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Por Rodrigo Coutinho (18 de Agosto de 2020)

Instagram: @capl.reformado
E-mail: capl.coutinho@gmail.com

O HOMEM QUE AMA DEVE SERVIR ANTES

Quantos de nós já ouvimos ou pregamos nalgum momento sobre a submissão da esposa?


Muitos, acredito. Claro que é um assunto claramente explicito nas Escrituras e que fala
diretamente do papel de Auxiliadora que a mulher possui dentro do matrimônio. Começamos a
ler a partir do Jardim do Éden, Deus criando a mulher para ser esta grande companheira idônea
do homem. Deus criou Eva para que Adão não estive só, deu-lhe sono e enquanto dormia
formou para ele a maior bênção que um homem recebe – uma esposa! Adão agora não estava só
no Jardim, mas tinha alguém semelhante a ele – completando a obra da Criação e sendo, assim,
vistos como “Muito Bom” pelo Senhor. (Gn 1.27, 31 – Sexto Dia). Deus declarou a completude
da Criação apenas quando Homem e Mulher haviam sido criados e unidos.1
Quando olhamos para Gn 2.22 - 24, encontramos ali três coisas muitíssimo importantes:

1) a esposa sendo formada e recebida (v. 22);


“(...)transformou-a... e lha trouxe [ao homem]”.
2) a igualdade física e espiritual entre ambos sendo atestada por Adão (v. 23);
“(...)é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi
tomada”.
3) a responsabilidade outorgada ao homem para dedicar sua vida a ela (v.24);
“(...)deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. [Veja
Ef. 5.29]

Deus tomou de uma parte de Adão, não qualquer parte, mas de uma que tem grandiosíssima
importância na anatomia humana. Muitos poetizam esta parte e dizem que a mulher foi feita da
costela para representar companheirismo, hombridade, etc. Muito bonito de se ler, porém ainda
pobre em significado. Vejamos algumas informações importantes sobre a importância das
costelas humanas:2

As costelas são estruturas responsáveis pela proteção e estruturação da região torácica. São
ossos em forma de semiarco que fazem conexão com um osso central denominado esterno,
formando assim uma grande caixa para a proteção de órgãos como os pulmões e rins.
Consiste em um arcabouço formado por 12 pares de ossos. [...]
As costelas, juntamente com o esterno (osso localizado na região média do tronco) e
cartilagens costais formam um dos maiores elementos de sustentação do corpo quando se fala
em estruturas anatômicas. Os arcos costais fixam-se na coluna torácica, formando assim o que
chamamos na anatomia de caixa torácica. As costelas encontram-se fixadas junto às doze
vértebras torácicas, protegendo assim órgãos importantes para o funcionamento do
organismo. [...]
Como os primeiros sete pares de costelas alojam principalmente os pulmões e coração, é
necessário que a caixa possua mobilidade para que ocorra a expansibilidade durante a fase
inspiratória da respiração. As costelas também são consideradas estruturas de grande
importância na origem e inserção da musculatura do diafragma. Esse músculo tem grande
importância na anatomia, sendo responsável pela divisão da cavidade torácica da cavidade
abdominal, bem como é considerado o principal músculo envolvido no processo da
respiração. [...]
A caixa torácica protege órgãos tanto da região de tronco superior quanto de região superior
de abdômen. A região de tórax (tronco superior) protege órgãos vitais como: pulmões e
coração. Já a região superior do abdômen aloja os seguintes órgãos protegidos pelas costelas:
fígado, rins, pâncreas, estômago e baço. [Ênfases meus]

1 Quando lemos no capitulo 2 sobre a criação da mulher, muitos podem estranhar e dizer que o evento sucedeu após o
sexto dia, porém com atenção podemos entender que a criação do homem e da mulher deu-se no mesmo dia e que os
eventos deste capítulo estão encaixados durante o período entre manhã e tarde daquele dia específico. Moisés resgata
este evento em Genesis 1.26-31 e o trata de forma específica dentro de Gênesis 2.
2
Referência, visite: https://www.infoescola.com/biologia/costelas/ (veja também sobre Fraturas nas Costelas)
Por Rodrigo Coutinho (18 de Agosto de 2020)
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O Senhor Deus poderia ter formado a mulher da mesma substância bruta da qual formou o
homem (Gn 2.7), todavia o Senhor tomou da matéria perfeita – a criação pronta – formou uma
nova vida. Não somente isso, o Senhor não tomou de qualquer parte da anatomia de Adão, mas
de uma que é crucial para o bom funcionamento de seu corpo conforme vimos acima. As
costelas protegem os principais órgãos vitais ou importantes do ser humano (exceto o cérebro,
claro): Coração, Pulmões, Rins, Fígado, Pâncreas, Estômago e Baço.
Imagine situações quotidianas em que estes órgãos poderiam ser prejudicados se não fosse a
proteção existente em volta deles. Pior, seu esqueleto não poderia sequer manter a sustentação
adequada sem a existência do conjunto de costelas que formam sua caixa torácica.
Olhando pela ótica da anatomia humana, então podemos entender com maior profundidade
como o Senhor vê a mulher no fator de importância da vida do homem. Encontrar este
significado nos aproxima muitos mais do sentido de igualdade entre ela e o homem do que
jamais imaginamos e, claro, de seu papel vital para que um homem seja realmente completo
como alma vivente.
Se dentro deste contexto vemos a mulher como o complexo envolto torácico com sua
importância, podemos levar o homem a posição – agora – da musculatura em sua volta. Esta
musculatura trabalha em conjunto com as costelas, preenchendo espaços entre elas, auxiliando
na mecânica respiratória, entre outros. Podemos afirmar então que estes músculos cooperam
para que as costelas cumpram corretamente seus propósitos no corpo sem sobrecargas ou com
dificuldade para a anatomia.
Deus, em Sua infinita sabedoria, formou a mulher não de uma parte simples do ser humano, mas
de uma que lhe garante correto sustento, proteção, conforto e segurança de partes essenciais e
vitais para sua vida. Tal qual a importância anatômica da costela em um corpo, assim é a
importância da mulher na vida (e para correto deleite desta) do esposo. Um homem que não
cuida de sua esposa é como um homem que agride o próprio corpo com um machado ou
marreta, golpeando incessantemente sua caixa torácica – acertando, mais cedo ou mais tarde,
órgãos que poderão lhe dificultar ou até mesmo ceifar sua vida! Resumindo: todo homem que
não cuida de sua esposa é um suicida em potencial.

Doravante falaremos, então, dos deveres que o homem tem para com a mulher – do esposo para
com a esposa. Acredito que ainda falta muito o que ser dito a respeito desta questão em nossos
púlpitos. Poucos pastores conseguem expor de forma cirúrgica o papel de Serviço que o homem
DEVE a sua esposa. Sim! Há um dever do homem para com sua esposa que ao ser
negligenciado o torna a raiz do fracasso de grande parte da vida matrimonial.
Muito do que é pregado hoje fala unicamente da submissão da esposa – que está biblicamente
correto. Fala-se sobre o papel do homem como provedor do lar e geralmente resume-se tudo
neste ponto. Quanto volta-se para a mulher, fala-se que ela DEVE ser submissa, fiel,
respeitadora, pacifica, sábia, sexualmente disponível sempre para seu esposo (pois seu esposo
tem poder sobre seu corpo e ela sobre o dele - mais para saber como servi-lo do que para exigir
respeito na forma de uso com ela, lamentavelmente), boa mãe, não deve fracassar em nada no
cuidado com seu marido uma vez que ele é autoridade sobre ela, etc. Resumi a lista para as
coisas mais conhecidas. O problema da lista aqui é a posição unilateral. O foco recai unicamente
sobre os exagerados deveres da esposa e pouco sobre a posição do esposo.
Não é de estranhar pastores sufocando incontáveis esposas, devotadas e matrimonialmente
frustradas, com Provérbios 14.1:

“Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos”.

