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TÍTULO DO TCC EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Clarissa de Oliveira Silva1

Delaine Borin Gibeli Viana2

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo demonstrar a formação de preço de venda e todo o
processo estratégico utilizado. Também visa salientar a importância de um bom time de
planejamento financeiro em linha com a Controladoria

Palavras-Chave: Markup, Formação de Preço, Contabilidade de Custo.

1 INTRODUÇÃO

Vivemos em uma era economicamente globalizada onde o mercado se torna cada vez
mais competitivo. As organizações precisam se adaptar e se reinventar constantemente
para alavancar suas vendas, buscar a satisfação do cliente e alcançar vantagens em
relação a seus concorrentes.

A definição do preço de venda e uma gestão de custo eficiente torna a


companhia preparada para o mercado. Afinal, a formulação do preço de venda é
o que liga o cliente final e a companhia. Pereira (2002) comenta a elevada

1
Aluno concluinte do curso de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Estácio de Sá.
2
Professora Orientadora do artigo da Universidade Estácio de Sá.
competição do mercado, ele afirma que o cliente passou a ser mais exigente
com a qualidade do produto. Ele também cita a formação do preço adequada
que se torna uma importante estratégia para o desempenho da empresa. O
Objeto de Estudo a ser explorado será a Definição do tema e a empresa a ser
desenvolvida a pesquisa foi a Osklen do grupo Alpargatas.

O destaque para esse tema se baseia no alto grau de complexidade na


tomada de decisões em um ambiente extremamente mutável que é o varejo.

O argumento que justifica o presente artigo é a margem de lucro, as cargas tributárias


incidentes nas operações de venda, e o impacto final no resultado da companhia. Além
disso, o estudo se propõe a analisar estratégias utilizadas no marketing e na contabilidade
pela companhia para a formação do preço de venda.

2 TÍTULO DA SEÇÃO (Desenvolvimento/Referencial Teórico)

2.1 A importância do Planejamento Financeiro

As empresas situadas no Brasil vivem diariamente com os impactos causados


pela crise financeira que se estende por anos em nosso país, algumas medidas
precisam ser criadas para mitigar esses efeitos, e uma delas, é formar um time de
planejamento financeiro e estratégico sólido capaz de sinalizar possíveis mudanças
na legislação vigente, métodos que sinalizam a interrupção ou vulnerabilidade do
negócio e crimes financeiros ou contábeis.

Diante da multiplicidade de desafios que o mercado impõe, o planejamento


financeiro alinhado a iniciativa estratégica, promove o alcance de bons resultados a
curto prazo e corrobora tomadas de decisões futuras.

A abordagem sobre o tema e sua essencialidade pode ser vista segundo Lucion
(2005, p. 3)

“é essencial ter um bom conhecimento do negócio


para uma análises das política de investimento e
financiamento. O planejamento financeiro torna-se
um instrumento indispensável para a estratégia
empresarialfornecendo um referencial técnico para
os executivos tomarem decisões que acarretam no
crescimento em uma empresa”.

O conceito de Planejamento pode ser entendido como “uma importante tarefa


de gestão e administração, que está relacionada com a preparação, organização
e estruturação de um determinado objetivo” (Poncio, 2016).

E por ser um novo negócio, a empresa passa a atuar no mercado através da


estratégia de crescimento por diversificação, por ampliar seu mix de produtos.

Como no mercado virtual também não é diferente, tudo precisa ser


minuciosamente planejado para que os objetivos da empresa sejam alcançados
e isso somente será possível se a empresa traçar um eficaz planejamento.

“Um bom Business Plan - plano de negócios – é


essencial”. (DEITEL; DEITEL; STEINBUHRER,
2004, p. 48)

Para Corrêa (2002, p. 98) “Planejamento é um processo administrativo e sistemático para


atingir um objetivo proposto”.

