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N o m e d o A l u n o - C P F d o A l u n o

CURSO ON-LINE – DIREITO PREVIDENCIÁRIO EM EXERCÍCIOS


P/ RECEITA FEDERAL
PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE

DIREITO PREVIDENCIÁRIO
“AULA INAUGURAL”

1 – Configura-se como segurado obrigatório do Regime Geral da Previdência Social,


na qualidade de segurado empregado, a seguinte pessoa física:

a) o síndico de condomínio predial desde que receba remuneração.

b) o servidor público ocupante exclusivamente de cargo em comissão, de livre


nomeação e exoneração.

c) o médico residente.

d) o pescador artesanal que exerça sua atividade individualmente ou em regime de


economia familiar.

e) o cooperado que preste serviço por intermédio de cooperativa de trabalho da qual


seja um associado.

Comentários e gabarito:

Os segurados obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) estão


subdivididos nas seguintes espécies: segurado empregado, segurado contribuinte
individual, segurado trabalhador avulso e segurado especial.
As situações de enquadramento das pessoas físicas exercentes de atividades
remuneradas nas respectivas espécies de segurado constam no Art. 12 da Lei
8.212/91, com alterações posteriores, e no Art. 9º do Regulamento da Previdência
Social (RPS), aprovado pelo Decreto 3.048/99, com alterações posteriores. A fim de
evitar a leitura de atos normativos desatualizados, é conveniente que o aluno acesse-
os pelo site da Presidência da República: www.presidencia.gov.br

A resposta da questão é a letra “b”, pois o servidor exercente exclusivamente de cargo


em comissão, não sendo um servidor efetivo, não está amparado por Regime Próprio
de Previdência Social (RPPS). Logo, com base no disposto no Art. 9º, inciso I, alínea
“i”, do RPS, será segurado empregado do RGPS.
As alternativas “a”, “c” e “e” apresentam pessoas físicas que se configuram como
segurados contribuintes individuais, conforme previsto no Art. 9º, inciso V, do RPS.
Já na letra “d” tem-se pessoa física que se configura como segurado especial do
RGPS, conforme Art. 9º, inciso VII, alínea “b” do RPS.

2 - Considerando o que dispõe a legislação acerca das contribuições previdenciárias


devidas, pelas empresas e pelos equiparados, e sobre a responsabilidade pelo
recolhimento das mesmas, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as
falsas, e escolha a opção que contenha a seqüência correta:

( ) O contratante de uma cooperativa de trabalho deverá reter, mediante desconto,


15% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviço emitida por
cooperativa de trabalho, valor este que será destinado ao custeio dos benefícios a
serem concedidos aos cooperados que lhe prestaram os serviços.

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( ) Caso uma empresa contrate cooperativa de trabalho, será devida a contribuição de
15% incidente sobre o valor bruto da nota fiscal de serviço ou fatura, devendo a
prestadora dos serviços recolher essa importância juntamente com os valores das
contribuições que houver descontado de seus cooperados.

( ) Se uma cooperativa de trabalho realizar a contratação de segurados contribuintes


individuais, que não se caracterizem como seus cooperados, estará obrigada a
recolher a contribuição de 20% incidente sobre as remunerações que lhes tenha pago
ou creditado, tal como as empresas em geral.

( ) A base de cálculo da contribuição da empresa contratante de condutor autônomo


de veículo rodoviário equivale a vinte por cento do rendimento bruto auferido pelo
contratado em decorrência do frete, carreto ou transporte de passageiros.

( ) A cooperativa de trabalho não está obrigada a recolher as contribuições incidentes


sobre as remunerações pagas ou creditadas aos contribuintes individuais por ela
contratados, haja vista que tais exações são de responsabilidade das empresas
tomadoras de seus serviços.

a) F, V, F, V, F;
b) F, F, V, V, F;
c) V, F, F, F, V;
d) F, F, V, F, F;
e) F, F, V, F, V;

Comentários e gabarito:

A primeira afirmativa é falsa, pois, no caso de contratação de cooperados por


intermédio de cooperativa de trabalho, de acordo com o disposto no Art. 22, inciso IV,
da Lei 8.212/91, é o tomador do serviço (contratante) o responsável pelo recolhimento
da contribuição de 15% incidente sobre o valor bruto da nota fiscal de serviço. Trata-se
de caso de substituição tributária, haja vista que o sujeito passivo das contribuições
destinadas ao custeio patronal dos benefícios previdenciários dos cooperados não é a
cooperativa de trabalho, fonte pagadora das remunerações dos cooperados, mas sim
a empresa contratante da cooperativa.

