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REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA
COLÉGIO NOSSA SENHORA DA ANUNCIAÇÃO IMFAD

CURSO MÉDIO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

ASPECTOS EPIDEMIOLOGICO DA FEBRE TIFOÍDE. ESTUDO DE


CASO: CENTRO DE SAÚDE ANA PAULA, NO IIIº TRIMESTRE DE
2021.

TERESA VITORINO LOURENÇO

Luanda / 2021
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COLÉGIO NOSSA SENHORA DA ANUNCIAÇAÕ IMFAD

CURSO MÉDIO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

ASPECTOS EPIDEMIOLOGICO DA FEBRE TIFOÍDE. ESTUDO DE


CASO: CENTRO DE SAÚDE ANA PAULA, NO IIIº TRIMESTRE DE
2021.

Orientador
__________________________________

Luanda / 2021
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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4
1.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................. 5
1.2 OBJECTIVOS DE PESQUISA ........................................................................................... 5
1.2.1 Objectivo Geral .............................................................................................................. 5
1.2.2 Objectivos Específicos ................................................................................................... 6
1.3 HIPOTESES DE ESTUDO .................................................................................................. 6
1.4 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................. 6
II. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ......................................................................................... 7
2.1 DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS ..................................................................... 7
2.1.1 Febre Tifóide .................................................................................................................. 7
2.1.2 Epidemiologia................................................................................................................. 7
2.1.3 Reservatório e Fontes de Infecção ................................................................................ 7
III. METODOLOGIA DE PESQUISA...................................................................................... 9
3.1 MODELO DE PESQUISA................................................................................................... 9
3.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................................... 9
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 10
3.4 TÉCNICA DE AMOSTRAGEM....................................................................................... 10
3.5 TÉCNICA DE COLECTA DE DADOS ........................................................................... 10
3.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ............................................................................................ 11
3.7 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO........................................................................................... 11
3.8 TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................................ 11
3.9 ÉTICA EM PESQUISA ..................................................................................................... 11
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 12
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I. INTRODUÇÃO

As doenças de origem bacteriana são altamente transmissíveis e são um problema de


saúde pública dos indivíduos que habitam em regiões endémicas.

No entanto, a febre tifóide tem distribuição mundial, sendo responsável por cerca de 17
milhões de casos anualmente em todo o mundo ocasionando em torno de 600.000 óbitos (CHIN,
2001). A forma de transmissão da doença (rota fecal-oral) a torna mais comum nas regiões mais
carentes de saneamento básico e de educação sanitária e ambiental (FICA et al., 2001), razão
pela qual a grande maioria dos casos da doença se concentra nos países do terceiro mundo,
portanto nessas regiões do planeta predominam populações com elevados níveis de pobreza e
baixos níveis sócio-econômico-culturais.

Angola enfrenta diversos problemas de Saúde Pública, na generalização da pobreza nos


impactos negativos associados a 30 anos de guerra civil, a escassez de informação sobre as
doenças em geral e em particular das doenças infecciosas credível e atualizada, a insuficiente
capacidade institucional da administração na área da saúde e a ineficácia dos técnicos
especialistas de saúde nos laboratórios clínicos associado a falta de consciência profissional e
responsabilidade da população em geral enfraquece a capacidade para enfrentar os atuais
problemas da saúde pública em Angola (MSA, 2012).

Existe uma grande deficiência dos serviços públicos e privados para controlar a
qualidade dos alimentos e das águas de consumo, de modo a reduzir as infecções bacterianas
provocadas pela presença de microrganismos patogénicos presentes nestes alimentos e águas
de consumo.

O plano nacional de desenvolvimento sanitário angolano (2012-2025) preconiza a


realização de alguns estudos sobre a prevalência das patologias infecciosas, mas a população
não tem conhecimento suficiente destas patologias.

É extremamente importante em todas as áreas de actuação médica o conhecimento da


epidemiologia o qual fornece informação para investigar factores causais e estabelecer as bases
de programas de prevenção e de combate (CASTOR, 2015).
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O objectivo em desenvolver esta pesquisa surgiu a partir da escassez de estudos clínicos-


epidemiológicos em Angola sobre as doenças infecciosas de origem bacteriana. Razão pela qual
neste estudo será estudada uma de várias patologias bacterianas, a Febre Tifóide, que tem
confirmação através do diagnóstico laboratorial e é uma das que mais afeta a população em
geral.

Acredita-se que estudos desta índole podem contribuir para maximizar a visão dos
gestores do tesouro público e privado, formuladores de políticas públicas e profissionais de
saúde sobre os desafios a serem enfrentados com a saúde pública em Angola.

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

O problema é uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica ou


prática, para a qual e deve encontrar uma solução. Enquanto o assunto escolhido permanecer
assunto, não se iniciou uma investigação propriamente dita, para Cervo (2005), o problema
implica em: ser dificuldade, ser delimitação, ser expressão de pensamento interrogativo
(dúvida, curiosidade, necessidade) e só assim o investigador iniciará o seu trabalho de pesquisa.

Tendo em conta os aspectos acima abordados, formulamos a seguinte questão: Será que
os pacientes do centro de saúde Ana Paula têm o conhecimento dos aspectos epidemiológico
da febre tifóide?

