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Charima de Fátima Cardoso

Fátima Mimbire

Inoque Gama

Isabel Mondlane

Letícia Chiticue

José Roberto

Rasaina Bonifácio

Filosofia Budista e Ética

Licenciatura em Psicologia Social das Organizações

4◦ Ano/ Regime Laboral

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2024
Charima de Fátima Cardoso

Fátima Mimbire

Inoque Gama

Isabel Mondlane

José Roberto

Letícia Chiticue

Rasaina Bonifácio

Filosofia Budista e Ética

Licenciatura em Psicologia Social das Organizações

4◦ Ano/ Regime Laboral

Trabalho de pesquisa ser apresentado


na Faculdade de Educação e Psicologia
(FEP), para fins avaliativos, na
disciplina de Ética e Deontologia
Profissional, sob orientação do
docente: phD Camilo Ussene .

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2024
1. Introdução

Ética é um ramo da Filosofia que trata dos princípios que orientam o comportamento humano
adequado, sobretudo na vida em sociedade. Podem ser princípios universais, abstratos, ou a
compilação dos mesmos em um código de leis, ou regulamentos.

No presente trabalho abordaremos sobre a filosofia budista e a ética. Sua origem, fases
preceitos, entre outros pontos importantes da ética budista.

A ética budista baseia-se em um conceito que valoriza a observação da vida de modo que
promova a ampliação da consciência do indivíduo sobre si mesmo por meio da observância
de suas atitudes mentais, comportamentais e relacionais, e é considerada um mecanismo
capaz de promover a saúde

A ética budista não é somente um modo de agir, mas um modo de ser. O ser humano dotado
de bondade amorosa, compaixão e sabedoria agirá eticamente de modo espontâneo porque é
bomem seu coração. No budismo, um ato é antiético se o seu objectivo é causar sofrimento, e
ético sevisa trazer bem-estar genuíno para os outros. É a motivação, altruísta ou maligna, que
qualifica aacção como “boa” ou “má”, da forma semelhante ao cristal que toma a cor do
tecido sobre o qualrepousa. A ética também afecta o nosso bem-estar: fazer alguém sofrer é
provocar o nosso próprio sofrimento, seja de imediato ou a longo prazo, e fazer alguém feliz
é, no final das contas,a melhor maneira de garantir a nossa felicidade
2. A filosofia budista

A filosofia budista refere-se às investigações filosóficas e sistemas de investigação que se


desenvolveram entre várias escolas budistas na Índia após o parinirvana (ou seja, a morte) do
Buda e depois se espalharam por toda a Ásia.

O caminho budista combina raciocínio filosófico e meditação. As tradições budistas


apresentam uma infinidade de caminhos budistas para a libertação, e pensadores budistas na
Índia e posteriormente no leste da Ásia abordaram tópicos tão variados quanto
fenomenologia, ética, ontologia, epistemologia, lógica, filosofia do tempo e metafísica em
suas análises desses caminhos.

O budismo primitivo foi baseado em evidências empíricas obtidas pelos órgãos dos sentidos
(ayatana) e o Buda parece ter mantido uma distância cética de certas questões metafísicas,
recusando-se a respondê-las porque não conduziam à libertação, mas levavam a mais
especulações.

3. Fases históricas da filosofia budista

Edward Conze divide o desenvolvimento da filosofia budista indiana em três fases:

1- A fase das doutrinas budistas pré-sectárias derivadas de tradições orais que se originaram
durante a vida de Gautama Buda, e são comuns a todas as escolas posteriores do budismo.

2- A segunda fase diz respeito ao budismo "escolástico" não-maaiana, como é evidente nos
textos Abhidharma que começam no século III a.C., que apresentam retrabalho escolástico e
classificação esquemática do material nos sutras.

3- A terceira fase diz respeito ao Maaiana, começando no final do primeiro século EC. Este
movimento enfatiza o caminho de um bodisatva e inclui várias escolas de pensamento, como
Prajñaparamita, Madhyamaka e Iogachara.

4. Origem do Budismo
Budismo é uma religião e filosofia orientais, fundada na Índia, em VI a.C., por Siddhartha
Gautama, o Buda (“o desperto” ou “o iluminado” em sânscrito).