2.2 – Gestão de Custos


Dutra (1995), diz que a competitividade provocada pela concorrência e a busca do
crescimento sustentado, provocaram nas empresas a grande corrida para o
desenvolvimento e gerenciamento dos custos. Isso porque um dos principais objetivos da
gestão de custos é dar segurança no desenvolvimento da margem de contribuição dos
produtos, tendo em vista que, a formação do preço está ligada diretamente as despesas.

Declara Santos (2000), que a necessidade da fiscalização fez com que a verificação de
custos obtivesse valor no começo do capitalismo. Através da contabilidade de custos, o
mercado saberia se estava lucrando ou tendo prejuízo, visto que comparava as vendas
com as obrigações equivalentes do exercício.
Segundo Cardoso (2011), discorre que esses custos podem ser divididos em diretos e
indiretos quando relativos ao produto. Nesta linha, Bornia (2002) conclui que o custo é um
gasto ligado direto aos materiais consumidos na produção; despesas são todos os gastos
operacionais e administrativos, mas que não estão ligados à produção.
2.3 – Métodos de Custeio
Chamamos de métodos de custeio os termos utilizados na apropriação dos custos aos
produtos produzidos. Há diversos métodos de custeio e cada um com sua particularidade.
Abaixo, serão apresentados os métodos por absorção, direto, variável e baseado em
atividades (ABC).
2.3.1- Custeio por Absorção
Este método é o mais utilizado no mundo e o único aceito no Brasil de acordo com a
legislação comercial e fiscal. Ele apropria todos os custos (direto e indireto) ao produto.

Conforme destaca Wernke (2005, p.19),

O Custeio por absorção designa o conjunto de


procedimentos realizados. Para atribuir todos os
custos fabris querem fixos ou variáveis, diretos ou
indiretos, aos produtos fabricados em um período.
Com isso, os produtos “absorvem” todos os gastos
classificáveis como custos; matérias primas,
salários e encargos sociais, depreciação das
máquinas, aluguel do prédio industrial, etc.,
independentemente de sua natureza, se custos
fixos ou não, custos diretos ou não.

Deste modo, pode-se concluir a legalidade do método porque respeita os princípios


fundamenteis da Contabilidade. Nota-se também características que o difere dos
demais métodos, sendo a apropriação dos custos ocorridos no processo de
fabricação.

2.3.2 – Custeio Direto ou Variável

Neste método é possível verificar de forma mais fácil a margem de contribuição em


cada produto. Porém, a Legislação Brasileira não permite a utilização do custeio
Direto ou variável uma vez que fere os princípios Contábeis.

Para Wernke (2005, p. 89),


Esse método assume que somente os gastos
variáveis de produção e de comercialização do
produto ou serviço (como matérias-primas
utilizadas, serviços de terceiros aplicados ao
produto, tributos sobre vendas, comissões de
venda, etc.) devem ser considerados no
custeamento da produção. Todos os demais gastos,
que não são facilmente associáveis a determinado
produto ou serviço, devem ser transferidos á
demonstração do resultado (DRE) como despesas
do período, sem serem apropriados aos produtos ou
serviços prestados.

Em suma, conclui-se que este método considera apenas os custos variáveis, os


custos fixos são considerados despesas e vão direto para o resultado da companhia.

2.3.3 – Custeio baseado em Atividades (ABC)

Através deste método, é possível segregar os custos por atividade e diminuir o risco
de distorção durante o rateio. Este método é muito utilizado gerencialmente nas
companhias. “Assim, não é o produto ou serviço que consome recursos, mas os
recursos são consumidos pelas atividades, e estas, por sua vez, são consumidas
pelo produto ou serviço”. (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2006, p. 155).

