento ou se estamos vivos ou mortos. Somos pessoas orgulhosas e que se respeitam –
somos Satanistas!
INFERNO, DIABO,
E COMO VENDER
A ALMA

S ATÃfoi certamente o melhor amigo que a Igreja já teve, pois ele a manteve em
funcionamento por todos esses anos. A falsa doutrina de um Inferno e um Diabo
permitiu às Igrejas Católica e Protestante florescerem por muito tempo. Sem um diabo
para botar a culpa, os religiosos do caminho direito não teriam nada com que ameaçar
seus seguidores. "O Diabo o faz cair em tentação"; "O Diabo é o príncipe do Mal"; "O
Diabo é vicioso, cruel e brutal," eles advertem. "Se você cair nas tentações do Diabo,
você certamente sofrerá a danação eterna e queimará no Inferno."

O significado semântico para Satã é “adversário” ou “oposição” ou “acusador". A própria


palavra "devil" vem do Indiano devi que significa "Deus". Satã representa oposição a todas as
religiões que servem para frustrar e condenar o homem por seus instintos naturais. Foi-lhe
dado um papel de malvado simplesmente porque ele representa os aspectos carnais e terrenos
da vida.

Satã, o principal demônio do mundo ocidental, foi originalmente um anjo cujo dever era
reportar as delinquências humanas para Deus. Foi somente depois do século 14 que ele
começou a ser retratado como uma divindade malévola que era parte homem e parte besta,
com chifres de bode e cascos. Antes do Cristianismo lhe dar os nomes de Satã, Lúcifer,
Capeta, etc., o lado carnal da natureza humana era governado pelo Deus chamado
Dionísio, ou Pã, retratado como um Sátiro ou Fauno, pelos gregos. Pã era originariamente
o “bom menino", e simbolizava a fertilidade e fecundidade.

Sempre que uma nação ressurge sob uma nova forma de governo, os heróis do passado se
tornam os vilões do presente. Assim é com a religião. Os primeiros Cristãos acreditavam que
as divindades pagãs eram demônios, e empregá-los era como fazer "magia negra". Os
milagres celestiais eles denominavam de "magia branca"; essa era a única diferença entre as
duas magias. Os deuses antigos não morreram, eles caíram no Inferno e se tornaram
demônios. O monstro bogo, góblin, ou bugabu usados para assustar as crianças são uma
derivação da palavra eslava "Bog" que significa "Deus", assim como o Bhaga do Hindu.

Muitos prazeres reverenciados antes do advento do Cristianismo foram condenados pela nova
religião. Foram necessárias poucas mudanças para transformar os chifres e cascos fendidos de
Pã em um demônio muito convincente! Os atributos de Pã poderiam ser perfeitamente
transformados em pecados puníveis, e assim a metamorfose estava completa.

A associação do bode com o Diabo é encontrada na Bíblia Sagrada, onde o dia mais sagrado
do ano, o Dia da Expiação, era celebrado com o sorteio de dois bodes "sem defeitos", um
para oferecer ao Senhor, o outro para Azazel. O bode era sacrificado no deserto em
troca dos pecados cometidos pelas pessoas, e por isso ele se tornava um "bode
expiatório". Esta é a origem do bode que ainda hoje é usado nas cerimônias maçônicas,
assim como também era usado no Egito, onde uma vez por ano era sacrificado a um
Deus.

Os demônios de tipo humano são muitos e suas origens são diversificadas. A realização
dos rituais satânicos não abrange a invocação desses demônios; esta prática é seguida apenas
por aqueles que temem as próprias forças que conjuram.
Supostamente, os demônios são espíritos malévolos com atributos que conduzem à danação
das pessoas ou eventos com que entram em contato. A palavra grega demon significava
espírito guardião ou fonte de inspiração e, com certeza, teólogos posteriores inventaram
legiões e mais legiões desses arautos da inspiração - todos perversos.

Uma indicação da covardia dos "magos" do caminho direito é a prática de conjurar um


demônio específico (que supostamente seria um servo do Diabo) para fazer seu trabalho. A
crença é de que esse demônio, sendo apenas um servo do Diabo, seria mais fácil de controlar.
A tradição oculta afirma que apenas o feiticeiro mais formidavelmente “protegido” ou
insanamente imprudente tentaria invocar o próprio Diabo.

O Satanista não invoca medrosamente esses demônios "inferiores", mas corajosamente


aqueles que povoam o exército infernal de ultraje eterno – os próprios Demônios!

Os teólogos catalogaram alguns nomes de demônios em sua lista de malignos, como deveria se
esperar, mas o rol que segue contém os nomes e origens dos Deuses e das Deusas invocados,
que constituem grande parte dos salões do Palácio Real do Inferno:

OS QUATRO PRÍNCIPES COROADOS

SATÃ - (Hebreu) adversário, opositor, acusador, Senhor do fogo, o inferno, o sul


LÚCIFER - (Romano) portador da luz, iluminação, o ar, a estrela d’álva, o leste
BELIAL - (Hebreu) indômito, fundamento da Terra, independência, o norte
LEVIATÃ - (Hebreu) a serpente das profundezas, o mar, o oeste

OS NOMES INFERNAIS

Abaddon - (Hebreu) o destruidor


Adramelech – diabo Samaritano
Ahpuch – diabo Maia
Ahriman – diabo Mazdeano
Amon – deus Egípcio da vida e da reprodução com cabeça de bode
Apollyon – sinônimo grego para Satã, o arquirrival
Asmodeus – diabo Hebreu da sexualidade e luxúria, "criatura do julgamento"
Astaroth – deusa Fenícia da lascívia, equivalente a Ishtar da Babilônia
Azazel - (Hebreu) instruiu os homens a fabricarem armas para a Guerra
Baalberith – Senhor Canaaita da convenção que mais tarde virou um demônio
Balaam – (Hebreu) Diabo da avareza e cobiça
Baphomet – venerado pelos Templários como um símbolo de Satã
Bast – deusa Egípcia do prazer representada pelo gato
Belzebu - (Hebreu) Senhor das Moscas, tirado do símbolo do escaravelho
Behemoth – (Hebrew) personificação de Satã na forma de um elefante
Beherit – nome para Satã na Síria
Bilé – deus Celta do Inferno
Chemosh – diabo nacional dos Moabitas
Cimeries – diabo africano com cavalo negro
Coiote – diabo indígena americano
Dagon – diabo Filisteu vingativo do mar
Damballa – deusa serpent do Vodu
Demogorgon – (Grego) diabo que não devia ser conhecido pelos mortais
Diabolus - (Grego) "fluindo para baixo"
Drácula – nome Romeno para diabo
Emma-O – regente Japonês do Inferno
Euronimus – (Grego) príncipe da morte
Fenriz – filho de Loki, busto de lobo
Gorgo – (Grego) diminutivo de Demogorgon
Haborim – (Hebreu) sinônimo de Satã
Hecate – (Grego) deusa do mundo subterrâneo e bruxaria
Ishtar – deusa Babilônica da fertilidade
Kali - (Hindu) filha de Shiva, alta sacerdotisa dos Thuges
Lilith – (Hebreu) diabo fêmea, primeira mulher de Adão que lhe ensinou a pecar
Loki – diabo Teutônico
Mammon – deus Aramaico da riqueza e prosperidade
Mania – deusa Etrusca do Inferno
Mantus – deus Etrusco do Inferno
Marduk – deus da cidade da Babilônia
Mastema – (Hebreu) sinônimo de Satã
Melek Taus – demônio Iezidi
Mephistopheles - (Grego) que evita a luz, q. v. Fausto
Metztli – deusa Asteca da noite
Mictian – deus Asteca da morte
Midgard – filho de Loki, retratado como uma serpente
Milcom – diabo Amonita
Moloch – diabo Fenício e Canaaita
Mormo - (Grego) Rei dos Ghouls, consorte de Hecate
Naamah – (Hebrew) diabo fêmea da sedução
Nergal – deus Babilônico de Hades
Nihasa – diabo indígena americano
Nija – deus Polaco do Inferno
O-Yama – é o Diabo Japonês
Pã – (Grego) deus da luxúria, mais tarde relegado ao reino do Diabo
Pluto – (Grego) deus do subterrâneo
Proserpine – (Grego) rainha do subterrâneo
Pwcca – é o Diabo Galês
Rimmon – diabo Sírio venerado em Damasco
Sabazios – de origem Frígia, identificado com Dionísio, venerado como serpente
Saitan – o Satã Enoquiano
Sammael - (Hebreu) "poção de Deus"
Samnu – diabo da Ásia Central
Sedit – diabo indígena americano
Sekhmet – deusa Egípcia da vingança
Set – diabo Egípcio
Shaitan – nome Árabe de Satã
Shiva - (Hindu) a destruidora
Supay – (Inca) deus do subterrâneo
T'an-mo – (Chinês) contraparte do demônio, cobiça, desejo
Tchort – (Russo) nome de Satã, o "Deus Negro"
Tezcatlipoca – deus Asteca do Inferno
Thamuz – deus Sumério que mais tarde foi relegado ao reino do Diabo
Thoth – deus Egípcio da magia
Tunrida – diabo fêmea escandinavo
Typhon – (Grego) personificação de Satã
Yaotzin – deus Asteca do Inferno
Yen-lo-Wang – (Chinês) regente do Inferno

Os demônios das religiões passadas tiveram sempre, pelo menos em parte, características
animais, evidência da necessidade constante do homem em negar que ele também é um
animal, pois admiti-lo seria um duro golpe para seu ego empobrecido.

O porco era menosprezado pelos judeus e pelos egípcios. Simbolizava os deuses Frey, Osíris,
Adônis, Perséfone, Átis e Deméter, e era sacrificado a Osíris e à Lua. Entretanto, com o tempo,
foi rebaixado como um demônio. Os fenícios adoravam um deus com asas, Baal, de onde
procede o demônio Belzebu. Tanto Baal quanto Belzebu são idênticos ao escaravelho ou
besouro dos egípcios, que parecia ressuscitar, assim como a mítica ave Fênix renascia das
próprias cinzas. Os antigos judeus acreditavam, através do seu contato com os persas, que as
duas grandes forças do mundo eram Ahura-Mazda, o deus do fogo, da luz, da vida e da
bondade; e Ahriman, a serpente, o deus das trevas, da destruição, da morte e do mal. Estes, e
inúmeros outros exemplos, não apenas retratam os demônios do homem como animais, mas
também mostram sua necessidade de sacrificar os deuses animais originais e rebaixá-los a
demônios.

Na época da Reforma, no século 16, o alquimista Dr. Johann Faustus descobriu um método
para conjurar um demônio - Mefistófeles - do Inferno e fazer um pacto com ele. Ele assinou
um pacto de sangue para entregar sua alma a Mefistófeles em troca da sensação da
juventude, e imediatamente tornou-se jovem. Quando chegou a hora de Fausto morrer, ele
retirou-se para seu quarto e foi feito em pedaços, como se seu laboratório tivesse explodido.
Esta história é um protesto da época (século 16) contra a ciência, a química e a magia.

Para o Satanista, não é necessário vender a alma para o Diabo ou fazer um pacto com Satã.
Esta hipótese foi concebida pelo Cristianismo para amedrontar as pessoas de modo que não
se desviassem do rebanho. Com dedos tremelicos e vozes hesitantes, eles ensinaram a seus
seguidores que se cedessem às tentações de Satanás e vivessem suas vidas de acordo com suas
predileções naturais, teriam que pagar por seus prazeres pecaminosos entregando suas almas a
Satanás e sofrendo em Inferno por toda a eternidade. As pessoas foram levadas a acreditar que
uma alma pura era um passaporte para a vida eterna.

Os profetas piedosos ensinaram ao homem a temer o Diabo. Mas por que eles também
ensinaram o "temor de Deus"? Se Deus é tão misericordioso, por que as pessoas deveriam
temê-lo? Será que devemos acreditar que não existe um só lugar em que possamos escapar do
medo? Se você tem que temer a Deus, por que não ser um "temente ao Diabo" e pelo
menos se divertir de que ser temente a Deus não lhe representa? Sem esse medo
generalizado, tanto de Deus quanto do Diabo, os religiosos não teriam nada com que
exercer poder sobre os seus seguidores.

A Deusa Teutônica dos Mortos e filha de Loki chamava-se Hel, uma deusa pagã da tortura e
da punição. Outro “L” foi acrescentado quando os livros do Antigo Testamento foram
elaborados. Os profetas que escreveram a Bíblia não conheciam a palavra “Hell”; eles
usaram o hebraico “Sheol” e o grego “Hades”, que significava sepultura; também o
“Tártaro” grego, que era a morada dos anjos descaídos, o subterrâneo, e “Geena”, que era
um vale perto de Jerusalém onde Moloch reinava e os ossos eram despejados e queimados.
Foi assim que a Igreja Cristã desenvolveu a ideia de “fogo e enxofre” do Inferno.

O Inferno Protestante e o Inferno Católico são lugares de castigo eterno; no entanto, os


católicos também acreditam que existe um "Purgatório" para onde vão todas as almas por um
tempo, e um "Limbo" para onde vão as almas não batizadas. O Inferno budista é dividido em
oito seções, as sete primeiras podem ser expiadas. A descrição eclesiástica do Inferno é um
lugar terrível de fogo e tormento; no Inferno de Dante, e em climas nórdicos, pensava-se
que era uma terra congelada, um refrigerador gigante.

(Mesmo com todas suas ameaças da danação eterna e alma condenada, os missionários
cristãos encontraram alguns que não engoliram tão rapidamente as suas bobagens. Dor e
prazer, assim como a beleza, estão nos olhos de quem vê. Assim, quando os missionários
chegaram no Alaska e alertaram os esquimós sobre os tormentos do Inferno e do mar de fogo
que aguardava aos pecadores, eles ingenuamente perguntaram: "Como faz para chegar
lá?")

A maioria dos Satanistas não aceita o Diabo como uma criatura antropomórfica com cascos
fendidos, cauda pontuda e chifres. Ele meramente representa uma força da natureza – os
poderes das trevas que foram nomeados exatamente assim porque nenhuma religião conseguiu
extrair essas forças das trevas. A ciência também não foi capaz de aplicar terminologia técnica
a esta força. É um reservatório inexplorado que poucos conseguem utilizar porque não têm a
capacidade de usar uma ferramenta sem ter que primeiro nomear e rotular todas as peças que a
fazem funcionar. É esta necessidade incessante de analisar que impede a maioria das pessoas
de tirar vantagem desta chave multifacetada para o desconhecido - que o Satanista prefere
chamar de "Satanás".

Satã, seja um deus, semideus, o salvador, ou como você quiser chamá-lo, foi criado por
todas as religiões na face da Terra com apenas um propósito – controlar as chamadas
ações e circunstâncias perversas do homem aqui na Terra . Consequentemente,
qualquer coisa que resulte em gratificação física ou mental foi definido como "pecado" –
garantindo assim toda uma vida baseada na culpa injustificada de todos!

Sendo assim, se é "do mal" que eles nos chamam, pois que somos do mal – e que assim
seja! A Era Satânica despertou! Por que não tirar vantagem disso e começar a viver a VIDA!
AMOR E ÓDIO

S representa bondade para aqueles que a merecem, em vez de amor


ATÃ

desperdiçado com ingratos!

É impossível amar a todos; seria ridículo pensar que sim. Se você amar a todos e a
tudo você perde seus poderes naturais da seleção e acaba se tornando um péssimo
juiz de caráter e qualidade. Qualquer coisa que for usada com muita Liberdade
perderá seu significado. Por isso, o Satanista acredita que você deve amar fortemente
e exclusivamente aqueles que merecem seu amor, e nunca virar a outra face para o seu
inimigo!

O amor é uma das mais fortes emoções sentidas pelo homem; outra é o ódio. Forçar que
você sinta amor indiscriminado é muito antinatural. Se você procura amar a todos isso apenas
abranda os sentimentos por aqueles que merecem seu amor. O ódio reprimido pode levar à
manifestação de muitas doenças físicas e mentais. Aprendendo a aliviar seu ódio para
aqueles que o merecem, você se livrará de emoções prejudiciais e não precisará descarregar
o ódio reprimido em seus entes queridos.

Nunca houve um grande movimento de “amor” na história do mundo que não acabasse
matando um número incontável de pessoas, devemos pressupor, para provar o quanto eles
as amavam! Todo hipócrita que já andou sobre a Terra tirou grande vantagem com o amor!

Todo religioso fanático afirma amar seus inimigos, embora quando injustiçado se apazigue
pensando “Deus os punirá”. Em vez de admitirem para si mesmos que odeiam seus inimigos e
que podem tratá-los da maneira que merecem, eles dizem: “Aqui vou eu, pela graça de Deus” e
“rezam” por eles. Por que deveríamos nos humilhar e nos rebaixar fazendo comparações tão
errôneas?

O Satanismo tem sido considerado sinônimo de crueldade e brutalidade. Isso acontece apenas
porque as pessoas têm medo de encarar a verdade – e a verdade é que os seres humanos não são
totalmente benignos ou amorosos. Só porque o Satanista admite que é capaz tanto de amar
quanto de odiar, ele é considerado odioso. Pelo contrário, porque é capaz de dar vazão ao seu
ódio através da expressão ritualizada, ele é muito mais capaz de amar – o tipo mais profundo de
amor. Ao reconhecer e admitir honestamente o ódio e o amor que sente, não há como confundir
uma emoção com a outra. Sem ser capaz de experimentar cada uma dessas emoções, você não
poderá experimentar plenamente a outra.
SEXO SATÂNICO

M UITA controvérsia tem surgido acerca dos pontos de vista Satânicos do "amor
livre". Costuma-se pensar que a atividade sexual é o fator mais importante da religião
Satânica, e que a disposição em participar de orgias sexuais é um pré-requisito para um
Satanista iniciante. Nada poderia estar mais distante da verdade! Na verdade, aqueles
oportunistas que não têm nenhum interesse profundo no Satanismo além de seus
aspectos meramente sexuais são enfaticamente desencorajados a participarem.
O Satanismo advoga pela liberdade sexual, mas estritamente dentro do verdadeiro
sentido da palavra. Liberdade Sexual, no conceito Satânico, significa exatamente
isso – liberdade de ser fiel a uma pessoa ou de realizar suas fantasias sexuais com ta
ntas outras você achar necessário para satisfazer suas necessidades particulares.

O Satanismo não estimula as atividades de orgia ou relacionamentos extraconjugais para


aqueles que não ocorrem naturalmente. Para uns, seria muito antinatural e aviltante ser
infiel ao seu parceiro escolhido. Para outros, poderia ser frustrante ser ligado
sexualmente a apenas uma pessoa. Cada pessoa tem a liberdade para decidir qual forma de
atividade sexual melhor se adéqua às suas necessidades particulares. Obrigar-se a ser adúltero
ou a ter vários parceiros sexuais antes do casamento apenas para provar aos outros (ou pior,
para provar a si mesmo) que você está emancipado da culpa sexual é tão errado, pelos
padrões Satânicos, quanto deixar qualquer necessidade sexual insatisfeita por causa de
arraigados sentimentos de culpa.

Muitos daqueles que estão constantemente preocupados em demonstrar a sua emancipação da


culpa sexual são, na realidade, mantidos numa escravidão sexual ainda maior do que aqueles
que simplesmente aceitam a atividade sexual como uma parte natural da vida e não fazem
grande alarde sobre a sua liberdade sexual. Por exemplo, é um dado estabelecido que a
ninfomaníaca (a garota dos sonhos de todo homem e a heroína de todos os romances sinistros)
não é sexualmente livre, mas na verdade é frígida e vagueia de homem para homem porque é
muito inibida para encontrar o alívio sexual completo.

Outro equívoco é a ideia de que a capacidade de se envolver em atividades sexuais em grupo


é um indicativo de liberdade sexual. Todos os grupos modernos de sexo livre têm uma coisa
em comum – o desencorajamento de atividades fetichistas ou desviantes.

Na verdade, os exemplos mais forçados de atividade sexual não-fetichista, mal disfarçada de


“liberdade”, têm um formato comum. Cada um dos participantes de uma orgia tira todas as
roupas, seguindo o exemplo de um, e fornica mecanicamente - também seguindo o exemplo
do líder. Nenhum dos executores considera que a sua forma “emancipada” de sexo possa ser
considerada por não-membros como regulamentada e infantil que nada tem a ver com
liberdade.

O Satanista percebe que se quiser ser um conhecedor sexual (e verdadeiramente livre de


toda culpa sexual), ele não pode ser sufocado pelos chamados revolucionários sexuais,
assim como não pode ser sufocado pelo puritanismo de sua sociedade dominada pela culpa.
Estes clubes de sexo livre ignoram todo o sentido da liberdade sexual. A menos que a
atividade sexual possa ser expressa de forma individual (o que inclui fetiches pessoais), não
há absolutamente nenhum propósito em pertencer a uma organização de liberdade sexual.

O Satanismo apoia qualquer tipo de atividade sexual que satisfaça adequadamente todos seus desejos
- sejam eles heterossexuais, homossexuais, bissexuais, ou até mesmo assexuais, se você preferir.
O Satanismo também aprova qualquer fetiche ou desvio que sirva para melhorar sua vida
sexual, desde que não envolva ninguém que não queira estar envolvido.

A prevalência de comportamentos desviantes e/ou fetichistas na nossa sociedade surpreenderia


a imaginação dos sexualmente ingênuos. Existem mais desviantes sexuais do que o indivíduo
não esclarecido pode perceber: travestismo, sadismo, masoquismo, urofilia, exibicionismo –
para citar apenas algumas das mais predominantes. Todos têm alguma forma de fetiche, mas
por não terem consciência da preponderância da atividade fetichista em nossa sociedade,
sentem-se depravados ao se submeterem aos seus desejos “não naturais”.

Até mesmo o assexual possui um desvio – sua assexualidade. É muito mais anormal ter
uma falta de desejo sexual (a menos que a doença, a velhice, ou outra razão clínica tenha
causado a disfunção) do que ser sexualmente ativo. Não obstante, se um Satanista escolher a
supressão sexual em vez da expressão sexual livre, isso é inteiramente de sua
responsabilidade. Em muitos casos de supressão sexual (ou assexualidade), qualquer tentativa
de emancipar-se sexualmente seria devastadora para o assexual.

Os assexuais são invariavelmente suprimidos sexualmente por seus empregos ou hobbies.


Toda a energia e interesse que normalmente seriam dedicados à atividade sexual são
canalizados para outros passatempos ou para as ocupações escolhidas. Se uma pessoa
favorece outros interesses em detrimento da atividade sexual, é seu direito, e ninguém tem
justificativa para condená-la por isso. Contudo, a pessoa deve pelo menos reconhecer o fato
de que isso é uma supressão sexual.

Por causa da falta de liberdade de expressão, muitos desejos sexuais secretos nunca
progridem além do estágio da fantasia. A falta de liberação muitas vezes leva à compulsão
e, portanto, um grande número de pessoas inventa métodos indetectáveis para dar vazão
aos seus impulsos. Só porque a maior parte da atividade fetichista não é exteriormente
aparente, quem não é sexualmente sofisticado não deve iludir-se pensando que ela não
existe. Para citar exemplos das engenhosas técnicas utilizadas: O travesti masculino se
entregará ao seu fetiche vestindo roupas íntimas femininas durante suas atividades diárias;
ou a mulher masoquista pode usar uma cinta de borracha de vários tamanhos menores, de
modo que ela possa obter prazer sexual com seu desconforto fetichista ao longo do dia,
sem que ninguém perceba. Essas ilustrações são exemplos muito mais moderados e
predominantes do que outros que poderiam ter sido dados.

O Satanismo encoraja qualquer forma de expressão sexual que você possa desejar, desde que
não viole o pudor de ninguém. Esta declaração precisa ser esclarecida, para evitar
interpretações errôneas. Ao não violar o outro, isso não inclui a dor involuntária sentida por
aqueles que podem não concordar com os seus pontos de vista sobre sexo, devido às suas
ansiedades em relação à moralidade sexual. Naturalmente, você deve evitar ofender outras
pessoas que significam muito para você, como amigos e parentes puritanos. No entanto, se
você se esforçar sinceramente para evitar ofendê-los e, apesar de seus esforços, eles
acidentalmente se magoarem, você não pode ser responsabilizado e, portanto, não deve sentir
culpa como resultado de suas convicções sexuais ou de eles terem sido feridos por causa
dessas convicções. Se você tem medo constante de ofender os puritanos com sua atitude em
relação ao sexo, então não faz sentido tentar se emancipar da culpa sexual. Desse modo, não
teria nenhum propósito exibir sua permissividade.

Outra exceção à regra diz respeito aos masoquistas. Um masoquista obtém prazer sendo machucado;
então negar ao masoquista seu prazer através da dor o machuca tanto quanto a dor física machuca o
não-masoquista. A história do sádico verdadeiramente cruel ilustra esse ponto: O masoquista diz para
o sádico, "bata em mim." Ao que o sádico cruel responde, "Não!" Se uma pessoa quer ser
machucada e adora o sofrimento, então não há razão para gratificá-la em sua vontade.
O termo "sádico" na linguagem popular descreve aquele que obtém prazer pela brutalidade
indiscriminada. A verdade, no entanto, é que um verdadeiro sádico é seletivo. Ele escolhe
cuidadosamente entre um grande leque de vítimas e toma grande prazer em dar àqueles que
alcançam na tortura a realização de seus desejos. O sádico “bem ajustado” é epicurista ao
selecionar aqueles em quem suas energias serão bem gastas! Se uma pessoa é saudável o
suficiente para admitir que é masoquista e gosta de ser escravizada e chicoteada, o verdadeiro
sádico ficará feliz em obedecer!

A par das exceções acima, o Satanista não machucaria intencionalmente outras pessoas por
violar seus direitos sexuais. Se você tentar impor seus desejos sexuais a outras pessoas que
não aceitam seus avanços, você estará infringindo a liberdade sexual delas. Portanto, o
Satanismo não defende o estupro, a pedofilia, a zoofilia ou qualquer outra forma de atividade
sexual que implique a participação daqueles que não estão dispostos a participar ou cuja
inocência ou ingenuidade permitiria que eles fossem intimidados ou induzidos a fazer algo
contra sua vontade.

Se todas as partes forem adultas que assumem total responsabilidade pelas suas ações e
voluntariamente se envolvem numa determinada forma de expressão sexual – mesmo que
geralmente seja considerada tabu – então não há razão para que suas inclinações
sexuais sejam reprimidas.

Se você está ciente de todas as implicações, vantagens e desvantagens, e tem certeza de que
suas ações não prejudicarão ninguém que não deseje ou mereça ser ferido, você não tem
motivos para suprimir suas preferências sexuais.

Assim como não existem duas pessoas exatamente iguais na escolha da dieta ou com a mesma
capacidade de consumo de alimentos, os gostos e apetites sexuais variam de pessoa para
pessoa. Nenhuma pessoa ou sociedade tem o direito de estabelecer limitações aos gostos
sexuais ou à frequência da atividade sexual de outra pessoa. A conduta sexual adequada só
pode ser julgada dentro do contexto de cada situação individual. Portanto, o que uma pessoa
considera sexualmente correto e moral pode ser frustrante para outra. O contrário também é
verdadeiro; uma pessoa pode ter grande capacidade sexual, mas é injusto menosprezar outra
cuja capacidade sexual pode não ser igual à sua, e é falta de consideração impor-se à outra
pessoa, isto é, ao homem que tem um apetite sexual voraz, mas cujas necessidades sexuais da
esposa não correspondem às suas. É injusto que ele espere que ela responda com entusiasmo
às suas propostas; mas ela deve demonstrar o mesmo grau de consideração. Nos casos em que
ela não sente grande paixão, ela deve aceitá-lo sexualmente de forma passiva e agradável, ou
então não fazer nenhuma reclamação se ele decidir encontrar a liberação necessária em outro
lugar - incluindo práticas auto-eróticas.

O relacionamento ideal é aquele em que os parceiros estão profundamente apaixonados e


são sexualmente compatíveis. Entretanto, relacionamentos perfeitos são relativamente
incomuns. É importante ressaltar aqui que o amor espiritual e o sexo podem, mas não
necessariamente, coexistirem. Se houver uma certa quantia de compatibilidade sexual,
geralmente é limitada; e somente alguns dos desejos, mas não todos, poderão ser realizados.

Não existe maior prazer sexual do que o proporcionado por alguém que você ama
profundamente, se são sexualmente compatíveis. Porém, se vocês não são sexualmente
compatíveis um ao outro, deve-se enfatizar que a falta de compatibilidade sexual não indica
falta de amor espiritual. Um pode existir, e muitas vezes existe, sem o outro. Na verdade,
muitas vezes um membro do casal recorre à atividade sexual externa porque ama
profundamente o seu cônjuge e deseja evitar ferir ou impor-se ao seu ente querido. O amor
espiritual profundo é enriquecido pela sexualidade, e certamente é um ingrediente necessário
para qualquer relacionamento satisfatório; mas em virtude de predileções sexuais diferentes, a
atividade sexual extraconjugal ou a masturbação às vezes fornecem um complemento
necessário.

A masturbação, considerada como um tabu para muitas pessoas, cria um problema de culpa
que não é fácil de se lidar. Muita ênfase deve ser dada a esse assunto, pois constitui um
ingrediente extremamente importante para muitos trabalhos mágicos bem-sucedidos.

Desde que a Bíblia Judaico-Cristã descreveu o pecado de Onan (Gen. 38:7-10), o homem
tem considerado com gravidade as consequências do "vício solitário". Mesmo que os
sexólogos modernos tenham explicado o pecado de Onan como simplesmente o coitus
interruptus, o estrago tem sido feito através de séculos de confusão teológica.

A par dos crimes sexuais de fato, a masturbação é um dos mais censurados atos sexuais.
Durante o último século, inumeráveis textos foram escritos descrevendo as tenebrosas
consequências da masturbação. Praticamente todas as doenças físicas e mentais foram
atribuídas aos malefícios da masturbação. Palidez da pele, falta de ar, expressão furtiva, peito
afundado, nervosismo, espinhas e perda de apetite são apenas algumas das muitas
características supostamente resultantes da masturbação; o colapso físico e mental total
estava garantido se não se atendessem às advertências daqueles manuais para meninos.

As descrições absurdas em tais textos seriam quase cômicas, não fosse pelo infeliz fato de
que, embora os sexólogos, médicos, escritores contemporâneos, etc., tenham feito muito para
remover o estigma da masturbação, as culpas profundas induzidas pela falta de tato nessas
cartilhas sexuais foram apenas parcialmente apagadas. Uma grande percentagem de pessoas,
especialmente aquelas com mais de quarenta anos, não consegue aceitar emocionalmente o
fato de a masturbação ser natural e saudável, mesmo que agora a aceitem intelectualmente; e
eles, por sua vez, com frequência, ainda que de forma inconsciente, passam essa repugnância
para seus filhos.

Acreditava-se que alguém poderia ficar louco, apesar das inúmeras admoestações, se
continuasse sua prática auto-erótica. Esse mito absurdo cresceu com as notícias de que a
masturbação era um prática difundida entre os internos de manicômios. Era admitido que como
quase todos os doentes mentais se masturbavam, era a sua masturbação que os deixavam loucos.
Ninguém nunca parou para considerar que a falta de parceiros sexuais do sexo oposto e da
libertação da inibição, que é uma característica da loucura extrema, eram as reais razões para as
práticas de masturbação do doente mental.

Muitas pessoas preferem que seus parceiros busquem atividades sexuais extraconjugais do
que realizar atos auto-eróticos por causa de seus próprios sentimentos de culpa, da
repugnância do parceiro em que eles se envolvam em masturbação ou do medo da
repugnância de seu parceiro – apesar de muitos casos surpreendentes, em que uma
excitação indireta é obtida pelo conhecimento de que o parceiro está tendo experiências
sexuais com terceiros — embora isso raramente seja admitido.

Se o estímulo for obtido pela visualização do parceiro sexualmente envolvido com outras
pessoas, isso deve ser divulgado abertamente, onde ambas as partes possam ganhar com tais
atividades. Contudo, se a proibição da masturbação se deve apenas a sentimentos de culpa por
parte de uma ou de ambas as partes, devem fazer todos os esforços para apagar essas culpas -
ou utilizá-las a seu favor. Muitos relacionamentos poderiam ser salvos da destruição se as
pessoas envolvidas não sentissem culpa por realizar o ato natural da masturbação.

A masturbação é mal vista porque produz prazer derivado do afago intencional de uma área
produces pleasure derived from intentionally
"proibida" do corpo com a própria mão. Os sentimentos de culpa que acompanham a
maioria dos atos sexuais podem ser amenizados pela afirmação religiosamente
aceitável de que seus prazeres sexuais são necessários para produzir descendentes -
mesmo que você observe cautelosamente a tabelinha para os dias "seguros". Você não
pode, entretanto, aplacar a culpa com esse raciocínio enquanto se envolve em práticas
de masturbação.

Não importa o que você possa ter ouvido sobre a "Imaculada Conceição" – mesmo que
uma fé cega permita que você aceite esse absurdo – você sabe muito bem que é
preciso fazer contato sexual com uma pessoa do sexo oposto para produzir um
filho! Se você se sente culpado por praticar o "pecado original," certamente você se sentirá
ainda mais culpado por fazer um ato sexual exclusivo para sua auto-gratificação, sem
nenhuma intenção de gerar filhos.

O Satanista percebe perfeitamente por que os religiosos declaram a masturbação como


pecaminosa. Como todos os outros atos naturais as pessoas acabarão realizando, não importa
quão severamente sejam reprimidas. Produzir a culpa é uma faceta importante de seu
esquema malicioso de obrigar as pessoas redimirem seus “pecados” pagando
indulgências em seus templos de abstinência!

Mesmo que uma pessoa não esteja mais lutando contra o peso de uma culpa religiosamente
imposta (ou pense que não), o homem moderno ainda sente vergonha ao se submeter aos seus
desejos pela masturbação. Um homem pode sentir-se reduzido em sua masculinidade se ele se
satisfaz auto-eroticamente ao invés de se engajar na caçada competitiva de arrumar uma
mulher. Uma mulher pode satisfazer-se sexualmente, mas anseia pela satisfação do ego que
advém do esporte da sedução. Nem mesmo Casanova, ou o vampiro dos contos, sentiriam-
se adequados quando "reduzidos" à masturbação como meio de gratificação sexual; ambos
prefeririam ter um parceiro adequado. Satanicamente falando, todavia, é muito melhor se
engajar numa completa fantasia do que cooperar numa experiência não gratificante com
outra pessoa. Com a masturbação, você está no controle absoluto da situação, e nunca corre o
risco de ser enganado pelas falsas mulheres.

