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Artigo
1. Introdução
Atualmente, o mundo globalizado apresenta uma sociedade voltada ao consumismo e a busca
de um desenvolvimento tecnológico que acaba por proporcionar a geração de produtos cada
vez menos duráveis e, de um mercado que se empenha em suprir essa demanda a todo custo.
Custo esse que consiste na extinção de recursos naturais e na degradação do meio ambiente.
Tal situação impõe que sejam feitas modificações na relação entre o homem e a natureza antes
que se concretize um quadro sem retorno. O desenvolvimento sustentável se constitui numa
proposta que busca a alteração do sistema produtivo, suprindo as necessidades da sociedade e
garantindo a preservação de recursos naturais (RODRIGUES e ALMEIDA, 2007). Para
alteração do sistema produtivo se faz necessário sua análise onde se indiquem etapas da
produção que são nocivas ao meio ambiente e, após esta indicação, o próximo passo seria sua
reformulação. Um dos principais métodos utilizados para avaliação dos impactos ambientais
provocados pelos produtos industriais é chamado de Análise do Ciclo de Vida.
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XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
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2. Estudo de caso
Cimento tipo: Cimento Portland
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O cimento é um material cerâmico que, em contato com a água, produz reação exotérmica de
cristalização de produtos hidratados, ganhando assim resistência mecânica. É o principal
material de construção usado na construção como aglomerante (WIKIPÉDIA,2009).
- Britagem
O calcário extraído é britado para adquirir dimensões adequadas ao processo industrial e
impurezas selecionadas. A argila por ser mole não é britada.
- Depósito
O calcário e a argila são depositados separadamente para serem submetidos a testes de
qualidade e para seguirem para uma pre- homogeneização.
- Mistura
Um composto de 90% de calcário e 10% de argila é dosado para ser misturado e triturado no
moinho cru.
- Moinho cru
A mistura passa por uma moagem de modo a obter um tamanho particulado de 0,050 mm em
média.
- Silos de homogeneização
A mistura, agora chamada de farinha passa por um processo de homogeneização para se
adquirir a quantidade exata de elementos que compõem o clínquer.
- Fusão
A farinha é introduzida no forno, passando antes por pré aquecedores que aproveitam os gases
provenientes do forno e promovem o aquecimento inicial da farinha transformando-a em
clínquer. Bolotas escuras.
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- Resfriador
Um resfriador promove a redução de temperatura a 80 ºC para que se complete a etapa de
clinquerização e o término das reações químicas que determinarão as características do
cimento.
- Mistura
Junto ao clinquer são adicionados: gesso, escória de alto forno, pozolana e calcário que
compõem o cimento tipo portland.
- Moagem final
A mistura é moada dando origem ao cimento tal como conhecemos.O cimento é estocado
analisado e segue para a etapa de empacotamento e expedição (ABCP,2009).
2.2.3.2 Transporte
O transporte de matérias prima que compõem o cimento e também do produto acabado é
feito, em sua grande maioria, por vias urbanas, proporcionando a emissão de CO2 na
atmosfera e contribuindo para o efeito estufa.
2.2.3.3 Utilização
Durante sua utilização em edificações ainda ocorrem emissões de material particulado
causadores de problemas respiratórios e irritações de pele e olhos.
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MÉTODO ECO-INDICADOR 95
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atmosfera. Gases como, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), Óxido nitroso (N2O),
CFC´s (CFxClx).
A eutrofização consiste no excessivo enriquecimento em nutrientes das massas de água e a
conseqüente degradação dos sistemas aquáticos, normalmente induzido direta ou
indiretamente por atividades humanas. Entre as principais substâncias responsáveis pela
eutrofização da água estão o nitrogênio (N2), o fósforo (P2), a amônia (NH3), compostos
nitrogenados, fosfatos, óxidos de nitrogênio (NOx), óleos e gorduras. A acidificação é o
aumento da acidez do meio resultante da volatilização de diversos compostos como dióxido
de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) que são dissolvidos na água da chuva,
combinando-se com outros elementos formando ácidos. Os ácidos, ao atingirem a superfície
terrestre, alteram a composição química do solo e das águas, além de causarem dano em
estruturas metálicas e edificações.
O efeito fotoquímico é causado pela reação entre Compostos orgânicos voláteis VOC’s e
outras substâncias presentes na atmosfera, produzindo compostos oxidantes fotoquímicos.
Como conseqüência tem-se o aumento de doenças respiratórias. A contaminação de metais
pesados causada pela manipulação dos mesmos é medida
pela concentração máxima admissível em substancias ou materiais multiplicado pela emissão
deste. A carcinogenia é o aumento da presença de substâncias consideradas cancerígenas no
ambiente. Smog é um fenômeno caracterizado como a mistura de gases, fumaça e vapores de
água, formando uma grande massa de ar. Este é formado por óxidos de nitrogênio (NOx),
compostos voláteis orgânicos (VOC), dióxido de sulfureto, aerossóis ácidos e gases.
