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Nrsimhadeva, o Protetor dos Devotos

Originalmente publicado em Back to Godhead [Volta ao Supremo],


revista fundada por Sua Divina Graça Srila Prabhupada no ano de
1944

Artigo referente à edição do bimestre de novembro/dezembro de


2007
Nrsimhadeva, o Protetor dos Devotos

Lord Nrsimha, Protector of Devotees

por Aja Govinda Dasa

Uma das formas mais deslumbrantes do Senhor Krsna é a de Sri Nrsimhadeva, Sua
encarnação como meio homem meio leão. O Senhor Nrsimha aparece para proteger Seu
devoto Sri Prahlada Maharaja do ateísta rei Hiranyakasipu, o próprio pai de Prahlada.

Prahlada, o Garoto Santo


Sri Prahlada Maharaja era devoto do Senhor Krsna desde seu nascimento, tendo
recebido o conhecimento acerca do serviço devocional ainda no ventre. Certa vez,
durante a ausência de Hiranyakasipu, seus inimigos, os semideus, servos do Senhor
Supremo responsáveis pela a administração do universo, seqüestraram sua esposa para
matarem seu embrião. Eles temiam que aquele embrião pudesse se tornar,
posteriormente, outro poderoso inimigo. Sri Narada Muni, todavia, resgatou a mãe e a
criança após convencer os semideuses que aquele garoto no ventre era um grandioso
devoto do Senhor Krsna. [Veja a seção extra ao fim "Por que Prahlada se torna filho de
Hiranyakasipu"].

No ventre de sua mãe, enquanto ela permanecia no asrama de Narada Muni, Prahlada
ouviu os tópicos transcendentais concernentes às glorias do Senhor, refugiou-se no
infalível abrigo dos pés de Krsna, e se tornou completamente destemido.
Posteriormente, embora fosse apenas uma criança de cinco anos, possuía firme fé na
proteção do Senhor, e invocou essa mesma devoção pura ao Senhor no coração de seus
colegas de sala da escola ateísta de Sukracarya, o guru dos daityas, ou ateístas
descendentes de Diti. Muito enraivecido pela indesviável devoção de seu filho por seu
pior inimigo – o Senhor Visnu, a forma de quatro braços do Senhor Krsna –
Hiranyakasipu sentenciou Prahlada à morte. Os servos de Hiranyakasipu tentaram de
tudo para matar Prahlada. Tentaram matá-lo por fome, por envenenamento, rogando-lhe
maldições, assombrando-o com demônios e fantasmas, mandando um elefante pisoteá-
lo, prendendo-o com cobras venenosas, arremessando-o de altas montanhas e o
atacando com pedras, fogo e gelo. Apesar de todos os esforços de Hiranyakasipu,
Prahlada permanecia intocado, o que fez a ira daquele rei demoníaco crescer ainda mais.

O Plano de Hiranyakasipu para se Tornar Deus


A inimizade de Hiranyakasipu para com o Senhor Visnu começou quando o Senhor, sob
Sua forma como um javali gigante, matou o irmão gêmeo de Hiranyakasipu,
Hiranyaksa, que havia desequilibrado a Terra por gananciosamente minerá-la em busca
de mais e mais ouro. Com a morte de seu irmão, Hiranyakasipu acusou o Senhor Visnu
de parcialidade para com os semideuses: "A Suprema Personalidade de Deus abandonou
Sua tendência de ser equânime para com os demônios e semideuses. Embora Ele seja a
Pessoa Suprema, agora, influenciado por maya [ilusão], Ele assumiu a forma de um
javali para comprazer Seus devotos, os semideuses, assim como uma criança inquieta se
inclina mais a uma pessoa do que a outra".

O Senhor, de fato, nunca demonstra parcialidade para com alguém: samo 'ham sarva-
bhuteshu na me dveshyo 'sti na priyah (Bhagavad-gita 9.29). Ele simplesmente
reciproca cada entidade viva de acordou com seus desejos individuais. O Senhor Krsna
diz no Bhagavad-gita (4.11):

ye yatha mam prapadyante


tams tathaiva bhajamy aham
mama vartmanuvartante
manushyam partha sarvashah
"A todos aqueles que se rendem a Mim, Eu os recompenso proporcionalmente. Todos
seguem o Meu caminho sob todos os aspectos, Ó filho de Prtha". Assim, o Senhor
aparece como a morte para o ateísta e como o salvador amoroso para o Seu devoto; uma
vez que está acima de qualquer idéia de afinidade material.