A filosofia budista é guiada pelos ensinamentos de Buda, que conduzem o indivíduo a uma
felicidade plena, através das práticas meditativas, do controle da mente e da autoanálise de
suas acções diárias.

O budismo é reconhecido como uma filosofia de vida, porque os ensinamentos de Buda são
focados na razão e na análise individual de cada ser humano. Os budistas acreditam que a
consciência física e espiritual leva à iluminação e elevação, o chamado nirvana.

Nirvana é o estado mais alto da meditação. Segundo Buda, é quando o indivíduo encontra a
paz e a tranquilidade, cessando as oscilações dos pensamentos e das emoções, se livrando do
sofrimento do mundo físico.

No universo budista, o qual não possui início ou fim, o Nirvana seria o estágio ideal, mas esse
não pode ser ensinado, apenas percebido.

O Carma é assunto de destaque no Budismo. Segundo esta ideia, as boas e más acções
(surgidas da intenção mental) trarão consequências nos próximos renascimentos.

Em cada um deles, o ser vai ter a oportunidade de largar de tudo aquilo que o impede de
alcançar a perfeição.

Portanto, o renascimento, processo em que passamos por vidas sucessivas, é justamente o


ciclo onde se busca romper o sofrimento para ascender às moradas mais puras.

Este ciclo vicioso de sofrimento é chamado "Samsara" e é regido pelas leis do Carma.

Dessa forma, o caminho pretendido no Budismo é o “Caminho do Meio”, ou seja, a prática


do não-extremismo, tanto físico quanto moral.

O Buda não é para os seguidores da doutrina um ente particular, mas um título dado a um
mestre budista ou a todos os que alcançaram a realização espiritual do budismo. Assim,
Buda, em hindu, quer dizer "o Iluminado" ou "o desperto".
O primeiro Buda foi Siddhartha Gautama, um príncipe da dinastia Sakia, na Índia, que deixou
tudo para dedicar-se à vida espiritual.

Nascido em 563 a.C. sua vida é resumida pelos seus seguidores em nascimento, maturidade,
renúncia, busca, despertar e libertação, o ensino e a morte.

Segundo o budismo, existem Quatro Verdades:

1. a vida é sofrimento;
2. o sofrimento é fruto do desejo,
3. ele acaba quando termina o desejo,
4. ele é alcançado quando se segue os ensinamentos de Buda.

Com essas "Quatro Verdades Nobres", o homem dispõe dos elementos básicos para
enveredar pela "Senda das Oito Trilhas". Dele exigirão pureza de fé, de vontade, de
linguagem, de acção, de vida, de aplicação, de memória e de meditação.

Da terceira e quarta trilhas, os seguidores de Buda extraíram cinco preceitos, parecidos com
os mandamentos judaico cristão, pois aconselhavam a não matar, não roubar, não cometer
atos impuros, não mentir e não beber líquidos inebriantes.

5. Filosofia budista e a ética

O Budismo representa um vasto conjunto de tradições que se concentram no


desenvolvimento pessoal e na busca de um profundo conhecimento sobre a natureza da vida.
GRODIN (2009).

Essa abordagem de pensamento ensina que a sabedoria sempre deve ser aventurada
comdignidade e, acima de tudo, compaixão. Primeiro, entender que o bem e satisfação do
outro é prazeroso assim como é a gratificação pessoal. Segundo, estudar os fatos e vivenciar a
realidademuito além da simples crença do que nos é dito. Assim, as práticas budistas
requerem muitacoragem, paciência, determinação e inteligência.

Os budistas compreendem que a vida é ao mesmo tempo interminável e sujeita à


impermanência,sofrimento e incerteza.Segundo os budistas, a vida é interminável porque a
existência é infinita e as pessoas reencarnamciclicamente, experimentando o sofrimento ao
longo de incontáveis vidas; é impermanente porque nenhum estado, fase ou condição dura
para sempre, considerando que a fé de que ascoisas possam durar seja a principal causa do
sofrimento humano. GRODIN (2009)

Muitos vêem o budismo como sendo uma filosofia pessimista. Encontrar algo não apreciado
ou não obter o que se deseja parece ser o que importa. Não necessariamente. O budismo é
uma abordagem de pensamento realista, não pessimista. O pessimismo espera que as coisas
sejamruins, mas o budismo explica como o sofrimento pode ser evitado e como podemos ser
verdadeiramente felizes

5. 1. Os 5 preceitos da ética budista

Segundo LEVENSON (2015), os cinco preceitos da ética budista sintetizam as normas de


conduta que, na opinião dos budistas, contribuem para que uma pessoa tenha uma vida plena,
construtiva, livre e consciente da realidade.

