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ESCOLA ESPIRITUAL DA ROSACRUZ ÁUREA 2 DE JUNHO DE 2021

O Caminho do Meio

Buscamos trilhar “o caminho do meio” na vã tentativa


de equilibrar o que não se pode equilibrar, de
resolver o que não tem solução, de harmonizar
opostos irreconciliáveis, sem contudo perceber que a
própria fonte do desequilíbrio, dos problemas,
con itos e oposições éramos nós mesmos, quando
dividíamos o mundo entre o que é bom e o que é
mau. O caminho do meio não está no meio do
mundo do eu, então onde estará esse meio ? E que
ferramenta devemos utilizar para não somente
encontrá-lo mas também criá-lo e segui-lo?

Segundo a história fundadora do budismo, depois de o Quando a oscilação de desejos e o ímpeto automá co
príncipe Sidarta Gautama ter abandonado uma vida de por realizá-los deixam de ser vistos como algo natural e
prazeres e ter se dedicado a prá cas mor cantes na tornam-se um problema para a consciência, o ser
busca da verdade, chegou à conclusão de que o caminho humano já não encara a vida com o mesmo entusiasmo
para alcançar seu obje vo não estava em nenhum desses e ca convencido de que suas alegrias e a ições do
dois extremos, e sim em um meio termo entre eles, o passado não passavam de ilusão. Ele pode se convencer,
caminho do meio. inclusive, de que quaisquer alegrias e a ições
compar lham desse caráter ilusório.
Diante disso, é compreensível que nos tempos atuais
essa expressão seja usada para indicar moderação e fuga Comprometendo-se a encontrar a verdadeira realidade,
dos excessos. Mas como essa moderação se manifesta na ele nega, então, o mundo e a “vida do mundo” e isola-se
prá ca espiritual? na oresta do seu interior. Esse é o segundo extremo, no
qual, depois de ter encontrado o problema, o ser
Enquanto a pessoa é simplesmente arrastada pela humano agarra-se a ele na mesma medida em que pensa
sucessão de acontecimentos do que ela acredita ser a estar se livrando dele, pois o que gera sua a tude de
realidade, sua busca por realização se dá a par r da negação é a ideia de que a ilusão está no mundo ou nas
constante troca de desejos e metas. Em tal situação, o “coisas do mundo”, e não no po de relação que a
princípio que rege a vida pode ser enunciado como consciência estabelece com essas coisas.
buscar o prazer e evitar a dor. Na tenta va de sa sfazer
esse princípio, o ser humano está sempre elaborando e Ambos os extremos levam ao cansaço e à ausência de
reelaborando planos, adaptando-se às circunstâncias ou perspec va, criando a necessidade de se dirigir ao
lutando contra elas. centro, de onde se poderá ter uma visão mais favorável
Contudo, a despeito do seu empenho, mesmo quando dos dois lados. O caminho do meio reconcilia o ser
obtém sucesso em seus intentos, não consegue fazer humano com o mundo, pois reconcilia-o consigo mesmo.
com que o sen mento de sa sfação perdure: os Ele desfaz a cisão interna que gera a ilusão de separação
possíveis objetos de desejo jamais se esgotam e o anseio e desenvolve no ser humano a percepção que permite
humano por realização plena mantém-no em movimento ver a integração dele com tudo. Quem trilha o caminho
incessante. do meio, renova a vida a cada passo.

Esse é o primeiro dos dois extremos, aquele que na Leitura recomendada:


história budista é ilustrado como a “vida de prazeres”, Darmapada: a doutrina budista em versos.
denominação que deliberadamente silencia sobre as Porto Alegre: L&PM, 2010.
dores, posto que nesse extremo o ser humano evita ou
simplesmente não pensa nas questões fundamentais da Ar go Logon: “Ser um peregrino”:
vida e se esforça por eliminar o sofrimento e conservar h ps://www.logon.media/pt-br/ser-um-peregrino.
apenas as alegrias.

rosacruzaurea www.rosacruzaurea.org.br logon.media/pt-br '



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