1.2 OBJECTIVOS DE PESQUISA

Segundo Gil (2011, p. 181), “o objectivo indica o tipo de investigação, descreve


factores, explorar ou examinar relações, predizer, avaliar os efeitos”.

1.2.1 Objectivo Geral

✓ Analisar se os pacientes do centro de saúde Ana Paula têm o conhecimento dos aspectos
epidemiológico da febre tifóide, no IIIº Trimestre de 2021.
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1.2.2 Objectivos Específicos

1. Identificar as características epidemiológica da doença considerando as peculiaridades


regionais (cultural, religiosa, económica);
2. Mencionar os modos de transmissão da febre tifóide;
3. Descrever os cuidados de enfermagem no tratamento da febre tifóide;
4. Sugerir medidas de controle adaptadas as características regionais.

1.3 HIPOTESES DE ESTUDO

H1: Os pacientes do centro de saúde Ana Paula têm o conhecimento dos aspectos
epidemiológico da febre tifóide.

H2: Os pacientes do centro de saúde Ana Paula não têm o conhecimento dos aspectos
epidemiológico da febre tifóide.

1.4 JUSTIFICATIVA

A escolha da temática é baseada na vivência durante as práticas de estágio em Unidades


de Saúde, onde foi possível observar o maior índice de casos de pacientes com febre tifóide, no
IIIº trimestre do ano de 2021, no centro de saúde Ana Paula.

Nesta senda, a presente temática, servirá de instrumento de apoio e pesquisa para o


enriquecimento e a continuidade de novas obras ou temática relacionadas ao assunto estudado.
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II. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS

2.1.1 Febre Tifóide

A febre tifóide não está directamente ligada a sazonalidade. A patologia está associada,
principalmente a baixas condições socioeconómicas e falta de higiene, com os seres humanos
os únicos hospedeiros naturais conhecidos e reservatório de infecção (MWEU, E. & ENGLISH,
M., 2008).

2.1.2 Epidemiologia

A febre tifóide é transmitida principalmente de forma indirecta, por meio de água e de


alimentos, especialmente leite e derivados, contaminados com fezes ou com urina de doentes
ou de portadores; as moscas raramente participam da transmissão. Alimentos conservados sob
baixa temperatura podem veicular a Salmonella Typhi uma vez que nem o resfriamento nem o
congelamento a destroem; praticamente todos os alimentos, quando manipulados por
portadores podem veicular a S. Typhi, mas as ostras e outros moluscos, assim como o leite e
derivados são os principais alimentos responsáveis pela transmissão da febre tifóide (FNS,
2002).

2.1.3 Reservatório e Fontes de Infecção

O reservatório é o homem doente, o portador convalescente, ou o sadio. Urina e fezes


dos doentes e portadores são a fonte. Os portadores fecais são em maior número do que os
urinários. O estado de portador e mais frequente entre mulheres adultas do que em homens.

Nesta senda, a Salmonella typhi é também denominada como bacilo de Elberth. Em


1907, Mary Mallon Typhi foi o primeiro portador a ser identificado após uma epidemia, nos
E.U.A. A febre tifóide (FT) é uma infecção sistémica aguda, causada por Salmonella entérico
serotipo typhi. É comum em países em desenvolvimento e está associada a baixos níveis
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socioeconómicos e pobres condições de saneamento básico, de higiene pessoal e ambiental.


(BASTOS, R. et al., 2008).
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III. METODOLOGIA DE PESQUISA

Neste capítulo estão descritos os procedimentos metodológicos que nortearam a


realização deste trabalho. Sendo assim, é abordado o método utilizado e o tipo de pesquisa.
Discute-se sobre a população e amostra, sobre os procedimentos de colecta, tratamento e análise
dos dados, ou seja, este capítulo apresenta uma descrição detalhada sobre o modo como a
investigação foi realizada.

3.1 MODELO DE PESQUISA

O desenho metodológico desta pesquisa buscou combinar as técnicas de análise


quantitativa e qualitativa de modo a tornar mais rica a análise e gerar mais subsídios para o
trabalho. Observa-se, neste trabalho, a predominância da vertente quantitativa. Contudo, deve
ser levada em consideração a importância conferida aos conteúdos subjectivos avaliados através
de técnicas interpretativas, pertinentes à vertente qualitativa.

Na pesquisa quantitativa para Polit (2004, p. 179), o levantamento das informações é


feito através de instrumentos formais e os dados colectados são objectivos, ou seja, a
informação é numérica, sendo o resultado de uma mensuração formal e de uma análise de
distribuição de frequências, montagem de quadros e tabelas.

De acordo Minayo (2009, p. 52), “a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de


significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que se adequa a um espaço mais
complexo das relações, dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis”.

3.2 TIPO DE PESQUISA

No que tange ao objectivo ou motivação para a realização da pesquisa, utilizou-se os


tipos de pesquisa exploratória e descritiva.
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A pesquisa exploratória é interpretada como aquela que é realizada numa área na qual
há pouco conhecimento acumulado e sistematizado, ou seja, procura-se, essencialmente,
proceder ao reconhecimento de uma realidade ainda pouco estudada no nosso país. Enquanto
que a investigação descritiva permite a percepção de maiores detalhes sobre o assunto, objecto
de investigação. (RICHARDSON, 2011, p. 237).