Para ilustrar o fato incontestável de que a masturbação é uma prática completamente


normal e saudável: ela é praticada por todos os membros do reino animal. As crianças
também acabam seguindo seus instintos naturais de masturbação, a menos que tenham sido
repreendidas por isso pelos seus pais indignados, que sem dúvida foram repreendidos pelos seus
pais, e assim por diante, na linha ascendente.

É lamentável, porém verdadeiro, que as culpas sexuais dos pais sejam invariavelmente
transmitidas aos filhos. Para salvar os nossos filhos do destino sexual malfadado dos
nossos pais, avós e possivelmente de nós mesmos, o código moral pervertido do passado
deve ser exposto pelo que é: um código pragmaticamente organizado de regras que, se
rigidamente obedecidas, nos destruiriam! A menos que nos emancipemos dos padrões
sexuais ridículos da nossa sociedade atual, incluindo a chamada revolução sexual, as
neuroses causadas por essas regulamentações sufocantes persistirão. A adesão à nova
moralidade sensata e humanista do Satanismo pode – e certamente o fará – desenvolver
uma sociedade na qual os nossos filhos possam crescer saudáveis e sem os encargos
morais devastadores de nossa atual e doente sociedade.
VAMPIROS SEM CHUPAR
SANGUE!

S ATÃrepresenta responsabilidade ao responsável, em vez de se preocupar com


vampíros psíquicos.
Muitas pessoas que caminham sobre a Terra praticam a fina arte de fazer os outros
sentirem-se responsáveis e até mesmo em dívida para com eles, sem nenhuma causa. O
Satanismo vê essas sanguessugas através de seu brilho verdadeiro. Os vampiros
psíquicos são indivíduos que drenam a energia vital das outras pessoas. Esse tipo de
indivíduo pode ser encontrado em todas as camadas da sociedade. Eles não
possuem nenhum propósito útil em suas vidas, e não são objetos de amor nem
amigos de verdade. Ainda assim, nos sentimos responsáveis perante o vampíro
psíquico sem saber o motivo.

Se você acha que pode estar sendo vítima de uma pessoa dessas, existem algumas regras
simples que lhe ajudarão tomar uma decisão. Por acaso existe alguma pessoa a quem você
recorre ou visita frequentemente, mesmo que você não queira, apenas porque você sabe que
se sentirá culpado se não o fizer? Ou você se vê constantemente fazendo favores para alguém
que não vem e pergunta, mas sugere? Geralmente os vampiros psíquicos utilizam a
psicologia reversa, dizendo: "Ah, eu não queria pedir isso para você, mas…" – e então você
acaba concordando em fazer o favor . O vampiro psíquico nunca exige qualquer coisa
de você. Isso seria muito presunçoso. Eles simplesmente deixam suas vontades serem
conhecidas de maneira sutil, o que impedirá que sejam considerados pragas. Eles jamais
"pensariam em impor nada" e estão sempre contentes e aceitam de bom grado a sua
decisão sem a menor reclamação – externamente!

Seus pecados não são comissivos, porém omissivos. É o que eles não dizem, e não o que
dizem, que faz você se sentir em dívida com eles. Eles são muito astuciosos para fazer
exigências abertas a você, porque sabem que você se ressentiria e teria uma razão tangível e
legítima para negá-las. Uma grande parcela dessas pessoas tem “atributos” especiais que
tornam a dependência de você mais aceitável e muito mais eficaz. Muitos vampiros
psíquicos são inválidos (ou fingem ser) ou são "mentalmente ou emocionalmente
transtornados." Outros podem fingir ignorância ou incompetência de modo que você, por
pena – ou mais frequentemente, exasperação –, acaba fazendo coisas para eles.

A forma tradicional de banir um demônio ou elemental de sua vida é reconhecê-lo pelo o


que ele é, e então exorcizá-lo. O reconhecimento desses demônios modernos e seus
métodos é o único antídoto para que sua devastação não recaia sobre você.

A maioria das pessoas aceita esses pacíficos indivíduos viciosos ao seu redor apenas
porque as suas manobras insidiosas nunca foram desmascaradas. Elas simplesmente
aceitam essas "pobres almas" como sendo de menor fortuna do que elas, e sentem que
devem ajudá-las do modo que puderem. É esse senso de responsabilidade mal
direcionado (ou sentimento de culpa infundado) que nutre bem os “altruísmos” com
que esses parasitas se saciam!

O vampiro psíquico pode existir porque ele escolhe engenhosamente pessoas conscientes e
responsáveis como suas vítimas – pessoas com grande dedicação às suas “obrigações
morais”. Em alguns casos nós somos vampirizados por grupos de pessoas, da mesma
forma que somos por apenas um indivíduo. Toda organização de arrecadação de fundos,
seja fundação de caridade, um conselho comunitário, uma associação religiosa ou fraterna,
etc., seleciona cuidadosamente uma pessoa que seja adepta de fazer os outros sentirem culpa,
geralmente para o cargo de presidente ou coordenador. É o seu trabalho primeiro nos persuadir
a abrirmos nossos corações, para depois as nossas carteiras, ao destinatário de sua "boa
vontade" – nunca mencionando o fato de que, em muitos casos, o seu tempo não é
empregado de forma caridosa, porém mediante um gordo salário para realizar seus
"nobres fins." Eles são mestres na arte de angariar a simpatia e consideração de pessoas
responsáveis. Quantas vezes não vemos criancinhas que foram enviadas por esses Fariseus
hipócritas para extrair gentilmente doações de pessoas bondosas. Quem resiste ao charme
inocente de uma criança?

Existem pessoas, é claro, que não ficam felizes a menos que façam doações, mas muitos de
nós não se encaixam nessa categoria. Infelizmente, com frequência é colocado sob nossa
responsabilidade fazermos coisas que não sentimos genuinamente que deveria nos ser exigido.
Uma pessoa com consciência acha bastante difícil de decidir entre a caridade imposta e a
voluntária. Ela quer fazer o que é certo e justo, mas acha-se perplexa em tentar decidir
exatamente a quem deveria ajudar, e que grau de ajuda deveria justamente ser esperado dela.

Cada pessoa deve decidir por si mesma quais são suas obrigações para com seus respectivos
amigos, família e comunidade. Antes de doar o seu tempo e dinheiro a pessoas fora da sua
família e círculo próximo de amigos, ela precisa decidir do que pode dispor, sem privar as
pessoas mais chegadas a ela. Ao levar essas coisas em consideração, ela deve certificar-
se de incluir ela mesma entre aqueles que são mais importantes. Ela deve avaliar
cuidadosamente a seriedade do pedido e a personalidade ou razões da pessoa que está
pedindo alguma coisa.

É extremamente difícil para uma pessoa aprender a dizer "não" quando em toda a sua
vida ela disse "sim." Entretanto, a menos que ela queira ser constantemente aproveitada,
deve aprender a dizer "não" quando as circunstâncias justificam fazê-lo. Se você
permitir, os vampiros psíquicos vão progressivamente se infiltrando em sua vida
diária até que você perde sua privacidade – e seu constante sentimento de
preocupação com eles tolherá toda a sua ambição.

Um vampiro psíquico sempre seleciona uma que pessoa que está relativamente
contente e satisfeita com a vida – uma pessoa que é bem casada, contente com seu
emprego, e geralmente bem ajustada com o mundo à sua volta – para sugar suas
energias. O próprio fato de que o vampiro psíquico escolhe vitimizar uma pessoa feliz
indica que ele é carente de todas as coisas de que sua vítima possui; ele fará de tudo para
arranjar problemas e desarmonia entre sua vítima e as pessoas que lhe são caras.

Por essa razão, seja cauteloso com aqueles que parecem não ter amigos e não possuem um
interesse particular na vida (exceto em você). Eles geralmente dirão que são seletivos aos
escolherem amigos, ou que não fazem amigos facilmente por causa dos altos padrões que
estabelecem para suas companhias. (Para adquirir e manter amigos, é preciso estar disposto
a dar de si mesmo – algo de que o vampiro psíquico é incapaz.) Contudo, eles se apressarão
em acrescentar que você preenche todos os requisitos e é verdadeiramente uma exceção
notável entre eles – você é um dos poucos dignos de sua amizade.

Para que você não confunda a busca desesperada por amor (que é uma coisa muito egoísta)
com vampirismo psíquico, a grande diferença entre os dois deve ser esclarecida. A única
maneira de determinar se você está sendo vampirizado é pesar o que você dá à pessoa em
comparação com o que ela lhe dá em troca. Às vezes você pode ficar irritado com as
obrigações impostas a você por um ente querido, um amigo próximo ou até mesmo um
empregador. Mas antes de rotulá-los de vampiros psíquicos, você deve se perguntar: "O que
estou recebendo em troca?" Se seu cônjuge ou amante insiste que você ligue para eles com
frequência, mas você também exige que façam o mesmo pelo tempo que passaram longe
de você, esta é notadamente uma via de mão dupla. Ou, se um amigo tem o hábito de lhe
pedir ajuda apenas em momentos importunos, mas você também prescinde dele para dar
prioridade somente às suas necessidades, você deve aceitar que é como uma troca justa. Se
seus empregador lhe pede para fazer um pouco mais do que é esperado de você em seu cargo
específico, mas ignora atrasos ocasionais ou lhe dá folga quando necessário, certamente não
há motivos para reclamar nem para achar que ele está se aproveitando de você.

Todavia, você está sendo vampirizado se você é incessantemente exigido ou esperado


por fazer favores para alguém que, quando você é que precisa de um favor, ele sempre
inventa desculpas por ter outras "obrigações urgentes."

Muitos vampiros psíquicos lhe darão presentes materiais para expressar o propósito de fazer
você se sentir em dívida, dessa maneira criando um vínculo com eles. A diferença entre o seu
presente e o deles, é que o seu pagamento virá de uma forma não material. Eles querem que
você se sentia obrigado a eles, e ficarão muito desapontados e até mesmo magoados se você
tentar retribuí-los com coisas materiais. Em essência, você deve "vender sua alma" para eles, e
eles constantemente estarão lembrando de seu dever para com eles, mas sem lembrar você.

Sendo puramente Satânico, a única forma de se lidar com um vampiro psíquico é se “fazer de
bobo” e agir como se ele fosse genuinamente altruísta e realmente não esperasse nada em
troca. Ensine-lhe uma lição aceitando graciosamente o que ele lhe dá, agradecendo em voz
alta o bastante para que todos escutem, e vá embora! Dessa forma você sai vitorioso. O que ele
pode dizer? E quando você for inevitavelmente esperado por retribuir a sua "generosidade,"
(essa é a parte difícil!) diga "Não" – mas novamente, graciosamente! Quando ele sentir
que você está escapando de suas garras, duas coisas vão acontecer. A primeira, ele agirá como
se estivesse "arrasado," esperando que seu antigo sentimento de dever e simpatia retornem, e
quando isso não acontecer, ele mostrará sua verdadeira face e ficará irritado e vingativo.

Depois de movê-lo para este ponto, VOCÊ pode desempenhar o papel da parte lesada.
Afinal, você não fez nada de errado - apenas aconteceu de você ter "obrigações urgentes"
quando ele precisou de você, e como nada era esperado em troca de seus presentes, não
deveria haver mágoas.

Geralmente, o vampiro psíquico vai perceber que seus métodos foram descobertos e não
insistirá no assunto. Ele não continuará a perder tempo com você, mas passará para sua
próxima vítima inocente.

Por vezes, entretanto, o vampiro psíquico não soltará suas garras tão facilmente e fará todo o
possível para atormentá-lo. Eles têm muito tempo para isso porque, uma vez rejeitados,
negligenciarão tudo o mais (isto é, o pouco mais que têm) para dedicar todos os seus momentos
de vigília ao planejamento da vingança a que sentem que têm direito. Por esse motivo, é melhor
evitar, em primeiro lugar, um relacionamento com esse tipo de pessoa. A “adulação” e
dependência dele em relação a você pode, a princípio, ser muito lisonjeira, e seus presentes
materiais muito atraentes, mas você acabará pagando caro por eles na maioria das vezes.

Não gaste seu tempo com pessoas que acabarão por destruí-lo, em vez disso concentre-se
naquelas que apreciarão sua responsabilidade para com elas e, da mesma forma, se sentirão
responsáveis por você.

E se você é um vampíro psíquico – fique atento! Cuidado com o Satanista – ele está
pronto e desejoso por cravar prazerosamente a estaca em seu coração!
INDULGÊNCIA . . . NÃO COMPULSÃO

O ESTÁGIO MAIS ALTO DO DESENVOLVIMENTO


HUMANO É A CONSCIÊNCIA DA CARNE!

S ATANISMO encoraja seus seguidores a serem indulgentes com seus desejos naturais.
Somente fazendo isso você pode ser uma pessoa completamente satisfeita, sem
frustrações que podem ser prejudiciais a si mesmo e àqueles a sua volta. Por isso, a
descrição mais simplificada da crença Satânica é:

INDULGÊNCIA EM VEZ DE ABSTINÊNCIA

As pessoas comumente confundem compulsão com indulgência, mas existe um


mundo de diferença entre as duas. Uma compulsão nunca é criada pela indulgência, mas
em não ser capaz de se satisfazer. Ao fazer de algo um tabu, isso apenas serve para
intensificar o desejo. Todo mundo gosta de fazer as coisas que lhes dizem para não fazer. "Os
frutos proibidos são os mais doces."

O Dicionário Enciclopédico Webster define a indulgência da seguinte forma: "Entregar-se;


não restringir ou opor-se; dar livre curso a; gratificar pela submissão; ceder a." A definição de
compulsão no dicionário é: "O ato de compelir ou conduzir por uma força, física ou moral;
restrição da vontade; (compulsório, obrigatório)." Em outras palavras, a indulgência implica
escolha, enquanto a compulsão indica falta de escolha.

Quando uma pessoa não realiza apropriadamente seus desejos, eles crescem rapidamente
e se tornam em compulsões. Se todo mundo tivesse um horário ou local particular para
realizar seus desejos individuais, sem medo da vergonha ou reprovação, eles seriam
suficientemente aliviados para levarem vidas sem frustrações no mundo cotidiano. Eles
seriam livres para mergulhar de cabeça em qualquer empreendimento que escolhessem,
em vez de cumprir seus deveres sem entusiasmo, com seus impulsos criativos frustrados
pela negação de seus desejos naturais. Isto se aplicaria na maioria dos casos, mas sempre
haverá aqueles que trabalham melhor sob pressão.

Geralmente, aqueles que precisam suportar certas dificuldades para produzir ao máximo de
suas capacidades estão basicamente em vocações artísticas. (Mais adiante será dito sobre a
realização através da abnegação.) Isto não significa que todos os artistas se enquadrem nesta
categoria. Pelo contrário, muitos artistas são incapazes de produzir a menos que as suas
necessidades animais básicas tenham sido satisfeitas.

Na maior parte dos casos, não é o artista ou o individualista, mas sim o homem ou a
mulher trabalhadora da classe média que carece da libertação adequada para os seus
desejos. É irônico que a pessoa responsável e respeitável – aquela que paga as contas da
sociedade – seja aquela que recebe menos retorno. É ela quem deve estar sempre
consciente das suas “obrigações morais” e é condenado por ceder normalmente aos seus
desejos naturais.

A religião Satânica considera isso uma grande injustiça. Aquele que guarda suas
responsabilidades deveria ser o mais autorizado aos prazeres de sua escolha, sem
nenhuma censura da sociedade pela qual trabalha.

Finalmente uma religião (Satanismo) foi estabelecida para elogiar e gratificar aquele que
suporta a sociedade em que vive, em vez de incriminá-lo por causa de suas necessidades
humanas.
De cada conjunto de princípios (sejam eles religiosos, políticos ou filosóficos), sempre alguns
bons podem ser extraídos. Em meio à loucura do conceito Hitlerista, um ponto se destaca
como um exemplo brilhante disso – “força através da alegria!”. Hitler não foi idiota quando
ofereceu felicidade ao povo Alemão, em um nível individual, para garantir a sua lealdade e
para tirar a sua máxima eficácia.

É algo claramente estabelecido que a maioria de todas as doenças são de natureza


psicossomática, e as doenças psicossomáticas são um resultado direto da frustração.
Costuma-se dizer que "os bons morrem jovens". Os bons, pelos conceitos Cristãos, morrem
jovens. É a frustração de seus instintos naturais que leva à deterioração de seus corpos e
mentes.

Tornou-se muito comum concentrar-se no aperfeiçoamento da mente e do espírito e


considerar que dar prazer ao próprio corpo (a própria carapaça sem a qual a mente e o
espírito não poderiam existir) é algo grosseiro, bruto e não refinado. Ultimamente, a
maioria das pessoas que se consideram EMANCIPADAS DEIXOU A SUA NORMALIDADE PARA
"TRANSCENDER" À IDIOTICE! Ao curvarem o rabo para cima até alcançar a nuca, subsistindo
com dietas malucas de arroz selvagem e chás, elas sentem que alcançarão um elevado
estágio de desenvolvimento espiritual.

"Balela!" diz o Satanista. Seria melhor comer uma boa refeição quente, exercitar sua
imaginação e transcender por meio da satisfação física e emocional. Parece, ao Satanista, que
depois de ter sido dominado por exigências religiosas irracionais durante tantos séculos,
alguém receberia com satisfação a oportunidade de ser humano pelo menos uma vez!

Se alguém pensa que negando os seus desejos naturais pode evitar a mediocridade, deveria
examinar as crenças místicas orientais que têm sido muito preferidas intelectualmente nos
últimos anos. O Cristianismo é "for a de esquadro", por isso aqueles que desejam escapar
dos seus grilhões recorreram às chamadas religiões iluminadas, como o Budismo. Embora
o Cristianismo seja certamente merecedor das críticas que tem recebido, talvez tenha
assumido mais do que a sua dose de culpa. Os seguidores das crenças místicas são tão
culpados pelos pequenos humanismos quanto os cristãos “equivocados”. Ambas as
religiões são baseadas em filosofias banais, mas os religiosos místicos professam ser
esclarecidos e emancipados do dogma cheio de culpa que é tipificado pelo Cristianismo.
Contudo, o místico oriental está ainda mais preocupado do que o cristão em evitar ações
animalescas que o lembrem de que ele não é um “santo”, mas apenas um homem – apenas
outra forma de animal, às vezes melhor, mas frequentemente pior, do que aqueles que
andam sob quatro patas; e que, devido ao seu “divino desenvolvimento espiritual e
intelectual”, se tornou o animal mais cruel de todos!

O Satanista pergunta, "Qual é o problema de ser humano, e ter limitações humanas assim
como qualidades?" Ao negar seus desejos, o místico não chegou mais perto de superar a
compulsão do que sua alma gêmea, o cristão. As crenças místicas orientais ensinaram as
pessoas a contemplar o próprio umbigo, ficar de cabeça para baixo, olhar para paredes brancas,
evitar o uso de rótulos na vida e disciplinar-se contra qualquer desejo de prazer materialista.
No entanto, tenho certeza de que você já viu tantos iogues ditos disciplinados com a
incapacidade de controlar o hábito de fumar quanto qualquer outra pessoa; ou tantos budistas
supostamente emancipados ficam tão excitados quanto uma pessoa “menos iluminada”
quando são confrontados com um membro do sexo oposto – ou em alguns casos, do mesmo
sexo. No entanto, quando solicitados a explicar a razão de sua hipocrisia, estas pessoas recuam
para a ambiguidade que caracteriza a sua fé - ninguém pode defini-las se não houver respostas
diretas que possam ser dadas! A verdadeira razão que leva esse tipo de pessoa para uma fé que
prega a abstinência, é a indulgência. Seu masoquismo compulsivo é a razão para escolher
Their compulsive masochism is the reason for
uma religião que não apenas advoga pela auto-privação, senão ainda a exalta por isso; e lhes dá
um meio de expressão sagrado para suas vontades masoquistas. Quanto mais privações
suportam, mais santos se tornam.

O masoquismo, para a maioria das pessoas, representa uma rejeição da indulgência. O


Satanismo aponta muitos significados por trás dos significados e considera o masoquismo
uma indulgência se qualquer tentativa de influenciar ou mudar a pessoa de seus traços
masoquistas for recebida com ressentimento e/ou fracasso. O Satanista não condena essas
pessoas por darem vazão aos seus desejos masoquistas, mas ele sente o maior desprezo por
aqueles que não conseguem ser suficientemente honestos (pelo menos consigo mesmos) para
enfrentar e aceitar o seu masoquismo como uma parte natural da sua personalidade de
fachada.

Ter de usar uma religião como desculpa para seu masoquismo é bastante péssimo, mas estas
pessoas têm realmente o descaramento de se sentirem superiores àqueles que não estão presos
à expressão auto-enganosa dos seus fetiches! Estas pessoas seriam as primeiras a condenar um
homem que encontrasse o seu relaxamento semanal com uma pessoa que lhe casaria
perfeitamente, libertando-se assim daquilo que poderia, se não fosse libertado, torná-lo - como
eles são - um frequentador compulsivo da igreja ou fanático religioso. Ao encontrar a liberação
adequada para seus desejos masoquistas, ele não precisa mais se rebaixar e proibir-se em todos
os momentos em que está acordado, como fazem esses masoquistas compulsivos.

Os Satanistas são encorajados a praticarem os sete pecados capitais, pois eles não
machucam ninguém; eles foram inventados pela Igreja Católica para garantir a culpa por
parte de seus seguidores. A Igreja Católica sabe que é impossível para qualquer pessoa evitar
de cometer alguns desses pecados, pois são todas as coisas que nós, seres humanos, fazemos
naturalmente. Depois de inevitavelmente cometer esses pecados, as ofertas financeiras à Igreja
são distribuídas a fim de “pagar” a Deus como um desencargo de consciência para o
paroquiano!

O Diabo nunca precisou de um livro regulador, porque foram as forças naturais vitais que
mantiveram o homem "pecador" em seu intento de preservar a sua integridade e os seus
sentimentos. No entanto, tentativas desmoralizantes foram feitas ao seu corpo e ao seu ser por
causa da sua “alma”, o que apenas ilustra o quão mal concebidos e mal utilizados se tornaram os
rótulos de “indulgência” versus “compulsão”.

A atividade sexual certamente é estimulada e encorajada pelo Satanismo, mas obviamente o


fato de ser a única religião que honestamente assume esta posição é a razão pela qual
tradicionalmente lhe tem sido dado tanto espaço literário.

Naturalmente, se a maioria das pessoas pertence a religiões que a reprimem sexualmente,


qualquer coisa escrita sobre esse tema provocativo produzirá uma leitura excitante.

Se todas as tentativas de vender algo (seja um produto ou uma ideia) falharam, o sexo sempre o
venderá. A razão para isto é que, embora as pessoas agora aceitem conscientemente o sexo como
uma função normal e necessária, o seu subconsciente ainda está preso ao tabu que a religião lhe
impôs. Então, novamente, o que é negado é desejado com mais intensidade. É esse bicho-papão
em relação ao sexo que faz com que a literatura dedicada às visões satânicas sobre o assunto
ofusque tudo o que foi escrito sobre o Satanismo. O verdadeiro Satanista não é mais versado no
sexo do que em qualquer outro de seus desejos. Assim como todas as outras coisas prazerosas, o
Satanista é conhecedor do sexo, em vez de ser dominado por ele. Ele não é um cabra pervertido que
sempre está esperando pela chance de arrombar uma jovem virgem, nem é o degenerado esquivo
que anda furtivamente pelas livrarias "sujas", babando em cima das fotos "sacanas". Se a pornografia
preenche as suas necessidades do momento, ele compra sem vergonha alguns "itens selecionados"
e os examina sem culpa em seu sossego. "Temos que aceitar o fato de que o homem ficou
descontente por ser constantemente reprimido, mas devemos fazer tudo o que pudermos
para pelo menos moderar os desejos pecaminosos do homem, para que não se desenvolvam
desenfreadamente nesta nova era," dizem os religiosos do caminho direito ao Satanista. "Por
que continuar a pensar que esses desejos são vergonhosos e que devem ser reprimidos, se
agora você admite que são desejos naturais do homem?" rebate o Satanista. Será que os
religiosos da luz branca não são um pouco “azedos” sobre o fato de não terem
pensado numa religião, antes dos Satanistas, que fosse agradável de seguir; e se a
verdade fosse conhecida, será que eles também não gostariam de ter um pouco mais
de prazer na vida, mas por medo de perder prestígio, não podem admitir isso? Será
que eles também têm medo de que as pessoas, depois de ouvirem sobre o Satanismo,
digam a si mesmas: "Isto é para mim - por que eu deveria continuar a seguir uma
religião que me condena por tudo o que faço, mesmo que não haja nada de errado em
fazê-lo?" O Satanista pensa que isso é mais do que provavelmente a pura verdade.

Existem certamente muitas evidências de que as religiões do passado estão, a cada dia,
aliviando mais e mais suas restrições ridículas. Mesmo assim, quando o cerne de toda uma
religião é baseada na abstinência em vez da indulgência (como deveria ser), fica difícil de ser
reformulada para se adequar às necessidades atuais do homem. Então por que continuar a
perder tempo "trocando gato por lebre"?

O postulado do Satanismo é INDULGÊNCIA em vez de "abstinência" . . . Mas também não é


“compulsão”.
SOBRE A
ESCOLHA DE
SACRIFÍCIO
HUMANO

O suposto propósito na realização do ritual de sacrifício é lançar a energia


provinda do sangue da vítima frescamente cortada na atmosfera do trabalho
mágico, dessa maneira aumentando as chances de sucesso do mago.
O mago "branco" assume que como o sangue representa a força vital, não existe melhor
maneira de apaziguar os deuses ou demônios do que presenteá-los com abundantes
quantidades dele. Combine esse raciocínio com o fato de que uma criatura
agonizante está expelindo um coquetel de adrenalina e outras energias bioquími-
cas, e você terá o que aparenta ser uma combinação sem igual.

O mago "branco", ciente das consequências envolvidas em matar um ser humano,


naturalmente utiliza pássaros ou outras criaturas “inferiores” em suas cerimônias. Parece que
esses desgraçados hipócritas não sentem culpa por tirar uma vida inumana, enquanto se
opõem a uma vida humana.

O fato é que se o “mago” for digno de seu nome, ele será desembaraçado o suficiente para
liberar a energia necessária de seu próprio corpo, em vez de de uma vítima relutante e
imprestável!

Ao contrário de toda teoria mágica estabelecida, a liberação desta energia NÃO é efetuada no
derramamento real de sangue, mas nos estertores da morte da criatura viva! Esta descarga de
energia bioelétrica é o mesmo fenômeno que ocorre durante qualquer intensificação profunda
das emoções, tais como: orgasmo sexual, raiva cega, terror mortal, tristeza avassaladora, etc.
Dessas emoções, as mais fáceis de entrarem na violação própria de alguém são o orgasmo
sexual e a raiva, com a tristeza em terceiro lugar. Lembrando que se as duas mais facilmente
presentes dessas três (orgasmo sexual e raiva) foram gravadas no subconsciente do homem
como “pecaminosas” pelos religiosos, não é de admirar que sejam evitadas pelo mago
“branco”, que caminha penosamente carregando a maior de todas as pedras do moinho da
culpa!

O absurdo inibidor do assassínio de uma criatura viva inocente no ponto alto de um ritual, tal
como praticado pelos antigos "feiticeiros", é obviamente o "menor dos males" quando uma
descarga de energia é necessária. Esses pobres tolos com a consciência pesada, que se
autodenominam bruxos e bruxas, prefeririam cortar a cabeça de uma cabra ou de uma galinha
na tentativa de aproveitar sua agonia mortal, do que ter a coragem "blasfema" de se masturbar
diante da imagem de Jeová, a quem eles insistem em negar! A única maneira pela qual esses
covardes místicos podem libertar-se ritualisticamente é através da agonia da morte de outra
pessoa (na verdade, a sua própria, por procuração), em vez da força indulgente que produz a
vida! Os trilhadores do caminho da luz branca são realmente os frios e os mortos! Não é de
admirar que essas pústulas risonhas de "sabedoria mística" devam permanecer dentro de
círculos protetores para confinar as forças do "mal", a fim de se manterem "a salvo" de ataques
– um bom orgasmo provavelmente os mataria!

A realização do sacrifício humano no ritual Satânico não implica que o sacrifício seja feito
para "apaziguar os deuses". Simbolicamente, a vítima é destruída através da execução de um
feitiço ou maldição, que por sua vez leva à destruição física, mental ou emocional do
“sacrificado” de maneiras e meios não atribuíveis ao mago.
A única vez que um Satanista realiza um sacrifício humano é para atender a dois propósitos:
liberar a fúria do mago na conjuração de uma maldição, e mais importante, para se livrar de
um indivíduo totalmente detestável e merecedor da morte.

Sob nenhuma hipótese um Satanista sacrificaria um animal ou recém-nascido! Por séculos os


propagandistas do caminho direito têm aventado sobre os supostos sacrifícios de crianças e
moças bonitas nas mãos dos diabólicos. Seria de pensar que qualquer pessoa que lesse ou
ouvisse estes relatos hediondos questionaria imediatamente a sua autenticidade, tendo em
consideração as fontes tendenciosas das histórias. Pelo contrário, como acontece com todas
as mentiras “sagradas” que são aceitas sem reservas, esse suposto modus operandi dos
Satanistas persiste até hoje!

Existem razões lógicas e evidentes para que os Satanistas não realizem esses sacrifícios. O
homem animal é a divindade para o Satanista. A forma mais pura da existência carnal repousa
nos corpos de animais e crianças que não cresceram o suficiente para negarem seus instintos
naturais. Elas conseguem perceber coisas que o adulto humano médio jamais conseguiria.
Portanto, o Satanista guarda esses seres na mais sagrada consideração, sabendo que pode
aprender muito com esses magos naturais do mundo.

O Satanista é ciente da tradição universal do trilhador do caminho de Agarthi; a morte de


Deus. Na medida em que os deuses são sempre criados à imagem do homem - e o homem
comum odeia o que vê em si mesmo - o inevitável deve ocorrer: o sacrifício do deus que o
representa. O Satanista não odeia a si mesmo, nem aos deuses que pode escolher, e não tem
nenhum desejo de destruir a si mesmo ou qualquer coisa que defenda! É por esta razão que
ele nunca poderia prejudicar intencionalmente um animal ou uma criança.

A questão se insurge, "Quem, então, seria considerado um sacrifício humano permitido e


apropriado, e como alguém pode ser qualificado para fazer o julgamento de uma pessoa
assim?" A resposta é brutalmente simples. Qualquer um que tenha lhe injustiçado – alguém
que "passou dos limites" para lhe ferir – de modo deliberado para causar problemas e
dificuldades em sua vida ou daqueles que lhe são caros. Em suma, uma pessoa que pede
para ser amaldiçoada mediante as suas próprias ações.

Quando uma pessoa, por seu próprio comportamente repreensível, praticamente clama para
ser destruída, é verdadeiramente sua obrigação moral realizar a indulgência de seu desejo. A
pessoa que aproveita de todas as oportunidades para "incomodar" os outros frequentemente
é chamada de "sádica". Na realidade, essa pessoa é um masoquista mal orientado que
está trabalhando para a sua própria destruição. A razão pela qual uma pessoa lhe ataca
viciosamente é porque ela tem inveja ou medo do que você é ou representa, ou são
magoadas com a sua felicidade. Eles são fracos e inseguros, ficando em terreno
extremamente incerto quando você lança sua maldição e produz sacrifícios humanos ideais.

Às vezes é fácil olhar por cima do deslize cometido pela vítima de sua maldição, quando se
considera o quanto ela é “infeliz”. Não é tão fácil, porém, refazer os passos danosos do seu
inimigo e corrigir as situações práticas que ele ou ela cometeu de errado.

O "sacrificado ideal" pode ser emocionalmente inseguro, e ainda assim, nas maquinações de
sua insegurança, causar danos severos para a sua tranquilidade ou à sua sólida reputação.
"Doença mental", "colapso nervoso", "desadaptação", "neuroses de ansiedade", "lares
destruídos", "brigas entre parentes", etc., ad infinitum, têm servido há muito tempo como
desculpa para atos violentos e irresponsáveis. Qualquer um que diga "precisamos tentar nos
entender" para aqueles que fazem a vida miserável daqueles que não merecem a miséria está
ajudando e fomentando um câncer social! Os apologistas desses homens raivosos merecem
uma bela surra daqueles a quem defendem!
Os cães raivosos são aniquilados, e precisam muito mais de ajuda do que os homens que
convenientemente espumam pela boca quando o comportamento irracional é adequado! É fácil
dizer: "E daí! Essas pessoas são inseguras, então não podem me machucar." Mas o fato
permanece: dada a oportunidade, elas matariam você!

Portanto, você tem todo o direito de (simbolicamente) destruí-los, e se sua maldição


provocar em sua morte iminente, regozije-se por ter sido o instrumento de despachar do
mundo uma praga! Se o seu sucesso ou felicidade incomodar uma pessoa – você não
deve nada a ela! Ela é feita para ser pisoteada na cabeça! Se as pessoas levassem em
conta as consequências de suas próprias ações, elas pensariam duas vezes antes de
lhe incomodar!
VIDA APÓS A MORTE
PELO PREENCHIMENTO
DO EGO

O homem sabe que algum dia morrerá. Outros animais, quando se aproximam da
morte, sabem que estão prestes a morrer; mas somente quando a morte é certa que o
animal sente sua partida deste mundo. E mesmo assim ele não sabe exatamente o
que está vinculado à morte. Frequentemente é apontado que os animais aceitam a
morte graciosamente, sem medo ou resistência. Este é um conceito bonito, mas que
somente guarda verdade em casos em que a morte é inevitável para o animal.
Quando o animal está doente ou ferido ele lutará por sua vida com toda força que lhe
resta. É esta vontade inabalável de viver que, se o homem não fosse tão “altamente evoluído”,
também lhe daria o espírito de luta de que necessita para se manter vivo.

É um fato bem conhecido que muitas pessoas morrem simplesmente porque desistem de
tudo e não se importam com mais nada. É compreensível quando uma pessoa está muito
doente e sem nenhuma chance de recuperação. Entretanto, essa não é a maioria dos casos. O
homem se tornou fraco. Ele aprendeu a tomar o caminho mais fácil. Até mesmo o suicídio
tem se tornado menos repugnante a muitas pessoas do que uma variedade de outros
pecados. A religião é totalmente culpada por isso.

