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Chama Distorcida
1ª Edição
Ele veio como uma bola de demolição, destruindo o restante dos meus
pedaços.
Ele foi o único a me corromper, e mesmo assim, a cada vez que seu
corpo se apossou do meu, eu implorei pela próxima vez como um animal
preso implora pela liberdade. A diferença era que eu queria estar na prisão.
Sua pergunta me fez desviar os olhos do meu irmão mais novo com a
nossa mãe.
— Não.
Suspirei, desviando os olhos dos seus. Eu não podia contar. Era idiota
e bobo. Eu era um homem, não a porra de um maricas.
— Ei, garoto crescido. — Mamãe sorriu para mim e seus olhos azuis
ficaram ainda mais límpidos. — Eu não comprei nada...
interrompendo-a.
— Não parece...
— O que...
— Espere e verá.
Eu posso, certo?!
— O.k.
Saí de casa e andei até onde meu carro esteve há alguns dias. Hoje
não mais. Ele foi mais uma coisa que o vício de Carolyn tinha tirado de mim.
Eu havia ganhado do meu pai quando fiz dezesseis anos. Parecia tanto tempo,
mas não era. Eu estava com dezenove anos, e desde os dezessete morava em
Chicago. Vim fazer faculdade com um sonho bonito de me reconectar com
Pensei em voltar para casa depois que descobri. Pensei em ligar para o
meu pai e minha madrasta, C.K., mas não consegui. Meu pai havia ficado
magoado pela minha vinda. Odiava admitir, mas não queria parecer idiota aos
seus olhos.
Papai sempre foi tudo que tive, e depois que C.K. chegou, ambos se
tornaram minha tábua de salvação. Nunca fui uma garota popular ou
amigável. Eu era boa, tentava ser boa, mas nunca consegui a afeição das
pessoas. Sempre me achei uma intrusa. Até hoje.
Não era exatamente cedo, quase oito horas da noite. Esse foi o horário
que ela me disse para vir, então ainda tinham algumas pessoas no lugar. Eles
fechavam daqui a uma hora.
cafés da região. Eu nunca havia posto os pés no local, mas gostei do que vi.
— Olha, nós estamos, mas preciso saber se você faz o trabalho bem.
— Ela empurrou os óculos para a cabeça repleta de cabelos pretos e fios
brancos.
Pela próxima hora limpei mesas, lavei pratos e até servi alguns
clientes. Não era ruim, na verdade, eu achei bom. Esse trabalho me manteria
ocupada. Era o que eu precisava.
— Por quê? — Minha voz saiu mais confusa ainda ao ver o homem
olhar para a rua, parecendo nervoso.
segui pela avenida. Agora passava das nove da noite. Não era tão tarde, mas o
Navy Pier estava fechando, as ruas estavam desertas.
dele.
Meu Deus.
Um braço contornou a minha cintura e uma mão foi posta sobre meus
lábios. Tentei gritar enquanto ele me arrastava até o beco escuro entre duas
lojas que já estavam fechadas.
— Por que você correu? — A voz soou assim que ele empurrou meu
corpo contra a parede.
— E o que diabos você está fazendo aqui? — Sua mão envolveu meu
cabelo e eu funguei.
Sufoquei ao ver seus olhos azuis. Eram tão claros que me deixaram
sem fala, mas não pela cor, e sim pela escuridão que havia ali dentro. Uma
escuridão que me envolveu até a alma.
Estremeci, acenando.
Não era um olhar igual ao dos homens na rua, que me deixavam com
nojo, esse parecia intenso a ponto de desvendar todos os meus segredos.
Não voltei ao Navy Pier. Não podia. O medo me cegou, mesmo que
Então, quando dias depois minha mãe me disse que a boate da cidade
estava precisando de meninas, eu relutei muito. Até perder meu carro, dias
atrás. Eu não podia me dar o luxo de perder mais nada, então precisava
trabalhar. Não importava em quê.
— Não tem vaga para garçonete ou só dançarina? — questionei a
chefe das meninas assim que a cumprimentei, ao chegar ao Village.
O lugar era amplo e muito bonito. Apenas homens ricos entravam por
essas portas, segundo minha mãe.
— Você não quer ser prostituta? — Sua voz altiva chegou a mim.
Eu não havia feito sexo ainda, e a ideia de transar com alguém por
dinheiro me nauseava.
Eu conseguiria?
irmão.
— Matteo.
— Eu sei que é você. Por que diabos você fala seu nome para alguém
que sabe para quem está ligando? — A voz ruidosa de Prince me fez respirar
profundamente.
Não podia, mas não porque não queria. Eu só não tive tempo para
isso. Precisava focar no que importava. Eu me mudaria em breve para Oak
Park para me tornar um capo. Eu nasci na Outfit, sabia dos meus deveres,
mas depois que Rocco tomou o poder relaxei com isso. Fiz os trabalhos que
me eram ordenados, mas nunca realmente me preocupei com títulos.
— O que você quer, Prince? — questionei, jogando as cobertas para
longe.
— Lago Michigan.
— Porra, Prince.
— Estou indo.
Só queria que ela falasse com Prince. Eu não ligava para Lake
Trevisan, eu queria que ela se fodesse, mas eu precisava do meu irmão
inteiro.
enigma para mim. O que ela fazia ali e por que correu? Quando me
aproximei, eu soube que ela apenas não sabia onde tinha se metido.
Eu gostei disso.
As meninas ao redor eram bonitas, na verdade, a maioria parecia ter
saído de uma revista de moda. Meus olhos se arregalaram quando o som
mudou e a luz ficou mais fraca. Uma garota dançou sobre o poste e eu senti
meu batimento cardíaco acelerar.
Não pela garota, mas pelo que ela estava fazendo. Eu seria capaz de
dançar assim?
— Você é a próxima.
Depois que todas fizeram teste, eu respirei aliviada quando ela disse
que eu havia passado para a próxima etapa. Todas as meninas precisavam
falar com o chefe da Outfit, que era também o dono do Village.
não seguiam regras. Eles eram mafiosos. Eu estava nervosa sobre trabalhar
para eles, mas eu precisava do emprego.
Enquanto Andy nos levava para o andar das garotas do Village, olhei
ao redor e vi várias meninas rindo e conversando.
porém parou assim que a porta se abriu e quatro homens entraram no local.
O primeiro deles tinha cabelo loiro e olhos azuis, porém eram tão
rígidos que engoli em seco, com medo. O próximo era da mesma altura, mas
o cabelo era escuro. Ele também tinha um olhar escuro que me deixou
arrepiada.
Meu coração parou assim que o terceiro deu um passo para o lado e se
fez presente. Minhas mãos começaram a tremer e eu respirei com dificuldade.
Ele era o homem do Navy Pier. Oh Jesus.
Na luz do dia eu pude ver cada pedaço dele, sem sombras. Seu rosto
era quadrado, seus olhos também eram azuis como os dos seus irmãos, mas o
que me deixou sem fala foram as tatuagens pulando pela gola da sua camisa.
— Minha mãe deve dinheiro, mas eu vou pagar tudo com o trabalho
— falei rapidamente.
— Quem vai pagar essa merda é a sua mãe. Não quero mulheres que
só estão aqui porque alguém as obrigou, indiretamente ou não. Saia daqui.
— Blue.
— Você está contratada. Pegarei seu contato com a Andy para avisar
quando você começa. — Ele se virou e começou a andar para a porta com o
outro homem que eu não havia olhado.
Merda!
Raina me ofereceu carona assim que foi dispensada por Andy, que
aceitei de bom grado. Não estava com a cabeça boa.
— Não tenho muitas amigas aqui, então, obrigada. — Olhei para ela e
seu sorriso me deixou relaxada.
cabelos do rosto e fiquei parada de frente para a porta. Eu sempre fazia isso.
Era um ritual besta que envolvia medo. Medo de encontrá-la sem vida no
meio da sala. Mordi meu lábio e balancei a cabeça, espantando os
pensamentos horríveis. Apertei a maçaneta e respirei fundo. Estava tudo bem.
mais esperava o seu afeto ou preocupação. Tudo era sobre seus problemas.
Suas dívidas.
Eram azuis, mas algo escuro em suas íris me paralisou. Ele tinha
cabelos negros como a noite, mas seus olhos pareciam o oceano. Engoli em
seco, balançando a cabeça e encarando minha mãe.
— Você está devendo a eles. Uma hora eles iriam cobrar, mas não se
preocupe, ninguém está vindo. — Me aproximei da pia e comecei a lavar as
louças que ali estavam.
Meu pai não sabia sobre os vícios da minha mãe. Ele morava a quatro
horas de Chicago, e depois que decidi, há dois anos, vir ficar com a minha
mãe, ele ficou magoado e nós só nos víamos em feriados. Ele nunca vinha
aqui, era melhor assim.
Se ele soubesse o que Carolyn fazia... Deus, acho que ele a mataria e
me levaria para casa a reboque.
— Estou aliviada que agora você vai poder quitar nossas dívidas. —
— Você vai gostar de lá. Os meninos são meio doidos, mas você se
acostuma. — Raina riu quando me viu arregalar os olhos. Andamos duas
quadras até chegarmos a Navy Pier.
futuro chefe.
— Ei, Ray. — Sua mão foi para a bunda da minha amiga. Raina se
afastou dele depois do beijo e sorriu para mim e depois para ele.
— Travis, por que não leva Raina para a pista? — Matteo falou
pausadamente.
Engoli em seco ao ver a minha amiga ficar rígida. Ela me olhou, abriu
a boca, mas voltou a fechá-la. Travis a arrastou sem outra palavra. Ergui
meus olhos para o homem de olhos azuis e ele se ergueu do carro. Matteo deu
um passo em minha direção e eu dei dois para trás.
— Pare. — Sua voz fez minhas pernas ficarem inertes. — Você está
lendo. Quando desci em frente ao prédio alto e luxuoso, tentei respirar fundo
e me concentrar.
— Obrigada!
de vidro. O sofá era branco, como a maioria dos móveis que eu conseguia
ver. A tevê era algo de outro planeta, e eu quase gemi ao ver os livros
amontoados na parede.
precisava começar a limpar tudo, não relaxar em uma banheira. Joguei minha
mochila no armário e desci a escada, pronta para começar o dia. Andei para
onde Matteo havia sumido e encontrei a cozinha.
Ela era tão linda como todo o apartamento. Preparei café e panquecas
ao ver que a geladeira estava cheia. Estalei ovos e também fritei bacon.
Quando montei a mesa, me questionei se havia mais alguém na casa. Por via
das dúvidas, coloquei dois lugares.
Chicago, sempre foi o Navy Pier. Porém, com a nossa mudança, Navy Pier
ficou para trás junto com nossos irmãos mais velhos. Não que eles não se
fizessem presentes.
telefone.
— Rocco não a deixa voltar, Matteo. Você sabe disso! — ele gritou e
se ergueu, enquanto eu bebia o suco para tentar me acalmar.
Lake se mudou para uma escola onde o Satanás bate as botas, e desde
então não entrou em contato comigo ou com Prince. Meu problema não era
ela não falando comigo. Foda-se ela. Porém, Prince era ligado a ela de uma
maneira que nenhum Trevisan era.
— Lake é egoísta, Prince. Se não fosse, ela já teria ligado para você.
Se acostume a viver sem ela, antes que você faça alguma bosta — pedi,
completamente tenso, e me ergui.
Prince balançou a cabeça antes de eu o deixar sozinho. Subi a escada
e estaquei quando ouvi uma música baixa soando. Parei em frente ao quarto
Antes que ela me visse, me virei e fechei a porta. Deus sabe que foi a
porra de um desafio.
