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PROCESSO COMUM DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – 3 FASES

A recuperação judicial faz parte do Direito Empresarial. A Lei 11.101/05 divide o


processo em três fases: postulatória, deliberativa e executória.
A fase postulatória representa a fase em que se entra com o pedido de
recuperação judicial, essa fase inicia-se com o devedor contando toda a vida empresarial
da empresa até onde teve a crise-econômica-financeira, juntando toda a documentação
necessária. Este pedido é feito por meio de uma petição inicial. No artigo 51 da Lei
11.101/05, estão elencados os documentos que devem ser anexados à petição.
Toda essa documentação é avaliada pelo magistrado responsável pelo caso,
que decide se defere ou não o processamento do pedido de recuperação judicial, caso o
juiz tenha dúvida acerca do caso, este pode contratar um espect. no assunto, a exemplo
do contador. Esse despacho judicial que concede o processamento da recuperação
judicial é o momento em que se encerra a fase postulatória.
Além disso, tendo o juiz deferindo o pedido de recuperação judicial, o magistrado
realizará uma serie de atos de cunho processual e mandará publicar em editais,
conforme o art. 52, dentre esses atos no 52, § 2º, os credores poderão requerer a
convocação de assembleia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou a
substituição de seus membros, a qualquer tempo. Além disso, no art. 52 § 4º é dito que
o devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento do
seu pedido, a não ser que haja a aprovação da desistência por parte da assembleia-geral
de credores.
Ademais, após a aprovação do pedido de processamento da recuperação judicial
ocorrerá a fase deliberatória, a qual é marcada pela discussão e a aprovação do Plano de
Recuperação Judicial. Essa fase inicia-se no art. 53 da Lei. 11.101/05, no qual é dito no
seu caput que o Plano de Recuperação será apresentado pelo devedor num prazo
improrrogável de 60 dias da decisão que defere a recuperação judicial, ou seja, do
despacho judicial, sob pena de decretação de falência. Esse Plano irá detalhar mais
como o prejuízo será transformado em lucro.
No art. 53, parágrafo único, é dito que o juiz ordenará a publicação de edital
contendo aviso aos credores sobre o plano, o qual deverá ser votado pelos credores na
assembleia. Essa aprovação depende da maioria dos votos e não cabe acordo
extrajudicial para que este ocorra de maneira diversa.
Diante disso, ocorrerá os debates acerca do Plano, se os credores ficarem
satisfeitos, resta apenas que o juiz profira a decisão que conceda o benefício, conforme
o art. 58 da referida lei, desse modo, depois de o juiz conceder a recuperação judicial do
devedor é encerrada a fase deliberatória.
A terceira fase do processo comum de recuperação judicial é a fase executória,
nessa fase o devedor deve cumprir todas as obrigações previstas no plano, sob pena de
acarretar a convolação da recuperação em falência. Nessa fase, cabe ao Judiciário e aos
credores a fiscalização do cumprimento do plano.
É importante ressaltar que o descumprimento do plano provoca a recuperação
em falência e o seu cumprimento, no devido prazo, resulta em sentença que decreta o
encerramento das fases do processo de recuperação judicial.

Essa fase inicia-se quando o juiz concede a recuperação judicial, conforme o art.
58. Já o seu encerramento é quando o juiz proferir a sentença que decreta encerrada a
recuperação, conforme o art. 63 da referida lei.

BIBLOGRAFIA

Martins, Fran. Curso de direito comercial / Atual. Carlos Henrique Abrão – 40. ed. rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.
Vido, Elisabete Curso de direito empresarial / Elisabete Vido. – 8. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.
Direito empresarial esquematizado / Edilson Enedino das Chagas. Imprenta: São Paulo,
Saraiva, 2019
Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas, v. 3 /. Marlon
Tomazette. – 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017

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