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Ficha técnica dos livros do Antigo Testamento

GÊNESIS

Não é por acidente que o termo, Deus exerce a função de sujeito da primeira sentença da
Bíblia, pois esta palavra domina o capítulo inteiro e salta à vista em cada ponto das primeiras
páginas. É empregada umas 35 vezes em outros tantos versículos da narrativa. A passagem, na
verdade o Livro, fala dele, antes de mais nada. Lê-la com qualquer outro interesse primário (o
que é bem possível). A expressão inicial, no princípio, é mais que simples indicação de tempo.
As variações sobre este tema em Is 40 mostram que o princípio está impregnado do fim, e que
o processo todo é presente para Deus, que é o Primeiro e o Último (por ex., Is 46:10; 48:12).
Pv 8:22s. revela algo do aspecto concernente a Deus deste princípio da criação. João 1:1-3 é
mais explícito. E o Novo Testamento em diversas partes vai às vezes além dele (ex., Jo
17:5,24), adentrando-se na eternidade.

Autor

Então, Moisés, foi um profeta chamado por Deus para livrar os filhos de Israel do cativeiro
no Egito e guiá-los pelo deserto rumo à terra prometida de Canaã. Por terem os
acontecimentos registrados em Gênesis ocorrido antes da época de Moisés, ele não os
testemunhou. Más quando olhamos para Gênesis para identificar o autor, vemos que não há
identificação; vendo os eventos descritos ocorrido nos textos que tem mais ou menos três
séculos antes de seu nascimento, é nessa perspectiva que o livro que conta como foi a criação
a grosso modo nos informa que o escritor nascera posteriormente aos relatos do Gênesis, más
nos texto que encontramos atribuímos a autoria a Moisés nos seguintes relatos encotrados no,
“AT (Êx 17:14; Nm 33:2; Js 8:31; 1Rs 2:3; 2Rs 14:6; Ed 6:18; Ne 13:1;Dn 9:11,13. Ml 4:4)
como também no NT (Mt 8:4; Mc 12:26; Lc 16:29; 24:27,44; Jo 5:46; 7:22; At 15:1; Rm
10:19; 1Co 9:9; 2Co 3:15)”, sendo assim, a formação escolar de Moisés faz com que ele seja
o candidato mais provável como vemos, “E Moisés foi instruído em toda a ciência dos
egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. Atos 7:22”. Moisés, filho de Joquebede
e Anrão, da tribo de Levi, nasceu no Egito, na época em que o faraó determinou que fossem
executados os filhos homens dos hebreus. Moisés foi escondido por três meses, e depois
quando não pode mais escondê-lo, sua mãe o colocou em uma cesta de papiro e a escondeu
entre os juncos na margem do rio Nilo, enquanto de longe, a irmã dele tudo observava. A
criança foi resgatada por uma filha do Faraó Ramsés II que tomava banho no rio. A irmã do
menino se ofereceu para conseguir uma ama de leite, assim, ele foi amamentado pela própria
mãe. Depois de crescido, o menino foi entregue de volta à filha do Faraó, que lhe deu o nome
de Moisés, o educou como nobre, em ambiente palaciano, confirmando assim o relato da
autoria acima.

Data e Ocasião

Nenhuma razão persuasiva foi oferecida para desafiar a autoria mosaica, no entanto estima-se
que Moisés escreveu Gênesis aproximadamente entre 1445 e 1405 a.C.
Não há consenso sobre quando o Gênesis foi escrito, mas alguns anacronismos apontam que
sua redação final aconteceu no primeiro milênio. Outros chegam a relatar sobre uma possível
teoria que é mais recente dizendo e colocando a redação final do texto em torno do século V
a.C., durante o período pós exílio quando a comunidade judia se adaptava à vida sob o império
persa.
O plano de fundo que vemos é que Genesis se inicia na eternidade passada, antes de o tempo
existir. Deus, por um ato voluntário e pela a Palavra Divina, chamou toda a criação à
existência, organizou-a e, por fim soprou a vida em um punhado de barro, tornando o pó a sua
à sua imagem e fazendo dele Adão.
Quando olhamos para o cenário histórico os primeiros eventos em Gênesis é claramente à
Mesopotâmia. Embora seja difícil apontar com precisão o período em que o livro foi escrito,
Israel ouviu pela a primeira vez antes de atravessar o rio Jordão e entrar na terra prometida.
Gênesis abrange três pontos geográficos distintos e sequenciais:
(1) a Mesopotâmia (cp 1 a 11);
(2) a Terra Prometida (cp 12 a 36);
(3) e o Egito (cp 37 a 50).
As dimensões temporais para esses três segmentos são:
(1) da criação até 2900a.C.;
(2) de 2090 até 1897 a.C.;
(3) de 1897até1804 a.C. É notável o fato de Gênesis abranger um período histórico
maior do que qualquer outro livro da Bíblia.