Prince havia apostado com Travis que eu comeria Blue. Ela era o meu
tipo, palavras do idiota. Eu, porra, não iria. Ela era nossa empregada, eu não
O Date não era apenas um bar, atrás dele havia uma pista de apenas
um sentido. Era escondido, não que eu ligasse caso não fosse. A polícia de
Chicago não mexia nos negócios da Outfit. Não depois do que Rocco, Sienna
e Prince fizeram.
estava sendo reformado e agora estava pronto para o trabalho. Blue estava
conosco há mais de uma semana. Ela se escondia pela casa, então eu não a
via muito.
— Beleza.
Blue.
Vi quando Blue virou a cerveja nos lábios e fez uma careta. Que porra
era essa? Quando ela afastou a garrafa, seus olhos se expandiram assim que
me viu.
— Oh...
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, completamente
rígido, me aproximando com Prince.
— Não, cara, vamos lá. Quero beber. — Travis segurou meu ombro e
pegou um copo, enchendo-o de uísque.
— O que essa puta está fazendo aqui? — Prince seguiu meu olhar e se
ergueu.
buraco na sua testa como fiz com a do seu irmão? — Puxei Prince pelo braço
e me aproximei de Hope, que agora estava branca como papel.
— Saia daqui.
Hope não precisou de outro incentivo, ela correu para a porta. Olhei
para o meu irmão e não o reconheci. Eu odiava encará-lo e não ter ideia de
quem ele era ou o que faria a seguir.
Depois de duas horas com Zyon e Saori, Travis saiu para ver como
Raina estava. Eu despachei os dois e fui em busca do meu amigo e das duas
mulheres. Quando achei Travis, eu quis socar sua cara. Raina e Blue estavam
Eu me sentei, decidindo que deveria fazer isso. Pedi mais uma bebida
e engoli o líquido enquanto observava Blue. Seus quadris balançavam ao som
da música e seu sorriso era destinado a Raina.
“Estou aqui.”
minha boca. Desci minha mão para a sua bunda e apertei. Porra, essa garota
sempre dava um jeito de se meter em encrenca.
— Vamos beber.
Ela fez beicinho e eu ri. Nem fodendo. Andei de volta para o balcão e
encontrei Blue e Raina ainda dançando, rindo juntas. Charlie encarou as duas
e depois a mim. Eu fodia Charlie regulamente há três meses, mas não apenas
ela. Ela sabia, mas se tornava meio louca quando via outra mulher.
Raina trouxe uma amiga para você? — Ela baixou os olhos quando apertei
sua cintura.
Fiquei mais uma hora no bar, e depois que Raina sumiu com Travis,
vi Blue sozinha.
— Eu não namoro.
— É um problema?
Porra, Prince.
“Já fodi.”
Foda-se.
Flame.
helicóptero.
Eu sorri para ele e acenei. Olhei para Matteo e pedi licença. Subi a
escada com o celular na mão e suspirei ao ver o nome do meu pai na tela.
— Papai está indo aí. Arrume tudo e, por favor, tome um banho —
falei rapidamente, pegando minha mochila.
— Não sei. Coloque um dos seus moletons. Não fode tudo, o.k.? —
implorei, descendo a escada. Vi Travis na sala e sorri. — Estou indo.
— Chicago...
— Sim.
— Estou indo e levando Blue — ele gritou em direção à cozinha
enquanto eu chamava o elevador.
— Não vai almoçar? — Me virei e olhei para Matteo, seu olhar duro
mudou do amigo para mim.
Travis era uma boa companhia. Ele fazia piadas e cantava as músicas
que tocavam na rádio. Eu o agradeci quando cheguei em frente à minha casa.
Ela não era horrível, na verdade, era a única coisa bonita que eu possuía. E só
morávamos nela porque a escritura estava em meu nome. Se estivesse no da
minha mãe, ela já teria sido vendida há muito tempo.
— Está ótima. Sua mãe está terminando o almoço. — Assim que ele
respondeu sobre sua esposa, eu respirei aliviada.
— Que bom.
— Uma porcaria, mas eu preciso, certo? — Ela sorriu para nós. Ela
trabalhava no posto de gasolina da cidade durante a noite.
ele levou todo o dinheiro que eu usaria para pagar a minha mensalidade.
E ela nem mesmo se sentia mal. Era isso que me deixava com raiva.
Ela não deu a mínima que tive que deixar meus sonhos em stand-by.
— Você será uma fisioterapeuta incrível.
Seria, se eu me formasse.
— Mãe!
— O quê? Não entendo a demora. Faz tanto tempo que estão juntos.
— Ela deu de ombros enquanto eu ficava rígida.
— Ah, meu Deus — sorri —, isso é ótimo! — falei para ele e pulei da
— Amo você, Boo. — Ele beijou minha testa e encarou nossa casa.
— Carolyn ainda é a mesma. Espero que ela não esteja colocando você em
problemas.
Ele acenou e foi para o seu carro. Mandei beijos até ele sumir pela
rua.
Tomei banho e meu celular tocou assim que saí. O nome de Raina
apareceu e eu suspirei ao atender. Estávamos conversando com bastante
frequência, e amei revê-la dias atrás, em Oak Park.
— Ei.
— Você vai sair hoje? Se não for, o que acha de fazermos algo de
meninas? — ela murmurou.
— Você não dança hoje? — Ouvi um barulho ao fundo.
Dança era a maneira mais aceitável de falar que ela iria se prostituir.
— Posso ir para a sua casa, mas sair não é algo que eu deseje hoje.
Os olhos dele derivaram dela para mim, então senti meu estômago
revirar quando ele observou meu corpo de cima a baixo, faminto.
Porra, Carolyn.
— O que houve?
O quê?
indiferente.
— Eu...
Tentei não entrar em contato com ele, mas quando vi já tinha enviado
a mensagem.
“Obrigada e me desculpe.”
— Por que vocês não se dão bem? — questionei, curiosa, sobre sua
relação com Charlie.
— Eu gosto dele. Tipo, amor mesmo. — Sua voz baixou e ela evitou
me encarar. — Mas Travis gosta da minha boceta, o resto não.
Meu coração apertou e eu me sentei na sua frente.
— Ele quem perde. Sua boceta deve ser incrível, mas seu coração...
— Mas...
— C é uma foda e ela é louca. Não que isso seja da sua conta, claro.
— Ela realmente era uma puta e queria destruir meu casamento — ela
berrou e Remy a encarou. — Desculpe, querido.
— Desculpe, mamãe.
Sienna me deu um tapa no ombro e eu caí rindo no sofá.
deveria estar lá. Assim que cheguei, andei diretamente para Brian, que estava
no bar virando o copo.
— Cla-claro, Matteo.
Travis não disse mais nada, apenas focou sua atenção naquilo que ele
mais queria, mas não podia ter.
para alguém do outro lado, então olhei naquela direção e vi Blue sorrir para
ele.
— Sobre o quê?
Seu cabelo caiu em seu rosto, mas ainda vi suas bochechas quentes.
— Minha dívida.
Dei de ombros.
— Fale.
— Ela deve sete mil dólares a vocês e eu quero quitar tudo esse mês.
O salário realmente é incrível e estou um pouco chocada por receber tanto em
um mês, mas vai me ajudar muito...
— Você quer dar seu salário todo para as merdas da sua mãe? —
perguntei, rigidamente.
— Eu preciso ajudá-la...
do seu salário. Mas se eu souber que você pagou as drogas da sua mãe depois
disso, vou despedir você.
— Você volta comigo hoje. Passaremos na sua casa para pegar suas
merdas. — Me afastei, vendo a pequena plateia que havia nos encarando.
Tá, o.k.
Saí do carro e andei até lá. A porta estava aberta quando forcei a
maçaneta, então entrei. Primeiro vi pernas, e depois um choro baixo. Me
aproximei e olhei para o corredor. Blue estava chorando, com a mãe
embalada em seus braços.
altos.
— Matteo...
— Ela vai dormir até amanhã ou até depois, por causa da heroína.
Você não precisa ficar — resmunguei, seguindo para a porta. — Vamos,
Flame.
Se Blue queria ficar, esse era um problema dela, não meu. Mas eu não
retiraria minhas palavras.
— Você não pode salvar sua mãe, Blue. Não é assim que funciona.
— Deveria, mas ela não estava lá, você sim — respondi, focado na
estrada.
— Meu tipo é aquele que tem uma boceta. Você tem uma, presumo?
— questionei com seriedade.
Se possível, Flame estava realmente pegando fogo.
— O quê?
meu peito e fluir pelo meu corpo. — Não o quero em Oak Park. Deixe-o aí.
— Calma, Matteo. Quero vocês de volta em casa. Essa ideia foi uma
estupidez...
Porra, Flame.
— Mas ele era, e eu vou matar quem fez isso. — Segurei seu pulso
rígido e me inclinei, olhando dentro dos seus olhos tão azuis como seu nome.
— Matteo...
Ela não terminou, porque antes que ela tivesse a chance, empurrei
minha boca na sua. Blue segurou meus ombros enquanto eu lambia seus
lábios, pedindo passagem. Quando tive a chance, suguei sua língua e apertei
sua cintura com minhas mãos. Puxei-a de volta para o meu colo enquanto
minha mente me mandava controlar meu pau e minhas mãos.
Puxei seu cabelo vermelho e mordi sua boca enquanto ela gemia meu
nome de maneira incoerente. Derivei para seu pescoço e lambi sua pulsação.
— Ah meu Deus! — ela gritou quando nos virei e deitei seu corpo no
sofá.
— Sim, o Enzo estava dormindo. Ele está a caminho. Não fique perto
das janelas. Não sabemos de nada, então é melhor se precaver.
Esperei que ele me afastasse, que dissesse que eu era louca, mas ele
não o fez. Pelo contrário, ele me envolveu como se eu fosse uma tábua de
salvação. E eu continuei agarrada a ele até aqui. Continuei, porque mesmo
que eu quisesse, não conseguiria descer.
Eu o encarei e senti meu estômago girar. Oh, Senhor. Por que ele
tinha que ser tão bonito? A camisa preta estava agarrada ao seu peito,
enquanto a jaqueta estava sobre seus ombros.
— Eu posso esperar sua família com você. Vou fazer um café para
eles — murmurei, já andando para a cozinha. Matteo não me impediu e eu
agradeci por isso.
— Sim, obrigada.
cabeça.
Minha calcinha estava úmida e meus seios doíam. Queria que ele
tivesse me tocado. Droga, quem eu queria enganar? Se ele tivesse ido adiante
teríamos transado naquele sofá e eu não teria negado.
— Bom dia — saudei Sienna assim que ela apareceu, tão linda quanto
ontem.
— Olá, Blue. Queria conhecê-la desde que Sienna falou sobre você.
— Lunna sorriu.
bonita. Não deixe Matteo ou Prince entrar na sua calça. — Ela voltou a me
encarar e eu arregalei os olhos, sentindo minhas bochechas pegarem fogo. —
Com quem?
pensar que falei algo dele para elas. Ah meu Deus. — Não comentem nada
com Matteo, por favor.
Corri para a escada e passei o restante do dia focada nas tarefas que
eu precisava fazer.
mas quando virei o rosto vi Matteo, sem camisa, antes de sentir suas mãos em
meu corpo. Eu gemi quando ele mordeu a minha bunda e suspirei quando
suas mãos grossas separaram as minhas coxas. Pensei em o afastar, mas
quando dedos impiedosos fincaram em minhas carnes, minha boceta latejou.
Oh, droga.
Meu corpo se acendeu como uma árvore de Natal com seu comando.
Enrolei meus dedos e gozei em seu rosto enquanto gritava e gemia,
Sua voz rouca me fez gemer. Mas quando sua boca brincou com meus
mamilos, eu me perdi.
pau na entrada da minha vagina. Era tão imundo, mas tão bom. Ele se tocou
furiosamente, e quando gozou jatos de sêmen atingiram a minha boceta.
Senti seu corpo já tenso ficar ainda mais rígido. Os olhos azuis que
estavam começando a me enfeitiçar se fecharam como se estivesse
acontecendo uma luta dentro dele. Meu coração quebrou um pouco quando
suas mãos me deixaram.
