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Revisão de Texto

- Metodologia
1. Texto e Textualização 4
Textualidade 5
Elementos Pragmáticos 6

2. Normas da Língua Portuguesa 9


Normas Ortográficas e Morfológicas 9
Construção da Frase e Normas Sintático-Discursivas 14

3. Variação Linguística 17
Compreensão e a Interpretação de Textos 19

4. Gêneros Literários 23
Gêneros Literários: Característica Comum 24
Gêneros Acadêmicos 25
Gêneros Jornalísticos 33
Gêneros Oficiais 37

5. Referências Bibliográficas 45

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03
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

1. Texto e Textualização

Fonte: Forma Certa1

O Texto é o grupamento de frases


e palavras interligadas que
possibilitam uma interpretação e
conforme um código definitivamen-
te suspenso após uma leitura direta.
Ele possui tamanhos diferentes e
emitem uma mensagem. É toda obra precisa ser redigido com coerência e
original escrita e que pode formar coesão. Pode ser considerado como
um documento escrito ou um livro. não-literário e literário.
O texto é um elemento linguístico de
dimensões maiores do que a frase.
Em processos gráficos, o texto
é o conteúdo escrito, por divergência
a todos os outros conteúdos icono-
gráficos, como as ilustrações. É o
componente central do livro, perió-
dico ou revista, formado por produ-
ções concretas, sem títulos, subtítu- Fonte:
los, fórmulas, epígrafes e tabelas. O
https://slidepla-
texto pode ser cifrado, sendo criado yer.com.br/slide/76640/

1 Retirado em http://www.formacerta.com.br/

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Os textos literários possuem método analítico e reflexivo origi-


uma colocação estética. Normal- nando um conteúdo junto com uma
mente, são escritos com uma lingua- crítica construtiva e bem demons-
gem poética e expressiva, com o in- trado.
tuito de conquistar o interesse e sen- De maneira geral, todos os tex-
sibilizar o leitor. Os autores dos tex- tos precisam possuir determinadas
tos literários acompanham um certo particularidades formais, isto é, tem
estilo e utilizam as expressões de que apresentam estrutura e elemen-
maneira elegante para manifestar as tos que construam uma relação en-
suas ideias. Existe um domínio da tre eles. Entre essas particularidades
linguagem conotativa e da função formais tem a coerência e a coesão,
poética. Os romances, contos, poe- que oferecem forma e sentido ao
sias, novelas e textos sagrados, são texto. A coerência está ligada com a
exemplos de textos literários. compreensão, ou seja, a interpreta-
Os textos não-literários, por ção daquilo que está escrito ou que
sua vez, apresentam atividade utili- se fala. Já a coesão é a ligação entre
tária ao explicar e informar o leitor as palavras ou frases do texto.
de maneira objetiva e clara. São mo- Um texto para ter sentido pre-
delos de textos informativos que não cisa possuir coerência. Apesar da co-
se preocupam com a estética. Existe esão não ser requisito suficiente
um domínio da linguagem denota- para que as afirmações formem um
tiva e da função referencial, diferen- texto, são os recursos coesivos que
temente do estilo literário. Alguns oferecem maios legitimidade e real-
exemplos de textos não literários çam as relações entre os seus vários
são, textos científicos, didáticos, re- componentes. A partir disso, pode-
portagens jornalísticas e notícias. se concluir que a coerência depende
Existem ainda os textos narra- da coesão.
tivos que contam uma certa história.
A história é descrita por um narra- Textualidade
dor, que pode ou não participar de
Textualidade é o grupo de par-
forma direta da história. Esse tipo de
ticularidades que faz com que o tex-
texto utiliza uma estrutura especí-
to seja reconhecido como tal, e não
fica e predeterminada.
como um aglomerado de frases e pa-
Além desses, há ainda outro
lavras. Uma interpretação possível
tipo de texto conhecido como texto
indicaria como textualidade um ar-
crítico. Esse modelo é uma exibição
gumento usado pelo interlocutor,
textual que começa a partir de um
fundamentada em seus antecipados

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

conhecimentos funcionais e estrutu- que os propósitos comunicativos fi-


rais de texto, que possibilita por quem com clareza para o leitor. É a
meio da apreciação de diversos fato- principal ideia a ser passada pelo au-
res exercer a textualização de uma tor, a principal ideia que o autor
mensagem em uma situação já esta- quer transmitir, mais para que isso
belecida. ocorra, ele tem que ter todo o conhe-
Segundo Dressler e Beaugran- cimento específico sobre o assunto a
de, existem dois conjuntos de sete ser tratado.
elementos, que são encarregados Aceitabilidade: o texto fica igual à
pela textualidade de todos os discur- expectativa formada pelo receptor. É
sos: dependente da qualidade do texto. É
 Elementos semânticos (coesão uma contraparte da intencionalida-
e coerência); de, pois ele nos deixa claro que para
 Elementos pragmáticos (acei- que se haja a aceitação é necessário
tabilidade, intencionalidade, que o autor, o texto e o leitor, este-
informatividade, situacionabi-
jam em constante interação.
lidade e intertextualidade).
Situacionalidade: o texto se
A Linguística Textual passou a adapta ao cenário da comunicação.
progredir no fim dos anos 60 na Eu- Conduz a direção do discurso. Diz
ropa, principalmente entre os anglo- respeito à pertinência e à relevância
germânicos, e tem se empenhado a do texto no contexto. Reúne fatores
analisar os fundamentos caracterís- que tornam o texto adequado a uma
ticos do texto e os elementos impli- situação atual ou passada.
cados em sua recepção e produção. Informatividade: discurso mais
Em paralelo ao progresso dessa teo- informativo e menos previsível. To-
ria, do fim dos anos 60 até os dias de do texto tem um nível de informati-
hoje, tem se consolidado e se expan- vidade, mas isso depende de quem
dido, no ramo da Linguística, as pes- lê. Um leitor que conhece o assunto
quisas relacionadas aos fenômenos terá um nível baixo de informativi-
que transcendem as margens da fra- dade, mas para aquela pessoa que
se, como o discurso e o texto, abran- não tem nenhum conhecimento do
gendo menos os produtos e mais os assunto terá um nível alto de infor-
processos. matividade.
Intertextualidade: combina con-
Elementos Pragmáticos textos e textos. Refere-se às diversas
maneiras pelas quais a produção e a
Intencionalidade: referente a co-
recepção de um texto dependem do
municação efetiva, que possibilita

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

conhecimento dos outros textos an-


teriormente produzidos. Nesse sen-
tido pode-se falar em: alusão, epí-
grafe, paródia, paráfrase, citação,
metalinguagem e polifonia;
Contextualidade: circunstância
comunicativa precisa em que o texto
foi construído.
Coesão: dispositivo linguístico que
assegura a ordem do texto e o item
semântico. A coesão gera a disposi-
ção formal do texto. É a unidade for-
mal do texto, que se dá por mecanis-
mos gramaticais e lexicais. É a liga-
ção harmônica entre duas partes,
utilizada na gramática como forma
de obter um texto claro e compreen-
sível
Coerência: menção e não contradi-
ção, a não redundância e a impor-
tância. É um elemento fundamental
de textualidade, responsável pelo
sentido do texto, depende não ape-
nas da lógica interna do texto, como
também da compatibilidade entre a
rede conceitual (mundo textual) e o
conhecimento de mundo de quem
processa o discurso.

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2. Normas da Língua Portuguesa

Fonte: Toda Matéria2

Normas Ortográficas e sintática e morfológica. Veja quais


Morfológicas são:
Substantivos: É a palavra que dá

M orfologia é a parte da gramá-


tica que estuda as palavras de
acordo com a classe gramatical a que
nome aos objetos, aos lugares, às
ações, aos seres em geral, entre ou-
tros e varia em gênero (masculino e
ela pertence. Quando nos referimos feminino), número (singular e plu-
às classes gramaticais, logo é evi- ral) e grau (aumentativo e diminu-
dente que se refere à dez classes, que tivo).
são: substantivos, artigos, prono- Quanto à formação, o substan-
mes, verbos, adjetivos, conjunções, tivo pode ser:
interjeições, preposições, advérbios  Primitivo - é o nome que não
e numerais. deriva de outra palavra da lín-
Classes Gramaticais ou Classes gua portuguesa. Exemplos: ca-
sa, pedra e jornal.
de Palavras: Uma Classe Gramati-
 Derivado - é o nome que deriva
cal ou Classe de Palavra é o nome de outra palavra da língua por-
dado ao grupo que classifica uma pa- tuguesa. Exemplos: casarão,
lavra de acordo com sua estrutura pedreira e jornaleiro (palavras

