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ARTIGO 121 “ UM CRIME POR EXCELÊNCIA”

BEM JURÍDICO : VIDA EXTRAUTERINA

AÇÃO PUNÍVEL

Art. 121. Matar alguém:

Núcleo do tipo “Matar” comissiva (+) ou omissiva imprópria (-)?


CP, art. 13, § 2º)

CRIME DE FORMA LIVRE : O TIPO PENAL NÃO INDICA UMA


MANEIRA DE SE PRATICAR O CRIME

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou


qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe
ou deve saber que está contaminado: crime de forma vinculada

sujeito ativo: QUALQUER PESSOA= CRIME COMUM

sujeito passivo QUALQUER PESSOA


obs
Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de
18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta)
anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
FORMA QUALIFICADAS
§ 2º ART 121 CP
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,.....

CAUSA DE AUMENTO DE PENA.


121 § 4º (...). Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3
(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
(4º CP) TEORIA DA ATIVIDADE

art. 29 da Lei n. 7.170/83 Presidente da República, da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal ou do Supremo Tribunal Federal
Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.

LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956.

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional,


étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)

a) matar membros do grupo;

Será punido:

Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;


ELEMENTO SUBJETIVO = DOLO animus necandi

1-) Recurso em sentido estrito. Homicídios qualificados tentados e crimes conexos. Dolo
eventual. Pronúncia. Recurso defensivo parcialmente provido para desclassificar as
condutas para a prevista no art. 302, do Código de Trânsito Brasileiro, de competência do
juiz singular de primeiro grau. 2-) No caso presente, os elementos probatórios colhidos nos autos
não comprovam o dolo eventual atribuído ao recorrente que justifique a classificação do crime
como homicídio doloso tentado. Há uma tênue diferença entre dolo eventual e culpa
consciente. Conquanto em ambos haja a previsão do resultado, na primeira hipótese
(dolo eventual), há a assunção da produção do resultado, que é tido como possível ou
de provável ocorrência, ao passo que, no segundo caso (culpa consciente), ele não é
desejado, decorrendo da falta do dever de cautela no agir, isto é, embora o resultado
possa ser previsível, o agente confia que ele não ocorrerá. É o que mais se adequa ao
caso presente. 3-) Embora não haja dúvida que, ao conduzir seu veículo na contramão da
direção da rodovia, o recorrente causou a colisão com o veículo da vítima, causando-lhe lesões
corporais gravíssimas, para que se possa falar em tentativa de homicídio com dolo indireto (ou
eventual) na condução de veículo automotor, faz-se necessário que a prova concretamente
indique, na perspectiva subjetiva da conduta do agente, indiferença quanto à produção de
resultado lesivo, o que não ocorreu na hipótese. O que se observa é ter havido quebra do dever
de cuidado objetivo exigido pela própria lei de trânsito (art. 28), configurando, assim, o crime
culposo, a ser analisado, juntamente com as demais imputações, pelo juízo singular. 4-)
Revogação da prisão preventiva, com determinação de expedição de alvará de soltura clausulado.

(TJSP; Recurso em Sentido Estrito 1500008-92.2018.8.26.0608; Relator (a): Tetsuzo Namba;


Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Franca - Vara do Júri/Exec./Inf. Juv.;
Data do Julgamento: 03/11/2020; Data de Registro: 03/11/2020)

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

CRIME MATERIAL;
3º da Lei n. 9.434, de 4-2-1997

158 CPP; EXAME CORPO DE DELITO DIRETO OU INDIRETO


167 CPP=
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
TENTATIVA = ADMITE

OBS-8.072/90 CRIMES HEDIONDOS.

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e
VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019

LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956.

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional,


étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)

a) matar membros do grupo;

Será punido:

Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;

Caso de diminuição de pena.

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de


relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz (pode) ou (DEVE) reduzir? a pena
de um sexto a um terço. TERCEIRA FASE.

ARTIGO 5º XXXVIII “ c” CF /88

SOBERANIA DOS “VERIDICTOS” POPULARES


Relevante valor moral.
Apelação criminal. Homicídio doloso. Homicídio privilegiado. Infidelidade conjugal.
Relevante valor moral. Já de longa data não se aceita mais a infidelidade conjugal
como justificativa de relevante valor moral para o crime homicídio, até porque a
ação homicida, em casos tais, não ocorre sequer em tese para autêntico engrandecimento
moral de quem quer que seja.