Muitas mulheres cristãs estão extremamente sobrecarregadas com cargas demasiadamente


pesadas impostas por esposos negligentes e, para piorar, o aconselhamento pastoral muitas
vezes acrescenta muito mais peso a carga. Lares cristãos hoje em dia são verdadeiros
calabouços aonde muitas mulheres contam os dias de acordo com o número de lágrimas que
derramam em seus travesseiros. Soluços e pensamentos depressivos são uma constante
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realidade de suas vidas enquanto pastores tapam os olhos para suas necessidades que são
ignoradas ou desvalorizadas por seus cônjuges. Há mulheres que vivem como “escravas
legalmente autorizadas” pela má interpretação bíblica quanto a sua feminilidade,
responsabilidades, direitos e cuidados. Quando estas mulheres adentram o gabinete pastoral para
buscar auxilio, tudo o que recebem é uma bula papal escrita “continue orando”, “Deus vai
mudar este quadro”, “Deus está vendo seu sofrimento”, e coisas do tipo que são como sal
deitado sobre a carne rasgada e exposta, como fel e absinto para a alma.
Se hoje há algo mais corrosivo na vida de uma mulher do que o tratamento que ela recebe de
forma egoísta e, muitas vezes, abusiva em seu lar é o silêncio eclesiástico quanto a isso. Não
devemos então nos admirar com o foco que o movimento feminista tem contra o cristianismo,
principalmente o protestantismo.

Agora, falando sobre o esposo, vamos compreender o que a Palavra ensina sobre sua posição.
Usarei inicialmente por base a história de Jacó e Raquel (Gênesis 29):

Jacó saiu em viagem forçada para escapar da fúria de seu irmão, Esaú. Antes de sair, seu pai,
Isaque o abençoou com a bênção de Abraão – seu pai – e ordenou que ele fosse buscar para si
uma esposa na casa dos parentes de sua mãe, Rebeca. Jacó iniciou seu caminho para Padã-Arã.
Sabemos das visões de Jacó durante o caminho até chegar a terra dos parentes de sua mãe.
Chegando lá, encontrou pastores próximo ao poço que servia para dar de beber ao rebanho; Jacó
não se adiantou em ajudar os pastores a remover a pedra até que viu Raquel chegando com seu
rebanho também. Percebamos que no versículo 3, afirma-se que os próprios pastores removiam
a pedra do poço para dar de beber ao rebanho. Cremos então que era uma função de
responsabilidade daqueles Homens. Jacó, porém, com a aproximação de Raquel não esperou
que aqueles homens executassem o trabalho que lhes era rotineiro, mas ele mesmo remove a
pedra – por causa de Raquel – e dá de beber ao rebanho de Labão.
Adiante, após conhecer Labão, vemos que Jacó Amava Raquel e por ela propôs – por dote –
trabalhar sete anos para Labão. O versículo mais belo desta história diz que “Assim, por AMOR
a Raquel, SERVIU Jacó SETE ANOS; E ESTES LHE PARECERAM COMO POUCOS DIAS,
PELO MUITO QUE A AMAVA”.

Imagine como Jacó viveu cada um dos – aproximadamente – 2.555 dias (que são os sete
primeiros anos)! O amor por aquela mulher fez com que estes dias não fossem absolutamente
nada diante dos olhos dele. Ele serviu por amor. Ele trabalhou por amor. Ele dedicou por amor.
Ele transpirou por amor. Ele se cansou (fisicamente) por amor. Ele envelheceu por amor. Ele
esperou dia após dia com todo o amor por ela pulsando interminavelmente em seu coração,
focado na grande benevolência do Senhor que estava em Raquel. Depois disso, tornou de servir
mais sete anos devido o engano a que Labão o submeteu, mas ainda assim ele serviu! A
negociação do preço por sua amada Raquel não seria pesada jamais para ele. Submeter-se
novamente a mais 2.555 dias não lhe era dificultoso, pois ele já iniciou os dias diante do amor
por Raquel a servindo; desde o poço Jacó esteve um posição de servo do amor por Raquel e,
dali em diante, continuou a servir a este amor em honra a ela.
Veja, homem, que exemplo temos do patriarca neste texto. Um amor que serve, não que exige
serviço. Claro que podemos afirmar que Raquel, como que sendo a resposta de Deus para o
pedido de seu pai Isaque, era uma mulher irrepreensível em atitudes diante de sua família e
sociedade. Uma mulher casta que aguardava com temor o momento de ser desposada por um
verdadeiro homem que lhe honrasse por toda a vida – este homem era Jacó. Embora a sequência
do texto nos mostre que Lia foi a primeira esposa de Jacó em razão do engano provocado por
Labão, vemos que “...Jacó amava mais a Raquel do que a Lia”(v.30), o que nos faz entender
perfeitamente que a união dos dois não estava apenas baseada em um contrato ou acordo
matrimonial, mas no Perfeito Amor que deve existir entre um homem e uma mulher. Um amor
que centraliza toda a vida em torno dele e cria para ambos um mundo perfeito, particular, em
que ambos habitem juntos e privadamente excluídos de toda influência externa.
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O amor compele o homem a estar diariamente buscando formas novas de servir aos desejos e
necessidades de sua esposa. O desejo dele é para sua esposa, de forma que não se dê por
contente enquanto não sentir que sua felicidade se eleva ao contemplar a felicidade da esposa. O
serviço começa quando o homem acorda pela manhã e ora pela vida de sua esposa agradecendo
ao Senhor por ter-lhe completado a existência com aquela parte essencial para sua motivação
diária; a mulher é o motivo pelo qual o homem sente-se completo como alma vivente, ela é o
motivo pela real masculinidade se mostrar em seus atos, masculinidade esta que o faz ser para
ela escudo e espada, ele não somente recebe a responsabilidade de dedicar-se a ela, mas ele
mesmo almeja formas de através de si mesmo levar dias jubilosos ao coração daquela amada
mulher. Isto sim, este desejo implícito, é a motivação do homem de Deus para com sua esposa.