A morte, na maioria das religiões, é considerada como um grande despertar espiritual – algo
que é preparado durante a vida inteira. Esse conceito é muito apelativo para alguém que
não tem uma vida satisfatória; mas para aqueles que têm experienciado todos os prazeres que a
vida tem a oferecer, há uma grande lástima vinculada à morte. Assim é como deveria ser. É
essa vontade de viver que permitirá a energia vital da pessoa continuar a existir depois da
morte inevitável de sua carcaça.

A história nos mostra que os homens que deram suas próprias vidas na busca de um ideal
foram deificados por seu martírio. Os religiosos e líderes políticos têm sido muito habilidosos
na elaboração de seus planos. Ao sustentarem o martírio como um exemplo brilhante
para seus semelhantes, eles eliminam a reação do senso comum de que a
autodestruição vai contra toda lógica animal. Para o Satanista, o martírio e o heroísmo
impessoal é para ser associado não com a honradez, porém com a estupidez. Isso, é claro,
não se aplica a situações que envolvem a segurança de uma pessoa amada. Todavia,
entregar a própria vida para algo tão impessoal quanto um ideal político ou religioso é o
cúmulo do masoquismo.

A vida é a grande indulgência; a morte a grande abstinência. Para uma pessoa que está
satisfeita com a sua existência terrena, a vida é como uma festa; e ninguém gosta de sair de
uma boa festa. Por esse mesmo princípio, uma pessoa que está aproveitando sua vida aqui na
Terra não desistirá dela tão prontamente pela promessa de uma vida após a morte sobre a
qual ela não conhece nada.

As crenças místicas orientais ensinam os homens a disciplinarem-se contra qualquer desejo


consciente pelo sucesso, para que assim possam dissolver-se na "Consciência Cósmica
Universal" – tudo para evitar a própria satisfação saudável ou o orgulho honesto das
conquistas terrenas! É interessante notar que as regiões onde esse tipo de crença floresce
são aquelas em que os ganhos materiais não são facilmente obtidos. Por essa razão a crença
religiosa predominante deve ser uma que recomenda a seus seguidores rejeitarem as coisas
materiais e a evitarem o uso de rótulos que atribuem certa importância aos ganhos materiais.
Dessa forma as pessoas podem ser conformadas a aceitar sua porção de ganho, não importan-
-do quão pequena possa ser.

O Satanismo usa muitos rótulos. Se não fosse pelos nomes, poucos de nós entenderíamos
qualquer coisa na vida, muito menos atribuiríamos qualquer significado a eles; e significado
implica em reconhecimento, que é algo que todo mundo deseja, especialmente o místico
oriental que tenta provar a todos que pode meditar por mais tempo ou suportar mais
privações e dor do que qualquer outro de seus camaradas.

As filosofias orientais pregam a anulação do ego do homem antes que ele possa vir a cometer
pecados. É incompreensível para o Satanista conceber um ego que escolheria voluntariamente
a negação de si mesmo.

Nos países onde isso é usado como um incentivo para os empobrecidos, é compreensível
que uma filosofia que ensina a negação do ego sirva a um propósito útil - pelo menos para
aqueles que estão no poder, para os quais seria prejudicial se o seu povo fosse
descontente. Entretanto, para aqueles que têm todas as oportunidades de ganho material,
escolher essa forma de pensamento religioso parece mesmo burrice!

A mística oriental acredita fortemente na reencarnação. Para uma pessoa que foi virtualmente
um nada na vida, a possibilidade de que possa ter sido um imperador numa vida passada, ou
quem sabe numa próxima vida, pode ser bastante atrativa, e mostra muito sobre a necessidade
que possui de apaziguar o ego com respeito próprio. Se não há nada com que possam se
orgulhar na vida, eles podem se conformar como o pensamento de que, "sempre haverá
outras vidas." Será que nunca ocorreu ao crente na reencarnação de que seu pai, avô,
bisavô, etc. acumularam "bons carmas" pela aceitação das mesmas crenças e éticas de que
as suas do presente – e então por que agora ele está vivendo em privação, em vez de
viver como um marajá?

A crença na reencarnação proporciona um belo mundo de fantasia em que uma pessoa pode encontrar
a veia de escape do ego ao mesmo tempo em que diz ter anulado seu ego. Isso é enfatizado pelos
papéis que as pessoas sonham para si mesmas em vidas passadas ou futuras.

Aqueles que acreditam na reencarnação nem sempre escolhem personagens honrados. Se a


pessoa possuir uma natureza altamente respeitável e conservadora, ela frequentemente
escolherá um bandido ou traficante pitoresco, dessa forma preenchendo seu alter-ego. Ou,
uma mulher que possua um grande status social pode escolher uma vagabunda ou cortesã
famosa para personificação de si mesma numa vida passada.

Se as pessoas pudessem se separar do estigma vinculado ao preenchimento pessoal do ego,


elas não precisariam mais encenar as brincadeiras ilusórias da crença na reencarnação
como meio de satisfazer sua necessidade natural de preenchimento do ego.

O Satanista acredita na completa satisfação de seu ego. O Satanismo, na verdade, é a


única religião que advoga pela intensificação ou encorajamento do ego. Somente se o
ego de uma pessoa é suficientemente preenchido ela pode se permitir a ser gentil e polida
com os outros sem privar-se do respeito próprio. Geralmente pensamos como bravata uma
pessoa que tem um grande ego; na realidade, sua vanglória resulta da necessidade de
satisfazer seu ego empobrecido.

Os religiosos têm mantido seus seguidores na linha pela anulação de seus egos. Fazendo seus
seguidores sentirem-se inferiores, a majestade de seu deus é exaltada. O Satanismo encoraja
seus membros a desenvolverem um forte ego, porque isso lhes dá o respeito próprio
necessário para uma existência plena de significado nesta vida.
Se uma pessoa foi carnal durante toda a sua vida e lutou até o fim pela sua existência
terrena, é esse ego que se recusará a morrer, mesmo após a expiração da carne que o
abrigou. As crianças devem ser admiradas pelo seu entusiasmo motor pela vida. Isso é
exemplificado pela criança que se recusa a ir para a cama quando há algo emocionante
acontecendo e, uma vez colocada na cama, desce as escadas furtivamente para espiar
pela cortina e observar. É esta vitalidade infantil que permitirá ao Satanista espiar através
da cortina da escuridão e da morte e permanecer preso à Terra.

O suicídio sacrificial não é encorajado pela religião Satânica. Portanto, a menos que a morte
venha como uma indulgência devido a circunstâncias extremas que fazem do término da
vida um alívio bem-vindo da insuportável existência terrena, o suicídio é desaprovado pela
religião Satânica.

Os martíres religiosos entregam suas vidas não porque lhes sejam intoleráveis, senão para usar
seu supremo sacrifício como ferramenta de propagação de sua crença religiosa. Devemos
assumir, então, que o suicídio, se feito pela causa da Igreja, é glorificado e até mesmo
encorajado – mesmo que suas escrituras considerem o suicídio um pecado –, basta ver como
os martíres religiosos do passado ainda são cultuados.

É algo curioso que a única ocasião em que o suicídio é considerado pecaminoso pelas
outras religiões é quando ele é cometido como uma indulgência.
FERIADOS RELIGIOSOS

O maior de todos os dias sagrados na religião Satânica é a data de seu próprio


nascimento. Isso vai em contradição ao Sagrado dos dias sagrados de outras religiões,
que divinizam um deus específico que foi criado numa forma antropomórfica de sua
própria imagem, mostrando assim que o ego não está realmente enterrado.
O Satanista sente: "Por que não ser realmente honesto e se você vai criar um deus à
sua imagem, por que não criar esse deus como você mesmo." Todo homem pode ser
um Deus desde que se reconheça assim. Por isso o Satanista celebra o seu aniversário
como o dia mais importante do ano. Afinal, você não está mais feliz com o fato de ter nascido
do que com o nascimento de alguém que você nunca viu? Ou, além dos feriados religiosos,
por que prestar maior homenagem ao aniversário de um presidente ou a uma data histórica
do que ao dia em que fomos trazidos para este que é o mais grandioso dos mundos?

Apesar do fato de que algumas pessoas nascem de forma indesejada, ou pelo menos de
forma não planejada, estamos felizes, mesmo que ninguém mais esteja, por estarmos aqui!
Você deve dar um tapinha nas costas, comprar o que quiser, tratar-se como o rei (ou Deus)
que você é e geralmente comemorar seu aniversário com o máximo de pompa e cerimônia
possível.

Depois do próprio aniversário, os maiores feriados Satânicos são Noite de Santa Valburga e
Halloween (ou Véspera de Dia de Todos os Santos).

St. Valburga – Walpurga, ou Walburga, dependendo da época e região em que alguém se


refere a ela – nasceu em Sussex algo entre o final do século 7 e início do século 8, e foi
educada em Winburn, Dorset, onde, depois de receber o hábito, permaneceu por vinte e
cinco anos. Ela então, a pedido de seu tio, São Bonifácio, e de seu irmão, São Wilibaldo,
partiu junto com algumas outras freiras para fundar casas religiosas na Alemanha. Seu
primeiro assentamento foi em Bischofsheim, na diocese de Mainz, e dois anos depois (754
D.C.) ela se tornou abadessa do convento beneditino de Heidenheim, na diocese de seu irmão
Wilibaldo, Eichstadt, na Baviera, onde outro irmão, Winebaldo, também foi nomeado chefe
de um monastério ao mesmo tempo. Com a morte de Winebaldo em 760 ela o sucedeu em
seu cargo, mantendo a superintendência de ambas as casas até sua morte em 25 de
fevereiro de 779. Seus restos mortais foram transladados para Eichstadt, onde foi sepultada
numa gruta de pedra que exalava um bruxuleio de óleo betuminoso, depois sendo conhecido
como óleo de Santa Valburga, considerado por possuir eficácia milagrosa contra doenças. A
gruta se tornou um destino de peregrinação, e uma grande igreja foi construída sobre o local.
Ela é celebrada em várias datas, mas principalmente em 1º de Maio, seu dia vindo a substituir
um antigo festival pagão. Muito surpreendente, toda essa ladainha foi considerada
necessária simplesmente para acobertar a continuação do festival pagão mais
importante do ano – o grande clímax do equinócio de primavera!

A Véspera de Maio tem sido relembrada como a noite em que todos os demônios,
espectros, almas penadas, “afreets”, e “banshees” vagueiam em folias selvagens por entre os
vivos, simbolizando a fruição do equinócio de primavera.

Halloween – Véspera de Dia de Todos os Santos – cai em 31 de outubro ou em


1º de novembro. Originalmente, a Véspera de Dia de Todos os Santos era um dos maiores
festivais de fogo da Bretanha no tempo dos Druidas. Na Escócia era associado com o período
propício em que as almas dos mortos, demônios, bruxas e feiticeiros estavam incomumente
ativos. Paradoxalmente, a Véspera de Dia de Todos os Santos também era a noite em que os
jovens realizavam rituais de magia para determinar seus futuros parceiros de casamento.
Os jovens das aldeias levavam o feriado com muita diversão e folia sexual, mas os mais
velhos tomavam muito cuidado para proteger suas casas dos espíritos malignos, bruxas e
demônios que tinham um poder excepcional naquela noite.

Os solstícios e equinócios também são celebrados como feriados, pois anunciam o primeiro
dia das estações. A diferença entre um solstício e um equinócio é uma semântica que define
a relação entre o sol, a lua e as estrelas fixas. O solstício se aplica ao verão e ao inverno; o
equinócio refere-se ao outono e à primavera. O solstício de verão ocorre em junho e o
solstício de inverno ocorre em dezembro. O equinócio de outono ocorre em setembro e o
equinócio de primavera em março. Tanto os equinócios quanto os solstícios variam um ou
dois dias de ano para ano, dependendo do ciclo lunar da época, mas geralmente caem no dia
21 ou 22 de cada mês. Cinco a seis semanas depois desses dias são celebradas as lendárias
festas Satânicas.
A MISSA NEGRA

N ENHUM outro ícone foi associado ao Satanismo tanto quanto a missa negra. Dizer que
a mais blasfema de todas as cerimônias religiosas nada mais é do que uma invenção
literária é certamente uma afirmação que necessita de esclarecimento - mas nada poderia
ser mais verdadeiro.
O conceito popular da missa negra é esse: um padre excomungado está diante de um
altar que consiste numa mulher pelada, suas pernas abertas e a vagina à mostra, cada
uma das mãos estendidas segurando uma vela preta feita com banha de bebês não bati-
zados e um cálice contendo urina de uma prostituta (ou sangue) repousando em sua
barriga. Uma cruz invertida pendurada acima do altar e hóstias triangulares de pão carregado de
centeio ou nabo manchado de preto são metodicamente abençoadas enquanto o padre
obedientemente as coloca dentro e fora dos lábios da vagabunda do altar. Então uma invocação
a Satã e a vários demônios é seguida por uma ladainha de orações e salmos cantados de trás
para frente ou intercalados por palavrões. . . tudo executado dentro dos limites de um
pentagrama "protetor" riscado no chão. Se o Demônio aparecer, ele virá invariavelmente na
forma de um homem bastante ansioso, com uma cabeça de bode preto sobre os ombros. Em
seguida, uma compilação de flagelação, queima de livros de orações, cunilíngua, sexo brutal e
beijos gregos nos quartos traseiros - tudo feito com um fundo de recitações obscenas da Bíblia
Sagrada e cuspes audíveis na cruz! Se um bebê puder ser assassinado durante o ritual, tanto
melhor; pois como todos sabem, esse é o esporte favorito do Satanista!

Se isso parece repugnante, então o sucesso dos relatos da missa negra, em manter os
devotos na igreja, é fácil de compreender. Nenhuma pessoa “decente” poderia deixar de
ficar do lado dos inquisidores ao ser informada dessas blasfêmias. Os propagandistas da
Igreja fizeram bem o seu trabalho, informando ao público em um momento ou outro sobre
as heresias e atos hediondos dos pagãos, cátaros, bogomilos, templários e outros que, por
causa de suas filosofias dualistas e às vezes de lógica Satânica, tiveram que ser erradicados.

As histórias de bebês não batizados sequestrados por Satanistas para uso nas missas não
foram apenas meios de propaganda eficazes, mas também proporcionaram uma fonte
constante de receitas para a Igreja, sob forma de taxas de batismo. Nenhuma mãe cristã, ao
ouvir falar desses sequestros diabólicos, deixaria de logo batizar seu filho devidamente.

Outra faceta da natureza humana era evidente no fato de que o escritor ou artista com
pensamentos lascivos podia exercer suas predileções mais obscenas ao retratar as atividades
dos hereges. O censor que vê toda a pornografia para saber sobre o que alertar aos outros é o
equivalente moderno do cronista medieval dos atos obscenos dos Satanistas (e, claro, dos
seus homólogos jornalísticos modernos). Acredita-se que o mais vasto cabedal da
pornografia do mundo se encontre guardado nas bibliotecas secretas do Vaticano!

O beijo no traseiro do Diabo durante a missa negra tradicional é facilmente reconhecido


como o precursor do termo moderno usado para descrever alguém que, através do apelo ao
ego de outro, ganhará materialmente com ele. Como todas as cerimônias Satânicas eram
realizadas visando objetivos muito reais ou materiais, o oscularum infame (ou beijo da
vergonha) era considerado um requisito simbólico para o sucesso terreno, e não espiritual.

A suposição mais comum é que a cerimônia ou serviço Satânico é sempre chamado de missa
negra. A missa negra não é a cerimônia mágica praticada pelos Satanistas. O Satanista
apenas empregaria o uso de uma missa negra como uma forma de psicodrama. Além do
mais, uma missa negra não implica necessariamente que os participantes sejam Satanistas.
Uma missa negra é essencialmente uma paródia da missa da Igreja Católica Romana, mas
pode ser de longe aplicada como uma sátira a qualquer cerimônia religiosa.

Para o Satanista, a missa negra, em sua blasfêmia contra os ritos ortodoxos, nada mais é do
que uma redundância. Os serviços de todas as religiões estabelecidas são, na verdade,
paródias de antigos rituais realizados pelos adoradores da terra e da carne. Nas tentativas
de dessexualizar e desumanizar as crenças pagãs, os homens posteriores de fé espiritual
encobriram os significados honestos por trás dos rituais, transformando-os em eufemismos
suaves agora considerados como a "verdadeira missa". Mesmo que o Satanista passasse
todas as noites realizando uma missa negra, ele não estaria realizando uma farsa mais do
que o devoto frequentador da Igreja que involuntariamente assiste à sua própria “missa
negra” – a paródia dos ritos honestos e emocionalmente ressonantes da antiguidade pagã.

Qualquer cerimônia considerada uma missa negra deve efetivamente chocar e indignar, pois
esta parece ser a formula do seu sucesso. Na Idade Média, blasfemar contra a santa Igreja era
chocante. Agora, porém, a Igreja não apresenta a imagem impressionante que apresentava
durante a Inquisição. A tradicional missa negra não é mais o espetáculo ultrajante para o padre
diletante ou renegado como uma vez já foi. Se o Satanista deseja criar um ritual para blasfemar
contra uma instituição aceita, para fins de psicodrama, ele tem o cuidado de escolher um que
não esteja em voga como uma paródia. Assim, ele estará realmente pisando nos cornos de uma
vaca sagrada.

Uma missa negra, hoje em dia, consistiria na blasfêmia de temas “sagrados” como o
misticismo oriental, a psiquiatria, o movimento psicodélico, o ultraliberalismo, etc. O
patriotismo seria glorificado, as drogas e seus gurus seriam difundidos, militantes sem causa
seriam deificados, e a decadência das teorias eclesiásticas poderia até mesmo ser dado por
um estímulo Satânico.

O mago Satânico sempre foi um catalisador da dicotomia necessária para modelar


crenças populares e, neste caso, uma cerimônia da natureza de uma missa negra pode
servir a um propósito mágico de longo alcance.

No ano de 1666, eventos muito interessantes ocorreram na França. Com a morte de François
Mansart, o arquiteto do trapezoide, cuja geometria se tornaria o protótipo da casa mal
assombrada, o Palácio de Versalhes foi construído de acordo com seus planejamentos. A
última das glamorosas sacerdotisas de Satanás, Jeanne-Marie Bouvier (Madame Guyon), seria
ofuscada por uma astuta mulher de negócios, oportunista e insensível, chamada Catharine
Deshayes, também conhecida como LaVoisin. Aqui estava uma antiga esteticista que,
enquanto se dedicava a abortos e fornecia os venenos mais eficientes para mulheres desejosas
de eliminar maridos ou amantes indesejados, encontrou nos relatos sinistros dos "messes noir"
uma solução proverbial.

É Seguro dizer que 1666 foi o ano da primeira missa negra "comercial"! Na região sul de
St. Denis, que hoje é chamada LaGarenne, uma grande casa murada foi comprada por
LaVoisin e adaptada com dispensas, celas, laboratórios, e . . . uma capela. Logo se tornou de
rigueur para a realeza e menores diletantes atender e participar do próprio tipo de serviço
mencionado no início deste capítulo. A fraude organizada perpretada nessas cerimônias ficou
indelevelmente marcada na história como a "verdadeira missa negra".

Quando LaVoisin foi presa em 13 de março de 1679 (na Igreja de Nossa Senhora das Boas
Novas, por sinal), a sorte já havia sido lançada. As atividades degradantes de LaVoisin
sufocaram a majestade do Satanismo por muitos anos depois disso.
A moda do Satanismo por diversão e travessuras apareceu em seguida na Inglaterra em
meados do século 18 na forma da Ordem dos Franciscanos de Medmanham, de Sir Francis
Dashwood, popularmente chamada de Seita do Fogo do Inferno. Ao eliminar o sangue, o
chifre e as velas de banha de bebês das missas do século anterior, Sir Francis conseguiu
conduzir rituais repletos de boa diversão suja e certamente forneceu uma forma colorida e
inofensiva de psicodrama para muitas das principais luzes do período. Uma atividade
secundária interessante de Sir Francis, que dá uma pista sobre o clima da Seita do Fogo do
Inferno, foi um grupo chamado Clube Dilettanti, do qual ele foi o fundador.

Foi o século 19 que trouxe um branqueamento ao Satanismo, nas débeis tentativas de


mágos “brancos” tentando realizar magia “negra”. Este foi um período muito paradoxal
para o Satanismo, com escritores como Baudelaire e Huysmans que, apesar da sua
aparente obsessão pelo mal, pareciam cavalheiros bons o bastante. O Diabo desenvolveu
sua personalidade Luciferiana para que o público visse e gradualmente evoluiu para uma
espécie de cavalheiro acomodado. Esta foi a era dos “especialistas” nas artes negras, como
Eliphas Levi e incontáveis médiuns em transe que, vinculados cautelosamente a espíritos e
demônios, também conseguiram prender as mentes de muitos que hoje se autodenominam
parapsicólogos!

No que diz respeito ao Satanismo, os sinais externos mais próximos disso foram os ritos
neopagãos conduzidos pela Ordem Hermética da Aurora Dourada, de MacGregor Mathers, e a
posterior Ordem da Estrela de Prata, de Aleister Crowley (A... A... - Argentinum Astrum) e
Ordem dos Templários Orientais (O.T.O.)*, que negaram paranoicamente qualquer associação
com o Satanismo, apesar da imagem autoimposta de Crowley da besta da revelação. Além de
uma poesia bastante encantadora e um punhado de apetrechos mágicos, quando não estava
escalando montanhas, Crowley passava a maior parte do tempo como um vagabundo por
excelência e despendia suas horas extras para ser perverso. Tal como o seu contemporâneo,
Rev.(?) Montague Summers, Crowley obviamente passou grande parte da sua vida com a
língua firmemente enrolada dentro da boca, mas os seus seguidores de hoje são de alguma
forma capazes de ler o significado esotérico em cada palavra sua.

Permanentemente concomitantes a estas sociedades estiveram os clubes de sexo que usavam o


Satanismo como justificativa – o que persiste até hoje, motivo pelo qual os redatores de
tabloides podem agradecer.

Se parecer que a missa negra evoluiu de uma invenção literária da Igreja, para depois uma
realidade comercial depravada, para depois um psicodrama para diletantes e iconoclastas,
para depois uma carta na manga para a mídia popular. . . então onde isso se encaixa na
verdadeira natureza do Satanismo - e quem praticava magia Satânica naqueles anos depois
de 1666? A resposta para essa pergunta está em outra. Uma pessoa é geralmente considerada
Satanista realmente praticando o Satanismo no verdadeiro sentido da palavra, ou do ponto
de vista tomado pela opinião dos fazedores de persuasão celestial? Tem sido dito muitas
vezes, e com razão, que todos os livros sobre o Diabo foram escritos pelos agentes de Deus. É,
portanto, muito fácil entender como uma certa geração de adoradores do Diabo foi criada
através das invenções dos teólogos. Esse antigo “mau” caráter não está necessariamente
praticando o verdadeiro Satanismo. Ele também não é uma personificação viva do elemento de
orgulho desenfreado ou de majestade de si mesmo que deu ao mundo pós-pagão e ao homem
da Igreja a definição do mal. Em vez disso, ele é o subproduto de uma propaganda posterior e
mais elaborada.

O falso Satanista sempre conseguiu ser visto ao longo da história moderna, com suas missas
negras de variados graus de blasfêmia; mas o verdadeiro Satanista não é tão facilmente
reconhecido. Seria uma simplificação excessiva dizer que todo homem ou mulher de sucesso
na Terra é, sem mesmo o saber, um praticante do Satanismo; mas a sede pelo sucesso terreno e a
consequente realização são certamente motivos para São Pedro fechar as portas do Céu. Se a
entrada do rico no Céu parece tão difícil quanto a tentativa do camelo de passar pelo
orifício de uma agulha; se o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; então
devemos pelo menos assumir que os homens poderosos na Terra são os mais
Satânicos. Isto aplica-se a financistas, industriários, papas, poetas, ditadores e todos os
demais formadores de opinião e marechais de campo das atividades mundiais.

Ocasionalmente, através de “vazamentos”, um desses homens ou mulheres enigmáticos da


Terra será descoberto como tendo “brincado” com as artes negras. Estes, é claro, são trazidos à
luz como os “homens misteriosos” da história. Nomes como Rasputin, Zaharoff, Cagliostro,
Rosenberg e outros da sua trupe são ligações – pistas, por assim dizer, do verdadeiro legado de
Satanás. . . um legado que transcende também as diferenças étnicas, raciais e econômicas e as
ideologias temporais. O Satanista sempre governou a Terra. . . e sempre o fará, seja por qual
nome for chamado.

Uma coisa é certa: os princípios, filosofia e práticas estabelecidos nestas páginas são aqueles
empregados pelos humanos mais realizados e poderosos do planeta. Nos pensamentos
secretos de cada homem e mulher, ainda motivados por mentes sãs e abertas, reside o
potencial do Satanista, como sempre foi. O signo dos chifres aparecerá para muitos agora,
não para poucos; e o mago se adiantará para que possa ser reconhecido.
(TERRA)

O LIVRO DE BELIAL

O DOMÍNIO DA TERRA

O maior apelo da magia não está em sua aplicação, porém em seus meandros esotéricos. O
elemento de mistério que envolve tão fortemente a prática das artes negras tem sido fomentado,
deliberadamente ou por ignorância, por aqueles que frequentemente argumentam possuir o mais
alto conhecimento nesses assuntos. Se a menor distância entre dois pontos é uma linha reta,
então os ocultistas conhecidos se sairiam bem como inventores de labirintos! Os princípios
básicos da magia ceremonial foram relegados por tanto tempo a parcelas infinitas de
classificação do misticismo escolástico, que o aspirante a bruxo se torna a vítima da própria
arte da confusão que ele próprio deveria estar empregando! Uma analogia pode ser
visualizada pelo estudante de psicologia aplicada que, embora conhecendo todas as respostas,
não consegue fazer amigos.

De que adianta estudar falsidades, a menos que todos acreditem em falsidades? Muitos, é
claro, acreditam em falsidades, mas ainda AGEM de acordo com a lei natural. É nesta
premissa que a magia Satânica se baseia. Esta é uma cartilha – um texto básico sobre magia
materialista. É a cartilha Satânica da McGuffey's Reader.

Belial significa "sem um mestre", e simboliza a verdadeira independência, autossuficiência, e


a realização pessoal. Belial representa o elemento Terra, e onde a magia será encontrada com
os dois pés bem no chão – o procedimento mágico cru e verdadeiro – não aquelas
trivialidades místicas destituídas de razão objetiva. Não procure mais. Aqui está a base da
pirâmide!
TEORIA E PRÁTICA DA
MAGIA SATÂNICA

(Definição e Propósito da
Baixa e Alta Magia)

A definição de magia usada neste livro é: "A mudança em situações ou eventos de


acordo com a vontade individual, que seriam, utilizando métodos normalmente aceitos,
imutáveis." Isso admitidamente deixa um grande espaço para a interpretação pessoal.
Poderia ser dito, por alguns, que essas instruções e procedimentos nada mais são do
que a psicologia aplicada, ou um fato científico, ditos com uma terminologia
"mágica" – até chegarem em alguma parte do texto que "não se baseia em
nenhuma descoberta científica conhecida". É por essa razão que nenhuma tentativa foi
feita para limitar as explicações à nomenclatura escolhida. A magia nunca é
totalmente explicável cientificamente, enquanto a ciência por muitas vezes foi considerada
mágica.

Não existe diferença entre a magia "Branca" ou "Negra", exceto na hipocrisia presunçosa,
na retidão guiada pela culpa, e no autoengano do próprio mago "Branco". Na tradição
religiosa clássica, a magia "Branca" é realizada com “bons” propósitos, altruístas, e
benevolentes; enquanto a magia "Negra" é usada com “maus” propósitos, egoístas, e de
empoderamento pessoal. Ninguém nessa Terra jamais perseguiu os estudos do
hermetismo, metafísica, ioga, ou qualquer outro conceito da "luz branca", sem buscar a
gratificação do ego e empoderamento pessoal como objetivo. Apenas se dá que a
algumas pessoas lhes apetece usar cilícios, enquanto outras preferem o veludo ou a
seda. O que é prazer para um, é dor para o outro, e o mesmo se aplica ao conceito de
"Bem" e do "Mal". Todo praticante de bruxaria está convencido de que ele ou ela estão
fazendo a coisa "certa".

A magia recai em duas categorias, ritual e cerimonial, ou não-ritual e manipulativa. A


magia ritual consiste na realização de uma cerimônia formal, tomando lugar, pelo menos em
parte, dentro dos limites de uma área reservada para tais propósitos e num horário específico. Sua
principal função é isolar a adrenalina e outras energias emocionalmente induzidas, que de
outro modo seriam dissipadas, e convertê-las em uma força dinamicamente transmissível. É
um ato puramente emocional, em vez de intelectual. Toda e qualquer atividade intelectual
deve ter vez antes da cerimônia, não em seu decorrer. Esse tipo de magia é por vezes
reconhecida como "ALTA MAGIA ".

A magia não-ritual ou manipulativa é chamada por vezes de "BAIXA MAGIA ", consistindo da
perspicácia e astúcia obtidas através de várias artimanhas e situações controvertidas que
quando utilizadas, podem criar uma "mudança de acordo com a própria vontade". Em
tempos medievos isso seria chamado de "ilusão", "fascínio", ou "mau olhado".

A maioria das vítimas da Inquisição não eram bruxas. Quase sempre as vítimas eram
mulheres idosas excêntricas que eram senis ou não se conformavam com a sociedade. Outras
eram mulheres excepcionalmente atraentes que viravam a cabeça dos homens no poder e não
eram culpadas de seus avanços. As verdadeiras bruxas raramente eram executadas, ou mesmo
levadas a julgamento, pois eram proficientes na arte do encantamento e podiam encantar os
homens e salvar as próprias vidas. A maioria das bruxas verdadeiras dormia com os
inquisidores. Esta é a origem da palavra “fascínio”. O significado antigo de fascínio é
bruxaria. Portanto, se uma mulher tivesse a capacidade de fascinar os homens, ela era
considerada uma bruxa. O trunfo mais importante da bruxa moderna é sua capacidade de ser
atraente, ou, utilizar seu fascínio. O termo “mau olhado” tem uma origem igualmente oculta.
Fixar o olhar em uma pessoa, ou seja, amaldiçoá-la, é lançar energias carregadas de inveja.

Aprender a utilizar efetivamente o comando do olhar é uma parte integrante do treinamento de


uma bruxa ou feiticeiro. Para manipular uma pessoa, primeiro você deve ser capaz de atrair e
manter sua atenção. Os três métodos pelos quais o comando do olhar pode ser efetuado são a
utilização da sedução, sentimento, ou espanto, ou qualquer combinação dessas. Uma bruxa
deve, honestamente, decidir em qual categoria ela mais naturalmente se encaixa. A primeira
categoria, da sedução, é auto-explicativa. Se uma mulher é atraente ou sexualmente vulgar, ela
deveria fazer tudo em seu poder para se fazer o mais sedutora possível, usando o sexo como a
sua ferramenta mais poderosa. Uma vez que tenha atingido a atenção do homem, usando o
poder de sua sedução, ela está livre para manipulá-lo conforme o seu desejo. A segunda
categoria é o sentimento. Geralmente as mulheres mais velhas se encaixam nesta categoria.
Isso incluiria o tipo de bruxa "panela velha é que faz comida boa", que poderia viver numa
pequena pensão, e ser referida pelas pessoas como sendo “um pouco” excêntrica. As crianças
ficam encantadas com a fantasia que esse tipo de bruxa pode lhes proporcionar, e os
adultos a procuram para pedir sábios conselhos. Por serem inocentes, as crianças podem
identificar seu poder mágico. Ao se habituarem com a imagem da doce velhinha que mora
na casa ao lado, ela pode empregar a arte do engano para atingir seus objetivos. A terceira
categoria é o espanto. Essa categoria se aplica àquelas mulheres que são estranhas ou
exóticas pela aparência. Ao fazer a sua estranha figura trabalhar a seu favor, ela pode
manipular as pesoas simplesmente porque elas têm medo das consequências que poderiam
advir da recusa de fazer o que é solicitado.

Muitas mulheres se encaixam em mais de uma dessas categorias. Por exemplo, a virgem que
tem uma aparência de pureza e falsa inocência, mas que ao mesmo tempo é muito sensual,
combina o apelo sexual com nuances sinistros, empregando assim a sedução e o espanto.
Depois de avaliar suas qualidades, cada bruxa deve decidir em qual categoria, ou em que
combinação de categorias, ela se encaixa, e utilizar essas qualidades da forma apropriada.

Para ser um feiticeiro bem sucedido, o homem também deve procurar se encaixar numa
categoria apropriada. O homem bonito ou sexualmente apelativo deveria, naturalmente,
se encaixar na primeira categoria, da sedução. A segunda, ou categoria do sentimento, se
aplicaria ao homem mais velho que tem, quem sabe, a aparência élfica ou de um druida da
floresta. O velhinho doce de bengala (geralmente um velho tarado!) também poderia se
enquadrar na categoria do sentimento. O terceiro tipo seria o homem que apresenta uma
aparência macabra ou diabólica. Cada um desses homens aplicaria sua qualidade particular de
comando do olhar, de maneira muito semelhante às mulheres previamente arroladas. Todo
mundo sabe, não obstante, que a melhor maneira de se conquistar uma mulher é mostrando um
extrato de sua conta bancária!

A imagem utilizada para a reação emocional com certeza é o artifício mais importante
incorporado na prática da baixa magia. Qualquer um que seja tolo o bastante para dizer que "a
aparência não importa nada" está realmente iludido. A beleza é fundamental, e "olhar"
certamente é necessário!

O odor é outro fator manipulativo da baixa magia. Os animais temem e não confiam em
ninguém que não exale odor! E mesmo que possamos, como animais humanos, negar
muitos dos julgamentos baseados no olfato de forma consciente, ainda somos motivados por esse
sentido tão certamente quanto qualquer outro animal de quatro patas. Se você é um homem que
deseja encantar uma mulher, deixe as secreções naturais de seu corpo exalarem na atmosfera
em volta de vocês, e aja de uma forma animal contrastante com as vestes socialmente formais
que você usa sobre o corpo. Se você, mulher, deseja enfeitiçar um homem, não tema ser
"vulgar" simplesmente por causa dos óleos e fragrâncias que seu corpo produziu e ainda não
foram removidos, ou que a região entre suas coxas não esteja seca e bem limpa.
Esses aromas naturais são os estimulantes sexuais que a natureza, em sua grande sabedoria,
nos fornece.

