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MANUAL DE ROTINAS E ESTRUTURAÇÃO DOS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E

FAMILIAR CONTRA A MULHER - CNJ


Dos oficiais da Justiça: Realizam as citações/intimações
Observar as diligências em relação à lei maria da penha, especialmente nas medidas de
urgência  afastamento do lar ou separação de corpos. Celeridade.
Da equipe Multidisciplinar:
Art 29 Lei 11.340/2006  a equipe multidisciplinar presta atendimento multi e humanizado
às vítimas de violência doméstica, bem como a todas as figuras familiares envolvidas
naquele cenário.
Auxiliar o juizado a compreender a dinâmica daquela relação familiar, onde ocorre a
violência, das peculiaridades e necessidades da família, vitima e agressor.
Art 30  a equipe deve fornecer laudo técnico escrito ou verbalmente em audiência, a
pedido do Juiz, MP ou Defensoria Publica (nestes casos com autorização do poder
judiciário). Encaminhar, orientar, ações de prevenção com as vitimas de violência, agressor
e seus familiares.
Orientações CFP  fortalecimento das mulheres e compreensão multidimensional da
violência, como produto das relações desiguais legitimadas e produzidas nas diferentes
sociedades.
Preenchimento de fichas dos usuários atendidos para cadastro, controle da frequência das
vitimas e agressores nas intervenções individuais e em grupo.
Atribuições:
 Realizar atendimento às vítimas, agressores, familiares  através de orientações,
informações, reflexões, com objetivo de interromper o ciclo de violência. NÃO SE
CARACTERIZA ASSISTENCIA PSICO OU PSICOTERAPIA.
 Realizar entrevistas de avaliação psicológica com a vítima e agressor
 Emitir laudos (Doc técnico, fundamento teoricamente. Estrutura: identificação,
descrição demanda, procedimento, análise, conclusão e referência pref. Em notas de
rodapé) e pareceres (Unicamente teórico, conclusivo ou indicativo), por escrito ou
verbalmente
 Encaminhar vítima e agressor à rede socioassistencial e manter contato para
acompanhamento do caso
 Realizar visitas domiciliares e institucionais
 Encaminhar homens autores de violência para grupos de reflexão específicos do
tema, promovidos tanto pela equipe multi ou instituições da rede de combate à
violência familiar
 Auxiliar no mapeamento da rede de proteção à mulher, cadastramento e divulgação
no site do Tribunal das instituições, com objetivo de fortalecer a rede de apoio
 Fomentar a rede de atendimento aos homens agressores
 Conhecer e contribuir para articulação, mobilização e fortalecimento da rede
participando de reuniões externas e internas
 Realizar palestras para o publico geral, divulgar, esclarecer e promover o Juizado
 Realizar capacitações da rede de atenção municipal e estadual (saúde, educação,
assistência social), conselho tutelar e outros conselhos da rede de proteção para
fortalecer as ações de enfrentamento da violência.
Intervenções: consolidar a rede protetiva, orientar a vitima quanto aos seus direitos e
conscientizar o agressor das implicações de suas ações
Com a vítima:
 Realizar atendimento individual ou em grupo, com a vitimas e seus familiares, a
fim de orientar, promover reflexões que possam contribuir para a interrupção do
ciclo de violencia
 Promover entrevista com as mulheres vitimas de violência, mediante
agendamento prévio antes de audiência, apresentando informações que serão
anexadas ao autos
 Encaminhar vítimas e seus familiares à recursos comunitários governamental e
Ongs
 Realizar, critério técnico, VD ou visita institucional
 Promover contatos telefônicos a fim de verificar a gravidade/urgência da situação
 Orientar sobre a necessidade de advogado ou defensor publico
 Emitir parecer para restringir ou suspender o direito de visita do agressor
Com o agressor/réu:
 Realizar atendimento aos réus que se encontram presos, quando estes estiverem nas
dependências do fórum
 Prestar orientação e encaminhamento a usuários de álcool/drogas
 Realizar intervenção com agressores a fim de refletirem sobre as consequências de
suas ações
 Elaborar laudos/parecer fundamento no atendimento aos agressores
 Incluir ou encaminhar para grupos de reflexão específicos do tema, como para outros
serviços da rede conforme a demanda
Documentos produzidos:
Declaração  objetiva e sucinta, informar ocorrência de fatos relacionados ao
atendimento psicológico:
Comparecimento do atendido/acompanhante
Acompanhamento psico do atendido
Infos sobre as condições de atendimentp (tempo, dias, local)
Não deve ser feito registro de sintomas ou estados psicológicos!
Atestado  Indica/certifica as condições psicológicas, para
Justificar faltas/impedimentos
Aptidão ou não para realizar atividades (de acordo com diagnóstico já feito anteriormente –
após processo de avaliação psicológica)
Solicitar afastamento/dispensa
Parecer  resposta à um “quesito-problema”, pode ser conclusivo ou indicativo
Respostas a uma consulta por um profissional especializado naquela questão problema
Relatório  Tem caráter informativo. NÃO TEM FINALIDADE DE PRODUZIR DIAGNÓSTICO.
Exposição escrita, descritiva e circunstanciada do sujeito e leva em conta seus
condicionantes históricos, sociais
Comunica a ação do psicólogo em desenvolvimento ou já desenvolvida, a fim de gerar
orientação, recomendações, encaminhamentos e intervenções pertinentes à demanda
Tem a mesma estrutura do laudo, devendo ser fundamentado teoricamente
Relatorio Multi  construído com outros profissionais, preservando as mesmas
características do relatório acima
Laudo  DECORRE DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA! PRODUZ DIAGNÓSTICO!
Subsidiar decisões relacionadas ao contexto que surgiu a demanda
Informações técnicas e cientificas dos fenômenos psicológicos, considerando os
condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição
Quando em equipe multi – dados, laudo ou informações decorrentes da avaliação –
poderão compor um doc unico
Conceito de Rede: atuação articulada visando ampliação e melhoria do atendimento,
identificar e encaminhar essas mulheres para a rede de proteção, desenvolver estratégias
efetivas de prevenção.
A rede tem que dar conta da violencia em seu caráter muldimensional, que perpassa varias
áreas: saúde, educação, segurança publica, assistência social, cultura etc.
Art 8º lei 11.340/2006  o poder judiciário faz parte desta rede, bem como ações da
União, Estados, municípios, DF e ONGS e tem como diretrizes:
 Integração operacional do poder judiciário, MP e DP, com a áreas de segurança
publica, saúde, educação, assistência social, trabalho e habitação
 Promoção de estudos e pesquisas voltadas ao tema, com a perspectiva de gênero,
raça e etnia – causas, frequência e consequências da violencia, para monitoramento
dos dados e das medidas adotadas
 O respeito, nos meios de comunicação, dos valores éticos e morais, de modo que não
legitimem os papeis de gênero ou exacerbem a violencia domestica
 Implementação de atendimento especializado as mulheres, especialmente nas
Deams
 Promoção e realização de campanhas educativas sobre violencia, especialmente ao
publico escolar e publico em geral, difundindo a lei e os instrumentos de proteção
aos direitos das mulheres
 Celebração de convênios com ongs ou outras organizações para erradicar a violencia
 Capacitação permanente de policia militar, civil, guarda municipal, bombeiros e
outros profissionais envolvidos, especialmente em relação a gênero, raça ou etnia
 Promoção de programa de respeito a valores éticos da dignidade humana, com a
perspectiva de gênero, raça e etnia
 Destaque, nos currículos de todos os níveis de ensino, sobre os direitos humano,
equidade de gênero, problema da violencia contra mulher
Dispositivos eletrônicos e Patrulha Maria da Penha  monitoramento das medidas
protetivas
Implementação do questionário de avaliação de risco pelas Delegacias de Polícia, a ser
respondido pela vítima, subsidiando o juiz quando da decisão de medidas protetivas.
Composição da Rede
Centros de Referência  espaços de acolhimento/atendimento social e psicológico,
orientação e encaminhamento jurídico. Visa superação da violência, fortalecimento dessa
mulher para o resgaste de sua cidadania
Casas-Abrigo  Locais seguros, sigilosos e temporários para mulher em situação eminente
de risco, em razão da violência. Atendimento integral, onde devem reunir as condições
necessárias para retomar suas vidas
Deams  unidades especializadas para atendimento a mulher vitima de violencia. Caráter
preventivo e repreensivo. Devem apresentar ao Juiz requerimento de medidas protetivas
de urgência formulado pela vitima, no PRAZO MÁXIMO DE 48Hrs
Importante: aplicação de questionário e subjacente avaliação de risco deve ser aplicado,
preferencialmente, pela Policia Civil, no momento do registro do B.O., quando será colhido
depoimento da mulher.
Defensorias da Mulher  prestar assistência jurídica as mulheres que não têm condições
de ter advogado. Amplia o acesso à Justiça
Promotorias da Mulher ou núcleos de gênero do MP  intervém, quando não for parte,
nas causas cíveis e criminais. Requisita força policial e serviços públicos, fiscaliza os
estabelecimentos públicos e provados de atendimento a mulher elabora politicas publicas
Juizados de violencia domestica e familiar contra a mulher  justiça ordinária. JULGAR E
EXECUTAR as causas decorrentes de violencia domestica e familiar
Central de Atendimento a Mulher (disque 180)  serviço do governo federal, ininterrupto.
Encaminham a mulher a rede de atendimento mais próxima e da informações sobre outros
dispositivos de enfrentamento. Os dados colhidos ajudam na formulação de politicas
publicas
Ouvidorias  encaminha a situação de violencia para os referidos órgãos do país,
proporciona atendimento diretos.
CRAS (vulnerabilidade social, proteção básica) e CREAS (direitos já violados, proteção
especial)
Serviço de responsabilização e educação do agressor  acompanhamento das penas e
decisões preferidas pelo juiz. Devem ser NECESSARIAMENTE, vinculados ao sistema de
justiça em sentido amplo (poder judiciário, juizados municpais e/ou estaduais).
Atribuições: promoção de atividades educativas e grupos de reflexão, com foco na
responsabilização dos atos praticados, fornecer informações do acompanhamento dos
agressores ao juizado competente por meio de relatórios e docs técnicos
Policia Civil e Militar  registar toda e qualquer ocorrência.
IML  principalmente para vitimas de violencia sexual ou física. Coleta ou valida as provas
periciais
Serviços de Saúde ao atendimento em caso de violencia sexual  atendimento medico,
social e psicológico. Interrupção da gravidez em casos de estupro
OPMs  Coordenadorias, Secretarias, Superintendências. Propõe politicas publicas e
fiscalizam os demais órgãos de atendimento, articulam os serviços governamentais e ONGs.

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