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2009/2010
Dezembro 2010
1
“Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
2
Dedico ao meu marido, que sempre me apoiou nos momentos mais difíceis,
aos meus filhos, 4 doces, pela felicidade constante que me dão
e aos meus pais que me ensinaram que a sabedoria e a honestidade são
os bens mais preciosos que se pode ter.
A todos obrigado pelo amor, confiança e por tudo o que fizeram por mim
3
Preâmbulo
Este trabalho pretende dar uma panorâmica sobre o consumo em Portugal, nos últimos anos
de medicamentos antidepressores e ansiolíticos usados em medicina convencional assim
como o consumo de medicamentos e produtos à base de plantas com os mesmos efeitos
terapêuticos- Parte I.
Sabendo-se que cada vez mais, existe a procura de produtos à base de plantas, pretende-se
aqui dar uma visão dos que são mais vendidos em farmácia comunitária, assim como das
principais interacções destes, com os medicamentos convencionais - Parte II.
Introdução
A rotina da vida moderna faz com que apareçam sintomas como o stress, o cansaço e a
perca de tranquilidade para nos mantermos activos e bem comnosco próprios. O cérebro é o
responsável pela produção de substancias químicas - neurotransmissores, que comandam o
nosso estado de espírito. Destas substâncias destacam-se a serotonina, a noradrenalina e a
dopamina,[2] que têm uma enorme influência sobre os nossos estados de ânimo, sensações de
bem estar e humor.
A alimentação também tem uma enorme importância nos níveis de serotonina, pois estes
são regulados pela ingestão de alimentos ricos em triptofano, aminoácido seu percursor
(Kapczinski, Flavio et al.,1998). Dietas de emagrecimento muito pobres em gorduras e em
hidratos de carbono podem levar a estados de depressão e agressividade (Bjork et al. 1999).
Vitamina B1- Auxilia o funcionamento do sistema nervoso, tendo tambem papel importante
nas funções cognitivas e memória. Fontes: Lentilhas, soja, milho verde e cereais integrais.
Vitamina B12- É importante para o humor, pois participa no transporte de ácido fólico,
substância que em níveis baixos, pode levar à depressão. Fontes: Leite e derivados, atum
carne bovina e ovos.
4
Fontes: Espinafres, Verduras de folha escura, soja, laranja, melão e maçã.
Selénio- este mineral com acção antioxidante tem grande participação no humor. Pessoas
carentes em selénio tendem a ser depressivas, irritads e ansiosas. Fontes: Nozes, amêndoas,
sementes de girassol, peixes e trigo integral.
A depressão é uma doença que afecta o estado de humor, deixando a pessoa com
predomínio anormal para a tristeza.
Existem dois tipos de depressão: A unipolar e a bipolar[7].
A depressão unipolar consiste num transtorno afectivo caracterizado por uma combinação
de tristeza, desespero, sensação de culpa e vazio, medo, nervosismo, desinteresse por
actividades supostamente agradáveis, pensamentos de morte e suicídio e falta de energia.
A causa pode ser conhecida ou não ser especifica, facto que geralmente está ligado a
factores bioquímicos ou genéticos.
A depressão bipolar é uma associação entre a depressão e a mania, onde se enquadra o
síndrome de pânico e o transtorno obsessivo compulsivo -TOC
A depressão está associada a episódios de grande duração, altas taxas de cronicidade,
recaídas e a elevada morbimortalidade. Pacientes com formas graves apresentam um risco
de morte por suissídio de 15%.
O tratamento de primeira linha (Powell V. B. et al, 2008), para a maioria dos doentes com
depressão consiste em medicação antidepressiva, psicoterapia ou uma combinação de
ambas. Como resultado, os medicamentos antidepressivos estão entre os medicamentos
mais frequentemente prescritos .
Estes têm demostrado eficácia no controlo sintomático das perturbações depressivas do
humor[8].
O mecanismo de acção dos antidepressores é complexo e envolve uma resposta demorada (4
a 6 semanas) de adaptação dos receptores das aminas biogénicas[6]. Distinguem-se
principalmente pelo seu perfil de reacções adversas e por propriedades farmacocinéticas,
mais do que pela eficácia terapêutica.