2 Retirado em https://www.todamateria.com.br/

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

derivadas dos exemplos aci-  Abstrato - é a palavra que dá


ma, respetivamente). nome a ações, estados, quali-
 Simples - é o nome formado dades e sentimentos. Exem-
por apenas um radical. Radical plos: trabalho, alegria, altura e
é o elemento que é a base do amor.
significado das palavras.
Exemplos: casa, flor e gira, cu- Artigos: É a palavra que antecede
jos radicais são respetiva- os substantivos e varia em gênero e
mente: casa, flor e gira.
número, bem como o determina (ar-
 Composto - é o nome formado
tigo definido) ou o generaliza (artigo
por mais do que um radical.
Exemplos: couve-flor, girassol indefinido).
e passatempo, cujos radicais  São artigos definidos: o, a (no
são respetivamente: couve e singular) e os, as (no plural)
flor, gira e sol e passa e temp.  São artigos indefinidos: um,
uma (no singular) e uns, umas
Quanto ao elemento que no- (no plural)
meia, o substantivo pode ser:
 Comum - é a palavra que dá Adjetivos: É a palavra que caracte-
nome aos elementos da mes- riza, atribui qualidades aos substan-
ma espécie, de forma genérica. tivos e varia em gênero, número e
Exemplos: cidade, pessoa e grau.
rio. Quanto à formação, o adjetivo
 Próprio - é a palavra que dá pode ser:
nome aos elementos de forma
 Primitivo - é o adjetivo que dá
específica, por isso, são sem-
origem a outros adjetivos.
pre grafados com letra maiús-
Exemplos: alegre, bom e fiel.
cula. Exemplos: Bahia, Ana e
Tietê.  Derivado - é o adjetivo que de-
riva de substantivos ou verbos.
 Concreto - é a palavra que dá
Exemplos: alegria e bondade
nome aos elementos concre-
(palavras derivadas dos exem-
tos, de existência real ou ima-
plos acima, respetivamente) e
ginária. Exemplos: casa, fada e
escritor (palavra derivada do
pessoa.
verbo escrever).
 Coletivo - é a palavra que dá
 Simples - é o adjetivo formado
nome ao grupo de elementos
por apenas um radical. Exem-
da mesma espécie. Exemplos:
plos: alta, estudioso e honesto,
acervo (conjunto de obras de
cujos radicais são respetiva-
arte), cardume (conjunto de
mente: alta, estudioso e ho-
peixes) e resma (conjunto de
nesto.
papéis).

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

 Composto - é o adjetivo forma- to de elementos. Exemplos:


do por mais do que um radical. uma dúzia (conjunto de doze),
Exemplos: superinteressante, semestre (conjunto de seis) e
surdo-mudo e verde-claro, cu- centena (conjunto de cem).
jos radicais são respetivamen-  Multiplicativos - é a forma dos
te: super e interessante, surdo números que indica multipli-
e mudo e verde e claro. cação. Exemplos: Dobro, du-
plo e sêxtuplo.
Há também os Adjetivos Pá-
trios, que caracterizam os substanti- Pronome: É a palavra que substi-
vos de acordo com o seu local de ori- tui ou acompanha o substantivo, in-
gem e as Locuções Adjetivas, que são dicando a relação das pessoas do
o conjunto de palavras que tem valor discurso e varia em gênero, número
de adjetivo. e pessoa.
 Exemplos de Adjetivos Pá- Os pronomes classificam-se
trios: brasileiro, carioca e ser- em:
gipano.  Pessoais - Caso reto (quando
 Exemplos de Locuções Adjeti- são o sujeito da oração): eu, tu,
vas: de anjo (=angelical), de ele/ela, nós, vós, eles/elas e
mãe (=maternal) e de face Caso oblíquo (quando são
(=facial). complemento da oração): me,
mim, comigo, te, ti, contigo, o,
Numeral: É a palavra que indica a a, lhe, se, si, consigo, nos, co-
posição ou o número de elementos. nosco, vos, convosco, os, as
Os numerais classificam-se lhes, se, si, consigo.
em:  Tratamento - Alguns exem-
 Cardinais - é a forma básica plos: Você, Senhor e Vossa Ex-
dos números, utilizada na sua celência. Possessivos - meu,
contagem. Exemplos: um, dois teu, seu, nosso, vosso, seu e
e vinte. respetivas flexões. Demons-
 Ordinais - é a forma dos nú- trativos - este, esse, aquele e
meros que indica a posição de respetivas flexões, isto, isso,
um elemento numa série. Ex- aquilo.
emplos: segundo, quarto e tri-  Relativos - o qual, a qual, cujo,
gésimo. cuja, quanto e respetivas fle-
 Fracionários - é a forma dos xões, quem, que, onde.
números que indica a divisão  Indefinidos - algum, alguma,
das proporções. Exemplos: nenhum, nenhuma, muito,
meio, metade e um terço. muita, pouco, pouca, todo, to-
 Coletivos - é a forma dos nú- da, outro, outra, certo, certa,
meros que indica um conjun- vário, vária, tanto, tanta,

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

quanto, quanta, qualquer,  Lugar - Exemplos: adiante, lá e


qual, um, uma e respetivas fle- fora.
xões e quem, alguém, nin-  Tempo - Exemplos: ainda, já e
guém, tudo, nada, outrem, sempre.
algo, cada.  Negação - Exemplos: não, ja-
 Interrogativos - qual, quais, mais e tampouco.
quanto, quanta, quantas,  Afirmação - Exemplos: certa-
quem, que. mente, certo e sim.
 Dúvida - acaso, quiçá e talvez.
Verbo: É a palavra que exprime
ação, estado, mudança de estado, fe- Preposição: É a palavra que liga
nômeno da natureza e varia em pes- dois elementos da oração.
soa (primeira, segunda e terceira), As preposições classificam-se
número (singular e plural), tempo em:
(presente, passado e futuro), modo
 Essenciais - têm somente fun-
(indicativo, subjuntivo e imperativo) ção de preposição. Exemplos:
e voz (ativa, passiva e reflexiva). a, desde e para.
Exemplos:  Acidentais - não têm propria-
 O time adversário marcou gol. mente a função de preposição,
(ação) mas podem funcionar como
 Estou tão feliz hoje! (estado) tal. Exemplos: como, durante
 De repente ficou triste (mu- e exceto.
dança de estado)
 Trovejava sem parar. (Fenô- Há também as Locuções Pre-
meno da natureza) positivas, que são o conjunto de pa-
lavras que tem valor de preposição.
Advérbio: É a palavra que modifica Exemplos: apesar de, em vez de e
o verbo, o adjetivo ou outro advér- junto de.
bio, exprimindo circunstâncias de Conjunção: É a palavra que liga
tempo, modo, intensidade, entre ou- duas orações. As conjunções classifi-
tros. cam-se em:
Os advérbios classificam-se Coordenativas:
em:  Aditivas (e, nem);
 Modo - Exemplos: assim, de-  Adversativas (contudo, mas);
vagar e grande parte das pala-  Alternativas (ou…ou,
vras terminadas em “-mente”. seja…seja);
 Intensidade - Exemplos: de-  Conclusivas (logo, portanto) e;
mais, menos e tão.  Explicativas (assim, porquan-
to).

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Subordinativas:  Concordância - Certo!, Claro!,


 Integrantes (que, se), Causais Ótimo!
(porque, como), Comparativas  Desejo - Oxalá!, Quisera!, To-
(que, como); mara!
 Concessivas (embora, posto  Desculpa - Desculpa!, Opa!,
que), Condicionais (caso, salvo Perdão!
se), Conformativas (como, se-  Dúvida - Hã?, Hum?, Ué!
gundo), Consecutivas (que, de  Espanto - Caramba!, Oh!, Xi!,
maneira que), Temporais (an-  Contrariedade - Credo!,
tes que, logo que); Droga!, Porcaria!
 Finais (a fim de que, para que)
e; Há também as Locuções Inter-
 Proporcionais (ao passo que, jetivas, que são o conjunto de pala-
quanto mais).
vras que tem valor de conjunção.
Exemplos: Cai fora! Muito obri-
Há também as Locuções Con-
gada!, Volta aqui!
juntivas, que são o conjunto de pala-
A análise morfológica: As pala-
vras que tem valor de conjunção.
vras da língua portuguesa podem ser
Exemplos: contanto que, logo que é
analisadas/classificadas de duas for-
visto que.
mas:
Interjeição: É a palavra que ex-
 Separadamente, palavra por
prime emoções e sentimentos. As in-
palavra, mesmo fazendo parte
terjeições podem ser classificadas de uma oração.
em:  De acordo com a função da pa-
 Advertência - Calma!, Deva- lavra dentro da oração.
gar!, Sentido!  Análise morfológica e da aná-
 Saudação - Alô!, Oi!, Tchau! lise sintática de uma oração.
 Ajuda - Ei!, Ô!, Socorro!
 Afugentamento - Fora!, Sai! O que é análise morfológica? A
Xô! Morfologia é a parte da gramática
 Alegria - Eba!, Uhu! Viva! que estuda as palavras de acordo
 Tristeza - Oh!, Que pena!, Ui! com a classe gramatical a que ela
 Medo - Credo!, Cruzes!, Jesus!
pertence.
 Alívio - Arre!, Uf!, Ufa!
 Estas são as classificações que
 Animação - Coragem!, Força!,
as palavras recebem sozinhas,
Vamos!
fora das frases/orações. Quan-
 Aprovação - Bis!, Bravo!, Isso! do se analisa/classifica separa-
 Desaprovação - Chega!, Fran- damente estas palavras é que
camente! Livra!