Ao contrário de outras filosofias e crenças, no budismo não há mandatos absolutos ou regras


intransponíveis. Os padrões de vida estão sintetizados nos cinco preceitos da ética budista.
Como o próprio nome indica, elas não são regras, mas preceitos: essa diferenciação é
importante.

A diferença entre um mandamento e um preceito é que o primeiro é obrigatório, enquanto


osegundo é recomendado. O que é prescrito é mais um guia, uma sugestão ou uma diretriz.
Oscinco preceitos da ética budista não buscam impor um tipo de comportamento, mas traçam
umalinha sobre o que consideram melhor para o indivíduo e a sociedade.

É importante notar que os cinco preceitos da ética budista estão sujeitos a um critério
queconstitui o eixo dessa filosofia: a compaixão. Isso significa que, em caso de qualquer
dúvida oucontradição, é sempre recomendável escolher o comportamento mais compassivo.
Em outras palavras, há uma certa flexibilidade na interpretação desses preceitos, que são os
seguintes.

1. Você não tirará nenhuma vida


Cada preceito é seletivo. A pessoa o aceita voluntariamente se concordar com ele. O
primeiro, que é se abster de tirar a vida de um ser que sente (pessoas e animais), tem um
equivalente que lhe dará razão para ser: “Com acções de amor e bondade purifico o meu
corpo”.
Para aceitar este preceito, que é o mais importante, antes é necessário entender que todo ser
vivo tem medo do castigo. Toda vida é um bem precioso e todos os seres sencientes são
iguais. Só é aceitável tirar uma vida para defender a sua.

2. Não tome o que não lhe foi dado


Este é outro dos cinco preceitos da ética budista que coincide com os mandamentos ou
normas que existem em outras crenças e religiões. Significa basicamente não roubar, e é
inspirado pela convicção de que a generosidade purifica, enquanto a ganância corrompe.

Para o budismo, o que enriquece é dar, não tomar. Privar os outros das suas propriedades é
uma forma de violência, porque essas propriedades também fazem parte da sua identidade.
Dessa forma, cultivar a generosidade dilui a ganância.

3. Não tenha uma má conduta sexual


No budismo, não há nenhuma afirmação que forneça ou atribua sentimento de culpa
à sexualidade. Também não se observa nenhum tipo de discriminação por causa das
orientações sexuais das pessoas. O budismo aceita a heterossexualidade, a homossexualidade,
o onanismo, o travestismo e o celibato. Também aceita a monogamia, a poligamia e
a poliandria.

O que é considerado uma má conduta sexual no budismo é qualquer prática que fira a outra
pessoa ou que dê importância desproporcional ao sexo. Para esta corrente de pensamento, o
bem viver não depende da satisfação dos desejos, mas da eliminação voluntária deles.

4. Não mentir
Mais do que não mentir, este preceito da ética budista dá um valor sagrado à palavra. Os
budistas acreditam que a verdade é uma fonte de confiança e que ela é absolutamente
necessária para a coesão social. É por isso que eles rejeitam a mentira.
Acreditam que mentir é um ato de violência contra os outros, pois os condenam à fantasia e à
irrealidade. Isso os impede de agir conscientemente. Da mesma forma, quem mente está se
ferindo, porque acaba sendo escravizado pela sua própria falsidade. Para sustentar uma
mentira, você precisará dizer muitas outras.

5. Não ingerir substâncias tóxicas que possam prejudicar a sua mente


Os budistas defendem uma consciência clara e tranquila. Eles acreditam que a ingestão de
substâncias tóxicas leva ao “nevoeiro do engano”. Por isso, defendem a prática da meditação
como um meio essencial para alcançar a alegria que vem da libertação.
Eles rejeitam não apenas o uso de álcool e drogas, mas também entrar em contato com
situações que possam perturbar a mente ou confundir a razão. Isso inclui eventos massivos e
desenfreados, a televisão, as compras compulsivas, entre outros.