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milhões de toneladas de resíduos (pó forno de cimento) a cada ano contribuindo para a
poluição e riscos à saúde respiratória.
A calcinação, processo de retirada de CO2 para formar CaCO3 em CaO, contribui para cerca
de metade do CO2 emitido, enquanto o restante provêm do consumo de energia durante o
processo de produção.
Devido às características do processo tecnológico e às propriedades físico-químicas e
toxicológicas das matérias-primas e insumos empregados na fabricação do cimento, do
clínquer e do próprio cimento, as plantas cimenteiras apresentam riscos para a saúde dos
trabalhadores, para a saúde pública e para o meio ambiente, associados, principalmente, à
exposição ao material pulverulento que permeia toda a cadeia de produção e às emissões de
substâncias poluentes, que ocorrem de forma continuada, e mesmo em concentrações
reduzidas, caracterizam o risco crônico. (SANTI e SEVA, 2004).
O processo de fabricação de cimento, incluindo todas as etapas, se constitui num potencial
risco ao ambiente, desde a mineração e a preparação do calcário, a homogeneização e
moagem das matérias-primas, a fabricação do clínquer, a moagem até o ensacamento e
expedição do cimento. Além do risco associado ao uso final do cimento.
Pode-se observar pela tabela 1 que todas as etapas de fabricação do cimento geram impacto ao
ambiente. Observa-se também, que grande parte da energia utilizada no processo concentra-se
na etapa de utilização de fornos e, conseqüente emissão de material particulado no ar.
Durante a extração de matéria surgem impactos ambientais como a retirada de vegetação local
para a atividade de mineração, o assoreamento de rios, a contaminação de lençóis freáticos
devido ao material particulado gerado na extração entre outros.
Durante a britagem, moagem e homogeneização, assim como praticamente em todo o
processo de fabricação, ocorre a emissão de material particulado e de substâncias voláteis
para o ambiente de trabalho e para a atmosfera podendo causar diversos problemas de saúde.
Na etapa de utilização do forno ou etapa de fusão é a que consome mais energia e, portanto,
tem o maior impacto ambiental. Isto se deve, não somente à queima de combustível fóssil que
libera metais pesados além de CO2 e SO2, mas, também, pelo processo de calcinação. Somado
a isto, ocorre a liberação de partículas (poeiras forno de cimento). Uma grande porção desta
poeira é eliminada indevidamente em aterros. Devido à sua natureza cáustica a poeira pode
causar irritações na pele, olhos, e causar problemas respiratórios.
Após a fusão, novamente se destaca a emissão de material particulado nas etapas de mistura,
moagem, embalagem e expedição.
A etapa de uso também proporciona a emissão de resíduos sólidos.
Na vida útil do cimento, presente em edificações, não ocorre emissões de partículas, gases
poluentes ou agentes poluidores em geral. No entanto, seu descarte na forma de entulho se
constitui num grande problema.
Com o aumento das cidades e a redução da vida útil de edificações, a geração de entulho tem
se tornado cada vez maior e, muitas vezes, seu descarte tem sido feito de maneira indevida.
Assim, lotes vagos e regiões têm servido de locais para descarte proporcionando poluição
visual, crescimento da população de insetos e proliferação de doenças.
Devido aos grandes impactos gerados pelo ciclo de vida do cimento, estudos têm sido
realizados com o fim de amenizá-los. No Brasil, estudos demonstram que o uso de resíduos
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agrícolas pode diminuir o uso de cimento e, assim, reduzir a emissão de CO2. As cinzas do
bagaço de cana, da casca de arroz e os resíduos da indústria cerâmica são candidatos para
entrar na preparação do concreto e diminuir a presença do cimento na elaboração desse
produto. Além disso, a indústria brasileira de cerâmica produz cerca de 5 a 6 milhões de t de
resíduos na produção de telhas, tijolos e pisos. Esse material, depois de calcinado e moído,
pode substituir até 20% do total de cimento (SETOR RECICLAGEM, 2009). Outra maneira
de amenizar o impacto ambiental consiste na utilização do entulho como agregado de
cimento. O entulho já vem sendo utilizado para pavimentação de vias urbanas e fechamento
de valas (ZORDAN, 1997).
A utilização do método eco-indicador tabela 3 demonstra que realmente a fabricação de
cimento se constitui num processo prejudicial ao ambiente onde se destacam o efeito estufa,
causado pela queima de combustíveis fosseis, a contaminação por metais pesados devido a
atividades mineradoras e a smog causada pela emissão de material particulado.
5. Referências
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