Você está na página 1de 4

Budismo

Budismo é uma família de religiões e filosofias, sendo difícil afirmar quais de suas partes
integrantes é original ou sofreu menos interferências. O budismo nasce quando Siddhārtha
Gautama decide compartilhar com outras pessoas seu caminho para alcançar o fim do
sofrimento.
A figura histórica também conhecido como o Buda, não deixou registros escritos de suas ideias,
sendo seus ensinamentos formalmente codificados pelo menos quatro séculos após a sua morte.
Nos 45 anos que pregou sua doutrina, por todas as regiões da Índia, o Buda mencionou sempre
as "Quatro Verdades" e as "Oito Trilhas".
Além disso, resumiu o seu pensamento na Regra de Ouro:
"Tudo o que somos é resultado do que pensamos".
O Budismo apresenta uma série de peculiaridades em relação a outras religiões. Ao contrário do
Hinduísmo e do Judaísmo, por exemplo, o Budismo tem origem num fundador, Siddhattha
Gautama, o Buda. Por outro lado, ao contrário do Cristianismo e do Islã, esse fundador não
representou uma encarnação divina ou um mensageiro divino, mas, ao contrário, foi um ser
humano que expôs uma disciplina mental, desenvolvida e posta em prática com êxito por ele
próprio. Outro aspecto importante em relação ao Budismo é o fato de ser uma religião não teísta,
uma vez que rechaça a existência de um Deus ou Criador supremo, em que pese reconhecer a
existência de seres não-humanos, como espíritos e divindades, tendo esses apenas posição
periférica em relação à doutrina (Wijayaratna, 2002).
“ESPAÇO E CULTURA, UERJ, RJ, N. 27, P. 89-105, JAN./JUN. DE 2010 8”
A doutrina budista faz um apelo ao livre exame, à livre experiência do indivíduo, distinguindo-se
de grande número de outras doutrinas religiosas. Segundo o próprio Buda (Challaye, 1998:84):
“Não acredites numa coisa simplesmente por ouvir dizer; não acredites sob a fé das
tradições, pois elas são veneradas há numerosas gerações... Não acredites em nada
através unicamente da autoridade de teus mestres ou sacerdotes. Crê no que tu mesmo
experimentares, provares e reconhereces como verdadeiro, que esteja de acordo com teu
bem e o dos outros, e conforma tua conduta a isso”

Desde o seu surgimento no norte da Índia, no século V a.C., o Budismo expandiu-se pelo mundo,
incorporando, em cada nação que o abraçou, aspectos das religiões, cultos e seitas locais. Essa
expansão se deu de tal sorte que o espaço búdico dos idos dos séculos d.C. se estendia “de
Samarcanda e Bukhara até a Manchúria, do Ceilão ao Japão, do Afeganistão a Java”
(Robert, 2002B:477).
Hoje o Budismo é uma religião universal, com milhões de adeptos em várias partes do mundo.
Trata-se de uma das mais tradicionais e fascinantes religiões, tem uma rica história e, por que
não dizer, uma geografia impressionante. Na lista das principais religiões do mundo, o Budismo
encontra-se em posição intermediária em relação a sua data de fundação, com mais de 2500
anos de existência, ocorrendo posteriormente ao Judaísmo, Zoroastrismo e ao Hinduísmo, por
exemplo, mas muito antes de importantíssimas religiões, como o Cristianismo e o Islamismo.
Estimativas dão conta que o número de budistas no mundo esteja entre 230 e 500 milhões, sendo
que a maioria delas aponta números que oscilam em torno de 350 milhões (Adherents, 2006).
Isso torna o Budismo uma das mais expressivas religiões do mundo em termos de seguidores,
congregando nada menos do que 6% da população mundial, ficando atrás apenas do
Cristianismo (32%), Islamismo (19%), Hinduísmo (13%), de um numeroso grupo de indivíduos
que se diz sem religião (12%), e da religião tradicional chinesa (6%) .Por outro lado, em termos
relativos, as maiores populações budistas estão na Tailândia, Camboja e Mianmar, todos com
mais de 80% de suas respectivas populações professando o Budismo
(Religious Tolerance, 2006)