Os cinco preceitos da ética budista não visam reprimir, mas sim libertar. No budismo, é muito
importante romper os laços e permitir que a consciência se expanda ao máximo. Portanto, na
essência, todas essas diretrizes buscam promover o bem-estar individual, e não a submissão
às autoridades morais.

5.2. Escolas budistas

Quatro são as escolas budistas mais conhecidas:

 Nyingma
 Kagyu
 Sakya
 Gelupa

Características do budismo
O budismo se caracteriza por uma série de ensinamentos que guiam o ser humano a
desapegar de todos os defeitos próprios da humanidade como a raiva, ciúme e inveja para
desenvolver as qualidades como o amor, generosidade e sabedoria.
O budismo, assim, é uma atitude perante o mundo, pois seus seguidores aprendem a
desapegar-se de tudo o que é transitório, o que resulta numa espécie de autossuficiência
espiritual.

Suas principais características são as seguintes:

 É uma religião e filosofia ateísta, que não acredita em um deus supremo ou qualquer outra
divindade;

 É considerada uma filosofia porque os Ensinamentos de Buda são voltados para análise
individual e razão de cada indivíduo;

 O budismo acredita que qualquer ser humano é capaz de alcançar a iluminação através do
Nirvana e, assim, se tornar Buda;

 Buda dizia que seus ensinamentos (o Dharma) estão disponíveis para qualquer pessoa, sem
exclusão de etnia, raça, classe social ou qualquer outro motivo;

 O budismo utiliza a meditação como forma de autoconhecimento. Sendo assim, quando o


indivíduo conhece a si mesmo, passa a enxergar a vida e as pessoas de outra forma,
entendendo as raízes do seu sofrimento e suas práticas nocivas a ele mesmo e ao outro;

 A filosofia budista não condena ter bens materiais e riquezas. Mas diz que o sofrimento está
no apego a esses bens e a vontade insaciável de querer além do que já possui;

 No budismo, a prática do bem é importante devido ao conceito do Karma, onde Buda dizia
que toda ação gera uma karma para esta e outras vidas;

 Diferente como muitos pensam, a yoga não é uma prática budista. A atividade foi sendo
inserida no budismo devido à aproximação da religião com o Hinduísmo, que adota a prática;

6. Os principais ensinamentos do budismo


O ensinamento principal do budismo é instruir o homem ao desejo de, em qualquer
circunstância, fazer o bem e não o mal.

Porém, os ensinamentos de Buda (Dharma) são muito mais profundos e têm por objetivo
ajudar aos seus seguidores a alcançar a plenitude da vida real através das 4 Nobres Verdades.
1. A insatisfação existe (Nobre Verdade do Sofrimento)

2. Há causas que geram a insatisfação (Nobre Verdade da Causa do Sofrimento)

3. A insatisfação pode ser resolvida (A Verdade da Extinção do Sofrimento)

4. O caminho Óctuplo de Buda - a solução prática para a insatisfação

Na quarta verdade, conhecida como o Caminho Nobre de Oito Aspectos ou Roda do Dharma,
Buda fala sobre as práticas diárias a morte do ego e do apego que são as causas do sofrimento
humano.

Buda construiu uma jornada que, segundo ele, ao ser praticada pelo indivíduo, cessa a
insatisfação e sofrimento.

1. Compreensão correta: para Buda, devemos enxergar tudo à nossa volta como um grande
sistema, em que dependemos uns dos outros, para assim alcançar a harmonia e a
compreensão de que nada nem ninguém é fixo;

2. Aspiração correta: Buda ensina que todo indivíduo deve questionar se o que você faz é fruto
do ego e se essas ações afetam negativamente outras pessoas;

3. A fala correta: para o budismo, tudo o que é dito constitui o ser, por isso, todo indivíduo
deve ser cauteloso com o que externaliza para o outro através da fala;

4. A ação correta: para Buda, qualquer ação não pode ser prejudicial para outra pessoa, nem
mesmo que de forma indireta;

5. O meio de vida correto: Buda ensina que o trabalho de qualquer indivíduo deve ser sempre
um meio de ajudar a si mesmo e outras pessoas e nunca prejudicar;

6. O esforço correto: este ponto fala principalmente sobre largar atitudes nocivas que remetem
a negatividade, como vícios, por exemplo;

7. Atenção correta: um dos pontos principais do budismo é estar consciente de todas as ações
do corpo e da mente. Também é chamada de atenção plena e significa estar vivendo o
presente, o agora, em qualquer ação do dia a dia;
8. Concentração correta ou meditação contemplativa: através desta meditação, segundo
Buda, é possível chegar a gratidão e a contemplação da sua própria existência, de maneira
real e consciente.

