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UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ALTERNATIVOS PARA O ENSINO DE

QUÍMICA
Gessiany Victoria Gurgel do Carmo

O Comportamento dos gases têm sido objeto de estudo da comunidade científica


por bastante tempo e graças a isso foi possível fazer descobertas importantes, como
ajudar no entendimento de como funciona algumas reações químicas, aprender como
muitos dos compostos gasosos participam de processos para a manutenção da vida e
saber como utilizar as propriedades desses gases para resolver e explicar problemas do
nosso cotidiano. Por se tratar de um tema importante, novos pesquisadores na área de
ensino se preocupam em repassar esse conteúdo de uma forma clara, seja adotando
métodos alternativos de experimentação ou fazendo uso de simuladores, para
proporcionar um maior entendimento aos alunos sobre os gases e suas características,
além de trazer algo novo para sala de aula. Esse é o caso dos pesquisadores SANTOS et
al., PEDROSA e PAIVA, em seus respectivos trabalhos: “Determinação da Constante
Universal dos Gases: uma proposta de abordagem alternativa” e “Aplicação, avaliação e
desenvolvimento de um recurso digital sobre gases para o ensino da Química”.
Ao analisar os dois artigos de maneira superficial, percebe-se logo de cara uma
diferença entre as maneiras de escrever, em que o texto de SANTOS et al. apresenta
alguns erros ortográficos que passaram despercebidos, enquanto o de PEDROSA e
PAIVA apresentou um trabalho muito bem escrito. Os erros cometidos no primeiro
texto podem ser fruto de uma falta de experiência com a pesquisa, uma vez que o grupo
pertence a um estágio supervisionado, enquanto a segunda pesquisa foi realizada por
uma docente.
Os dois artigos optaram pelo uso de meios alternativos para o ensino de química,
embora os instrumentos e os métodos usados tenham sido diferentes. No trabalho de
SANTOS et al., os objetivos almejavam utilizar materiais alternativos para criar um
sistema capaz de determinar a constante dos gases por meio de um experimento e
avaliar a aprovação dos alunos com esse experimento. O segundo artigo optou por uma
abordagem diferente, em que os autores visavam usar um simulador, avaliar se ele era
suficiente para ensinar o conceito de gases e buscar maneiras de melhorar esse recurso
digital.
Dentre os métodos adotados, os autores do artigo 1 apostaram na montagem de
um sistema desenvolvido a partir de materiais reutilizados e na aplicação de dois
questionários a uma turma de ensino médio. O primeiro questionário continha questões
sobre os conteúdos dados em sala de aula e o segundo referente a opinião dos alunos em
relação aos experimentos que eles realizaram. A metodologia usada por PEDROSA e
PAIVA consistia em realizar testes com duas turmas distintas, no qual a turma
experimental iria aprender somente através do simulador e de um roteiro. As duas
turmas passaram por dois testes, que mediam o entendimento dos alunos antes e depois
da utilização do simulador.
Os resultados obtidos com experimento de SANTOS et al. para a determinação
da constante dos gases mostrou valores muito próximos com o da literatura, com
exceção de um dos grupos de alunos que obteve um erro maior que 50%, já em relação
aos questionários, os alunos se mostraram favoráveis para o uso de atividades
experimentais, mas que apesar disso a maioria dos professores da escola não faziam uso
do laboratório. O segundo trabalho constatou através dos questionários que o grupo
experimental obteve um rendimento menor que a outra turma na maioria das questões,
mas que eles obtiveram um aumento no acerto das questões depois do uso do simulador
de gases. Graças a essa comparação, o aplicativo foi avaliado e o grupo de
pesquisadores elaborou 20 sugestões para o melhoramento do simulador, dos quais 11 já
puderam ser aplicados.
Os autores dos dois trabalhos concluíram que a adoção de métodos alternativos
apresenta vantagens para o ensino, de maneira que os alunos demonstram mais interesse
durante as aulas e em como eles demonstram uma melhora no entendimento sobre os
assuntos.
Um ponto negativo que pode ser citado sobre o trabalho de SANTOS et al. é
sobre os detalhes da montagem do equipamento criado por eles, pois a descrição não é
muito fácil de compreender e isso pode acabar tornando sua reprodução um pouco
difícil para quem se interessar pelo método. PEDROSA e PAIVA trouxeram uma
pesquisa interessante, apesar dos resultados com a turma experimental serem um pouco
inferiores ao da turma de controle, sua interpretação dos resultados foi muito clara e
organizada. Tendo em vista o que foi apresentado, as duas ideias propostas nas
pesquisas são bastante válidas, posto que elas podem ser bem aproveitadas por escolas
que não possuem bons equipamentos ou um espaço físico para utilizar como
laboratório, mas vale lembrar que cabe ao professor saber utilizar essas ferramentas da
maneira correta, ou seja, em consonância com suas aulas. A aula do professor não pode
ser substituída pelo uso de um desses recursos, mas estes servem para complementar
aquilo que se quer ensinar de uma maneira didática e que chama atenção do aluno.

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