Você está na página 1de 8

FAUSTO, Boris. História do Brasil.

São Paulo: editora


USP, 2006. Cap. 4 (A Regência (1831 - 1840).

Abdicação de D. Pedro I
Período de Regência até 1840 (quando se deu a Maioridade Antecipada de D. Pedro II)
3 regentes

1834 - 1 regente
Temas:
- Unidade Territorial do Brasil
- Temas de centralização ou descentralização do poder
- Grau de autonomia das províncias
- Organização das Forças Armadas

*Dificuldades em se adotar prática liberal que fugisse dos males do Absolutismo


* Violentos choques entre as elites
*Predomínio do interesse de grupos locais

+/- 1850: a Monarquia centralizada se consolidou - quando as últimas rebeliões provinciais


cessaram;

Tendência Política Vencedora após 7 de Abril:

Liberais Moderados: políticos de MG, SP e RJ, padres, graduados em Coimbra.

AS REFORMAS INSTITUCIONAIS (Lucas M.)

● Qual a razão do termo “regencial?” (pág. 161)


○ R: pois o país foi regido por figuras públicas em nome do Imperador até que
este alcançasse a idade para governar
● Quem eram e que aspecto político defendiam os liberais moderados, os exaltados e
os caramurus? (pág. 162)
○ Liberais moderados: Membros da maçonaria, políticos de MG, SP e RJ,
padres, graduados de Coimbra e donos de terras e escravos (Bernardo
Pereira de Vasconcelos -MG, Padre Diogo Feijó-SP, Evaristo da Veiga-RJ)
○ Oposição: Exaltados: defensores da federação e liberdades individuais
(Cipriano Barata, Borges da Fonseca) - raíz do republicanismo
○ Caramurus, marinheiros, marotos, pés de chumbo: absolutistas, em grande
parte portugueses, burocratas, grandes comerciantes e parte do Exército.
Clamavam pela volta de D. Pedro
● Nas questões de Direito, que ordenamentos passaram a compor o cenário brasileiro
no período regencial? (pág. 163)
○ R:
○ 1832 -
○ 1832- Instauração do Código de Processo Criminal
○ implementa o júri para julgar a maioria dos crimes,
○ deu maiores poderes ao Juiz de Paz
○ e o habeas corpus);

○ Ato Adicional à Constituição de 1834, promovendo descentralização política


e extinguindo o Conselho de Estado. Fortalecimento político e financeiro das
Assembleias provinciais.
○ O Poder Moderador não poderia ser exercido durante a Regência.
○ Presidentes de Província: ainda designados pelo governo central
○ Assembleias Provinciais (substituindo os Conselhos Gerais)
○ - competência para fixar as despesas municipais e das províncias
○ - podiam lançar impostos necessários, que não prejudicasse as rendas a
serem arrecadas pelo governo central
○ - podiam nomear e demitir funcionários públicos (arma para obter votos e
perseguir inimigos políticos)

● Como as reformas nas Forças Armadas foram aplicadas? (págs. 163 e 164)
○ Dupla preocupação: Oficiais portugueses e praças mal pagos, propensos à
união a rebeliões populares. Assim, cria-se a Guarda Nacional, oficializando
as milícias, para diminuir o poder central. Era formada por cidadãos
abastados (com direito de voto)

○ O Exército era mal visto, possuía um número de oficiais portugueses


significativo e a base era mal paga.

○ 1831 - Criação da Guarda Nacional (substituindo as antigas milícias)

○ Composição: todos os cidadãos com direito de voto nas eleições primárias


(que tivessem entre 21 e 60 anos)

○ Alistamento obrigatório: desfalcou o Exército

○ Até 1850: oficiais inferiores: eleitos pelos integrantes da corporação

○ Realidade e necessidade de estabelecer hierarquia se sobrepuseram ao


princípio eletivo.

AS REVOLTAS PROVINCIAIS

Regentes acabaram incentivando as disputas entre elites regionais pelo controle das
províncias cuja importância crescia.

1831 e 1832 - RJ
1832 a 1835 - Guerra dos Cabanos:movimento rural (PE e AL) : pequenos
proprietários, trabalhadores do campo, índios, escravos, alguns senhores de
engenho) - antecipação do que seria a Revolta de Canudos.

- lutaram em nome da religião, pelo retorno do imperador

- encontram apoio dos comerciantes portugueses e restauracionistas da capital do


império.

Foram derrotados pela mesma pessoa que proclamara a confederação do Equador e


agora era presidente da província.

● Ainda que diversas, que características comuns havia nas revoltas do período? Qual
foi o alcance das revoltas regenciais? (pág. 164)
○ R: Ocorriam nas capitais mais importantes, tendo como protagonistas a tropa
e o povo. Já eram frequentes no RJ e temia-se que se irradiassem para o
Norte e Sul.

AS REVOLTAS NO NORTE E NO NORDESTE (Keyla Kenya)

Revoltas Provinciais: os regentes acabaram incentivando as disputas entre elites


regionais pelo controle das províncias cuja importância crescia. Haviam conferido
autonomia às Assembleias Provinciais e organizou a distribuição de rendas entre o
governo central e as províncias.