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

temos a sua análise morfoló- quais apresentam características es-


gica. truturais próprias: a Frase, a Oração
e o Período.
Observem a oração abaixo: Frase: A frase pode ser definida por
 Os meninos da rua treze esta- seu propósito comunicativo. Isso
vam atônitos com a beleza da significa que Frase é todo enunciado
nova moradora.
capaz de transmitir, de traduzir sen-
tidos completos em um contexto de
Análise morfológica:
comunicação, de interação verbal.
 Os - artigo
Observe algumas característi-
 Meninos – substantivo
 Da - preposição cas das frases:
 Rua – substantivo  O início e o final da frase são
 Treze – numeral marcados, na escrita, por pon-
 Estavam - verbo tuação específica (.! ?..);
 Atônitos – adjetivo  Na fala, o início e o final da
frase são marcados por uma
 Com – preposição
entoação característica;
 A - artigo
 Não se esqueça de que a ento-
 Beleza – substantivo ação é a forma como os falan-
 Da – preposição tes associam o contorno da ex-
 Nova - adjetivo pressividade, como é visto na
 Moradora - substantivo frase interrogativa ou declara-
tiva;
Sempre que proposta a análise  Podem ser elaboradas por uma
morfológica de uma oração, pense única ou por várias palavras;
nas palavras sozinhas, analisadas Podem apresentar um verbo
uma a uma, como se fosse a única. E ou não;
lembre-se das famosas 10(dez) clas-  Na escrita, os limites da frase
são indicados pela letra inicial
ses gramaticais.
maiúscula e pelo sinal de pon-
tuação (. ! ? …).
Construção da Frase e Normas
Sintático-Discursivas Observe alguns exemplos de
frases:
Para se compreender a sintaxe  Ai!
da Língua Portuguesa, ou seja, o  Socorro!
conjunto das relações que as pala-  O quê?
vras estabelecem entre si, é necessá-  Mas que coisa terrível!
rio, antes de tudo, estudar a respeito  Quanta bagunça...
dos enunciados e suas unidades, os  Que tragédia!

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

 Como assim? um sujeito, termos essenciais, inte-


 Tenho muito a fazer. grantes ou acessórios.
 Fogo! Observe alguns exemplos de
orações:
Tipos de Frases:  Corra!
Frases interrogativas: Entona-  Esses doces parecem muito
ção de pergunta. Geralmente, é fina- gostosos.
lizada com ponto de interrogação  Chove muito no inverno.
(?). Exemplo: Que dia você volta?
Frases exclamativas: Entonação Período: O período é uma unidade
expressiva, reação mais exaltada. sintática. Trata-se de um enunciado
Geralmente, finalizada com ponto construído por uma ou mais orações
de exclamação ou reticências (! …). e possui sentido completo. Na fala, o
Exemplo: Que horror! início e o final do período são mar-
Frases declarativas: Não são cados pela entonação e, na escrita,
marcadas pela entonação expressiva são marcados pela letra maiúscula
ou intencional. Geralmente apresen- inicial e a pontuação específica que
tam declarações afirmativas ou ne- delimita sua extensão. Os períodos
gativas e são finalizadas com o ponto podem ser simples ou compostos.
final (.). Exemplo: Amanhã não po- Período simples: Os períodos
derei levantar. simples são aqueles constituídos por
Frases imperativas: Enunciado uma oração, ou seja, um enunciado
que traz um verbo no modo impera- com apenas um verbo e sentido
tivo. Geralmente sugere uma ordem completo. Exemplo: Os dias de ve-
e é finalizado pelos pontos de excla- rão são muito longos! (Verbo ser)
mação e final (! .). Exemplo: Fale Período composto: Os períodos
mais baixo! compostos são aqueles constituídos
Oração: A oração é uma unidade por mais de uma oração, ou seja,
sintática. Trata-se de um enunciado dois ou mais verbos. Exemplo: Ma-
linguístico cuja estrutura caracte- riana me ligou para dizer que não
riza-se, obrigatoriamente, pela pre- virá mais tarde. (Período composto
sença de um verbo. Na verdade, a por três orações: verbos ligar, dizer e
oração é caracterizada, sintatica- vir.)
mente, pela presença de um predi-
cado, o qual é introduzido na língua
portuguesa pela presença de um ver-
bo. Geralmente, a oração apresenta

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

3. Variação Linguística

Fonte: Mundo Educação3

A variação linguística é um fenô-


meno que acontece com a lín-
gua e pode ser compreendida por in-
mas as variações podem ser conside-
ráveis e justificadas de acordo com a
comunidade na qual se manifesta.
termédio das variações históricas e As variações acontecem por-
regionais. Em um mesmo país, com que o princípio fundamental da lín-
um único idioma oficial, a língua gua é a comunicação, então é com-
pode sofrer diversas alterações feitas preensível que seus falantes façam
por seus falantes. Como não é um rearranjos de acordo com suas ne-
sistema fechado e imutável, a língua cessidades comunicativas. Os dife-
portuguesa ganha diferentes nuan- rentes falares devem ser considera-
ces. O português que é falado no dos como variações, e não como er-
Nordeste do Brasil pode ser dife- ros. Quando se trata das variações
rente do português falado no Sul do como erro, incorre-se no preconcei-
país. Claro que um idioma nos une, to linguístico que associa, erronea-

3 Retirado em https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/variacoes-linguisticas.htm

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

mente, a língua ao status. O portu- so é o comportamento em uma en-


guês falado em algumas cidades do trevista de emprego que é totalmen-
interior do estado de São Paulo, por te diferente da conversa com amigos
exemplo, pode ganhar o estigma pe- em uma situação informal.
jorativo de incorreto ou inculto, A adequação é um tipo de vari-
mas, na verdade, essas diferenças ação linguística que consiste em
enriquecem esse patrimônio cultu- adequar a língua às diferentes situa-
ral que é a nossa língua portuguesa. ções comunicacionais. A importân-
É importante ressaltar que o cia da adequação linguística. Fica
código escrito, ou seja, a língua sis- evidente ao se analisar quão difícil
tematizada e convencionalizada na seria se fosse necessário utilizar uma
gramática, não deve sofrer grandes linguagem tão rebuscada e cheia de
alterações, devendo ser preservado. arcaísmos nas mais corriqueiras si-
Já imaginou se cada um de decidisse tuações de nosso cotidiano. A espon-
escrever como fala? Um novo idi- taneidade da fala seria seriamente
oma seria inventado, e a gramática anulada sem contar que a dinamici-
seria abolida e todo o sistema lin- dade da comunicação seria prejudi-
guístico determinado pelas regras cada. Pode-se elencar também nos
cairia por terra. Contudo, o que o tipos de variação linguística os fala-
compositor Adoniran Barbosa fez res específicos para grupos específi-
pode ser chamado de licença poé- cos: os médicos apropriam-se de um
tica, pois ele transportou para a mo- vocabulário próprio de sua profissão
dalidade escrita a variação linguís- quando estão exercendo o ofício,
tica presente na modalidade oral. mas essas marcas podem aparecer
As variações linguísticas acon- em outros tipos de interações ver-
tecem a sociedade complexa, na qual bais. O mesmo acontece com os pro-
estão inseridos diferentes grupos so- fissionais de informática, policiais,
ciais. Alguns desses grupos tiveram engenheiros etc.
acesso à educação formal, enquanto Portanto, apesar de algumas
outros não tiveram muito contato variações linguísticas não apresen-
com a norma culta da língua. Pode- tarem o mesmo prestígio social no
se observar também que a língua va- Brasil, não se pode fazer da língua
ria de acordo com suas situações de um mecanismo de segregação cultu-
uso, pois um mesmo grupo social ral, corroborando com a ideia da te-
pode se comunicar de maneira dife- oria do preconceito linguístico, ao se
rente, de acordo com a necessidade julgar determinada manifestação
de adequação linguística. Prova dis-

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

linguística superior a outra, sobre- Desta forma, se existe uma es-


tudo superior às manifestações lin- pécie de chave para interpretação e
guísticas de classes sociais ou regi- compreensão de textos pode-se di-
ões menos favorecidas. zer que esta é a leitura. Ler, com cer-
teza, é a melhor forma de melhorar
Compreensão e a Interpre- sua capacidade de interpretação do
tação de Textos mundo à sua volta. Conhecer as re-
gras da gramática também ajuda no
A compreensão e a interpreta-
processo, porque muitas vezes há
ção de textos são assuntos presentes
expressões, orações completas, fra-
na vida escolar, nos vestibulares,
ses isoladas e outros destaques nas
concursos e no cotidiano das pes-
entrelinhas de um texto que somen-
soas. Pode-se dizer até que a neces-
te irão ser entendidos se o leitor tiver
sidade de se interpretar as diferentes
algum conhecimento prévio da gra-
tipologias textuais tem crescido na
mática normativa.
nossa atual sociedade tecnológica.
Existem também algumas di-
Estamos imersos em uma aparente-
cas que podem te ajudar na interpre-
mente infinita diversidade de textos
tação dos textos. Veja a seguir con-
da comunicação de massas, mas
ceitos que podem ajudar também a
muitas pessoas ainda têm muitas di-
responder as questões sobre o tema
ficuldades para compreendê-los e
e interpretar melhor os textos:
interpretá-los.
Texto: é formado por diversas
Entretanto, a compressão e in-
ideias, nas quais o autor passa suas
terpretação de textos não é algo neu-
ideias organizadas e relacionadas de
tro, haja vista que variam de acordo
acordo com o contexto que ele está
com o repertório do leitor. Isso sig-
inserido. Utilizando a comunicação
nifica dizer que quando você co-
escrita o autor interage com o leitor.
nhece pelo menos parte do assunto
Entre as várias concepções de texto,
tratado, conseguirá compreender e
pode-se dizer que se trata de um
interpretar bem melhor o que o au-
enunciado com sentido completo, ou
tor (entenda como autor qualquer
seja, algo que é transmitido de um
pessoa que produz um texto) preten-
emissor para um receptor com inte-
deu dizer ao produzir um determi-
ligibilidade. Por exemplo, se você
nado tipo de texto (e não se fala aqui
tentar se comunicar com alguém di-
apenas do texto "clássico", escrito,
zendo: "casa mato, onde, volta, ca-
mas também dos outros, que utili-
minhão, baleia", não haverá com-
zam os recursos de imagem, som e
preensão, logo, o que você disse não
vídeo).

19
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

pode ser considerado um texto, pelo uma comunicação eficaz (isto é, não
menos do ponto de vista da coesão e houve "ruído" na comunicação).
da coerência. Interpretação de texto: a inter-
Intertexto: há uma frase muito fa- pretação tem por objetivo identificar
mosa de Isaac Newton: “Se cheguei a ideia principal e, obviamente, ela
mais longe foi porque me apoiei no somente poderá acontecer se o pré-
ombro dos gigantes”. Os textos apre- requisito da compreensão for satis-
sentam diversas referências, diretas feito. Após esta identificação dos sig-
ou indiretas, isso porque o autor tem nificados dos signos envolvidos no
um repertório próprio, ele se apoia texto, é possível reconhecer as ideias
em “ombros de gigantes” para escre- secundárias, as fundamentações, as
ver o seu texto. A essas referências argumentações e as explicações, le-
dá-se o nome de intertexto e ela vando o leitor ao entendimento ple-
pode ser entendida como o "diálogo" no da mensagem do narrador.
entre um texto e outro, permitindo o Dito isso, é importante abor-
enriquecimento do texto final e, con- dar os convites que o leitor recebe ao
sequentemente, permitindo o cres- ler um texto:
cimento intelectual do emissor e do Convite a identificar: o leitor é
receptor da mensagem. convidado a reconhecer os elemen-
Contexto: o texto é formado por tos principais da argumentação do
várias frases, em cada uma destas autor. Para identificar é importante
frases, há informações que se ligam atentar para: processos menciona-
entre si, criando-se uma estrutura- dos, fatos, datas, detalhes, entre ou-
ção no conteúdo transmitido. Essa tros.
ligação é importante e recebe o Convite a comparar: o leitor é
nome de contexto. convidado também a descobrir as
Compreensão de texto: há entre relações de semelhança entre as si-
o autor e o leitor um tipo de comuni- tuações apresentadas no texto pelo
cação. A comunicação que acontece seu autor.
quando um texto de uma pessoa (au- Convite a comentar: o leitor deve
tora) passa a mensagem que queria relacionar o conteúdo do autor com
passar a outra pessoa (leitora) pode a sua realidade, podendo concordar
ser entendida como compreensão de ou não com a opinião exposta.
texto. Significa que a mensagem saiu Convite a resumir: concentrar a
de algum lugar e chegou a outro, e ideia ou as ideias principais do texto.
que, nesse percurso, houve, de fato, O resumo pode ser feito em um ou

20
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

dois parágrafos, mas também - e é -


pode ser oral, em grupo, ou de outra
forma, dependendo da circunstân-
cia.
Convite a parafrasear: o leitor
pode reescrever o texto com outras
palavras, utilizando a ideia central
do autor original.
Para encerrar, vale relembrar
que as condições básicas para a cor-
reta interpretação e compreensão de
um texto são, entre outras: o conhe-
cimento prévio do leitor (por isso é
importante sempre ler), conheci-
mento gramatical e semântico (pon-
tuação, figuras de linguagem etc),
capacidade de observar os detalhes e
o poder de raciocínio do leitor.
Também é necessário dizer -
principalmente na atualidade, em
que, graças às tecnologias da comu-
nicação, todos têm opinião a mos-
trar - que a interpretação e a com-
preensão não estão relacionadas a
concordar com tudo que o autor diz,
mas sim ao entendimento de tudo
(ou quase tudo) que ele diz. A partir
disso, o leitor pode concordar ou não
com o texto e apresentar o seu ponto
de vista, quando necessário.

21
22
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

4. Gêneros Literários

Fonte: Português4

O s Gêneros literários são divi-


sões feitas em obras literárias
de acordo com características for-
Esta classificação de gêneros
literários sofreu algumas alterações
ao longo dos anos e, presentemente,
mais comuns, agrupando-as segun- privilegia-se a substituição do gêne-
do critérios estruturais, contextuais ro épico pelo gênero narrativo, mais
e semânticos, entre outros. abrangente e atual, ficando, dessa
A divisão clássica remonta à forma, a seguinte divisão:
Grécia antiga e define três gêneros  Gênero lírico;
literários:  Gênero narrativo;
 Gênero lírico;  Gênero dramático.
 Gênero épico;
 Gênero dramático. Dentro de um determinado gê-
nero literário há o predomínio de

4 Retirado em https://www.portugues.com.br/literatura/generos-literarios.html

23
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

uma estrutura típica, que não cor- peia ou poesia épica, fábula, crônica,
responde à estrutura de outro gêne- ensaio.
ro literário, visto que cada um apre- Gênero dramático:
senta características próprias.  É feito para que haja a sua
Gênero lírico: encenação;
 É escrito em verso, na 1.ª  Está dividido em atos e cenas;
pessoa do discurso - eu;  Conta a história através da fala
 Expressa sentimentos e emo- das personagens;
ções;  Apresenta indicações cênicas
 Exterioriza um mundo inte- que auxiliam a representação.
rior;
 Apresenta um caráter subjeti- Subgêneros do gênero dramá-
vo; tico: auto, comédia, tragédia, tragi-
 Usa palavras no seu sentido comédia, farsa.
conotativo; A classificação de gêneros lite-
 Recorre a muitas figuras de rários sofreu algumas alterações ao
linguagem.
longo dos anos. Atualmente, é en-
tendida como algo flexível, sendo
Subgêneros do gênero lírico:
possível a mistura de gêneros e a
ode, hino, elegia, idílio, écloga, epi-
subdivisão em vários subgêneros.
talâmio, sátira. Gênero narrativo
O gênero narrativo:
 É escrito maioritariamente em
Gêneros Literários: Carac-
prosa; terística Comum
 Apresenta um narrador que
conta a ação; Apesar da divisão em lírico,
 Narra uma sucessão de acon- narrativo e dramático, há uma ca-
tecimentos reais ou imagi- racterística comum aos três gêneros:
nários; a literatura. Sendo gêneros literá-
 Apresenta a estrutura básica rios, apresentam aspectos comuns
de introdução, desenvolvi-
que definem a literatura como uma
mento e conclusão;
expressão artística que possui fun-
 Desenrola-se num tempo e
num espaço; ções recreativas, sociais e críticas.
 Utiliza discurso direto, indire- Assim, não só ocorre a manifestação
to e/ou indireto livre. de sentimentos e invenção de his-
tórias por parte do autor, como tam-
Subgêneros do gênero narra- bém ocorre a crítica à sociedade e há
tivo: romance, novela, conto, epo- referências a momentos históricos.

24
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

O texto literário, quer ocorra sentando essa novidade na forma de


em verso ou em prosa, transmite a um estudo completo e que, assim,
noção artística do autor, que traba- poderá ser replicado (repetido) futu-
lha com a função conotativa da lin- ramente (inclusive pelo leitor, se for
guagem, que utiliza uma linguagem o caso). Ele pode ser teórico, ou em-
mais poética e rebuscada, recorren- pírico (ou seja, baseado em dados
do ao uso de figuras de linguagem e coletados pelo autor ou autora). Já o
que respeita estruturas no estilo e artigo de revisão trabalha com estu-
forma, como a métrica e a rima. O dos já publicados, analisando e dis-
autor debruça-se sobre a seleção e cutindo essas contribuições anterio-
combinação de palavras, para que res sob uma nova ótica ou ponto de
transmitam o sentido pretendido, vista a ser considerado.
contribuindo para a concretização O artigo apresenta uma intro-
da intenção do autor. dução que contextualiza a área te-
mática e o problema específico in-
Gêneros Acadêmicos vestigado. O problema é exposto
acompanhado dos objetivos de sua
Existem diferentes tipos de investigação. O texto também traz
textos acadêmicos. Nesta seção, uma revisão de literatura e funda-
apresentamos as características mentação teórica, as quais podem
mais comuns de alguns deles. vir em seções próprias ou diluídas na
O artigo: O artigo apresenta uma introdução. A seguir, o artigo des-
investigação científica em todas as creve os materiais e os métodos usa-
suas fases fundamentais: um proble- dos para conduzir a investigação do
ma digno de ser pesquisado, os ob- problema, e expõe os resultados e
jetivos, materiais e métodos de pes- sua devida discussão. Após isso, é
quisa, a análise e as considerações apresentada a conclusão, que res-
sobre a investigação. É, então, um ponde diretamente ao problema in-
texto dissertativo que busca apre- vestigado (para mais sobre cada um
sentar à comunidade científica e desses elementos, clique aqui). A is-
leitora um estudo novo em dada área so se segue a lista de referências bi-
de conhecimento. bliográficas e, se necessário, apêndi-
Esse gênero pode ser de dois ces e anexos.
tipos principais. O artigo de divulga- Observe que mesmo o artigo
ção, também chamado de artigo ori- de revisão, descrito anteriormente,
ginal, é aquele que traz um tema no- tem um problema central de análise
vo ou uma metodologia nova, apre- naquela dada literatura, bem como