(TJSP; Apelação Criminal 3039666-13.2013.8.26.0224; Relator (a): Sérgio Mazina Martins;


Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Guarulhos - Vara do Júri; Data do
Julgamento: 09/09/2019; Data de Registro: 16/09/2019)

‘Legítima defesa da honra’ não é, tecnicamente, legítima defesa. A traição se


encontra inserida no contexto das relações amorosas. Seu desvalor reside no âmbito
ético e moral, não havendo direito subjetivo de contra ela agir com violência. Quem
pratica feminicídio ou usa de violência com a justificativa de reprimir um adultério não
está a se defender, mas a atacar uma mulher de forma desproporcional, covarde e
criminosa. O adultério não configura uma agressão injusta apta a excluir a
antijuridicidade de um fato típico, pelo que qualquer ato violento perpetrado nesse
contexto deve estar sujeito à repressão do direito penal. A ‘legítima defesa da
honra’ é recurso argumentativo/retórico odioso, desumano e cruel utilizado pelas
defesas de acusados de feminicídio ou agressões contra a mulher para imputar às
vítimas a causa de suas próprias mortes ou lesões. Constitui-se em ranço, na
retórica de alguns operadores do direito, de institucionalização da desigualdade
entre homens e mulheres e de tolerância e naturalização da violência doméstica,
as quais não têm guarida na Constituição de 1988. Tese violadora da dignidade da
pessoa humana, dos direitos à vida e à igualdade entre homens e mulheres (art. 1º, inciso
III , e art. 5º, caput e inciso I, da CF/88), pilares da ordem constitucional brasileira. A ofensa
a esses direitos concretiza-se, sobretudo, no estímulo à perpetuação da violência contra a
mulher e do feminicídio. O acolhimento da tese tem a potencialidade de estimular práticas
violentas contra as mulheres ao exonerar seus perpetradores da devida sanção. A ‘legítima
defesa da honra’ não pode ser invocada como argumento inerente à plenitude de defesa
própria do tribunal do júri, a qual não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas
ilícitas. Assim, devem prevalecer a dignidade da pessoa humana, a vedação a todas as
formas de discriminação, o direito à igualdade e o direito à vida, tendo em vista os riscos
elevados e sistêmicos decorrentes da naturalização, da tolerância e do incentivo à cultura
da violência doméstica e do feminicídio.

[ADPF 779 MC REF, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-3-2021, P, DJE de 20-5-2021.]
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima

Domínio de violenta emoção;


Reação imediata;
logo em seguida a injusta provocação da vítima

homicídio QUALIFICADO – PRETENDIDO o reconhecimento de que a DECISÃO foi


MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS – não acolhimento –
VEREDITO não se mostra dissociadO dO CONTEXTO PROBATÓRIO – excludente da
legítima defesa corretamente REJEITADA PELO CONSELHO DE SENTENÇA –
RESPEITO À SOBERANIA DOS VEREDITOS – mANUTENÇÃO DAs QUALIFICADORAs
– RECONHECIMENTO DA VIOLENTA EMOÇÃO – penas reajustadas –
VALORAÇÃO NECESSÁRIA DE CAUSA DE DIMINUIÇÃO RECONHECIDA
PELOS JURADOS MAS NÃO APLICADA NA SENTENÇA – recurso parcialmente
PROVIDO.

(TJSP; Apelação Criminal 0024500-48.2015.8.26.0506; Relator (a): Amaro


Thomé; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Ribeirão Preto - 1ª
Vara do Júri e das Execuções Criminais; Data do Julgamento: 12/06/2020; Data
de Registro: 12/06/2020).
§ 2º Qualificadas /QUALIFICADORAS

SUBJETIVA ------- O QUE MOTIVOU A PESSOA A MATAR “O


PORQUE”
OBJETIVA ---------- COMO MATOU A PESSOA ? “ COMO”

Mediante Paga ou Promessa de Recompensa, ou POR OUTRO


MOTIVO TORPEVO

PREMEDITAÇÃO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Homicídio qualificado pelo motivo torpe e pelo recurso que dificultou a defesa da
vítima. Condenação pelo Tribunal Popular do Júri. Embargos de declaração opostos contra o v. Acórdão de fls.
797/805, que, por votação unânime, "Negaram provimento aos recursos". A defesa sustenta a obscuridade do v.
Acórdão, por dois motivos: 1) 'bis in idem' em decorrência da utilização da premeditação como circunstância
judicial, e como qualificadora do recurso que dificultou a defesa vítima; 2) condenações criminais foram
utilizadas para ressaltar a personalidade desvirtuada do agente. - Embargos comportam parcial acolhimento.
A premeditação não é prevista no Código Penal como agravante genérica,
nem como causa de aumento de pena, nem como qualificadora. Pode ser
levada em consideração para agravar a pena base, nos termos
art. 59 do Código Penal. 'Bis in idem' inexistente. 2) A personalidade do agente não se confunde
com os registros de maus antecedentes ou reincidência. A r. sentença condenatória não fez menção à personalidade
desvirtuada (fls. 736). No v. Acórdão embargado constou equivocamente o termo 'personalidade desvirtuada do
acusado' (cf. fls. 804). Mantenho o cálculo da dosimetria da pena elaborado pelo julgador monocrático, porque
corretamente aplicado. – Embargos acolhidos em parte, apenas para aclarar fundamentos, sem reflexo na
condenação lançada.