Segundo Wernke (2005, p.27),

O método ABC caracteriza-se pela tentativa de


identificação dos gastos das diversas atividades
desempenhadas por uma empresa,
independentemente de que sejam executadas
dentro ou fora dos limites físicos de um setor,
departamento ou até mesmo da própria
organização. Após identificar essas atividades,
busca-se conhecer o montante de recursos
consumidos por estas no período (geralmente de
um mês), com relação aos salários, ao material de
expediente, à energia elétrica, ao aluguel, à
depreciação do equipamento fabril, etc.
2.4 – Margem de Contribuição
Com o mercado cada vez mais competitivo, as empresas precisam identificar
quais produtos possuem maior contribuição no lucro da companhia, e para isso é
imprescindível conhecer o produto e entender a capacidade que eles possuem em
gerar receitas.
Martins (2001, p. 203) conceitua
margem de contribuição como sendo diferença entre
Receita e soma de Custo e despesa Variáveis, tem a
faculdade de tornar bem mais facilmente visível a
potencialidade de cada produto, mostrando como cada um
contribui para, primeiramente, amortizar os gastos fixos e,
depois, formar o lucro propriamente dito.

O conceito de margem de contribuição aplica-se em vários setores da empresa,


como afirma Leone (1981, p. 376), enfatizando que
margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os
custos diretos e variáveis identificados a um produto, linha
de produtos, serviços, processos, segmentos, enfim, a cada
um dos objetos em que se pode dividir a atividade de uma
empresa.

Para Martins (2001, p.195), margem de contribuição unitária “é a diferença entre a receita
e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade traz a empresa de sobra
entre a sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro”.

Após a análise deste índice é possível avançar com o lançamento das despesas até a
apuração do lucro líquido. A margem de contribuição é de fundamental importância para
análise gerencial, ela permite que a as tomadas de decisões tenham mais precisão além
de auxiliar as estratégias de venda e produção.
3 TÍTULO DA SEÇÃO (Análise dos dados – se houver)

O estudo foi realizado em uma grande empresa varejista do segmento de moda e seu nome
preservado por conter informações internas. Nesta seção será possível analisar as estratégias e
premissas utilizadas na formação de preço de venda da companhia.
Antes do valor do produto ser elaborado, é preciso entender quais premissas precisam ser
consideradas nessa formação de preço.

Tabela 1 – O Custo Médio dos Produtos.


Informações Iniciais Cálculo do Custo Médio
Gênero Produto Descrição Quantidade Preço de Valor Nota Pis (1,65%)Cofins (7,6%) ICMS (12%) Valor Nota Custo
Venda Fiscal Bruta Fiscal líquida Médio
FEMININO 12300 TENIS AZUL 200 110,00 22.000,00 363,00 1.672,00 2.640,00 17.325,00 86,63
FEMININO 12301 TENIS BEGE 100 150,00 15.000,00 247,50 1.140,00 1.800,00 11.812,50 118,13
FEMININO 12302 TENIS MARFIM 50 180,00 9.000,00 148,50 684,00 1.080,00 7.087,50 141,75

Tabela 2 – Premissas utilizadas.


UF do Cliente RJ x SP
PCLD 5%
FRETE 2%
Comissão com
3%
Representante

Tabela 3 – Análise para a formação de preço.


COMISSÃO
MARGEM DE
GÊNERO PRODUTO DESCRIÇÃOMARKUP 2,4QUANTIDADE RECEITA BRUTA IMPOSTOS RECEITA LÍQUIDA CM REPRESENTAN FRETE PCLD LUCRO BRUTO
CONTRIBUIÇÃO
TE
FEMININO 12300 TENIS AZUL 110,00 200 22.000,00 4.675,00 17.325,00 86,63 660,00 440,00 1.100,00 15.038,38 87%
FEMININO 12301 TENIS BEGE 150,00 100 15.000,00 3.187,50 11.812,50 118,13 450,00 300,00 750,00 10.194,38 86%
FEMININO 12302 TENIS MARFIM180,00 50 9.000,00 1.912,50 7.087,50 141,75 270,00 180,00 450,00 6.045,75 85%