A segunda alternativa também é falsa, pois como explicado para a afirmativa anterior,
o responsável pela contribuição de 15% sobre o valor da NFS é o contratante da
cooperativa de trabalho.

A terceira afirmativa é verdadeira, haja vista que no caso de a cooperativa de trabalho


contratar segurados contribuintes individuais, que não sejam os seus cooperados,
estará obrigada a efetuar o recolhimento da contribuição de 20%, incidente sobre a
remuneração paga ou creditada aos contratados, tal como as empresas em geral,
conforme determina o Art. 201, §19, do RPS. Vale dizer, a contribuição de 15% sobre
a nota fiscal só se destina ao custeio dos futuros benefícios dos cooperados, não se
aplicando aos demais contribuintes individuais contratados pela cooperativa de
trabalho.

A quarta afirmativa é verdadeira, uma vez que o Art. 201, §4º, do RPS define que do
valor total pago ao condutor autônomo de veículo rodoviário pelo serviço de frete,
carreto ou transporte de passageiros, apenas 20% do rendimento bruto auferido deve
ser considerado como remuneração, ou seja, como base de cálculo das contribuições

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devidas pela empresa contratante assim como da contribuição a ser descontada do
transportador autônomo.

A quinta afirmativa é falsa, pelas razões e justificativa já expostas para a terceira


afirmativa acima.

Logo, a resposta que contém a seqüência correta é a letra “b”.

3 – Analise as alternativas a seguir e escolha aquela que contenha somente rubricas


não-integrantes do salário-de-contribuição:

a) o valor correspondente à dobra de férias (conforme Art. 137 da CLT), a importância


recebida como incentivo à demissão e o valor dos ganhos eventuais e abonos
expressamente desvinculados do salário por força de lei.

b) o valor dos equipamentos e de outros utensílios fornecidos para a prestação dos


serviços, o valor da licença prêmio indenizada e o valor do vale-refeição pago em
dinheiro aos empregados.

c) o valor do aviso prévio indenizado, o valor do salário-maternidade e a importância


paga em pecúnia à empregada a título de vale-refeição.

d) o valor dos benefícios da previdência social, qualquer que seja a espécie, o valor da
participação dos empregados nos lucros, quando pago de acordo com a lei específica
e o valor pago ao empregado pela cessão de direitos autorais.

e) valor das férias indenizadas e do respectivo adicional constitucional, o valor do


aviso prévio indenizado e o valor das diárias para viagens quando não excedam a
50% do valor da remuneração do empregado.

Comentários e gabarito:

A opção correta é a letra “a”, pois as 3 rubricas citadas constam expressamente dentre
as apontadas pelo Art. 214, §9º, do RPS como não-integrantes do salário-de-
contribuição. O valor correspondente à dobra de férias tem caráter indenizatório e
decorrente do fato de o empregador não conceder o gozo de férias ao empregado
durante os 12 meses subseqüentes ao período aquisitivo de férias (vide Art. 137 –
CLT).

A opção “b” está incorreta porque o valor do vale-refeição fornecido ao empregado em


dinheiro está sujeito à incidência de contribuição, pois a legislação de regência define
que seja possível o fornecimento de tíquetes ou da comida em refeitório próprio da
empresa, estando esta vinculada ao PAT (Programa de alimentação do Trabalhador).
O propósito do legislador foi garantir que o trabalhador efetivamente se alimente e,
portanto, havendo o pagamento em pecúnia ao empregado não há como garantir que
ele utilizará essa importância para a sua alimentação. O salário-maternidade, embora
seja um benefício previdenciário, é considerado salário-de-contribuição, conforme
disposto no Art. 28, §2º, da Lei 8.212/91, configurando-se como uma exceção à regra
prescrita no parágrafo 9º, alínea “a”, do mesmo artigo.

A opção “c” está incorreta, conforme já explicado anteriormente.

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A opção “d” é incorreta, pois estando o salário-maternidade sujeito à incidência de
contribuição, como já dito, é incorreto afirmar que não haja incidência de contribuição
sobre “qualquer espécie de benefício previdenciário”.