(TJSP; Embargos de Declaração Criminal 0008738-36.2010.8.26.0451; Relator (a): Osni Pereira; Órgão Julgador:
16ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Piracicaba - 3ª Vara Criminal; Data do Julgamento: 26/01/2021; Data
de Registro: 26/01/2021)

VINAGANCA NÃO CARACTERIZÇÃO DA TORPEZA


https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/861286137/recurso-
especial-resp-1637001-pr-2016-0292214-4/inteiro-teor-
861286147?ref=juris-tabs
Por motivo fútil

CIÚME NÃO CARACTERIZANDO MOTIVAÇÃO FÚTIL

https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/593531593/recur
so-especial-resp-1743740-mg-2018-0125542-7

“Na hipótese em apreço, a incidência da qualificadora prevista no art.


121, § 2º, inciso II, do Código Penal, é manifestamente descabida,
porquanto motivo fútil não se confunde com ausência de
motivos, de tal sorte que se o crime for praticado sem nenhuma
razão, o agente somente poderá ser denunciado por homicídio
simples.”
RT 563/351
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum;

Tortura 9.455/97

Art. 1º Constitui crime de tortura: PRETERDOLOSO

I - constranger alguém com emprego de violência ou


grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da


vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena


é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é
de oito a dezesseis anos.

A diferença consiste pois no elemento subjetivo (dolo do agente).

DOLO--------------------------------CULPA
TORTURA----------------------------RESULTADO MORTE

HOMICÍDIO QUALIFICADO EM CONCURSO COM A TORTURA-CASTIGO.


https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=13871486&cd
Foro=0
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

TRAIÇÃO = ATAQUE DESLEAL NA MEDIDA EM QUE A VÍTIMA


CONFIA NO AUTOR;

EMBOSCADA= TOCAIA

DISSIMULAÇÃO= OCULTAR O PROPÓSITO CRIMINOSO

MORAL = FALSA PROVA DE AMIZADE;


MATERIAL= FUNC SABESP; ENEL,

ou outro recurso= PELAS COSTAS; VÍTMIA TOTAL EMBRIAGADA

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou


vantagem de outro crime:

CONEXÃO
CRIME 1 --------------------------- CRIME 2

Na conexão teleológica -------“execução”

Conexão consequencial, “a ocultação, a impunidade ou vantagem de


outro crime:”
Feminicídio

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino


quando o crime envolve:

I - violência doméstica e familiar;

Lei 11.340/2006

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual. 11.340/06

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – TENTATIVA DE FEMINICÍDIO – Preliminar


apontando excesso de linguagem – Inocorrência – Sentença que ao afastar pleito
de desclassificação não expressou juízo de valor - Afastamento da qualificadora
do motivo torpe por caracterizar bis in idem com o feminicídio –
Descabimento – Qualificadora de natureza subjetiva que não se confunde
com feminicídio, de natureza objetiva – Recurso desprovido.

(TJSP; Recurso em Sentido Estrito 1501411-39.2019.8.26.0066; Relator


(a): Edison Brandão; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Criminal; Foro de
Barretos - 2ª Vara Criminal; Data do Julgamento: 27/08/2020; Data de Registro:
27/08/2020)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=13903621&cd
Foro=0
Embargos de declaração. Feminicídio. Pronúncia. Alegada omissão. Ocorrência.
Acordão que não apreciou a tese defensiva de impossibilidade de cumulação entre
a qualificadora do motivo fútil e o feminicídio. Qualificadoras com naturezas
distintas, sendo o motivo fútil uma circunstância subjetiva e o feminicídio
objetiva. Possibilidade de cumulação. Omissão sanada. Embargos acolhidos
para sanar a omissão, mantida integralmente a pronúncia.
(TJSP; Embargos de Declaração Criminal 0007114-31.2016.8.26.0292; Relator
(a): Guilherme de Souza Nucci; Órgão Julgador: 16ª Câmara de Direito
Criminal; Foro de Jacareí - 2ª Vara Criminal; Data do Julgamento: 25/07/2020;
Data de Registro: 25/07/2020)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=13788930&cd
Foro=0

Apelação Criminal – Homicídio qualificado ("motivo fútil" e "emprego de recurso que


dificultou ou impossibilitou a defesa do ofendido") praticado "contra a mulher por razões
da condição de sexo feminino" ("feminicídio") – Agente que matou sua ex-mulher em via
pública, desferindo contra elas, de forma inesperada, diversos golpes de facão – Preliminares de
nulidade do julgamento por suposto (i) "desequilíbrio existente na da lista geral de jurados da
Comarca"; porque (ii) a "formação do Conselho de Sentença... após as advertências relacionadas
a eventuais impedimentos e suspeição... consolidou-se com sete (07) mulheres e, salvo engano,
todas professoras"; e, ainda, porque (iii) houve a substituição de três juradas, que se declararam
suspeitas após consulta dos autos, oportunidade em que "A Meritíssima Juíza... deveria ter
dissolvido o Conselho, determinando o sorteio de suplentes e convocado nova sessão para o dia
seguinte ou quando a pauta permitisse" (fls. 418/420) – Pedidos, quanto ao mérito, (i) de
afastamento da qualificadora do "motivo fútil", porque "os autos revelam a existência de discussão
acalorada e anterior entre o apelante e a vítima, com lesões recíprocas" (fl. 422); de afastamento
também da qualificadora relativa ao "recurso que dificultou a defesa da vítima ('surpresa')", eis que
"nas circunstâncias que rodearam os fatos, é razoável concluir que a vítima não estava totalmente
desprevenida..." (fl. 423); e, por fim, que ficou caracterizado o homicídio privilegiado, já
que "o estado de ira pode perdurar por algum tempo e pode ressurgir violento à
recordação da provocação sofrida" (tb. fl. 423). Recurso desprovido.