25
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

métodos específicos para a análise resenhas costumam ser de obras


do material (isto é, os estudos ante- recentes.
riores revisados) e respectivas con- As revistas normalmente espe-
clusões sobre o que for dissertado na cificam um período limite diferente
análise. para obras nacionais (por exemplo,
Além da estrutura vista, é con- aceitando apenas resenhas de obras
venção incluir no artigo, após o títu- publicadas no último ano, ou nos
lo e identificação do autor, um resu- últimos dois anos, etc.), e para obras
mo com palavras-chave adequadas lançadas no exterior (geralmente,
para a correta indexação do texto. O obras publicadas nos últimos cinco
resumo geralmente deve ser tanto anos). É preciso atentar para a
em língua portuguesa quanto em especificação feita pelo periódico em
uma língua estrangeira. Alguns pe- questão.
riódicos solicitam o resumo em dois A resenha, nesse papel de di-
idiomas estrangeiros, outros delimi- vulgar e apresentar uma dada obra,
tam o número de palavras-chave em geralmente cumpre três passos es-
até 5 ou até 6, outros pedem tra- senciais: 1) identifica a obra a ser re-
dução também do título, entre ou- senhada; 2) apresenta/descreve re-
tras variações. Assim, é sempre pre- sumidamente o conteúdo desta
ciso verificar as diretrizes para auto- obra; e 3) aprecia/avalia criticamen-
res do periódico específico em ques- te esse conteúdo (mas, há um tipo de
tão. resenha que não realiza essa apre-
A resenha: A resenha é um tipo de ciação).
texto que serve para divulgar obras A identificação detalha o nome
novas e apresentar uma obra que do(a) autor(a) e inclui breves infor-
o(a) leitor(a) geralmente não leu ou mações sobre sua carreira (outras
não conhece. Ela pode, assim, atua- obras dele ou dela). A identificação
lizar o público leitor de modo breve também informa o trabalho rese-
sobre outras produções científicas, nhado, seu local e editora de pu-
especialmente recentes. blicação, a data, e apresenta demais
É comum periódicos científi- informações que se apliquem, como
cos dedicarem uma seção inteira de por exemplo o nome da coleção ou
sua publicação apenas para rese- série a que a obra pertence, o núme-
nhas, já que elas representam uma ro de volumes, o nome do tradutor,
atualização sobre quais publicações se for o caso, e assim por diante.
estão surgindo na área de interesse A apresentação do conteúdo
da revista. Por isso, normalmente, as da obra consiste no resumo dos

26
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

principais argumentos feitos, um lhes para a fundamentação da crítica


levantamento das ideias apresenta- (seja ela positiva ou negativa), já que
das e defendidas pelo autor. Pode trata de questões menos palpáveis e
ser organizada conforme os fatos ou mais subjetivas.
dados aparecem na obra (resumindo Existem ainda as chamadas
os capítulos ou as partes em sua resenhas temáticas. Nesse tipo de
ordem sequencial na obra) ou então resenha, há a apresentação de vários
em agrupamento de conjuntos de textos de diferentes autores que tra-
ideias. Já a apreciação do conteúdo tam de um mesmo tema principal.
pode ser tanto positiva quanto ne- Na resenha temática, cada um des-
gativa, desde que seja fundamenta- ses textos é identificado e apreciado
da. De qualquer modo, é importante em termos de sua real contribuição
que a apreciação seja feita com res- (e o grau de qualidade dessa contri-
peito e zelo. buição) para o tema em questão. Se
Recomenda-se que já na apre- uma resenha não emitir qualquer
sentação do resumo da obra se insi- avaliação sobre o conteúdo, tem-se o
ram pequenas sinalizações sobre o caso da resenha-resumo. Esse tipo
tom da apreciação crítica (se hou- de resenha se limita aos dois pri-
ver). Isso pode ser feito, por exem- meiros passos descritos anterior-
plo, com expressões do tipo: “o autor mente, isto é, apenas identificar a
sabiamente desenvolve o argumento obra e resumir seu conteúdo. Então,
. . .”, ou “o autor discute o ponto X de essa modalidade cumpre uma fun-
modo relativamente apressado . . .”. ção meramente informativa, e não
Tipos de resenha: A resenha pode busca convencer o leitor sobre a im-
ser do tipo descritiva (também cha- portância ou valor de ler dada obra
mada de resenha técnica ou resenha ou não.
científica), ou então do tipo crítica O ensaio: O ensaio é um texto de
(também conhecida como resenha caráter crítico sobre certo debate ou
opinativa). A resenha descritiva se questão de ordem científica. Nesse
concentra na avaliação do conteúdo sentido, o ensaio é discursivo, no
enquanto conhecimento, ciência ou sentido de mostrar o posicionamen-
verdade, ou seja, ela faz um julga- to e as reflexões do autor a respeito
mento de verdades. Já a resenha crí- do ponto sob consideração. O autor
tica avalia a obra considerando va- ‘ensaia’ um discurso de manifesta-
lor, estilo, estética, beleza, etc. (jul- ção sobre um ponto de vista, a partir
gamento de valores). Assim, a rese- de questionamentos, críticas, expe-
nha crítica exige maior grau de deta-

27
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

rimentações e ponderações sobre o O fichamento: O fichamento não


tema. se constitui em um material publicá-
Para tanto, o ensaio, ainda que vel como um artigo ou uma resenha.
trazendo posicionamento nítido, se Trata-se, na verdade, de um registro
apresenta de modo formal e bem criado durante a fase de pesquisa
articulado, a fim de expor lógica e bibliográfica para a realização de um
claramente as reflexões e argumen- dado estudo. Se o fichamento é bem
tação do(a) autor(a). As reflexões feito, ele também viabiliza ao estu-
devem ser feitas com racionalidade e dante a assimilação de conteúdos.
seriedade, a partir da capacidade Ele é um método de armazenar
do(a) autor(a) de articular conheci- informações e consultar sobre obras
mentos e posicionamentos e proce- lidas, podendo-se fazer fichamento
der interpretações e avaliações sobre de uma obra na íntegra ou apenas de
a área na qual reflete. O modo de um capítulo ou parte que for de in-
fazer tais articulações é mais flexível teresse da pesquisa. Como o nome
do que em outros gêneros, mas ain- sugere, o fichamento é feito em fi-
da assim o rigor e a organização são chas.
fundamentais, assim como o com- Normalmente, se faz um ficha-
prometimento e maturidade intelec- mento de obras de modo a poder
tuais de quem redige o ensaio. acessar mais rapidamente, no ato da
Já que defende um ponto de escrita do texto em si, os conteúdos
vista, o ensaio não exige, como o ar- sobre o assunto pesquisado. Então,
tigo ou as dissertações e teses, a in- no fichamento, basicamente se re-
clusão extensiva de referenciais teó- gistra a identificação completa da
ricos de apoio ou de provas e evidên- obra (autor, editora, título, tradutor,
cias empíricas para cada item argu- edição, cidade, etc.) e os principais
mentado. É evidente que o texto pre- pontos de seu conteúdo, de modo
cisa ser sensato em sua argumenta- resumido.
ção, no sentido de oferecer reflexões Tipos de fichamento: O ficha-
plausíveis a partir do que a ciência já mento de conteúdo (ou de resumo)
demonstrou na área, não podendo, se concentra no pensamento do(a)
portanto, ser caótico nem aleatório. autor(a) da obra e no desenvolvi-
Nesse sentido, diz-se que o ensaio é mento lógico de suas ideias. Ele po-
um gênero que permite certa transi- de registrar não apenas o progresso
ção entre o cultural, o literário, o di- dessas ideias no texto como também
dático e o não-didático, o científico e suas fundamentações, justificativas,
o filosófico. exemplos, etc. Isso deve ser feito nas

28
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

palavras do(a) autor(a) do ficha- início e fim da citação e sua página.


mento (ou seja, você), que escreve Exemplo:
com seus termos o que o(a) autor(a) Assunto: Os professores diante do
da obra sob fichamento discute. saber: esboço de uma problemática
Exemplo: do saber docente (p. 31-55). Capítulo
Assunto: Os professores diante do 1.
saber: esboço de uma problemática Fonte: TARDIF, Maurice. Saberes
do saber docente (p. 31-55). Capítulo docentes e formação profissional.
1. 16. ed. Petrópolis: Editora Vozes,
Fonte: TARDIF, Maurice. Saberes 2014.
docentes e formação profissional. “Pode-se chamar de saberes
16. ed. Petrópolis: Editora Vozes, profissionais o conjunto de saberes
2014. transmitidos pelas instituições de
O trabalho do autor baseia-se formação de professores (escolas
em uma pesquisa sociológica desen- normais ou faculdades de ciências
volvida desde o surgimento, nos da educação” (p. 36).
anos 1980, da preocupação científi- “Ao longo de suas carreiras, os
ca com os saberes dos professores. O professores devem também apro-
autor divide o capítulo em três par- priar-se de saberes que podemos
tes, sendo a primeira sobre a plura- chamar de curriculares. Estes sabe-
lidade do saber docente, a segunda res correspondem aos discursos, ob-
sobre a importância do saber expe- jetivos, conteúdos e métodos a partir
riencial na visão dos próprios edu- das quais a instituição escolar cate-
cadores, e a terceira trazendo con- goriza e apresenta os saberes sociais
clusões preliminares. Tardif argu- por ela definidos e selecionados co-
menta que o saber docente é com- mo modelos da cultura erudita e de
posto pelos seguintes aspectos: os formação” (p. 38). (etc.)
saberes de formação profissional, os Há também o fichamento bi-
saberes da disciplina em si, os sabe- bliográfico, no qual são registrados
res experienciais e os saberes curri- os tópicos abordados e feitos co-
culares da instituição escolar. (etc.) mentários descritivos sobre a obra
(diferente do fichamento de conteú-
O fichamento de citações (ou
do, que apenas resume o pensamen-
de transcrição) consiste no registro
to do autor ou da autora). Em qual-
de citações diretas da obra, obser-
quer caso, a identificação completa
vando-se absoluto rigor para anotar
da obra é fundamental para você não
o trecho tal e qual consta no trabalho
correr riscos de escrever informa-
original, e marcando as aspas de