De acordo com a tabela 1 foram analisados 3 produtos similares que possuem o mesmo gênero.
A diferença entre eles é observada nas quantidades compradas e no preço de venda.
Partimos do ponto que a companhia não produz de fato os tênis que serão comercializados, ela
possui fornecedores que trabalham exclusivamente para essa produção. O valor a ser pago para
o fornecedor é a quantidade adquirida x preço de venda. Na operação, há circulação de
mercadoria e a incidências de impostos indiretos na nora fiscal de compra. Sendo eles: PIS
(1,65%) COFINS (7,6%) e o ICMS (17%), após a dedução dos impostos nota-se o valor líquido da
nota fiscal. Por fim, é possível chegar ao Custo Médio do produto quando dividimos o valor líquido
da nota fiscal pela quantidade dos produtos comprados.
Nas tabelas 2 e 3 iremos abordar análises gerenciais para a formação do preço, ou seja, diferente
da tabela 1 que foram apresentados dados reais que não podem ser desconsiderados como a
tributação, as tabelas seguintes possuem premissas que variam de acordo com a estratégia da
companhia. É importante salientar que a pesquisa foi feita em uma empresa de moda que revende
suas mercadorias para outros canais de vendas, sendo assim, essa análise parte do princípio que
os clientes citados serão outras empresas e não o consumidor final. Seguindo o estudo abordado,
na tabela 2 observamos que é utilizado como premissa a UF do cliente porque isso impacta
diretamente os impostos na operação com circulação de mercadoria, bem como o frete que a
empresa paga para o envio dos produtos até o cliente. Também é de extrema importância utilizar
como premissa na formação do preço de venda a PCLD, ou seja, qual a porcentagem de
participação desse cliente na inadimplência da companhia, e a comissão com representante em
caso de multimarcas.

Na análise para a formação do preço demonstrada na tabela 3 o ponto de partida para análise é o
mark-up. Wernke (2005, p. 152) afirma que “ a taxa de marcação, também conhecida como mark-
up, é um fator aplicado sobre o custo de compra de uma mercadoria para a formação do preço de
venda”. Além das premissas abordadas anteriormente, é importante ressaltar os impactos dos
custos e despesas variáveis na formação do preço, bem como nos impactos na margem de
contribuição. Os custos e despesas variáveis oscilam de acordo com o volume de vendas, na
companhia estudada podemos citar alguns exemplos: Comissões de cartão, fretes e embalagens.

A margem de contribuição unitária presente na tabela 3 é um índice gerencial formado pela


diferença entre receita e a soma dos custos e despesa, desta forma é possível tornar mais clara a
visualização dos produtos mais rentáveis para a companhia e tomada de decisão futura.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo apresentado, verificou-se a importância das ferramentas gerenciais para a


formação do preço de venda e do gerenciamento de custos. Com um método de precificação
adequado, é possível obter margens de contribuição suficiente para cobrir os gastos da
companhia, gerar lucro, manter a empresa em competitividade no mercado além de atender as
demandas dos seus clientes.

Sabendo-se da importância do assunto, foi possível verificar que a Contabilidade de Custos é um


instrumento importantíssimo nas análises gerenciais e que detém de informações precisas para a
tomada de decisões.
A proposta deste artigo foi demonstrar as etapas na formação do preço de venda bem como os
conceitos dos métodos alinhados aos métodos utilizados pela companhia através do
departamento de Planejamento Financeiro.

5 REFERENCIAS

A lista de referências é estreitamente relacionada à revisão de literatura da seção 2. Ela


deve incluir os trabalhos de onde foram extraídos dados, figuras, tabelas, textos etc.
Todas as referências citadas no texto devem ser incluídas na lista de referências. Por
outro lado, a lista não deve incluir trabalhos não citados no texto. Sempre voltar ao
referencial teórico para montar a seção REFERÊNCIAS do artigo.

Importante: As Referências devem seguir as normas da ABNT

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