(TJSP; Apelação Criminal 0053714-68.2012.8.26.0222; Relator (a): Otavio Rocha; Órgão


Julgador: 7ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Guariba - 1ª Vara Judicial; Data do Julgamento:
03/05/2021; Data de Registro: 03/05/2021)
Apelação. Homicídio qualificado-privilegiado (feminicídio e violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da
vítima). Inexistência de decisão manifestamente contrária à prova dos autos (argumento, aliás, não invocado pelo
douto Defensor). Fração relativa ao privilégio correta. Pena bem fixada, regime inicial fechado obrigatório pela
quantidade da pena. Recurso não provido.

(TJSP; Apelação Criminal 0015572-09.2016.8.26.0269; Relator (a): Francisco Bruno; Órgão Julgador: 10ª Câmara
de Direito Criminal; Foro de Itapetininga - 2ª Vara Criminal; Data do Julgamento: 28/03/2019; Data de Registro:
01/04/2019)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=12365713&cd
Foro=0

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.


PRONÚNCIA. FEMINICÍDIO TENTADO. VÍTIMA MULHER TRANSGÊNERO.
MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER.
MATERIALIDADE E INDÍCIOS DE AUTORIA PRESENTES. PEDIDO DE
DESCLASSIFICAÇÃO. IMPROCEDENTE. TESES A SEREM APRECIADAS PELOS
JURADOS. PRINCÍPIO IN DUBIO PRO SOCIETATE. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA.
IMPROCEDENTE. RECURSOS CONHECIDOS E DESPROVIDOS. 1. A decisão de
pronúncia dispensa a certeza jurídica necessária para uma condenação, bastando
o convencimento do Juiz acerca da materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria, prevalecendo, nessa fase, o in dubio pro societate. 2. No
âmbito do Tribunal do Júri, as possibilidades de desclassificação, absolvição
sumária e impronúncia são limitadas, sendo admitidas apenas quando a prova for
inequívoca e convincente, no sentido de demonstrar que o réu não praticou crime
doloso contra a vida, pois mínima que seja a hesitação, impõe-se a pronúncia, para
que a questão seja submetida ao júri, ex vi do art. 5º, inciso XXXVIII, da
Constituição Federal c/c art. 74, § 1º, do Código de Processo Penal. 3. Somente as
qualificadoras manifestamente improcedentes e sem qualquer apoio na prova dos
autos podem ser afastadas. 4. Recursos conhecidos e desprovidos. (Acórdão
1184804, 20180710019530RSE, Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR, 3ª
TURMA CRIMINAL, data de julgamento: 4/7/2019, publicado no DJE:
12/7/2019. Pág.: 137/138)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)
até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores


ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de


60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças
degenerativas que acarretem condição limitante ou de
vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei nº
13.771, de 2018)

III - na presença física ou virtual de descendente ou de


ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, de
2018)

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência


previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.771,
de 2018)

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da


Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição:

GUARDAS CIVIS MUNICIPAIS?


ART 144 da Constituição Federal § 8º.
HOMICÍDIO QUALIFICADO – “ PRIVILEGIADO” (causa de dim)

SIM !

121, §2º----------------------121 §1º? Subjetiva


Posso desde que a hipótese do 121, §2º seja de ordem objetiva.

HOMICÍDIO QUALIFICADO – “PRIVILEGIADO” é crime


hediondo? NÃO

HOMICÍDIO QUALIFICADO VÁRIAS/MULTIPLICADE DE


QUALIFICADORAS
1--------12-30 ANOS

3--------12-30ANOS
1 12 ANOS
2 AGRAVANTES
Homicídio Culposo
Imprudência: precipitação ação positiva/ Comissiva
Negligência: ausência de precaução/ ação negativa/omissiva
Imperícia: falta de aptidão técnica do profissional