29
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

ções imprecisas ou erradas, ou co- que a vivência trouxe àquele(a) que


meter, intencionalmente ou não, ca- a viveu. O relato é feito de modo
sos de plágio. contextualizado, com objetividade e
Assunto: Os professores diante do aporte teórico. Em outras palavras,
saber: esboço de uma problemática não é uma narração emotiva e sub-
do saber docente (p. 31-55). Capítulo jetiva, nem uma mera divagação
1. pessoal e aleatória.
Fonte: TARDIF, Maurice. Saberes Enquanto alguns defendem
docentes e formação profissional. que nesse tipo de texto exista maior
16. ed. Petrópolis: Editora Vozes, liberdade para descrever impressões
2014. e tecer considerações com uma lin-
A obra insere-se nos campos guagem mais pessoal, outros man-
de pesquisa educacional e de forma- têm que, sendo um trabalho cientí-
ção profissional. O autor aborda o fico, ele deve manter a impessoali-
tema de forma analítica e comenta- dade e seriedade (isto é, o não envol-
da, fundamentando-se em coleta vimento emocional) que a academia
qualitativa de dados e estabelecendo requer. Dada essa dicotomia de pen-
relações entre diferentes contextos samentos, recomendamos, na medi-
no que tange o tema em pauta.(etc.) da do possível, que você sempre ve-
Quando professores e profes- rifique o tom dos relatos de expe-
soras pedem para seus estudantes riência em sua área de atuação, nos
fazerem um fichamento, geralmente periódicos em que gostaria de pu-
se referem aos tipos bibliográficos blicar, e também em anais de edi-
ou de conteúdo. Cabe ao aluno ou ções anteriores de eventos científi-
aluna seguir as instruções dadas por cos dos quais você queira participar.
cada instrutor(a). Seja como for, o relato deve
O relato de experiência: O relato trazer considerações (a partir da
de experiência é um texto que des- vivência sobre a qual se relata e re-
creve precisamente uma dada expe- flete) que sejam significativas para a
riência que possa contribuir de for- área de estudos em questão. Isto é, é
ma relevante para sua área de atua- importante que seu relato não fique
ção (por exemplo, um curso novo apenas no nível de descrever uma
ministrado sobre determinado as- situação. Ele deve ir além e estabele-
sunto, um projeto profissional, etc.). cer ponderações e reflexões, emba-
Ele traz as motivações ou metodolo- sadas na experiência relatada e no
gias para as ações tomadas na situa- seu respectivo aparato teórico. É es-
ção e as considerações/impressões perado que tais experiências possam

30
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

contribuir para outros pesquisado- Fica claro, então, que os ele-


res da área, ampliando o efeito da mentos do projeto de pesquisa são
sua experiência como potencial similares aos primeiros elementos
exemplo para outros estudos e do texto acadêmico clássico, como o
vivências. artigo, TCC, monografia, tese e dis-
O relato de experiência nor- sertação. Para uma explicação deta-
malmente inclui uma introdução lhada de cada um desses ele-mentos
com marco teórico de referência pa- (introdução, revisão de literatura e
ra a experiência. A seguir, traz os ob- método), clique aqui.
jetivos da vivência e expõe as meto- Além disso, o projeto de pes-
dologias empregadas para realizar quisa pode conter elementos pré- e
tal experiência, incluindo descrição pós-textuais. Eles geralmente são:
do contexto e dos procedimentos.  Elementos pré-textuais: capa,
Após isso, apresentam-se os resulta- folha de rosto, sumário, resu-
dos observados e as considerações mo;
tecidas a partir dos mesmos.  Elementos pós-textuais: refe-
rências bibliográficas, apêndi-
Projeto de pesquisa: Em muitas
ces e anexos.
ocasiões, principalmente em cursos
e seleções de mestrado e doutorado, Mais uma vez, destacamos o
é comum que alunos(as) precisem fato desses elementos serem simila-
escrever um projeto de pesquisa. O res aos encontrados no trabalho fi-
projeto de pesquisa é, basicamente, nal.
um documento que explica a seus No entanto, há pelo menos 3
leitores(as) (geralmente membros grandes diferenças entre o trabalho
de uma banca avaliadora) o que você final e o projeto de pesquisa. Essas
pretende fazer na pesquisa propos- são:
ta.
 O seu projeto de pesquisa trata
Portanto, um projeto de pes- do que você ainda irá fazer.
quisa típico geralmente contém os Sendo assim, ele geralmente é
seguintes elementos: escrito no futuro, enquanto
 Introdução, incluindo tema, seu texto final (dissertação,
objetivos, justificativa, per- tese, etc.) é escrito no passado,
guntas de pesquisa e/ou hipó- pois se refere a algo que você já
teses; fez;
 Revisão de literatura feita até o  Espera-se que as seções do
momento; texto final estejam mais desen-
 Método a ser utilizado; volvidas que as do projeto,
 Cronograma de atividades. uma vez que você teve mais

31
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

tempo e dedicação ao traba- cessos de obter o título de licencia-


lho. Portanto, não se recomen- do(a) ou bacharel, de especialista, de
da simplesmente transformar mestre ou de doutor(a). Essa pro-
seu projeto nos primeiros
gressão também vai ao encontro da
capítulos de seu texto final. Ao
invés disso, tome ele como ba- melhor instrumentalização do(a)
se, ampliando sempre que aluno(a), que, avançando em seus
necessário e possível; estudos de pós-graduação, torna-se
 No projeto de pesquisa, você cada vez melhor capacitado(a) para
tem que adicionar um crono- realizar procedimentos metodológi-
grama de atividades, que ge- cos e lidar com problemas de pes-
ralmente corresponde a uma quisa mais densos. Já a questão de
tabela mostrando os passos
que você irá seguir no decorrer originalidade é requerimento pri-
dos próximos meses ou anos mordial da tese de doutorado, visto
para completar sua pesquisa e que a mesma exige uma efetiva
seu texto final. contribuição nova a ser agregada
para dada área de estudos.
TCC, monografia, dissertação e Sobre as semelhanças, o estilo
tese: Os trabalhos de conclusão de do texto requer linguagem clara,
curso (TCCs) de graduação, as mo- concisa, formal, impessoal, objetiva,
nografias de especialização, as dis- com tom sóbrio e apresentando ri-
sertações de mestrado e as teses de gor e organização textual que respei-
doutorado são textos semelhantes tem as partes do estudo e os objeti-
em termos de linguagem, estilo e es- vos propostos. Já a estrutura, de
trutura (ou seja, sendo compostos modo geral, deve incluir em todos
por elementos pré-textuais, textuais esses tipos de trabalho uma ordem
e pós-textuais). No entanto, esses lógica de introdução do estudo, seu
tipos de trabalho são muito diferen- desenvolvimento, e as respectivas
tes no que tange seus graus de com- conclusões sobre a pesquisa condu-
plexidade, de detalhamento e de zida (veja mais aqui), além dos ele-
originalidade. mentos pré- e pós-textuais (para
Evidentemente, do primeiro mais, clique aqui).
texto (o TCC) até o último (a tese), os Vejamos as definições especí-
graus de complexidade e detalha- ficas para esses trabalhos, segundo
mento aumentam progressiva e sig- as diretrizes da Associação Brasilei-
nificativamente, acompanhando o ra de Normas Técnicas (ABNT): Já a
próprio amadurecimento intelectual tese de doutorado, que, como a dis-
do(a) pesquisador(a), nos seus pro- sertação, também lida com um tra-

32
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

balho de caráter experimental ou a entreter, apresentar interpretação


elucidação de estudo sobre tema competente sobre determinada in-
específico, ainda exige sua elabora- formação, etc.
ção “com base em investigação origi- Há diversos gêneros jornalísti-
nal, constituindo-se em real contri- cos, eis alguns:
buição para a especialidade em A notícia: O elemento fundamental
questão” (p. 4). de um jornal é a notícia. Essa carac-
Conforme publicado nas nor- teriza-se por ser um relato dos fatos
mas NBR 14724, de 2002*, os traba- sem comentários nem interpreta-
lhos de conclusão de curso de gra- ção. Há uma fórmula para a estru-
duação (TCCs) e os de curso de tura da notícia: Q - Q - Q - O - C - PQ
especialização (monografias) devem (o quê, quem, quando, onde, como,
“expressar conhecimento do assun- por quê), embora não haja uma
to escolhido, que deve ser obrigato- ordem predeterminada, pois essa é
riamente emanado da disciplina, estabelecida pelas circunstâncias
módulo, estudo independente, cur- que envolvem cada notícia.
so, programa e outros ministrados” Esse gênero trabalha com in-
(p. 4). formações e apresenta a função refe-
A dissertação de mestrado, por rencial ou informativa da lingua-
sua vez, “representa o resultado de gem. De acordo com o caráter da
um trabalho experimental ou expo- informação há um tipo especial de
sição de um estudo científico retros- sequências textuais.
pectivo, de tema único e bem delimi-  sequência narrativa: informa-
tado em sua extensão, com o objeti- ção centrada numa mininarra-
vo de reunir, analisar e interpretar tiva, nessa o narrador tenta
informações. Deve evidenciar o co- passar despercebido.
 sequência descritiva: informa-
nhecimento de literatura existente
ção centrada na apresentação
sobre o assunto e a capacidade de do estado do fato.
sistematização do candidato” (p. 3).  sequência explicativa: infor-
mação centrada na passagem
Gêneros Jornalísticos de um conhecimento específi-
co.
Jornais e revistas tem grande
importância na era da informação, Exemplo: Os oito presos que mor-
são meios de comunicação de massa, reram asfixiados em Rio Piracicaba,
um produto de consumo. Os objeti- no interior de Minas Gerais, foram
vos desses veículos são: informar, enterrados na quinta-feira.

