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O Homem e a
Vida Doméstica
27/10/2020
HISTÓRIA ANTIGA
Laura Faria Vieira
Ludmilla Savry dos
Santos
Relatos Importantes
conseguinte,
em fato, os ideiais de uma relação
conjugal. Pelo motivo do casamento ser
político, e não romântico nessa era, as
a ausência de mulheres desejavam seradoradas e por
isso atraía-se as histórias das damas
amor na
os homens lutavam para conquistá-las.
“[...]a acção da Ilíada desenrola-se em
torno da perda e da reconquista de
literatura uma mulher por parte de Aquiles, que
relata essa circunstância: <<entre os
grega é o mortais só os Atridas amam as
esposas? Ah não! todo o homem nobre e
aspecto de
sábio/ ama e protege a sua>>[...]”.
Após a morte de Alexandre Magno,
ausência de
quando as cidades-Estados eram auto-
suficientes e tornam-se unidades sociais
e adminstrativas sob o domínio dos
qualquer monarcas e helistas, as tragédias eram
retratadas como sociedades
positiva do
onde as mulheres eram mais
indepententes e apareciam mais. Logo,
essas tragédias refletiam as
casamento”. necessidades e desejos da cidade-
Estado e os problemas domésticos das
famílias reais tem uma relevância
política.
vítimas a serem
deus sobre as comunidades. As Ménades
são representadas pela negação da
maternidade e da sucessão, e só encontra
salvas, esposas, remediação com uma relação justa com o
deus. Em várias lendas, as mulheres,
filhas a serem enlouquecidas, comem os próprios filhos,
atacam aldeias e raptam crianças alheias.
desposadas, ou “Aliás, a obra (Bacantes), como todas as
tragédias, foi representada numa festa em
honra a Dioniso. Além disso, nas
Ménades, eram representações, o coro das Ménades, tal
como todas as personagens, era
representadas interpretado por homens, e o público era
também exclusivamente masculino. [...]Ao
apenas como celebrarem essa festa, creio que os
Atenienses estabeleciam uma relação justa
objetos e eram
com o deus, e que o faziam excluindo as
mulheres, presentes apenas como objecto
de representação”.
excluídas da vida A autoridade da polis era regida pelo cargo
e não apenas a pessoa. Economicamente
política e vista, a polis era governada por uma
sociedade de propriedade privada, onde a
Cidadania grega
“Os cidadãos de pleno direito eram todos os homens adultos livres[...] ou só alguns
deles[...]. Em todo o caso as mulheres, as crianças e os escravos não eram considerados
cidadãos. O seu lugar era em casa, no seu interior – a não ser que o trabalho os obrigasse
a sair. Eram membros da família, mas só indirectamente é que eram membros da
cidade; é certo que a cidade era sua pátria, mas não faziam parte do domímio público.
[...]a vida civil consistia quase totalmente literalmente em reuniões públicas – na
assembleia, no teatro, nos jogos e nos rituais. O direito do cidadão era justamente o
direito de participar nessas reuniões públicas, se não como actor pelo menos como
expectador[...]. Esse direito era a timè do cidadão, o seu direito a ser <<digno de
consideração>>. Uma sanção comum era a atimia, que consistia na perda do direito de
aparecer em público, era uma espécie de exílio interno[...] e colocava o cidadão ao nível
de uma mulher ou de uma criança”.
Sociedade espartana
Em Esparta, as competições não eram em grupo – ou em duplas – como nas
cidades-Estados gregas. Eram individuais, e a religiosidade e o patriotismo eram
predominantes. Os espartanos não se preocupavam com a esfera econômica
(deixavam-na aos hilotas, que poderiam ser mortos a qualquer momento – estavam
sempre recebendo ameaças de guerra, mas que não podiam ser despedidos ou
terem que pagar rendas elevadas) para se concentrarem na área militar. Sua
sociedade baseava-se na propriedade privada, e perdia-a quem não possuísse
patrimônio para pagar os tributos, perdendo também a cidadania. Os estrangeiros
não podiam comprar a cidadania, reduzindo o número de cidadãos. As
necessidades públicas eram satisfeitas com os impostos sobre o patrimônio.
Casamento
“Para os Gregos, a sua perfeição (das mulheres) é atingida na fase parthenos,
a donzela casadoira. Trata-se, porém, de um momento fugaz, não só devido à
universal passagem da idade até à morte[...], mas porque o papel em si[...]
existe em função de um outro papel. O pai só se sente feliz por ter uma filha
porque pode cedê-la a outro homem; quanto mais digna de apreço for, mais
fácil será casá-la, e portanto, terá muito mais probabilidades de a perder e
mais cedo. Para uma mulher, o momento de extrema ambiguidade é também
o da sua realização, já que é nesse momento que se converte em esposa”.
A história
O gamos era celebrado pelas mulheres e
girava em torno da noiva e sua
indumentária. Haviam também rituais
ancilares como o banho preliminar que
podia incluir o noivo, mas nunca somente
que
ele. A mulher então, adquiria um novo
estatuto, com poderes e obrigações
específicas.
O cinto, usado nessa celebração pela
originou o
noiva, simbolizava o cinto de Afrodite (que
era o amor, desejo, encontro e a sedução) e
por isso a expressão ”desatar o cinto”
indicava a consumação do casamento.
Pelo menos em Atenas, de acordo com
conto da
documentos, as moças eram consultadas e
davam o seu consentimento para o
casamento.
Na narrativa de Hesíodo, Pandora foi
criada por Zeus com terra e adornada por
“Caixa de
outros deuses para ser entregue ao irmão
de Prometeu (quem criou a separação
entre os deuses por fazer uma divisão
injusta, criando assim, o sacrifício como
Pandora”
forma de estabelecer a relação cortada)
com uma caixa, que continha com todos os
males, e mesmo assim, Epitemeu casou-se
com ela, fazendo seus os males. O
casamento deriva do laço entre eles (pois
foi Zeus quem a enviou) e é também o sinal
de sua separação (pois o presente
destinava-se ao mal). Nesta história, as
vítimas (os homens) são enganadas pelos
deuses e essa é a sua fraqueza (o mal).
A história de Pandora
A história de Pandora é a queda na natureza e em todos os males que a carne
herda: doença, canseira e morte. E, em como toda história, é a mulher quem traz a
queda e é o símbolo da condição natural porque são autoras da carne. O pai provide
o material genético e a mãe à substância.
“<<Aquele que confia numa mulher confia no engano>>[...]”.
“As mulheres eram perigosas porque eram atraentes (e eram especialmente
perigosas em Esparta, porque eram particularmente atraentes para os
Espartanos). Também Pandora é irresistível: é <<puro engano, contra o qual os
seres humanos não têm defesa>>[...]”.
Resenha Texto – O Homem e a Vida Doméstica 7
Trechos retirados do livro
O Homem Grego, cap.
VI - O Homem e a Vida
Doméstica
de F. Borgeaud, G. Cambiano,
L. Canfora, Y. Garlan, C.
Mossé, O. Murray, J.
Redfield, CH. Segal, M.
Vegetti, J. -P. Vernant