Apelação da Defesa – Homicídio culposo – Provas suficientes à condenação – Negligência e imperícia


médica comprovadas – Réu que, na condição de médico responsável pelo pronto socorro de Hospital
Municipal e já cientificado a respeito da urgência da situação, deixou de prestar atendimento ao ofendido
por período superior a quarenta minutos – Demora no atendimento injustificada – Gravidade do estado de
saúde da vítima evidente, percebido até mesmo por pessoas estranhas aos quadros médicos – Desrespeito à figura
do acompanhante e falta de interesse nas informações que ele poderia fornecer a respeito do histórico de saúde do
ofendido – Quadro de insuficiência cardiorrespiratória que evoluiu para o óbito do paciente – Consistentes relatos das
testemunhas – Negativa do acusado inverossímil e isolada no contexto probatório – Condenação mantida – Pena-base
acertadamente fixada no mínimo legal – Causa de aumento de pena quanto à omissão de socorro, bem reconhecida
– Fixação de regime prisional inicial aberto e substituição da pena corporal por penas alternativas, adequadas –
Recurso de apelação desprovido.

(TJSP; Apelação Criminal 0003379-21.2014.8.26.0272; Relator (a): Cesar Augusto Andrade de Castro ; Órgão
Julgador: 9ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Itapira - 2ª Vara; Data do Julgamento: 22/02/2021; Data de
Registro: 22/02/2021)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=14384653&cdF
oro=0

Apelação. Homicídio culposo. Sentença absolutória. Recurso do Ministério Público visando a reforma da r. sentença
proferida sob o argumento de que a prova produzida indica que a médica que atendeu a vítima, ora recorrida,
atuou com negligência e imperícia, contribuindo para o evento morte. Não acolhimento. Em que pese os
esforços acusatórios é certo que a prova oral produzida indicou que a recorrida não atuou de forma negligente ou com
imperícia, adotando os procedimentos necessários e disponíveis no momento. Laudo pericial que não indica, de forma
categórcia, conduta negligente da profissional. Sentença mantida. Negado provimento ao recurso.

(TJSP; Apelação Criminal 0005356-94.2015.8.26.0407; Relator (a): Xisto Albarelli Rangel Neto; Órgão Julgador: 13ª
Câmara de Direito Criminal; Foro de Osvaldo Cruz - 2ª Vara; Data do Julgamento: 09/12/2020; Data de Registro:
09/12/2020)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=14217748&cdF
oro=0
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício1, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima,2 não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

1 RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 129.946 SÃO PAULO


EMENTA: HOMICÍDIO CULPOSO. MÉDICO. INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA DE
PROFISSÃO. CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA. IMPERÍCIA DO PROFISSIONAL DA
MEDICINA NO ATENDIMENTO À VÍTIMA. COMPATIBILIDADE DESSE ELEMENTO DA CULPA
COM A CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ART. 121, § 4º, DO CÓDIGO PENAL.
INOCORRÊNCIA DE “BIS IN IDEM”. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO IMPROVIDO
– Tratando-se de profissional da área de saúde (médico), a inobservância, por ele, de
regra técnica de profissão legitima a exasperação da pena imponível pela prática do
delito de homicídio culposo, eis que a causa especial de aumento da sanção penal
prevista no art. 121, § 4º, do CP, além de não constituir “bis in idem”, justifica-se em
razão do descumprimento, pelo médico, do dever de cuidado e/ou da falta de diligência
ou cautela que as circunstâncias do caso dele exigiam.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10809486

“Não há bis in idem pelo aumento implementado com base no § 4º do art. 121 do Código
Penal, em razão de constatar-se circunstâncias distintas, uma para configurar a
majorante, outra para o reconhecimento do próprio tipo culposo” (STJ, HC 231.241/SP,
Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, julgado em 26-8-2014, DJe 4-9-2014)
Em sentido contrário
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=592538

“não se justifica o aumento, [...], uma vez que a inobservância de regra técnica da profissão se
erigiu, precisamente, no núcleo da culpa com que se houve o acusado, não podendo assumir a
função bivalente de, em primeiro estágio, caracterizar o crime, e, em estágio sucessivo,
acarretar o aumento da pena” (Tacrim-SP, Rel. Jarbas Mazzoni, Jutacrim 69/291)

Homicídio culposo – Inobservância de regra técnica – No homicídio culposo, a majoração da


pena em virtude da inobservância de regra técnica é incabível quando esta constituir
precisamente o núcleo da culpa com que se houve o agente” (Tacrim-SP, Rel. Renato Talli,
Jutacrim 79/253).