33
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Dois corpos foram sepultados ideia da empresa. Apresenta ideias


pela manhã; os parentes estavam que evidenciam o ponto de vista es-
emocionados. Um incêndio destruiu colhido pelo jornal a respeito da ma-
a cadeia pública de Rio Piracicaba na téria em evidência.
terça-feira. A Polícia Civil admitiu Exemplo:
que havia a necessidade de uma re-  O material que faz a diferença.
forma no prédio. A corregedoria da
corporação vai investigar se houve Janeiro é o mês especialmente
negligência do carcereiro, que na dedicado à escola. Neste início, múl-
hora do incêndio estava na rua com tiplas atividades focalizam a arru-
a chave da cadeia. mação, manutenção e organização
Deputados da CPI do sistema do prédio, o planejamento curricu-
carcerário vão nesta quinta-feira a lar dos professores e das equipes téc-
Rio Piracicaba para apurar a morte nicas, a realização de cursos e de se-
dos presos. "Tanto o Ministério Pú- minários de atualização dos docen-
blico quanto o poder Judiciário lo- tes, reuniões com funcionários e
cal, já tinham tomado providência, todo um elenco de ações que envol-
inclusive já tinham interditado vem naturalmente a participação
aquela delegacia porque havia insta- real das famílias dos estudantes.
lações hidráulicas e elétricas inade- Assim parece ser o cenário es-
quadas e o prédio era velho”, afir- colar das escolas públicas e priva-
mou o relator da CPI, deputado Do- das. E nem poderia ser diferente,
mingos Dutra (PT-MA). num País que precisa se comprome-
“Essa cadeia existe há bastante ter eticamente com a educação das
tempo, e nós estamos tratando da crianças e dos adolescentes. Mas,
reestruturação dessa cadeia e dentre as despesas de consumo es-
também da construção regional. Nós colar das famílias, destaque-se o
estamos fazendo a nossa parte”, item material escolar, a ser usado
respondeu o chefe da Polícia Civil no pelos estudantes durante o ano le-
estado, Marco Monteiro Castro. tivo.
Texto extraído do site do Jornal Nessa despesa obrigatória, en-
Hoje. contra-se uma considerável lista de
O editorial: O editorial é um tipo livros-textos das diferentes discipli-
de texto no qual o autor exprime o nas, livros de leituras complementa-
parecer do jornal acerca de determi- res também das disciplinas, cader-
nado fato. É um texto dissertativo nos, lápis e canetas, que devem ser
que tem como finalidade propagar a adquiridas à vista ou a crédito, com

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

ou sem desconto. Nesse processo, o conhecimento cotidiano dos estu-


estudante se assume como consumi- dantes sob diversos ângulos de refle-
dor de um material que interfere fi- xão. Do outro lado do problema das
nanceiramente na renda familiar. listas, estão os bolsos das famílias
Essa lista já faz uma primeira que já têm outras despesas escola-
diferença entre a escola pública e a res, se a escola for particular.
particular, apesar da distribuição Tais despesas repercutem e
aparentemente gratuita dos livros pesam fortemente no orçamento fa-
didáticos inseridos nos programas miliar, mas que é suportado por ga-
educacionais do MEC. O ministério, rantir um possível bom ensino em
por sinal, estabelece a devolução dos função de uma preparação intelec-
livros para serem reutilizados por tual condizente com a modernidade.
alunos das séries subsequentes. Entre os objetivos pedagógicos
A segunda diferença consiste dos professores e da escola e as des-
concretamente na utilização desse pesas das famílias, concentram-se
material pelos professores e pelos reclamações que devem ser vistas
estudantes, o que nem sempre acon- por todos. Uma dessas reclamações
tece. E uma terceira diferença diz é relativa ao excesso de material so-
respeito à qualidade gráfica do livro, licitado. Para as famílias, significa o
que rapidamente se deteriora por consumo do supérfluo que onera em
meio de páginas que se soltam ou se muito o orçamento doméstico.
perdem nas pesadas mochilas dos Pode-se considerar um ab-
estudantes. surdo comprar um material que ser-
O problema dessas listas de virá apenas de ornamento numa sala
material escolar tem origem na par- de aula, principalmente se for consi-
ticipação pedagógica do professor, derado que muitas vezes as ações pe-
que, individualmente ou em grupos dagógicas valorizam os exuberantes
interdisciplinares, orienta a compra meios tecnológicos a serviço da di-
do material de acordo com os objeti- dática e da metodologia e se esque-
vos e metodologias de sua disciplina, cem ou ignoram as próprias finali-
no bojo de um planejamento que dades da educação.
não se adapta mais a uma visão uni- Considere-se, porém, o signifi-
disciplinar, isto é, de disciplinas iso- cado cultural da produção capita-
ladas, por não levarem a uma visão lista do material escolar usado no
de contexto em que a transdiscipli- País, na relação das editoras com os
naridade permite que se trabalhe o autores dos livros. É uma relação

35
REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

que movimenta consideráveis so- dar do navio. Estar atento às maqui-


mas de dinheiro, de direitos auto- nas, ao radar, aos instrumentos de
rais, da escolha nacional dos profes- orientação, à cozinha, à limpeza, ao
sores que têm o privilégio de se tor- combustível, ao casco. Isso tudo,
nar produtores desse material didá- para navegar. Quem entra no navio
tico que abrange também o acervo quer viajar. O capitão do navio tem o
das bibliotecas. dever de levar seus passageiros ao
É preciso uma leitura questio- porto prometido. Caso contrário
nadora e crítica do professor, objeti- acontece como aconteceu com o o
vando a formação educacional e cul- Titanic. A primeira obrigação
tural do estudante. Texto extraído dos prefeitos, à semelhança dos ca-
do site do Jornal O Liberal. pitães de navio, é cuidar da cidade.
A crônica: A crônica é um relato de Coleta de lixo, saúde, educação, cul-
acontecimentos, fatos, do tempo de tura, finanças, água, construções,
hoje, fatos do cotidiano. É uma seção calçadas, jardins, energia, estradas,
de jornal ou revista, na qual são os pobres, os velhos, as crianças.
abordados acontecimentos do dia-a- Mas as cidades, embora pareçam
dia. Em sua estrutura predomina fincadas no chão, navegam para um
uma sequência de narrativas, com futuro. Cidades que não navegam
marcas subjetivas do produtor do são como navios encalhados, aban-
texto. donados, enferrujados. Acabam por
Exemplo: afundar. Para qual futuro? Essas
 Quarto de badulaques (LVII) questões me levam às perguntas que
eu gostaria de fazer àqueles que se
O que é que prefeitos têm a ver
candidatam a capitães desse navio
com capitães de navios? Parece que
chamado Campinas. Apenas três.
nada. Navios estão no mar, cidades
Três são o suficiente. 1. Qual é o fu-
estão na terra. Navios viajam, cida-
turo que o senhor sonha para Cam-
des não saem do lugar. Embora não
pinas? Para que porto o senhor le-
pareça o fato é que as responsabili-
vará a cidade, se for eleito? Quero
dades dos prefeitos são absoluta-
que sua descrição seja tão viva que
mente idênticas às responsabilida-
eu possa vê-la! 2. Quais as medidas
des dos capitães de navio e seria sá-
imediatas a serem tomadas para se
bio que os prefeitos tivessem capi-
começar a navegar na direção desse
tães de navio aposentados como
futuro? 3. Quais os problemas prio-
seus conselheiros. A primeira obri-
ritários do presente – as feridas da
gação de um capitão de navio é cui-

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

cidade - a serem atacados imediata- do, deve existir sempre alguém que
mente? De que forma? comunica (emissor), algo a ser co-
municado (assunto/conteúdo) e al-
Gêneros Oficiais guém que recebe a comunicação (re-
ceptor). Nos textos oficiais o emissor
Pode-se conceituar a redação é sempre o Serviço Público, que co-
oficial como a maneira pela qual o munica algo sobre as atribuições do
Poder público redige atos normati- órgão a um receptor, e este se confi-
vos e comunicações. Não é aceitável, gura no público (cidadãos) ou outro
em textos oficiais, qualquer dificul- órgão público.
dade que impossibilite a compreen- A impessoalidade irá fazer
são clara e precisa do conteúdo a ser com que o mesmo conteúdo chegue
comunicado, visto que, é inaceitável de forma unificada para todas as
que um texto legal não seja enten- pessoas, e ela é de extrema impor-
dido pelos cidadãos. tância para o tratamento de assun-
Para redigir um texto oficial, é tos oficiais, para que todos sejam
preciso atender alguns princípios tratados com o mesmo direito de
como: impessoalidade, clareza, uni- compreender o conteúdo veiculado
formidade, uso de linguagem for- pelo Poder Público. Pode-se desta-
mal. Ou seja, os textos devem sem- car algumas características do trata-
pre permitir uma única interpreta- mento impessoal em redações ofici-
ção e ser estritamente impessoais e ais:
uniformes, o que exige o uso de certo  Não deve haver impressões
nível de linguagem. Contudo. pessoais.
 O receptor deve ser tratado de
A redação oficial não é (...) ne- forma homogênea, ou seja,
cessariamente árida e infensa à igualitária, pois este pode ser
evolução da língua. É que sua fi- os cidadãos ou outro órgão pú-
nalidade básica - comunicar blico, daí a importância da im-
com impessoalidade e máxima
clareza - impõe certos parâme-
pessoalidade.
tros ao uso que se faz da língua,  Restringir o assunto tratado,
de maneira diversa daquele da ou seja, comunicar o que é de
literatura, do texto jornalístico, interesse público.
da correspondência particular,
etc. (Presidência da República,
2002, p.12) A Linguagem: Para que todos te-
nham entendimento do conteúdo de
Impessoalidade: Em um ato co- uma redação oficial, faz-se necessá-
municativo, seja ele escrito ou fala- rio o uso do padrão culto da língua.