Para o budismo, estes ensinamentos são alcançados através de uma única prática: a
meditação.

Neste caso, as práticas meditativas têm por objetivo atingir o nirvana. Assim, o indivíduo se
torna Buda, um ser desperto de sua própria existência, sem apego às atitudes ou
circunstâncias do ego, praticando o bem a si mesmo e ao outro.

Significado dos Símbolos do Budismo


Os oito símbolos esperançosos do budismo tiveram origem ainda na Índia e estão presentes
até os dias atuais nos mosteiros e escolas budistas, principalmente as tibetanas. São eles:

A Roda do Dharma
A Roda do Dharma é a representação do caminho Óctuplo que Buda ensinou após se tornar
um ser iluminado.

Os 8 raios da roda sinalizam os oito ensinamentos de Buda: Compreensão Correta, Aspiração


Correta, Fala Correta, A Ação Correta, O Meio de Vida Correto, o Esforço Correto, a
Atenção Correta e a Meditação Contemplativa.

O Nó Infinito
O Nó Infinito simboliza que tudo está interligado e possui uma causa e um efeito. É também
o símbolo do conhecimento infinito de Buda, explicando que sua sabedoria e compaixão
estão interligadas.

Guarda Sol
O Guarda Sol simboliza a proteção do sofrimento. A cobertura colorida simboliza a sabedoria
e a cúpula de proteção representa a compaixão.

A Flor de Lótus
A Flor de Lótus é um dos maiores símbolos do budismo. É um tipo de flor que nasce na lama
e se abre quando é exposta ao sol.
Para o budismo, a flor de lótus representa o ser humano, que tem suas raízes em sofrimentos
e insatisfações (caule), mas que pode alcançar a iluminação (a flor).

A Concha
A Concha simboliza o som do Dharma, os Ensinamentos de Buda.

Peixes Dourados
Os peixes dourados representam a capacidade do indivíduo de ser livre, sem medo de
mergulhar no seu sofrimento para entender suas raízes. Além disso, também representam os
rios Ganges e Yamuna, que são sagrados na Índia.

O Vaso
O Vaso é o símbolo da abundância e representa o conhecimento espiritual de Buda, que é
infinito e abundante.

A Bandeira da Vitória
A Bandeira da Vitória simboliza a conquista da sabedoria de Buda sobre a ignorância. A
bandeira da vitória foi usada por Buda como sinal da vitória sobre os impedimentos
espirituais para a iluminação, ou seja, as circunstâncias da vida, sejam físicas ou espirituais,
que possam impedir o ser humano de progredir espiritualmente.

7. Tipos de Budismo
Após a morte de Buda, duas escolas budistas chamadas Theravada e Mahayana foram
criadas para representar seus ensinamentos. Porém, elas se diferenciavam nas interpretações
sobre os ensinamentos de Buda (Dharma), e se dividiram ao longo do tempo.

Vale lembrar que todas as vertentes budistas seguem os ensinamentos de Buda e aceitam as 4
Nobres Verdades como base para seus seguidores. Mas, praticam e acreditam de maneiras
diferentes para alcançar a iluminação.

Theravada: a vertente ortodoxa e mais antiga do budismo


A escola Theravada foi criada logo após a morte de Buda e domina o sudeste da Ásia, em
países como o Camboja e a Tailândia.

Esta vertente segue as tradições ortodoxas que prevaleceram na Índia há 2.600 anos, se
baseando nas escrituras do Tipitaka, que foram os ensinamentos recitados oralmente por
Buda. Eles acreditam que, ao seguirem esses escritos, alcançarão a iluminação através de um
esforço individual.

Um forte aspecto dessa escola é que acreditam que somente os monges anciãos possuem a
autoridade para transmitir estes ensinamentos e que devem ser respeitados e ouvidos.

Mahayana: a escola budista criado por leigos


A escola Mahayana foi criada por pessoas leigas e comuns que acreditavam em dois pontos
principais: o poder da compaixão e que cada indivíduo carrega dentro de si o potencial para o
estado Buda.

