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Zuiho bini

O budismo ensina o princípio de zuiho bini, que significa adaptar os preceitos à localidade, ou seja, nas
questões as quais o Buda não permitiu ou proibiu expressamente, pode-se agir de acordo com o
costume local, desde que o espírito fundamental do budismo não seja violado.

A importância desse princípio é atestada na própria história da propagação do budismo.

Muitos anos após a morte de Sakyamuni, a Ordem Budista dividiu-se em várias escolas pertencentes a
duas principais correntes: a Mahayana e a Hinayana (algumas vezes a palavra hinayana é usada para
referir-se ao Budismo Theravada). A primeira era composta por monges progressistas e a segunda, por
monges conservadores.
A corrente Mahayana partiu da Índia e percorreu o norte da Ásia, chegando à China, Coréia e Japão.
Por onde passou, incorporou a cultura e os costumes locais, evoluindo com o tempo e tornando-se
acessível às pessoas.
O budismo Hinayana expandiu-se para o Ceilão (atual Sri Lanka) e então para os países do sudeste da
Ásia e manteve as práticas budistas primitivas como austeridades e meditações. Com o tempo, as
escolas seguidoras dessa corrente perderam a força e muitas delas desapareceram.

O Budismo de Nitiren Daishonin derivou da corrente Mahayana. Dentre os vários ensinos mahayana, o
Sutra de Lótus, a essência desse budismo, era o mais profundo, capaz de direcionar as pessoas ao
caminho da felicidade na era conturbada dos Últimos Dias da Lei pelo fato de ser universal e
fundamentado na realidade.
A propagação do budismo em escala mundial, a partir de 1960, também deveu-se à aplicação do
princípio de zuiho bini.

Daisaku Ikeda, na época terceiro presidente da Soka Gakkai, considerou esse importante princípio para
assegurar o sucesso da propagação da filosofia budista em países ocidentais, no caso os Estados
Unidos, o Canadá e o Brasil.

No capítulo “Alvorecer”, da Nova Revolução Humana, Shin-iti Yamamoto (pseudônimo de Daisaku


Ikeda na obra) narra sobre esse princípio: “Precisamos pensar também na questão de realizar o
Gongyo sentado na cadeira. Para quem não está acostumado a ficar de joelhos, com certeza é um
sofrimento terrível que pode ser até uma tortura. Desse jeito, mesmo recitando o Gongyo, não é
possível sentir alegria. Por isso, o budismo ensina o princípio de zuiho bini. Isto quer dizer que, desde
que se mantenha fiel ao princípio do Budismo de Daishonin que é a fé no Gohonzon, a forma como
propagá-lo e ensiná-lo pode ser adaptada aos costumes e hábitos de cada localidade e de acordo com
as características e tendências da época. (...)

“O meu maior receio é que os dirigentes caiam na infelicidade de aplicar o mesmo método de atuação
no Japão em todo o mundo, considerando-o como o único e absoluto meio. Isso seria como importar
para todas as pessoas do mundo os modos típicos do Japão. Se pensar que essa é a maneira correta
de fazer a prática da fé, o budismo será visto como um ensino estreito e limitado. Dessa maneira, em

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vez de budismo, será chamado de ‘religião japonesa’. O Budismo de Nitiren Daishonin não é um ensino
apenas para os japoneses, é uma religião para toda a humanidade.”1

A nova forma de realização do Gongyo adotada pelos membros da SGI e a liberdade com que cada
organização nos 183 países e territórios desenvolve suas atividades também são exemplos da
aplicação do princípio de zuiho bini.

No mundo inteiro, o movimento pela paz, cultura e educação floresce e se propaga, mantendo como
base os ensinamentos de Nitiren Daishonin, ou seja, o mais profundo respeito pelo ser humano.

Nota:
1. Nova Revolução Humana, Editora Brasil Seikyo, vol. 1, págs. 24–25.
Fonte:
TERCEIRA CIVILIZAÇÃO, EDIÇÃO Nº 413, PÁG. 5, JANEIRO DE 2003.

Retirado de http://extra2.bsgi.org.br/extranet/principiosbud/zuiho-bini

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