Não devemos esquecer, que muitas vezes o insucesso dos tratamentos se deve não só à
dosagens desajustadas, como à pressa em obter resultados visíveis.
A depressão como síndrome clínico, está inserida em várias entidades psiquiátricas pelo que
se define actualmente como Alterações de Humor e do Sono.
7
Parte I
Métodos utilizados
Para este trabalho, foram utilizados dados fornecidos pelo INFARMED (Autoridade
Nacional do medicamento e produtos de Saúde IP ) através do Observatório do
medicamento e produtos de saúde (OMPS). Os dados de consumo são fornecidos
mensalmente pelas sub-regiões de saúde-ARS(s), que contêm dados sobre valores de preços
de venda ao público - PVP e número de embalagens dispensadas - EMB, de todas as
especialidades farmacêuticas comparticipadas pertencentes ao grupo fármacoterapêutico-
Medicamentos com acção sobre o sistema nervoso central -SNC, e dos subgrupos 2.9.1-
Ansiolíticos, Sedativos e Hipnóticos e 2.9.3- Antidepressores, em ambulatório, em Portugal
Continental com receita do Serviço Nacional de Saúde- SNS[5].
Para este estudo, embora sejam apresentados valores em PVP, estes só são mostrados a
título informativo, uma vez que as diferentes políticas sobre os preços dos medicamentos e a
introdução no mercado dos medicamentos genéricos e de preços de referência, influencia os
dados de forma significativa, não podendo tirar-se conclusões reais a partir destes, sobre a
evolução das doenças do foro da ansiedade e depressão e do consequente consumo de
medicamentos.
Para os dados comparativos, foram usados apenas o número de embalagens vendidas
-EMB. O facto de ter sido introduzido no mercado medicamentos com dosagens mais altas
em valeriana e raiz de valeriana, pode também influenciar os resultados, visto o universo de
medicamentos à base de plantas ter variado, mas foi considerado desprezível.
Também se utilizaram dados fornecidos pela Associação Nacional das Farmácias -ANF, e
incluem as vendas em valor e em volume de embalagens, relativas aos anos 2008, 2009 e
year to date –YTD, Set 2010, para os medicamentos incluídos nas categorias
farmacoterapêuticas:- ansiolíticos, sedativos e hipnóticos 2.9.1 e antidepressores 2.9.3.
Também para estes, só foram considerados os dados em EMB, pelos mesmos motivos
descritos anteriormente. De salientar que os dados dizem respeito a vendas das farmácias
para os utentes, independentemente de terem sido comparticipados ou não, e para todas as
8
entidades - "Sell-Out", e são valores extrapolados para o universo de todas as Farmácias do
País.
2009 475.941185,00 33 161 500 272 985 698,00 18 912 810 174.429.468,00 16.542.659
Fonte: INFARMED
35000000
30000000
25000000 Medicamentos com acção
no SNC
20000000
Psicofarmacos
15000000
10000000 Med. Sub grupos 2.9.1 e
2.9.3
5000000
0
2007 2008 2009
Gráfico I – Variação em EMB de medicamentos com acção no SNC, de psicofármacos e de ansiolíticos, sedativos
e hipnóticos e antidepressores
11850000
11800000
11750000
11700000
11650000
11600000 Medicamentos do sub
11550000 grupo 2.9.1
11500000
11450000
11400000
11350000
2007 2008 2009
10
4900000
4800000
4700000
4600000
4500000 Medicamentos do
4400000 subgrupo 2.9.3
4300000
4200000
4100000
2007 2008 2009
11
370000
360000
350000
340000
330000 Medicamentos
320000 contendo valeriana
310000 e raiz de valeriana
300000
290000
280000
2007 2008 2009
30000
25000
20000
5000
0
2007 2008 2009
12
20000000 Total embalagens
vendidas subgrupo 2.9.1
Total embalagens
0 vendidas SNS subgruppo
2008 2009 2008 2009 2.9.3
Gráfico V I - Nº de embalagens totais vendidas versus total de embalagens comparticipadas pelo SNS de
medicamentos dos subgrupos farmacoterapeuticos 2.9.1 e 2.9.3
1000000
800000
0
2008 2009
Gráfico VI I - Nº de embalagens totais vendidas versus total de embalagens comparticipadas pelo SNS de
medicamentos contendo valeriana e raiz de valeriana
35000
30000
25000
20000 Total de embalagens
vendidas
15000 Total de embalagens
10000 comparticipadas
5000
0
2008 2009
GráficoVIII - Nº de embalagens totais vendidas versus total de embalagens comparticipadas pelo SNS de
medicamentos contendo Hipericão
13
Nestes dois gráficos - VII e VIII, em que se comparam valores de nº de embalagens totais
vendidas nas farmácias portuguesas e valores de nº de embalagens vendidas por prescrição
médica e comparticipadas pelo SNS mostra bem a situação de que estas plantas são
consumidas em grande quantidade em automedicação, sem controlo e orientação médica, e
de salientar que estamos apenas a comparar o universo de especialidades farmacêuticas e
não o total de produtos à base de valeriana/raiz valeriana e hipericão.