— Não deveríamos...
O que eu havia feito? Por que ele reagiu assim? Ele não queria? Eu
não conseguia entender. E eu queria muito.
outra roupa e me deitei, fechando os olhos com força, querendo dormir, mas
não consegui. Não queria chorar, mas logo as lágrimas encheram meus olhos.
Peguei meu celular e liguei para Raina. Quando ela atendeu, eu ouvi
seu soluço na linha. Podia apostar trezentos dólares que ela também ouviu o
meu.
— O que ele fez? — perguntamos juntas.
— Espero que sim, droga, porque eu não posso viver sem ele. —
Raina respirou fundo. — Agora, conte o que aquele pedaço de lixo fez com
você.
tecido do outro lado da linha. — Você quer vir para a minha casa? Podemos
ficar juntas tomando sorvete e assistindo a filmes ruins — ela ofereceu,
suspirando.
no aplicativo de viagens.
— Não sou sua filha, e já falei que fora do meu horário de trabalho eu
posso ir e vir a hora que eu quiser... — afirmei, irritada, enquanto ele
atravessava a sala e chegava até mim.
— Você não vai sair daqui. — Ele segurou meu braço e eu tentei sair
do seu domínio, mas só piorou. Seu braço envolveu minha cintura e ele me
puxou contra si. — Está tarde, não vou deixar você sair, Blue.
Arranhei suas costas. Assim que uma porta se fechou, ele me jogou
sobre a cama enquanto eu lutava para respirar.
— Matteo...
Ele puxou minha calça jeans e se deitou ao meu lado. Meu peito bateu
descompassado quando seu braço ficou sobre mim e sua palma aberta contra
minha barriga.
Porra, Flame.
bolsos.
cabelo. Blue se afastou até ficar de pé. Eu ainda estava sonolento, por isso
que não me mexi até escutar a porta se abrindo. — Blue! — gritei, mas ela já
não estava no quarto.
consegui.
Duas horas depois encontrei o café da manhã servido, mas Blue havia
sumido.
ombro...
termos um nome.
— Sim, sim.
— Você ouviu alguma coisa que Kiara falou? — Meu amigo tocou
meu ombro.
Ela nunca soube disfarçar. Essa era uma das coisas que eu detestava
nela. Porra, se você quer fazer seu marido de idiota, faça direito.
Já dormi com a maioria das mulheres nesse salão, e todas elas tinham
marido.
— Isso é sério? — Sua voz era enojada. — Você dorme com essa
mulher?
Eu não sabia o que diabos estava acontecendo comigo, mas Blue tinha
tudo a ver com essa merda. Tocar nela mexeu comigo de uma maneira errada.
Blue não era apenas uma menina que eu foderia, ela trabalhava para
mim.
caralho.
Procurei Blue pelo quarto e banheiro até constatar que ela não estava
aqui.
redor, mas ela não estava. Vi Travis se aproximar e seu semblante de merda
continuava o mesmo de dias atrás. Desde que havia deixado Raina, ele estava
com um humor do cão.
Que merda? Cerrei meu punho, mas deixei para lidar com Blue
depois. As primeiras corridas foram fodas, as pessoas estavam eufóricas. A
quantidade de dinheiro que estava entrando era quilométrica e eu queria mais.
Uma menina andou até a pista e sorriu para mim. Eu sorri de volta e
acelerei quando ela deu a largada. Meu sangue bombeava pelo meu corpo e
eu tremi com a sensação enlouquecedora de estar no controle. Sempre foi
atrás do volante que eu me encontrava.
lugar.
— Não, eu não estou fugindo de você. Eu não sou o diabo e você não
é a cruz. Porém, nós sabemos quem está mais próximo de ser o capiroto,
certo?
— Não fode, Travis, eu não sou a porra do seu balde para você jogar e
ir buscar quando sente vontade. Vá se casar com a sua puritana e deixe a puta
aqui para quem quiser.
— Não fale essa merda! — ele gritou, mas Raina já estava puxando
Blue para a saída.
Raina estava ali perto com Travis, e os gritos não eram bonitos.
— Foi você que escolheu isso, Flame. Não foi uma escolha minha. —
Puxei seu corpo contra o meu e a empurrei contra a parede de tijolos,
prendendo-a com meus braços.
— Onde está ela, aliás? Por que não liga para ela e vocês vão foder
nas costas do marido dela? — Seu queixo se projetou para cima e eu quis
sacudir seus ombros.
Porra. Por que eu estava encurralando Flame? Que merda era essa?
— Você é impossível.
Ela foi.
Eu ainda não podia acreditar que Charlie era casada. Que Matteo e ela
ficavam escondidos do marido dela. Eu sentia nojo só de me lembrar.
O que havia acontecido conosco? Por que brigamos? Cristo, por que
eu o havia deixado me tocar daquela maneira? Foi uma estupidez minha, e
— É o seu salário.
— Você quer pedir demissão? Se for, vou avisar quem lida com isso.
— O.k.
E desligou.
Eu precisava ficar longe de Matteo. Ele era meu patrão e esse era um
bom motivo para não haver nenhum envolvimento entre nós, se já não tivesse
um ótimo motivo — Matteo era um mafioso. Um homem perigoso que não
gostava de ser contrariado. Eu precisava me afastar. A partir daquele
momento, eu evitaria estar com ele. Era melhor assim.
Eu não sabia o motivo da dor que irradiou pelo meu coração, e era
— Algo assim.
Ela era loira e mais alta que eu alguns centímetros. Ela passou
andando rápido e sumiu no elevador. Me virei para Prince e ergui as
sobrancelhas.
— Ela.. Ah, eu não... — ele começou a coçar a cabeça. — Ela estava
com Matteo. — Prince entregou o irmão, fazendo uma careta.
— Eu ajudo...
Assim que finalizei a parte de baixo fui para os quartos. O meu estava
arrumado, já que eu não dormi nele, mas o do Prince era um terror. Meus
dedos tocaram em uma trouxa na sua cômoda e eu suspirei ao ver a maconha.
Nas vezes em que estive no Date, eu o vi com um baseado na boca. Em casa
não, mas realmente nunca prestei atenção.
percebi que estava parada até ver meu reflexo em um dos espelhos.
em seu closet para arrumar e me peguei segurando uma das suas camisetas
entre os dedos. Levei-a ao nariz e inspirei, sentindo o cheiro fresco de hortelã.
— Eu te levo lá. — Sua oferta era apreciada, porque eu não sabia qual
ônibus pegar.
— Obrigada.
— Mas antes me conte uma coisa. Qual seu curso? — Prince ergueu a
sobrancelha.
suas privações. Meu sonho era ver alguém recuperado com a minha ajuda.
— Vai ficar tudo bem, Blue — Prince murmurou para mim, só então
percebi que estava soluçando quando ele tocou minhas costas.
O trajeto que levaria quase meia hora, foi feito em dez minutos.
do carro, eu continuei onde estava, com muito medo de ser pega. Me virei e
vi o carro que nos seguia parado e os homens fora com as mãos na cabeça.
Jesus Cristo.
Park.
redor, logo ele saiu do seu carro. Ele estava sem camisa, apenas com uma
calça baixa.
— Ele está puto porque você estava comigo, então apenas relaxe,
o.k.? — Prince avisou enquanto me guiava para dentro da mansão.
— Está tudo bem. Eu sou um imã para coisas horríveis, pelo visto —
falei, lutando contra as lágrimas, então ela me abraçou novamente com mais
força.
— Eu imagino seu medo. Vamos subir, Lunna está aqui com Remy.
lado dele.
— Blue, você está bem? Sienna me contou que estava com Matteo
aquele dia, e hoje com Prince. Sinto muito. — Ela pegou Remy da cama e o
embalou nos braços.
— Sim, fiquei muito assustada, mas estou bem — falei devagar e ela
me olhou com simpatia.
— Será que eles estão prontos para ir? — questionei, mordendo meu
lábio.
Nem me fale.
— Mas ela não veio por isso ou está passando mal? — Raina
questionou, preocupada.
— Sem sexo. Travis ainda paga por isso. Não se preocupe — Andy
falou, fazendo Raina ficar rígida.
— Raina. — Eu a encarei.
Ponderei seu pedido por alguns segundos e decidi recusar, mas pensei
Nem fodendo.
— Que caralho... — Travis berrou ao meu lado, então segui seu olhar.
A luz focou nas pernas claras e depois subiu até focar nos seios
grandes empurrando o sutiã branco. O conjunto era indecente, mas as asas de
anjo em suas costas me fizeram semicerrar os olhos. Quando o cabelo ruivo
apareceu, o sangue foi para o meu pau e eu encarei seu rosto. Ela estava sem
Eu assisti a sua dança com tanta fúria, que o copo se quebrou entre
meus dedos. Quando a luz se apagou, eu marchei até Andy e a encarei.
— Matteo...
perguntei, furioso.
— Se aproxime.
— Não. — Blue ficou tensa e eu me ergui. Ela deu passos para trás
até eu a encurralar. — Matteo...
— Não sou. Eu não sou sua, Matteo! — ela gritou em meu rosto
enquanto eu tocava suas costas. Abri o sutiã e Blue segurou a frente para que
ele não caísse. — O que você está fazendo?
— Solte.
— Não.
seus braços e a prendi contra a parede. Seus mamilos rosa fizeram minha
boca encher de água.
— Me peça para sugar — falei com a voz rouca, mas Blue balançou a
cabeça. — Flame.
Sorri e me inclinei.
— Peça, Blue, você sabe que quer — sussurrei na sua orelha e lambi
o lóbulo, fazendo-a gemer. Ela parou assim que percebeu o que fazia. — E eu
quero lamber você. Seus mamilos, sua boceta, porra, até sua bunda. Você só
precisa pedir e eu te darei.
Me afastei, e quando olhei para o seu rosto soube que ela estava
lutando.
Deslizei minha língua sobre o ponto rosa e Blue gemeu. Fiz o mesmo
no outro seio e ela pulou, fazendo os dois balançarem. Apertei o esquerdo
— Oh, Matteo — Blue gemeu meu nome quando mordi seu peito.
— Leve Blue. Raina sumiu com Travis e eu... bem, vou cuidar da
minha vida. — Meu irmão me encarou e eu semicerrei os olhos. — Não é
nada de mais.
O.k. Foda-se.
menina, porque logo eu estaria fodido como meus irmãos mais velhos.
— Prince — chamei meu irmão que havia vindo para casa antes. Ele
— Faculdade?
lembrar que não deve mexer no que me pertence. Sei que ela é perfeita, mas é
minha.
Blue fungou acima de mim, então me ergui e segurei seu braço. Ela
não conseguia falar de tanto soluçar, e quando a sentei no banco do
— Não faria...
— Você não faz ideia do que sou capaz, Flame. E por você, porra, eu
posso multiplicar minha crueldade. — Minhas palavras a fizeram engolir em
seco. Elas me deixaram completamente certo de que eu fodi tudo, cada
grama.
— Comecei há alguns dias. — Sua voz ficou baixa. — Minha aula foi
uma das últimas a terminar. Você deve ter desencontrado da garota.
Reprimi a vontade de dizer que era por ela ter dado atenção a ele. Mas
era mentira.
— Você não fez nada. Homens como ele pensam com o pau. São
doentes de merda.
colo.
— Eu vim buscar você. Não gosto que ande esse horário sozinha.
Então virei buscá-la todos os malditos dias.
Blue era diferente de todas as mulheres com quem já fiquei. Ela era
inocente demais, mas também sabia me seduzir como ninguém. Blue era a
junção do que eu mais amava. Submissão e safadeza.
Matteo dirigiu por longos minutos, eu sabia que ele não estava indo
para a casa.
Sua voz soou atrás de mim quando Matteo afastou meu cabelo do
ombro. Sua boca deslizou pelo meu pescoço, me fazendo estremecer.
fizeram perceber que eu estava apaixonada por ele, não exatamente por causa
delas, mas pela minha reação a elas.