Os estimulantes sentimentais são aqueles odores que apelarão às nossas memórias


agradáveis e nostálgicas. O encantamento de um homem pelo estômago é primeiramente
estabelecido pelo cheiro da cozinha! Um tipo de bruxa "sentimental" acabará descobrindo ser
esse um de seus encantos mais poderosos. Não é demasiado insistir na técnica do homem que
deseja encantar uma jovem virgem que foi recentemente expulsa da casa de seus pais e de suas
alegrias infantis no que parecia ser uma vila de pescadores. Conhecedor dos meandros da baixa
magia, esse homem simplesmente tira do bolso a cédula do peixinho, e está pronto para colher
os frutos que um grande consolo em suas pernas geralmente pode trazer.
OS TRÊS TIPOS DE
RITUAL SATÂNICO

E XISTEM três tipos de cerimônia incorporada na prática da magia Satânica. Cada um


desses tipos corresponde a uma emoção humana básica. Podemos dizer que o
primeiro tipo é um ritual de sexo. Um ritual do sexo é o que comumente se conhece
por ilusão do amor ou fascínio. O propósito de realizar um ritual desses é criar
desejo por parte da pessoa que você deseja, ou para convidar uma parceira sexual
para realizar suas fantasias. Se você não tem nenhuma pessoa específica em mente que
seja atraente o bastante para causar a direta sensação sexual culminante em orgasm então
você não conseguirá realizar um trabalho bem sucedido. A razão para isso é que mesmo se o
ritual for bem sucedido, por acaso, de que lhe adiantaria se você não puder tirar vantagem
dessa eventual oportunidade por causa da falta de estímulo ou desejo? É fácil confundir
encantamento com suas segundas intenções, conjurar a magia para realizar seus desejos
sexuais.

O encantamento para o próprio empoderamento, quanto acompanhado pela magia ceremonial,


cai na categoria de ritual de compaixão ou de destruição, ou possivelmente ambos. Se você
deseja ou precisa tanto de algo que fica triste ou sente muita angústia sem isso, mas sem causar
dor à outra parte, então isso incorporaria um ritual de compaixão para aumentar seu poder. Se
você deseja encantar ou armar cilada para uma vítima merecedora por motivos próprios, você
deverá empregar um ritual de destruição. Essas fórmulas devem ser seguidas, pois aplicar o tipo
errado de ritual para obter o resultado esperado pode levar a problemas de natureza irreversível.

Um bom exemplo disso é a menina que se vê atormentada por um pretendente


irrenunciável. Se ela fez pouco para encorajá-lo, então deveria reconhecê-lo como o
vampiro psíquico que ele é e deixá-lo desempenhar seu papel masoquista. Se, no
entanto, ela o encantou sutilmente, dando-lhe todo o incentivo e depois se tornou um
objeto constante de desejo sexual, para sua consternação, ela não tem ninguém para
culpar além de si mesma. Tais exercícios são apenas estímulos do ego, nascidos de
uma doutrinação da negação do ego que torna necessários esses pequenos feitiços. O
Satanista tem força de ego suficiente para usar encantamentos para sua própria
gratificação sexual ou para obter poder ou sucesso de natureza específica.

O segundo tipo de ritual é de natureza compassiva. O ritual da compaixão é realizado com o


propósito de ajudar os outros ou a si mesmo. Saúde, felicidade doméstica, negócios, sucesso
material, progressos acadêmicos são apenas algumas das situações cobertas em rituais de
compaixão. Costuma-se dizer que essa forma de cerimônia poderia entrar no reino da genuína
caridade, tendo em mente que "a caridade começa dentro de casa".

O terceiro tipo de força motivadora é a destruição. Essa é a cerimônia usada por raiva,
incômodo, desprezo, ou simplesmente por puro ódio. Também conhecido como macumba,
trabalho, maldição ou agente destruidor.

Uma das maiores falácias sobre os poderes da magia é que alguém só pode ser prejudicado ou
destruído se acreditar em seus efeitos. Nada poderia estar mais distante da verdade, pois as
vítimas mais receptivas de maldições sempre foram aquelas que mais zombavam desses
trabalhos. A razão é espantosamente simples. O inculto da tribo era o primeiro a correr para o
feiticeiro ou xamã mais próximo quando sentia que uma maldição tinha sido lançada sobre ele
por um inimigo. Sendo assim, a ameaça e a iminência do dano eram assimilados de forma
consciente, e a crença no poder da maldição era tão forte que ele tomava todas as precauções
contra ela. Com isso, através da aplicação da magia simpática, ele neutralizava qualquer
dano que pudesse surgir em seu caminho. Este homem vigiava seus passos e não dava
chances para o azar.

Por outro lado, o vulgo homem "iluminado", que não dá crédito para essa "superstição",
relega o medo instintivo da maldição para o subconsciente, dessa forma alimentando-o até
formar uma força fenomenalmente destrutiva que se multiplicará a cada novo infortúnio. É
claro, sempre que um novo revés ocorre, o incrédulo automaticamente negará qualquer
conexão com a maldição, especialmente com ele. A negação enfática e consistente do
potencial da maldição é o próprio ingrediente que criará o seu êxito, através da criação de
situações propensas a acidentes. Em muitos casos, a vítima negará qualquer significado
mágico ao seu destino, até mesmo quando estiver dando seu último suspiro - embora o mago
esteja perfeitamente satisfeito, desde que os resultados desejados ocorram. Deve ser
ressaltado que não importa se a pessoa não atribui qualquer significado ao seu
trabalho, desde que os seus resultados estejam de acordo com a sua vontade. A boa
lógica sempre explicará a conexão do ritual mágico com o resultado final como uma
simples "coincidência".

Seja a magia realizada por propósitos construtivos ou destrutivos, o sucesso da operação é


dependente da receptividade da pessoa destinatária da benção ou maldição, conforme o caso.
No caso de um ritual de sexo ou compaixão, ajuda se o destinatário tem fé e acredita na
magia, mas a vítima de macumba ou maldição é muito mais propensa à destruição se NÃO
acreditar nela! Desde que o homem aprenda a conhecer o significado do medo, ele
precisará de caminhos e meios para se proteger de seus medos. Ninguém sabe de tudo, e
enquanto houver mistérios, sempre haverá uma apreensão pelo desconhecido, onde
existem forças potencialmente perigosas. É esse medo natural do desconhecido, primo em
primeiro grau do fascínio pelo desconhecido, que impele o homem de lógica em busca de suas
verdadeiras explicações. Obviamente, o homem da ciência é motivado à descoberta pelo
próprio sentimento de maravilha. E ainda assim, como é triste ver que esse homem que se
chama de racional é geralmente o último a reconhecer a essência do ritual mágico.

Se a crença religiosa pode fazer aparecer feridas sangrentas no corpo, parecidas com as
supostamente infligidas a Cristo, isso é chamado de chagas. Essas feridas aparecem como
resultado da compaixão dirigida a um fim emocionalmente violento. Por que, então,
deveria haver alguma dúvida quanto aos fins destrutivos do medo e do terror? Os
demônios têm o poder de destruir de uma maneira dilacerante, teoricamente, tanto quanto
um punhado de pregos enferrujados, pode criar um êxtase gotejante de sangue em uma
pessoa convencida de que está presa à cruz do Calvário.

Por isso, nunca tente convencer o cético sobre quem você deseja lançar uma maldição. Deixe-
o zombar. Esclarecê-lo diminuiria suas chances de sucesso. Ouça com segurança benigna
enquanto ele ri de sua magia, sabendo que seus dias estarão cheios de turbulência o tempo
todo. Se ele for desprezível o bastante, pela graça do Diabo, ele poderá até morrer – e como
será bonito!

PALAVRA DE ADVERTÊNCIA!

PARA AQUELES QUE PRATICARÃO ESSAS ARTES -

A respeito do Sexo Desfrute ao máximo dos sortilégios e encantos que dão certo; se
ou Luxúria: for homem, mergulhe seu membro ereto dentro dela com prazer
lascivo; se for mulher, abra bem suas pernas em antecipação
obscena.
A respeito da Esteja certo de que não se arrependerá por causa da ajuda que
Compaixão: deu aos outros, caso as suas novas bençãos ponham um
empecilho em seu caminho. Seja grato pelas coisas que são
obtidas através do uso da magia.
A respeito da Esteja certo de NÃO se importar se a vítima vive ou morre antes de
Destruição: lançar a maldição, e caso causar a sua destruição, anime-se, em
vez de sentir remorso.

GUARDE BEM ESSAS REGRAS – OU EM


CADA CASO VOCÊ VERÁ UM REVÉS EM
SEUS DESEJOS QUE LHE PREJUDICARÁ
EM VEZ DE AJUDAR!
O RITUAL, OU CÂMARA DE
DE “DESCOMPRESSÃO INTELECTUAL”

U MA cerimônia mágica pode ser realizada sozinho ou em grupo, mas as vantagens


de cada uma devem ser esclarecidas.
Um ritual em grupo com certeza aumenta muito mais a fé, e produz um acúmulo
de energia muito maior do que numa cerimônia privada. A reunião de pessoas que
estão voltadas para um objetivo comum é um elo para garantir um estímulo de confiança
no poder da magia. Quando a crença religiosa se torna consistentemente um ato solitário
ela entra no reino da auto-negação que corre concomitante com o comportamento
antissocial.

É por essa razão que o Satanista deveria tentar procurar outras pessoas para se engajarem
nessas cerimônias.

No caso de uma maldição ou ritual de destruição, frequentemente ajuda ao mago se seus


desejos são intensificados por outros membros do grupo. Não há nada nesse tipo de
cerimônia que poderia levar à vergonha daqueles que estão conduzindo esse tipo de
ritual, uma vez que a raiva e a destruição simbólica da vítima pretendida são
ingredientes essenciais. Por outro lado, um ritual de compaixão, com seu derramamento de
lágrimas sem vergonha, ou um ritual de sexo, com suas práticas masturbatórias e orgasmos,
seria melhor sucedido se executado sozinho.

Não há vez para o encargo de consciência na câmara ritual, a menos que essa mesma consciência
seja parte integrante do papel que está sendo desempenhado e possa ser usada com bom proveito,
por exemplo: o constrangimento sentido por uma mulher de respeito servindo como altar, que,
por seu embaraço, sente maior estímulo sexual.

Mesmo num ritual totalmente personalizado, entretanto, as invocações e dispositivos


preliminares padronizados devem ser empregados antes que as fantasias íntimas e a encenação
ocorram. A parte formal do ritual pode ser realizada na mesma sala ou câmara do trabalho
personalizado - ou, a cerimônia formal em um local, a pessoal em outro. O início e o fim do
ritual devem ser realizados dentro dos limites da câmara ritual que contém os dispositivos
simbólicos (altar, cálice, etc.).

O início e o fim formalizados da cerimônia atuam como um dispositivo dogmático e


antiintelectual, cujo objetivo é dissociar as atividades e o quadro de referência do mundo
exterior daquele da câmara ritual, onde toda a vontade deve ser empregada. Esta faceta da
cerimônia é muito importante para o intelectual, pois ele requer especialmente o efeito de
“câmara de descompressão” dos cânticos, sinos, velas e outras ciladas, antes que ele possa
colocar seus desejos puros e obstinados para trabalhar para si mesmo, na projeção e
utilização de suas imagens.

A "câmara de descompressão intelectual" do templo Satânico poderia ser considerada uma


escola de treinamento da ignorância temporária, da mesma forma que são todos os serviços
religiosos! A diferença é que o Satanista sabe que está praticando uma forma de ignorância
artificial para expandir o seu desejo, enquanto outro religioso não - ou se sabe, pratica aquele
tipo de auto-engano que proíbe tal reconhecimento. Seu ego já está muito abalado por causa de
sua instilação religiosa para permitir-se admitir algo como ignorância autoimposta!
INGREDIENTES USADOS
NA REALIZAÇÃO DA
MAGIA SATÂNICA

A. Desejo

O primeiro ingrediente na realização de um ritual é o desejo, ou de outro modo


conhecido como vontade, motivação, ou persuasão emocional. Se você não deseja
realmente a obtenção de um resultado, você nem deveria tentar realizar um trabalho.
Não existe aqui uma coisa conhecida como a "prática" do trabalho, e a única forma de
que um mago poderia realizar "truques" como mover objetos inanimados, seria por
uma forte necessidade emocional em fazê-lo. É verdade que se o mago deseja ganhar
poder impressionando os outros com seus feitos mágicos, ele deveria mostrar provas
práticas de sua habilidade. O conceito Satânico de magia, contudo, falha em encontrar a
gratificação na mostra de proezas mágicas.

O Satanista realiza seu ritual para garantir a obtenção de seus objetivos, ele não gastará seu
tempo nem sua força de vontade em algo tão inconclusivo quanto mexer uma caneta em
cima da mesa, etc. através da aplicação da magia. A quantia de energia necessária para fazer
levitar um xícara de chá (espontaneamente) seria suficiente para plantar uma ideia em um
grupo de pessoas do outro lado do mundo, dessa feita animando-as de acordo com sua própria
vontade. O Satanista sabe que mesmo se conseguir levitar uma xícara de chá acima da
mesa, seria suposto que algum truque foi utilizado de qualquer forma. Portanto, se o
Satanista quiser manter objetos em pleno ar, ele utiliza linhas, espelhos, ou outros
mecanismos, poupando assim a sua energia de auto-empoderamento. Todos os médiuns
de "talento" e místicos da luz branca utilizam a magia de palco pura e aplicada, com suas
vendas nos olhos e envelopes fechados, e como qualquer outro mágico competente, postulante
do circo ou charlatão, conseguem reproduzir o mesmo efeito – embora lhes falte, quem sabe,
a postura "espiritual" hipócrita.

Até uma criança sabe que se ela deseja realmente alguma coisa, se tornará realidade.
Isso faz sentido. O desejo implica atração, enquanto a oração é acompanhada de apreensão. As
escrituras têm convertido o desejo em pecado, como luxúria, cobiça, avareza, ambição,
inveja… Então seja como uma criança, e não refute o desejo, para que assim não jogue fora
este que é o primeiro ingrediente para a realização da magia. Seja picado pela tentação, e caia
em tentação sempre que puder!
INGREDIENTES USADOS
NA REALIZAÇÃO DA
MAGIA SATÂNICA

B. Tempo

E M toda situação exitosa, um dos mais importantes ingredientes é o tempo certo. Na


realização de um ritual mágico, o tempo pode significar o sucesso ou a falha num grau
ainda maior. O melhor tempo para lançar uma magia ou feitiço, macumba ou
maldição, é quando seu alvo está no seu estado mais receptivo. A receptividade ao
desejo do mago é assegurada quando o destinatário está o mais passivo possível. Não
importa quão obstinado alguém seja, ele é naturalmente passivo enquanto dorme;
portanto, o melhor momento para lançar sua energia mágica em direção ao alvo é
quando ele ou ela dorme.

Certamente existem períodos durante o ciclo do sono que são melhores do que outros para
a suscetibilidade das influências externas. Quando um pessoa está normalmente fatigada
depois de suas atividades diárias, ela vai "dormir como uma pedra" até que sua mente e
corpo estejam recuperados. Esse período de sono profundo geralmente dura cerca de seis
horas, depois do que ocorre o período dos "sonhos" que dura cerca de duas a três horas até o
despertar. É durante o período dos "sonhos" que a mente é mais receptiva às influências
externas ou inconscientes.

Vamos assumir que o mago deseje lançar uma magia numa pessoa que costumeiramente
repouse às 11 horas da noite, e levante às 7 horas da manhã. O horário mais eficaz para
realizar o ritual seria por volta das 5 horas da manhã, ou duas horas antes de a vítima
despertar.

Deve-se ressaltar que o mago deve estar no auge da eficiência, pois representa o fator
“emanador” quando realiza seu ritual. Tradicionalmente, bruxas e feiticeiros são pessoas
noturnas, e isso é compreensível. Que melhor horário para viver, para enviar pensamentos
a quem dorme despreocupado! Se ao menos as pessoas estivessem conscientes dos
pensamentos instilados em suas mentes enquanto dormem! O estado de sonho é o berço
de grande parte do futuro. Grandes pensamentos se manifestam ao despertar, e a mente
que retém esses pensamentos, de forma consciente, produzirá muito. Todavia, quem se
deixa guiar por pensamentos não identificados é levado a situações que mais tarde serão
interpretadas como “destino”, “vontade de Deus” ou “acidente”.

Existem outros momentos no dia de cada pessoa que são propícios ao recebimento da
vontade do mago. Aqueles momentos em que surgem os devaneios ou a apatia, ou quando
a vida estiver pesando, são períodos férteis para a sugestão.

Se uma mulher for o alvo de sua magia, não se esqueça da importância do ciclo mesntrual.
Se o homem não fosse tolhido devido a seu sufocante desenvolvimento evolutivo, ele saberia,
assim como qualquer outro animal de quatro patas, quando a fêmea está mais sexualmente
inclinada. O olfato do homem, ainda que não contaminado por opiáceos baratos, não está
normalmente preparado para reconhecer esses reveladores aromas eróticos. Mesmo se ele
fosse dotado de tais capacidades olfativas, o objeto de seu desejo muito provavelmente
"confundiria o aroma" pelo uso indiscriminado de perfumes para mascarar e reduzir o eflúvio
"sexual", ou eliminaria por completo a sua detecção, pela ação adstringente de poderosos
desodorantes.
Apesar desses fatores desestimulantes, o homem ainda é induzido a desejar ou ser repelido,
conforme o caso, pela constatação inconsciente da mudança química hormonal da mulher.
Isso é aplicado na forma de uma sugestão sensorial, que é de natureza olfativa.
Retroceder, no que equivaleria a um retorno ao animal de quatro patas, pareceria ser o
melhor exercício para a aplicação consciente desses poderes, mas para os mais
sensíveis poderia cheirar à licantropia. Existe, no entanto, uma forma mais fácil, que
consiste simplesmente em verificar as datas e a frequência do ciclo menstrual da
mulher que é o seu alvo. É imediatamente antes e depois da menstruação que a mulher
mediana se torna mais acessível sexualmente. Portanto, o mago achará o momento de
sono durante esses períodos mais eficaz para instilar pensamentos ou motivações de
natureza sexual.

Bruxas e feiticeiras têm um interstício de tempo muito maior para lançar suas magias contra
os homens de sua escolha. Como o homem é mais consistente nos seus impulsos sexuais do
que a mulher (embora existam muitas mulheres devoradoras com desejos iguais ou até
maiores), o momento do dia não é tão importante. Qualquer homem que ainda não esteja
esgotado de toda a energia sexual é um “alvo fácil” para a bruxa proficiente. A época do ano
seguinte ao equinócio da primavera é a mais repleta de vigor sexual no homem, e ele se
posiciona de acordo; mas a bruxa, por sua vez, deve trabalhar sua magia com mais força, se
perceber que os olhos dele se desviam.

Certamente o medroso perguntaria, "Não tem um jeito para me defender da bruxaria?" - "Sim,
existe proteção. Você nunca pode dormir, nunca pode devanear acordado, nunca pode ficar sem
um pensamento vital, e nunca pode ter uma mente aberta. Dessa forma você estará protegido
contra as forças da magia."
INGREDIENTES USADOS
NA REALIZAÇÃO DA
MAGIA SATÂNICA

C. Imagem

O adolescente que tem grande cuidado em insculpir, numa árvore, um coração


contendo as suas iniciais e de sua amada; o chapinha que senta em seu quarto de
hora em hora para desenhar protótipos de automóveis elegantes; a menina que embala
uma boneca surrada e rasgada nos braços e acha que aquele é seu lindo bebê – esses são
os maiores feiticeiros e bruxas, magos por natureza, pois estão empregando o
ingrediente mágico conhecido como “imagem”, e o sucesso de qualquer ritual depende
dele.

As crianças, sem saberem ou se preocuparem se possuem habilidades artísticas ou outros


talentos criativos, traçam seus objetivos através do uso da imagem de sua própria lavra,
enquanto os adultos "civilizados" são muito mais críticos de seus próprios esforços criativos. É
por isso que um mago “primitivo” pode utilizar uma boneca de pano ou um desenho tosco para
obter vantagens em suas cerimônias mágicas. Para ele, a imagem é tão perfeita quanto
necessário.

Qualquer coisa que sirva para intensificar as emoções durante um ritual contribuirá para seu
suceso. Qualquer desenho, pintura, escultura, escrito, fotografia, peça de roupa, aroma, som,
música, quadro, ou situação retratada que possa ser incorporada à cerimônia servirá muito
bem ao feiticeiro.

A imagem é uma lembrança constante, um meio de guardar a memória, um substituto de


trabalho para uma coisa real. A imagem pode ser manipulada, montada, modificada e criada,
tudo de acordo com o desejo do mago, e o próprio totem que é criado pela imagem se torna
a fórmula que conduz à realidade.

Se você deseja desfrutar de prazeres sexuais com alguém de sua escolha, deverá criar a
situação que deseja no papel, na tela, na palavra escrita, etc., da forma mais exagerada
possível, como parte integrante da cerimônia.

Se você deseja coisas materiais, você deve contemplar imagens dessas coisas – cerque-se
dos aromas e sons que lhes são propícios – crie um ímã que atrairá a situação ou coisa
desejada!

Para garantir a destruição de um inimigo, você deve destruí-lo por procuração! Eles devem
ser baleados, perfurados, queimados, batidos, afogados, ou despedaçados da maneira mais
vívida possível! É fácil perceber porque as religiões do caminho direito desaprovam a feitura
de "imagens esculpidas". A imagem usada pelo feiticeiro é um mecanismo de trabalho para a
realidade material, o que é totalmente oposto ao trabalho espiritual esotérico.

Um nobre grego com poderes mágicos certa vez desejou uma mulher que realizasse
todos os seus desejos, e ficou tão obcecado com o objeto de seus sonhos que começou a
construir uma criatura tão maravilhosa. Com seu trabalho concluído, ele se apaixonou de
forma tão convincente e irrevogável pela mulher que havia criado que ela não era mais de
pedra, mas de carne mortal, viva e quente; e assim o mago Pigmaleão recebeu a maior de todas
as bençãos mágicas, uma bela Galateia que não lhe pedia dinheiro!
benedictions, and the beautiful Galatea was his.

INGREDIENTES USADOS
NA REALIZAÇÃO DA
MAGIA SATÂNICA

D. Direção

U M dos ingredientes mais negligenciados no trabalho mágico é a acumulação e


subsequente direção da energia rumo a um resultado efetivo.
De modo geral, muitos aspirantes a feiticeiros e bruxas realizarão um ritual e depois
sairão com tremenda ansiedade esperando pelo primeiro sinal de um trabalho bem
sucedido. No fim das contas, eles poderiam muito bem se ajoelhar e rezar, pois essa
mesma ansiedade em esperar pelos resultados desejados apenas anula qualquer chance
de sucesso. Além disso, com essa atitude, é difícil de acreditar que mesmo exista energia
suficientemente acumulada para realizar uma cerimônia apropriada.

Debater ou reclamar constantemente sobre a situação na qual seu ritual se baseia apenas
garante o enfraquecimento do que deveria ser uma força direcionada ritualisticamente,
dispersando-a e diluindo-a. Uma vez que o desejo tenha sido estabelecido com força
suficiente para empregar as forças da magia, então todas as tentativas devem ser feitas
para dar vazão simbólica a esses desejos durante a realização do ritual – nem antes
nem depois!

O propósito do ritual é libertar o mago de pensamentos que poderiam consumi-lo, se ele


repisasse neles constantemente. A contemplação, sonhar acordado, e a constante imaginação
queimam a energia emocional que poderia ser acumulada numa força dinamicamente útil;
sem mencionar o fato de que a produtividade normal é severamente esgotada pela ansiedade
consumidora.

A bruxa que lança sua magia entre longas esperas ao lado do telefone, antecipando a ligação
de seu futuro pretendente; o mago indigente que invoca a benção de Satanás, e depois espera
desesperadamente que um cheque caia em seus pés; o homem que, entristecido pelas
injustiças do mundo, amaldiçoa seu inimigo e depois segue seu caminho cabisbaixo e
derrotado – são todos exemplos de energia emocional mal direcionada.

Não é de admirar que o mago "branco" tema a retribuição após conjurar uma magia
"maligna"! A retribuição, para o mago guiado pela culpa, decorre de seu próprio estado de
consciência!
INGREDIENTES USADOS
NA REALIZAÇÃO DA
MAGIA SATÂNICA

E. O Fator de Equilíbrio

O Fator de Equilíbrio é um ingrediente empregado na prática do ritual mágico que


se aplica mais a rituais de luxúria e compaixão do que para lançar uma maldição. É
um ingrediente simples, porém extremamente importante.
Um conhecimento absoluto desse fator é uma proeza que poucas bruxas e magos
alcançam. Isto é, simplesmente, conhecer o tipo apropriado de indivíduo e situação para
trabalhar sua magia na consecução de melhores resultados. Conhecer as próprias
limitações requer uma tanta arroba de introspecção, ao que parece, para uma pessoa
que deveria estar apta para praticar o impossível; no entanto, sob toda probabilidade, isso
pode fazer a diferença entre o sucesso ou o fracasso.

Se, no intento de atingir seu objetivo seja pela baixa ou pela alta magia, você perceber que está
falhando de maneira consistente, reflita sobre essas coisas: Você tem sido vítima de um ego
mal direcionado e exagerado que leva a desejar algo ou alguém quando as chances são
virtualmente inexistentes? Você é um cabra sem talento e fanho que está tentando,
através da magia, receber grande aclamação por sua voz pouco afinada? Você é uma
bruxa de cara lavada e sem glamour, com um pé, nariz e ego enormes, combinados com
um caso avançado de acne no meio da testa, que está lançando feitiços de amor para
conseguir um belo e jovem astro do cinema? Você é um vagabundo nojento,
encaroçado, de boca aberta e com dentes tortos que deseja uma jovem estrela pornô?
Nesse caso, é melhor você aprender a usar o fator de equilíbrio, ou então esperar o
fracasso perpétuo!

Ser capaz de ajustar o seu desejo com as suas próprias capacidades é um grande e
indispensável talento, e muitas pessoas são incapazes de perceber que se não conseguem
atingir o máximo, "um copo meio cheio pode ser melhor do que um copo vazio". O
fracassado contumaz é sempre aquele homem que, mesmo não possuindo nada, se não for capaz
de juntar um milhão de reais, rejeitará qualquer chance de juntar cinquenta mil com um sarcasmo
descontente.

Uma das maiores armas de um mago é conhecer a si mesmo; seus talentos, habilidades,
atrações e defeitos físicos, etc., e quando, onde, e com quem utilizá-los! O vagabundo sem
nada a oferecer que se aproxima do homem bem sucedido, dizendo sábios conselhos e
prometendo grande lucro, tem a mesma ousadia da mosca que voeja pelo rabo do elefante
com a vontade de estuprá-lo!

A jovem bruxa que se ilude ao pensar que um trabalho suficientemente poderoso sempre
funcionará, apesar do desequilíbrio mágico, está esquecendo de uma regra básica: A MAGIA É
COMO A PRÓPRIA NATUREZA, POR ISSO O SUCESSO MÁGICO EXIGE TRABALHAR EM HARMONIA COM A NATUREZA, E
NÃO CONTRA ELA .
O
RITUAL SATÂNICO

A. NOTAS OBSERVADAS ANTES DE


COMEÇAR O RITUAL

1. A pessoa que realiza o ritual fica de frente para o altar e o símbolo de Baphomet
durante todo o ritual, exceto quando outras posições forem especificamente
indicadas.
2. Se possível, o altar deve estar posicionado contra a parede Oeste.
3. Nos rituais realizados por uma só pessoa não é exigida a função de sacerdote.
Quando mais de uma pessoa estiver envolvida na cerimônia, uma delas deverá atuar
como sacerdote. Num ritual privado, o único executor segue as instruções do
sacerdote.
4. Sempre que as palavras "Sem bode no fogo!" e "Salve Satã!" forem ditas pela
pessoa atuando como sacerdote, os outros participantes devem repetir essas palavras
depois dele. O gongo é tocado após a resposta dos outros participantes a "Salve
Satã!"
5. É proibido conversar (exceto no contexto da cerimônia) e fumar após o toque do
sino inicial, até depois de ser tocado novamente no fim do ritual.
6. O Livro de Belial contém os princípios da magia e ritual Satânicos. Antes de experimentar
os rituais do Livro de Leviatã, é imperativo primeiro ler e compreender integralmente o
Livro de Belial. Antes que tenha feito isso, nenhum degrau de sucesso pode ser
alcançado nos treze passos que seguem.
O
RITUAL SATÂNICO

B. OS TREZE PASSOS

(Ver Acessórios Utilizados no Ritual Satânico


para mais informações.)

1. Vista-se para o ritual.


2. Disponha dos acessórios para o ritual; acenda velas e feche todas as fontes de luz
externas; coloque os pergaminhos à direita e à esquerda do altar conforme indicado.
3. Se uma mulher for utilizada como altar ela toma então a sua posição – cabeça
voltada para o Sul, pés apontando para o Norte.
4. A purificação do ar é feita com o toque do sino.
5. "Invocação a Satã" e "Nomes Infernais" que seguem (ver O Livro de Leviatã) são
então proferidos em voz alta pelo sacerdote. Os participantes devem repetir cada
Nome Infernal depois de ser dito pelo sacerdote.
6. Beberico do cálice.
7. Voltando-se no sentido anti-horário, o sacerdote aponta com a espada para cada
ponto cardeal e invoca os respectivos Príncipes do Inferno: Satanás do Sul, Lúcifer
do Leste, Belial do Norte e Leviatã do Oeste.
8. Realização da benção com o falo (se for usado).
9. O sacerdote lê em voz alta a apropriada invocação para a respectiva cerimônia:
Luxúria, Compaixão ou Destruição (ver O Livro de Leviatã).
10. No caso de um ritual personalizado esta etapa é extremamente importante. A
solidão é compatível com a expressão dos desejos mais secretos, e nenhuma
tentativa de "contenção" deve ser feita na representação, verbalização ou
transmissão de imagens pertencentes aos seus desejos. É nesta etapa que o seu
“projeto” é desenhado, embrulhado e enviado ao destinatário do seu trabalho.
(A)

Para invocar alguém para fins lascivos ou


estabelecer uma relação sexualmente gratificante

Deixe a área do altar e vá para o local, na mesma sala ou fora dela, que será mais
propício ao funcionamento do respectivo ritual. Em seguida, crie todo o tipo de
imagem que possa ser paralela exatamente da forma que você imagina a situação de
seu desejo. Lembre-se, você tem cinco sentidos para utilizar, então não sinta que deve
limitar suas imagens a apenas um. Aqui estão os mecanismos que podem ser
empregados (isolados ou em qualquer combinação):

a. imagens gráficas como desenhos, pinturas, etc.


b. imagens escritas como histórias, jogos, descrições de desejos e o eventual
resultado dos mesmos.
c. representar o desejo em um quadro ou peça, seja como você mesmo ou
retratando o papel do objeto de seu desejo (transferência) usando quaisquer
mecanismos necessários para intensificar a imaginação.
d. quaisquer odores relativos à pessoa desejada ou situação.
e. quaisquer sons ou barulhos de fundo que proporcionem uma imagem mais forte.

Sensações sexuais intensas devem acompanhar esta etapa do ritual e, após a obtenção
de imagens suficientes, um orgasmo tão forte quanto possível deve servir como
clímax para esta etapa. Este clímax deve ser alcançado através de qualquer meio
masturbatório ou auto-erótico necessário. Após obter o orgasmo, retorne ao local do
altar e prossiga para o passo #11.

(B)

Para assegurar ajuda ou sucesso para alguém de sua


simpatia ou compaixão (incluindo a si mesmo)

Permaneça bem próximo do altar com uma imagem tão vívida quanto possível da
pessoa que você deseja ajudar (ou intense auto-piedade) e declare o seu desejo com
suas próprias palavras. Se suas emoções forem genuínas o suficiente, elas deveriam
vir acompanhadas pelo derramamento de lágrimas, o que seria permitido extravasar
sem nenhuma restrição. Depois que esse exercício de sentimento for finalizado,
prossiga para o passo #11.

(C)

Para causar a destruição de um inimigo

Permaneça na área do altar a menos que a imagem for mais facilmente obtida em outro
local, como nas cercanias de sua vítima. Produzindo a imagem da vítima, proceda a
infligir a destruição sobre a efígie da maneira de sua escolha. Isso pode ser feito das
seguintes maneiras:

f. enfiar alfinetes ou pregos em uma boneca representando sua vítima; a


boneca pode ser de pano, cera, madeira, matéria vegetal, etc.
g. a criação de imagens gráficas retratando o método de destruição da
sua vítima; desenhos, pinturas, etc.
h. a criação de uma descrição vividamente detalhada de como será o fim da vítima.
i. um solilóquio detalhado dirigido à vítima pretendida, descrevendo seus
tormentos e aniquilação.
j. a mutilação, ferimentos, infligir dor ou doença por procuração usando de
outros meios ou estratagemas desejados.

O ódio intenso e calculado, assim como o desdém, deveriam acompanhar esse passo
da cerimônia, e nenhuma tentativa deveria ser feita para interromper esse passo até
que a energia despendida resulte num estado de relativa exaustão por parte do mago.
Quando a exaustão acontece, prossiga para o passo #11.

11. (a) Se os pedidos são escritos, eles agora são lidos em voz alta pelo sacerdote e então
queimado nas chamas da vela apropriada. "Sem bode no fogo!" e "Salve Satã!" são
ditos após cada pedido.
11. (b) Se os pedidos são feitos verbalmente, os participantes (um por vez) agora os
revelam ao sacerdote. Ele então repete com suas próprias palavras (aquelas que são
mais emocionalmente estimulantes para ele) o pedido. "Sem bode no fogo!" e "Salve
Satã!" são ditos após cada pedido.
12. A Chave Enoquiana apropriada é lida então pelo sacerdote, como prova da lealdade
dos participantes aos Poderes das Trevas.
13. Toque o sino de forma reverberante, então as palavras "Assim está feito" são ditas pelo
sacerdote.

FIM DO RITUAL
O
RITUAL SATÂNICO

C. ACESSÓRIOS UTILIZADOS NO RITUAL SATÂNICO

VESTES

Vestes negras são usadas pelos participantes masculinos. As vestes podem ser com capuz e,
se desejado, podem cobrir o rosto. O objetivo de cobrir o rosto é permitir ao participante
liberdade para expressar suas emoções sem preocupação. Também diminui a distração por
parte de um participante em relação a outro. As participantes do sexo feminino usam vestes
sexualmente sugestivas; ou todas vestes são pretas para mulheres mais velhas. Amuletos
com o sigilo de Baphomet ou o tradicional pentagrama de Satã são usados por todos os
participantes.

As vestes são colocadas pelos homens antes de entrar na câmara ritual e são usadas durante
todo o ritual. Os homens podem substituir todas as vestes pretas por mantos pretos.