● Qual foi o principal objetivo da Guerra dos Cabanos? (pág. 164)

1831 a 1835 - Guerra dos Cabanos - Foi um movimento rural - pequenos


proprietários, trabalhadores do campo, índios, escravos, alguns senhores de
engenho.

(antecipação do que seria Canudos)

- lutaram em nome da religião; pelo retorno do Imperador


- encontraram apoio dos comerciantes portugueses e restauracionistas na
capital do Império.
- foram derrotados pela mesma pessoa que proclamara a Confederação do
Equador (1824) e agora era o presidente da província. Manuel carvalho Pais
de Andrade.

● Qual foi o desfecho da Cabanagem? (págs. 165)

● 1835 - Cabanagem - PA

a estrutura social não tinha estabilidade nem havia uma classe de proprietários bem
estabelecida.

- Os cabanos não chegaram a oferecer uma organização alternativa ao Pará.


- Proclamada a Independência do Pará
- Ataque aos estrangeiros e aos maçons
- Defesa da religião católica, dos brasileiros, de D; Pedro II, do Pará e da liberdade.
- A escravidão NÃO foi abolida.
-
Guerra dos Cabanos Cabanagem

1831 a 1835 1835

Pernambuco - Alagoas Pará

Cabanos Cabanos

Proclama a Independência do Pará

● A repressão da Guerra dos Cabanos e a da Cabanagem compartilham alguma


característica? (pág. 166)

● Que ideias políticas motivaram os “sabinos”? (pág. 166)

● 1837 - Sabinada - Salvador

● Classe média e comerciantes de Salvador

Ideias federalistas e republicanas ( Sabino Barroso, jornalista e professor da Escola de


Medicina), classe média e do comércio de Salvador.

Buscou compromisso com os escravos, dividindo-os em nacionais e os estrangeiros


(nascidos na África)

● Foi feita alguma promessa aos escravos que lutassem na Sabinada?


- os que “pegassem em armas” para lutar pela revolução seriam libertados. Os
demais continuariam escravizados.
-
● Qual foi o fim da Sabinada? (págs. 166 e 167)

Os sabinos não conseguiram penetrar no “Recôncavo” e após terem sido cercados em


Salvador, por terra e pelo mar, foram derrotados em uma luta corpo a corpo que resultou
em aproximadamente 1800 mortos.

Aqui havia tropa e povo mas também a participação de intelectuais e comerciantes.

Declarou a Independência da província. Depois a declaração mudou e valeria até que se


verificasse a maioridade do imperador

● Qual a razão da nomenclatura do movimento maranhense chamado Balaiada? (pág.


167)
● 1838 - Balaiada - MA (sul, fronteira com o PI) (semelhante à Guerra dos Cabanos e
à Cabanagem, foi tipicamente popular, apesar de ter começado por disputas entre
elites locais)

Francisco dos Anjos Ferreira - um fazedor e vendedor de balaios, um dos líderes do


movimento. (O outro era Raimundo Gomes, envolvido na política local). Paralelamente
surgiu outro líder, à frente de 3000 escravos fugidos, Cosme.

Balaiada: Disputas entre elites locais convertendo-se em movimento popular.

Local: sul do Maranhão na fronteira com o Piauí, área de pequenos produtores de algodão
e criadores de gado.

Das raras proclamações escritas: Viva à religião católica, à Constituição, a Dom Pedro II.
Sem referências às causas sociais e econômicas.

● Por que houve falha na organização identitária da Balaiada? (pág. 167)

As várias tendências existentes resultaram em desentendimentos.

Em 1840 os rebeldes foram derrotados.

● No final da Balaiada, o que ocorreu com o líder negro da revolta? (pág. 167)

Cosme foi enforcado.

A GUERRA DOS FARRAPOS (1835-1845)

os líderes representavam a elite dos estancieiros, criadores de gado da província.

os gaúchos tinham muitas relações com o mundo platino

Caudilhos: chefes de grupos militarizados da fronteira( também eram criadores de


gado, tinham terras e extensas relações com os países fronteiriços)

Os gaúchos achavam que apesar da contribuição da província para a economia


brasileira, ela era explorada por um sistema de pesados impostos.

Reivindicações de autonomia e mesmo separação eram antigas feitas tanto por


conservadores quanto pelos liberais.

● Por que os revoltosos da Guerra Farroupilha eram chamados de “farrapos”? (pág.


