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Robert Nozick

Robert Nozick afirma que os indivíduos têm direitos, e há coisas que nenhuma pessoa ou grupo
pode fazer com os indivíduos sem lhes violar os direitos. De acordo com este filósofo uma
pessoa tem direito ao que adquiriu de forma legítima e o fosso entre pobres e ricos só poderá ser
considerado injusto se for resultante de meios injustos como o roubo ou a fraude. Para ele, um
Estado justo em relação aos seus cidadãos nada mais é do que um Estado que respeita a
conduta individual. Ele afirma que um Estado não tem o direito de forçar uma pessoa mais
privilegiada a contribuir com um menos favorecido a fim de que este tenha seu bem-estar
aumentado. Se for forçado, seja pelo Estado, seja por alguém, a contribuir para o bem-estar de
terceiros, os direitos estarão a ser violados. Defende que sejam quais forem os princípios da
justiça escolhidos na posição original, continuaria a haver entre as pessoas trocas inocentes e
voluntárias de bens ou serviços, da mesma forma que as pessoas continuariam a oferecer bens
umas às outras. Mesmo que a riqueza e a propriedade estivessem distribuídas em conformidade
com o princípio da diferença, as pessoas geriam-nas de diferentes maneiras. Nesse caso, o
estado teria de intervir, redistribuindo a riqueza e a propriedade através de meios como a
cobrança de impostos, e exigiria uma interferência contínua e sistemática do estado na vida dos
indivíduos. Diante disso, Nozick afirma que o Estado Mínimo é o mais extenso que se pode
justificar. Qualquer outro mais amplo, viola os direitos dos cidadãos.

Crítica comunitarista de Michael Sandel

Segundo Sandel, a comunidade é anterior ao indivíduo e é ela que o define, que lhe dá
identidade. Por isso, os princípios morais não podem ser construídos ao arrepio das práticas
dominantes e das obrigações existentes na nossa comunidade. Portanto, revelar esses
princípios significa interrogar quem somos, como nos situamos e o que é o bem para nós. Isto
exige que nos perguntemos o que é bom para a comunidade, visto que somos «parcialmente
definidos pela comunidade em que vivemos» e, consequentemente, implicados nos objetivos e
fins característicos dessa comunidade. A nossa preocupação não deve ser perguntar «que
direitos tenho?», mas perguntar «qual é o nosso bem comum?». Sandel mostra-nos que nossa
identidade (social, cultural, étnica) é, na verdade, determinada por fins que não foram escolhidos
por indivíduos isolados ou desinteressados, mas descobertos pela nossa inserção num
determinado contexto social.
Sandel acredita não ser possível o primado da justiça se realizar empiricamente, pois seria
improvável ou até mesmo impossível a generalização social por tal argumento, ao menos
quando pensado em ser aplicado para todo o espectro das instituições sociais. Deste modo, o
que devemos fazer é apenas analisar mais intimamente a nossa própria comunidade e tradição
moral para descobrirmos quais são os nossos valores e o que é necessário para os
protegermos. Michael Sandel critica John Rawls por este achar que a justiça é a primeira virtude
das instituições sociais e políticas. Segundo Sandel, para que isso fosse assim, nós teríamos de
ser pessoas independentes dos nossos interesses e afetos particulares para conseguirmos
escolher princípios da justiça universais. Deste modo, é como se as pessoas fossem anteriores
aos seus «fins», à sua situação social, o que implica uma conceção de pessoa completamente
abstrata, aquilo que ele chama de sujeito radicalmente desincorporado, e que seria o oposto do
que efetivamente somos - sujeitos radicalmente situados.

Carolina Sequeira nº11 10ºD

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