Dificuldades de interpretação

Esse é particularmente o caso do Antigo Testamento. Para leitores cristãos modernos, o


Antigo Testamento é muito mais difícil de ler do que o Novo. Comparando-se com o Novo
Testamento, é ainda maior a distância cronológica, cultural e histórico redentora existente
entre nós e os acontecimentos do Antigo Testamento. Nunca devemos pensar que a sabedoria
e o conhecimento deste mundo dão alguma vantagem ao cristão na compreensão da revelação
divina, nem que a ignorância seja uma ajuda para a espiritualidade. Esta contribuição para a
interpretação de Gênesis foi escrita com base no ponto de vista de que a compreensão
verdadeira da sua mensagem não depende de conhecimento científico. Mais do que qualquer
outro livro da Bíblia, Gn 1:11 suscita problemas que exigem um nível elevado de
conhecimento secular e uma série de tratados especiais na busca de soluções, se é que o
homem com o seu conhecimento limitado pode encontrá-las. Não é necessário mais do que
uma rápida leitura pra perceber que Gênesis, o primeiro livro da Bíblia é um tanto quanto
estranho para um leitor principiante na caminhada. As tão conhecidas divergências em relação
a teorias científicas, existe ainda uma série de histórias que parecem ter saído da mistura de
um filme de ficção científica com lendas da terra média e um toque final de violência
sangrenta. Homens com idades milenares, gigantes andando sobre a terra, personagens que
aparecem e desaparecem do nada, enchentes avassaladoras, são alguns dos exemplos que
enchem nossa cabeça de espanto e dúvidas.

“Talvez a única certeza honesta ao lermos esse livro seja a de que tudo é bastante
complicado de entender”.

1. A falsa teoria da evolução: O evolucionismo foi apresentado ao mundo pelo naturalista


inglês Charles Darwin, no seu livro A origem das espécies, e pode ser definido como a teoria
de que todas as coisas se originaram de materiais preexistentes, por modificação gradual,
mediante processos naturais. Segundo esse ponto de vista, “todas as espécies descendem de
um antepassado comum. Existe, então, uma continuidade entre todas as formas de vida”. 3
Entretanto, ao analisarmos o evolucionismo, concluímos que ele não conta com o apoio dos
fatos. A teoria é falsa! Vejamos por quê.
1.1 O argumento científico: Destacamos, aqui, dois argumentos. Em primeiro lugar, quanto ao
registro fóssil. Toneladas de fósseis têm sido encontradas em todo o mundo, e todos eles têm
sido facilmente classificados como peixes, répteis, aves, mamíferos e homens. Os
pesquisadores não encontram restos de uma forma que esteja no meio do caminho,
“evoluindo”. Em toda essa massa incalculável de ossos, “não há prova alguma, seja ela qual
for, de qualquer mudança gradual de uma espécie para outra”. 4 Em outras palavras, o macaco
sempre foi macaco, o homem sempre foi homem, o peixe sempre foi peixe e assim por diante.
Em segundo lugar, quanto às leis da termodinâmica. A Bíblia afirma que em seis dias fez o
Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há (Ex 20:11). Esse versículo bíblico está
plenamente de acordo com a primeira lei da termodinâmica, a mais certa de todas as leis
científicas, que diz que “nada está sendo criado ou destruído. Além disso, uma segunda lei,
igualmente universal e comprovada, estatui que todos os sistemas
atuais tendem a decair e desordenar-se”. 5 Essa tendência sugerida por essas duas leis é oposta
ao conceito da evolução que pressupõe um princípio de ordem crescente. 1.2 O argumento
teológico: Pelo menos dois argumentos teológicos podem ser apresentados aqui. Em primeiro
lugar, quanto ao princípio da criação através de um criador. A crença dos evolucionistas.
Porém esse estranhamento não deve causar afastamento. Infelizmente o que percebemos na
maioria dos casos é que ou Gênesis é ignorado, ou simplesmente visto como um livro-texto de
refutação da teoria da evolução na mão de cristãos com um conhecimento científico (e muitas
vezes bíblico) bastante limitado. Acontece que nenhuma dessas posturas respeita o que
Gênesis realmente é: “um livro escrito por autores humanos, mas inspirado por Deus, sendo
assim fonte essencial de revelação das verdades do Criador”. A partir desses fatos então,
chegamos à conclusão que, SIM, precisamos ler, estudar e pregar mais o livro de Gênesis, mas
sem ignorar suas dificuldades de interpretação. Dificuldades que vão exigir de nós atenção,
dedicação.