O preto é escolhido como traje na câmara ritual porque simboliza os Poderes das Trevas.
Vestes sexualmente atraentes são usadas pelas mulheres com o propósito de estimular as
emoções dos participantes do sexo masculino e, assim, intensificar o fluxo de energia
adrenal ou bioelétrica que garantirá um trabalho mais poderoso.

ALTAR

Os primeiros altares do homem eram de carne e sangue; e os instintos e predileções naturais


do homem foram a fundação sobre a qual se basearam as suas religiões. As religiões
posteriores, ao tornarem pecaminosas as inclinações naturais do homem, perverteram seus
altares vivos em lajes de pedra e pedaços de metal.

O Satanismo é uma religião da carne, em vez do espírito; por isso, um altar de carne é usado
nas cerimônias Satânicas. O propósito para um altar é servir como um ponto de destaque
para o qual toda a atenção é direcionada durante a cerimônia. Uma mulher pelada é utilizada
como altar em rituais Satânicos porque a mulher é o receptáculo passivo natural que
representa a mãe Terra. Em alguns rituais a nudez para a mulher que serve como altar pode
ser impraticável, então ela pode estar vestida ou parcialmente coberta. Se uma mulher estiver
realizando o ritual sozinha, nenhuma mulher precisa ser utilizada como altar. Se nenhuma
mulher for utilizada como altar, o plano elevado usado para ela se deitar pode ser usado
para manter outros acessórios do ritual. Para rituais de grupos maiores, um altar em
formato trapezoide com cerca de 3 a 4 pés de altura e 5½ a 6 pés de comprimento pode
ser construído especialmente para que a mulher se deite em cima. Se isso for impraticável, ou
em cerimônias privadas, qualquer plano elevado poderá ser utilizado. Se uma mulher for
utilizada como altar, outros acessórios podem ser posicionados em cima de uma mesa a fácil
alcance do sacerdote.

SÍMBOLO DE BAPHOMET

O símbolo de Baphomet era usado pelos Cavaleiros Templários para representar Satã. Através
das eras esse símbolo foi chamado por muitos nomes diferentes. Entre eles estão: O Bode de
Mendes, O Bode de Mil Filhos, O Bode Negro, O Bode de Judas, e talvez o mais apropriado,
O Bode Expiatório.

Baphomet representa os Poderes das Trevas combinado com a fertilidade procriadora da


cabra. Em sua forma "pura" o pentagrama é mostrado circundando a figura de um homem
dentro das cinco pontas da estrela – três pontas para cima, duas para baixo –
simbolizando a natureza espiritual do homem. No Satanismo o pentagrama também é
utilizado, mas como o Satanismo representa os instintos carnais do homem, ou o oposto de
sua natureza espiritual, o pentagrama é invertido de modo a acomodar perfeitamente a
cabeça do carneiro – seus chifres, representando a dualidade, apontam para cima em
desafio; as outras três pontas invertidas, representam a negação da Santíssima Trindade. As
figuras hebraicas ao redor do círculo externo do símbolo de onde derivam os ensinamentos
mágicos da Cabala, retratam "Leviatã", a serpente do abismo marítimo, identificada com
Satanás. Estas figuras correspondem às cinco pontas da estrela invertida.

O símbolo de Baphomet é colocado na parede acima do altar.

VELAS

As velas usadas no ritual Satânico representam a luz de Lúcifer – o portador da luz,


iluminação, a chama viva, desejo ardente, e as Chamas do Inferno .

Somente velas brancas e negras são usadas no ritual Satânico. Nunca se usa mais do que uma
vela branca; mas tantas velas negras quanto forem necessárias para iluminar a câmara ritual.
Pelo menos uma vela negra é colocada à esquerda do altar, representando os Poderes das
Trevas e o caminho esquerdo. Outras velas negras são colocadas onde forem necessárias
para a iluminação. Apenas uma vela branca é colocada à direita do altar, representando a
hipocrisia dos "magos" da luz branca e os seguidores do caminho direito. Nenhuma outra fonte
de iluminação deve ser usada.

As velas negras são usadas como fonte de energia e sucesso para os participantes do ritual, e são
usadas para consumir os pergaminhos em que estão escritas as bençãos pedidas pelos
participantes. A vela branca é usada para a destruição de inimigos. Os pergaminhos em que se
escrevem maldições são igualmente queimados na chama da vela branca.

SINO

O efeito reverberante do sino é usado para marcar tanto o início quanto o fim do ritual. O
sacerdote toca o sino nove vezes, girando no sentido anti-horário e direcionando o som para os
quatro pontos cardeais. Isso é feito uma vez no início do ritual para limpar e purificar o
ar de todos os sons externos, e mais uma vez no fim do ritual para intensificar o
trabalho e agir como um propagador indicando finalidade.

A qualidade tonal do sino usado deveria ser alta e penetrante, em vez de suave e tilintante.

CÁLICE

No ritual Satânico o cálice ou taça utilizado representa o Cálice do Êxtase. Idealmente, o


cálice deve ser feito de prata, mas se não for possível obter um cálice de prata, pode-se usar
um feito de outro metal, vidro ou cerâmica - qualquer coisa, menos ouro. O ouro sempre foi
associado às religiões da luz branca e ao Reino Celestial.

O cálice deve ser libado primeiro pelo sacerdote, depois por um assistente. Em rituais
privados a pessoa a realizar a cerimônia drena todo o conteúdo do cálice. Calix meus inebrians!

ELIXIR

O fluido estimulante ou Elixir da Vida usado pelos pagãos foi corrompido em vinho sacramental
pela fé cristã. Originalmente, o licor utilizado nos rituais pagãos era bebido para relaxar e
intensificar as emoções dos envolvidos na cerimônia. O Satanismo não sacrifica o seu Deus
como fazem outras religiões. O Satanista não pratica tal forma de canibalismo simbólico e
devolve o vinho sacramental usado pelos cristãos ao seu propósito original – o de estimular as
emoções necessárias ao ritual Satânico. O vinho não precisa ser usado – qualquer bebida que
seja estimulante e agradável ao paladar está de acordo.

O Elixir da Vida deve ser libado do Cálice do Êxtase, como indicado acima, imediatamente
após a Invocação a Satã.

ESPADA

A Espada do Poder é simbólica da força agressiva, e atua como uma extensão e


intensificador do braço que o sacerdote utiliza para gesticular e apontar. Um paralelo disso é a
varinha de condão ou cetro mágico utilizados em outros tipos de magia ritual.

A espada é segurada pelo sacerdote e usada para apontar em direção ao símbolo de


Baphomet durante a Invocação a Satã. Também é usada, como indicado nos Passos do
Ritual, quando no chamado dos quatro Príncipes do Inferno. O sacerdote impele a ponta da
espada contra o pergaminho que contém a mensagem ou pedido depois de ter sido lido
em voz alta; é então usada para segurar o pergaminho enquanto é posto na chama da
vela. Ao ouvir os pedidos dos outros participantes, e enquanto repete o mesmo, o sacerdote
coloca a espada em riste sobre suas cabeças (no tradicional estilo dos "cavaleiros").

Em rituais privados, se uma espado não puder ser obtida, uma faca comprida, vara ou bastão
similar pode ser usado.
FALO

O falo é um símbolo Pagão da fertilidade que representa a procriação, virilidade e agressão.


Este é mais um acessório que tem sido blasfemamente convertido para se adequar às
cerimônias cristãs guiadas pela culpa. O falo é uma versão não hipócrita do aspergillum, ou
"aspersor de água benta" usado no Catolicismo – que bela metamorfose do conhecido
pênis!

O falo é segurado com ambas as mãos por algum dos assistentes do sacerdote, e
metodicamente balançado duas vezes na direção de cada ponto cardeal, para benção do
lar.

Todo e qualquer símbolo fálico pode ser usado. Se não for possível obter nenhum, um
substituto pode ser feito de gesso, madeira, argila, cera, borracha, etc. O falo é necessário
somente em rituais organizados em grupo.

GONGO

O gongo é usado para invocar as forças das Trevas. Deve ser tocado uma vez depois
que os participantes repetirem as palavras do sacerdote: “Salve Satã!”. Um gongo é
necessário apenas em rituais organizados em grupo. Para se obter a melhor qualidade
tonal, é preferível um gongo de orquestra, mas se não for possível obter, qualquer
gongo com um tom cheio e rico pode ser usado.

PERGAMINHO

O pergaminho é usado porque suas propriedades orgânicas são compatíveis com os elementos
da natureza. De acordo com os pontos de vista Satânicos de sacrifício, o pergaminho usado
deveria ser feito de pele de uma ovelha que foi, pela necessidade, morta para alimentação.
Um animal jamais é abatido com o propósito de utilizá-lo, todo ou em parte, dentro de
um ritual Satânico. Se não for possível obter pergaminho comercial feito de ovelhas já
abatidas, o papel comum pode ser um substituto.

O pergaminho é o meio pelo qual a mensagem ou pedido escrito pode ser consumido pela
chama da vela e enviado ao éter. O pedido é escrito em pergaminho ou papel, lido em voz
alta pelo sacerdote e depois queimado na chama da vela preta ou branca – a que for
apropriada ao pedido específico. Antes do início do ritual, as maldições são colocadas à
direita do sacerdote e os encantos ou bênçãos à sua esquerda.
(ÁGUA)

O LIVRO DE LEVIATÃ

O MAR EM FÚRIA

Apesar de todos os protestos dos não-verbalistas em contrário, níveis elevados de êxtase


emocional ou fortes dores de angústia podem ser alcançados através da comunicação verbal.
Se a cerimônia mágica pretende empregar todas as consciências sensoriais, então os sons
apropriados devem ser invocados. É certamente verdade que “as ações falam mais do que as
palavras”, mas as palavras tornam-se monumentos aos pensamentos.

Talvez a falha mais notável nas conjurações mágicas impressas do passado seja a falta de
emoção envolvida ao recitá-las. Um velho bruxo conhecido do autor, que certa vez empregou
uma invocação de sua lavra de grande significado pessoal à luz de seus desejos mágicos,
ficou sem palavras poucos momentos antes que seu ritual estava para ser concluído com
êxito. Ciente da necessidade de manter a produção de sua resposta emocional, ele
rapidamente improvisou as primeiras palavras emocionantes que lhe vieram à mente -
algumas estrofes de um poema de Rudyard Kipling! Assim, com esta explosão final de
adrenalina carregada de glória, ele foi capaz de realizar um trabalho proveitoso!

As invocações que seguem são designadas a servir como proclamações de certeza, e não de
apreensão lamuriante. Por essa razão elas são destituídas de oferendas superficiais e caridades
vazias. Leviatã, o grande Dragão do Abismo Marítimo, ruge como o mar revolto, e essas
invocações são os seus julgamentos.
INVOCAÇÃO
A
SATÃ

In nomine Dei nostri Satanas Luciferi excelsi!

Em nome de Satã, o Governador da Terra, o Rei do Mundo, eu invoco as Forças das


Trevas a derramar seu poder Infernal sobre mim!

Que os portões do Inferno abram suas cancelas e venham do abismo para me saudar como
seu irmão (irmã) e amigo!

Concedam-me as indulgências a que eu ambiciono!

Eu tomei teu nome como parte de mim! Eu vivo como as bestas do campo, refestelando-
me na vida carnal! Eu favoreço o justo e amaldiçoo o ímpio!

Por todos os Deuses do Inferno, eu ordeno que todas as coisas que eu digo vão acontecer!
Venham e me digam seus nomes para a manifestação de meus desejos!

OS NOMES INFERNAIS
Os Nomes Infernais estão listados aqui em ordem alfabética exclusivamente para simplificar a sua
referência.

Ao dizer os nomes, todos poderão ser recitados, ou poderá ser escolhido um determinado número
daqueles mais significativos para que o respectivo trabalho possa ser escolhido.

Quer todos ou apenas alguns dos nomes sejam chamados, eles devem ser retirados da forma
rigidamente organizada em que estão listados aqui e organizados em uma lista foneticamente eficaz.

Abaddon Euronymous O-Yama


Adramelech Fenriz Pã

Ahpuch Gorgo Plutão

Ahriman Haborym Proserpino

Amon Hecate Pwcca

Apollyn Ishtar Rimmon

Asmodeus Kali Sabazios

Astaroth Lilith Sammael

Azazel Loki Samnu

Baalberith Mammon Sedit

Balaam Mania Sekhmet


Baphomet Mantus Set

Bast Marduk Shaitan

Beelzebub Mastema Shamad

Behemoth Melek Taus Shiva

Beherit Mephistopheles Supay

Bilé Metztli T'an-mo

Chemosh Mictian Tchort

Cimeries Midgard Tezcatlipoca


Coiote Milcom Thamuz

Dagon Moloch Thoth

Damballa Mormo Tunrida

Demogorgon Naamah Typhon

Diabolus Nergal Yaotzin

Drácula Nihasa Yen-lo-Wang


Emma-O Nija
INVOCAÇÃO EMPREGADA PARA A
CONJURAÇÃO DA LUXÚRIA

V ENHA a mim, Ó grande cria do abismo e faça a tua presença manifesta. Eu tenho
ordenado meus pensamentos sobre o pináculo radiante que brilha com a luxúria
escolhida dos momentos de maré alta e que cresce fervorosamente na onda
túrgida. Envie aquele mensageiro das delícias voluptuosas e deixe que essas visões
obscenas de meus desejos sombrios tomem forma em feitos e ações futuras.

Da sexta torre de Satã virá um sinal que se une aos temperos internos e, como tal,
moverá o corpo da carne a que invoco.

Tenho reunido símbolos e preparei meus suprimentos para o que está por vir, e a
imagem de minha criação espreita como um basilisco irado aguardando sua libertação.

A visão se tornará como realidade e através do alimento que em meu sacrifício é dado, os
ângulos da primeira dimensão serão a substância apreciada da terceira.

Saia no abismo da noite (luz do dia) e penetre aquela mente que responderá com
pensamentos que levam a caminhos de vulnerabilidade lasciva.

(Homem) Minha vara está em riste! A força penetrante do meu veneno destruirá a
santidade daquela mente que é estéril de luxúria; e à medida que a semente cai,
seus vapores se espalharão dentro daquele cérebro cambaleante, entorpecendo-o
até à vulnerabilidade, de acordo com minha vontade! Em nome do grande Deus
Pã, que meus pensamentos secretos penetrem nos movimentos da carne que
desejo!

Sem bode no fogo! Salve Satã!


(Mulher) Minhas ancas estão pegando fogo! O gotejar do néctar da minha ávida fenda
agirá como pólen para aquele cérebro adormecido, e a mente que não sente
luxúria ficará de repente vacilante com impulso ensandecido. E quando minha
poderosa onda se esgotar, novos comichões começarão; e aquela carne que
desejo virá a mim. Em nome da grande prostituta da Babilônia, e de Lilith, e de
Hécate, que meu desejo seja satisfeito!

Sem bode no fogo! Salve Satã!


INVOCAÇÃO EMPREGADA PARA A
CONJURAÇÃO DA DESTRUIÇÃO

A TENÇÃO ! As vozes poderosas da minha vingança quebram a quietude do ar e


permanecem como monólitos de ira sobre uma planície de serpentes rastejantes. Tornei-
me como uma máquina monstruosa de aniquilação dos fragmentos desprezíveis do corpo
daquele (daquela) que tentou deter-me.
Não me arrependo de que meu chamado viaje sobre os ventos fortes que
multiplicam a ferroada de minha amargura; e grandes formas negras e viscosas
surgirão de covas salobras e vomitarão sua pustulência em seu cérebro
insignificante.

Invoco os mensageiros da desgraça para que destruam com sombrio deleite esta vítima
que escolhi. Silencioso é aquele pássaro sem voz que se alimenta da polpa cerebral
daquele (daquela) que me atormentou, e a agonia do que está por vir se alimentará de
gritos de dor, apenas para servir como sinais de alerta para aqueles que magoaram
meu ser.

Ó, venha em nome de Abaddon e destrua aquele (aquela) cujo nome eu assinei.

Ó grande irmãos da noite, vocês que fizeram meu lugar confortável, que cavalgam sobre os
ventos cálidos do Inferno, que habitam o afã do Diabo; Mexam-se e apareçam! Apresentem-se
àquele (àquela) que sustenta a podridão da mente que move a matraca para zombar dos justos e
fortes! Rasguem aquela língua gagejante e fechem a sua garganta, Ó Kali! Perfurem seus
pulmões com as ferroadas dos escorpiões, Ó Sekhmet! Mergulhem suas entranhas no abismo
sombrio, Ó poderoso Dagon!

Eu levanto bem alto a lâmina bífida do Inferno e em seus dentes tenho impalado meu
sacrifício resplandecente com os restos de minha vingança!

Sem bode no fogo! Salve Satã!


INVOCAÇÃO EMPREGADA PARA A
CONJURAÇÃO DA COMPAIXÃO

C OM a raiva da angústia e a ira dos enforcados, eu derramo minha voz, envolta em


trovões, para que seja ouvida!
Ó grandes espreitadores na escuridão, Ó guardiões do caminho, Ó servos do poder
de Thoth! Mexam-se e apareçam! Apresentem-se a nós em seu poder benigno, em
favor daquele que crê e está abatido pelo tormento.

Isolem-no(na) no baluarte de sua proteção, pois ele (ela) não é merecedor da angústia e
muito menos a deseja.

Deixem que aquilo que pesa contra ele (ela) se torne impotente e desprovido de substância.

Socorram-no (na) através do fogo e da água, da terra e do ar, para recuperar o que ele (ela)
perdeu.

Fortaleçam com fogo a medula do nosso amigo e companheiro, nosso confrade do Caminho
da Esquerda.

Pelo poder de Satã deixem a Terra e seus prazeres reencontrarem seu corpo.

Permitam que suas forças vitais fluam livremente, para que ele (ela) possa saborear os
néctares carnais de seus desejos futuros.

Deixem mudo o seu adversário, íntegro ou disforme, para que ele (ela) possa sair alegre e
forte daquilo que o (a) aflige.

Não deixem nenhum infortúnio cruzar seu caminho, porque ele (ela) é um de nós, e portanto deve ser
gratificado(a).

Restaurem sua força, para gozar, para o domínio perpétuo sobre os revéses que lhe
tenham infligido.

Construam ao redor e dentro dele (dela) o brilho exultante que anunciará sua emergência do
pântano estagnado que o (a) envolve.

Isto nós ordenamos, em o nome de Satã, cujas graças florescem e cujo sustento prevalecerá!

Assim como Satã reina, reinará aquele cujo nome produz esse som: (nome) é o
receptáculo cuja carne é como a Terra; vida eterna, mundo sem fim!

Sem bode no fogo! Salve Satã!


CHAVES ENOQUIANAS E A
LINGUAGEM ENOQUIANA

A língua mágica usada no ritual Satânico é a Enoquiana, uma língua que


acredita-se ser mais antiga do que o Sânscrito, com uma base gramatical e sintática
sólidas. Lembra o Árabe em algumas fonéticas e o Hebreu e o Latim em outras.
Apareceu impressa pela primeira vez em 1659, em uma biografia de John Dee, o
famoso vidente e astrólogo da corte do século 16. O trabalho de Meric Casaubon
descreve as atividades ocultistas de Dee com seu associado, Edward Kelly, na arte da
vidência ou leitura com cristais.
No lugar da bola de cristal tradicional, Kelly, que era o vidente, usava um trapezoide
multifacetado. Os "ângelos" referidos na primeira revelação de Kelly das Chaves Enoquianas,
obtida através das janelas do cristal, são "ângelos" apenas porque até hoje os ocultistas ficam
doentes com constipação metafísica. Hoje em dia os cristais esclarecem, e os "ângelos" são
vistos como "ângulos", quando as janelas para a quarta dimensão são abertas – e para os
desesperados, os Portões do Inferno.

Apresento minha tradução das invocações a seguir com uma versão arcaica, mas
Satanicamente precisa, da tradução empregada pela Ordem da Aurora Dourada no
final do século 19. Em Enoquiano, o significado das palavras, combinado com a
qualidade das palavras, se unem para criar um padrão de som que pode causar uma
tremenda reação atmosférica. As qualidades tonais bárbaras desta língua conferem-
lhe um efeito verdadeiramente mágico que não pode ser dito em palavras.

Por muitos anos as Chaves Enoquianas, ou Invocações, foram mantidas em segredo. As


poucas impressões que existiam eliminavam completamente o correto significado, já que a
tradução escorreita foi confundida através do uso de eufemismos, e projetada apenas para
tirar do caminho o mago inepto e/ou falso inquisidor. Por mais apócrifas que tenham se
tornado (e quem pode dizer que realidade sombria provoca a "fantasia"), as Invocações
Enoquianas são hinos Satânicos de fé. Dispensando os termos pragmáticos de outrora tais
como "santo" e "angelical", e escolhendo arbitrariamente grupos de números, o propósito
deles era apenas agir como substitutos para palavras "blasfemas" – aqui, então, estão as
VERDADEIRAS Invocações Enoquianas, como recebidas de uma mão desconhecida.
PRIMEIRA CHAVE

A Primeira Chave Enoquiana representa uma proclamação inicial de Satã, estabelecendo o


começo das leis das teologias temporais e do poder duradouro que reside naqueles ousados
o bastante para reconhecerem os princípios e verdades terrenas.

(Enoquiano)

Ol sonuf vaoresaji, gohu IAD Balata, elanusaha caelazod: sobrazod-ol Roray i ta


nazodapesad, od comemahe ta nobeloha zodien; soba tahil ginonupe pereje aladi, das
vaurebes obolehe giresam. Casarem ohorela caba Pire: das zodonurenusagi cab: erem
Iadanahe. Pilahe farezodem zodenurezoda adana gono Iadapiel das home-tohe: soba ipame lu
ipamis: das sobolo vepe zodomeda poamal, od bogira aai ta piape Piamoel od Vaoan!
Zodacare, eca, od zodameranu! odo cicale Qaa; zodoreje, lape zodiredo Noco Mada,
hoathahe Saitan!

(Português)

Eu reino sobre ti, diz o Senhor da Terra, em poder exaltado acima e abaixo, em cujas mãos o
sol é uma espada brilhante e a lua um fogo penetrante, que mede tuas vestes no meio de
minhas vestes, e levanto-te como as palmas das minhas mãos e ilumino tuas vestes com a luz
Infernal.

Eu fiz uma lei para vocês governarem os santos e entreguei uma vara de sabedoria
suprema. Vocês levantaram suas vozes e juraram lealdade Àquele que vive triunfante,
cujo começo não é, nem o fim pode ser, que brilha como uma chama no meio de seus
palácios e reina entre vocês como a balança da vida!

Mexam-se, portanto, e apareçam! Desvendem os mistérios de sua criação! Sejam amigáveis


comigo, pois eu sou o mesmo! - o verdadeiro adorador do maior e inefável Rei do Inferno!

SEGUNDA CHAVE

De modo a prestar homenagem às verdadeiras luxúrias que sustentam a continuação


da própria vida, a Segunda Chave Enoquiana estende esse reconhecimento de nossa
herança terrena para um cântico de poder.

(Enoquiano)

Adagita vau-pa-ahe zodonugonu fa-a-ipe salada! Vi-i-vau el! Sobame ial-pereji i-zoda-
zodazod pi-adapehe casarema aberameji ta ta-labo paracaleda qo-ta lores-el-qo turebesa ooge
balatohe! Giui cahisa lusada oreri od micalapape cahisa bia ozodonugonu! lape noanu tarofe
coresa tage o-quo maninu IA-I-DON. Torezodu! gohe-el, zodacare eca ca-no-quoda!
zodameranu micalazodo od ozadazodame vaurelar; lape zodir IOIAD!

(Português)

Podem as asas dos ventos ouvirem as suas vozes maravilhadas? Ó vós! A grande prole dos
vermes da Terra! Que o fogo do Inferno arde no fundo das minhas presas! Que preparei
como brinde para um casamento ou como flores regalando as câmaras da luxúria!
Vossos pés são mais fortes do que a dura pedra! Vossas vozes são mais poderosas do que os
ventos das tempestades! Pois vós vos tornastes como uma muralha invisível, salvo na mente
da manifestação Todo-Poderosa de Satanás!

Levantem-se!, diz o Primeiro! Mexam-se, portanto, para seus servos! Mostrem-se em poder e
façam de mim um forte vidente das coisas, pois sou feito Daquele que vive para sempre!

TERCEIRA CHAVE

A Terceira Chave Enoquiana estabelece o governo da Terra nas mãos daqueles grandes
magos Satânicos que através de eras sucessivas têm obtido o domínio sobre os povos do
mundo.

(Enoquiano)

Micama! goho Pe-IAD! zodir com-selahe azodien biabe os-lon-dohe. Norezodacahisa otahila
Gigipahe; vaunid-el-cahisa ta-pu-ime qo-mos-pelehe telocahe; qui-i-inu toltoregi cahisa i
cahisaji em ozodien; dasata beregida od torezodul! Ili e-Ol balazodareji, od aala tahilanu-os
netaabe: daluga vaomesareji elonusa cape-mi-ali varoesa cala homila; cocasabe fafenu
izodizodope, od miinoagi de ginetaabe: vaunu na-na-e-el: panupire malapireji caosaji. Pilada
noanu vaunalahe balata od-vaoan. Do-o-i-ape mada: goholore, gohus, amiranu! Micama!
Yehusozod ca-ca-com, od do-o-a-inu noari micaolazoda a-ai-om. Casarameji gohia:Zodacare!
Vaunigilaji! od im-ua-mar pugo pelapeli Ananael Qo-a-an.

(Português)

Cuidado!, diz Satã, eu sou um círculo em cujas mãos estão os Doze Reinos. Seis são os
assentos do sopro vivo, seis são afiados como foices, ou os Chifres da Morte. Nele as
criaturas da Terra estão e não estão, exceto em minhas próprias mãos que dormem e
levantarão!

Por primeiro eu fiz os governadores e os coloquei nas Doze cadeiras do governo, dando a
cada um poder sucessivo durante Nove eras reais do tempo, para que dos tronos mais elevados e
por todos os cantos vocês pudessem exercer meu poder, derramando a língua de fogo da vida e
prosperando continuamente na Terra. Assim vocês se tornaram as saias da justiça e da verdade.
Em o nome de Satã, levantem-se! Mostrem-se! Eis que suas misericórdias florescem e seu nome
se torna poderoso entre nós. Em quem dizemos: Ascenda!, e apliquem-se a nós como
participantes de Sua sabedoria secreta em sua criação!

QUARTA CHAVE

A Quarta Chave Enoquiana se refere aos ciclos das eras do tempo.

(Enoquiano)

Otahil elasadi babaje, od dorepaha gohol: gi-cahisaje auauago coremepe peda, dasonuf vi-vau-di-
vau? Casaremi oeli meapeme sobame agi coremepo carep-el: casaremeji caro-o-dazodi cahisa od
vaugeji; dasata ca-pi-mali cahisa ca-pi-ma-on: od elonusahinu cahisa ta el-o calaa. Torezodu nor-
quasahi od fe-caosaga: Bagile zodir e-na-IAD: das iod apila! Do-o-a-ipe quo-A- AL, zodacare!
Zodameranu obelisonugi resat-el aaf nor-mo-lapi!
(Português)

Coloquei meus pés no Sul e olhei ao meu redor, dizendo: Não são os trovões da
chegada aqueles que reinam no segundo ângulo?

Sob quem eu coloquei aqueles inumeráveis, a não ser Um; em cujo segundo o princípio das
coisas se fortalece, sucessivamente aumentando os números do tempo, e seus poderes
permanecem inalterados como os primeiros dos nove!

Levante-se!, vós que sois filhos do prazer, e visitam a Terra; pois eu sou o Senhor, vosso
Deus, aquele que é vivo para sempre!

Em o nome de Satã, Mexam-se!, e se revelem como mensageiros afáveis, para que possam
louvá-Lo entre os filhos dos homens!

QUINTA CHAVE

A Quinta Chave Enoquiana afirma a posição Satânica de sacerdotes e bruxos tradicionais na


Terra com o propósito da desorientação.

(Enoquiano)

Sapahe zodimii du-i-be, od noasa ta qu-a-nis, adarocahe dorepehal caosagi od faonutas


peripesol ta-be-liore. Casareme A-me-ipezodi na-zodaretahe afa; od dalugare zodizodope
zodelida caosaji tol-toregi; od zod-cahisa esiasacahe El ta-vi-vau; od iao-d tahilada das hubare
pe-o-al; soba coremefa cahisa ta Ela Vaulasa od Quo-Co-Casabe. Eca niisa od darebesa quo-
a-asa: fetahe-ar-ezodi od beliora: ia-ial eda-nasa cicalesa; bagile Ge-iad I-el!

(Português)

Os sons poderosos entraram no terceiro ângulo e tornaram-se sementes de loucura, sorrindo


com desprezo para a Terra e habitando no brilho do Céu como consoladores contínuos para
os destruidores do ego.

A quem fixei os pilares da alegria, os senhores dos justos, e lhes dei vasos para molhar a Terra com
suas criaturas. Eles são os irmãos do Primeiro e do Segundo, e o início de seus próprios assentos que
são guarnecidos com uma miríade de lâmpadas sempre acesas, cujos números são como o Primeiro,
os fins e o conteúdo do tempo!

Portanto, venha e obedeça à sua criação. Visite-nos com tranquilidade e conforto. Conclua-
nos como receptores de seus mistérios; por quê? Nosso Senhor e Mestre é Só-Um!

SEXTA CHAVE

A Sexta Chave Enoquiana estabelece a estrutura e forma que se tornou a Ordem do


Trapezoide e Igreja de Satã.
(Enoquiano)

Gahe sa-div cahisa em, micalazoda Pil-zodinu, sobam El haraji mir babalonu od obeloce
samevelaji, dalagare malapereji ar-caosaji od acame canale, sobola zodare fa-beliareda caosaji
od cahisa aneta-na miame ta Viv od Da. Daresare Sol-petahe-bienu. Be-ri-ta od zodacame ji-
mi-calazodo: sob-ha-atahe tarianu luia-he od ecarinu MADA Qu-a-a-on!

(Português)

Os espíritos do quarto ângulo são Nove, fortificados no trapezoide, a quem o primeiro formou
um tormento para os miseráveis e uma guirlanda para os ímpios; dando-lhes dardos inflamados
para varrer a Terra, e Nove homens contínuos cujas sendas visitam com conforto a Terra, e estão
no governo e na continuidade como o Segundo e o Terceiro.

Portanto, ouça a minha voz! Eu falei e movo você em poder e presença, cujas obras serão
uma canção de honra e o louvor do seu Deus em sua criação!

SÉTIMA CHAVE

A Sétima Chave Enoquiana é usada para invocar a luxúria, prestar homenagem ao


glamours, e regozijar nas delícias da carne.

(Enoquiano)

Ra-asa isalamanu para-di-zoda oe-cari-mi aao iala-pire-gahe Qui-inu. Enai butamonu od


inoasa ni pa-ra-diala. Casaremeji ujeare cahirelanu, od zodonace lucifatianu, caresa ta vavale-
zodirenu tol-hami. Soba lonudohe od nuame cahisa ta Da o Desa vo-me-dea od pi-beliare
itahila rita od miame ca-ni-quola rita! Zodacare! Zodameranu! Iecarimi Quo-a-dahe od I-
mica-ol-zododa aaiome. Bajirele papenore idalugama elonusahi-od umapelifa vau-ge-ji Bijil -
IAD!

(Português)

O Leste é uma casa de prostitutas cantando louvores entre as chamas da primeira glória onde o
Senhor das Trevas abriu Sua boca; e tornaram-se como moradas vivas nas quais a força do
homem se regozija; e eles estão vestidos com ornamentos brilhantes, que fazem maravilhas
em todas as criaturas. Cujos reinos e continuidade são como o Terceiro e o Quarto, torres
fortes e locais de conforto, assentos de prazer e continuidade. Ó servos do prazer, Mexam-se!
Apareçam!, cantem louvores à Terra e sejam poderosos entre nós. Pois a esta lembrança é
dado poder, e nossa força se fixa em nosso consolador.

OITAVA CHAVE

A Oitava Chave Enoquiana se refere à emergência da Era Satânica.


(Enoquiano)

Bazodemelo i ta pi-ripesonu olanu Na-zodavabebe ox. Casaremeji varanu cahisa vaugeji asa
berameji balatoha: goho IAD. Soba miame tarianu ta lolacis Abaivoninu od azodiajiere riore.
Irejila cahisa da das pa-aox busada Caosago, das cahisa od ipuranu telocahe cacureji o-
isalamahe lonucaho od Vovina carebafe? NIISO! bagile avavago gohon. NIISO! bagile
mamao siasionu, od mabezoda IAD oi asa-momare poilape. NIIASA! Zodameranu ciaosi
caosago od belioresa od coresi ta beramiji.

(Português)

O meio-dia da primeira é como a terceira indulgência feita de colunas jacintas, nas quais os
anciãos se fortalecem, que preparei para minha própria justiça, diz Satanás, cuja longa
continuidade será como escudos para o Leviatã. Quantos há que permanecem na glória da
Terra, que existem, e não verão a morte até que a casa caia e o dragão afunde? Alegrem-se!,
pois as coroas do templo e o manto Daquele que é, foi, e será coroado, não estão mais
divididos! Venham! Apareçam para o terror da Terra e para o conforto de quem está
preparado.

NONA CHAVE

A Nona Chave Enoquiana alerta para o uso de substâncias, Drogas ou psicotrópicos que
poderiam levar à ilusão e consequente aprisionamento do mestre. Uma proteção contra
valores falsos.

(Enoquiano)

Micaoli beranusaji perejela napeta ialapore, das barinu efafaje Pe vaunupeho olani od
obezoda, soba-ca upaahe cahisa tatanu od tarananu balie, alare busada so-bolunu od cahisa
hoel-qo ca-no-quodi cial. Vaunesa aladonu mom caosago ta iasa olalore gianai limelala.
Amema cahisa sobra madarida zod cahisa! Ooa moanu cahisa avini darilapi caosajinu: od
butamoni pareme zodumebi canilu. Dazodisa etahamezoda cahisa dao, od mireka ozodola
cahisa pidiai Colalala. Ul ci ninu a sobame ucime. Bajile? IAD BALATOHE cahirelanu
pare!NIISO! od upe ofafafe; bajile a-cocasahe icoresaka a uniji beliore.