A base de todas as linhagens budistas remonta aos ensinamentos originais de Buda, que se
iniciam em seu primeiro discurso, após a iluminação, quando expõe as quatro nobres verdades.
Na quarta nobre verdade, Buda apresenta o que seria a base prática de seus ensinamentos e o
caminho que conduz à iluminação, uma sistematização em oito vias, conhecida como caminho
óctuplo.
Budismo: resumo do caminho óctuplo
A origem do budismo está totalmente associada não apenas às quatro nobres verdades, mas
também ao caminho óctuplo, que pode ser resumido nos seguintes conceitos:
1. Visão correta: a compreensão profunda e precisa da realidade como ela é e das quatro
nobres verdades.
2. Intenção correta: a intenção livre de apego, raiva e agressividade, pautada pela sabedoria e
compaixão.
3. Fala correta: envolve não proferir impropérios, difamar, falar de forma rude, mas de forma
honesta, harmoniosa, reconfortante e significativa.
4. Ação correta: aquela que envolve não mentir, não matar, não roubar e um variado conjunto
de códigos de conduta, de acordo com as tradições budistas.
5. Meio de vida correto: aquele que não prejudica, não fere ou agride os outros, considerando o
trabalho como uma forma de beneficiar todos os seres.
6. Esforço correto: a disciplina de manter a quietude e a atenção da mente, de maneira a
abandonar e evitar estados mentais maléficos e cultivar e desenvolver estados mentais
benéficos.
7. Atenção correta: a manutenção de uma atenção constante sobre os estados mentais e
corporais e sobre as ações realizadas. Fazendo de maneira que não se perca de vista a
verdadeira natureza de todos os fenômenos.
8. Concentração correta: a prática da meditação, a partir da qual, com a mente estabilizada e
concentrada, pode-se manifestar a sabedoria que leva à extinção do sofrimento.
Esse caminho óctuplo contém os três pilares da prática budista: a ética, a concentração e a
sabedoria.

Budismo: ensinamento das 3 joias


Desde a origem do budismo e de todas as suas linhagens, a prática está fundamentada nas
chamadas três joias:
 O Buda (tanto o histórico, que ensinou o caminho para a Iluminação, quanto a mente de
Buda, presente em todos os seres);
 O “dharma” (tanto os ensinamentos de Buda quanto a verdadeira natureza de todas as
coisas);
 E a “sangha” (tanto a comunidade em que se pratica o budismo quanto os praticantes de
todos os lugares, do passado e do futuro).
Essas três joias também são conhecidas como “três tesouros” ou “três refúgios” e são
consideradas a base da vida espiritual budista.
O princípio de respeito, tolerância e gentileza para com todas as criaturas do mundo, central à fé
budista, representou outro elemento crucial na dispersão budista pelo mundo. Nessa expansão
pelo mundo, o Budismo nunca teve o caráter de um militarismo e em nenhum lado implicou a
ideia de fazer desaparecer outras religiões. Tanto a mensagem como os meios utilizados para
difundi-lo eram benevolentes, sendo que nenhum rei budista tentou propagar a sua religião pela
força. Graças a esses princípios, à medida que o Budismo encontrava resistência ou era
perseguido nos diversos contextos que ingressou, a doutrina adotou ou foi ineficaz ao combater
ideias e crenças locais, incorporando às práticas budistas originais princípios de outras religiões
https://www.todamateria.com.br/budismo/
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/mulher/conheca-um-pouco-da-origem-do-
budismo,f7086ee9f9e27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html
https://namu.com.br/portal/filosofia/filosofias-orientais/origem-do-budismo/
http://www.adherents.com/ largecom/com_buddhist.html
http://www.asiasocietym useum.com/buddhist_trade/traderoutes_overland.html).
http://www.dharmanet.com.br/vajrayana/tibet.htm.

Você também pode gostar