Por fim, a opção “e” está incorreta porque os valores relativos a férias, quando estas
não forem gozadas pelo empregado, têm caráter indenizatório e, portanto, não sofrem
incidência de contribuição. Já o valor das diárias para viagens, quando não superior a
50% da remuneração do empregado (sem o cômputo das diárias) encontram-se
dentre as rubricas não-tributáveis apontadas no Art. 28, §9º, da Lei 8.212/91.

4 – Nas alternativas abaixo constam empresas e equiparados que podem, na prática,


realizar a contratação de segurados contribuintes individuais. Assinale a alternativa
que apresente o contratante que tem por obrigação descontar a contribuição de 11%
da remuneração que tenha pago ou creditado em favor de contribuinte individual
contratado, respeitando-se os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição
vigentes na respectiva competência:

a) uma repartição consular de carreira estrangeira.

b) um produtor rural pessoa física.

c) um órgão da administração pública federal, estadual ou municipal.

d) um outro contribuinte individual.

e) uma associação beneficente de assistência social isenta, na forma da lei.

Comentários e gabarito:

A resposta correta da questão é a opção “c”. A partir de 01/04/2003, as empresas,


inclusive os órgão da administração pública, que realizarem contratação de segurado
contribuinte individual, passaram a estar obrigadas a descontar-lhe a contribuição de
11%, devida por eles, incidente sobre o respectivo salário-de-contribuição.

Entretanto, o Art. 4º, §3º, da Lei 10.666 de 2003 definiu expressamente que a
repartição consular de carreira estrangeira, o produtor rural pessoa física e o
contribuinte individual, quando forem contratantes de um contribuinte individual,
estariam dispensados de arrecadar, mediante desconto, a contribuição devida pelo
segurado contratado, cabendo ressaltar-se que tais contratantes permaneceram
obrigados ao recolhimento da contribuição previdenciária patronal de 20% incidente
sobre a remuneração paga ou creditada a esses segurados.

A resposta “e” está incorreta porque a entidade beneficente de assistência social


isenta, quando for contratante de um contribuinte individual, fica obrigada a descontar-
lhe a contribuição de 20% do respectivo salário-de-contribuição, não se aplicando,
portanto, a alíquota de 11% como propõe o enunciado da questão.

5 – Considerando as afirmativas a seguir, todas são verdadeiras, com exceção de:

a) A importância retida pelo contratante de serviços executados por cessão de mão-


de-obra ou empreitada de mão-de-obra, equivalente a 11% do valor bruto da nota

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fiscal ou fatura de prestação de serviços, poderá ser compensada com as
contribuições devidas por qualquer estabelecimento da empresa cedente da mão-de-
obra, por ocasião do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social
devidas sobre a folha de pagamento dos seus segurados.

b) A cooperativa de trabalho está obrigada a descontar onze por cento do valor da


quota distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a
empresas e vinte por cento em relação aos serviços prestados a pessoas físicas e
recolher o produto dessa arrecadação no dia vinte do mês seguinte ao da competência
a que se referir, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior
quando não houver expediente bancário no dia vinte.

c) O contribuinte individual que pretenda contar como tempo de contribuição, para fins
de obtenção de benefício no Regime Geral de Previdência Social ou de contagem
recíproca do tempo de contribuição, período de atividade remunerada alcançada pela
decadência deverá indenizar o INSS.

d) No caso de a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional


receber recursos de empresa ou entidade, a título de patrocínio, licenciamento de uso
de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, ficará
ela com a responsabilidade de recolher o percentual de cinco por cento da receita
bruta decorrente do evento, não se admitindo qualquer dedução.

e) Havendo pagamento de direitos sujeitos à incidência de contribuição previdenciária,


em decorrência de decisões proferidas em ações trabalhistas, o juiz determinará o
imediato recolhimento das importâncias devidas à Seguridade Social, sob pena de
responsabilidade.

Comentários e gabarito:

A proposição é que seja indicada a afirmativa falsa, que, no caso, está na letra “d”,
com fundamento no disposto pelo Art. 22, §9º, da Lei 8.212/91. A hipótese se refere à
contribuição substitutiva das previstas nos incisos I e II do Art. 22, da Lei 8.212/91,
pois no caso de uma associação desportiva que mantenha equipe de futebol
profissional auferir recursos a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculo desportivo, será
devida a contribuição de 5%, incidente sobre a receita bruta decorrente desses
eventos, sendo responsável pelo desconto e recolhimento a respectiva entidade
patrocinadora, licenciadora, etc, e não a associação desportiva.

A alternativa “a” está correta em face da nova redação Art. 31, §1º, Lei 8.212/91, dada
pela Lei 11.941/09, que estabeleceu a possibilidade de a empresa contratada
compensar o valor retido pelo contratante, de 11% do valor bruto da nota fiscal,
relativa a serviços por cessão de mão-de-obra ou empreitada, com as contribuições
devidas em quaisquer estabelecimentos da empresa contratada. Antes da citada
alteração, os valores retidos só podiam ser utilizados para compensar valores devidos
em relação ao respectivo estabelecimento emitente da nota fiscal.
A letra “b” está correta em face do disposto no Art. 4º, §1º, Lei 10.666/03. Tal
diferenciação de alíquota existe porque se o contratante for entidade isenta, não será
devida a contribuição de 15% sobre a NF emitida pela cooperativa, tornando-se
necessária uma contribuição superior por parte do segurado (cooperado - CI).
A letra “c” está correta em decorrência do disposto no Art. 45-A da Lei 8.212/91.

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A letra “e” está correta em virtude do Art. 43 da Lei 8.212/91. A competência para
executar as contribuições decorrentes de ações trabalhistas foi atribuída à Justiça do
Trabalho, inicialmente pela EC nº 20/1998, atualmente prevista no Art. 114, inciso VIII,
da CRFB/88.

6 – A respeito da Seguridade Social e de seus princípios informativos, assinale a


alternativa incorreta:

a) Seguridade Social é um conjunto de princípios e normas destinado a estabelecer


um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os
impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias,
integrado por iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

b) O princípio constitucional da “Universalidade da Cobertura e do Atendimento”, que


informa a organização da Seguridade Social, corresponde ao ideal de que a todos
será sempre garantida igual cobertura diante da mesma contingência ou
circunstância.

c) O princípio da “Irredutibilidade do Valor dos Benefícios” não tem por objetivo a


preservação do respectivo poder aquisitivo.

d) O princípio da “Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço” não


admite exceção, nem mesmo nas prestações da assistência social, para cujo
acesso não há necessidade de qualquer contribuição por parte do segurado.

e) O princípio da “Tríplice Forma de Custeio” estabelece a obrigação dos entes


públicos, empregados e empregadores perante a Seguridade Social.

Comentários e gabarito:

A letra “b” é a incorreta, sendo, portanto, o gabarito, pois ao afirmar que “a todos será
sempre garantida igual cobertura diante da mesma contingência ou circunstância”,
esquece-se da seletividade dos benefícios, como ocorre no caso do pagamento de
salário-família que beneficia somente aos trabalhadores de baixa renda. Todos serão
amparados pela Seguridade, mas isso não significa dizer que todos serão tratados da
mesma forma.

A letra “a” traz, em outras palavras, a definição constitucional da Seguridade Social, a


qual visa a liberdade do querer, ou seja, atender e toda e qualquer pessoa em todo
momento de dificuldade. Para tanto, utiliza-se da previdência social, assistência social
e saúde.

A letra “c” é correta, pois define o princípio da irredutibilidade, em abordagem estrita,


que prevê somente a obrigação negativa da União de não reduzir o benefício, mas não
inclui a obrigação de corrigi-lo monetariamente. Obviamente, a correção monetária
deve existir, mas em razão de outro dispositivo constitucional (Art. 201, § 4º,
CRFB/88).

Aproveitando o tema, o STF entendeu que a contribuição do servidor inativo e


pensionista não viola o princípio da irredutibilidade, pois não há direito adquirido dos
servidores inativos à não-tributação.

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A letra “d” também é correta, pois este princípio direciona toda a seguridade, já que
mesmo para conceder-se benefícios assistenciais é necessário identificar-se a origem
dos recursos.

Por fim, a letra “e” também está correta, pois a tríplice forma de custeio prevê a
cotização do Poder Público, no orçamento fiscal, das empresas e dos trabalhadores.
Insere-se na idéia maior de diversidade da base de financiamento.