(Português)

Um poderoso guarda de fogo com espadas flamejantes de dois gumes (que contêm os
frascos da ilusão, cujas asas são de absinto e a espinha de sal), colocou seus pés no
Ocidente e é medido com seus ministros. Estes recolhem o vômito da Terra, como o
homem rico faz com o seu tesouro. Malditos aqueles cujas iniquidades são como eles!
Em seus olhos há pedras de moinho maiores que a Terra, e de suas bocas correm mares
de sangue. Seus cérebros estão cobertos de diamantes e em suas cabeças há pedras de
mármore. Feliz é aquele a quem eles não desaprovam. Por quê? O Senhor da Justiça se
regozija neles! Venham embora e deixem seus corpos, pois o tempo é tal que exige
conforto!
DÉCIMA CHAVE

A Décima Chave Enoquiana cria ira rompante e produz violência. Perigosa de ser invocada a
menos que a pessoa tenha aprendido a salvaguardar sua própria integridade; um raio de
energia!

(Enoquiano)

Coraxo cahisa coremepe, od belanusa Lucala azodiazodore paebe Soba iisononu cahisa
uirequo ope copehanu od racalire maasi bajile caosagi; das yalaponu dosiji od basajime; od ox
ex dazodisa siatarisa od salaberoxa cynuxire faboanu. Vaunala cahisa conusata das daox
cocasa o Oanio yore vohima ol jizod-yazoda od eoresa cocasaji pelosi molui das pajeipe,
laraji same darolanu matorebe cocasaji emena. El pataralaxa yolaci matabe nomiji mononusa
olora jinayo anujelareda. Ohyo! ohyo! noibe Ohyo! caosagonu! Bajile madarida i zodirope
cahiso darisapa! NIISO! caripe ipe nidali!

(Português)

Os trovões da ira dormem no Norte, à semelhança de um carvalho cujos galhos são ninhos
cheios de esterco de lamentação e choro construídos para a Terra, que queimam noite e dia e
vomitam cabeças de escorpiões e enxofre vivo misturado com tóxico. Estes são os trovões
que em um instante rugem com cem terremotos poderosos e mil outras sondas, que não
param, nem conhecem qualquer momento aqui. Uma rocha produz outras mil, assim como o
coração do homem produz seus pensamentos. Infortúnio! Infortúnio! Sim, infortúnio para a
Terra, pois sua iniquidade é, foi, e será grande. Venham embora! Mas sem seus sons
poderosos!

DÉCIMA PRIMEIRA CHAVE

A Décima Primeira Chave Enochiana é usada para anunciar a vinda dos mortos e estabelecer
um sustento além túmulo. Para se ligar à Terra. Uma invocação fúnebre.

(Enoquiano)

Oxiayala holado, od zodirome O coraxo das zodiladare raasyo. Od vabezodire cameliaxa od


bahala: NIISO! salamanu telocahe! Casaremanu hoel-qo, od ti ta zod cahisa soba coremefa i
ga. NIISA! bagile aberameji nonuçape. Zodacare eca od Zodameranu! odo cicale Qaa!
Zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

O poderoso trono rosnou e houve cinco trovões que rosnaram para o Oriente. E a águia falou e
gritou em voz alta: Afasta-te da casa da morte! E eles se reuniram e se tornaram aqueles de
quem ela mediu, e eles são os imortais que cavalgam nos redemoinhos. Venham embora! Pois
preparei um lugar para vocês. Mexam-se, portanto, e apareçam! Desvendem os mistérios da
sua criação. Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o seu Deus, o verdadeiro adorador da carne
que é vivo para sempre!
DÉCIMA SEGUNDA
CHAVE

A Décima Segunda Chave Enoquiana é usada para aventar o desgosto de alguém em


direção à necessidade de miséria do homem, e trazer tormento e conflito aos arautos do
infortúnio.

(Enoquiano)

Nonuci dasonuf Babaje od cahisa ob hubaio tibibipe? alalare ataraahe od ef! Darix fafenu
mianu ar Enayo ovof! Soba dooainu aai i VONUPEHE. Zodacare, gohusa, od Zodameranu.
Odo cicale Qaa! Zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

Ó vós quer percorreis o Sul e são como faróis de tristeza, apertais vossa armadura e
visitai-nos! Trazei as legiões do exército do Inferno, para que o Senhor do Abismo
possa ser engrandecido, cujo nome entre vós é Ira! Mexam-se, portanto, e apareçam!
Desvendem os mistérios da sua criação! Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o
mesmo!, o verdadeiro adorador do mais elevado e inefável Rei do Inferno!

DÉCIMA TERCEIRA CHAVE

A Décima Terceira Chave Enoquiana é usada para tornar os estéreis lascivos e vexar
aqueles que negam os prazeres do sexo.

(Enoquiano)

Napeai Babajehe das berinu vax ooaona larinuji vonupehe doalime: conisa olalogi oresaha das
cahisa afefa. Micama isaro Mada od Lonu-sahi-toxa, das ivaumeda aai Jirosabe. Zodacare od
Zodameranu. Odo cicale Qaa! Zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

Ó vós, espadas do Sul, que têm olhos para despertar a ira do pecado, embriagando os
homens que estão vazios; Contemplem! A promessa de Satanás e Seu poder, que entre
vós é chamada de aguilhão amargo! Mexam-se e apareçam! Desvendem os mistérios
da sua criação! Pois eu sou o servo do mesmo, seu Deus, o verdadeiro adorador do
mais elevado e inefável Rei do Inferno!

DÉCIMA QUARTA CHAVE

A Décima Quarta Chave Enoquiana é uma invocação para vingança e manifestação da justiça.

(Enoquiano)

Noroni bajihie pasahasa Oiada! das tarinuta mireca ol tahila dodasa tolahame caosago
homida: das berinu orocahe quare: Micama! Bial! Oiad; aisaro toxa das ivame aai Balatima.
Zodacare od Zodameranu! Od cicale Qaa! Zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe
Saitan!
(Português)

Ó vós, filhos e filhas de mentes mofadas, que julgais as iniqüidades cometidas sobre
mim – Vejam! a voz de Satanás; a promessa d’Aquele que é chamado entre vós de
acusador e tribuno supremo! Mexam-se, portanto, e apareçam! Desvendem os
mistérios da sua criação! Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o mesmo!, o
verdadeiro adorador do mais elevado e inefável Rei do Inferno!

DÉCIMA QUINTA CHAVE

A Décima Quinta Chave Enoquiana é uma resolução de aceitação e entendimento dos


mestres cujo dever consiste em administrar aos buscadores dos deuses espirituais.

(Enoquiano)

Ilasa! tabaanu li-El pereta, casaremanu upaahi cahisa dareji; das oado caosaji oresacore: das
omaxa monasaçi Baeouibe od emerajisa Iaiadix. Zodacare od Zodameranu! Odo cicale Qaa.
Zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

Ó vós, o governador da primeira chama, sob cujas asas estão os tecelões de teias de
aranha que emaranham a Terra com escassez; que conhece bem o significado da
“justiça” e o selo da falsa honra. Mexam-se, portanto, e apareçam! Desvendem os
mistérios da sua criação! Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o mesmo!, o
verdadeiro adorador do mais elevado e inefável Rei do Inferno!

DÉCIMA SEXTA CHAVE

A Décima Sexta Chave Enoquiana reconhece os maravilhosos contrastes da Terra e a


sustentação dessas dicotomias.

(Enoquiano)

Ilasa viviala pereta! Salamanu balata, das acaro odazodi busada, od belioraxa balita: das inusi
caosaji lusadanu emoda: das ome od taliobe: darilapa iehe ilasa Mada Zodilodarepe. Zodacare
od Zodameranu. Odo cicale Qaa: zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

Ó vós, segunda chama, a casa da justiça, que teve início na glória e confortará os
justos; que anda sobre a Terra com pés de fogo; que compreende e separa as criaturas!
Grande sois vós no Deus de avançar e conquistar. Mexam-se, portanto, e apareçam!
Desvendem os mistérios da sua criação! Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o
mesmo!, o verdadeiro adorador do mais elevado e inefável Rei do Inferno!
DÉCIMA SÉTIMA CHAVE

A Décima Sétima Chave Enoquiana é usada para iluminar os que serão numerados e
destruir por meio da revelação.

(Enoquiano)

Ilasa dial pereta! soba vaupaahe cahisa nanuba zodixalayo dodasihe od berinuta faxisa hubaro
tasataxa yolasa: soba Iad i Vonupehe o Uonupehe: aladonu dax ila od toatare! Zodacare od
Zodameranu! Odo cicale Qaa! Zodoreje, lape zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

Ó vós, terceira chama, cujas asas são espinhos para provocar vergonha, e que tendes
miríades de lâmpadas vivas indo adiante de vós; cujo Deus está espumando de raiva –
Cinge os vossos lombos e ouvi! Mexam-se, portanto, e apareçam! Desvendem os
mistérios da sua criação! Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o mesmo!, o verdadeiro
adorador do mais elevado e inefável Rei do Inferno!

DÉCIMA OITAVA CHAVE

A Décima Oitava Chave abre os portões do Inferno e invoca Lúcifer e sua benção.

(Enoquiano)

Ilasa micalazoda olapireta ialpereji beliore: das odo Busadire Oiad ouoaresa caosago:
casaremeji Laiada eranu berinutasa cafafame das ivemeda aqoso adoho Moz, od maoffasa.
Bolape como belioreta pamebeta. Zodacare od Zodameranu! Odo cicale Qaa. Zodoreje, lape
zodiredo Noco Mada, hoathahe Saitan!

(Português)

Ó vós, luz poderosa e chama ardente de conforto!, que desvendais a glória de Satanás
ao centro da Terra; em quem os grandes segredos da verdade residem; isso é chamado
em teu reino: “Força pela Alegria”, e não deve ser medido. Seja uma janela de
conforto para mim. Mexam-se, portanto, e apareçam! Desvendem os mistérios da sua
criação! Sejam amigáveis comigo, pois eu sou o mesmo!, o verdadeiro adorador do
mais elevado e inefável Rei do Inferno!

DÉCIMA NONA CHAVE

A Décima Nona Chave Enoquiana é a grande sustentadora do equilíbrio natural da terra, da


lei da economia e da sobrevivência. Ela revela toda a hipocrisia e os hipócritas se tornarão
escravos dela. Provoca o maior derramamento de ira sobre os miseráveis e estabelece as
bases do sucesso para o amante da vida.

(Enoquiano)

Madaritza das perifa LIL cahisa micaolazoda saanire caosago od fifisa balzodizodarasa Iaida.
Nonuca gohulime: Micama adoianu MADA faoda beliorebe, soba ooaona cahisa luciftias
peripesol, das aberaasasa nonucafe netaaibe caosaji od tilabe adapehaheta damepelozoda,
tooata nonucafe jimicalazodoma larasada tofejilo marebe yareyo IDOIGO, od torezodulape
yaodafe gohola, Caosaga, tabaoreda saanire, od caharisateosa yorepoila tiobela busadire,
tilabe noalanu paida oresaba, od dodaremeni zodayolana. Elazodape tilaba paremeji
peripesatza, od ta qurelesata booapisa. Lanibame oucaho sayomepe, od caharisateosa
ajitolorenu, mireca qo tiobela lela. Tonu paomebeda dizodalamo asa pianu, od caharisateosa
aji-la-tore-torenu paracahe a sayomepe. Coredazodizoda dodapala od fifalazoda, lasa manada,
od faregita bamesa omaosa. Conisabera od auauotza tonuji oresa; catabela noasami tabejesa
leuitahemonuji. Vanucahi omepetilabe oresa! Bahile? Moooabe OL coredazodizoda. El
capimao itzomatzipe, od cacocasabe gosaa. Bajilenu pii tianuta a babalanuda, od faoregita
teloca uo uime.

Madariatza, torezodu!!! Oadariatza orocaha aboaperi! Tabaori periazoda aretabasa!


Adarepanu coresata dobitza! Yolacame periazodi arecoazodiore, od quasabe qotinuji! Ripire
paaotzata sagacore! Umela od peredazodare cacareji Aoiveae coremepeta! Torezodu!
Zodacare od Zodameranu, asapeta sibesi butamona das surezodasa Tia balatanu. Odo cicale
Qaa, od Ozodazodama pelapeli IADANAMADA!

(Português)

Ó vós, prazeres que habitais no primeiro ar, vós sois poderosos nos cantos da Terra e
executais o julgamento dos poderosos. A vós é dito: Eis a face de Satana, o princípio do
conforto, cujos olhos negros têm o brilho das estrelas, que vos proporcionaste o
governo da Terra e sua variedade indescritível; fornecendo um poder de compreensão
para dispor de todas as coisas de acordo com a providência d’Aquele que está sentado
no Trono Infernal e se levantou no Princípio dizendo: A Terra, deixe-a ser governada
por seus pares; e haja nela divisão; a glória dela pode estar sempre inebriada e
vergonhosa de si mesma. Seu curso, deixe-o seguir com a satisfação da luxúria; e como
serva, deixe-a servi-vos. Uma estação, deixe que passe a se confundir com outra; e que
não haja nenhuma criatura igual nela ou dentro dela. Todos os seus números, deixai que
difiram em suas qualidades; e que não haja criatura igual a outra. As criaturas razoáveis
da Terra, e os homens, deixem-nos vexar e eliminar uns aos outros; e suas moradas,
deixai que esqueçam seus nomes. A obra do Homem e sua pompa, deixai que sejam
desmontadas. Deixai que seus edifícios se tornem cavernas para os animais do campo!
Confundi seu entendimento com escuridão! Por quê? Arrependo-me de ter criado o
Homem. Por um momento deixai que seja conhecida, noutro tornai dela uma estranha;
porque ela está na cama de uma prostituta, e onde habita Lúcifer, o Rei.

Os portões do Inferno estão escancarados! Os céus inferiores abaixo de vós, deixe-os


servi-vos! Que governe quem governa! Decaído como na queda. Trazei aqueles que
somam e destruais os podres. Não há espaço, deixai-o permanecer com um número.
Acrescentai e diminuí até que as estrelas sejam numeradas. Levantem-se! Mexam-se!
Compareçam perante a aliança de Sua fala, a qual foi jurada por Sua justiça.
Desvendem os mistérios da sua criação e sejam partícipes desta SABEDORIA PURA.

YANKEE ROSE
Extras da Edição
As Dedicatórias Recuperadas da Bíblia Satânica

Fragmentos de uma Lista de Leituras de LaVey

Monografia do “Satanismo”, 1968-69

O Comando do Olhar

“O Livro de Satã” da Bíblia Satânica

A Fonte Secreta da Filosofia Satânica

Galeria de Fotos

Colofão
As Dedicatórias Recuperadas da Bíblia Satânica
Stephen E. Flowers, Ph.D., V° Templo de Set
de Senhores do Caminho Esquerdo
Editora Runa-Raven Press, Smithville, Texas, 1997
Essencial para a natureza do mito de qualquer figura como Anton LaVey são as influências
que formaram o pensamento e a ação dessa figura. O próprio LaVey forneceu uma lista das
influências em seu pensamento nas dedicatórias dos impressos originais de sua Bíblia Satânica.
Dizem que nas edições mais recentes do livro essa página foi omitida.
1
Nessa lista aparecem 19 personalidades principais, com mais 20 levando uma “menção honrosa”.
Há também um animal nessa lista, Togare, o famoso leão de estimação de LaVey, e os Nove
Homens Inomináveis. [Quase 70 outros nomes aparecem numa lista similar no livro Os Rituais
Satânicos. Esses também foram removidos das edições mais recentes.] O espaço não me permite
discutir sobre cada uma dessas personalidades em detalhes, mas a primeira lista é extremamente
importante para entender a filosofia Satânica de LaVey.
Os 19 homens são (na ordem que foram listados originalmente): Bernardino Logara, Karl
Haushofer, Grigory Yefimovitch Rasputin, Sir Basil Zaharoff, Allesandro Cagliostro, Barnabas
Saul, Ragnar Redbeard, William Mortensen, Hans Brick, Max Reinhardt, Orrin Klapp, Fritz Lang,
Friedrich Nietzsche, William Claude Dukinfield, Phineas Taylor Barnum, Hans Poelzig, Reginald
Marsh, Wilhelm Reich, e Mark Twain. Após os nomes de cada um Lavey caracteriza-os com uma
dedicatória. Elas são dadas entre aspas nos comentários abaixo.
Bernadino Logara, “que sabia o valor do dinheiro”, não identificado, provavelmente um
banqueiro ou financiador manipulador.
Karl Haushofer (1869-1946), “um professor sem uma sala”, foi o fundador da teoria da
“geopolítica” e professor de Geografia na Universidade de Munique. Ele era simpático ao
Socialismo Nacionalista e exerceu influência em sua ideologia, especialmente por um de seus
estudantes, Rudolf Hess. Entretanto, o espelho e admiração de LaVey por ele vem através da
mitologização moderna contida em The Morning of the Magicians, em que os autores envolvem
Haushofer em vários acontecimentos ocultistas no Tibete e com a infame Thule Gesellschaft de
Rudolf von Sebottendorf. Não há, no entanto, nenhuma evidência de suas conexões “ocultistas”.
Rasputin (1872-1916), “que sabia a magia de uma criança”, era muito admirado por LaVey
porque ele via o “monge louco” russo como um profícuo manipulador de pessoas (especialmente
mulheres) e poder – tudo o que o próprio LaVey perseguia. No entanto, Rasputin provavelmente
não tivesse qualquer coisa de realmente “Satânico” sobre ele. LaVey certamente foi inspirado por
relatos mais sinistros de Rasputin – e pelo filme Rasputin: The Mad Monk (Hammer, 1965).
Sir Basil Zaharoff (1850-1936), “um cavalheiro”, era um comerciante que vendia armas e
encorajava seus clientes a usarem seus produtos – ao mesmo tempo em que, não apenas
enriquecia, mas era nomeado cavaleiro pelo Rei da Inglaterra!

1
As dedicatórias “secundárias”: Howard Hughes, James Moody (membro da CS), Marcello Truzzi (Professor de
Sociologia), Adrian-Claude Frazier (seu nome verdadeiro era Charles Steenbarger, da CS), Marilyn Monroe,
Wesley Mather (da CS), William Lindsay Gresham, Hugo Zacchini (O artista circense “Canhão Humano”), Jayne
Mansfield, Frederick Goerner, C.Huntley (da CS), Nathaniel West, Horatio Alger [a justaposição desses dois é
intencionalmente irônica, porque West em A Cool Million satirizava Alger], Robert E. Howard, George Orwell,
Howard Phillips Lovecraft, Tuesday Weld, H.G. Wells, Sister Marie Koven (da CS), Harry Houdini, Togare, and
the Nove Homens Inomináveis. – M.A.A.
Cagliostro (1743-1791), “um desonesto”, era o presumido nome de um mágico e alquimista
italiano chamado Guiseppe Balsamo. Ele se autodenominava um “Conde” e o “Grande Kophta da
Loja Egípcia”, mas o que era menos conhecido era que ele havia sido expulso de vários países
devido aos seus negócios fraudulentos. Ele era popular entre o povo e um defensor da revolução,
mas terminou sua vida preso nas masmorras do Papa Pio VI.
Barnabas Saul foi o primeiro “vidente”, ou médium, empregado pelo mago de Elizabeth, John
Dee (1527-1608). Após deixar o serviço com Dee, Saul perdeu suas visões.
Ragnar Redbeard (1842?-1926?), “cujo poder é certo”, é uma história em si mesmo. “Barba
Ruiva” fosse talvez o pseudônimo de Arthur Desmond, um ateu e filósofo de rua Darwinista de
cujo livro, entitulado O Poder é Certo, LaVey reuniu seções inteiras para criar “O Livro de Satã”,
parte da Bíblia Satânica.
William Mortensen, “que olhava... e via”, escreveu um manual para fotógrafos entitulado O
Comando do Olhar (1937). As teorias ópticas e psíquicas contidas influenciaram grandemente a
aproximação de LaVey para a arte e a imagem, e a forma que elas podem influenciar a mente
humana. Deve ser considerado uma pedra chave para o Satanismo de LaVey.
Hans Brick, “que conhece a lei”, escreveu um livro entitulado A Natureza da Besta (1960) que
foi uma influência formadora para a formulação da filosofia social de LaVey, especialmente como
contido nas Lex Talonis ou “Onze Leis da Terra”.
Max Reinhardt (1873-1943), “um feitor de sonhos”, nasceu como Max Goldman na
Áustria e se tornou Famoso como diretor de teatro que especializou-se em organizer grandes
espetáculo.
Orrin Klapp (n. 1915), “o caminhante”, é um sociologista cujos trabalhos Heroes, Villains
and Fools (1962) e The Collective Search for Identity (1969) foram grandemente influenciadores
nas ideias de movimentos e mudanças sociais de LaVey.
Fritz Lang (1890-1976), “que faz os projetos andarem”, era um diretor de cinema austríaco
que fez filmes clássicos como Metropolis (1926) e M (1930).
Friedrich Nietzsche (1844-1900), “um realista”, foi um filósofo alemão e precursor dos
existencialistas. Suas ideias de homem superior (ou “super-homem”) e o “poder da vontade”,
assim como suas ideias concernentes à existência dos “líderes” e “escravos” naturais, são
largamente admiradas pelo moderna filosofia dos Satanistas.
W.C. Fields (1880-1946), “que poupou-me viajar ao Tibete”, era o nome de palco de William
C. Dukinfield.
P.T. Barnum (1810-1891), “outro grande guru”, era o artista famoso por suas exibições de
aberrações e empreendedor de circos. A filosofia básica de Barnum - “Há um filho da puta que
nasce a cada minuto” – foi levada ao coração por LaVey e usada como esteio para sua visão de
mundo.
Hans Poelzig (1869-1936), “que sabe todos os ângulos”, foi um arquiteto alemão que se
especializou em estruturas grandiosas e imaginativas. Um exemplo é o Grande Teatro de Berlim,
também chamado de Max Reinhardt Theater (1919). Ele também foi o projetista de The Golem
(Deutsche Bioscop, 1914).
Reginald Marsh (1898-1954), “um grande artista”, foi um ilustrador, designer, e pintor de
cenas de rua ousadas muito admiradas por LaVey, que é um apreciador das pinturas de temas
inusitados.
Wilhelm Reich (1897-1957), “que sabia mais do que marcenaria”, foi um psicólogo alemão que
sustentava que havia uma força material chamada “orgônio” que trabalhava em conjunção com o
orgasmo humano. Essa força também poderia ser coletada em “salinhas” chamadas de
“acumuladoras de orgônio”.
Mark Twain (1835-1910), “um homem muito bravo”, era o pseudônimo de Samuel Langhorn
Clemens, o grande escritor americano. LaVey muito admirou Twain por seus trabalhos Letters
from the Earth (1962) e The Mysterious Stranger (1969). Em um documento recente da Igreja de
Satã, LaVey elogia Twain como “um dos maiores advogados do Diabo da história” e como “a
personificação mais nobre de um Satanista”.
Essa lista de influências proporciona uma visão inestimável sobre a formação filosófica de
LaVey. Dos 16 homens identificados, metade deles são artistas. Destes, cinco lidam com a criação
da imagem e dois, W.C. Fields e P.T. Barnum, são mais conhecidos como “malandros”. A fixação
dos criadores de imagem mostra uma pista sobre a verdadeira natureza de sua filosofia e magia.
Que a maioria das ideias de LaVey não são originais, e que a sua filosofia é em grande parte
composta de pedaços de filosofias de outros que ele recompôs de acordo com os seus próprios
gostos e estilo – únicos para o seu tempo – também poderia ser dito de alguns dos assuntos
encontrados em Senhores do Caminho Esquerdo. Poderíamos dizer o mesmo de cada pessoa que já
criou uma religião, seja Gautama, o Buda, ou Gerald Gardner. O que torna LaVey um tanto
incomum a este respeito é que ele muitas vezes parece insistir na ideia de que ele inventou uma
forma de pensar, que seu Satanismo é algo semelhante a um produto sobre o qual ele tem algum
tipo de “direito autoral”. Mas mais notável do que a ideia de que LaVey inventou seu Satanismo a
partir de pedaços de filosofias obscuras é o fato de que ele realmente reinventou a si mesmo a partir
das profundezas de sua própria mente...
Fragmentos de uma Lista de Leituras de LaVey
Extraído principalmente de uma lista de leitura do Templo de
Set do fim dos anos 80 e da bibliografia de A Bruxa Satânica

Trabalhos de LaVey

Bíblia Satânica de Anton Szandor LaVey. NY: Avon Books #NS44, 1969.
Edição de capa dura da University Books, 1972.

A Bruxa Completa de Anton Szandor LaVey. NY: Dodd, Mead & Company, 1970. Esse
livro foi então republicado em brochura sob o nome de A Bruxa Satânica em 1989.

Os Rituais Satânicos de Anton Szandor LaVey. NY: Avon Books #W359,


1972. Edição de capa dura da University Books, 1972.

O Caderno do Diabo de Anton Szandor LaVey. Los Angeles: Feral House 0-922915-11-3, 1992.

O Diabo Fala! de Anton Szandor LaVey. Los Angeles: Feral House 0-922915-66-0, 1998.

Satanismo

The Satanic Mass by H.T.F. Rhodes. London: Jarrold’s Publishers Ltd, 1968.
“Um relato não histérico de um criminologista que pesquisou bem o assunto.”

Witchcraft: Its Power in the World Today de William Seabrook. NY: Lancer Books #78656, 1968.
“A Bruxaria discutida em termos de psicologia sugestiva.”

The Second Coming: Satanism in America de Arthur Lyons. NY: Dodd, Mead, 1970.
“Discute a nossa Igreja de um ponto de vista objetivo, mostra como os meios de comunicação
difamaram a nossa Ordem e faz comparações concisas com as crenças de alguns dos ‘cultos
Satânicos’.”

Rasputin de Colin Wilson. London: Panther Books, 1966.


“Uma visão aos trabalhos de um real mago Satânico.”

The Circus of Dr. Lao de Charles G. Finney. NY: Viking Press, 1935
[reimpresso em brochura: Avon #19190, 1974].
“Uma história que conta tudo; toda fraqueza humana é dissecada. É o épico do desejo e da
futilidade do homem: Zaratustra sob tela – uma excursão ao mais alto Llamastério dos Monges
Vermelhos para quem conseguir ler.”

A Igreja de Satã de Michael A. Aquino. Quinta Edição, 2002. Recuperadoe m 8 de novembro de


2006 dehttp://www.xeper.org/maquino/nm/COS.pdf
História da IdS desde sua fundação até 1975. Muitas fontes primárias e apêndices.

Hollywood Babylon (San Francisco: Straight Arrow Books, 1975) e Hollywood Babylon II (NY:
New American Library, 1984) de Kenneth Anger.
Anger é um ‘cineasta sem verbas’ que ficou fascinado com Aleister Crowley e com Anton
LaVey durante os primeiros dias da Igreja de Satã.

História

A History of Secret Societies by Arkon Daraul. NY: Citadel Press, 1961.


“Um elegante ensaio sobre o tema, com objetividade e muita atenção aos
detalhes.”
Ocultismo

The Morning of the Magicians de Louis Pauwels e Jacques Bergier. NY: Avon Books, 1968.
“O primeiro e melhor trabalho já feito em descrever a influência Satânica no mundo.”

The Black Arts de Richard Cavendish. NY: G.P. Putnam’s Sons, 1968.
“Bom manual sobre o assunto das artes negras.”

A Fascinating History of Witchcraft, Magic, & Occultism de W.B. Crow. North Hollywood:
Wilshire Book Co., 1970.
“Tem muito material novo de interesse para estudantes do Satanismo.”

H.P. Lovecraft (todos os livros)

O Rei de Amarelo de Robert W. Chambers. NY: F. Tennyson Neely, 1895 (brochura Dover
disponível).
“O primeiro de minha lista, é o trabalho de um escritor de romances baratos que ficou possuído
pelo demônio após estar envolvido num trabalho de espionagem de natureza delicada, com
implicações que ainda estão surtido efeitos. Chambers, em sua oclusão literária a partir dos
impressionistas de sua época, lançou uma maldição para Lovecraft, Orwell, Huxley e muitos
outros. Sim, a leitura de O Rei de Amarelo na íntegra PODE enlouquecer, se percebermos a
insidiosidade da coisa.”

Licantropia

Cult of the Cat de Patricia Dale Green. NY: Tower Publications, 1970
[republicado The Archetypal Cat pela Spring Publications, Dallas, TX].
“Sem dúvida o livro mais esclarecedor já escrito sobre a relação do gato com o
Satanismo.”

Man Into Wolf de Robert Eisner. NY: Philosophical Library, 1951 (republicado pela Santa
Barbara: Ross-Erikson, Inc., 1978).
Altamente considerado por Anton LaVey como uma análise psicológica da licantropia, este
trabalho é um tratamento de base antropológica do sadismo, masoquismo e licantropia.

A Aurora Dourada

The Rites of Modern Occult Magic (título Britânico: Ritual Magic in England) de Francis King.
NY:Macmillan, 1970.
“Uma pesquisa abrangente sobre a Aurora Dourada e outras ordens mágicas. Contém mais
informações reais e objetivas do que pode ser obtido a partir dos pesados escritos das outras
ordens.”

Magia Sexual

Odoratus Sexualis de Iwan Block. North Hollywood: Brandon House, 1967.


“O uso dos odores na magia.”

Magica Sexualis de Emile Laurent e Paul Nagour. North Hollywood: Brandon House, 1966.
“Contém algumas histórias cabulosas.”

O Bem e o Mal

The Social Contract de Robert Audrey. NY: Atheneum, 1970.


“A Lei da Selva é aplicada ao comportamento humano. Como a falácia de que ‘todos os homens
são iguais’ criou um desequilíbrio – quem sabe necessário – no potencial do homem. Um livro
maravilhosamente escrito que promete machucar aqueles cuja única reinvindicação à fama é
acharem que são ‘os animais superiores’.”
Collective Search for Identity de Orrin E. Klapp. NY: Holt, Rinehart & Winston, 1969.
“Uma ferramenta útil para entender a utilização da Baixa Magia.”

Heroes, Villains, and Fools de Orrin E. Klapp. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice-Hall, 1962.
“Mesmo comentário [acima].”

Evolução Intelectual

The Psychology of Man’s Possible Evolution de Peter D. Ouspensky. NY: Alfred A. Knopf, 1969.
“Deveria ser lido especialmente por aqueles membros cuja aptidão mágica é prejudicada por
falhas no seu fator de equilíbrio.”

Behavior Control de Perry London. NY: Harper & Row, 1969.


“Um vislumbre Satânico de um futuro muito próximo. Como este livro era muito popular para a
maioria dos mercados, pode ser difícil obtê-lo.”

The Myth of Mental Illness de Thomas S. Szasz. NY: Dell Publishing Co., 1961.
“Uma acusação contundente contra a glorificação judaico-cristã da fraqueza e da inadequação
que tem fomentado o vampiro psíquico. Um belo livro de um escritor corajoso.”

Tempo, Espaço e o Futuro

Man and Time de J.B. Priestley. NY: Crescent Books, 1964.


“Um livro maravilhosamente produzido que explica muitas teorias retumbantes do tempo e
espaço. Contém informações muito úteis.”

The Last Days de Anthony Hunter. London: Anthony Blond Ltd, 1958.
“Um trabalho bastante raro da Inglaterra que explica o funcionamento dos profetas da destruição
que se aproveitam dos medos de seus seguidores de que o mundo acabe, maremotos, terremotos,
etc.”

Bibliografia de A Bruxa Completa

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Monografia do “Satanismo”, 1968-69
Anton Szandor LaVey

A seguinte monografia, distribuída em 1968-1969, foi escrita para reunir a essência da religião
Satânica como foi praticada pela Igreja de Satã em seus primeiros anos. Muito do material da
monografia foi depois expandido numa série de vinte ensaios publicados para os Satanistas como
um curso introdutório. Tanto a monografia original como os ensaios derivados dela foram
descontinuados antes da publicação da Bíblia Satânica em 1970 por causa da incorporação dos
ensaios daquele volume em seus “Livros de Lúcifer” e “Belial”. Esta monografia, então, pode ser
considerada o manifesto original da Igreja de Satã e, dessa feita, sua declaração fundadora de
princípios. - M.A.A.

As Nove Declarações Satânicas

1 Satã representa indulgência, em vez de abstinência!


2 Satã representa existência vital, em vez de castelos de ilusões espirituais!
3 Satã representa a sabedoria pura, em vez de auto-engano hipócrita!
4 Satã representa bondade para aqueles que a merecem, em vez de amor desperdiçado com
ingratos!
5 Satã representa a vingança, em vez de virar a outra face!
6 Satã representa responsabilidade ao responsável, em vez de se preocupar com vampiros
psíquicos!
7 Satã representa o homem apenas como outro animal qualquer, às vezes melhor, porém
frequentemente pior do que aqueles que caminham em quatro patas, porque em seu
“desenvolvimento intelectual e espiritual divino,” tornou-se o animal mais perverso de
todos!
8 Satã representa todos os assim chamados “pecados”, já que todos eles levam à
gratificação física, mental, ou emocional!
9 Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja já teve, como é ele que a mantém em
funcionamento por todos esses anos!