Para vingar a morte de seu irmão, o poderoso daitya Hiranyakasipu prometeu satisfazer
a alma de seu irmão derramando o sangue de Visnu. Para obter o poder e imortalidade
que precisava, executou penitências humanamente impossíveis, através das quais obteve
favores do senhor Brahma, o criador do universo. Hiranyakasipu pensou que poderia se
tornar Deus através de suas austeridades e penitências pessoais. Ele tolamente concluiu
que, uma vez que o Senhor Visnu estava favorecendo os semideuses, Ele também era
uma alma condicionada comum (influenciada por atração e rejeição) que havia se
tornado Deus através de austeridades. Essa mentalidade é própria dos filósofos
Mayavadis, que dizem que cada alma é Deus iludido por maya e, uma vez que a ilusão
seja dissipada, a alma novamente realiza sua identidade como Deus. Essa teoria,
todavia, é inaceitável quando consideramos a supremacia do Senhor Krsna, a Suprema
Personalidade de Deus, como Ele estabelece no Bhagavad-gita (9.10):

mayadhyakshena prakritih
suyate sa-caracaram
hetunanena kaunteya
jagad viparivartate
"Esta natureza material, que é uma de Minhas energias, funciona sob Minha direção, ó
filho de Kunti, produzindo todos os seres, móveis e inertes. Sob sua ordem, esta
manifestação é criada e aniquilada repetidas vezes". A energia material, maya, é uma
das diversas potências do Senhor Supremo. Sendo maya completamente submissa ao
Senhor, não há nenhuma possibilidade do Senhor Supremo e Absoluto ser controlado
por sua influência. As entidades vivas, todavia, uma vez que são partes diminutas do
Senhor, podem ser iludidas. A teoria Mayavada, de que após a liberação a alma se funde
em Deus, é refutada no Bhagavad-gita (15.7, 2.12), onde Krsna declara que todas as
almas jivas são Suas partes eternas, sendo sempre individuais.

Os Mayavadis também declaram que a concepção mais elevada de Deus é a do


impessoal e todo penetrante nirguna brahman (a Verdade Absoluta destituída de
qualidade, atributos e forma), que aceita um corpo material, como o nosso, sempre que
vem a este mundo. Assim, para os Mayavadis, o Senhor Visnu ou Krsna são saguna-
brahman (Brahman com atributos e formas) que, para eles, quer dizer que estão iludidos
pela energia material, uma vez que não podem entender a transcendência com forma e
qualidades.

Frustrados devido ao sofrimento causado pelo corpo material, os filósofos


impersonalistas concebem a transcendência, ou liberação, como destituídas de
qualidades e atributos. O Senhor comenta sobre essa noção:

avyaktam vyaktim apannah


manyante mam abuddhayah
param bhavam ajananto
mamavyayam anuttamam
"Homens sem inteligência, que não Me conhecem perfeitamente, pensam que Eu, a
Suprema Personalidade de Deus, Krsna, antes teria sido impessoal e que agora assumi
esta personalidade. Devido a seu conhecimento limitado, eles não conhecem Minha
natureza superior, que é imperecível e suprema" (Bhagavad-gita 7.24). Aprendemos,
portanto, através do Bhagavad-gita, que o Senhor Krsna nunca fez nenhuma austeridade
ou penitência para se tornar Deus. Ele é eternamente a Suprema Verdade Absoluta, e as
almas individuais são Suas eternas partes fragmentárias.

Nrsimhadeva mata Hiranyakasipu

Assim como os Mayavadis mantêm a falsa teoria de que uma alma pode se tornar Deus
através de um pouco de penitências, Hiranyakasipu considerava que poderia se tornar
invencível e vencer o Senhor Visnu com seus poderes. Mas Prahlada desafiava seu
poder.

O arrogante Hiranyakasipu rogou-lhe pragas e inquiriu: "De onde você tira forças para
desafiar minha supremacia?".

"O Senhor Visnu é a fonte de minhas forças", respondeu o destemido Prahlada. "Ele é a
origem da força de todos, inclusive da sua".

Ouvir que sua força era produto da graça de Visnu, seu pior inimigo, foi o pior dos
insultos para Hiranyakasipu, que desafiou Prahlada: "Maldito Prahlada, você está
sempre falando sobre um supremo controlador onipresente superior a mim. Se ele está
em todo o lugar, por que, então, Ele não está presente diante de mim neste pilar? Se ele
não aparecer deste pilar, separarei, hoje, sua cabeça de seu corpo com minha espada".

Com essas palavras, Hiranyakasipu golpeou o pilar, do qual ouviu-se um som tão alto
que parecia que a cobertura do universo seria destruída. [Veja a seção extra ao fim
"Como Prahlada Sabia que o Senhor Nrsimha Iria Protegê-lo"].
Para comprovar a afirmação de Seu devoto Prahlada, o Senhor Supremo apareceu do
pilar em uma forma jamais vista, uma forma que não era nem homem, nem leão: a
forma de Sri Nrsimhadeva.

Embora Hiranyakasipu parecesse uma mariposa entrando no fogo quando foi atacar o
Senhor Nrsimha, ele ridiculamente pensou que poderia derrotar o Senhor como fizera
anteriormente com seus demais inimigos. Anteriormente, quando seu irmão fora morto,
Hiranyakasipu, irado, se dirigiu para a residência do Senhor com um tridente em mãos.
O Senhor então desapareceu entrando na narina de Hiranyakasipu. Não conseguindo
achá-lO, Hiranyakasipu considerou que Deus estava morto.

Agora, Hiranyakasipu confrontava o Senhor, que brincou com ele da mesma forma que
um gato brinca com um rato. Quando o sol começou a se pôr, o Senhor Nrsimha
colocou Hiranyakasipu em Seu colo e enterrou Suas garras no torso do demônio.

O daitya exclamou: "Como isso é possível? Meu corpo que está sendo rasgado agora
por Nrsimhadeva é o mesmo corpo que quebrou as presas de Airavata, o elefante de
Indra; é o mesmo corpo que não sofreu nenhum ferimento, mesmo após ter sido
golpeado pelo machado do senhor Shiva". (Nrsimha Purana 44.30)

Nrsimhadeva rasgou o peito pétreo de Hiranyakasipu com Suas garras semelhantes a


diamantes. O Senhor, então, enguirlando-se com os intestinos do rei como se fosse Sua
guirlanda da vitória, e, para convencer os semideuses da morte de Hiranyakasipu, o
Senhor arrancou o coração do daitya.

Como outro aspecto de Sua peça divina, o Senhor de repente se surpreendeu ao ver que
o corpo de Hiranyakasipu havia desaparecido. Quando balançou Suas mãos, todavia, os
pedaços mutilados do corpo de Hiranyakasipu caíram de Suas unhas no chão (Nrsimha
Purana 44.32-35). Assim, entendemos que Hiranyakasipu era apenas um insignificante
inseto se comparado com o leão transcendental, o Senhor Nrsimhadeva, como confirma
Jayadeva Gosvami:

tava kara-kamala-vare nakham adbhuta-shringam


dalita-hiranyakashipu-tanu-bhringam
keshava dhrita-narahari-rupa jaya jagadisha hare
"Ó Keshava! Ó Senhor do universo! Ó Senhor Hari, que assumiu a forma metade
homem, metade leão! Todas as glórias a Ti! Assim como se pode facilmente esmagar
uma vespa entre as unhas, o corpo de Hiranyakasipu, um demônio parecido com uma
vespa, foi dilacerado pelas afiadas unhas de Tuas belas mãos de lótus".

O Senhor Nrsimhadeva derrotou Hiranyakasipu sem contrariar nenhuma das bênçãos


concedidas pelo senhor Brahma, que abençoara Hiranyakasipu para que não fosse
morto:

dentro ou fora de qualquer residência (o Senhor o matou no portal de entrada)

nem durante o dia nem durante a noite (o Senhor o matou no crepúsculo)


nem no céu nem na terra (o Senhor o matou em Seu colo)

nem por homem nem por animal (o Senhor Nrsimha é meio homem, meio leão)

nem por nenhum semideus, demônio ou serpente divina (o Senhor está acima de todas
essas categorias)

nem por qualquer arma ou entidade, corporificada ou não-corporificada (O Senhor


Nrsimha perfurou o daitya com Suas garras, que não são consideradas armas, e o
Senhor é transcendental ao processo de corporificação e descorporificação).