7 – Assinale a alternativa incorreta.

a) Podem assumir a condição de segurados facultativos: a dona-de-casa, o estudante


menor de 16 anos, o síndico de condomínio, o bolsista e o estagiário assim definidos
em lei, além do presidiário que não exerce atividade remunerada.

b) Na condição de segurado facultativo, poderão se inscrever o brasileiro que


acompanha cônjuge que presta serviços no exterior e aquele que perdeu a condição
de segurado obrigatório em face do desemprego.

c) O transportador autônomo configura-se como contribuinte individual do RGPS.

d) O trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e


conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco, com intermediação obrigatória
do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra, é segurado obrigatório
da Previdência Social, na condição de trabalhador avulso.

e) É filiado ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), na condição de


contribuinte individual, aquele que presta serviços de natureza urbana ou rural, sem
habitualidade, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.

Comentários e gabarito:

A letra “a” é a opção incorreta, sendo, portanto, o gabarito da questão. Cabe ressaltar
que, embora a presente questão possa ser qualificada como fácil, pode derrubar o
candidato distraído.

É certo que a dona-de-casa, o síndico de condomínio (desde que não remunerado), o


bolsista, o estagiário e o presidiário que não exerce atividade remunerada podem ser
facultativos. Mas certamente o estudante menor de 16 anos nunca poderá ser
facultativo. Somente o estudante maior de 16 anos é que tem esta prerrogativa. Deve-
se observar que, apesar de a lei ainda falar em 14 anos, a idade mínima foi
aumentada para 16 anos pela EC 20/98.

A letra “b” é correta, pois é de fato possível que o brasileiro que acompanha cônjuge
que presta serviços no exterior, e desempregado, possa assumir a condição de
facultativo. Aliás, é comum o segurado que é demitido e para o qual falte pouco tempo
para completar o período exigível para a aposentadoria, continuar seus recolhimentos
como segurado facultativo.

A letra “c” também está correta, pois o transportador autônomo, isto é, aquele que faz
frete (serviços de transporte em geral), exerce atividade econômica por conta própria
e, por isso, é claramente um contribuinte individual.

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A letra “d” trata, evidentemente, do segurado trabalhador avulso, externando inclusive


a intermediação obrigatória do sindicato ou do órgão gestor de mão-de-obra.

A letra “e” também não apresenta problemas, trazendo a definição padrão do


contribuinte individual.

8 - Considerando a conceituação apresentada na legislação previdenciária, marque a


opção na qual conste a correta definição da base de cálculo das contribuições dos
segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) vinte por cento do valor bruto auferido em decorrência do serviço de frete, carreto,
transporte, não se admitindo a dedução de qualquer valor relativo aos dispêndios com
combustível e/ou manutenção do veículo, ainda que constem parcelas a esse título
discriminadas no recibo.

b) a remuneração auferida durante o mês, em uma ou mais empresas, por serviços


prestados em caráter eventual a obtida pelo exercício de atividade por conta própria,
observados os limites mínimo e máximo vigentes.

c) o valor estabelecido pelo próprio segurado, observados os limites mínimo e máximo.

d) o valor recebido pelos segurados, ou a eles creditado, resultante da prestação de


serviços a terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, por intermédio de uma cooperativa.

e) a remuneração total auferida em uma ou mais empresas, a qualquer título, durante


o mês, destinada a retribuir o trabalho, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a
forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
tomador de serviços, observados os limites mínimo e máximo.

Comentários e gabarito:

O enunciado da questão propõe, em verdade, que seja identificada a opção que


contém a descrição do salário-de-contribuição dos segurados empregados e
trabalhadores avulsos (sabe-se que salário-de-contribuição é a denominação utilizada
pelo legislador para se referir à base de cálculo das contribuições devidas pelos
segurados do RGPS).

O gabarito da questão é a letra “e”, com fundamento no disposto pelo Art. 214, inciso I,
do RPS.

A letra “a” traz a descrição do salário-de-contribuição para o segurado contribuinte


individual que exerce atividade de transporte de carga ou passageiros, considerando-
se o disposto no Art. 201, §4º, do RPS.