Parte I: Prefácio

Ao escrever esta monografia é nosso intento fornecer um entendimento básico da


religião Satânica. Portanto, tentamos apresentá-la de uma forma que seja facilmente
compreendida.
Sabemos plenamente que muitos dos que lerão esta monografia não serão novatos aos
princípios do Satanismo ou aos fundamentos da psicologia que ocupa grande parte da filosofia
Satânica. Estamos cientes de que para muitos parte da informação aqui contida é elementar. Por
isso, deve ser entendido que não há nenhuma tentativa da nossa parte de sermos condescendentes
com aqueles que já conhecem algumas destas informações.
Percebemos, contudo, que muitos conhecem relativamente muito pouco sobre Satanismo,
exceto o pouco que conseguiram decifrar dos volumes de material pesado que está envolto em
tanto jargão esotérico que o torna virtualmente inútil para os neófitos na teologia Satânica. É com
isso em mente que evitamos nos aprofundar nos pontos mais delicados do pensamento Satânico e
da magia ritual. Uma declaração completa dos princípios do Satanismo e uma explicação das
cerimônias e instruções detalhadas sobre as mesmas estão disponíveis para nossos membros.
No passado os únicos escritos sobre o Satanismo eram aqueles feitos por outras religiões
como um meio de propaganda para afastar as pessoas dele, ou por jornalistas desinformados que
eram influenciados pela sociedade Judaico-Cristão que os envolvia. Dessa feita, a informação
contida nesses escritos era completamente falsa ou sensacionalista.
Nosso propósito é o de iluminar o leitor aos verdadeiros conceitos do Satanismo e refutar
os mitos que são atribuídos a ele. Os “sete pecados capitais” da Igreja Católica são a cobiça,
orgulho, inveja, ira, gula, luxúria e preguiça. O Satanisma advoga o perdão desses “pecados”,
pois todos eles levam à gratificação física, mental, ou emocional. O Satanista sente que não há
nada errado em ser ambicioso, pois isso apenas significa que ele quer mais daquilo que já tem.
A inveja significa simplesmente olhar com desejo para os bens alheios e desejar obter
coisas semelhantes para si mesmo. A inveja e a cobiça são as forças motivadoras da
ambição, e sem ambição muito pouca coisa de importância poderia ser conquistada nesse
mundo.
A Gula é simplesmente comer mais do que você precisa para se manter vivo. Quando você
come ao ponto de ficar obeso, na maioria das vezes você recorrerá a outro pecado – orgulho – para
reaver a aparência que devolverá sua auto-estima. Qualquer um que compra uma peça de roupa
para um outro propósito além de cobrir o corpo e se proteger dos elementos é culpado de orgulho.
Você pode encontrar gozadores que afirmam que os rótulos não são necessários. Você pode achar
um pequeno exercício para satisfazer o ego apontar para essas pessoas que uma ou mais peças que
elas estão vestindo não são necessárias para mantê-las aquecidas. Não existe uma pessoa nesta
Terra que seja completamente desprovida de alguma ornamentação. Você pode informar a pessoa
que qualquer ornamentação de seu corpo mostra que ela também é culpada de orgulho.
Independentemente de quão prolixo ele seja em sua descrição intelectual de quão livre ele é, ele
ainda carrega elementos de orgulho. Este pensamento pode não servir a nenhu m outro propósito
para você além de ser um exercício satisfatório no abuso de não-satanistas.
Ser relutante em levantar da cama pela manhã é ser culpado de preguiça; e se você passar muito
tempo na cama, você pode estar se gratrificando com outro pecado – a luxúria. Ter o mais leve
estímulo de desejo sexual é ser culpado de luxúria. Para garantir a propagação da humanidade, a
natureza fez da luxúria o segundo instinto mais poderoso, sendo o primeiro a autopreservação.
Percebendo isso, a Igreja Católica fez da fornicação o “pecado original”. Desta forma, garantiu-se
que ninguém escaparia do pecado. O seu próprio estado de estar vivo é resultado do pecado – o
pecado original! O instinto mais forte de toda criatura viva é o da autopreservação, o que nos leva
ao último dos “sete pecados capitais” – a ira. Acaso não é nosso instinto de autopreservação que se
levanta quando alguém nos ameaça e então ficamos raivosos o suficiente para nos protegermos de
um possível ataque? O Satanista pratica o lema: “Se um homem lhe bater numa das faces, exploda
a sua outra face!” Não deixe nenhuma injustiça sem endereço. Seja como um leão em seu caminho;
seja perigoso até mesmo na derrota!
Uma vez que os instintos naturais do homem o levam a pecar, todos os homens são
pecadores; e todos os pecadores vão para o Inferno. Se todo mundo vai para o Inferno, então
você encontrará seus entes queridos lá. O Céu deve ser habitado por algumas criaturas muito
estranhas se tudo pelo o que eles vivem é para ir para um lugar onde podem tocar harpas pela
eternidade. Disseram-nos que o Inferno é um lugar terrível que consiste num enorme lago de
fogo. O prazer, assim como a beleza, está nos olhos de quem vê. Os missionários cristãos não
tiveram muito sucesso no Alasca porque, para um esquimó que não conhece nada além do clima
gelado, um lago de fogo perpétuo é muito convidativo. Para desespero dos missionários, os
esquimós perguntaram: “Como faz para chegar lá?”
O Inferno sempre foi o molde do qual o Céu foi construído. O Céu ou o Paraíso, para a maioria
das pessoas, representa uma visão de ter os seus desejos realizados… sendo estes mesmos desejos
aqueles que, se praticados durante as suas vidas terrenas, certamente os teriam enviado para o
Inferno! A vida é uma indulgência, a morte uma abstinência. Para uma pessoa que está satisfeita
com a sua existência terrena, a vida é como uma festa, e ninguém gosta de sair de uma boa festa.
Da mesma forma, se uma pessoa está contente aqui na Terra, ela não desistirá da vida tão
prontamente pela promessa de uma vida após a morte que ele nem sabe que existe.
Na maioria das religiões a morte é vista como um despertar espiritual maravilhoso. Isso é muito
apelativo para alguém que não tem uma vida satisfatória. Mas para aqueles que têm experimentado
todas as alegrias que a vida tem a oferecer, há uma grande lástima vinculada à morte. Assim é
como deveria ser. É essa luxúria pela vida que permitirá a pessoa vital viver depois da morte
inevitável de sua carne. A única ocasião em que um animal recorrerá ao suicídio é se estiver com
tanta dor ou se a vida for tão insuportável que a morte venha como uma indulgência e não como
uma abstinência. O suicídio é considerado um pecado. É bastante curioso que a única ocasião em
que a morte, para um ser humano, é considerada pecaminosa é quando se trata de uma indulgência.
Os quatro demônios principais são: Leviatã, representando o mar; Lúcifer, o senhor do ar ou
portador da luz; Belial, o senhor da Terra; e Satã, senhor do fogo.
Um dos principais objetivos da Igreja de Satã é construir templos de prazer onde os membros
da Igreja possam realizar seus desejos pessoais. Tendo um lugar onde eles podem ir para realizar
seus desejos, os membros podem levar uma vida sem frustrações no mundo de hoje.
O Satanismo advoga a indulgência, não a compulsão. A compulsão é muito diferente da
indulgência. Quando uma pessoa não consegue controlar seus desejos e é escrava desses
impulsos, eles se tornam compulsões. Se uma pessoa não tem a liberação adequada para seus
desejos, eles rapidamente se acumulam e se tornam compulsões. Um templo de prazer consistiria
de muitas salas diferentes e facilidades recreacionais para o propósito de satisfazer os desejos
pessoais de cada membro.
O Satanismo representa responsabilidade ao responsável, em vez de se preocupar com
vampiros psíquicos. O Satanismo representa a bondade para aqueles que a merecem, em vez de
amor desperdiçado com ingratos. Os vampiros psíquicos são indivíduos que drenam a energia vital
dos outros. Poderíamos nos sentir responsáveis por essas pessoas mesmo sem saber porquê. Esses
tipos de pessoas podem ser encontradas em todas as castas da sociedade. Eles não têm um
propósito útil em suas vidas e não são objetos de amor nem amigos verdadeiros. Devemos nos
livrar desses vampiros psíquicos de maneira que possamos devotar nosso tempo às pessoas com
quem realmente nos importamos. Rituais que podem se feitos para se livrar dessas pessoas serão
discutidos depois.
O Satanista acredita no preenchimento do ego. O Satanismo, na verdade, é a única religião que
advoga a intensificação ou encorajamento do ego. Todas as demais religiões da Terra estão
preocupadas apenas com a dissolução do ego humano. Somente uma pessoa com um ego bastante
preenchido pode se dar ao luxo de ser gentil e complacente com os outros sem perder o auto-
respeito. Os fanfarrões são pessoas muito inseguras. Geralmente pensamos em um fanfarrão como
uma pessoa com um ego grande, mas na realidade é o seu ego insatisfeito que o leva a se gabar
como forma de satisfazer o seu ego.
Para se tornar um Satanista ninguém precisa “vender a alma para o Diabo”. Esse conceito foi
inventado pela Igreja para aterrorizar as pessoas para que elas não se desviassem da linha. Foi
ensinado que se você caísse em tentações de Satã e vivesse sua vida de uma maneira prazerosa,
você teria de pagar a Satã o preço de sua alma quando morresse. E o que é a alma, como diriam os
religiosos, senão um passaporte para a vida eterna? As pessoas foram levadas a acreditar que
vender suas almas ao Diabo significava que sofreriam no Inferno pelo resto da eternidade. Este tipo
de pensamento ridículo é o que a igreja cristã tem usado para manter os seus paroquianos na linha.
Frases como “temente a Deus” são indicativas da base da religião cristã. Foi através desse medo
que o Cristianismo conseguiu existir todos estes anos.
Não estamos mais suplicando como fracos tremelicos diante de um “Deus” impiedoso que nem
faz caso se estamos vivos ou mortos. Tem sido uma confusão popular que o Satanista não acredita
em Deus. Não é assim; mas notamos que Deus, ou seja lá a qual nome lhe for dado – ou mesmo
sem nenhum nome, é apenas um fator de equilíbrio na natureza que pouco se importa com o
sofrimento que encontramos ao longo da vida. É dito que os bons morrem jovens. O bom, pelos
padrões Cristãos, morre jovem. É a frustração de nossos instintos naturais que leva à premature
deterioração de nossos corpos. Quando alguém comete uma falta em outras religiões, ele reza pelo
perdão de Deus ou se confessa para um intermediário e pede que ele reze para Deus perdoar seus
pecados. O Satanista sente que confessar para outro ser humano exatamente como ele não serve
para nada e é degradante. Quando um Satanista comete um erro, ele percebe que é algo natural
cometer erros – Errare Humanum Est. Se estamos realmente arrependidos de alguma coisa, então
aprenderemos com nossos erros e não faremos a mesma coisa de novo.
Tem havido muito sensacionalismo em relação à Igreja Satânica e às suas opiniões sobre o amor
livre. O amor livre na Igreja Satânica significa que uma pessoa é livre para ser fiel a uma pessoa ou
satisfazer seus desejos sexuais com tantas outras quanto achar necessário para satisfazer suas
necessidades pessoais. O Satanismo advoga qualquer tipo de sexualidade que satisfaça
adequadamente os desejos da pessoa, seja heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade,
ou mesmo assexualidade se você escolher - ou qualquer um dos fetiches pertencentes a estes. Para a
maioria das pessoas, o masoquismo representa uma rejeição à indulgência. Consideramos o
masoquismo uma indulgência se qualquer tentativa de dissuadir ou mudar a pessoa de seus traços
masoquistas for recebida com ressentimento e/ou fracasso. O Satanismo não incentiva atividades
orgíacas ou casos extraconjugais para aqueles que não ocorrem naturalmente. Ser infiel ao cônjuge
escolhido seria muito antinatural e prejudicial para algumas pessoas. Para outros, seria frustrante
estar ligado sexualmente a uma pessoa sem qualquer esperança de atividade sexual externa. Cada
pessoa deve decidir por si mesma qual forma de atividade sexual que melhor se adapta às suas
necessidades individuais. Seja verdadeiro consigo mesmo. O engano é intolerável no Satanismo.
Existem dois feriados principais na religião Satânica. São eles a Noite de Santa Valburga, que é
comemorada em 30 de abril, e o Halloween, em 31 de outubro. Os solstícios e equinócios também
são celebrados como feriados. Nessas ocasiões são realizados rituais especiais, seguidos de
festividades.

Parte II: Magia Ritual


A magia ritual representa grande parte da religião Satânica. O propósito de realizar um ritual é
realizar algo que, por outros meios, não poderia ser feito. A magia ritual é um poder muito real.
Utiliza ferramentas como hipnose, telepatia, psicologia, etc. O tipo de magia praticada na Igreja
Satânica é semelhante a todas as formas primitivas de magia que foram usadas com sucesso
durante séculos, mas que foram trazidos para o mundo contemporâneo de uma forma compatível
com a sociedade em que vivemos.
Um ritual Satânico é basicamente uma prática emocional e não intelectual. Por esta razão são
utilizados certos acessórios e efeitos dramáticos. Como na magia de palco, a arte da
desorientação é uma das ferramentas mais valiosas do mago ritualista. Ao utilizar os seguintes
acessórios, o mago ritualista pode dosar sua análise intelectual do ritual. Portanto, ele pode
permitir que suas emoções fluam livremente.
Uma mulher nua é usada como altar em rituais Satânicos porque representa a mãe Terra e é
um receptor passivo natural para o funcionamento da magia. Os acessórios usados em um ritual
Satânico são os seguintes:

- O Cálice, simbólico do Cálice do Êxtase, é para ser bebido primeiro pelo Sacerdote, depois por
um assistente.
- O Sino é usado para purificar o ar no início do ritual e é utilizado com efeito reverberante no
final do ritual.
- O Falo é um símbolo pagão da fertilidade, o símbolo da procriação ou agressão. Também é uma
versão não hipócrita do aspersor de água benta das outras religiões. O Falo é usado para abençoar
a congregação.
- As Velas são simbólicas da luz de Lúcifer – o portador da luz, iluminação, desejo ardente, e as
chamas do Inferno. As velas deveriam ser a única fonte de luz durante um ritual.
- A Espada é simbólica da força agressiva, e é usada como uma extensão ou canalizador do braço
do Sacerdote ao gesticular ou apontar. Um paralelo a isso seria o cetro mágico ou a varinha de
condão usados em outras formas de ritual mágico.
- O Gongo é usado para chamar os Poderes das Trevas.

Os participantes masculinos do ritual devem usar vestes pretas. As mulheres devem usar as
roupas mais sexualmente atraentes possíveis, ou todas pretas para as mulheres mais velhas. O
amuleto de Baphomet é usado por todos os participantes do ritual. A cor preta representa os
Poderes das Trevas. Roupas sexualmente atraentes usadas por mulheres estimulam os membros
masculinos e intensificam o fluxo de energia para garantir um funcionamento mais poderoso.
Durante um ritual Satânico é essencial invocar as emoções mais fortes que serão benéficas para o
respectivo funcionamento. A seguir estão exemplos disso:
Durante um ritual de compaixão é necessário que o mago sinta simpatia e compaixão honesta
pelo destinatário de seu trabalho. É inútil tentar um ritual deste tipo se o mago não consegue sentir
verdadeiramente compaixão pela pessoa envolvida. É muito bom dizer a uma pessoa que você
realizará um ritual de compaixão por ela, mas a menos que você tenha os sentimentos profundos
necessários por essa pessoa e seja solidário com sua situação, o ritual não será eficaz. Muitas vezes
pensamos que poderíamos realizar um ritual para uma pessoa com quem não nos preocupamos de
fato; é algo triste, porém verdadeiro, de que na magia, se não estivermos intensamente
preocupados com a pessoa, o ritual não funcionará. Você deve ser capaz de derramar lágrimas
honestas por essa pessoa. Se não for possível sentir tanta emoção, é melhor não tentar esse tipo de
trabalho. Se você é o tipo de pessoa que desculpa sua incapacidade de fazer isso pensando “Não
sou tão emotivo” ou “Nunca consigo chorar”, então é hora de aprender como.
Em um ritual de ódio em que uma maldição será conjurada, um forte sentimento de desprezo
pelo destinatário da maldição é imperativo. Em um ritual desse tipo, quanto mais vingativa for a
sua maldição, mais poderosas serão as consequências de suas forças de ódio. O amor é um dos
sentimentos mais poderosos conhecidos pelo homem; o outro é o ódio. Sem ser capaz de vivenciar
uma dessas emoções, você não poderá vivenciar plenamente a outra. Portanto, você deve amar
aqueles que merecem seu amor e retribuir, mas odiar seus inimigos de todo seu coração. O ódio não
manifestado é muito prejudicial à estabilidade emocional de uma pessoa, porque você fica com
aquela coisa entalada no meio da garganta e não vai descansar até que consiga se vingar daqueles
que o injustiçaram. Quando uma pessoa reza pelos seus inimigos, ela está na realidade reprimindo
seus sentimentos de ódio. Ele ainda odeia a pessoa; mas, estando preso aos princípios da sua religião,
ele não consegue expressar o ódio que sente. Rezar por seus inimigos é comprar ódio de segunda mão,
que é decididamente de qualidade inferior.
Guardar uma culpa injustificada é muito prejudicial. Fomos ensinados a nos sentir culpados por
todas as coisas que fazemos naturalmente. Muitos de nós podemos perceber intelectualmente que é
tolice sentir-se culpado por esses atos naturais, mas aceitar isso emocionalmente é outra questão. Se
você não consegue se libertar da culpa, então deve aprender a fazer com que ela funcione a seu
favor. Você deve agir de acordo com seus instintos naturais e então, percebendo que não pode
realizar esses atos sem se sentir culpado, deleitar-se com sua culpa. Isso pode parecer uma
contradição em termos, mas a culpa muitas vezes pode adicionar um estímulo aos sentidos. Os
adultos fariam bem em aprender uma lição com as crianças. As crianças muitas vezes têm prazer
em fazer algo que sabem que não deveriam fazer. Uma das primeiras leis da magia é transformar
toda desvantagem em vantagem. A maneira mais rápida de viajar entre dois pontos é em linha reta.
Se todas as culpas acumuladas puderem ser transformadas em vantagens, então a perda intelectual
da psiquê – na tentativa de limpá-la dessas repressões – será eliminada. O Satanismo é a única
religião conhecida pelo homem que aceita esta lógica [de transformar uma coisa má numa coisa
boa] em vez de se curvar para eliminar a coisa má.
O Satanista evita termos como esperança e oração, pois são indicativos de pensament o
negativo. Se esperamos ou rezamos para que algo aconteça, não agiremos de uma forma positiva
que faça com que isso aconteça. O Satanista ordena, em vez de orar ao seu deus. O pensamento
positivo resulta em ações positivas. Através do pensamento positivo, aliado ao ritual, comandamos
as forças da natureza. Dizemos a nós mesmos “isto será feito, venha o Inferno ou a maré alta”, e
assim está feito.
Os seres humanos têm traços de personalidade que são passivos ou agressivos. Passividade e
agressividade são termos mais moderados para masoquismo e sadismo. Todos nós somos
constituídos por vários graus desses tipos de personalidade. Alguns de nós inclinamo-nos mais
para um ou outro, mas é raro encontrar um indivíduo que tenha porções iguais de cada uma dessas
características. Se uma pessoa é basicamente passiva ou masoquista, ela seria mais proficiente no
lado místico ou mediúnico do Satanismo. Esse tipo de pessoa é o psíquico ou médium mais
natural. A própria passividade dessas pessoas as coloca num estado de receptividade.
Como a magia é baseada na força positiva, a pessoa que é basicamente agressiva ou sádica em
seus traços de personalidade se sairá bem como mago. No campo da magia e do Satanismo, são
necessárias pessoas passivas e agressivas. A pessoa agressiva é mais adequada para enviar forças,
e a pessoa passiva ou mediúnica é mais bem utilizada como receptora. Geralmente uma pessoa
com muita percepção é passiva.
Tem sido um equívoco popular que os Satanistas praticam sacrifícios humanos. Contudo,
nunca houve um esclarecimento sobre o método usado para o sacrifício, ou sobre as razões pelas
quais um Satanista recorreria a ele. Quando sacrificamos uma pessoa num ritual Satânico, não a
massacramos no altar de maneira física. Simplesmente direcionamos as nossas forças de ódio
para que o destinatário merecedor morra. Você nunca deve dirigir uma maldição contra uma
pessoa, a menos que esteja preparado para as últimas consequências.
Não existe algo como maldição leve. Para que uma maldição seja eficaz, você deve sentir o
máximo de desdém e ódio pelo destinatário. Ao enviar estas forças de ódio, garantimos o
sofrimento para uma pessoa que nos causou uma injustiça. Só pode ser deixado ao critério das
condições ambientais da vítima decidir que forma assumirá a nossa retribuição, e uma medida da
podridão da pessoa quanto ao grau em que irá sofrer.
Se o destinatário da maldição tiver qualidades redentoras suficientes, então ele não apenas será
salvo, mas será reabilitado e se tornará uma pessoa mais valiosa como resultado da maldição.
Portanto, você não pode realizar um trabalho desse tipo e especificar que deseja que a pessoa sofra
apenas um pouco, um braço quebrado ou uma doença leve. Você deve entender que a morte pode
ser o resultado final de um trabalho mágico desta natureza.
A Igreja Satânica sente que forçar alguém a sentir amor indiscriminado por todos é muito
antinatural. Nunca houve nenhum grande movimento de amor na história do mundo que não
acabasse matando um número incontável de pessoas para provar, devemos presumir, o quanto
elas se amavam. Todo hipócrita que já andou na Terra teve os bolsos cheios de amor! Você não
pode amar a todos e, ao tentar, apenas diminui seus sentimentos pelas pessoas que merecem seu
amor. O ódio reprimido pode levar a muitas doenças físicas. Por esta razão, você deve realizar
periodicamente um ritual de ódio para se livrar desse ódio reprimido. Ao escolher um alvo
merecedor para suas forças de ódio, você se purifica dessas emoções malignas e fica livre para
dar aos seus entes queridos todos os benefícios de suas emoções, sem se preocupar com a
possibilidade de, às vezes, descontar neles seu ódio reprimido.
Há um período definido do dia em que uma pessoa está em um estado mais receptivo do que
em outros momentos. Supondo que a pessoa durma regularmente durante oito horas, o estado
receptivo surge nas últimas duas horas antes de acordar. Este foi estabelecido como o período de
tempo em que a pessoa tem os sonhos dos quais consegue se lembrar com mais facilidade. Isso se
deve ao fato de o corpo da pessoa ter completado o descanso necessário; mas a taxa lenta do
metabolismo o mantém inativo por um curto período de tempo, produzindo o tempo mais receptivo
durante o sono total. É quando recebemos algumas de nossas ideias mais frutíferas. É o período
crepuscular entre o sono e a vigília. O subconsciente de uma pessoa está no ponto mais ativo
durante esse período. É durante este período que uma comunicação telepática teria maiores chances
de ser recebida. Para ser mais eficaz, portanto, seu trabalho mágico deve ser realizado durante esse
período crepuscular.
Existem muitas ervas e especiarias que são usadas em rituais mágicos. O ingrediente mais
comum usado em poções do amor é a raiz de mandrágora. Assim como a maioria dos atos
considerados maus estão dentro da lei, alguns dos ingredientes mais eficazes usados em venenos
podem ser obtidos legalmente. Não há necessidade de recorrer a drogas populares e/ou ilegais
para qualquer propósito mágico.
A linguagem mágica usada no ritual Satânico é a Enoquiana. Acredita-se que o Enoquiano seja
mais antigo do que o Sânscrito, com uma base gramatical e sintática consistente. Foi desenvolvido
em uma tradução prática, que é a sua forma atual, por Samuel Liddell MacGregor Mathers. Em
Enoquiano, o significado das palavras, combinado com a qualidade das palavras, se unem para
criar um padrão de som que pode causar uma tremenda reação na atmosfera. As qualidades tonais
bárbaras desta língua conferem-lhe um efeito verdadeiramente mágico que não pode ser descrito.
A maioria pensa que todos os rituais Satânicos são na forma de Missa Negra. Isto é um
equívoco. A maioria dos rituais Satânicos não contêm nada que possa ser considerado um
sacrilégio para outra religião. Uma das razões pelas quais uma Missa Negra seria realizada na
Igreja Satânica seria para remover o estigma associado às atividades de um ou vários membros.
Se uma pessoa se sente presa ou sufocada por uma religião anterior, uma Missa Negra seria
realizada para lhe permitir divorciar-se completamente dos fatores limitantes dessa religião do
passado.
Uma Missa Negra consiste em coisas como dizer a Oração do Senhor de trás para frente –
intercalado por palavrões, pisoteio na cruz ou pendurá-la de cabeça para baixo, profanação do pão
ou hóstia, assim como atos semelhantes de rebaixamento ou paródia das vacas sagradas que fazem
da religião uma ameaça para a pessoa envolvida. Reduzindo as maravilhas da religião ao ridículo,
removemos o seu temor. A única outra circunstância em que uma Missa Negra poderia ser
realizada seria aquela em que outra religião atacasse diretamente a Igreja Satânica. Realizar uma
Missa Negra apenas pelo seu valor de choque não serviria a nenhum propósito útil. A religião
cristã não é uma ameaça para o Satanista. Poderíamos dizer que o Diabo manteve todas as religiões
da Terra em atividade por muitos e muitos anos. Se não fossem estas religiões que lhe permitiram
florescer, Satanás não poderia ressurgir agora e estabelecer a sua igreja organizada, construída
sobre o próprio episcopado e estrutura das religiões já existentes. O Satanismo é praticado pela
maioria das pessoas não por protesto, mas por lógica. Portanto, a degradação das religiões passadas
é desnecessária. Existem muitas vacas sagradas na nossa sociedade atual que merecem tantos
protestos, senão mais, quanto a Igreja Católica. Uma forma moderna de Missa Negra poderia
consistir em coisas como mijar sobre maconha, esmagar um cubo de LSD sob os pés, pendurar de
cabeça para baixo uma foto de Timothy Leary ou de um famoso guru indiano, expor o paralelo
entre a geração Hippie e “as novas roupas do imperador." Estas coisas seriam muito mais eficazes
para o funcionamento mágico de um Satanista do que uma típica Missa Negra.
Os resultados de um trabalho mágico começarão a se manifestar dentro de trinta e seis horas
a partir do momento em que o ritual foi realizado. Uma vez realizado o trabalho mágico, você deve
afastar todos os pensamentos de esperança ou ansiedade de sua mente. Você liberou suas emoções
e as enviou para o éter, onde elas podem efetuar os resultados desejados. Depois disso, não há mais
nada a fazer a não ser sentar e esperar pelos resultados. A ansiedade atua apenas para diminuir a
eficácia do seu trabalho.
O ritual Satânico nem sempre está confinado a ambientes sinistros ou ocultos. O verdadeiro
mago é adepto de transformar qualquer situação que encontra em um trabalho mágico. Ele pode
manipular o ambiente ao seu redor da melhor maneira possível.
Um ritual realizado com o objetivo de reduzir uma figura admirável a um estado ridículo é
chamado de um ritual Sardônico. Nesse tipo de ritual cada um dos participantes escolhe um pilar da
sociedade ou um tipo de pessoa que é particularmente admirável ou irritante. Cada um então se
veste com o traje da vítima escolhida. Durante cerca de uma hora todos os participantes
comunicam-se entre si, ao mesmo tempo que encenam em paródia quais seriam as ações das
pessoas retratadas.
Após a realização desse psicodrama, é realizada uma espécie de tribunal fajuto, e a pessoa que
atua como Sacerdote no ritual assume o papel de Satanás. Na forma de Satanás, ele questiona cada
pessoa individualmente. Cada participante responde às perguntas de Satanás da maneira que seu
personagem escolhido as responderia. Através das ferramentas favoritas do Diabo, astúcia e
perspicácia, Satanás expõe o personagem como ele é. Ele o convence a vender sua alma ao Diabo,
utilizando coisas que são vacas sagradas para o sardônico com o propósito de confundir suas
táticas.
Num ritual como este, o objetivo é ridicularizar a pessoa. Dessa forma ela não será mais
terrível para a pessoa que sofreu de alguma forma com suas ações. A situação em que o Satanista
entra em contato com o sardônico pode ser aquela em que ele é forçado a tratá-lo de maneira
civilizada ou até mesmo respeitosa, mas uma vez realizado o ritual, o Satanista pode rir na manga
da pessoa. O sardônico sentirá que está sendo tratado com condescendência e não sentirá mais que
é capaz de exercer o poder que antes exercia sobre o Satanista.

Parte III: Magia Praticada pela Igreja Satânica

Existem muitas facetas da magia que só podem ser aprendidas através da experiência. Um
mago é aquele que se tornou adepto do ramo da magia ritual. Existem muitos estudiosos da
magia que não são capazes de colocar em prática as teorias que aprenderam. Outros podem ter
muito pouco treinamento formal em magia, mas podem ter uma habilidade natural para utilizar
os Poderes das Trevas. O conhecimento pode ser uma ferramenta poderosa, mas sem bom senso
para colocar esse conhecimento em prática, ele é inútil. Os animais e as crianças pequenas são os
magos mais naturais. Eles tiveram pouco ou nenhum treinamento formal e ainda assim são
hábeis em submeter pessoas e situações à sua vontade. O Satanista considera esses pequenos
seres sagrados e percebe que pode aprender muito com eles.
A Igreja Satânica é diferente de todos os outros grupos de bruxaria ou magia no mundo de hoje.
É diferente dos grupos de magia branca, como aqueles em que os poderes da magia são
supostamente usados apenas para fins altruístas. Nem é um grupo primitivo de canibais cujos
membros são formados por pessoas sem instrução. A Igreja Satânica é a primeira organização deste
tipo cujos membros consistem em grande parte de pessoas responsáveis e respeitáveis. Só
limitando a nossa adesão a indivíduos desta variedade, em vez de apelar ao tipo lunático,
poderemos ter a certeza de nos tornarmos a estrutura de poder mais forte do mundo. Portanto, a
adesão à Igreja Satânica não está aberta a todos. Ao contrário de outras religiões nas quais você vai
à Igreja para se tornar uma pessoa de valor, na religião Satânica você deve ser uma pessoa de valor
antes de poder entrar na Igreja. Uma vez na Igreja, você poderá colher os frutos que merece. A
Igreja Satânica tem muito a oferecer para permitir a adesão de pessoas que buscam apenas o
sensacionalismo ou que têm uma personalidade que refletiria sobre a religião Satânica de uma
forma desfavorável.
A Igreja Satânica olha com desdém para os grupos de magia branca, pois sentimos que o
altruísmo é um sentimento de segunda mão. É antinatural não ter o desejo de obter coisas para si
mesmo. Isso não significa que você nunca possa fazer algo pelos outros. Se você faz algo para fazer
alguém com quem você se preocupa feliz, a felicidade dele lhe trará um sentimento de gratificação.
Praticamos uma forma diferenciada da Regra de Ouro. Nossa interpretação dessa regra é: “Faça o
Bem àqueles que lhe fazem o Bem.” Se você “faz aos outros o que gostaria que fizessem a você” e
eles, por sua vez, o tratam mal, é contra a natureza humana continuar a tratar essas pessoas com
consideração. Você pode fazer aos outros o que gostaria que fizessem a você; mas se a sua
gentileza não for retribuída, eles deverão ser tratados com a ira que merecem.
Grupos de bruxaria branca apregoam a teoria de que, se você amaldiçoar uma pessoa, ela
“retornará para você três vezes”, “voltará para casa, para o poleiro”, ou de alguma forma “voltará
como um bumerangue para o amaldiçoador”. Esta é mais uma indicação da filosofia cheia de culpa
defendida por estes grupos neopagãos e pseudo-cristãos. Essas pessoas querem mergulhar na
bruxaria, mas não conseguem se livrar do estigma associado a ela. Por isso, eles se autodenominam
magos brancos e baseiam setenta e cinco por cento de sua filosofia nos princípios banais e
proibitivos do Cristianismo.
Qualquer um que finge estar interessado em magia por outras razões que não a obtenção de
poder pessoal é o pior tipo de hipócrita. A Igreja Satânica respeita o Cristianismo pelo menos por
ser consistente na sua filosofia baseada na culpa, mas só pode sentir desprezo pelas pessoas que
tentam parecer emancipadas da culpa juntando-se a um grupo de bruxaria e depois praticando a
mesma filosofia básica do Cristianismo. A magia branca é supostamente utilizada apenas para
propósitos bons ou altruístas; e a magia negra, dizem-nos, é usada apenas por razões egoístas. Na
Igreja Satânica não traçamos nenhuma linha divisória entre magia branca ou negra. Magia é magia,
seja ela usada para ajudar ou atrapalhar. Você, o mago, deve ter a capacidade de decidir o que é
justo e então aplicar os poderes da magia para atingir seus objetivos.
A Igreja Satânica combina duas palavras muito paradoxais em seu título. Há uma razão
definitive para tanto. A palavra “igreja” é um termo respeitado e reverenciado. Combinar a palavra
“igreja” com a ultrajante “Satânica” é empregar uma das mais importantes formulas mágicas – a
utilização de nove partes de aceitabilidade contra uma parte ultrajante. Para ser um verdadeiro
mago você deve, sob todas as aparências externas, ser aceitável ao estabelecimento – e então usar
os métodos ultrajantes para conduzir uma situação. Isso mais uma vez envolve a arte da ilusão.
Se você tiver uma aparência de respeitabilidade e depois apresentar uma ideia pouco ortodoxa,
ela será aceita muito mais prontamente do que seria se você apresentasse uma aparência que não se
ajustasse à imagem de respeitabilidade da pessoa comum. Por exemplo, cinco mil pessoas que
marcham pelas ruas vestidas com trajes bizarros e usando distintivos de antagonismo só
conseguirão alienar-se mais fortemente das forças que desejam mudar. Se estes manifestantes
aparecessem sob o disfarce daqueles que iriam mudar, então a identificação necessária entre eles
poderia ser estabelecida e avanços poderiam ser obtidos.
Os seres humanos são criaturas bastante egoístas. Seremos muito mais receptivos a uma nova
ideia se ela nos for apresentada por alguém que seja, em grande parte, semelhante a nós, do que
seríamos se ela nos fosse apresentada por uma pessoa completamente diferente de nós. Só
trabalhando lado a lado com o já consolidado poderemos criar qualquer mudança considerável na
nossa sociedade. O Satanismo é a única religião na qual uma pessoa pode “ligar-se” aos prazeres
que a rodeiam sem “abandonar” a sociedade. Se “abandonarmos” apenas nos privaríamos das
coisas agradáveis que a sociedade tem para oferecer. Também limitaríamos as situações nas quais
poderíamos realizar nossos trabalhos mágicos.
A sociedade Cristã não pode negar a existência do Diabo, pois fazer isso seria negar a
existência de Deus. Aliás, qualquer tentativa por parte de qualquer religião de negar a existência
do Diabo, seja qual for o nome pelo qual ele é chamado, seria negar o conteúdo de suas próprias
escrituras.
O Comando do Olhar
Stephen E. Flowers, Ph.D., V° Templo de Set
1
Reimpresso por Runes #IV-3, Ordem do Trapezoide, 1986
Na Carta da Ordem do Trapezoide, li que uma das fontes de trabalho primárias de Anton LaVey
para os princípios subjacentes à Lei do Trapezoide e a origem da própria Ordem, foi um livro de
William Mortensen: O Comando do Olhar. Eu nunca tinha visto nem ouvido desse livro antes,
então eu saí para procurá-lo. Eu estava no caminho do Trapézio, que às vezes é uma trilha evasiva.
Quando comecei a procurar, logo descobri que O Comando do Olhar não era um misterioso Livro
Negro, mas aparecia no catálogo de fichas da Universidade do Texas como um livro sobre
técnicas fotográficas. Meu interesse diminuiu um pouco. Além disso, a única cópia estava no
Centro de Pesquisa Humanas, que também abriga grande parte da biblioteca pessoal de Aleister
Crowley. Isso sempre significa burocracia. Abandonei minha busca por algumas semanas.
Semanas se transformaram em meses antes que eu me decidisse a seguir a trilha novamente.
Depois de encontrar a coleção certa no andar certo e depois de assistir à apresentação de slides
necessária sobre como lidar com os itens raros da coleção. Depois que o bibliotecário perguntou
“Tem certeza que quer fazer isso?”, eu sabia que estava chegando em algo.
Fui conduzido a uma sala de leitura particular, onde finalmente consegui o livro -
provavelmente desenterrado de algum cofre escondido. Foi colocado diante de mim em um “berço”
de acrílico, para evitar danos ao tomo. O que eu vi? Logo na capa do livrinho, fui confrontado pelo
rosto de um bebê olhando como um refugiado de uma pintura de Norman Rockwell. A bibliotecária
comentou sarcasticamente: “Parece muito interessante!”
Uma vez que tinha chegado tão longe, abri o livro, e agora não esperava muita coisa. No
entanto, eu fiquei muito surpreso. O Comando do Olhar é realmente um tesouro perdido das Artes
Negras, e as ideias contidas nele deveriam estar disponíveis para a Ordem não apenas em termos
históricos, mas também como base de seu valor de magia prática.