Por fim, Hiranyakasipu não poderia ser morto por nenhuma entidade viva, criada ou não
criada por Brahma. Hiranyakasipu teve o cuidado de garantir que também não seria
morto pelo senhor Brahma, pelo senhor Shiva ou pelo Senhor Visnu, as três deidades
que presidem o universo (as três únicas personalidades que não foram criadas por
Brahma). O Senhor Nrsimha é um lila-avatara, ou encarnação de passatempo do
Senhor Krsna, e não está na categoria que inclui Brahma, Shiva e Visnu, que são guna-
avataras, deidades com o encargo dos três modos da natureza material.

Hiranyakasipu, o ditador do universo, desejou inverter o sistema piedoso criado por


Krsna. Ele queria que os impiedosos fossem recompensados e os piedosos, punidos.
Assim, com a morte de Hiranyakasipu, todos os semideuses e habitantes de diversos
planetas piedosos ofereceram orações ao Senhor Nrsimha, expressando gratidão por o
Senhor ter matado o daitya, que havia roubado suas esposas, riquezas e a parte das
oferendas sacrificiais que lhes cabia. Apenas Prahlada Maharaja, todavia, pôde acalmar,
com suas orações devocionais, a ira transcendental do Senhor Nrsimha, que está
disposto a aparecer sob qualquer forma e em qualquer lugar para proteger Seus devotos
puros.

O Senhor Nrsimha ficou extasiado ao ver a fé inabalável de Prahlada Maharaja, e pediu


repetidas vezes para que ele Lhe pedisse alguma benção. Mas Prahlada, como o mais
compassivo de todos os devotos, se interessa muito mais pelo bem dos outros do que
com o seu próprio; assim, seu único pedido foi que o Senhor salvasse seu pai
demoníaco. Satisfeito, o Senhor Supremo garantiu liberação para vinte e uma gerações
de parentes da dinastia de Prahlada Maharaja.

(extra)

Por que Prahlada se torna filho de Hiranyakasipu


Certa vez, o poderoso Hiranyakasipu subiu até o pico do monte Kailasa, a residência do
senhor Siva, e começou a praticar severas austeridades. O senhor Brahma, o
administrador do universo, sabendo que Hiranyakasipu aterrorizaria todo o universo
com os poderes adquiridos através de suas austeridades, começou a meditar em como
deter o daitya. O sábio Narada garantiu a seu temeroso pai, Brahma, que iria distrair
Hiranyakasipu de seu transe ascético.

Narada e seu amigo Parvata Muni assumiram, então, a forma de dois pássaros e voaram
para o local onde Hiranyakasipu estava em profunda meditação. Lá, eles recitaram três
vezes o mantra om namo narayanaya. Ao ouvir o nome de seu inimigo Narayana, ou
Visnu, Hiranyakasipu atirou uma flecha para matar os pássaros, mas os sábios voaram
para longe.

Tendo já perdido a concentração em suas penitências, Hiranyakasipu se recolheu ao seu


palácio, onde desfrutou da noite junto de sua rainha Kayadhu. Kayadhu perguntou a seu
esposo por que ele havia abandonado sua determinação em executar penitências por dez
mil anos. Ele contou para ela sobre os pássaros que lhe perturbaram cantando em voz
alta o nome de Narayana. O daitya estava desfrutando de forma íntima a companhia de
sua esposa, e seu sêmen foi liberado em seu interior no exato momento em que contou
para ela sobre o mantra om namo narayanaya. Assim, o santo nome do Senhor foi
recitado no momento da concepção de Sri Prahlada Maharaja.

— do Nrsimha Purana 41.7–34

Como Prahlada Sabia que o Senhor Nrsimha Iria Protegê-lo


Como uma das últimas tentativas de matar Prahlada, Hiranyakasipu ordenou a seus
soldados amararem Prahlada com nagapasha (corda de cobra) durante o começo da
madrugada, jogá-lo no mar, e rolarem diversos pedregulhos gigantes para que o
esmagassem no fundo do oceano. Quando Prahlada foi atirado no oceano, todavia, as
ondas levaram o garoto para a costa, onde o transportador pessoal do Senhor Visnu, a
gloriosa ave Garuda, aguardava Prahlada para libertá-lo das cobras que lhe prendiam.
Então, Varuna, o senhor do mar, despertou Prahlada oferecendo-lhe seus respeitos.