Alguns, porém, discordam desta posição que apresento neste texto. Eles podem crer que exagero
nas responsabilidades imputadas ao esposo somente com base no livro de Genesis, pois creem
que a Bíblia não fala nada mais a respeito desta minha “suposição”; talvez até creiam que há um
equívoco hermenêutico nas histórias supracitadas. Então veremos por outra ótica esta questão.

Na carta de Paulo aos Efésios, cap.5 e vers. 25, encontramos uma ordem muito conhecida por
todos os cristãos hoje:

“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por
ela,”

Paulo trata do serviço do esposo para com sua esposa na mesma qualidade do serviço de Cristo
pela Igreja. Serviço – sim, esta palavra se enquadra nesta ação de Cristo, pois Ele mesmo veio
em serviço ordenado pelo Pai, na qualidade daquele que SERVE, ou seja, um servo obediente
sob a autoridade de um SENHOR e PAI:

Filipenses 2.5 – 8; “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois
ele subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si
mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e,
reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e
morte de cruz”.

[Esposos, estando vocês em posição de autoridade sobre a esposa de vocês, não usurpem do
direito de serem superiores a elas, mas sendo da mesma substância e aparência, cumpram para
com elas o serviço de cuidados diários, reconhecendo que ela é corpo vosso e carece dos
mesmos cuidados que deseja para si; não será ela capaz de lhe ser vida se você mesmo não
matar em si tudo o que poderá ferir a ela d’alguma forma.]

João 4.34; “Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me
enviou e realizar a sua obra”.

[Esposos, o seu alimento – pão de contentamento – diário deve ser realizar obras de satisfação
que encaminhem o coração da sua esposa ao vosso Deus em adoração e ações de graça!]

Mateus 20.27 – 28; “...e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o
Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de
muitos”.

[Esposos, não queira elevar-se na primazia dos desejos, mas submeta-se a servir aos desejos e
necessidades da tua esposa. Seu papel não é de um senhor soberano, mas de um líder-servidor,
que a guiará diariamente a Cristo em ações e orações, que se colocará como escudo e braço forte
ao seu lado para protege-la dos perigos desta vida e, se preciso for, até dar da sua vida para
preservar a dela. Que a sua vida seja a menor moeda a se pagar pelo bem-estar de sua esposa!]
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Tomando a Palavra em Efésios 5.25 juntamente com as demais passagens que apresentam Jesus
falando de sua obra (isso sem contar os textos messiânicos no Livro de Isaias), vemos quão
profundo é o “Amai como Cristo Amou a Igreja”, exposto no versículo 25; podemos inclusive
facilitar a compreensão com os versículos que se seguem ao mostrar o proposito concreto da
obra de Cristo para com a Igreja. Na obra de Jesus vemos proposito de:

a) Santificação da Igreja: o esposo deve santificar a vida de sua esposa ao Senhor;


b) Purificação da Igreja: o esposo deve preservar a pureza de sua esposa, física e espiritual,
ao Senhor;
c) Lavagem com a Palavra: o esposo deve pastorear sua esposa e meditar junto com ela em
todo tempo nas Escrituras Sagradas para lavar seu coração com os Ensinos Santos;
d) Glorificação da Igreja: o esposo deve cuidar de cada passo anterior para que a esposa
cresça no caminho que culmina na vida eterna glorificada diante do Rei Jesus;
e) Imaculável: o esposo deve pelejar pela manutenção do estado santo de sua esposa como
serva do Rei Altíssimo, quer em oração ou em ações que lapidem a espiritualidade dela;
f) Jovialidade Espiritual (sem rugas): o esposo deve zelar para que o espírito de sua esposa
não se canse, desanime, devido as tribulações da vida que a sobrecarregarão se ele não
estiver firmemente disposto a carregar as cargas com/por [amor à] ela;
g) Caráter Santo da Igreja: o esposo deve sempre dedicar-se para que sua esposa seja
reconhecida na mesma posição das santas mulheres citadas nas Escrituras Sagradas,
tanto em seu lar quanto na vida em sociedade. Este caráter santo só é plenamente
cuidado quando o próprio homem cuida dela de forma a ver que suas ações contra ou a
favor sua esposa impactam diretamente neste ponto – a santidade de sua esposa pode ser
manchada se ele for promiscuo, espancador, opressor ou abusador contra ela;
h) Sem Defeito Algum: embora todos tenham suas particularidades e defeitos, o esposo
deve reconhecer e tratar sua esposa cujas qualidades estão sempre acima de qualquer
defeito (que ele mesmo possui em si, até piores). Ele deve honrar e louvar as qualidades
de sua esposa diante dela diariamente e de todos ao seu redor. O esposo fiel e amado
deve enaltecer as qualidades de sua esposa com tamanha devoção que qualquer defeito
que ela tenha, desapareça (até literalmente) de diante da vida do casal;
i) Cuidar da Igreja é a Honra que Cristo recebe para Si mesmo: esposo, ao cuidar de sua
esposa, você mesmo é honrado no processo perante Deus e as pessoas a sua volta.
Alimentar a vida espiritual de sua esposa é um processo do qual a sua alma de delicia e
é abastecida. Amar a esposa é amar a você mesmo. A resposta do amor por ela
personificará a plenitude da satisfação pessoal em seu coração que, de fato, não
dependerá de qualquer outra coisa a não ser a felicidade e reconhecimento de sua esposa
quanto aos teus cuidados por ela diante dos homens e do Senhor;

Veja que lista extensa das condições similares em que o homem/esposo se encontra quando
olhamos para Cristo/Noivo e a Igreja/Noiva! Já citei em estudo anterior a seguinte conclusão,
mas vou repeti-la neste também:

“A IGREJA (Noiva) Só é Triunfante, Porquê CRISTO (Noivo) Triunfou!”

Aquilo que Cristo FEZ para a Igreja, primeiramente realizou em SI. A Igreja Triunfante é
Aquilo que Cristo Concretizou por Sua Vida, Morte e Ressurreição!
Impossível é, acredite, que sua esposa seja algo melhor do que aquilo que você a faz ser com
suas ações. Claro que nisto não quero dizer que a esposa não pode ser excelente diante de um
péssimo marido, mas que o péssimo marido – por sua própria condição – sempre trará e verá
sua esposa da pior forma possível. Se ele é um devasso, desejará que a mulher santa seja uma
promiscua e, ela não se mostrando assim em razão da santidade a qual ela se submete por amor
a Deus, ele a verá como uma mulher incompleta, insuficiente, fracassada. Entende o que quero
dizer? Os defeitos que um homem que desvaloriza sua esposa observa nela, estão nele mesmo
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em razão da sua impiedade e inimizade com as ordenações expressas da Palavra de Deus. A