HOMICÍDIO CULPOSO – NEXO DE CAUSALIDADE.

https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/511074602/20170410009279-df-0000892-3220178070004/inteiro-
teor-511074619?ref=serp
2. HC 269.038-RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/12/2014, DJe 19/12/2014.
No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de
pena prevista no art. 121, § 4°, do CP - deixar de prestar imediato socorro à vítima -, a
não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa. Com efeito, o
aumento imposto à pena decorre do total desinteresse pela sorte da vítima. Isso é
evidenciado por estar a majorante inserida no § 4° do art. 121 do CP, cujo móvel é a
observância do dever de solidariedade que deve reger as relações na sociedade brasileira
(art. 3º, I, da CF). Em suma, o que pretende a regra em destaque é realçar a importância
da alteridade. Assim, o interesse pela integridade da vítima deve ser demonstrado, a
despeito da possibilidade de êxito, ou não, do socorro que possa vir a ser prestado. Tanto
é que não só a omissão de socorro majora a pena no caso de homicídio culposo, como
também se o agente "não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para
evitar a prisão em flagrante". Cumpre destacar, ainda, que o dever imposto ao autor do
homicídio remanesce, a não ser que seja evidente a morte instantânea, perceptível por
qualquer pessoa. Em outras palavras, havendo dúvida sobre a ocorrência do óbito
imediato, compete ao autor da conduta imprimir os esforços necessários para
minimizar as consequências do fato. Isso porque "ao agressor, não cabe, no momento
do fato, presumir as condições físicas da vítima, medindo a gravidade das lesões que
causou e as consequências de sua conduta. Tal responsabilidade é do especialista médico,
autoridade científica e legalmente habilitada para, em tais circunstâncias, estabelecer o
momento e a causa da morte" (REsp 277.403-MG, Quinta Turma, DJ 2/9/2002).
Precedente citado do STF: HC 84.380-MG, Segunda Turma, DJ 3/6/2005. HC 269.038-RS,
Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 2/12/2014, DJe 19/12/2014.

OBS – compensação de culpas= NÃO HÁ A POSSIBILIDADE


§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão
grave que a sanção penal se torne desnecessária.

Artigo 120 CP ==== PERDÃO JUDICIAL

SÚMULA 18 STJ
A SENTENÇA CONCESSIVA DO PERDÃO JUDICIAL É DECLARATÓRIA DA EXTINÇÃO
DA PUNIBILIDADE, NÃO SUBSISTINDO QUALQUER EFEITO CONDENATORIO.

20.05.2015------------------------------02.09.2021
CRIME---------------------------------EXT PUNIBILIDADE 120 CP
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a


praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o
faça:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta


lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos
§§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta


morte:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

§ 3º A pena é duplicada:

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou


fútil;

II - se a vítima é menor 18 /14 ou tem diminuída, por


qualquer causa, a capacidade de resistência.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada


por meio da rede de computadores, de rede social ou
transmitida em tempo real.

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou


coordenador de grupo ou de rede virtual.

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em


lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra
menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente
pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido
contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem
o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência,
responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do
art. 121 deste Código.

BEM JURÍDICO = VIDA EXTRAUTERINA


A integridade física da pessoa, no que toca a automutilação

Ações
Induzir= colocar na mente da pessoa o propósito suicida OU
automutilação; MORAL

Instigar = reforçar a ideia MORAL

Prestar-lhe auxílio material= fornecer meio para ...MATERIAL

suicidar-se ou a praticar automutilação


SUJEITOS
ATIVO = COMUM
PASSIVO =
1). COMUM
2). § 7º 122 “é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos
termos do art. 121 deste Código.

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de


natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129
deste Código

ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO


DOLO DIRETO
DOLO EVENTUAL
============================================================
CONSUMAÇÃO/
Caput 122 CP ==== formal

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza


grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:

MATERIAL

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (Incluído pela Lei


nº 13.968, de 2019)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos

TENTATIVA
ADMISSÍVEL EM TODAS AS FORMAS

§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou


fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa,


a capacidade de resistência. (Incluído pela Lei nº 13.968, de
2019)

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por


meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo
real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou


coordenador de grupo ou de rede virtual.
Infanticídio
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

BEM JURÍDICO = VIDA EXTRAUTERINA

AÇÃO = MATAR

ESTADO PUERPERAL ?

https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/358451289/apelacao-
civel-ac-70069302214-rs/inteiro-teor-358451301?ref=serp

SUJEITOS

ATIVO MULHER, mas não se desconsidera a possibilidade de terceiros,


vide 29 ,30 CP

PASSIVO =neonato
20 CP

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não
há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de


pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as
da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

ELEMENTO SUBJETIVO DOLO


NÃO ADMITE FORMA CULPOSA.

MOMENTO CONSUMATIVO

CONSUMAÇÃO com a morte (cerebral) da vítima


TENTATIVA É ADMISSÍVEL
ABORTO
INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ + DESTRUIÇÃO DO PRODUTO DA CONCEPÇÃO

Consiste na eliminação da vida intrauterina.