Ao reaver seus sentidos, Prahlada orou a Varuna: "Ó senhor do oceano, és muito
afortunado, pois sempre vês o Senhor Visnu, que repousa em uma cama de serpente
sobre tuas águas. Por favor, instrui-me a como vê-lO pessoalmente, bem diante de meus
olhos".

Varuna respondeu: "Querido Prahlada, ó melhor dos yogis, simplesmente ora a Ele em
meditação profunda, e o Senhor, que é o benquerente de Seus devotos, certamente
aparecerá diante de ti".

Tendo respondido, Varuna desapareceu entre as águas.

Sentindo-se desqualificado para alcançar o Supremo Senhor Visnu, Prahlada chorou na


praia com seu coração repleto de pesar, até que desmaiou.

Então, o Senhor Visnu apareceu ali e levantou Prahlada, colocando-o em Seu colo.
Despertado pelas afáveis mãos do Senhor, Prahlada estava com medo, surpreso e
satisfeito por ver o Senhor, e novamente desmaiou em profundo êxtase. O Senhor
abraçou Prahlada, e quando Prahlada recobrou sua consciência, ofereceu reverência no
chão para o Senhor, mas não conseguiu oferecer-Lhe orações.

O Senhor o levantou do chão e disse: "Querido filho, abandone esse medo de Minha
grandeza, pois não Me há ninguém mais querido do que você. Por favor, peça-Me
qualquer coisa que deseje do fundo de seu coração".

Prahlada respondeu: "Meu Senhor, tudo o que desejo é contemplar o néctar de Sua
forma divina, que é raramente vista mesmo pelos mais grandiosos semideuses".

Quando o Senhor insistiu que Prahlada Lhe pedisse uma benção, o grande santo pediu
unicamente devoção imaculada e exclusiva por Ele.

Após abençoar Prahlada dizendo que teria tudo o que desejasse e desfrutaria de todos os
prazeres, o Senhor disse: "Não fique ansioso por Meu desaparecimento, pois Eu nunca
deixo o seu coração. Muito em breve você Me verá novamente, quando, para matar
Hiranyakasipu, Eu aparecerei na forma de Nrsimha – querida pelos santos e mortal para
os ateístas".

— do Nrsimha Purana 43.28–85

O Dia do Aparecimento Transcendental de Nrsimhadeva


Um dos capítulos do Padma Purana, o Uttara Khanda, descreve as glórias do Sri
Nrsimha Caturdashi, o dia do aparecimento transcendental do Senhor Nrsimha. Nesse
capítulo, o senhor Siva narra a seguinte história pra sua esposa Parvati:

Depois que o Senhor Nrsimha derrotara Hiranyakasipu, Prahlada ofereceu-Lhe orações


com profunda devoção e, então, perguntou ao Senhor: "Como pude eu, meu Senhor,
obter a raríssima posição do serviço devocional puro à Suprema Personalidade de
Deus?".

O Senhor Nrsimhadeva respondeu: "Prahlada, em sua vida anterior você foi um indigno
filho de um brahmana. Rejeitando as escrituras Védicas, você era extremamente
apegado a diversas atividades pecaminosas. Simplesmente por observar completo jejum
– de alimentos e de água – no auspicioso dia de Meu aparecimento, o Sri Nrsimha
Caturdashi, você obteve o serviço devocional puro por Mim. E todo aquele que observa
esse jejum, Eu lhe garanto eterna bem-aventurança, desfrute e liberação".

O Senhor Nrsimha é uma forma eterna do Senhor que aparece em diversos universos em
diferentes momentos para executar Seus passatempos divinos. Seu Nrsimha Caturdashi,
o décimo quarto dia lunar da lua crescente do mês de Madhusudana, é, portanto,
eternamente um dia sagrado, no qual Seus devotos jejuam a fim de glorificarem o
aparecimento transcendental do Senhor.
Tradução por Bhagavan dasa (DvS)

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