167)
○ Farrapos = "maltrapilhos" - referência aos trajes usados por Cipriano Barata
nas ruas de Lisboa. Usado de forma depreciativa.
■ Talvez válido para as tropas, mas os dirigentes eram a elite dos
estancieiros, criadores de gado da província
● Qual era a situação socioeconômica da liderança farroupilha? (pág.168)
○ Movimento de elite
● Forças no conflito:
Estancieiros da fronteira: Charqueadores que dependiam
Classe média do RJ
(apoio destes setores sociais) (lado do governo central)

● O que era o charque e qual sua relação com a Guerra dos Farrapos? (pág. 168)
○ Economia: ligada ao mercado interno brasileiro
■ Antes da construção de ferrovias → criação de mulas
■ Açores plantaram trigo que foi consumido nas outras regiões
● Na Independência, expansão do trigo já se encerrara
■ Criação de gado → charque
● Qual era a relação entre a cobrança de impostos e o separatismo, no contexto da
Farroupilha? (págs. 168 e 169)
○ Queixavam-se do governo central:
■ Pesados impostos
■ Reivindicações antigas de autonomia, e mesmo separação tanto por
liberais quanto por conservadores
■ RS cobria despesas de SC e de outras regiões
■ Além disso, os farroupilhas opuseram-se a uma Sociedade Militar
caramuru instalada em 1833 na região e entraram em choque aberto
com o presidente nomeado pela Regência para governar a província
■ Consideravam perigosa a criação da Guarda Nacional - eles já
estavam organizados com seus pequenos exércitos)

○ Estancieiros queriam acabar com a taxação de gado na fronteira com o


Uruguai ou reduzi-la, estabelecendo a livre circulação dos rebanhos que
possuíam nos dois países

● De que forma a Maçonaria, o Exército e os estrangeiros apoiaram na revolta? (págs.
169 e 170)
○ Apoio de alguns oficiais do Exército + Revolucionários italianos refugiados no
Brasil
■ Oficiais do Exército: Ex.: João Manuel de Lima e Silva (irmão de um
dos primeiros regentes e tio de Caxias)
■ Revolucionários italianos: Giuseppe Garibaldi
● Que foi a República de Piratini? (págs. 169 e 170)
○ República de Piratini (1838)
■ Bento Gonçalves assume a presidência
■ Não existiu apenas no papel, teve uma existência real → estímulo à criação
de gado e à exportação de charque e de couros
■ Declaram, porém, que a separação só seria mantida enquanto as
demais províncias não aderissem ao sistema federalista
● 1842: convocam uma Assembleia Constituinte com trinta e
seis membros escolhidos pelo voto censitário.
1840 - O Governo Central cedeu a uma das principais
exigências econômicas dos farrapos, decretando uma taxa de
importação de 25% sobre a carne salgada vinda do Prata e
que concorria com a nacional.
1842 - Caxias foi nomeado presidente e comandante de
armas da província. Ele combinou habilmente uma política de
ataque militar e medidas de apaziguamento.
1845 - Caxias e Canabarro assinaram a paz.
- anistia geral dos revoltosos
- oficias farroupilhar integraram-se, de acordo com suas
patentes, ao Exército Brasileiro.
- o Governo Imperial assumiu as dívidas da República Piratini.

Queria ou não se separa do país? Formar um novo país co o


Uruguai?
Não há consenso.

Ponto Comum _ pelo menos uma província autônoma com


rendas próprias livre da centralização do poder imposta pelo
RJ;

● Qual foi a consequência do fim da Revolta dos Farrapos para a relação entre Brasil
e Argentina? (págs. 170 e 171)
○ Revolução Farroupilha forçou o Brasil a realizar uma política externa na região
platina distinta → durante anos, Brasil seria forçado a não ter uma política agressiva
no Prata e a buscar acordos com Buenos Aires.
● Brasil teve que ocupar-se de uma revolução no seu território e por isso, absteve-se de uma
política agressiva no Prata.
○ O fim da farroupilha reacendeu as pretensões brasileiras de manter forte
influência no Uruguai + temos que Argentina controlasse as duas margens
do rio da Prata
■ Medo cresce por conta de Juan Manuel de Rosas (tentativa de
consolidação de poder)
○ 1851: D. Pedro II já no trono: Guerra iniciada> coalisão anti-rosista.
○ - brasileiros
○ - colorados (Uruguai) - aliada ao BR no Uruguai
○ - Corrientes
○ Entre Ríos.
● 1852 - Os colorados conquistam o controle do Uruguai. As tropas rosistas são
derrotadas em território argentino (Monte Caseros)

A POLÍTICA NO PERÍODO REGENCIAL

● Durante a regência, quais foram os dois grandes partidos políticos que surgiram? O
que os diferenciava? (pág. 171)

● CONSERVADORES ● LIBERAIS

● Magistrados, burocratas, parte ● Classe média urbana, padres,


proprietários rurais (RJ,SP,BA,PE), proprietários rurais (áreas menos
grandes comerciantes portugueses tradicionais - MG< SP< RS

● Que fato contribuiu para o fim da regência una de Feijó? (pág. 171)

● 1835 - Eleições para a regência única: Padre Feijó

● 1837 - Feijó renunciou - acusações de não estar suficientemente combatendo a


Farroupilha. Um dos chefes era seu primo.

● Próximas eleições: Pedro de Araújo LIma (futuro Marquês de Olinda)

● REGRESSO;

● Corrente conservadora

● - retorno à centralização política

● reforço da autoridade

● Maio de 1849 - Lei para reinterpretar o Ato Adicional

● Retirava das províncias muitas de suas atribuições (especialmente no que dizia


respeito à nomeação dos funcionários públicos):

Você também pode gostar