BEM JURÍDICO TUTELADO


VIDA INTRA UTERINA

FECUNDAÇÃO DO ÓVULO

PROVOCADO POR 3º SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE


VIDA INTRA UTERINA + VIDA, INCOLUMIDADE FÍSICA E PSÍQUICA
GESTANTE

NÚCLEO DO TIPO
PROVOCAR = DAR CAUSAR, ORIGINAR,
CRIME DE FORMA LIVRE = QUÍMICA, FÍSICA

SUJEITOS
ATIVOS
ART 124 SOMENTE GESTANTE – MÃO PRÓPRIA

“Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem


lho provoque:”
Participação de terceiro== induz, instiga, presta auxílio= Partícipe do
124CP
O Terceiro que provoca o aborto com o consentimento da gestante,
responderá pela figura do artigo 125 CP, posto que aqui se adotou a
teoria pluralística

ART 125 E 126 CP = COMUM QUALQUER PESSOA PODE PRATICAR


A CONDUTA

PASSIVO
ART. 124/126 “FETO”
ART 125 “FETO” + A PRÓPRIA GESTANTE “ SEM
CONSENTIMENTO”

ELEMENTO SUBJETIVO
DOLO DIRETO
DOLO EVENTUAL
NÃO É POSSÍVEL A FORMA CULPOSA

CONSUMAÇÃO /TENTATIVA

CONSUMAÇÃO = EFETIVA DESTRUIÇÃO DA VIDA INTRA UTERINA;


Crime material

TENTATIVA= ADMITE A TENTATIVA;

OBS 4 CP – Adota a chamada teoria da atividade.


FORMAS
ART 124
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena – detenção de um a três anos.

“GESTANTE QUE CONSENTE”= 124 CP


QUEM PRATICA O ABORTO = 126 CP

CISÃO TEORIA MONISTA DA AÇÃO; ADOTA-SE A TEORIA


PLURALISTA

MÃO PRÓPRIA = PARTICIPAÇÃO = INSTIGA, INDUZ, AUXÍLIO

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE –


Denúncia rejeitada por ausência de justa causa – Inconformismo ministerial – Pleito
de recebimento da denúncia – Necessidade – Cotejo ente a prova pericial e oral
que indica a prova da materialidade, do nexo causal e indícios suficientes
de autoria – Recorrida que, grávida no terceiro trimestre, ingeriu
medicamento sabidamente abortivo, resultando na morte intrauterina e
expulsão do feto – Elementos bastantes para a declaração da ação penal – Decisão
insubsistente. Recurso provido.
(TJSP; Recurso em Sentido Estrito 1504683-95.2020.8.26.0554; Relator
(a): Camilo Léllis; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Santo
André - Vara do Júri/Execuções; Data do Julgamento: 23/08/2021; Data de
Registro: 23/08/2021)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=14942015&cdF
oro=0.
ABORTO PRATICADO POR TERCEIRO. Dolo eventual. Médico que teria
assumido o risco de produzir o resultado ao deixar de atender imediatamente a
gestante. Pretendida absolvição sumária com fundamento no art. 415, III, CPP.
Impossibilidade. Fato que, em tese, constituiria infração penal. Necessidade de
despronúncia. Sentença parcamente fundamentada que não explora os elementos
dos autos, sem o que não pode alicerçar genericamente a pronúncia no princípio in
dubio pro societate. Abundância de laudos e pareceres indicando que o feto já
estaria morto quando a ofendida chegou ao hospital. Dúvida quanto à
existência de nexo causal entre a omissão e a
interrupção da gestação. Ausência de indícios suficientes para a
submissão do caso a Júri. Delegado de polícia, Ministério Público e Conselho
Regional de Medicina que, com escora na prova técnica, declararam entender não
ter havido crime de aborto. Sentença fundamentada em um parágrafo. Recurso
provido em parte para despronúncia de GABRIEL.

(TJSP; Recurso em Sentido Estrito 0001904-94.2011.8.26.0123; Relator (a): Otávio de Almeida Toledo; Órgão
Julgador: 16ª Câmara de Direito Criminal; Foro de Capão Bonito - 1ª Vara; Data do Julgamento: 12/03/2019;
Data de Registro: 15/03/2019)

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=12306758&cdF
oro=0

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Desinteligência entre vizinhos, com


xingamentos e ameaças, que teria ocasionado prejuízo, sobretudo em razão do
aborto espontâneo sofrido por uma das coautoras. Sentença de improcedência.
Redistribuição nos termos da Resolução nº 668/2014. Apelam os autores, alegando que
restaram comprovados os prejuízos sofridos, decorrentes de ofensas, ameaças, injúrias e
humilhações efetuadas pelo réu; as atitudes do réu culminaram com o aborto espontâneo
sofrido pela coautora Simone; pertinência da fixação de indenização por danos morais.
Descabimento. Danos morais. Não caracterização. Inexistência de comprovação da
ocorrência dos fatos tais como narrados. Boletim de ocorrência que representa documento
unilateralmente produzido, não gozando de presunção absoluta capaz de embasar a fixação
de indenização. Inexistência de comprovação de nexo causal entre atitude do réu e
o aborto espontâneo sofrido pela coautora. Ausência de excepcionalidade apta a
tornar justificável a indenização, não obstante eventuais desconfortos e
aborrecimentos ocasionados. Recurso improvido.

(TJSP; Apelação Cível 0011492-37.2008.8.26.0348; Relator (a): James Siano; Órgão


Julgador: 14ª Câmara Extraordinária de Direito Privado; Foro de Mauá - 2ª. Vara Judicial;
Data do Julgamento: 25/08/2015; Data de Registro: 25/08/2015)
ART 125
Aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante

Art. 126 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não
é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, (dissentimento
presumido) ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência (dissentimento real )

SUJEITOS
ATIVO = CRIME COMUM
PASSIVO= FETO E GESTANTE
ART 126 COM CONSENTIMENTO DA GESTANTE

SUJEITOS
ATIVO = CRIME COMUM =
GESTANTE POR CONSENTIR é remetida ao tipo do ART 124, 2ª PARTE
“PROVOCAR” ART 126

PASSIVO= FETO

CONSETIMENTO VÁLIDO? NO SENTIDO OPOSTO DO QUE


CONSTA 126 § ÚNICO.
126 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, (dissentimento
presumido) ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência (dissentimento real )

“FORMAS QUALIFICADAS”
10-15

ART 127 CP

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores ( 125 E 126 CP) são
aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave;
e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
PRETERDOLOSO OU NÃO ?
ART 127 CP
DOLO -------------------------------------------CULPA
DE ABORTAR L. CORPORAL OU MORTE

Art 129, § 2ºCP


DOLO -------------------------------------------CULPA
Lesão V - aborto:

ABORTO NÃO CONSIDERDAS CRIMINOSAS

EXCLUDENTES DE ILICITUDE

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário ( terapêutico)

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Consentimento da gestante = não é necessário = 146, § 3º I CP

Enfermeira? = SIM 24 CP

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

Sentimental, ético, humanitário

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento

da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

213 e 217-A CP
PORTARIA 2.282/2020
https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-2.282-de-27-
de-agosto-de-2020-274644814

Consentimento da gestante e prova do estupro?


Consentimento é necessário.

prova do estupro, pelos elementos indiciários de que ocorreu a


prática do estupro.

O ABORTO EUGENÉSICO É PERMITIDO ?

(Vide ADPF 54)

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=204878
Ementa voto Marco Aurélio
“ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente
neutro quanto às religiões. Considerações. FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA
GRAVIDEZ – MULHER – LIBERDADE SEXUAL E REPRODUTIVA – SAÚDE –
DIGNIDADE – AUTODETERMINAÇÃO – DIREITOS FUNDAMENTAIS – CRIME –
INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional interpretação de a interrupção da
gravidez de feto anencéfalo ser conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128,
incisos I e II, do Código Penal.”

CFM RESOLUÇÃO Nº 1989/2012

OBS aborto até o terceiro mês de gestação


https://www.conjur.com.br/dl/hc-voto-aborto-lrb.pdf.
Ementa: DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA
SUA DECRETAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE DA INCIDÊNCIA DO TIPO PENAL DO ABORTO NO CASO DE
INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GESTAÇÃO NO PRIMEIRO TRIMESTRE. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. O
habeas corpus não é cabível na hipótese. Todavia, é o caso de concessão da ordem de ofício, para o fim de
desconstituir a prisão preventiva, com base em duas ordens de fundamentos. (...) 4. A criminalização é
incompatível com os seguintes direitos fundamentais: os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que não
pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve conservar
o direito de fazer suas escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da gestante, que é quem sofre, no
seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a 2 igualdade da mulher, já que homens não engravidam
e, portanto, a equiparação plena de gênero depende de se respeitar a vontade da mulher nessa matéria. 5. A
tudo isto se acrescenta o impacto da criminalização sobre as mulheres pobres. É que o tratamento como crime,
dado pela lei penal brasileira, impede que estas mulheres, que não têm acesso a médicos e clínicas privadas,
recorram ao sistema público de saúde para se submeterem aos procedimentos cabíveis. Como consequência,
multiplicam-se os casos de automutilação, lesões graves e óbitos. 6. A tipificação penal viola, também, o princípio
da proporcionalidade por motivos que se cumulam: (i) ela constitui medida de duvidosa adequação para proteger
o bem jurídico que pretende tutelar (vida do nascituro), por não produzir impacto relevante sobre o número de
abortos praticados no país, apenas impedindo que sejam feitos de modo seguro; (ii) é possível que o Estado evite
a ocorrência de abortos por meios mais eficazes e menos lesivos do que a criminalização, tais como educação
sexual, distribuição de contraceptivos e amparo à mulher que deseja ter o filho, mas se encontra em condições
adversas; (iii) a medida é desproporcional em sentido estrito, por gerar custos sociais (problemas de saúde pública
e mortes) superiores aos seus benefícios. 7. Anote-se, por derradeiro, que praticamente nenhum país
democrático e desenvolvido do mundo trata a interrupção da gestação durante o primeiro trimestre como crime,
aí incluídos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha, Portugal, Holanda e
Austrália. 8. Deferimento da ordem de ofício, para afastar a prisão preventiva dos pacientes, estendendo-se a
decisão aos corréus.

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