Eu gostei.
para o meu pescoço. Ele chupou a pele clara e eu gemi quando ele me ergueu.
Envolvi minhas pernas ao seu redor enquanto o sentia se mover.
— Você tem dezenove anos e era virgem. Com certeza, tinha algo
demais nisso. — Matteo continuou se vestindo.
Droga, droga.
causa dele.
antes de a tocar eu sabia, mas depois de ver o sangue nos lençóis, foi como se
o diabo tivesse subido apenas para dizer que tinha avisado.
A pergunta dela me fez elevar o rosto. Blue olhou para longe de mim
assim que nossos olhos se encontraram.
— Sei desde os nove anos. Romeo me ensinou antes que meu pai o
Um pai não mataria minha mãe. Não ela, não depois de tudo.
— Eu sinto muito.
— Ele me ensinou tudo que sou. Ele e meus irmãos — respondi, com
honestidade.
Rocco e Romeo fizeram tudo antes que nosso pai pudesse. Eles nos
empurraram em direção à escuridão de maneiras diferentes das que foram
feitas com eles. Eles me ensinaram a ser insano, antes que Ettore pudesse.
— E a sua faculdade?
Blue se encolheu, seu rosto caiu e ela tentou segurar o choro, mas
falhou.
— Mas eu não tenho mãe. Era isso que você ia dizer? — Matteo me
— Flame...
— Ela vai morrer de overdose. Você sabe disso tão bem quanto eu. A
questão não é se, é quando. Então, se você acha que sua culpa vai amenizar
pagando as drogas dela, foda-se, Flame, você está errada. — Matteo apertou
o seu domínio sobre mim quando tentei me afastar. Ele me olhou
profundamente nos olhos e eu odiei deixá-lo ver o quão machucada eu estava.
— Agora, se você quer salvá-la, enfie-a numa clínica de reabilitação.
— Tente, eu pago.
— Não quero seu dinheiro, Matteo — falei com firmeza e puxei meu
rosto das suas mãos. — Vou pagar com meu salário. Pare. Você acha que não
percebi que me pagou o dobro do que ganho?
— Não vamos fazer isso. — Deixei minha voz sair, mas Matteo
segurou as pontas da minha camisa e puxou, tirando-a. — Matteo —
protestei, mas saiu mais como um gemido.
Eu não falei nada, não conseguia formular palavras para dizer que
ficarmos mais uma vez era um erro, então Matteo me puxou pela escada.
Quando chegou ao corredor, gritou avisando a Prince que havia pizza na sala.
— Flame.
Era assim que eu me sentia. Em chamas. Por ele, droga, acho que
nunca me senti tão atraída por ninguém, além de Matteo Trevisan.
— Matteo.
Eu não pertencia a ele. Nunca o faria, porque ele não pertencia a mim.
Matteo Trevisan era algo que eu poderia apenas ter em momentos fugazes,
nunca quando eu quisesse. Isso me deixou doente.
Matteo parou de sorrir e seu corpo ficou rígido. Então eu soube que
não teria diversão.
pessoas bem legais. Fora Ryan. Ainda não acreditava que ele tinha tentado
me agarrar à força. Nunca mais o vi pelo campus, e agradeci a Deus por isso.
Meu Deus.
— Vou resolver.
— Venha.
— Eu sei que não posso pedir isso a você. Sei que é errado e você vai
me odiar, mas eu preciso.
— Por que ele está com sua mãe? — Matteo ergueu as sobrancelhas.
Senti minhas lágrimas molharem minha bochecha. — Blue.
— Ela o quê?
— Eu sei. É horrível...
— Não posso.
— Matteo...
fodam-se as consequências.
Eu me virei e corri para fora enquanto chorava tanto que meu corpo
tremia. Minhas pernas perderam a força e eu quase caí se não tivessem me
segurado.
— Ei, aonde vai com tanta pressa? — Prince sorriu, mas parou
Eu não conseguia ouvir nada do que ele dizia, mas quando ele se
virou e sorriu, eu soube que ele conseguiu. Corri para ele e o abracei tanto
que meus braços doeram. A vibração da sua risada me fez chorar mais ainda.
— Nunca senti tanto medo, Boo. Obrigada por não desistir de mim —
mamãe murmurou entre soluços, então me sentei no sofá e a abracei tanto
quanto eu podia.
adormeceu. Me sentei no sofá e respirei fundo para ligar para a clínica que eu
havia encontrado há alguns meses, mas que eu não tinha tido coragem de
ligar. Mamãe nunca quis, então eu só deixei a ideia de lado.
Não com ele. Essa merda era a coisa certa a se fazer, e eu era grato ao
meu irmão por ter feito. Minha fúria era em relação a mim. Eu deveria ter
ajudado Blue.
— O.k., quem vai começar a falar? Você que pediu pela mãe dela ou
você que estava fodendo-a? — Rocco enfiou a mão no bolso da calça
enquanto fumava. Apertei minha mandíbula. — Ou eram os dois? Porra, é
isso? Vocês dividiam a mesma garota?
— Sério? Porque se eu me lembro bem, quem pediu pela mãe dela foi
— Não que eu não quisesse, você já viu Blue? Ela é gosto... — Prince
não terminou a frase, porque soquei seu rosto. — Que porra, Matteo!
Suas palavras reverberaram pela sala. Rocco nunca falou sobre sua
mãe conosco. Por isso, todos estavam calados, em respeito.
— Você pode achar o que quiser, é sua mente. Porém, querer impor
essa merda na cabeça de uma menina de dezenove anos é um pouco sujo,
direção à saída.
— Eu sei que você vai falar com ela, e quando o fizer avise que vou
caçá-la até no inferno. — Me afastei dela e andei para o meu carro, sentindo
raiva e medo sacudirem meu peito.
Quando cheguei a minha casa, subi a escada e fui direto para o seu
quarto. Não havia mais nada dela em nenhum lugar. Suas roupas sumiram e
seus itens de higiene também. Ela veio aqui enquanto eu estava em Chicago.
— Aquela menina não é para você. Na verdade, você não é para ela.
— Ele ergueu os braços quando o encarei. — Não me leve a mal.
— Por que você não cala a maldita boca? — questionei, frustrado, e
peguei meu celular. O nome de Lake apareceu na minha agenda, senti um
aperto no peito.
Eu não falava com ela há meses. Ainda estava sem acreditar que ela
realmente foi capaz de sumir, sem ligações ou mensagens. Lake havia sido
protegida por nós por anos, e quando ela tinha a oportunidade de ser grata,
Meu pai me recebeu na porta de casa com um sorriso tão grande, que
mal cabia em seu rosto. Abracei-o com força e me permiti relaxar. Eu estava
segura.
Sua pergunta ficou sem resposta, porque C.K. apareceu com os braços
abertos e chorando.
— Nem acredito que voltou para casa. Fiquei tão feliz com sua
ligação. — Ela fungou e eu beijei sua bochecha.
— E Matteo?
dever a você para sempre. — Funguei, passando a mão no rosto, irritada com
as minhas lágrimas.
— Não foi nada de mais, querida. — Ela suspirou. Esperei que ela
falasse algo, mas quando ouvi, quis ter desligado antes que ela pudesse. —
Ele vai caçar você até no inferno, Blue. Ele disse.
Não mais.
— Você se envolveu com a pessoa errada, Blue. Você sabe disso, não
sabe?
Eu sabia.
Se Matteo achava que eu era um peão no seu jogo doentio, ele estava
enganado. Eu tinha sentimentos, era um ser humano. Ele não iria me ferir
novamente.
Os dias foram passando tão lentos quanto uma tartaruga, e quando fez
três semanas que eu estava em casa, decidi ir visitar minha mãe. Meu pai
ainda não sabia que ela estava em reabilitação. Eu não queria preocupá-lo,
pelo menos era isso que eu dizia para mim mesma.
Saí de casa no carro da C.K. Meu pai ainda não havia perguntado
sobre o meu, e eu tinha que pensar em um motivo para vender que não
fossem as dívidas da Carolyn.
— Mamãe, mas...
— Você está bem? — Raina perguntou assim que abriu a porta para
mim. Havia marcado com ela um almoço enquanto estava na cidade.
— Sim.
Não sabia que sentia tanto a falta dele até aquele momento.
Nosso plano era bom, mas foi por água abaixo quando um Bugatti
preto estacionou. Era Matteo. Borboletas voaram no meu estômago quando o
homem vestindo um casaco preto saiu do carro e marchou até mim. Seus
olhos azuis estavam furiosos.
presença.
Não deixe sua raiva guiar seus passos e decisões. Você está no
controle, não ela.
Ela está. Aquela ruiva que apareceu como um anjo, agora parecia o
demônio, me perturbando e tirando meu foco. Eu estava cansado disso.
Rocco havia saído para uma reunião com um dos seus capos mais
antigos que o tinha apoiado em sua ascensão, e ontem ele ligou pedindo por
— Ele quer que você se case com a filha dele. — Romeo derramou as
— Você está com vinte e três. Pense sobre isso, é o mais fácil...
cabeça.
Casamento. Porra.
Eu sabia que ele fazia o que era preciso em nome da Outfit, que
possivelmente esse casamento seria importante, mas por que diabos eu?
No dia seguinte fui para uma das corridas do Date depois de falar com
Romeo. Ele queria que eu visitasse a minha noiva. Piada do caralho. Ele já
havia comprado um anel e disse que eu precisava estar lá amanhã.
— Diga que me fodi e tudo certo — murmurei, mas ele não o fez.
— Pense pelo lado positivo, você vai ter uma boceta para se enfiar
Menos uma.
Zyon era um soldado em que confiávamos muito. Foi por ele que
descobrimos as merdas que o antigo capo de Oak Park, Cesar, havia feito.
estava com Hope e as outras garotas, mas ele estava beijando a amiga dela. E
Hope não parecia contente. Deus, o que diabos estava havendo com Prince?
Eu odiava saber que estava tão irritado com isso, com seu afastamento
e... por quê, porra? Ela não era ninguém. Blue Dawson era a lama que eu
pisava e eu não deveria sentir sua falta. Não deveria me sentir mal por ser
honesto.
Blue.
Seus olhos se prenderam aos meus quando beijei o dorso da sua mão.
Me afastei rapidamente e ela sorriu.
— É um prazer.
— Você também...
— Ella.
acenar.
— O.k., Ella.
Assim que saímos da casa dos Bellini, minha família me olhou como
se eu fosse uma bomba prestes a explodir. Eu não era. Na verdade, eu estava
aliviado. Ella não esperaria deveres de mim quando nem ela mesmo queria os
fazer.
longe, sem nós, sem Prince... Para ela, deve ser mil vezes pior.
Bom, porque falar sobre a caçula dos Trevisan me deixava com ódio.
“E eu com isso?”
“Raina nunca saiu de Chicago para tão longe. Junte dois mais
dois.”
Foda-se. Flame.
— Sim, ela é.
Mas não era ruiva, não tinha peitos fodíveis e, porra, não tinha
aqueles olhos azuis que me fascinavam.
— Sienna está chateada com tudo isso. Ela quer que você, Lake e
Prince se apaixonem e essa besteira toda que ela e Lunna andam alimentando.
— Meu irmão se sentou no sofá ao lado e me encarou. — Poderia ter
escolhido Prince, mas não quis, Matteo.
— Isso vai passar. Eles têm uma ligação muito forte... É normal ele
estar perdido. Lake deve estar também. — Rocco esfregou o rosto e me
olhou. — Não me arrependo de ter enviado Lake para a escola depois que
descobri que ela havia matado Salvatore...
— Dias depois da morte dele, entramos nas filmagens e vimos que ela
estava com Salvatore e Giulio. Conversamos com ele e ele escreveu o nome
dela. — Ele passou a mão pelo cabelo e me encarou. — Quando a confrontei,
ela assumiu.
Não entendi sua pergunta... então a ficha caiu quando ela sorriu e
passou a mão pelo meu cabelo. Meu Deus. Não podia ser...
Sim. Não.
havia uma mensagem dele. Abri, sentindo meu peito bater descontrolado.
“Desce.”
Raina.
Ela veio hoje aqui, mas foi tudo tão rápido. Como ele descobriu? Ela
não falaria. Apertei minhas têmporas enquanto pensava, mas nenhuma
explicação apareceu.
Droga.
“Estou indo.”
Enviei enquanto saía do meu quarto, puxando meu robe. Meu pai já
estava dormindo, cansado do trabalho. Apenas C.K. estava acordada comigo,
Saí de casa andando rápido até seu carro. Abri a porta e entrei, me
sentando no couro macio e quente. Relutei em o encarar, quis entender o que
estava acontecendo entre nós. O que eu sentia e, o mais importante, o que ele
sentia.
O que Matteo estava fazendo aqui? Por que viajou mais de três horas
de carro?
— Ei, tudo bem. — Toquei sua nuca e acariciei seus cabelos. Matteo
me encarou e esticou a mão, tocando minha bochecha. — Sua família é bem
complicada...
temendo acordar meu pai. Quando me virei, Matteo estava olhando cada
canto do quarto.
— Senti sua falta, Flame. — Sua voz rouca me fez o encarar. Seus
olhos estavam presos em mim.
— Era?
Parei de falar quando ele nos girou e ficou sobre mim. Seus quadris
espalharam minhas pernas e eu ofeguei ao sentir seus lábios nos meus.
Famintos, buscando alívio de algo que eu não fazia ideia, mas queria ajudá-lo
Não pensei nos motivos para não o fazer, apenas tirei meu robe,
depois minha camisola e, por último, a calcinha. Matteo desceu pelo meu
corpo enquanto apertava meus seios e eu tremi ao sentir sua língua sacudir
— Sua boceta é a porra do céu. — Sua voz me fez gemer seu nome.
— Isso, Flame, quietinha. Você não quer que seu pai me escute
fodendo sua boceta, certo?
mim.
De novo.
— Eu tento fugir da sua vida, do seu jogo doentio, mas você tem
Sua pergunta me fez engolir em seco. Ele não estava dormindo, pelo
visto.
— O quê?
— Vai ficar tudo bem, Blue. Você é jovem, mas é esperta, estudiosa.
— Ele segurou meu rosto e beijou minha testa. — C.K. e eu vamos ajudá-la.
— Pai...
— Blue, ele tem direitos. — Sua voz ficou firme. Olhei para C.K.,
que estava calada até agora. — Querida, pode me ajudar?
Eu aprendi duas coisas sobre Ella. Um, ela era simples — tudo estava
bom para ela, nada a incomodava. Dois, ela amava o lago Michigan.
— Sei que parece que o inferno subiu, mas não acho uma boa ideia —
avisei, andando até alcançá-la no cais. Tínhamos almoçado juntos e eu a
— Que bom.
Ela se sentou ao meu lado e balançou as pernas acima do lago, agora
completamente fresco.
Bati meus lábios nos seus antes que ela continuasse. Abri minha boca
e chupei seu lábio inferior. Ella não retribuiu o beijo, por isso, me afastei.
— Não — ela sorriu, seu rosto vermelho —, quero dizer, meu Deus,
você me deixa confusa. — Ela franziu as sobrancelhas e passou a mão no
rosto. O diamante em seu anel brilhou com os reflexos do sol.
— Ei, casal, vamos jogar ou não? — Prince gritou e Ella ficou rígida
por um segundo.
— Matteo.
— Contramão, querida. Prince vai deixá-la. Você está segura com ele
— afirmei, pegando minhas chaves. — Te vejo em alguns dias.
— Algo assim.
— Você vai morrer, e o bom é que você sabe que essa merda é mais
certa que o Dia de Ação de Graças.
Quando saí do quarto, havia tanto sangue no chão que o piso estava
coberto. Zyon me acompanhou até um dos banheiros e eu lavei minhas mãos,
completamente tenso.
— Eles não tiveram sorte nas duas vezes, mas quem sabe na próxima?
Preciso tirar Prince de Oak Park. — Respirei fundo e sequei minhas mãos.
Assim que saí, esperei Prince terminar com o seu cara no corredor.
Algo estava apertando meu estômago quando percebi que muito tempo tinha
sentindo meu coração bater contra a minha garganta. O que Prince tinha?
— Ele falou sobre ela. Onde ela está. Eles sabem dela. — Sua voz
ficou mais forte.
— Precisamos conversar.
Prince me olhou.
— A erva me deixa calmo, Matteo. Você não quer me ver sem ela.
Foda-se.
— Você sabe o porquê. — Apertei meu punho. — Ela não quer vir
por causa de vocês. Por mentirem e não confiarem nela — argumentei,
irritado, fazendo Romeo desviar os olhos. — Eu vou buscá-la e juro que eu a
trarei para casa nem que seja amarrada.
Ir até a Suécia deveria ser fácil, mas nada com o nome Trevisan era. O
jato levou um dia para estar pronto, pois estava em manutenção e Rocco
estava conversando com pessoas importantes de lá para que nada desse
errado no meu pouso.
andávamos pelo jardim da casa dela. Eu não queria vir aqui, porém Romeo
disse que era o certo. Foda-se.
— Sim, Prince não gosta de falar dela, mas aposto que sim. —
Antonella sorriu para mim.
Acenei, não querendo entrar nesse assunto. Prince e Lake eram duas
peças de quebra-cabeça. Ninguém conseguia decifrá-los.
trás.
Aquele anel era sagrado. Ella não podia tocá-lo. Não era dela. Nunca
seria.
Ela mordeu o lábio e olhou para qualquer lugar, menos para mim.
nada.
— Blue não pagou a clínica e eles me liberaram. Eu... ela não sabe
ainda. Eu só... — Seus olhos se encheram de lágrimas e eu respirei fundo. —
Eu tentei me controlar, mas quando vi já estava aqui.
— Não vou.
Ela começou a chorar e eu saí do carro. Andei com ela para dentro e
fomos para a recepção. A atendente sorriu para a mãe de Blue e abriu a boca.
— Mãe! Meu Deus, onde você estava? — A voz da Flame soou assim
que a atendente me devolveu meu cartão.
— Sam, você pode levar minha mãe? — Blue pediu a atendente e ela
se afastou com Carol.
— É meu?
É meu?
Passei meses longe dele, meses lutando contra o que eu sentia por ele
com minha gravidez de pleno risco, meses mais no hospital que em casa.
Tudo isso enquanto tentava esquecê-lo. Esquecer que ele nunca seria meu.
Que ele era noivo de alguém. Tentei lutar contra meu lado racional que dizia
que eu devia ligar e contar para ele. Nunca consegui.
Eu não tinha coragem, porém sentia medo. E foi esse medo que me
paralisou.
Meu bebê estava bem, eu cuidei dele, não precisava de Matteo ou do
seu mundo sujo. Nós dois éramos livres e eu poderia cuidar dele sozinha.
— Não.
intensidade que me assustou. Ele estava de camisa preta simples e calça jeans
que moldava seu quadril e coxas. Tudo era simples, mas essa palavra nunca
faria jus a esse homem.
— De quem é?
Matteo se virou e andou para fora sem esperar por uma resposta
minha. Bem, ele podia se foder com seu sarcasmo, mas do meu filho ele não
falaria assim.
— Nunca mais fale com esse tom sobre ele. Nunca — gritei,
alcançando-o e empurrando seu peito.
— Não é da sua conta! — gritei, furiosa, mas ele segurou meu rosto.
— Fique feliz por não ser meu, Blue, porque eu o tiraria de você
assim que nascesse. — Meu coração bateu rápido com o sorriso cruel que
delineou seus lábios. — E o levaria para a minha esposa cuidar. Você sabe...
Suas palavras se perderam, porque soquei seu peito com tanta força
que até me surpreendi. Mas não ele. Matteo riu do meu desespero. Da minha
agonia. Ele me prendeu dentro dos seus braços e se inclinou.
— Nunca. Você nunca vai tirá-lo de mim! — gritei, antes que ele
pudesse falar algo. — Ele é meu. Meu. Você não é pai dele e nunca vai ser!
— Pare! — pedi, puxando meu braço da sua posse, mas Matteo não o
fez.
sair, mas Matteo apenas correu para o lado do motorista e entrou. Minha
garganta estava doendo, minha cabeça parecia explodir e meu peito estava
dolorido.
— Vamos viajar.
O quê?
— Eu tenho que subir nesse jato agora, e avisei que você não sairia de
perto de mim até eu estar morto, então comece a subir essa escada. — Matteo
estalou, furioso.
Respirei fundo, decidindo escolher minhas batalhas. Essa era uma que
estava perdida.
— Claro. Um segundo.
Quando ela voltou, eu segurei a taça com gelo e água e agradeci. Tirei
meu porta-comprimidos e peguei minhas vitaminas e o medicamento para a
pressão. Engoli tudo com a ajuda da água e suspirei. O.k. Vai ficar tudo bem.
— Diga a ela que eu não ligo, porra. — Sua voz reverberou pelo jato.
— Voltarei amanhã cedo, então diga a ela isso.
Era sua esposa? Quis saber como ela era. Seu nome, se era bonita.
— Muito obrigada.
— Obrigada.
você.
— Vim buscar Lake. Será rápido. — Ele se afastou até sua mala e
tirou um casaco grosso e preto. Uma touca e luvas. — Deixe-me vestir você.
— Estou bem.
— Vou para a escola onde Lake está. Você quer ir ou ficar no hotel?
— Ele não me encarou quando perguntou, então ponderei um pouco.
Se Matteo veio dos Estados Unidos até aqui, algo tinha acontecido,
então era melhor eu não o deixar sozinho. Sabia como sua família tinha a
tendência a machucá-lo, e por mais que eu quisesse não dar a mínima, eu
ainda o fazia.
Eu seria pai.
Uma garota apareceu. Seu cabelo era preto, seus olhos azuis, mas ela
não parecia minha Lake. Não parecia minha irmã.
Eu não precisava que ela dissesse o nome para saber de quem ela
estava falando.
mais nova.
— Mãe do meu filho. É isso que ela é — rosnei, irritado pelas suas
palavras. — Você terá mais um sobrinho em breve. — Me virei para a minha
irmã.
— O.k... — Lake olhou entre nós e suspirou. — Olhe pelo lado bom,
você vai ter um filho lindo. Blue é fantástica. — Lake sorriu e eu relaxei.
— Lake...
— Olhe para mim — pedi, com firmeza, e segurei seu rosto. — Você
precisa voltar. Não apenas pelo motivo que vim. Por ele.
— Você pode mudar isso — afirmei, afastando seu corpo para encarar
seu rosto. — Vamos para a casa e conserte isso.
aliviado.
Lake levou uma hora para arrumar suas coisas, enquanto Blue ficou
me ignorando por todo o tempo fodido. Nós fomos para o hotel e eu deixei as
duas tomando banho e descansando enquanto pegava meu celular e ligava
para Rocco.
— Sienna está tendo contrações desde ontem, então não, eu não estou
bem.
— Não vou. Conversei com ele sobre voltar para casa. — Rocco
passou a mão pelo rosto e balançou a cabeça. — Ele não quer, principalmente
agora que a chance de ela voltar é real.
— Preciso falar algo e não quero que você surte, o.k.? — murmurei,
andando até a porta e verificando se estava fechada.
— Eu sei, cara...
Sei, mas não quis. Em nenhuma das vezes que entrei em seu corpo, e
se eu fosse entrar novamente, porra, não usaria novamente.
— Eu sei. Eu sei, porra, mas com ela... — Parei de falar e me sentei,
passando a mão na cabeça. — Ela escondeu de mim — falei, suspirando.
— Você vai assumir seu filho e vai se casar com Antonella. — Sua
firmeza ao falar me fez respirar fundo. — Ou você está pensando em desistir?
— Esqueci como é quente aqui nessa época do ano. — Ela sorriu para
encarar no trajeto até a mansão, e quando chegamos ela ficou rígida dentro do
carro.
— Blue, saia. Você não vai ficar longe de mim — afirmei, apertando
a porta. — Não vou dar oportunidade para fugir com meu filho, então saia da
porra do carro.
Ela balançou a cabeça, respirando fundo para controlar as lágrimas
que já enchiam seus olhos.
Blue era como uma babá pronta para limpar a bagunça dos outros e
cuidar deles, por isso, não me surpreendi quando ela saiu do carro ao lado de
Lake.
cabelo de Lake. — Olhe isso aqui. — Ela pegou a mecha rosa do cabelo dela
e sorriu.
— Você está linda, nem parece que deu à luz recentemente, e você...
Jesus, nunca vi você tão grande. — Ela riu para Sienna e beijou o ventre da
esposa de Rocco.
sofá, mexendo no celular, mal vendo que Lake estava em casa. Rocco pegou
o celular dele e Romeo o puxou para ficar de pé.
Eu a guiei para longe das mães corujas Trevisan e subi a escada com
ela. Assim que fechei a porta do meu quarto, Blue se virou.
— Não se assuste — avisei a ela antes de subir seu vestido até seu
peito. Respirei fundo ao colocar a minha mão sobre seu ventre. Sua pele clara
contrastou com a tinta escura que manchava a minha.
se casar, Matteo.
— Sim... não. Eu não sei, mas não vou ficar longe dele — afirmei.
Blue desviou os olhos lacrimosos. — Flame...
— Blue...
inferno.
— Blue.
Tola.
Por que diabos eu gostava dele? O que eu vi nesse homem, e por que
não conseguia esquecê-lo?
— Você esqueceu quem é? Você mexe seus pauzinhos de merda e eu
estou a sua mercê! — gritei, enfurecida, ao me virar. — Você adora fazer
isso. Adora controlar meus passos, minha vida. Você acha que desde o dia
que descobri minha gravidez eu não sabia que você me arruinaria?
daqui. — Não fale essas coisas quando você vai se casar com outra.
Tropecei para fora e vi Lake. Não sei por que fiz isso, mas eu me
agarrei a ela.
minhas pálpebras.
— Pare com isso. Olhe o que fez com a mãe do seu filho! — Romeo
berrou no quarto enquanto eu ainda não conseguia olhar para ninguém.
Meu corpo sacudiu com soluços. Eu queria sair daqui, queria Raina,
minha mãe, papai ou C.K. Eu queria minha vida simples de volta. Sem
Matteo me deixando louca.
Ela estava certa. Meu bebê precisava que eu estivesse bem. Matteo
não tiraria isso de mim.
— Matteo não vai levar você para onde não quer ir — Lunna afirmou
me encarando, mas eu sabia que era mentira. Ele poderia fazer o que
— Blue vai ficar conosco. Se Matteo quer apenas o filho por perto,
tenho certeza de que ela aqui vai ser o suficiente. Certo, Matteo? — Ela me
olhou sem esperar por ele. — Tudo bem, Blue?
— Sim.
parecia bem quieto em relação a tudo. Deslizei meu dedo em sua bochecha e
suspirei. Ele era lindo.
Era a primeira vez que eu assumia que realmente sentia algo por ele.
Ninguém além de Raina mensurava o amor que eu sentia por aquele homem.
Matteo sempre foi o meu segredo mais secreto.
— Não fale isso. Ela é uma vítima disso tanto quanto fomos —
Sienna falou com firmeza. — Ella não é uma menina ruim.
Não importava. Eu a odiava. Odiava Antonella por ela ter o anel dele
em seu dedo.
Eu também queria. Por mais idiota que isso soasse, eu ainda o queria.
Eu o queria para mim e para o nosso filho.
Me senti mais leve com elas, como se meu peito tivesse sido libertado
de um peso enorme. Não havia sido, mas a companhia e apoio me ajudaram.
Meu pai estava irritado e eu não o culpava. Pedi que enviasse minhas
coisas por um Uber. Quem diabos faz isso? É claro que conversei com ele,
expliquei que estava ficando em Chicago, mas ele obviamente não estava
bem com isso.
Eu neguei.
sei por que eu queria tanto vê-la, mas estava ansiosa pelo dia.
Entrei pelo lado raso e andei pela rampa até a água bater em meus
seios. Me virei e vi Sienna na hidro, sorrindo e bebendo um suco.
tentando se manter firme. Sienna estava com quase oito meses e os bebês
poderiam chegar a qualquer momento.
Suspirei. Matteo deveria estar por perto. Era sábado, e eu sabia que
ele viria aqui. Ele fazia isso quando eu morava com ele.
morena presa a parede com um homem a sua frente. Meu peito deu uma
cambalhota quando vi que era Matteo. A tatuagem era inconfundível.
— Também não queria ter visto ela — falei a Raina assim que
Era ele?
as sobrancelhas.
— Ela não acha nada, porque ela não importa! — Ele tocou meu rosto
mãos nos quadris. — Não sei como vamos fazer para a Outfit pensar que o
bebê é meu, uma vez que você já está com bastante tempo.
— Eu pensei...
Eu sabia que sim, mas agora Flame estava mais irritada do que antes,
e se eu quisesse que ela fosse comigo para Oak Park, eu precisava amansar a
fera.
Ella não falou sobre isso, mas a mágoa estava visível em seu rosto.
Havíamos nos aproximados nos meses que passaram, mas nunca a toquei de
maneira diferente. Apenas um beijo.
— Você sabe que não vai sair até me dizer... o que me faz lembrar
que preciso designar algum soldado para fazer sua segurança a partir de hoje.
— Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Dick. Ele era o
— Prontinho.
— Não quero isso. Não quero nada disso. — Ela se sentou na cama e
tocou a barriga, acariciando-a. — Nunca imaginei que engravidaria na minha
bebê, e a cada vez parecia que ela estava enfiando a mão dentro de mim e
brincando com meus órgãos.
— Eu sei que não sou fácil, droga, Blue, eu sou terrível, mas... —
Parei de falar, porque realmente não havia desculpa para dar. Blue e nosso
filho mereciam viver uma vida sem a máfia, sem as regras, crimes e sangue.
— Mas eu sou o pai dele. E eu vou ser para sempre, então pare de
jogar o quanto sou sua pior escolha na minha cara.
— Pare com essa merda. Cheguei há dias e você sequer olha para
mim. — Sua voz ficou furiosa e ela se sentou diante dele. — Eu sei que
machuquei você, droga, eu me machuquei fazendo isso. Mas não me
arrependo, porque você sabe, eu nunca poderia mentir para você. Nunca.
Você e eu somos diferentes. Nós dois somos ligados. E eu amo isso e não
posso perder você, Prince.
choro fluir.
— Dê tempo a ele.
— Essa é a forma bonita de dizer que quer controlá-la. Não vou dizer
nada.
a tristeza.
Quando retornei para a casa, Blue havia realmente saído. Raina não
estava em lugar nenhum, então liguei os pontos. Procurei Travis na sala de
jogos e o encontrei com Prince.
— Senta aí, cara. — Prince bateu no lugar vazio ao seu lado no sofá,
mas eu neguei, concentrado em Travis.
— Travis.
— Eu sei que você a rastreia, por que diabos não faz isso agora? —
grunhi, fervendo de raiva. Queria pegar Blue longe de todos. Sei que falei
que pararia de aparecer e causar menos estresse nela, mas agora era uma
ótima oportunidade para levá-la comigo. Eu precisava dela em Oak Park
comigo.
O.k., porra.
— Itália.
Oh.
— Depois falamos...
Andy era jovem para sua idade. Com cabelo negro como a noite, ela
poderia ter sido uma modelo, sem dúvidas.
Me senti mal por suas palavras. Eu sabia dos defeitos daquela família,
mas eles também eram fiéis a quem amavam, as meninas eram amigas e me
acolheram.
— Não acho — falei, mordaz. — Meu filho será amado e muito feliz.
Mas, obrigada pelo seu comentário.
mesma. Minha amiga tirou a maior parte do lixo acumulado e depois fomos
desfazer as gavetas, separando lixo das coisas importantes. Tirei vários
boletos vencidos e amassei, jogando-os no saco preto.
— Não. — Ela pegou a foto e sorriu. — Esse é meu Roman. Não era
questionei, curiosa.
— Por quê?
— Desculpe, é sério.
— O que é isso?
— Tá. — Ele acenou, mas seu olhar foi para Giulio. — Não quero
você próximo a ela.
— Uau, fale mais, Flame. Desabafe — ele pediu, rindo, então soquei
seu braço.
magoada.
Mas seu rosto me disse o bastante. Ele havia beijado Antonella. Será
que ele a tocou como fez comigo? Ele adorou o corpo dela como se ele fosse
perfeito como fez com o meu?
Matteo não respondeu. Seu silêncio nos seguiu até a sua casa. Parecia
que fazia tanto tempo desde a última vez que estive aqui. Parecia um século
atrás. Olhei ao redor ao me lembrar das duas vezes que um carro nos alvejou
com balas.
— Vou pedir a Prince para trazer. Mas não se preocupe, tenho seus
medicamentos aqui.
Senti mãos por baixo das minhas coxas e suspirei quando me pegaram
no colo. O sono era bem-vindo, e eu estava tão confortável que nem abri
minhas pálpebras. Me colocaram sobre a cama e senti secarem minha pele
Droga.
— Não vou fugir. Pode ficar com seus amigos — falei, dando uma
garfada.
— Tome. Isso faz bem. — Ele deixou a garrafa perto de mim e eu fiz
uma careta. — Prove.
Matteo semicerrou os olhos, mas pegou a taça. Ele levou aos lábios, e
— Nem fodendo.
— Quase sete.
— O.k.
Nós ficamos juntos no sofá e suspirei quando ele começou a fazer massagem
em meus pés.
Era verdade.
— Se for uma menina ela vai ficar chateada por termos ficado
chamando-a de ele por meses — avisei. Franzi a testa, mordendo meu lábio.
— Eu pesquisei alguns nomes italianos — falei, suspirando. Matteo me
encarou, parecendo surpreso. — Eu gostei de Vito se menino, e Nina se for
menina. E você? — Ergui meus olhos e ele se aproximou, colocando minhas
— Não precisa ser italiano. Quero que ele ou ela tenha o nome que
você amar.
Fiquei confusa até ele explicar que Enrico era o nome do Don da Cosa
Nostra.
— Eu também espero que ele ou ela nasça com seu cabelo, Flame.
Você é perfeita.
— Ei... — Me ergui olhando para minha amiga, mas parei ao ver suas
lágrimas. — O que diabos você fez? — gritei com Travis.
Blue andou até a amiga e a arrastou para o quarto enquanto eu
encarava Travis em busca de resposta.
— Por que não fala com Rocco? Às vezes meu irmão sabe as escolhas
certas a serem feitas — Prince murmurou enquanto fumava.
— Arrume um noivo melhor para Kiara. — Encarei Travis e
murmurei, dando de ombros e sentando-me a sua frente.
— Eu ainda não peguei a onda, mas a erva deve ser da boa. — Meu
irmão olhou para o baseado e riu.
— Ele está falando sério. Apaga essa merda. Não é para fumar perto
da Blue — resmunguei, irritado.
— Enfrente seu pai, fale com Rocco. Faça algo. Não me envolva
nisso.
— Você precisa fazer isso, cara. Se você quer Raina, vá até seu pai e
fale a ele. — Segurei os ombros dele e baguncei seu cabelo. — Vá armado,
caso isso dê merda.
