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FATOS
Ainda, analisando os documentos acostados nos autos, observa-se que a Autora vive em
situaçã o de risco e vulnerabilidade social, eis que reside sozinha e não possui fonte de renda,
demonstrando, assim, o estado de miséria em que se encontra.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A pretensã o da Autora vem amparada no art. 203, inciso V, da Constituiçã o Federal de 1988,
na Lei 8.742/93 e demais normas aplicá veis. Tais normas dispõ em que para fazer jus ao Benefício
Assistencial, o Requerente deve estar incapacitado para o trabalho ou ser pessoa com mais de 65
anos de idade, além de comprovar a impossibilidade de ter seu sustento provido pelo seu nú cleo
familiar.
Da Deficiência
Conforme se observa nos atestados e laudos médicos em anexo, a Autora é acometida por
diversas graves patologias, as quais a incapacitam para o trabalho.
Neste sentido, prudente destacar a sú mula 30 da AGU, que demonstra que a incapacidade
laboral é suficiente para caracterizar a incapacidade para a vida independente. Note-se o
enunciado da referida sú mula:
“A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalho é
suficiente para a caracterização da incapacidade para a vida
independente, conforme estabelecido no art. 203, V, da Constituição Federal, e art.
20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.” (grifei)
“Para os efeitos do artigo 20, §2º, da Lei nº 8.742 de 1993, incapacitada para a
vida independente não só é aquela que impede as atividades mais elementares da
pessoa, mas também a impossibilidade de prover seu próprio sustento.”
Outrossim, prudente destacar que a incapacidade temporá ria ou parcial nã o constitui ó bice à
concessã o do benefício assistencial, conforme entendimento jurisprudencial já pacificado nos
Tribunais especializados na matéria. Veja-se:
Da Miserabilidade
De outra banda, se encontra igualmente satisfeito, no caso em apreço, o requisito econô mico.
Isto, pois, em aná lise de documento constante no processo administrativo em anexo, observa-se
que a Demandante RESIDE SOZINHA E NÃO POSSUI RENDA, de maneira que, obviamente, tem-se
caracterizado o estado de miserabilidade que enseja a concessã o do benefício pretendido.
Sendo assim, apó s a instruçã o processual, restará plenamente comprovado que a Autora
satisfaz todos os requisitos necessá rios à percepçã o do benefício pleiteado.
TUTELA DE URGÊNCIA
ENTENDE A AUTORA QUE A ANÁLISE DA MEDIDA ANTECIPATÓRIA PODERÁ SER MELHOR
APRECIADA EM SENTENÇA
O novo Có digo de Processo Civil estabeleceu em seu art. 300 que “A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo”. Nesse sentido, o novo diploma legal exige para a concessã o da
tutela de urgência dois elementos, quais sejam o fumus bonis iuris e o periculum in mora.
A Demandante necessita da concessã o do benefício em tela para custear a pró pria vida,
tendo em vista que nã o reú ne condiçõ es de prover seu sustento, nem pode tê-lo provido por sua
família.
Portanto, apó s a realizaçã o das perícias pertinentes ao caso, ficará claro que a parte Autora
preenche todos os requisitos necessá rios para o deferimento da Antecipação de Tutela, eis que o
laudo socioeconô mico fará prova inequívoca do estado de miserabilidade, bem como o laudo
médico pericial nã o deixará dú vidas quanto à s moléstias incapacitantes, comprovando, assim, o
fumus bonis iuris. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar privada do
recebimento do benefício, a Demandante terá seu sustento prejudicado, tendo em vista o cará ter
alimentar do benefício.
Art. 334. Se a petiçã o inicial preencher os requisitos essenciais e nã o for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliaçã o ou de mediaçã o
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
(vinte) dias de antecedência.
Excelência, o presente feito versa acerca de benefício assistencial à pessoa com deficiência,
ao que sabemos na vigência do antigo CPC já nã o se admitia a audiência de conciliaçã o para casos
desta natureza, ainda que fosse no â mbito dos juizados especiais. Portanto, nã o faria sentido que à
luz do novo diploma legal fosse realizada a audiência de conciliaçã o, até mesmo pela
impossibilidade de autocomposiçã o em casos com o epigrafado, tendo em vista a necessidade de
realizaçã o de perícia médica judicial e avaliaçã o socioeconô mica.
PEDIDOS
2) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;
5) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, para que o INSS conceda o benefício
assistencial à Autora, pagando as parcelas vencidas (a partir do requerimento administrativo) e
vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros
legais e morató rios, incidentes até a data do efetivo pagamento;
6) Em caso de recurso, a condenaçã o do Réu ao pagamento de custas e honorá rios advocatícios, eis
que cabíveis em segundo grau de jurisdiçã o, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da
Lei 10.259/01.
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
1
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ X.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ X.XXX,XX).
CIDADE, DIA de MÊ S de ANO.
NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX