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03 Membrana Chapa EDP
03 Membrana Chapa EDP
Neste capı́tulo estudaremos as equações da onda e do calor em dimensões 2 e 3. Isso nos levará naturalmente
ao estudo da equação de Laplace.
a0 (y) X h nπx i
∞
nπx
f (x, y) = fy (x) = + an (y) cos + bn (y) sen ,
2 n=1
a a
onde, para cada y ∈ [0, b], os coeficientes de Fourier são dados por
Z
1 a nπx
an (y) = f (x, y) cos dx para n > 0,
a −a a
Z
1 a nπx
bn (y) = f (x, y) sen dx para n > 1.
a −a a
Em seguida, suponha que cada um dos coeficientes an , bn : [0, b] → R, que na verdade são funções de y, tenha
regularidade suficiente, de modo que se estendermos cada um deles a uma função periódica de perı́odo 2b,
podemos escrever
∞ ³
an0 X mπy mπy ´
an (y) = + anm cos + bnm sen para n > 0,
2 m=1
b b
∞ ³
cn0 X mπy mπy ´
bn (y) = + cnm cos + dnm sen para n > 1,
2 m=1
b b
onde
120
Rodney Josué Biezuner 121
Z b
1 mπy
anm = an (y) cos dy para m > 0,
b −b b
Z b
1 mπy
bnm = an (y) sen dy para m > 1,
b −b b
e
Z b
1 mπy
cnm = bn (y) cos dy para m > 0,
b −b L
Z b
1 mπy
dnm = bn (y) sen dy para m > 1.
b −b L
Em outras palavras,
" ∞ ³
#
1 a00 X mπy mπy ´
f (x, y) = + a0m cos + b0m sen
2 2 m=1
b b
" ∞ ³
#
mπy ´
X∞ X
an0 mπy nπx
+ + anm cos + bnm sen cos
n=1
2 m=1
b b a
" ∞ ³
#
mπy ´
X∞ X
cn0 mπy nπx
+ + cnm cos + dnm sen sen ,
n=1
2 m=1
b b a
de modo que
1 X³ nπx ´ 1 X ³ mπy ´
∞ ∞
a00 nπx mπy
f (x, y) = + an0 cos + cn0 sen + a0m cos + b0m sen (4.1)
4 2 n=1 a a 2 m=1 b b
∞ ³
X nπx mπy nπx mπy nπx mπy nπx mπy ´
+ anm cos cos + bnm cos sen + cnm sen cos + dnm sen sen ,
n,m=1
a b a b a b a b
onde Z Z
1 a b nπx mπy
anm = f (x, y) cos cos dxdy para n, m > 0,
ab −a −b a b
Z aZ b
1 nπx mπy
bnm = f (x, y) cos sen dxdy para n > 0, m > 1,
ab −a −b a b
Z aZ b (4.2)
1 nπx mπy
cnm = f (x, y) sen cos dxdy para n > 1, m > 0,
ab −a −b a b
Z aZ b
1 nπx mπy
dnm = f (x, y) sen sen dxdy para n, m > 1.
ab −a −b a b
Precisamos enunciar com mais rigor as condições que f precisa satisfazer para que a série definida acima seja
convergente e convirja para f . Isto é feito através do seguinte teorema, cuja demonstração não será dada
aqui (veja [5]):
Teorema 4.1. Seja f : R2 −→ R uma função de classe C 1 , periódica de perı́odo 2a na variável x e periódica
de perı́odo 2b na variável y e tal que existe a derivada parcial mista fxy em cada ponto. Então a série
de Fourier de f definida acima converge uniformemente para f .
Rodney Josué Biezuner 122
Z "Z # Z " Z b #
a b
1 mπy nπx 1 a mπy nπx
anm = f (x, y) cos cos dxdy = 2 f (x, y) cos dy cos dx
ab −a −b b a ab −a 0 b a
Z ·Z a ¸ Z · Z a ¸
2 b nπx mπy 2 b nπx mπy
= f (x, y) cos dx cos dy = 2 f (x, y) cos dx cos dy
ab 0 −a a b ab 0 0 a b
Z Z
4 a b nπx mπy
= f (x, y) cos cos dxdy,
ab 0 0 a b
Z "Z b #
1 a mπy nπx
bnm = f (x, y) sen dy cos dx = 0,
ab −a −b b a
Z ·Z a ¸
1 b nπx mπy
cnm = f (x, y) sen dx cos dy = 0,
ab −b −a a b
Z ·Z a ¸
1 b nπx mπy
dnm = f (x, y) sen dx sen dy = 0.
ab −b −a a b
Z "Z #
a b
1 mπy nπx
anm = f (x, y) cos cos dxdy = 0,
ab −a −b b a
Z ·Z a ¸
1 1 b nπx mπy
bnm = = f (x, y) cos dx sen dy = 0,
ab ab −b −a a b
Z "Z b #
1 a mπy nπx
cnm = f (x, y) cos dy sen dx = 0,
ab −a −b b a
Z "Z # Z · Z a ¸
a b
1 nπx mπy 1 b nπx mπy
dnm = f (x, y) sen dx sen dy = 2 f (x, y) sen dx sen dy
ab −a −b a b ab −b 0 a b
Z "Z b # Z " Z b #
2 a mπy nπx 2 a mπy nπx
= f (x, y) sen dy sen dx = 2 f (x, y) sen dy sen dx
ab 0 −b b a ab 0 0 b a
Z Z
4 a b nπx mπy
= f (x, y) sen sen dxdy.
ab 0 0 a b
É claro que outras situações são possı́veis, por exemplo f par em uma variável e ı́mpar na outra. Em cada
caso, os coeficientes de Fourier correspondentes devem ser calculados usando os argumentos acima.
Rodney Josué Biezuner 123
Tentaremos primeiro encontrar uma solução para o problema que seja o produto de três funções, uma depen-
dendo exclusivamente de x, uma dependendo exclusivamente de y e a terceira dependendo exclusivamente
de t:
u(x, y, t) = F (x)G(y)H(t).
Temos
Como o lado esquerdo desta equação é uma função somente de t e o lado direito é uma função apenas de
x, y, segue que ambos os lados são constante:
Pelo método de separação de variáveis, chegamos portanto às seguintes equações diferenciais ordinárias:
F 00 (x) − ρF (x) = 0,
G00 (y) + (ρ − σ)G(y) = 0,
H 00 (t) − σc2 H(t) = 0.
concluı́mos que para que as soluções não sejam identicamente nulas, temos que ter ρ < 0 e σ − ρ < 0, isto é,
σ > ρ. Os problemas acima podem ser escritos têm como soluções fundamentais não nulas (autofunções)
nπx n2 π 2
Fn (x) = sen para ρ = − ,
a a2
e
mπy m2 π 2
Gm (y) = sen para σ − ρ = − .
b b2
Em particular, µ ¶
m2 π 2 n2 π 2 m2 π 2 n2 m2
σ =ρ− 2
=− 2 − = −π 2 + 2 ,
b a b2 a 2 b
e o problema em t é µ ¶
n2 m2
H 00 (t) + c2 π 2 2
+ 2 H(t) = 0,
a b
cujas solução geral é
Hnm (t) = Anm cos λnm t + Bnm sen λnm t
para r
n2 m2
λnm = cπ
2
+ 2. (4.6)
a b
Estas são as chamadas freqüências caracterı́sticas da membrana, enquanto que as soluções
nπx mπy
unm (x, y, t) = sen sen (Anm cos λnm t + Bnm sen λnm t) (4.7)
a b
são chamados os modos normais de vibração da membrana (correspondentes aos harmônicos no caso da corda
vibrante). Note que as freqüências caracterı́sticas não são múltiplos inteiros da freqüência fundamental, o
que torna a membrana vibrante inútil para a maioria dos propósitos musicais (além de manter um ritmo de
batidas), já que por causa disso o som do tambor não é tão agradável (tão harmonioso) quanto o de outros
instrumentos musicais, porque é difı́cil ao ouvido humano distingüir entre os seus harmônicos ou ordená-los
em uma escala em tempo real.
A solução do problema é
∞
X nπx mπy
u(x, y, t) = sen sen (Anm cos λnm t + Bnm sen λnm t) . (4.8)
n,m=1
a b
onde os coeficientes Anm , Bnm são determinados como sendo os coeficientes das séries de Fourier duplas das
funções apropriadas. Temos
∞
X nπx mπy
f (x, y) = u(x, y, 0) = Anm sen sen ,
n,m=1
a b
de modo que, estendendo f a uma função periódica ı́mpar de perı́odo 2a na variável x e a uma função
periódica ı́mpar de perı́odo 2b na variável y, obtemos
Z Z
4 a b nπx mπy
Anm = f (x, y) sen sen dxdy. (4.9)
ab 0 0 a b
Do mesmo modo, derivando a série de u com relação a t termo a termo, temos
∞
X nπx mπy
ut (x, y, t) = λnm sen sen (−Anm sen λnm t + Bnm cos λnm t)
n,m=1
a b
Rodney Josué Biezuner 126
e, portanto,
∞
X nπx mπy
g(x, y) = ut (x, y, 0) = λnm Bnm sen sen ,
n,m=1
a b
logo, procedendo de modo análogo estendendo f a uma função periódica ı́mpar de perı́odo 2a na variável x
e a uma função periódica ı́mpar de perı́odo 2b na variável y, obtemos
Z aZ b
4 nπx mπy
Bnm = g(x, y) sen sen dxdy. (4.10)
abλnm 0 0 a b
Q = cm∆u,
onde c é o calor especı́fico da substância. A variação média da temperatura da substância que ocupa esta
região do espaço no intervalo de tempo que vai de t0 até t1 é obtida tomando-se a média das variações médias
das temperaturas de todos os pontos da barra, ou seja
Z
1
∆u = [u(x, t1 ) − u(x, t0 )] dv,
vol Ω Ω
A taxa instantânea de variação do calor na região é portanto (usando novamente o Teorema Fundamental
do Cálculo) Z
cρ ut (x, t) dv. (4.11)
Ω
Por outro lado, pelo princı́pio de conservação do calor, a taxa de variação do calor na região também é dada
pela soma da taxa de calor que sai ou entra na região através da fronteira ∂Ω por unidade de tempo somada
ao calor gerado internamente por unidade de tempo. A primeira é dada por
Z
− φ · η ds
∂Ω
onde φ é o fluxo de calor, que é um vetor, já que o calor flui em alguma direção no espaço; a intensidade
de φ é a quantidade de calor fluindo por unidade de tempo por unidade de área. Se o fluxo de calor é
paralelo à fronteira, então nenhum calor cruza a fronteira; a componente do fluxo de calor que nos interessa
é a componente do fluxo perpendicular à fronteira. Na integral acima seguimos a convenção de que η é o
vetor unitário normal à superfı́cie apontando para fora. Assim, o sinal negativo explica-se como no caso
unidimensional porque se sai calor da região (isto é, a componente perpendicular do fluxo tem a mesma
direção de η e portanto a integral é positiva), então a variação de calor na região deve ser negativa. A taxa
do calor gerado internamente na região é dada por
Z
q(x, t) dv, (4.12)
Ω
onde q(x, t) é taxa de calor gerada por unidade de volume. Portanto, do princı́pio de conservação do calor
segue que Z Z Z
cρ ut dv = − φ · η ds + q dv. (4.13)
Ω ∂Ω Ω
Por outro lado, pelo teorema da divergência,
Z Z
φ · η ds = div φ dv.
∂Ω Ω
φ = −k∇u. (4.14)
O sinal negativo ocorre, como no caso unidimensional, porque o vetor gradiente aponta na direção de cresci-
mento da temperatura, enquanto que o fluxo do calor se dá na direção oposta (da temperatura maior para
a temperatura menor). O fluxo do calor em uma região bi ou tridimensional pode ser facilmente visualizado
uma vez que você se lembre que o gradiente de uma função é perpendicular às superfı́cies de nı́vel da função.
Rodney Josué Biezuner 128
No caso em que a função é a temperatura, as superfı́cies de nı́vel são chamadas superfı́cies isotérmicas ou
simplesmente isotermas. Assim, o calor flui das isotermas mais quentes para as isotermas mais frias em cada
ponto da isoterma perpendicularmente à isoterma. Em outras palavras, as linhas de corrente do fluxo de
calor correspondem às linhas de fluxo do campo gradiente da temperatura.
Segue que
cρut = k∆u + q, (4.15)
onde ∆u = div ∇u é o Laplaciano de u. Se q ≡ 0, escrevemos
ut = K∆u, (4.16)
Para que o problema possua uma solução única, é necessário dar a condição inicial e a condição de fronteira,
como no caso unidimensional. Por exemplo, denotando x = (x1 , ..., xn ), podemos ter um problema de
Dirichlet homogêneo:
ut = k∆u se x ∈ Ω e t > 0,
u(x, t) = 0 se x ∈ ∂Ω e t > 0, (4.17)
u(x, 0) = f (x) se x ∈ Ω,
ou um problema de Neumann homogêneo:
ut = k∆u se x ∈ Ω e t > 0,
∂u
(x, t) = 0 se x ∈ ∂Ω e t > 0, (4.18)
∂η
u(x, 0) = f (x) se x ∈ Ω,
ut = K(uxx + uyy );
esta é a equação do calor bidimensional. Assumimos que existe uma distribuição inicial de temperaturas
nas margens:
u(x, y, 0) = f (x, y) para todo (x, y) ∈ ∂Ω
onde f : ∂Ω → R é uma função com alguma regularidade; no caso em que Ω é um retângulo R = (0, a)×(0, b)
(chapa retangular), esta condição inicial se escreve como
u(x, y, 0) = f (x, y) se 0 6 x 6 a e 0 6 y 6 b.
As condições de fronteira podem ser as mais diversas possı́veis. As margens podem estar mantidas a tem-
peratura constante igual a 0:
no caso em que Ω = R = (0, a) × (0, b), esta condição de Dirichlet se escreve como
onde η = η(x, y) é o vetor normal à fronteira ∂Ω no ponto (x, y) da fronteira (significando que se houver
transferência de calor, esta só pode se dar ao longo da fronteira, isto é, na direção tangente à fronteira, o que
certamente ocorrerá se por exemplo a distribuição de temperaturas inicial na fronteira não for constante);
no caso em que Ω = R = (0, a) × (0, b), esta condição de Neumann se escreve como
Ou ainda, as margens podem estar sujeitas a condições mistas ou mesmo condições mais complicadas.
Resumindo, o problema com condição de Dirichlet homogênea é
ut = K∆u se (x, y) ∈ Ω e t > 0,
u(x, y, t) = 0 se (x, y) ∈ ∂Ω e t > 0, (4.19)
u(x, y, 0) = f (x, y) se (x, y) ∈ Ω,
Novamente, vamos tentar encontrar uma solução para o problema que seja o produto de três funções de uma
variável:
u(x, y, t) = F (x)G(y)H(t).
Temos
ut = F (x)G(y)H 0 (t),
uxx = F 00 (x)G(y)H(t),
uyy = F (x)G00 (y)H(t).
Rodney Josué Biezuner 130
onde os coeficientes Anm são os coeficientes da série de Fourier dupla da extensão de f a uma função periódica
ı́mpar de perı́odo 2a na variável x e a uma função periódica ı́mpar de perı́odo 2b na variável y:
∞
X nπx mπy
f (x, y) = u(x, y, 0) = Anm sen sen ,
n,m=1
a b
ou seja,
Z aZ b
4 nπx mπy
Anm = f (x, y) sen sen dxdy. (4.23)
ab 0 0 a b
Rodney Josué Biezuner 131
Escrevendo
u(x, y, t) = F (x)G(y)H(t),
temos
ut = F (x)G(y)H 0 (t),
uxx = F 00 (x)G(y)H(t),
uyy = F (x)G00 (y)H(t),
donde
F 00 (x) G00 (y)
=− + σ = ρ.
F (x) G(y)
As condições de fronteira implicam, como sempre, condições de fronteira sobre as equações diferenciais
ordinárias de F e G:
F0 (x) = c para ρ = 0,
nπx n2 π 2
Fn (x) = cos para ρ = ,
a a2
Rodney Josué Biezuner 132
G0 (x) = c para σ = ρ,
mπy m2 π 2
Gm (y) = cos para σ − ρ = − .
b b2
Segue que o problema em t é µ ¶
n2 π 2 m2 π 2
H 0 (t) − K 2
+ H(t) = 0,
a b2
cujas solução geral é
H00 (t) = c,
2 n2
Hn0 (t) = e−π a2
Kt
,
2
−π 2 m Kt
H0m (t) = e a2 ,
2 n2 2
−π +m Kt
Hnm (t) = e a2 b2 .
A solução do problema de calor da chapa com margens termicamente isoladas é, portanto,
∞
X −π 2 n2
+m
2
Kt nπx mπy
u(x, y, t) = Anm e a2 b2 cos cos , (4.25)
n,m=0
a b
o que é equivalente a escrever (redefinindo os coeficientes, de forma a obter uma mesma fórmula integral
para todos os coeficientes)
∞ ∞
A00 1X −π 2 n
2
2 Kt
nπx 1 X 2 m2 mπy
u(x, y, t) = + An0 e a cos + A0m e−π a2 Kt cos
4 2 n=1 a 2 m=1 b
∞
X −π 2 n2
+m
2
Kt nπx mπy
+ Anm e a2 b2 cos cos ,
n,m=1
a b
onde os coeficientes Anm são os coeficientes da série de Fourier dupla da extensão de f a uma função periódica
par de perı́odo 2a na variável x e a uma função periódica par de perı́odo 2b na variável y:
∞ ∞ ∞
A00 1X nπx 1 X mπy X nπx mπy
f (x, y) = u(x, y, 0) = + An0 cos + A0m cos + Anm cos cos ,
4 2 n=1 a 2 m=1 b n,m=1
a b
ou seja,
Z aZ b
4 nπx mπy
Anm = f (x, y) cos cos dxdy, n, m > 0. (4.26)
ab 0 0 a b
4.4 Exercı́cios
Exercı́cio 4.1. Resolva o problema da membrana vibrante
2
utt = uxx + uyy ) se (x, y) ∈ (0, 1) e t > 0,
u(x, 0, t) = u(x, 1, t) = u(0, y, t) = u(1, y, t) = 0 se 0 6 x 6 a, 0 6 y 6 b e t > 0,
2
u(x, y, 0) = x (x − 1) y (y − 1) se (x, y) ∈ [0, 1] ,
2
ut (x, y, 0) = 0 se (x, y) ∈ [0, 1] .
Usando algum software matemático (Scilab, Mupad, Maple, Matlab, Mathematica, etc.) ou algum
pacote gráfico (OpenGL, Java2D, etc.), crie uma animação para visualizar a solução do problema.