O objectivo da pesquisa exploratória é familiarizar-se com a área do assunto em


investigação, ou seja, busca explorar com maior profundidade o tema, enquanto que a pesquisa
descritiva vai para além da pesquisa exploratória ao examinar um problema, uma vez que avalia
e descreve as características das questões pertinentes.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

População ou universo: é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam


pelo menos uma característica em comum, que servem de objecto de estudo. E amostra é o
subconjunto do universo ou população, por meio do qual são colectados e que deve ser definido
ou delimitado anteriormente com precisão, pois será representativo dessa população. (MOORE,
2008, p. 94).

Com base nos pressupostos do trabalho, foi identificada uma população de 66 pacientes.
E amostra foi de 52 pacientes no centro de saúde Ana Paula.

3.4 TÉCNICA DE AMOSTRAGEM

A técnica de amostragem utilizada na pesquisa foi a probabilística aleatória simples, que


é o subgrupo da população em que todos elementos desta terão a mesma probabilidade de serem
escolhidos. (MOORE, 2008, p. 137).

3.5 TÉCNICA DE COLECTA DE DADOS

Para cumprir com os objectivos da pesquisa, foi utilizado um inquérito por questionário,
estruturado com questões fechadas. O questionário segundo Costa (2011, p. 71), compõe-se de
um conjunto de perguntas pré-elaboradas sistemática e sequencialmente organizadas em itens,
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que formam o tema da pesquisa, com o propósito de conseguir dos inquiridos, sob forma escrita
ou verbal, respostas sobre o assunto.

Optou-se pela aplicação do questionário porque:

a) Tem um carácter muito preciso e formal da sua construção e da sua aplicação prática;
b) Permite obtenção de uma amostra maior e não sofre influência do inquiridor;
c) Fornece dados mais completos e padronizados.

3.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídos no estudo todos os pacientes assistidos domiciliarmente disponíveis em


participar de forma voluntária no nosso inquérito a respeito da nossa temática.

3.7 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos todos os pacientes assistidos domiciliarmente que não concordarem


em participar na pesquisa.

3.8 TRATAMENTO DOS DADOS

Após colectado os dados, mediante o procedimento utilizado foi feita a tabulação da


informação buscando responder os objectivos propostos, com o auxílio do programa
informático da Microsoft Excel 2010.

3.9 ÉTICA EM PESQUISA

Após abordagem bibliográfica e solicitação de autorização para pesquisa de campo foi


entregue aos inquiridos um documento de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual
descreve o objectivo do estudo e esclarece a não obrigação da participação dos mesmos, e em
caso de aceitação, será preservado a identidade de todos os participantes.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASTOS, F., LIMA, K., SÁ, L., SOUZA, C., LOPES, M., RAMOS, F. Variabilidade genética
de amostras de Salmonella tiphy, isoladas de surtos e de casos esporádicos ocorridos em Bélem.
J. Bras. Patol. Med.Lab. 2008. 44 (4), 271-276 p.
CASTOR, C. Surveillance épidémiologique et investigation d’une épidémie. Médecine
tropicale, 2015, 1-3.
CERVO, P. A. B. Metodologia cientifica. 6ª Edição. 2005.
COSTA, M. MARILENE C. Caminhos investigativos: novos olhares na pesquisa em educação.
2011. 71 p.
CHIN, J. El control de las enfermidades transmisibles: Informe oficial de la Asociación
Estadounidense de Salud Pública. (17) Washington, EUA: OPAS; OMS, 2001. p. 355-357.
FICA, A.C., ALEXANDRE, M.S., PRAT, S.M., FERNÁNDEZ, A.R., FERNÀNDEZ, J.O.,
HEITMANN, I.G. Cambios epidemiológicos de las salmonelosis en Chile. Desde Salmonella
typhi a Salmonella enteritidis. Revista Chilena de Infectologia. 18 (2). 2001.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Ministério da Saúde. Febre tifóide. Guia de vigilância
epidemiológica. (1), p. 331 – 345, Brasília (DF); 2002.
GIL, A. CARLOS. Como elaborar projetos de pesquisa. 2011. 181 p.
MINAYO, M. SOUZA. O desafio do conhecimento. São Paulo. 2009. 52 p.
Ministério da Saúde de Angola. (2012). Plano de desenvolvimento Sanitário 2012-
2015.Prioridades e Estratégia do SNS Angolano 2012-2015. Luanda: 7º Esboço - 20 de Março
de 2012.
MOORE, G. BERNARDINO. Princípios éticos. São Paulo. 2008. 137 p.
MWEU, E. & ENGLISH, M. Typhoid fever in children in Africa. Tropical medicine and
international health, 2008, 13 (4), 532-540.
POLIT, D. RUBIN. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização.
Porto Alegre. 2004. 179 p.
RICHARDSON, J. LAIBSON. Pesquisa Social. São Paulo. 2011. 237 p

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