1. Quando, não olhamos para o gênero literário de Gênesis.

Quando olhamos para a Bíblia percebemos uma grande variedade de gêneros literários:
poesias, escritos de sabedoria, profecias, epístolas, genealogias, parábolas, narrativas, entre
tantos outros, cada uma com suas particularidades e regras de interpretação específicas.
Porém, o que muitos fazem após essa conclusão, algumas vezes sem a cautela necessária, é
definir que o primeiro livro da Bíblia é definitivamente uma narrativa histórica. Entretanto,
ouso discordar dessa posição e a seguir explico, o porquê.

“Naturalmente, existem dificuldades em adequar relatos bíblicos com conceitos modernos de


história. Os evangelhos sinóticos e os conjuntos dos livros de Samuel e Reis, consideradas
narrativas históricas bíblicas, são bem diferentes dos livros didáticos de história e das
reportagens do Jornais que contam os fatos e mostram imagens comprovando o que dizem.
Ainda assim, podemos acreditar com bastante confiança na fidelidade histórica de Lucas e
dos livros de Reis, por exemplo. E não simplesmente porque foram inspirados por Deus, mas
porque essa era a intenção dos autores, que em muitos casos ainda fazem questão de apoiar
seus registros em outros escritos contemporâneos”.
Entretanto, em Gênesis o problema é diferente, não apenas porque sua história possui sérias
contradições em relação a muitas evidências científicas e históricas, mas principalmente
porque é questionável se seu autor realmente tinha intenção de escrever uma narrativa tendo
em vista a mesma preocupação histórica de Lucas em seu evangelho ou então dos
historiadores de hoje. Essa afirmação pode ser baseada em pelo menos 2 pontos:

1. A construção literária é diferente de outros relatos históricos bíblicos.

2. A semelhança com narrativas mitológicas de povos pagãos da mesma época. Essa


evidência não está na Bíblia, por isso muitas vezes nos recusamos a considerá-la. No entanto,
é importante saber que existe uma série de narrativas escritas por povos que viveram na
mesma época e até antes do povo de Israel e que também contam sobre a criação do mundo e
o dilúvio, todas elas muito bem documentadas e validadas pela arqueologia. O mais
surpreendente é que a estrutura literária e o enredo de algumas dessas histórias são muito
semelhantes ao texto de Gênesis. É importante destacar que existem diferenças significativas e
muito sutis algumas vezes. A partir dessas questões da análise do texto, é possível concluir
que Gênesis não se encaixa no modelo de relato histórico como vemos em outros livros do
Antigo e Novo Testamento e especialmente no modelo histórico moderno. Dessa forma, não
seria justo, querer questionar a biologia, arqueologia, paleontologia, física e até a história
tendo como base apenas argumentos extraídos de Gênesis, afinal a intenção do autor do
primeiro livro da Bíblia quase nada tem a ver com grande parte das discussões científicas de
nossos dias, como qual a idade da terra e a explicação da existência dos fósseis. O que fizemos
até aqui foi discordar que Gênesis é uma narrativa histórica comparável aos evangelhos e
outras narrativas do Antigo Testamento. Mas antes que alguém conclua que Gênesis é um
livro de ficção e não tem nenhuma utilidade para nossos dias, é preciso tentar definir
finalmente qual o seu gênero literário. E essa tarefa não é tão simples, especialmente para
leigos com pouco conhecimento das línguas originais e da literatura do antigo oriente médio
no 2º milênio a.C. Porém, vamos propor uma alternativa segundo Tremper Longman III,
descreve Gênesis como uma “História Teológica”. Ainda que haja uma base histórica legítima
em toda a narrativa, ela não é a preocupação principal do autor, pois “o interesse do texto não
é provar a história, mas, sim, deixar claro para o leitor a mensagem teológica”. Já Bruce
Waltke, autor de um extenso comentário de Gênesis, define o estilo literário desse livro como
uma “narrativa teológica e indiretamente polêmica contra as mitologias pagãs”. Essa definição
não nega que o livro contém elementos históricos, visto que a narrativa “é factual no sentido
de que Deus criou o cosmos e tudo o que nele existe, e as genealogias que traçam a história de
Israel recuando a Adão e Eva, falam da preocupação do narrador com historicidade”.
Entretanto, segundo esse autor “Gênesis contém pouca semelhança com as concepções
modernas da história (...). Em suma, ele não é história direta ou positivista”. Concluindo,
Waltke afirma que o interesse do narrador é “estabelecer claramente que é Deus quem criou
tudo e exerce domínio sobre tudo, inclusive os oceanos, sol e lua (...). Em suma, o narrador
tem uma agenda muito diferente do historiador moderno. Ele tem uma agenda teológica:
contar-nos que Deus criou a terra e que toda ela é bem ordenada.” Essas definições, ainda que
imperfeitas nos ajudam a explicar porque Gênesis foi escrito dessa maneira estruturada cheia
de repetições e figuras. Seu objetivo era o de ensinar as verdades mais importantes do Criador
para o seu povo, contrapondo-se ao que outras nações das épocas diziam ser a verdade sobre a
criação do mundo e do homem. E por esse motivo, podemos dizer sem sobra de dúvida, que
Gênesis é sim muito relevante para nós hoje. Não porque questiona a ciência moderna (ainda
que muitas de suas verdades teológicas sejam capazes disso), mas porque faz afirmações
eternas sobre quem é Deus, quem somos nós, o motivo pelo qual fomos criados e como deve
ser nossa relação com o restante da criação, principalmente com o nosso criador. Assim como
diz o tema do CF, Gênesis fala sobre a “História de Todos Nós”. Não apenas porque conta
sobre nossos pais e como era o mundo antes de aparecermos por aqui. Mas principalmente
porque conta a nossa história hoje, quem somos agora, porque nosso mundo está do jeito que
está e como devemos viver no séc. XXI. E dessa forma, não só o que chamamos de ciência,
mas também nossos relacionamentos, a preocupação com a política, a vida em família, o
cuidado com o meio ambiente, a desigualdade social, entre tantos outros temas devem ser
desafiados quando entendermos as verdades que o SENHOR quis nos revelar no primeiro
livro dentro do grande livro, então; Quanto mais certos estivermos de que Gênesis ensina algo
que continua normativo para nossas crenças e comportamento nos dias de hoje, com mais
firmeza devemos acolhê-lo.