Na tabela V pode ser visualizado o valor dos medicamentos para o tratamento do Sistema
Nervoso Central só ser ultrapassado pelos medicamentos para o tratamento do aparelho
circulatório, pese embora, dentro dos primeiros existam 13 grupos[10], sendo apenas os
subgrupos 2.9.1- ansiolíticos, sedativos e hipnóticos e 2.9.3- antidepressores, o alvo deste
trabalho. Como já vimos anteriormente, estes dois subgrupos terapêuticos, representam uma
média de 58,1% do total dos medicamentos usados no tratamento de problemas do SNC.
14
Também existem variações sazonais no consumo de medicamentos antidepressores e
ansiolíticos, conforme pode ser observado nos gráficos seguintes:
2000000
1800000
1600000
1400000 2008
1200000 2009
1000000
800000 2010
600000 Linear (2010)
400000
200000
0
r il
Fe eiro
Ag o
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ço
Se o
ze b
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Ou b
N o ro
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t
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b
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te
m
tu
n
Ju
M
v
ve
Ja
800000
700000
600000
2008
500000
2009
400000
2010
300000
Linear (2010)
200000
100000
0
r il
ro
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ço
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Ju
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v
Ja
ze
v
Fe
16
Parte II
Existem várias dezenas de plantas cujas indicações terapêuticas estão relacionadas com
uma acção no SNC. Para algumas destas plantas, as indicações terapêuticas e propriedades
farmacodinâmicas indicam uma potencial actividade ansiolítica e ou sedativa ou
antidepressora. As plantas que mais frequentemente se encontram em medicamentos e
produtos à base de plantas indicados nestas perturbações, e que têm o seu uso oficialmente
reconhecido, pela comissão E, são[1]:
Com indicação terapêutica para a ansiedade Com indicação terapêutica para perturbações do humor
17
Com indicação terapêutica para a depressão Com indicação terapêutica para perturbações do SNC
Muitas outras podem aqui ser referidas, como sejam Scutelaria baicalensis, Panax ginseng
Narthostachys jatamansi, Turnera diffusa, Magnolia officinalis, Matricaria chamomilla
Tilia europaea, Crataegus oxyacanta, mas não é objectivo deste estudo fazer uma
identificação exaustiva das plantas cuja indicação de uso tradicional possa estar relacionada
com a ansiedade e a depressão.
18
Hipericão Sumidades floridas- Extrato seco
doseado a 0,25mg de hipericinas Cápsulas Estados depressivos
ligeiros
Arkocapsulas totais - 185mg
Problemas de humor
Baixa de moral
Stress
Ansiedade
Ginkgo Pó integral criotriturado doseado
0,5% de flavonóides-180mg Cápsulas Prevenção do
envelhecimento
Arkocapsulas cerebral
Zumbido nos ouvidos
Passiflora Parte aérea- Pó integral
criotriturado doseado a 2% de Cápsulas Ansiedade
Insónias
Arkocapsulas flavonoides - 230mg
Stress
Substituição dos
hipnóticos e
ansioliticos quimicos
Valeriana Raiz- Pó integral criotriturado
doseado a 0,5% de óleo essencial Cápsulas Insónia
Ansiedade
Arkocapsulas -270mg
Angustia
Desintoxicação
tabágica
Sedatif PC** Aconitum napellus 6 CH -0,5mg
Atropa belladonna 6CH – 0,5mg Comprimidos Estados ansiosos e
Calendula officinalis 6 CH- 0,5mg emotivos ligeiros:
Chelidonium majus 6 CH -0,5mg Ansiedade,
Abrus precatorius 6 CH- 0,5mg
Vibumum opulus 6 CH- 0,5mg
Hipersensibilidade
emocional e
Irritabilidade.