Diferente dos Theravadas, os Mahayanas acreditam que os seguidores podem buscar a


iluminação através de outros seres superiores, os chamados bodhisattvas.

Eles são seres humanos que estão prestes a atingir o seu estado iluminado, mas adiam essa
iluminação para ajudar outros seres.

Ela foi implementada no norte da Ásia e foi através desta escola que surgiram tradições
importantes como o Zen Budismo, Budismo Tibetano, Budismo Terra Pura e Budismo
Tântrico.

Outras vertentes budistas


Existem outras diferentes vertentes do Budismo, construídas ao longo do tempo. Por
exemplo, o Budismo Nitiren ou Budismo de Nitiren tem como fundamento os ensinamentos
de Nitiren, um monge japonês que viveu no século XIII.

O Budismo Kadampa, outra linhagem de pensamento budista, foi uma escola criada pelo
mestre budista indiano Atisha.

O Budismo Tibetano, também chamado de Lamaísmo, é uma prática com forte presença no
Brasil, sendo o líder Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, sua figura mais representativa.

8. Diferença entre Budismo e Hinduísmo


O Budismo e o Hinduísmo são duas tradições religiosas e filosóficas que surgiram na região
da Índia. As duas apresentam muitas semelhanças nas crenças, como os conceitos de dharma,
karma e samsara.

No entanto, as principais diferenças se dão no terreno das práticas. No hinduísmo existe a


busca da consciência em Deus e consequente adoração das divindades como caminho da
salvação, o que é muito diferente da busca pela iluminação espiritual budista.

Entre as práticas do hinduísmo está a divisão da sociedade hindu pelo sistema de castas, o
que diverge do conceito de igualdade entre os seres defendido pelos budistas. O Hinduísmo
seria anterior ao Budismo, tendo já mais de quatro mil anos.

9. A ética no contexto ocidental

É importante entendermos a diferença entre a abordagem ocidental e a abordagem budista da


ética. na cultura ocidental, a ética é basicamente uma questão de leis. Existem as leis divinas,
dadas por Deus, e as leis civis, feitas por um poder legislativo. Na cultura ocidental, toda a
ideia de ética está baseada na obediência a leis divinas, leis civis ou ambas. Se obedecermos,
seremos considerados boas pessoas ou cidadãos; e se desobedecermos, seremos considerados
pessoas ruins ou maus cidadãos.
10. Conclusão
O objectivo da ética budista é liberar todos os seres, nós mesmos inclusive, do sofrimento,
tanto o momentâneo quanto o duradouro, bem como desenvolver a capacidade de ajudar os
outros a obter essa liberação. Para atingir esse objectivo, devemos equilibrar equitativamente a
nossa aspiração pelo bem-estar com a dos outros.Vista sob essa perspectiva, uma ética
desumanizada, fundada sobre conceitos abstratos, tem pouca utilidade. Para que a ética seja
humana, ela deve reflectir a aspiração mais profunda de todo ser vivo, homem ou animal, a
saber: conhecer o bem-estar e evitar o sofrimento. Esse desejo não depende de nenhuma
filosofia ou cultura, sendo o denominador comum de todos os seres sencientes.
11. Referências bibliográficas

BARBEIRO, Heródoto. Budismo. São Paulo: Ed. Belaletra, 2014.


GRODIN, Jean. (2009). Que saber sobre filosofia da religião. São Paulo: Ideias e Letras,
HAGEN, Steve. (2011). Budismo claro e simples. 12. ed. Trad. de Alípio Correia de Franca
Netoe Luciene Aparecida Soares. São Paulo: Editora Pensamento-Cultrix.
LEVENSON, Claude B. (2015). Budismo. Trad. de Rejane Janowitzer. Porto Alegre: L&PM.
NETO, Felicíssimo Cardoso. 2011
Lacan e o budismo: um encontro privilegiado. Edições doautor.
MICHELETTI, Mario. (2002). Filosofia analítica da religião. São Paulo: Edições Loyola.
NETO, Antonio Florentino e GIACÓIA Jr., Oswaldo. (orgs). (2013). O nada absoluto e
asuperação do niilismo Os fundamentos da escola de Kyoto. Campinas: Editora Phi

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