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Pois, o uso do padrão culto viabiliza Uniformidade: Cada texto oficial


a uniformização da linguagem utili- em sua estrutura deve obedecer a
zada nas redações oficiais, emprega princípios que os caracterizam, dan-
então um vocabulário comum a to- do unidade a sua forma. Alguns des-
dos os usuários da língua, e assim, tes princípios já foram mencionados
permite que todos os cidadãos com- como a impessoalidade, o uso do pa-
preendam o que está escrito. drão culto da linguagem e a clareza
Deve-se evitar em textos ofici- no tratamento do conteúdo. Há tam-
ais, jargões de um determinado gru- bém a necessidade de um tratamen-
po, gírias, variações regionais, lin- to com polidez e respeito às autori-
guagem rebuscada, linguagem técni- dades, utilização de pronomes de
ca de grupos restritos, pois estes po- tratamento de forma adequada, e ci-
dem prejudicar a clareza do conteú- vilidade no enfoque dado ao assunto
do. O cuidado com a linguagem é in- da comunicação.
dispensável para não tirar o direito Ofício: O ofício, dentro das institui-
de todos à compreensão dos conteú- ções públicas, é uma comunicação
dos veiculados nos textos oficiais. externa que pode ter a finalidade de
Clareza: A clareza é indispensável uma requisição ou solicitação de um
para uma boa compreensão, é a qua- órgão público para outro. Em ofícios
lidade básica de um texto oficial e de solicitações utiliza-se a lingua-
deve-se estar atento ao que se quer gem formal, a impessoalidade, a ob-
informar não se atendo ao desneces- jetividade e a clareza na mensagem
sário. Concorrem para ajudar na cla- pretendida. A forma de tratamento
reza de um texto oficial a impessoa- deve ser adequada ao cargo que ocu-
lidade, o uso do padrão culto da lin- pa o destinatário, recomenda-se as
guagem, a uniformidade e a conci- abreviações dos pronomes de trata-
são. É de extrema importância uma mento (Prezado(a) Senhor(a), V.
releitura constante do texto, para Sa., V. Exa.). Em geral, nestes textos,
que possa sanar alguns erros na lin- deve-se terminar com palavras que
guagem, como também trechos in- demonstrem agradecimento pela
compreensíveis. E para que sejam atenção, e expressões de cortesia co-
tratados todos os problemas na re- mo atenciosamente, cordialmente,
dação é preciso tempo. Então, não se respeitosamente e a assinatura do
pode redigir um texto às pressas e responsável pela emissão do docu-
sem correção, para que não haja o mento vem seguida do cargo que
risco do mesmo não ficar claro para ocupa dentro da instituição.
o leitor.

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Modelo de ofício

Fonte: http://www.ebah.com.br

Em ofícios de requerimento  Redigir em folha de papel A4.


exige-se que a estrutura do texto seja  No alto da folha deve-se escre-
respeitada, pois o destinatário é ver o título do documento, no-
sempre de hierarquia superior, e me e cargo do destinatário.
faz-se uma solicitação de algo que se  O corpo do texto deve conter o
objeto do requerimento com
ampara na lei (férias, benefícios, pa-
objetividade e clareza, citando
gamentos, etc.). Geralmente para es- a identificação do requerente
tes fins, os órgãos públicos dispõem (nome completo, função, ma-
de formulários padronizados, com trícula, local de trabalho), e
espaço para que o funcionário pre- justificativa do pedido.
encha os seus dados pessoais e o ob-  No desfecho deve-se empregar
jeto de solicitação. expressões como: espera defe-
rimento; pede deferimento;
Mas, caso não haja este tipo de
nestes termos, pede deferi-
formulário, a estrutura de um reque- mento.
rimento é:  Local, data e assinatura.

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Modelo de requerimento

Fonte: http://www.alienado.net/modelos-de-oficio-de-requerimento/

Memorando:Este texto tem como exemplo, o uso de pronomes de tra-


finalidade a comunicação interna tamento mais formais, como “Pre-
entre funcionários da mesma insti- zado senhor” ou um desfecho como
tuição. Caracteriza-se pela brevida- em ofícios utilizando o “respeitosa-
de de seu conteúdo, visto que, é um mente”. Contudo, não se trata de um
texto escrito de comunicação rápida. texto informal, então certas expres-
Certas formalidades são dispensa- sões de intimidade como, por exem-
das em um memorando, como por plo, beijos e abraços são inadequa-
dos.

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

O memorando se estrutura da  No campo “Assunto” usa-se


seguinte forma: uma síntese do conteúdo com
 Deve-se mencionar o destina- 3 ou 4 palavras.
tário pelo seu cargo.  Cada memorando deve conter
apenas um assunto.
Modelo de memorando

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABU24AB/comunicacao-atraves-
redacao-documentos-oficiais

Circula: Quando há uma necessi- formalidade, ou seja, não dispensa a


dade de que uma informação seja linguagem padrão culta.
endereçada simultaneamente para A sua estrutura assemelha-se
diversos destinatários, utiliza-se a com a do memorando:
circular. Nela pode- se transmitir  No cabeçalho do texto coloca-
mensagens de avisos, ordens, ins- se o nome da empresa, logo-
truções e convites, para um público tipo e o número da circular.
mais amplo, interno ou externo. Seu  Os destinatários (vocativo)
texto é muito objetivo, descreve o  Mensagem curta.
 Local e data.
conteúdo de forma direta, mas com
 Assinatura.

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

Modelo circular

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABU24AB/comunicacao-atraves-
redacao-documentos-oficiais

Correio eletrônico: O correio ele-  O texto deve ser breve e obje-


trônico, mais conhecido como e- tivo.
mail, tornou-se um gênero textual  Tratar com formalidade a pes-
importantíssimo na comunicação de soa do destinatário.
mensagens oficiais, por sua agili-  E torna-se indispensável que o
destinatário responda as men-
dade na transmissão dos conteúdos.
sagens do correio eletrônico.
Para ser utilizado em comuni-
cações oficiais, o correio eletrônico Ata: É um documento que registra
deve seguir algumas formalidades resumidamente as ocorrências, deli-
de estrutura: berações, resoluções e decisões de
 Emprego da norma culta. reuniões ou assembleias. É escrito à
 No campo do “Assunto” deve mão, pelo secretário, em livro espe-
indicar claramente o conteúdo
cífico, com folhas numeradas, es-
abordado, para que possa faci-
litar na organização documen- crito com clareza e precisão o que
tal do destinatário. aconteceu em uma reunião. Como a

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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

ata se caracteriza pelo resumo do sempre será de descrever (objetos,


que aconteceu no evento, e para evi- fatos, ocorrências) ou narração (fa-
tar qualquer modificação posterior, tos ou ocorrências). E como em todo
ela deve ser redigida de tal maneira texto oficial, deve ser utilizada a lin-
que isso não seja possível: guagem culta, com clareza e objeti-
 Sem parágrafos ou alíneas, vidade.
ocupando todo o espaço da pá-
gina;
 Sem abreviaturas;
 Números escritos por extenso;
 Sem rasuras nem emendas;
 Sem uso de corretivo;
 Com verbo no tempo pretérito
perfeito do indicativo;
 Com verbo de elocução para
registrar as diferentes opini-
ões (dizer, exclamar, ordenar,
negar, responder, perguntar).

Se o relator cometer um erro,


deve empregar a partícula retifica-
tiva “digo”, como neste exemplo:
“Aos dezesseis dias do mês de julho,
digo, de junho, de dois mil e cin-
co...”. Quando se constatar erro ou
omissão depois de lavrada a ata, usa-
se em tempo: “Em tempo: Onde se lê
julho, leia-se junho”.
Relatório: Documento oficial que
apresenta o resultado de alguma
pesquisa ou investigação, de forma
descritiva, fatos a serem investiga-
dos com objetivo de tomar providên-
cia e facilitar o gerenciamento das
ações do Poder Público.
Há diversos tipos de relató-
rios: os parciais, finais, periódicos,
de rotina, pesquisa, científicos, téc-
nicos, etc. Contudo, a sua estrutura

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44
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REVISÃO DE TEXTO - METODOLOGIA

5. Referências Bibliográficas
___, Linguística de texto: o que é e como
se faz? São Paulo: Parábola editorial, 2012.

____, A coerência textual. São Paulo:


Contexto, 2005.

ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras:


coesão e coerência. São Paulo: Parábola
editorial, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR-


MAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação
e documentação: trabalhos acadêmicos:
apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2002.

GARCEZ, Lucília H. do Carmo. O que é


preciso para escrever bem. São Paulo:
Martins Fontes, 2001.

KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual.


São Paulo: Contexto, 2005.

Língua, texto e ensino: outra escola possí-


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MARCHUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros


textuais: definição e funcionalidade. In DI-
ONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna
Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora
(orgs). Gêneros textuais & ensino. Rio de
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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Manual


de Redação da Presidência da República.
Brasília: Casa Civil, 2002.

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