— Preciso falar com a Ray. Você pode pegar Blue? Ela estava irritada
— Fale mais sobre como dói. — Ironia pingou das palavras de Raina.
— O quê?
Blue abraçou a amiga e avisou que logo estaria de volta. Por mim,
nem fodendo.
Nós fomos para o quarto e eu fechei a porta. Blue andou até a cama e
se deitou, segurando a barriga.
Blue gritou quando fiquei sobre ela e tampei seus lábios. Seu olhar
azul se expandiu quando ela me encarou sobre si.
— Fale novamente como você preferia que Giulio fosse pai do nosso
bebê — ordenei enquanto meu coração batia rápido. Com sua barriga
imprensada contra meu estômago, empurrei suas coxas abertas, fazendo a
camisa subir, porém, não o bastante. Tirei minha mão dos seus lábios e puxei
o tecido, desnudando seus seios.
— Matteo.
— Você não deveria ter ouvido... — Ela parou de falar quando apertei
mais.
Seus olhos ficaram úmidos e ela empurrou minhas mãos dos seus
seios.
— Sim.
— Você me trouxe para Oak Park — falei nas suas costas, descendo a
escada. — Você!
— Você vai fazer isso? Você vai me deixar aqui para ir para ela? —
questionei, mesmo me odiando por deixá-lo saber o quanto estava me
machucando. — Matteo, eu juro que se fizer isso...
vai fazer?
— Matteo...
Meu peito doeu ao ter a verdade dolorosa jogada em meu rosto por
ele.
entrar. Vou sumir cada vez mais. Nem depois do nascimento dele, eu quero te
ver. Eu juro a você.
— Sente-se, vou pegar água para você. — Fiz o que ele pediu e logo o
vi retornar. Segurei o copo entre meus dedos e suspirei, tentando me forçar a
parar de chorar. — Matteo não vai tirar seu filho de você, Blue. Ele jamais
faria algo assim.
Que mentira.
— Bom dia. — Ela olhou de mim para Prince e ele se virou, subindo
a escada. Lake suspirou e forçou um sorriso para mim. — Não esperava por
você. Matteo avisou ontem que você estava ficando lá.
— Ele será ruivo como você, mas muito fodão igual ao seu pai e tios
— Lake previu e eu sorri, escondendo minha apreensão sobre o legado
Trevisan.
Meu estômago caiu aos meus pés e eu me forcei a olhar para o outro
lado. Ao sentir a mão de Lake segurar a minha eu sorri, tentando permanecer
forte, mas eu não conseguia parar de pensar que ele dormiu com ela. Que ele
a tocou como me tocava.
queixo. Eu estava com medo, raiva e tristeza ao mesmo tempo, e tudo estava
refletido em meus olhos.
Eu queria Matteo, queria sobre seus erros, quis perdoar cada uma das
vezes em que ele me machucou. Quando me negou ajuda, quando me forçou
a ficar ao seu lado. Todas elas. Me questionei, sentindo-me doente, se eu
estava em uma relação doentia.
— Ah... — Giulio não falou mais. — Você pode sair daí? As pessoas
já estão me encarando.
Eu ri, forçando a maçaneta. Giulio estava com calça jeans preta e uma
blusa branca que se estendia por seus ombros. Seu olhar encontrou o meu e
eu sorri.
— Sim, ela quebrou o braço, mas vai ficar bem — ele explicou assim
que chegamos perto da sala de espera.
— Não sei se posso ficar aqui — falei, olhando por cima do ombro.
Olhei entre ele e Lake, achando isso estranho, mas deixei de lado.
— Você acha que vai a algum lugar com esse desgraçado? — A voz
irada fez meus olhos rolarem.
— Não faça isso. Você não estava lá. Não sabe o que isso fez a ele. —
Lake soou quase doente, então toquei seu ombro.
andávamos até o carro. Me abracei e Giulio ligou o rádio, deixando bem claro
que não queria conversar. Por mim, o.k.
— Estou indo.
Andei de volta para a porta enquanto escutava papai pedindo para que
eu falasse que era mentira o que a vizinha disse. Vi Giulio ainda em seu
carro, então entrei e fechei a porta.
— De nada.
— Pai...
— Eu sabia que você ficaria, mas pedi que ela o fizesse para você pelo menos
sentir que ela te queria. Que ela te deu opção.
— Pai...
— Eu sei, me desculpe...
— Como?
— Estou a caminho.
— Por favor, não peça para ele se casar comigo. Ele já é noivo —
afirmei rapidamente e me aproximei.
ele quisesse ficar comigo e nosso filho, ele estaria, então, por favor, não peça.
— Tem certeza?
Enviei a mensagem para Prince pela décima vez desde que saí do
hospital. Sienna ainda estava em trabalho de parto. Estacionei o carro e parei
em frente à casa de Blue. Eu estava nervoso pela primeira vez na minha vida.
Não conseguia entender o motivo, mas eu estava inquieto desde que ela disse
— Ignore tudo que ele falar e, por favor, fique calado. Apenas acene.
— Sua voz ainda estava quebrada.
— O.k., Flame...
— Entre, Boo. Deixe o garoto entrar. — Uma voz forte soou e ela
suspirou, abrindo a porta.
parado no meio da sala. Ele tinha cabelo escuro e olhos iguais. O pai da
minha Flame estendeu a mão para mim.
— Era.
A raiva de ouvir Blue dizer que Giulio seria uma escolha melhor
como pai me magoou e eu estaria mentindo se dissesse que ainda não queria
quebrar algumas coisas.
Seria um longo caminho, eu sabia, mas também sabia que nós sempre
dávamos um jeito. Sempre daríamos.
— O quê?
fiz o mesmo.
palavras, o jeito que fala sobre deixar um casamento... você faz tudo parecer
tão simples... E não é!
— Flame.
— Você disse que queria que nosso filho fosse daquele fodido. Você
queria que eu reagisse como, Blue? — gritei, furioso, e segurei seu pulso,
mantendo-a perto de mim.
— Você acha que serei menos pai por isso? Foda-se! As minhas
responsabilidades, um dia serão dele. Você sabe disso. — Semicerrei os
olhos, rígido.
quê?
— Você é uma hipócrita. Reclama das minhas ações, mas as suas não
são melhores. — Abri a porta e bati a madeira, descendo a escada.
Eu me odiei.
— Você me faz chorar. Você sempre faz isso e eu odeio. Odeio deixar
você me afetar dessa maneira. Odeio, Matteo. Eu odeio.
— Me desculpe.
Nunca implore.
Você é um Trevisan.
— Não vou fazer isso outra vez. Eu prometo. Diga que me desculpa
— pedi, sufocado, enquanto suas mãos se apoiavam em meu peito.
minha camisa e puxei o colar que minha mãe havia me dado anos atrás. Abri
a corrente e tirei o anel bonito que minha mãe me fez jurar entregar apenas a
minha esposa. A pessoa que eu jamais deixaria escapar.
ter para sempre em minha vida. Não há ninguém que eu ache mais especial
que você, Blue.
— O quê?
poucos.
tocando nosso filho. — Mas eu quero mudar isso. Eu quero me casar com
você, mas...
Blue abriu a boca para rebater, mas eu empurrei meus lábios nos seus.
Ela segurou meus ombros e eu segurei sua bunda perfeita. Flame gemeu ao
sentir minha língua deslizar pela costura dos seus lábios. Mordi sua boca e
beijei o caminho dela até sua clavícula. O decote do vestido estava exposto e
— Oh meu Deus.
Ela bateu em meu ombro e eu a guiei pela casa enquanto beijava seu
colo e seu pescoço. Quando chegamos ao seu quarto, Blue se sentou na cama
Bombeei meu pau algumas vezes e suspirei quando Blue abriu suas
coxas e eu vislumbrei sua boceta molhada. Deslizei meus dedos dentro dela e
suspirei quando os coloquei na boca. Perfeita do caralho.
Depois que ela gozou em meu rosto, me ergui e apertei meu pau
algumas vezes, e quase me envergonhei quando aproximei meu pau da sua
entrada e gozei em suas dobras.
Sorri para a minha obra de arte e Blue gemeu quando espalhei meu
sêmen e enfiei dentro dela.
— Vamos levar um tempo aqui — avisei, deslizando dentro da sua
boceta.
Blue sorriu como se a ideia não fosse apenas boa, mas, sim, excelente.
Eu não entendi.
— O.k., Flame, fale o que quiser. Eu não devo satisfação a eles. Eles
nunca me contam nada. — Sua voz soou magoada, então toquei sua coluna,
triste. — Não se sinta mal. O filho do meio sempre é esquecido.
— Sempre vamos estar ao seu lado, mas eles são sua família...
Ele entrou na sala de jogos me puxando atrás de si, sorri ao ver Lake e
Prince juntos. Será que fizeram as pazes? Eu esperava que sim.
sabem...
na minha. — Ei!
— Mova sua bunda, baby. — Ele acenou para a porta e nós saímos.
— Então, hum, como você acha que eles são? — questionei, sorrindo
enquanto subíamos mais um lance de escada.
— O.k., pare com isso. — Sienna riu, afastando sua mão. O seu
desconforto era compartilhado por mim. Não queria que Vito se envolvesse
com o mundo obscuro que o pai e seus tios viviam.
Amava-o acima dos nossos erros, dos seus defeitos e das nossas
decisões. Eu o amava acima de tudo isso.
— Ei, o que foi? — ele questionou, segurando meu rosto.
Não me sentia segura para dizer que o amava, e odiava saber o motivo
disso.
juntos e eu suspirei quando nosso baby chutou. Matteo riu ao colocar a mão.
— Ela tinha cabelo escuro como todos nós. — Matteo cheirou meus
cabelos. — Ela amava fazer café da manhã, mesmo tendo mais empregadas
que um ser humano comum. Prince sempre foi seu preferido. Ela o amava
mais que o ar.
— Você é tudo que eu nunca quis, mas sempre precisei. — Ele tirou
meu cabelo do meu rosto e suspirou. — Minha mãe sabia disso.... — Encarei
seus olhos, apaixonada. — Não vejo a hora de me casar com você.
— Isso foi antes ou depois de dizer que queria que ele fosse pai do
meu filho? — Matteo se afastou e entrou no carro.
— Não quero que Giulio seja pai do nosso bebê. Se eu pudesse voltar
atrás faria tudo do mesmo jeito, porque minhas decisões me trouxeram até
aqui. Até você e nosso filho — falei com firmeza e apertei sua coxa. — Você
será um pai incrível e seu filho vai amar você. Eu nunca duvidei disso nem
por um segundo.
Matteo apertou o volante, ainda em silêncio.
— Vito terá sorte de ter você como pai e eu de ter você como marido
— Então, Prince vai para um lugar que não é de vocês? Isso não é
perigoso?
Eu não o faria.
Quando o Aaron falou que havia uma Antonella pedindo para subir,
poltronas.
O quê?
bebê.
— Bom dia...
— O que...
de Rocco.
— Então, não se case. — Ela foi sucinta ao falar e se virou para seu
marido. — O que houve?
Ela bateu o pé como uma criança, mas sua voz ecoou como uma
rainha.
— Nem pense nisso. Blue está esperando o filho dele, ninguém além
dela deveria se casar com ele. Você sabe disso. Então, qual o problema? —
Ela quis saber, irritada.
merdas...
— Em Oklahoma.
fundo.
— Matteo.
Saí da mansão rápido e, correndo como nunca, dirigi para Oak Park.
Assim que entrei no hospital, fui encaminhado para uma sala onde
— Eu não fiz. Juro. A pressão dela subiu. — Ella negou com firmeza.
Suspirei, balançando a cabeça. — Falei sobre Rocco não ter permitido
cancelar o casamento e ela...
— Não vou me casar com outra mulher além de você. Porra, Flame,
eu disse a você. — falei, com firmeza.
flores que Sienna havia mandado desejando melhoras. Para mim, ela estava
perfeita.
— Matteo...