As letras “b” e “d” apresentam as descrições dos salários-de-contribuição do segurado


contribuinte individual (em geral) e do contribuinte individual cooperado,
respectivamente.

A letra “c” descreve o salário-de-contribuição do segurado facultativo, conforme


definido pelo Art. 214, inciso VI, do RPS.

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9 – No caso de a empresa efetuar recolhimento espontâneo de contribuições


previdenciárias após o prazo de vencimento, é correto afirmar que o valor originário
devido deve ser acrescido de:

a) multa de mora de 4%, se o recolhimento for efetuado dentro do próprio mês de


vencimento e juros de mora de 1% ao mês, computados a partir do mês de
vencimento até o mês do efetivo pagamento.

b) multa de mora de 8%, se o recolhimento for efetuado a partir do mês seguinte ao de


vencimento e juros de mora equivalentes à Taxa Selic, computados a partir do mês de
vencimento até o mês anterior ao do efetivo pagamento, e de 1% para o mês de
pagamento.

c) multa de mora de 0,33% por dia de atraso, computada a partir do dia seguinte ao de
vencimento, limitada ao máximo de 20%, e juros de mora pela Taxa Selic, computados
a partir do mês seguinte ao de vencimento até o mês anterior ao de pagamento, e de
1% para o mês de pagamento.

d) multa de mora de 10%, se o recolhimento for efetuado a partir do mês seguinte ao


de vencimento e juros de mora equivalentes à Taxa Selic, computada mês a mês, a
partir do mês de vencimento até o mês de efetivo pagamento.

e) multa de mora de 14%, se o recolhimento for efetuado a partir do segundo mês


seguinte ao de vencimento e juros de mora equivalentes à Taxa Selic, computada mês
a mês, a partir do mês de vencimento até o mês de efetivo pagamento.

Comentários e gabarito:

O gabarito da questão é letra “C”.

A Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei 11.941/2009,


alterou a redação do Art. 35 da Lei 8.212/91.

Pela nova redação do Art. 35 da Lei 8.212/91, os débitos com a União decorrentes das
contribuições previdenciárias, das contribuições instituídas a título de substituição e
das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos,
não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e
juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.

As demais opções trazem “regras” jamais previstas na legislação previdenciária.

10 – As situações de exigibilidade da Certidão Negativa de Débito - CND,


relativamente às contribuições previdenciárias, encontram-se expressamente prevista
em lei, devendo o interessado, caso existam restrições à sua liberação pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil - RFB, solucioná-las mediante comparecimento de seu
responsável legal, ou procurador devidamente habilitado, a uma das unidades de
atendimento da RFB, não havendo dispensa da apresentação da CND, exceto:

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a) do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil, quando de sua
averbação no Registro de Imóveis se a construção residencial for unifamiliar, com área
total não superior a setenta metros quadrados, destinada a uso próprio, do tipo
econômico que tenha sido executada sem a utilização de mão-de-obra assalariada;

b) no registro ou arquivamento, no órgão competente, de ato relativo a baixa ou


redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade
ou sociedade empresária ou sociedade simples e transferência de controle de cotas
de sociedades de responsabilidade limitada.

c) para recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditícios concedidos pelo


poder público;

d) do incorporador, na ocasião da inscrição de memorial de incorporação no Registro


de Imóveis;

e) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bens imóveis ou de direitos


relacionados a tais bens;

Comentários:

Sabe-se que a legislação previdenciária estabelece a obrigatoriedade de o contribuinte


apresentar Certidão Negativa de Débito (CND) ou Certidão Positiva de Débito com
Efeitos de Negativa (CPD-En) em situação específicas, por ocasião da prática de atos
jurídicos. Logo, apenas nos casos expressamente previstos pela legislação á cabível
exigir-se a apresentação da CND ou da CPD-En (que tem o mesmo efeito da CND,
conforme disposto no Art. 206 do Código Tributário Nacional – CTN).

O enunciado propõe que seja assinalada a opção que contenha a hipótese que esteja
legalmente dispensada da apresentação de CND.

A resposta da questão é a letra “a”, em conformidade com o disposto no Art. 278 do


RPS.

Todas as demais alternativas apresentam situações de obrigatoriedade de


apresentação da CND ou CPD-En, conforme disposto no Art. 257, inciso I, alíneas “a”,
“c” e “d” e no inciso III, do RPS.

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