Perturbações ligeiras
do sono, devidas a
esses estados.
Passival 500mg Extrato seco
valeriana-500mg
de raiz de
Comprimidos Tensão nervosa ligeira
e dos distúrbios do
sono.
Stresscalm* Passiflora 51mg
Camomila 30mg Drageias Stress
Extrato mole de valeriana 26mg Ansiedade
Extrato fluido alface 25mg Nervosismo
Estrato fluido de Espinheiro Alvar
21mg
Dificuldade de
Raiz de Valeriana 10 mg concentração
Extrato fluido de Lupulo 8mg Dificuldade em
Vitaminas
adormecer
Normasleep* Extrato seco de Passiflora
Incarrnata- 250mg (standarizado Cápsulas Tensão nervosa
em 2,2-2,8% de Vitexina) Ansiedade ligeira
Extrato seco de Humulus Insónia ligeira ou
lupulus-100mg (standarizado Min
o,3% rutina)
moderada
Magnésio (sob a forma de óxido)
45,25mg- 15% D.D.R.
19
Sedivitax Bio Passiflora folhas-titulado em
flavonoides totais expressos em Saquetas Relaxante
Tranquilizante
tisana* vitexina >2,5%- 400mg
Anis Verde Frutos titulado em
2gramas Reparador do sono
essência >20mg/kg- 400mg
Mellissa folhas titulado em àcido
rosmarínico >3,5% - 300mg
Camomila flores titulado em
flavonoides apigénicos similares
>0,2% - 300mg
Tilia flores titulado em flavonoides
totais expressos como
isoquercitrina >0,5% - 240mg
Alcaçuz raiz titulado em ácido
glicirrízico >4%- 200mg
Laranja doce casca titulado em
essência >10ml/kg -130mg
20
e concentração.
(Riboflavina), Vitamina B12
Stress
(Cianocobalamina),Vitamina C Alimentação inadequada
(Ácido Ascórbico),Vitamina D, Doença que impõem
Vitamina E, Vitamina B3 (Niacina, exigências adicionais em
Nicotinamida, Vitamina termos de nutrição e quando
PP),Vitamina H (Biotina),Vitamina a suplementação de
B9 (Ácido Fólico, vitaminas e minerais é
necessária.
Minerais Magnésio, Melhora a tensão física e
mental.
Oligoelementos(Ferro,Cobre, Influencia positivamente e
Manganês, Zinco, Selênio, Lecitina fortalece o sistema
de soja imunológico.
Grande parte destes produtos, a única advertência que contêm é não ser administrado a
grávidas e lactantes e a crianças com idades inferiores a, não contendo quaisquer indicações
de possíveis interacções medicamentosas, sendo estas omissas ou com a indicação de que
não apresentam interacções.
Devido à aceitação popular, os usos medicinais devem-se sobretudo à crença de que além
de eficazes não têm efeitos adversos.[11]
Interacções
21
O efeito esperado na sequência da administração de um fármaco é alterado pela acção de
outro fármaco ou qualquer outro xenobiótico(Boletim do CIM Março/Abril 2008-Rof 82),
(Barros R. L.F.,2010)[ 12].
Das interacções surgem consequências:
1- Diminuição dos efeitos farmacodinâmicos com consequente compromisso da
eficácia terapêutica, ou
2- Potenciação dos efeitos farmacodinâmicos, com compromisso da eficácia
terapêutica e/ou com consequências adversas de gravidade não desprezível.