— É uma menina.
— Ela deve estar muito puta com a gente chamando-a de ele e Vito o
— Não. Nos desculpe por fazê-lo perder tempo — Blue gritou para a
— O quê? — Bocejei.
Sua voz suave me fez sorrir. Me curvei, beijando sua boca bonita.
Nossa Nina.
— Acho que não. Rocco não permitiria. Porém, ainda não falei com
ele.
irmão.
ou companhia. Porém, nada ficou claro. Pelo menos até me lembrar da loira
que parecia se desintegrar quando ele beijou sua amiga.
— Ele estava dormindo com a irmã do cara que ele matou? — Rocco
perguntou entredentes.
seus pensamentos.
— Sim, tudo bem. — Rocco andou até mim e encarou meus olhos. —
Não diga nada a elas. Nada. Sienna está por um fio...
— Não direi.
— Ele deve estar tão chapado que nem está sentindo os ferimentos —
falei devagar, mas me arrependi. — Prince está com problemas desde que
Lake foi embora. Nunca pensei nisso, nunca me passou que eu devesse exigir
que ele se abrisse...
— Eu sei...
— Eu vou falar com ela — avisei assim que eles a enfiaram em uma
sala no Village.
— Mas eu vou matar você se sua boca não falar onde meu irmão está.
— Sua voz alcançou uma crueldade que eu nunca tinha visto. — Eu vou
pegar a sua filha e vou mandá-la para um lugar tão longe, que ninguém nunca
vai encontrá-la.
— Oh meu Deus...
para o espaço.
— Fale onde ele está — Rocco gritou e puxou o cabelo dela, fazendo-
a berrar.
— Eles o mataram.
Eles o mataram.
meus ouvidos e um som furioso ao fundo. Tentei respirar, mas era uma luta
injusta.
mão, tremendo e rezando. Implorando para que essa puta estivesse errada.
Hope gritou e a porta foi aberta. Romeo deslizou para dentro e olhou
para Rocco e depois para mim e Hope. Ele se aproximou e empurrou a caneta
ainda cravada na mão dela.
— Escreva o endereço antes que eu arranque seus olhos, sua puta do
caralho!
— Ela disse que o fizeram. Ela mentiria por quê? — Rocco o encarou.
Hope não mentiria. Ela seria morta por uma mentira? Nem fodendo.
amoleceram e ela caiu para frente, desabando sobre seus joelhos. Sua boca se
abriu, mas ela não pronunciou nada.
Prince é meu elo e se ele estivesse morto, eu saberia. Eu saberia, porque nós
temos uma ligação que nenhum de vocês experimentou na vida. Então, parem
de falar merda. Ele está vivo. — Lake respirou fundo e pegou a arma que
estava no cós de Travis.
— Onde ela está? — Sua pergunta soou rápida. Ela andou enquanto
saíamos do seu caminho. Ela parou na porta onde Travis havia colocado
Hope e chutou.
disse a você. Se afaste. Quem diabos você acha que é? — Lake se curvou e
ficou com o rosto rente ao de Hope. — Onde ele está?
— Nunca achei que mataria alguém na minha vida, mas para tudo tem
uma primeira vez. — As palavras de Lake antecederam o tiro ensurdecedor.
“Sim e você?”
— Você não está sozinha. Sua família ama você e todos estão
sentindo muito a dor por Prince. Nós o queremos em casa...
— Não sabemos, e se não vir o corpo dele... não vou afirmar isso —
respondi, com firmeza.
presos à janela. — Ela é mãe. Há uma garotinha que só tinha ela na vida e eu
a tirei dela.
— Lake...
— Eu sei que sua família é complexa, mas, querida, você foi movida
pelas emoções e pior, pela sua criação. — Segurei sua bochecha e beijei sua
testa. — Não direi para não se sentir culpada, porque, Lake, a culpa nos torna
humanos. Quando você não a sentir é realmente um problema.
Lake tinha vestígios da menina bondosa que eu sabia que ela era,
porém, cada vez mais a face da menina dava lugar a uma mulher que seria
impiedosa.
— Eu também, por mais que eu sabia que ele estaria sofrendo. Prince
é forte, ele aguentaria. É egoísta, mas, foda-se, estou cansada de perder quem
amo. — Sienna soluçou e eu segurei sua mão.
— Queria ficar com Hope algumas horas para ensinar algumas lições
Fiquei em silêncio ao perceber que ambas ainda não sabiam que Lake
havia matado Hope.
— Eu também.
Lake andou até ficar parada, e quando entendi que ela estava apenas
passeando, Giulio apareceu. Ele ficou longe dela, mas eu podia sentir o olhar
dele sobre ela. E esse olhar...
— É claro.
— Eu sei, Flame.
— Ele não estava lá. — Matteo respirou fundo e eu senti seu corpo
tremer. — Havia uma cova, mas ele não estava lá.
— Mas ele deveria estar aqui. Se isso aconteceu, ele já deveria estar
aqui! — ele rebateu depressa e eu acenei, compreendendo.
— Você o amaria, Nina. — Sua voz sussurrou para nossa filha, senti
lágrimas encherem meus olhos.
Porém, a cada hora e dia sem notícias, as pessoas já não viam mais
esperança. Nem mesmo a família Trevisan.
— Você está linda — mamãe murmurou para mim assim que cheguei
à clínica.
— Estou tentando. Me arrumar virou uma das coisas mais legais aqui.
— Carolyn sorriu, com os lábios tingidos de vermelho. — Você parece
preocupada. É algo com Nina? — Ela franziu as sobrancelhas, seu olhar indo
para minha barriga.
— Seu pai é um bom homem. Estou feliz que C.K. o ame — mamãe
— Eu quero que seja feliz. Esse sempre foi o meu desejo — afirmei,
sorrindo e pegando suas mãos. — Eu amo você, mãe.
retirar, fazer escolhas diferentes, mas nunca, jamais, esse sentimento acaba.
Encontrei Matteo encostado no carro fora da clínica e sorri ao me
aproximar dele. Suas mãos seguraram meus quadris e eu o abracei. Fazia
duas semanas desde o sumiço de Prince. Estávamos tentando pensar positivo,
mas o tempo não estava a favor de nenhuma notícia boa.
cadeirinha...
— Presunçoso.
— Eu só respondi você.
— O.k.
— Que merda...
com Matteo, eu via seus olhares. Tudo isso era o bastante. Charlie queria
Matteo.
— Flame.
aos seus homens dentro da Outfit. Desejei ser menos impulsiva, mas eu não
aceitaria Charlie trabalhando no mesmo lugar que Matteo.
Charlie ficou rígida com a menção do seu marido. Ela olhou para
longe e suspirou.
— Ele me deixou. Ele descobriu sobre nós e os outros. — Sua voz era
baixa, envergonhada. Meu Deus.
— Então, você veio pedir ajuda a pessoa errada. A Outfit lida com
prostituição, drogas e assassinatos. — Matteo passou por ela e me puxou para
dentro do Date.
— Sim. Se quiser.
— Sua bondade cega é uma das coisas que mais amo em você. —
Suas palavras me fizeram erguer os olhos e ofegar. — O quê? Você não sabia
que eu a amava? — Matteo sorriu e a covinha que eu amava apareceu em sua
bochecha.
Uma tosse seca fez nos separarmos. Olhei para Zyon e me encolhi.
Seu rosto bonito havia sido marcado. Ele tinha um Z na bochecha esquerda.
Lágrimas encheram meus olhos.
— Nunca mais faça isso — Matteo falou assim que parei em sua
frente e Zyon se afastou. — Nunca.
— Quando ele voltar, ele vai entender. Não posso mais esperar para
ser seu marido, Flame. Nem um segundo.
Eu tentei negar mais uma vez, mas logo C.K., Sienna, mamãe, Raina
Era verdade.
meus ombros.
Ela me abraçou e puxou C.K. Sorri ao ser mimada pelas duas mães
que a vida havia me dado.
me contive.
com Rocco e solicitei que ele escolhesse outro homem para Kiara Bonnucci.
vermelhos estavam espalhados pelo seu colo e sua barriga estava visível pelo
vestido bonito que usava. Blue estava incrível.
Eu odiava funerais.
— Vamos. Precisamos nos despedir dela. — Sua voz era tão firme,
ninguém poderia dizer o quanto ele estava sofrendo. Prince sempre foi assim.
Camadas e camadas para encontrar seu verdadeiro sentimento.
ligeira. Jovem e cheio de vida, Prince Trevisan está saindo do plano terrestre
e se elevando...
de Prince.
Porque eu sabia.
Eu também queria.
sua falta...
Isso foi o suficiente para ela se sentar no banco. Fechei a porta e corri
para o meu lado.
— O quê?
vermelho. Seus olhos azuis se abriram e eu me senti agarrado. Nina tinha esse
poder, ela me pegava apenas me olhando. Eu nunca podia negar nada.
Ainda podia vê-lo procurando minhas fotos dentro daquela caixa para
Onde ele estava? Eu não sabia, mas daria minha vida para saber.
Voltei para a cama e Blue colocou nossa filha entre nós. No dia que
Nina nasceu foi a primeira vez na minha vida que eu me senti inteiro. Blue
me fez ser forte, mas Nina me fez ser invencível.
Deixe-me te mostrar...
E ela mostrou. Cada foto onde sua mãe recuperada estava sorrindo,
com o namorado que havia conhecido na clínica de reabilitação. Blue estava
feliz por ela e, automaticamente, eu também. Seu pai ainda não gostava muito
de mim e isso não mudaria, nunca, mas tínhamos um relacionamento onde
ignorávamos um ao outro.
— Ela está bem. — Blue sorriu e me olhou. — Obrigada por levá-la
de volta à clínica aquele dia. Nunca pedi, mas você me fez amá-lo mais um
— Fiz por você, Flame. Não houve bondade, pena ou algo benéfico.
Foi por saber que ela fora de lá acabaria com você.
— Não importa, você fez. Isso sempre significará o mundo para mim.
— Blue empinou seu pequeno nariz e eu sorri. Porém, meu sorriso sumiu
quando me lembrei da outra vez em que ela precisou de mim.
— Matteo.
Meu coração parou por meio segundo, esperando por sua resposta.
— Eu não sei qual a lombra dele... — Zyon falou e deu um passo para
o lado, mostrando Prince.
— Eu não sou esse cara — Prince falou com firmeza. Franzi minhas
sobrancelhas, confuso. — Eu não sou esse cara. Onde minha mãe está? — O
cara era tão parecido com Prince, que me assustou e me deixou enjoado.
— Andy.
Porra, não era o meu irmão. Não era o Prince. Quem diabos era esse
cara?
— Eles...
FIM!
LEALDADE DISTORCIDA
Seu rosto duro me fez engolir em seco e estremecer. Não eram todos
os homens que me faziam tremer. Na verdade, o único deles era meu pai. Eu
o amava muito, mas ele sabia ser um carrasco quando queria. Agora, esse
homem diante de mim... Deus, parecia que ele havia saído do inferno e estava
em chamas.
Eu nunca o havia visto nas festas da Outfit. E o motivo disso era claro
— ele não era bem-vindo.
Então me lembrei que ele havia ficado assim depois de brigar com um
dos seus amigos.
Desviei meus olhos dos seus. Eu sabia que ele não queria se casar
comigo. Travis era meu noivo, meu futuro marido, mas ele se apaixonou por
outra mulher. Eu o compreendia, e quando ele me disse isso eu quis cancelar
o casamento. Como eu poderia? Uma noiva dizer que não quer se casar é
considerado uma bobagem dentro da máfia.
— Você deveria ter pedido ela em casamento — afirmei, apertando o
lençol entre meus dedos.
Giulio parou. Pensei que ele se negaria a falar, mas ele o fez.
— Porque quando eu voltar para a Itália, você vai se casar com a
pessoa a quem pertencerá para sempre.
Com gratidão,
Evilane Oliveira
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