Características e temas

Algumas características que percebemos no livro do princípio da criação é que logo nos
deparamos com uma narração que para muitos é inconcebível como tudo foi criado pela a
Palavra e também o homem do pó da terra. Então Gênesis é uma introdução aos outros livros
de Moisés (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), bem como a todo o Velho
Testamento. Gênesis reconta os acontecimentos que ocorreram durante as dispensações de
Adão, Enoque, Noé e Abraão. Assim, Gênesis fornece o único registro do Velho Testamento
de muitos acontecimentos importantes, incluindo a Criação, a Queda de Adão e Eva, o Dilúvio
e o estabelecimento do convênio abraâmico. Entretanto, Gênesis não se concentra nesses
períodos igualmente: apenas 11 capítulos de Gênesis são dedicados à época da Criação da
Terra até Abraão, enquanto 39 capítulos são dedicados à vida de Abraão, Isaque, Jacó e dos 12
filhos de Jacó. Essa ênfase sugere que Moisés desejava ensinar aos filhos de Israel sobre os
convênios que o Senhor fez com os antepassados deles, por meio dos quais Israel se uniria a
Ele na obra de abençoar todas as nações e famílias da Terra (ver Gênesis 12:2–3). Os relatos
da vida desses patriarcas e das esposas deles também ilustram que, embora o povo do
convênio do Senhor seja testado, o Senhor sempre estará com eles se permanecerem fiéis a
Ele. A temática do Gênesis em primeiro conta a história do universo, mostrando a relação
de Deus para com ele, e introduzindo a história humana (1 e 2.3); 2. Faz um esboço da
história humana antes de Abraão, mostrando Deus em relação à raça humana,  e a
introdução à história do povo escolhido (2.4 a 11.26); 3. a história do povo do convênio até a
descida ao Egito (11.27 a 50). A segunda seção inclui a criação do homem e sua condição
original (2.4-25), a queda (3), o avanço do pecado (4.1-15), a raça humana (16-24), os traços
religiosos (25 a 5.32), o aumento da maldade (6.1-8), o dilúvio (6.9 a 9.17), o repovoamento
da terra (9.18 a 10.32), a construção da torre de Babel (11.1-9), e a raça semítica em seus
germes mais antigos (11.10-26). A terceira seção inclui a antiga história de Abraão, seu
chamamento, e sua breve estada em Canaã (19.27 a 25.10), a vida de Isaque, da morte de
seu pai à partida de Jacob para a Mesopotâmia 25.11 a 27.40, a vida de Jacob da sua partida
para a Mesopotâmia à morte de Isaque (27.41 a 35.29), os descendentes de Esaú 36, a antiga
história de José até a época em que foi vendido no Egito 37, pecado e vergonha de Judá 38.
José no Egito (39 a 45), Jacó e toda sua família com José no Egito 46 a 49, e a morte de Jacó e
José 50 e por fim concluímos que Deus é o criador e mantenedor da sua criação.

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