Mecanismos de interacção[13]
Mecanismos farmacodinâmicos:
A capacidade de interacção do fármaco com o respectivo site de acção é alterada pela
presença de outro fármaco.
• Podem resultar do uso concomitante de dois fármacos com uma ou mais acções
farmacodinâmicas comuns (interacção aditiva ou sinérgica), opostas ou antagonistas
• Alterações na absorção
• Alterações na distribuição
22
Obesidade
Do ponto de vista toxicológico, deve considerar-se que as plantas e os produtos à base das
mesmas não têm somente efeitos imediatos e facilmente relacionáveis com a sua ingestão,
mas também efeitos a longo prazo e de forma assintomática, como efeitos carcinogénicos,
hepatotóxicos e nefrotóxicos(Nicoletti M.A.,2007, Infarma, v.19, nº 1/2)
Tabela VII- Principais interacções entre plantas com actividade ansiolítica e/ou sedativa e
antidepressora e os principais grupos medicamentosos
23
Crataegus -Ácidos carboxílicos -Potencia os efeitos dos digitálicos
oxyacanta [14],[15] triterpénicos - (digoxina)e dos agentes hipotensores
Procianidinas-procianidol, e vasodilatadores como:
epicatecol
Inibidores da ECA (inibidores da
-Fitoesteróis
-Flavonóides-Hiperosideos, enzima conversora da angiotensina)
galactosídeos, (captopril, enalapril, ramipril), Beta-
quercetina,vitexina Bloqueadores(atenolol, metoprolol,
-Taninos propranolol),
- Aminas aromáticas - bloqueadores dos canais de cálcio
Purinas - ( verapamil, nifedipina, diltiazem) e
Óleos essenciais
de nitratos orgânicos (nitroglicerina).
-Diminui os efeitos da Fenilefedrina
(vaso constritor muito usado em
descongestionantes nasais)
-Potencia o efeito vasodilatador do
cloridrato de sildenafil
-Potencia o efeitos das bebidas
alcoólica
-Potencia o efeito dos sedativos
29
-Isocarboxazid
- Fenelzina Tranilcipromina
31
confusão, agitação e desorientação.
Conclusão
32
• Pese embora em Portugal não existirem estudos epidemiológicos ou dados fiáveis,
que revelem a tendência crescente da procura de produtos à base de plantas e dentro
destes, dos que têm propriedades ansiolíticas e antidepressoras, esta tendência parece
comprovada pelo aparecimento nas grandes superfícies comerciais de secções
inteiramente dedicadas a produtos medicinais à base de plantas e aí aparecer sempre
várias formulações com indicações terapêuticas como “regulador do sono”,
“calmante”, para situações de “stress”, “tensão psíquica” ou “desgaste”.
• Devido ao facto de serem introduzidas no mercado sob diversas formas -
medicamentos sujeitos a receita médica, medicamentos não sujeitos a receita médica,
medicamentos homeopáticos e suplementos, por serem vendidos em farmácias, para
farmácias, ervanárias, lojas especializadas em produtos naturais, grandes superfícies
comerciais e em mercados tradicionais de produtos agrícolas, leva a que seja difícil
quantificar o seu consumo.
• Devido à procura de plantas medicinais ter vindo a aumentar ao longo dos últimos
anos e de nos países industrializados as autoridades de saúde tenham tentado
corresponder a esta procura crescente, tentando estabelecer metodologias e critérios
de modo a garantir a segurança destes produtos, criando-se até na União Europeia, na
Agencia Europeia do Medicamento - EMA, em 2007 um grupo de trabalho sobre
medicamentos à base de plantas, que deu origem ao actual Herbal Medicinal
Products Committee (HMPC), e nos Estados Unidos, o National Intitutes of Health
ter criado em 1998 o Nacional Center for Complementary and Alternative Medicine,
existe uma lacuna ainda muito importante por preencher: Uma única entidade que
faça a recolha de efeitos adversos e interacções medicamentosas. Muitas destas
informações chegam ao Infarmed, departamento de farmacovigilância através de
organismos como o centro de informação antivenenos e do GPP do Ministério da
Agricultura.
33
Bibliografia
Artigos relacionados
36