Teoria

Mortensen insiste que a principal premissa para o Comando do Olhar (CDO) está mais perto do
espetáculo do que qualquer outra coisa. A fórmula é tríplice:
(1) A imagem deve, pelo mero arranjamento, fazer com que você olhe para ela (impacto)
(2) e tendo olhado, que veja! (interesse subjetivo)
(3) e tendo visto, que desfrute!(participação)

Todos esses elementos tríplices devem estar plenamente ativados perante o artista – ou mago –
para que possa ser bem sucedido no “comando do olhar”. Todos os três, todavia, funcionam em tão
rápida sequência que é quase sempre é efetuado inconscientemente pelo espectador. Por isso o
artista deve formular cuidadosamente sua imagem para funcionar eficientemente com os três
elementos.
O primeiro elemento - impacto – é psiquicamente coercitivo. Sua função é inteiramente uma
das formas ou padrões que o observador vê. Força o espectador a prestar atenção na imagem. Essa
força inicial, que Mortensen chamava de “o imperativo pituresco”, é a força necessária para superar
a inércia natural da atenção que mantém a maioria dos seres humanos numa atenção mais ou menos
constante.
De acordo com Mortensen, o impacto é de efeito puramente biológico. Depende
primordialmente das formas e padrões que servem como um estímulo para sinalizar algum perigo.
Esses padrões que incitam o medo devem ser os modelos psíquicos guardados nas formas dentro da
“memória racial” ou, para usar o termo Jungiano, “inconsciente coletivo” da humanidade.

1
Esse ensaio também está contido em Black Runa, coleção dos escritos de Dr. Flowers para a Ordem do Trapezoide,
publicado pela Runa-Raven Press, P.O. Box 557, Smithville, Texas 78957.
Mortensen identifica quatro tipos básicos de padrões pitorescos que têm a capacidade de causar essa
reação:

1 A Diagonal, ex. o relâmpago = algo que se move rapidamente com determinação


2 A Curva-S, ex. a serpente (algo que se aproxima de forma sinuosa) ou as curvas do
corpo (especialmente feminino = “a curva da beleza”)
3 O Triângulo e suas combinações, ex. uma espada, pontas afiadas, ou dentes (= a ameaça de
algo pontiagudo)
4 A Massa Dominante compacta ex. um grande animal ou trapezoide (= um bloco massivo no
meio do caminho de alguém)

Mais uma vez, não pode ser subestimado que estes padrões são puramente formais e não têm
nada a ver com os temas dominantes das imagens. Por exemplo, se desenhassemos os contornos dos
contrastes básicos numa fotografia a preto e branco e os examinássemos de uma forma puramente
geométrica, o “padrão pitoresco” seria óbvio. Mais de uma categoria de padronização pitoresca
também pode estar presente em qualquer representação.
O segundo elemento – o interesse subjetivo – deve agora ser capaz de “entregar” o que a
aplicação exitosa do imperativo pitoresco prometeu. Muitas imagens, ou mágicos, podem comandar
o olhar, mas então são incapazes de manter a atenção que atraíram.
Isso é feito através do próprio tema da imagem, passando da forma externa para a essência
interna da coisa. De acordo com Mortensen, para manter a atenção – para fazer com que o
espectador veja – ele ou ela devem ser capazes de reconhecer de imediato alguma coisa básica e
essencial em relação ao tema.
Para todos os efeitos práticos, esse reconhecimento deve ocorrer simultaneamente com o im-
pacto. Por isso os tipos de interesses subjetivos devem ter um apelo emocional tão vasto quanto
possível.
Mortensen cita o grande artista, Cecil B. De Mille, ao dizer que a fórmula para o sucesso de
bilheteria é ter um filme que trate de sexo, sentimento, religião e esporte. Mortensen reduz isso para
três temas subjetivos: sexo, sentimento, e maravilha. A afirmação de Mortensen é que a sua
natureza convincente os torna os temas imagéticos mais eficazes no CDO.
Os temas sexuais parecem predominar; isso certamente é visto no próprio trabalho de
Mortensen. Ao comentar sobre o gênero subjetivo da imagem com temática sexual, Mortensen diz:
“É interessante notar que as mulheres são tão atraídas para o tema do sexo quando se apresenta na
forma do nu feminino quanto os homens. A atração delas, neste caso, é imaginativa, em vez de
direta. Seu prazer vem de imaginarem-se colocadas numa situação onde igualmente receberiam
a mesma admiração que é dirigida ao tema da figura.” (p. 37)
O tema Sentimento é geralmente efetuado através dos aspectos mais suaves do sexo, dos filhos,
das dificuldades da vida humilde, da vida doméstica, dos animais, das paisagens, do orgulho
nacional, do glamour do passado, etc.
O tema Maravilha é bastante mais vasto e cobre as áreas do desconhecido, o incerto, coisas
misteriosas, assim como temas do sobrenatural, o macabro, etc.
Os temas podem, é claro, serem misturados com eficácia. Algumas permutações, como “sexo +
maravilha”, poderia ser mais imediatamente eficaz do que “sexo + sentimento”, mas assim como
todas as formas de comunicação, parece que o conhecimento do “público-alvo” potencial é a
variável essencial. Deveria ser óbvio que o uso eficaz do CDO depende imensamente da
compatibilidade estética da natureza do padrão de impacto e o interesse subjetivo. Misturas
interessantes também podem ser feitas aqui.
O terceiro elemento da fórmula do CDO é a participação, o elemento que provoca o espectador
a experienciar – e quem sabe desfrutar – o que está vendo. Isso é feito, de acordo com Mortensen,
atraindo a atenção do espectador para a imagem por meio de linhas - alinhamentos geométricos -
que provocam um movimento desses padrões de atenção de acordo com o impacto e o interesse
subjetivo da imagem. Mortensen comenta que o olho do espectador se movimentará naturalmente
ao longo dos contornos e linhas, e que tais guias geométricas devem ser fornecidas pelo criador da
imagem de maneira compatível com as linhas de impacto e o interesse subjetivo. Isto é o que ele
chamaria de “formas de confirmação”. O criador da imagem deve, com este terceiro elemento,
confirmar o tema prometido depois de ter “comandado olhar” na primeira vez com um “elemento
de choque” quase puro.dddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddd
Prática
Existem pelo menos três maneiras de aplicar os princípios do CDO (1) na criação de gráficos e
imagens espaciais (ex. fotografias, desenhos, pinturas, salas, câmeras, etc.), (2) na Baixa Magia, e
(3) na Alta Magia Negra.
A primeira aplicação é obviamente aquilo que Mortensen tinha em mente. O trabalho de
Edward T. Hall, The Hidden Dimension, é um suplemento valioso ao CDO nesse quesito. É claro
que o projeto de uma Câmera de Trabalho Trapezoidal não poderia ignorer esses princípios.
Ao ler o livro de Mortensen o Mago Negro provavelmente não poderia escapar do sentimento
de que esses princípios poderiam ser aplicados for a do contexto do gráfico ou das artes espaciais.
Se de fato esses princípios são “biológicos” ou parte de uma “memória racial”, não poderiam
elas serem empregadas quando os Magos Negros consideram como se apresentar no trabalho da
Baixa Magia? Parece que o CDO contém uma teoria compreensível em como captar – e manter – a
atenção de alguém a um nível subconsciente. O que, então, o Mago Negro faz com essa atenção é
outro assunto. Quando alguém olha em volta, contudo, fica claro que o CDO está sendo sempre
empregado com uma variedade de indivíduos, tanto conscientemente quanto inconscientemente.
Finalmente o CDO pode ser usado na Alta Magia Negra. O Mago Negro pode se valer de seus
princípios para imprimir imagens mais eficientes dentro do universo subjetivo e dessa forma ter um
efeito mais abrangente ou profundo no universo objetivo. Outrossim, qualquer manifestação
objetiva desse processo – de uma imagem objetiva construída de acordo com os princípios do CDO
– será uma ferramenta mais poderosa em realizar a Alta Magia Negra.
Aqui é onde a Lei do Trapezoide entra. Se analisarmos o Selo da Ordem, veremos uma
(Grande) aplicação Magistral dos princípios do CDO: a “diagonal que se move rapidamente” em
seu centro (a cabeça do cetro tcham), a “ameaça pontiaguda” por toda parte (observe especialmente
os entrelaçamentos dos numerais com os ângulos do pentagrama e o “W” em seu ponto inferior) , e
a “massa dominante” implícita no próprio trapézio.
As aplicações da Magia Negra do CDO parecem virtualmente ilimitadas, e é para o crédito de
Anton Szandor LaVey, primeiro Grão-Mestre da Ordem do Trapézio, e talvez o maior gênio
mágico deste século, que ele foi o primeiro capaz de extrair as aplicações mágicas práticas das
teorias estéticas de Mortensen.
“O Livro de Satã” da Bíblia Satânica
Comparação com Might is Right, de Ragnar Redbeard (Arthur Desmond)
1896. Por Michael A. Aquino

Os excertos seguintes são literalmente extraídos de Might is Right, e foram arranjados na mesma
ordem da seção “O Livro de Satã” da Bíblia Satânica. Os itens entre colchetes foram
acrescentados por Anton LaVey nos locais indicados.

I.
Neste deserto árido de aço e pedra, levanto minha voz para que você possa ouvir. Para o Oriente
e para o Ocidente eu aceno. Ao Norte e ao Sul mostro um sinal que proclama: Morte aos fracos,
riqueza aos fortes!
Abra seus olhos para que você possa ver, ó homens de mentes bolorentas; e ouçam-me,
milhões de trabalhadores!
Pois eu me proponho a desafiar a sabedoria do mundo - a questionar as “leis” do homem e de
“Deus”.
Solicito razões para sua regra de ouro e pergunto o porquê e o porquê de seus Dez Mandamentos.
Diante de nenhum de seus ídolos impressos eu me curvo em aquiescência, e aquele que me
diz “farás” é meu inimigo mortal.
Exijo provas de todas as coisas e aceito com reservas até mesmo o que é verdadeiro.
Mergulho meu dedo indicador no sangue aguado de seu redentor impotente e louco e
escrevo sobre sua testa rasgada por espinhos: O verdadeiro príncipe do mal - o Rei dos
Escravos.
Nenhuma falsidade venerável será uma verdade para mim; nenhum culto ou dogma atrapalhará
minha pena.
Eu rompo com todas as convenções [que não levam ao meu sucesso e felicidade terrena].
Sozinho, sem limites. Eu levanto em uma invasão severa o estandarte dos fortes.
Olho nos olhos vidrados do seu temível Jeová e o arranco pela barba; Eu levanto um
machado largo e abro seu crânio comido por vermes.
Explodo o conteúdo medonho dos sepulcros caiados filosóficos e rio com ira sardônica!
Então, alcançando as fachadas purulentas e envernizadas de seus mais arrogantes dogmas
morais, escrevo sobre eles em cartas de ardente desprezo: “Eis que tudo isso é fraude!”
Nego todas as coisas! Questiono Tudo
E ainda! E ainda!
Reúna-se ao meu redor, ó desafiantes da morte, e a própria Terra será sua, para ter e manter.

II.
Eis o crucifixo; o que isso simboliza? Incompetência pálida pendurada em uma árvore.
Todas as éticas, políticas e filosofias são puras suposições, construídas sobre suposições. Eles
não descansam em bases seguras. Eles são apenas castelos no ar sombrios erguidos por sonhadores,
ou por bandidos, com base em fábulas infantis. Já é tempo de serem firmemente plantados sobre um
alicerce duradouro. Isto nunca poderá ser conseguido até que a mente racial tenha primeiro sido
completamente limpa e drasticamente desinfectada dos seus conceitos depravados, estranhos e
desmoralizantes de certo e errado. Em nenhum cérebro humano pode ser encontrado espaço
suficiente para a lógica implacável dos factos concretos, até que todas as ilusões pré-existentes
tenham sido finalmente aniquiladas. Meias medidas são inúteis; devemos ir até às raízes e arrancá-
las, até à última fibra. Devemos ser, como a natureza, duros, cruéis, implacáveis.
Por muito tempo foi permitido que a mão morta esterilizasse o pensamento vivo. Há muito
tempo que o certo e o errado, o bem e o mal foram invertidos pelos falsos profetas. Nos dias que
estão por vir, nem credo nem código devem ser aceitos com base em autoridade – humana, sobre-
humana ou “divina”. Moralidade e convencionalismo são para subordinados. As religiões e as
constituições e todos os princípios arbitrários, todos os teoremas mortais, devem ser
deliberadamente questionados. Nenhum dogma moral deve ser considerado garantido, nenhum
padrão de medida deve ser deificado. Não há nada inerentemente sagrado nos códigos morais.
Como os ídolos de madeira de antigamente, todos eles são obra de mãos humanas; e o que o
homem fez, o homem pode destruir.
Aquele que é lento em acreditar em tudo e qualquer coisa é de grande compreensão, pois a
crença em um princípio falso é o começo de toda a imprudência. O principal dever de cada nova
era é elevar novos homens para determinar as suas liberdades, conduzi-la ao sucesso material -
rasgar os cadeados enferrujados e as correntes dos costumes mortos que sempre impedem a
expansão saudável. Teorias, ideais e constituições que podem ter significado vida, esperança e
liberdade para os nossos antepassados podem agora significar destruição, escravidão e desonra para
nós. À medida que os ambientes mudam, nenhum ideal humano permanece seguro.
Sempre que, portanto, uma mentira construiu para si um trono, seja atacada sem piedade e
sem arrependimento; pois sob o domínio de uma falsidade inconveniente, nenhuma nação pode
prosperar permanentemente. Que os sofismas estabelecidos sejam destronados, erradicados,
queimados e destruídos – pois eles são uma ameaça permanente a toda a verdadeira nobreza de
pensamento e ação. Qualquer que seja a alegada “verdade” comprovada pelos resultados como
sendo apenas uma ficção vazia, deixe-a ser lançada sem cerimónia nas trevas exteriores, entre os
deuses mortos, impérios mortos, filosofias mortas e outras madeiras e destroços inúteis.
A mais perigosa de todas as mentiras entronizadas é a mentira santa, santificada e privilegiada
– a mentira que todos acreditam ser uma verdade modelo. É a mãe fecunda de todos os outros erros
e ilusões populares. É uma cabeça de hidra. Tem mil raízes. É um câncer social. A mentira que se
sabe ser mentira está meio erradicada. Mas a mentira que mesmo as pessoas inteligentes
consideram um facto sagrado - a mentira que foi inculcada no colo da mãe - é mais perigosa de
combater do que uma pestilência rastejante. As mentiras populares sempre foram os inimigos mais
poderosos da liberdade pessoal. Só há uma maneira de lidar com eles: eliminá -los até o âmago,
assim como acontece com o câncer. Extermine-os pela raiz e pelos galhos, ou eles certamente nos
devorarão a todos. Aniquile-os, ou eles nos destruirão. Remédios meio a meio são inúteis.
No entanto, quando uma mentira vai longe demais - quando se instala nos próprios tecidos,
ossos e cérebros de um povo, então todos os remédios são inúteis. Até a lanceta não adianta. O
arrependimento de erros passados não pode “salvar” os decadentes do extermínio. O raio fatal é
disparado, e eles devem ir para a fornalha ardente da escravidão indiscriminada, para serem ali
consumidos com justiça. De suas cinzas, algo novo, algo mais nobre, poderá evoluir; mas mesmo
essa é a mera suposição otimista.
Na natureza, o salário do pecado é sempre a morte. A natureza não ama o malfeitor, mas se
esforça de todas as maneiras para destruí-lo. Sua maldição está na testa dos “mansos e
humildes”. Sua bênção está no sangue do coração dos fortes e corajosos. Somente os judeus, os
cristãos e outros degenerados pensam que o rejuvenescimento pode vir através da lei e da
oração. “Todas as lágrimas dos mártires” poderiam muito bem nunca ter sido derramadas.

III.
“Amai-vos uns aos outros”, você diz, é a lei suprema. Mas que poder tornou isso assim? Sobre
que autoridade racional se baseia o evangelho do amor? Será mesmo possível na prática, e o que
resultaria da sua aplicação universal aos assuntos activos? Por que não deveria eu odiar meus
inimigos e caçá-los como as feras que são? Se eu os “amo”, isso não me coloca à sua mercê? É
natural que os inimigos “façam o bem” uns aos outros? E o que é “bom”? Poderá a vítima
dilacerada e ensanguentada “amar” as mandíbulas salpicadas de sangue que a destroçaram membro
por membro? Não somos todos animais predadores por instinto? Se os humanos deixassem
completamente de atacar uns aos outros, poderiam continuar a existir?
[Não é “luxúria e desejo carnal” um termo mais verdadeiro para descrever “amor” quando
aplicado à continuação da raça? Não é o “amor” das escrituras bajuladoras simplesmente um
eufemismo para a atividade sexual, ou o “grande mestre” era um glorificador de eunucos?]
“Ame seus inimigos e faça o bem àqueles que te odeiam e te usam maldosamente” é a filosofia
desprezível do spaniel que rola de costas quando é chutado. Obedeça-o, ó leitor, e você e sua
posteridade até a décima geração serão irremediavelmente e literalmente condenados. Serão
rachadores de lenha e carregadores de água: degenerados, gibeonitas. Mas odeie seus inimigos de
todo o coração. Se um homem bater em você na bochecha, esmague-o! Golpeie-o no quadril e na
coxa, pois a autopreservação é a lei mais elevada.
Aquele que vira a outra face é um cão covarde – um cão Cristão.
Dê-lhe golpe por golpe, desprezo por desprezo, desgraça por desgraça - com juros
compostos liberalmente adicionados a isso! Olho por olho, dente por dente - sim, quatro vezes,
cem vezes! Faça de você mesmo um Terror para seu adversário; e quando ele cruzar seu
caminho, ele possuirá muita sabedoria adicional para refletir. Assim você se tornará respeitado em
todas as esferas da vida, e seu espírito - seu espírito imortal - viverá: não em um paraíso intangível,
mas nos cérebros e nas mentes de seus filhos agressivos e invencíveis. Afinal, a verdadeira prova
da masculinidade é uma descendência esplêndida; e é um axioma científico que o animal tímido
transmite timidez aos seus descendentes.
Se os homens vivessem “como irmãos” e não tivessem inimigos poderosos para enfrentar e
superar, perderiam rapidamente todas as suas melhores qualidades – como certas aves oceânicas
que perdem o uso das asas porque não têm de fugir de animais de rapina que os perseguem... Se
todos os homens tivessem tratado uns aos outros com amor fraternal desde o início, qual teria sido
o resultado agora? Se não tivesse havido guerras, nem rivalidade, nem competição, nem realeza,
nem escravidão, nem sobrevivência dos mais durões, nem extermínio racial, realmente que
purulento “inferno cercado” seria este velho globo!

IV.
Se esta luta nos foi ordenada, por que não entrar nela com coragem bondosa, com deleite
destemido? Por que não seguir em frente ousando todas as coisas, para conquistar ou para
morrer?
Não é melhor perecer do que servir? “Liberdade ou morte” não é uma frase sem sentido. Não,
é de tremenda importância para aqueles que compreendem.
O que é a morte para tornar todos nós covardes? O que é a vida que deveria ser tão
valorizada? Existem coisas piores que a morte, e entre elas está uma vida de desonra. Todos os
homens levam vidas desonrosas quando servem a um mestre com as mãos ou o cérebro.
A própria vida é apenas uma faísca na escuridão que brilha e desaparece [1]. Por que,
portanto, não aproveitar ao máximo aqui e agora - aqui e agora!
Não existe “Céu de glória brilhante”, nem Inferno onde os pecadores assam. Não existe
Direito; não existe o Errado – nem Deus – nem Filho – nem Espírito Santo.
A morte é o fim de todos os homens.
Para cada “filho do trovão”:
Então seja um Leão em seu caminho,
E não seja pisoteado.
Para nós não há descanso - nenhum Reino de Indolência, seja nesta Terra ou além dos céus -
nem Ilhas dos Abençoados - nem Campos Elísios - nem jardim das Hespérides. Não! Não!
Todas essas lendas mágicas são apenas sonhos fantasiosos – ficção de mortais de outrora.
Aqui e agora é nosso dia de tormento! Aqui e agora é nosso dia de alegria! Aqui e agora é
nossa oportunidade! Escolhei este dia, esta hora, pois nenhum Redentor vive.
Toda tentativa feita para organizar o futuro deverá necessariamente fracassar. O presente é
nosso domínio, e nosso principal dever é tomar posse imediata dele com base em princípios
comerciais estritos.
Luta, portanto, contra aqueles que lutam contra ti, e guerreia contra aqueles que guerreiam
contra ti. Segure o escudo e o broquel ou seus equivalentes; ficar de pé! Seja terrível em sua
própria defesa. Levante também a mão cerrada e pare o caminho daqueles que querem perseguir
você. Diga ao seu próprio coração e alma: “Eu, eu mesmo, sou meu próprio Redentor”.
Que sejam lançados de volta à confusão e à infâmia, aqueles que planejam a tua ruína. Deixe-
os ser como palha diante do ciclone, e deixe o Anjo da Morte persegui-los, ou melhor, alcançá-los.
Numa cova esconderam uma armadilha para os teus pés; nessa mesma destruição, deixe-os cair.
Então, exultante, “toca o alto tamboril”. Alegrar! Alegrar! em sua própria salvação. Então todos os
teus ossos dirão com orgulho: “Quem é semelhante a mim? Não me entreguei pelo meu próprio
cérebro? Não fui forte demais para meus adversários? Não estraguei aqueles que teriam me
mimado?”

V.
Bem-aventurados os fortes, pois eles possuirão a Terra. Malditos os fracos, pois herdarão o jugo.

Bem-aventurados os poderosos, porque serão reverenciados entre os homens. Malditos os fracos,


pois serão eliminados.
Bem-aventurados são os corajosos, pois serão os mestres do mundo.

Malditos os [rigorosamente] humildes, pois serão pisados por cascos [fendidos].

Bem-aventurados os vitoriosos, pois a vitória é a base do direito.

Malditos os vencidos, pois serão vassalos para sempre.

Bem-aventurados são os de sangue de batalha. A beleza sorrirá para eles. Malditos os pobres de
espírito, pois serão cuspidos.

Bem-aventurados os audaciosos, pois terão conhecido a verdadeira sabedoria. Malditos são os


obedientes, pois serão como animais rastejantes.

Bem-aventurados os que têm mãos de ferro; os inaptos fugirão diante deles. Malditos são
os que odeiam a batalha; a subjugação é a sua porção.

Bem-aventurados os que desafiam a morte; seus dias serão longos.


Malditos os débeis mentais [2], pois eles perecerão em meio à
abundância.

Bem-aventurados os destruidores de falsas esperanças; eles são os


verdadeiros Messias. Malditos os adoradores de Deus; serão como
ovelhas tosquiadas!

Bem-aventurados os valentes, pois obterão grandes riquezas.


Malditos os crentes no Bem e no Mal, pois eles se assustam com as sombras.

Bem-aventurados aqueles que acreditam em nada [3]; nada preocupa sua mente.
Malditos os “cordeiros de Deus”; sangrarão “como o branco na neve.”

Bem-aventurado o home que possui inimigos poderosos [4]; eles farão dele
um herói. Malditos aqueles que “fazem o Bem” aos outros [5]; serão
desprezados.

Bem-aventurado o homem cujo pé é rápido para servir um amigo; ele é um


amigo de fato. Malditos os feitores de caridade; são enviadores de pragas.

Bem-aventurados os sábios e bravos, pois na labuta vencerão.


Malditos os que não se encaixam, pois serão extintos.

Bem-aventurados os donos de nobres donzelas; elas são o sal da terra.


Malditas as mães de filhos de estrume, pois serão envergonhadas.

Bem-aventurados os de mente forte, pois eles cavalgarão os redemoinhos.


Malditos aqueles que contam mentiras por verdades e verdades por mentiras, pois são abominação.

Bem-aventurados os sem misericórdia; sua posteridade reinará no mundo.


Malditos são os famosos sábios; sua semente perecerá na terra.
Três vezes malditos são os maus [6], pois eles servirão e sofrerão.

[O anjo do autoengano habita nas almas dos “justos”.]

[A chama eterna do poder através da alegria habita na carne do Satanista!]

***
[1] A Vida é a grande indulgência – a morte a grande abstinência.
[2] Malditos são os que contemplam uma vida mais rica além do túmulo,
[3] Bem-aventurados aqueles que acreditam no que é melhor para eles;
[4] Bem-aventurado o homem que tem uma porção de inimigos;
[5] Maldito aquele que faz o bem a outros que em troca zombam dele;
[6] Três vezes malditos são os fracos cuja insegurança os tornam vis,
A Fonte Secreta da Filosofia Satânica
George C. Smith II° no Templo de Set #XIII-3, Junho XXII/1987

Lendo as edições anteriores do Pergaminho de Set, me deparei com uma declaração de Susan
Wylie (março/abril XVI: “O Jogo do Diabo”): “Deve-se lembrar que, antes do I ÆS, nunca houve
qualquer organização ou crença estrutura semelhante à Igreja de Satã.” Embora isto tenha sido
escrito há vários anos, devo percorrer os anos e abordar este grave erro. As implicações para nós
que estamos no Templo hoje não são menos graves.
“Sei que estou desafiando a tradição cultural de dois milênios e meio de anos.”
O orador não foi Anton LaVey. A oradora foi a romancista, dramaturga e filósofa, Ayn Rand.
A partir do trampolim de seus romances famosos e best-sellers (The Fountainhead em 1943 e
Atlas Shrugged em 1957) foi criada a filosofia do Objetivismo, que atraiu milhares de pessoas -
inclusive eu - que eram mais do que “abertamente honestas em relação ao que acreditavam”, mas
estudaram, escreveram, ensinaram e praticaram o que consideravam a mais alta expressão da vida.
Embora, como outros, eu tenha agora alguns pontos óbvios de desacordo filosófico com o
Objetivismo, o legado desta enorme ruptura Satânica com o passado continua a ser um fato da
história que é de primordial importância para Setianos em todo o mundo. Insinuar ou afirmar que
a Igreja de Satã foi a primeira a declarar claramente a ética Satânica é ignorar o impacto contínuo
de Ayn Rand e de individualistas influenciados por seu trabalho, como Nathaniel Branden [The
Psychology of Self-Esteem e Honoring the Self] e Harry Browne [How I Found Freedom in an
Unfree World]. Em vez disso, seria proveitoso para nós enriquecermos a nossa compreensão do
que o Dom de Set significou e significa para outros que precederam o I ÆS.
Para ilustrar esse precedente histórico, deixe-nos examiner as Nove Declarações Satânicas na
visão do trabalho de Rand Atlas Shrugged. O discurso de Galt (pages #936-993) é a fonte escrita da
maior parte das ideias filosóficas expressadas na Bíblia Satânica. Aqui estão as primeiras
declarações claras e contemporâneas que levaram à glorificação do orgulho do homem e à denúncia
do conceito mortal chamado altruísmo. Aqui também está uma justificativa da racionalidade e a
causa inevitável do fracasso da Igreja de Satã em abranger as necessidades de mentes inteligentes e
curiosas.
Note que a ordem sequencial das cotações de Atlas Shrugged traça um paralelo com as Nove
Declarações Satânicas.

1. LaVey: Satã representa indulgência, em vez de abstinência.


Rand: Uma doutrina que lhe dá, como ideal, o papel de um animal sacrificial que busca o abate nos
altares dos outros, está lhe dando a morte como seu padrão. Pela graça da realidade e da natureza
da vida, o homem – todo homem – é um fim em si mesmo. Ele existe por si mesmo, e a conquista
de sua própria felicidade é seu propósito moral mais elevado. (página 940)

2. LaVey: Satã representa existência vital, em vez de castelos de ilusões espirituais.


Rand: Minha moralidade, a moralidade da razão, é contida em um único axioma: a existência
existe – e com uma única escolha: viver. Todo o resto procede disso. (página 944)

3. LaVey: Satã representa a sabedoria pura, em vez de auto-engano hipócrita.


Rand: A honestidade não é um dever social, nem um sacrifício pelo bem dos outros, mas a
virtude mais profundamente egoísta que o homem pode praticar: a sua recusa em sacrificar a
realidade da sua própria existência à consciência iludida dos outros. (página 945)

4. LaVey: Satã representa bondade para aqueles que a merecem, em vez de amor desperdiçado
com ingratos. Rand: Reter seu desprezo pelos vícios dos homens é um ato de falsificação
moral, e reter sua admiração pelas virtudes deles é um ato de peculato moral. (página 946)

5. LaVey: Satã representa a vingança, em vez de virar a outra face.


Rand: Quando um homem atentar-me com o uso da força, eu respondo-lhe com o uso da força.
(página 950)
6. LaVey: Satã representa responsabilidade ao responsável, em vez de se preocupar com
vampiros psíquicos.
Rand: Você tem usado o medo como arma e trazido a morte ao homem como punição por
rejeitar sua moralidade. Oferecemos-lhe a vida como recompensa por aceitar a nossa.
(página 950)

7. LaVey: Satã representa o homem apenas como outro animal qualquer, às vezes melhor, porém
frequentemente pior do que aqueles que caminham em quatro patas, porque em seu
“desenvolvimento intelectual e espiritual divino”, tornou-se o animal mais perverso de todos.
Rand: A condenação é o início da sua moralidade; a destruição é o seu propósito, meio e fim. Seu
código começa condenando o homem como mau, depois exige que ele pratique um bem que define
como impossível para ele praticar. Exige, como primeira prova de virtude, que ele aceite a sua
própria depravação sem provas. Exige que ele comece não com um padrão de valor, mas com um
padrão de mal, que é ele mesmo, por meio do qual ele deverá então definir o bem; bom é aquilo que
ele não é. (página 951)

8. LaVey: Satão representa todos os assim chamados “pecados”, já que todos eles levam
à gratificação física, mental, ou emocional.
Rand: Qual é a natureza da culpa que seus professores chamam de Pecado Original? Quais são os
males que o homem adquiriu ao cair de um estado que considera perfeito? O mito declara que ele
comeu o fruto da árvore do conhecimento – ele adquiriu uma mente e se tornou um ser racional.
Era o conhecimento do Bem e do Mal; ele se tornou um ser moral. Ele foi condenado a ganhar o
pão com seu trabalho; ele se tornou um ser produtivo. Ele foi condenado a experimentar o desejo;
ele adquiriu a capacidade de prazer sexual. Os males pelos quais o condenam são a razão, a
moralidade, a criatividade, a alegria – todos os valores fundamentais da sua existência.
(página 951)

9. LaVey: Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja já teve, como é ele que a mantém em
funcionamento por todos esses anos.
Rand: E enquanto ele agora rasteja pelos destroços, tateando cegamente em busca de uma maneira
de viver, seus professores oferecem-lhe a ajuda de uma moralidade que proclama que ele não
encontrará solução e não deverá buscar nenhuma realização na Terra. A existência real, dizem-lhe,
é aquilo que ele não consegue perceber, a verdadeira consciência é a faculdade de perceber o
inexistente - e se ele for incapaz de compreendê-lo, isso é a prova de que a sua existência é má e a
sua consciência impotente. (página 952)

Creio que um exame mais cuidadoso da Bíblia Satânica mostrará como as Nove
Declarações Satânicas agem como um esboço para os ensaior de “O Livro de Lúcifer”.
Anton LaVey é o Mago da Era de Satã, que disse Uma Palavra e causou uma reestruturação
mágica do universo. Como instrumento de criação de uma Nova Era, ele é imortalizado. Mas ao
mesmo tempo, o crédito pela fonte da filosofia da qual ele bebeu foi dada por Ayn Rand.
Por favor, entendam que eu era um Objetivista antes de me juntar à Igreja de Satã. Foi o rigor
intelectual exigido pelo Objetivismo que me permitiu apreciar o significado completo da Bíblia
Satânica. Ao mesmo tempo em que terminei a leitura, disse que aqui encontrei o Objetivismo com
a mente aberta para os fenômenos paranormais.
A importância de tudo isso para os Setianos é que a base da filosofia do Satanismo abrange
muito mais de perto a filosofia do Templo de Set do que a reacionária e anti-cristã Igreja de Satã.
Além disso, a fonte Objetivista para a filosofia Satânica foi cuidadosamente pesquisada e elaborada
[às vezes refutada em parte] em numerosos livros e artigos liberais.
Na minha opinião, o que distingue o Templo de Set de todas as outras organizações é a sua
aceitação não dogmática tanto do racional como do intuitivo, ao mesmo tempo que se recusa a
permitir que o racional seja minado. Aqueles que trabalharam com a Igreja “não evoluída” de Satã
antes do X ÆS deveriam saber que as batalhas já estavam sendo travadas em fóruns abertos contra
as forças antinaturais do altruísmo em nome da razão antes do I ÆS. Estes esforços heróicos não
devem ser esquecidos ou ignorados, mas devem ser examinados em busca de ajudas adicionais ao
longo do nosso caminho para Xeper.
Galeria de Fotos
Colofão

The Satanic Bible (Underground Edition)


Version 1.00, Hallowe’en 2024 e.v. / XLI A.S.

Versão Histórica
1.00 – Lançamento Inicial

Notas
 A capa do livro escaneado pode ser de uma edição inglesa; então pode haver algumas
grafias diferentes em comparação com a edição americana original

 A capa do livro escaneado é da primeira edição da Avon

“Quanto mais eu estudo sobre religiões, mais eu fico


convencido de que o homem jamais adorou outra
coisa a não ser a si mesmo.”

–Sir Richard F. Burton, explorador (1812-1890)

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