esposa é um reflexo que o homem faz de si mesmo, mas de forma deformada muitas vezes;
qualquer insuficiência que um homem encontre em sua mulher quando ele a compara, por
exemplo, às mulheres ímpias, está nele mesmo e não nela. Ele está desprezando a Igreja assim
como o Anticristo a oprimirá [veja o estudo Maridos Anticristos, redigido por mim].
O serviço do esposo é tão essencial para sua esposa quanto para si mesmo. Há uma passagem
bem específica e definitiva quanto a importância espiritual deste serviço, deste cuidado, do
esposo diante de sua mulher. Em nenhuma outra parte das Escrituras Sagradas sabemos de
alguma mulher que teve suas orações retidas, impedidas, por falhar em sua posição para com
seu marido; o contrário, porém, é uma realidade que pode, e infelizmente ocorre, na vida dos
homens.

1 Pedro 3.7; “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e,
tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade,
porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as
vossas orações

A ACF (Almeida Corrigida Fiel) usa duas sentenças muito interessantes dentro deste versículo.
A primeira é “dando honra à mulher”, e a segunda é “impedidas as vossas orações”.
Quando lemos, então, vemos que um esposo que desonra sua esposa, seja por qual razão for,
não somente comete uma ofensa gravíssima contra ela, mas tem uma mácula em si
grandiosíssima diante do Senhor ao ponto de suas orações serem impedidas ou barradas. O que
é da vida de um homem cujas orações não são recebidas por Deus? Como deve ser orar e suas
palavras não passarem do céu da boca? A desonra a esposa é um pecado como todos os demais
cometidos por aqueles que contrariam as leis do Senhor, principalmente por deformar a
semelhança da obra de Cristo com a Igreja (Esposo e Noiva). Seria como se Cristo virasse as
costas para mesma Igreja pela qual entregou a sua vida na cruz em obediência a Deus Pai.
Percebe a gravidade da “insubmissão” do esposo? Sim, insubmissão, pois Cristo não somente é
seu exemplo, mas sua Cabeça. Ele DEVE obediência primária a Cristo e esta obediência está em
ser exemplo do que Cristo foi e é para a Igreja. Um homem que desonra a esposa está
desprezando o próprio Cristo que – se assim ele crê ser membro do corpo – é Noivo dele
também.

Concluindo

Embora foque-se constantemente em sermões infindos falar-se das características da esposa


cristã, pouco se tem falado das reais características do esposo cristão. Tendo a semelhança da
submissão de Cristo para com o Pai, deve-se colocar o esposo em submissão a Cristo,
primariamente, e também submetendo-se aos serviços reais de cuidados para com sua esposa.
Não basta tirar a pedra do poço, tem de descer o balde e tirar-lhe água para sua sede e de seu
rebanho. Há honra no serviço, há um contentamento sem igual em descer as escadas do orgulho
e autossuficiência para poder dedicar-se àquela que o Senhor lhe levou de encontro pelo
caminho da vida. A vida do homem é naturalmente complementada e ajustada tão somente pela
presença da esposa amada. Suas necessidades vitais são protegidas assim como a caixa torácica
– união das costelas na anatomia humana – protege seus órgãos vitais e os acomodam em
espaços milimetricamente adequados para cada um deles.
Não é por acaso, muito menos simbolicamente, que somente se é UMA SÓ CARNE quando
ambos se unem em uma ligação muito mais profunda e invisível do que a comemoração
matrimonial em si. O matrimônio começa pelo coração doador que deseja dar-se, não tomar;
que deseja suprir, não ser suprido primeiramente, pois o amor é uma forma de fotossíntese para
o casal: o homem, ao dar de todo seu amor e devoção por sua esposa, é alimentado pela
satisfação do resultado provocado na vida dela tanto na rotina familiar e social, quanto
espiritual.
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Maridos, quanto aos seus pensamentos e intenções para com suas esposas, deixo estas palavras
escritas por Paulo aos Filipenses, Cap.4, versos 8 e 9:

“(...)tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe,
seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes,
e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.”

Que a Graça e Paz de Cristo repouse sobre todos vocês, casais, para que vossa vida seja um
louvor constante e um culto perpétuo de ações de graças ao Senhor Jesus!

- Rodrigo Coutinho
São Paulo, 18 de Agosto de 2020.

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